Edição N.º 33 do Jornal "O Louzadense" do dia 10 de setembro de 2020

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Ano II • n.º 33 • Quinta-feira, 10 de setembro de 2020 • Diretor: José Diogo Fernandes • Quinzenal • Assinatura 20€ • Unid. 1€

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ESPECIAL NEVOGILDE P. 8 - 9

Sociedade Surto de COVID-19 no Hospital de Lousada P. 4

Espaço cidadania

Luís Ângelo Fernandes: Paixão pelos livros e por Lousada

Rute Cunha

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Grandes Louzadenses

10 de setembro de 2020 | Ed. 33 | www.olouzadense.pt

Luís Ângelo Fernandes: Paixão pe O Grande Lousadense desta semana é essencialmente conhecido pela sua imensa cultura, participação cívica e amor por Lousada!

Editorial ▐ José Diogo Fernandes diretor@olouzadense.pt

Recentemente lemos um artigo intitulado “SARSCoV-2: o acelerador disruptivo da sociedade” em que o autor (Carlos Manuel Nunes) escrevia: “Vive-se um “novo tempo” ao qual dizem chamar-se “novo normal”. Se o tempo se renova a cada fragmento de segundo é fácil aceitar que seja “novo” a cada instante. O “normal” é algo que é regular, habitual, frequente. Dizer-se “novo normal” transporta-nos para a rutura completa do “anterior normal” para este “novo normal”, que passará a ser simplesmente “normal”. Será mesmo assim? É possível definir o “normal” do mundo de hoje? Antecipar o que será “normal” no mundo de amanhã?” Lousada idealizava que caminhava segura para o “normal”, porém, surgiu mais um surto de Covid-19, desta vez no Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Lousada, além de outros focos dispersos pelo concelho. Não podemos conceber nenhuma conjetura para o futuro, pois rapidamente se desmorona. Perante isto, não sabemos bem para onde vamos! Apetece-nos citar José Régio “Não sei por onde vou, Sei que não vou por aí! Um dos nossos destaques visa esse surto e susto, que todos acompanhamos com apreensão, mas que foi resolvido sabiamente e afortunadamente houve um final venturoso. Claro, que “final” significa apenas que este caso está ultrapassado, contudo não se vislumbra o “final” de “tudo isto”, que nos constrange e apoquenta. Mais uma edição dedicada às freguesias, especialmente a Nevogilde e à sua devoção à Nossa Senhora da Ajuda. Relevamos a Associação de Solidariedade Social e o U.D. Lagoas. Nesta edição, o nosso “Grande Louzadense” é Luís Ângelo Fernandes, que consideramos um lousadense dos ‘quatro costados’. Personagem discreta, afável, com uma imensa cultura, que impulsionou a dinâmica cultural que existe hoje no concelho, escritor de pormenor, que releva Lousada nas suas viagens e nos seus escritos. Já escreveu diversos livros sobre temáticas relacionadas com Lousada e com um acervo incomum sobre o concelho. O trigésimo aniversário da Associação de Solidariedade de Nespereira e o seu arrojado projeto social, merece-nos um realce especial. Dedicamos o nosso destaque de Cidadania a Rute Cunha, pois personifica uma lousadense dedicada ao associativismo de uma forma discreta, mas incisiva e determinada. Retomamos o nosso “Louzadenses lá fora” com Rui Ferreira, que está em Marselha, França e Patrícia Silva que se encontra em Genebra, Suíça. Dois lousadenses, que não disfarçam as suas emoções quando recordam Lousada. Aproveitamos a oportunidade para realçar que muitos dos trabalhos aqui apresentados estão disponíveis em vídeo, o que permite uma outra perceção dos nossos leitores e seguidores. No “Louzadenses com Alma” recordamos um jovem que desapareceu prematuramente – Cristiano Magalhães. Acérrimo defensor do futebol em Macieira e promotor de várias incitativas desportivas. Enfim, mais uma edição com temas congruentes, que visam alcantilar a nossa condição de lousadenses. Boa leitura!

