Informativo Antes Que Acabe_Ano 3 - Edição 2

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Informativo do NACAB - 20 fevereiro de 2015 - Ano 3, Edição: 2

“A ambição é como a fome. Sua única lei é seu apetite.” Josh Billings

Microgeração fotovoltaica tem menor custo do que a aquisição de energia no mercado convencional Além da geração para consumo próprio, sistema exporta excedentes para rede elétrica e gera créditos em energia.

Foto: George Campos / USP Imagens

A microgeração fotovoltaica de energia elétrica por meio de painéis solares é uma alternativa de menor custo do que a aquisição de energia no mercado convencional, como mostra uma pesquisa do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP. O trabalho do pesquisador Rennyo Nakabayashi aponta que a legislação permite que o consumidor, além de fazer a geração para consumo próprio, exporte os excedentes para a rede elétrica, gerando créditos em energia. De acordo com o estudo, a microgeração fotovoltaica também é favorecida pela constante redução de preço dos equipamentos fotovoltaicos e a tendência de aumento das tarifas de energia elétrica. Microgeração fotovoltaica é favorecida pela redução de preço dos equipamentos. “A geração de energia por meio de células fotovoltaicas ocorre quando há exposição de um material semicondutor dopado, geralmente silício, à radiação solar,

ocasionando deslocamento de elétrons e, portanto, corrente elétrica”, descreve Nakabayashi. “Os sistemas fotovoltaicos conectados à rede são formados por conjuntos de painéis fotovoltaicos associados a inversores, os quais realizam a conversão de corrente contínua para corrente alternada”. Atualmente, a matriz elétrica brasileira é hidráulica com complementação térmica, mas devido à crise instalada no setor, motivada pelo baixo nível dos reservatórios, as usinas térmicas estão plenamente acionadas. “Os sistemas fotovoltaicos utilizam a radiação solar como insumo, um recurso abundante no Brasil e não poluente”, ressalta o pesquisador. “Além disso, no âmbito da micro e minigeração fotovoltaica, há a vantagem de se gerar a energia elétrica nos centros de consumo, aliviando a carga nos sistemas de transporte de energia e, com isso, reduzindo as perdas no sistema elétrico”. As usinas térmicas, previstas para operar em regime complementar, operam na base da geração e o custo da energia gerada por algumas delas pode ultrapassar R$ 1.000,00 por Megawatt/hora (MWh), enquanto o custo da energia fotovoltaica, na micro e minigeração, pode chegar a R$ 400,00 por MWh em algumas cidades. “Para usinas fotovoltaicas de grande porte o preço da energia é ainda mais barato”, diz Nakabayashi.


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no Brasil, historicamente”. No período de 1995 a 2013, as tarifas evoluíram, em média, a uma taxa acima de 9% ao ano, enquanto o IPCA evolui aproximadamente 6,5% ao ano. “Vale lembrar que o reajuste médio das tarifas residenciais de energia elétrica ficou acima de 20% em 2014 e, em 2015, os reajustes serão acima de 30%, caso a situação do setor não melhore. Portanto, é provável que em 2023 a penetração da microgeração seja ainda maior do que a apontada pela EPE”, destaca o pesquisador. “Na pesquisa, caso as tarifas tenham um reajuste anual médio pouco acima Produtor-consumidor de 9% ao longo do horizonte de análise, a microgeração seria economicamente viável A Resolução Normativa da ANEEL para as 27 capitais do Brasil, isso sem 482/2012 possibilita que o fluxo de energia considerar os reajustes de 2015”. deixe de ser unidirecional (concessionáriaSegundo o Banco de Informações de consumidor) e passe a ser bidirecional. “O Geração (BIG) da ANEEL, o Brasil possui 134 consumidor passa a ter a opção de gerar Gigawatt (GW) de potência instalada para a energia para consumo próprio ou para Foto: Estado de Minas geração de energia elétrica, sendo que a micro exportar para a rede elétrica e gerar créditos e minigeração fotovoltaica, equivale a menos em energia para serem consumidos em um de 0,003% do total. “Por conta de diversos período de até 36 meses. Neste contexto fatores, o Brasil ficou defasado em relação aos surge a figura do “prosumidor”, isto é, o países europeus e, atualmente, não existe produtor-consumidor”, afirma o pesquisador. uma indústria fotovoltaica plenamente “Segundo a mesma resolução, a microgeração consolidada no país, pois até então a demanda distribuída é feita a partir de centrais geradoras não justificava a presença massiva de que utilizem fontes com base em energia investidores e da indústria nesta área”, afirma hidráulica, solar, eólica, biomassa ou Nakabayashi. “Entretanto, no LER 2014 cogeração qualificada tenham a potência (fotovoltaico) foram cadastrados 400 projetos, limitada pelo valor de 100 quilowatts (kW). A somando 10.790 MW de potência instalada. minigeração é definida pela potência superior Foram contratados 202,1 MWmed, totalizando a 100 kW e inferior a 1 Megawatt (MW)”. uma potência (CC) de 1.048,2 MWp, o que Até o final de 2014, por conta da demonstra um grande interesse dos agentes. redução das tarifas forçada pela Lei 12.783 O contexto é favorável para que a energia solar (oriunda da MP579/2012), a micro e fotovoltaica decole”. minigeração não vinham se mostrando financeiramente atrativas. “Entretanto, este Por Júlio Bernardes, da Agência USP de Notícias. cenário está mudando. Em dezembro de 2014 Publicado no Portal EcoDebate, 11/02/2015 a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) publicou na Nota Técnica DEA 26/14 uma projeção de 664 MWp instalados de geração distribuída fotovoltaica de pequeno porte em 2023, 166 vezes a capacidade instalada que temos hoje”, relata. “Pode-se dizer que o estudo da EPE foi conservador, pois se assume como premissa uma evolução das tarifas em linha com a inflação [manutenção em termos reais], o que não é o que aconteceu “O preço médio de venda da energia fotovoltaica no Leilão de Energia de Reserva (LER) de 2014, foi R$ 215,12/MWh, variando de R$ 200,82 a 220,80/MWh, uma média de deságio de 17,9% em relação ao preço-teto de R$ 262,00”. O LER é realizado pelo Ministério das Minas e Energia, por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), para contratação de projetos alternativos de geração de energia visando o fornecimento para os consumidores brasileiros.