O que imediatamente ressalta no percurso profissional, cívico e cultural de Luís Ângelo Fernandes é a polivalência: professor do 1.º ciclo, da educação de adultos, professor bibliotecário e na universidade sénior; jornalista, cronista e relatador desportivo; assessor de imprensa e programador cultural; mediador da leitura e investigador da História local; animador de jovens e dirigente associativo. E, ainda, participações em projetos de teatro, antropologia, folclore e de desenvolvimento comunitário. Se acrescentarmos o interesse pela literatura, filosofia, religião, música, política e ciência, descobrimos uma personalidade multifacetada, com permanente ânsia de conhecimento, embora referindo, citando o escritor Mia Couto, serem casas que visita, mas onde não pretende habitar. E ressalva: “O importante não é o saber, mas, sim a sabedoria – e nisso estou muito atrasado…” Nascido a 31/10/1962, em Cristelos, cresceu num ambiente estimulador da cultura e das artes, por entre histórias, música e jornais. Aprendeu a ler com 4 ou 5 anos a partir do jornal “O Primeiro de Janeiro”, que seu pai, Rodrigo Fernandes, músico e compositor da Banda de Lousada, comprava diariamente. Na Vila fez a instrução primária, com o mítico Prof. António Ildefonso dos Santos, o ciclo preparatório, no atual edifício novo da Câmara, e o 9.º ano, no saudoso Colégio Eça de Queirós. Devido à ausência de ensino secundário, rumou a Penafiel, onde completou o 12.º ano e o curso do Magistério Primário (1985). Já no Porto, especializou-se em Animação Comunitária e Educação de Adultos na Escola Superior de Educação (1999) e concluiu o Mestrado em Educação e Bibliotecas na Universidade Portucalense (2011). Lecionou em várias escolas do concelho, Minho e Ribatejo, coordenou um programa concelhio de combate ao insucesso escolar, dirigiu o “Jornal Escolar de Lousada”, experiência pioneira a nível nacional, e incrementou em Sousela, com outra lousadense, Prof.ª Celeste Marques, um original projeto de animação comunitária com grande envolvimento da freguesia, originando o atual Parque de Lazer. Atualmente, exerce no Agrupamento de Lousada Oeste (Nevogilde), com especiais responsabilidades na promoção da leitura. No jornalismo iniciou-se com 18 anos no “Jornal de Lousada” transitando para o TVS na fundação do jornal, em 1982, como primeiro chefe de redação, no qual ainda se permanece como cronista. Colaborou também em muitos outros órgãos da imprensa escrita e radiofónica, mantendo-se, ainda hoje, como relatador de desafios de futebol. E foi a sua experiência na comunicação social que o levou à Câmara Municipal em 1991, criando o

Gabinete de Imprensa. A vocação para a atividade cultural derivou-o para o cargo de programador cultural, que ainda desempenha, coincidindo com um período de público dinamismo, sendo Lousada justamente reconhecido como Município de elevada competência nesta área. O mérito, afirma, está na política da autarquia, nos agentes culturais e nos lousadenses, “sem os quais nenhum progresso seria possível”, tanto mais que, anteriormente, Lousada não dispunha de qualquer equipamento de dinamização cultural. “Eram tempos de atraso e de carência, apesar do grande empenho

de alguns responsáveis, como o vereador Prof. Fernando Trigo”. Foi a partir da presidência do Dr. Jorge Magalhães que a situação se inverteu: “O Dr. Jorge Magalhães foi um autêntico revolucionário, liderando um processo de transformação verdadeiramente notável, em todos os setores e em todo o concelho”, considerando, igualmente, “absolutamente decisivo” o trabalho dos vereadores, sobretudo do Prof. Eduardo Vilar e Prof. José Santalha, “inserido num conceito global de desenvolvimento muito bem prosseguido e atualizado na liderança do Dr. Pedro Machado”.


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elos livros e por Lousada

▲Celebração do 25 de abril com a presença de Mário Soares

Para além da convivência com grandes figuras da cultura nacional, nomeadamente a entrevista pública, em 2010, com o Dr. Mário Soares, o nosso entrevistado salienta, especialmente, a elevada cumplicidade com o músico e cantor Pedro Barroso, falecido em março passado, os escritores António Mota – já seu grande amigo de outras andanças –, António Torrado, José Fanha, Álvaro Magalhães, Isabel Alçada e João Pedro Mésseder, os cartunistas

editados pela Câmara Municipal, a coordenação de obras sobre a História da freguesia de Nevogilde e a biografia do Prof. Tomás de Barros, com edições da Escola Básica de Campo, e colaborações dispersas em muitas outras publicações. Em todas as intervenções, um aspeto comum: Lousada, de que não consegue distanciar-se. “Tenho fortíssima ligação ao concelho,