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ACONTECEU...

comercializado Nesta sexta-feira, 20, associados e Foto: Estado g ede r aMinas ndo renda colaboradores do NACAB se reuniram no para as famílias. Sítio Sossego, entre Viçosa e Ervália para a Ainda de acordo construção do Plano de Ação 2015. A reunião com Leonardo, contou ainda com a participação do ilustre além do custo de membro fundador Alexandre José Firme aquisição das Vieira, que além de contribuir no p l a c a s planejamento, fez um resgate da história do fotovoltaicas, o NACAB desde o seu surgimento em 1996. sistema de No início da pequeno produtor r e u n i ã o o s integrado à rede convencional obriga às participantes famílias a realizarem um consumo mínimo, o debateram a questão que é totalmente desestimulante do ponto de energética no Brasil, vista da produção e não gera renda fazendo o n d e c o m a com que o excedente produzido se acumule contribuição do José como créditos de energia para o mês Roberto Fontes seguinte. Castro, Diretor Financeiro do NACAB, Após o almoço foi realizado o debateu-se a questão da escassez de água e planejamento das ações para o ano de 2015 como isso pode afetar a matriz energética onde se destaca o encaminhamento da brasileira. De acordo com o advogado construção de uma campanha pelo incentivo Leonardo Rezende, assessor jurídico do à micro geração de energia solar, tentando NACAB, é “um absurdo a falta de territorializar uma experiência prática de investimento do governo nas formas de produção em casas e escolas do campo, energias renováveis”, segundo ele priorizando as comunidades de famílias poderíamos investir num sistema de atingidas por barragens que já são produção doméstica de energia solar, onde as assessoradas pelo NACAB. famílias além de produzir para o próprio consumo poderiam também produzir um excedente que viria a ser distribuído e


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Presidente: Paulo Henrique Viana Secretário Executivo: Geraldo Magela Pereira Diretor Financeiro: José Roberto Fontes Castro Conselho Fiscal: Maria de Fátima Lopes e Irene Maria Cardoso Coordenadora Geral: Maria José de Souza Coordenador Administrativo: Bruno Costa da Fonseca Assessor Jurídico: Leonardo Pereira Rezende Coordenador Operacional do PRE Aliança: Antônio Maria Fortini Coordenador de Cooperativas: Riverson Moreira dos Santos Secretária Executiva: Taianara Emília Rosa Assessoria de Projetos: Elenice Aparecida Coutinho Comunicação e Marketing: Jean Carlos M. Silva Estagiária de Formação em Cooperativismo: Fernanda Lessa de Souza. Estagiária de parcerias: Danusi Rodrigues VENHA NOS CONHECER Rua Benjamim Araújo - 56, Sala 1004, Centro, Viçosa - MG.

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