▲Luís Ângelo Fernandes na apresentação do livro História da educação em Lousada

Luís Afonso e Onofre Varela e a atriz Sara Barros Leitão. Mas o desempenho de Luís Ângelo Fernandes desenvolveu-se também noutras áreas, com funções dirigentes na Associação Desportiva de Lousada (futebol, secção juvenil e Hóquei em Campo), Cruz Vermelha, Bombeiros Voluntários, LADEC e Grupo de Jovens Luz Verde (Cristelos), na Empresa Lousada Século XXI e na Assembleia de Freguesia de Cristelos, para além de integrar o Núcleo Local de Inserção e a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens. Nos últimos tempos, reforçou a divulgação do passado histórico local, nomeadamente com a publicação de livros sobre a História do Desporto, da Educação e do Hóquei em Campo (este em coautoria com Carla Magalhães),

às práticas, às pessoas, e vejo em cada lugar evocações constantes da história e do património. E continuo a conviver diariamente com importantes lousadenses que já partiram, não por luto, porque a maioria nem conheci, mas buscando neles exemplo e inspiração.” Quem, por exemplo? Conde de Alentém e Sousa Freire, Prof. Marnoco e Sousa e José Teixeira da Mota, Dr. Abílio Moreira e Coronel Soares de Moura, Dr. Arnaldo Mesquita, Amílcar Neto e Dr. Mário Fonseca. E quem descreveu melhor Lousada? “Sem dúvida Augusto de São Boaventura, com o memorável livro «Saudades! Saudades!», com um refrão emocionante: “Lousada, que foste a maior maravilha da minha mocidade e és a maior saudade da minha velhice!”.

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Sociedade

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Surto de COVID-19 no Hospital de Lousada Estes últimos dias foram alarmantes para Lousada e em especial para Santa Casa de Misericórdia de Lousada (SCML), proprietária e responsável pela administração do Hospital de Lousada (HL). O Louzadense relata todos os acontecimentos desses oito dias intensos de ocorrências, bem como alguns factos menos conhecidos. No dia 1 de setembro, uma funcionária do Hospital de Lousada terá acusado positivo no teste à COVID-19. Soubemos que, no dia seguinte, houve reuniões entre os responsáveis pelo HL e diversas entidades locais e regionais relacionadas com o assunto em causa, nomeadamente a Delegação de Saúde Pública, Rede dos Cuidados Continuados, ACeS Tâmega III Vale do Sousa Norte, Centro Hospital Tâmega e Sousa, Proteção Civil, Câmara Municipal, entre outros. Nesse mesmo dia, à noite, o HL emitia o primeiro comunicado onde referia “que identificou um surto de Covid-19 que teve lugar na Unidade de Cuidados Continuados Integrados da instituição. Foi acionado o plano de contingência criado para o efeito, sendo todos os utentes e colaboradores submetidos a teste para identificação de casos positivos. À data, todos os doentes encontram-se com um quadro clínico estabilizado. A Misericórdia de Lousada, no cumprimento com os procedimentos legalmente instituídos, reuniu-se com as entidades competentes para delinear o plano de ação para minimizar os impactos do surto identificado, estando a ser tomadas as medidas adequadas e proporcionais à situação”. Este comunicado gerou alguma ansiedade na população, devido fundamentalmente a algumas notícias emitidas pelos meios de comunicação social, que avançavam com um número maior de infetados nessa unidade do HL. O Louzadense encetou contactos com alguns dirigentes do HL, mas remeteram-nos para futuros comunicados, “pois iria ser assim a opção de comunicação do HL”.

No dia 3 de setembro, soubemos que mais reuniões aconteceram, no sentido de resolver as questões dos doentes infetados, mas a dificuldade de encontrar um local para receber os doentes COVID-19 criou algum impasse nas medidas a tomar. Sabemos, agora, que a opção foi retirar os utentes que não estivessem infetados dessa Unidade de Cuidados Continuados. As dificuldades das entidades regionais e nacionais para encontrarem um local que aceitasse receber esses utentes não infetados foi evidente. Esses utentes tiveram de ser transportados para o Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro - Rovisco Pais, em Cantanhede. O Louzadense apurou que o Hospital Miliar do Norte teria condições para receber esses doentes, mas não conseguiu saber a razão de não ter sido aproveitada essa disponibilidade. Entretanto, a SCML enviou o segundo comunicado às redações da imprensa: “A Santa Casa da Misericórdia de Lousada vem a público comunicar que após a realização dos testes foram identificados 18 casos positivos de Covid-19, dos quais 12 são doentes e 6 profissionais de saúde. Dos utentes com resultado inicial negativo, alguns encontram-se a aguardar resultado de novo teste realizado por terem iniciado sintomatologia. Dos 12 doentes, 2 apresentaram sintomatologia que levou à transferência para o hospital de referência, os restantes encontram-se

com um quadro clínico estabilizado. Ao longo do dia, ocorreram reuniões de articulação com as entidades competentes, com o objetivo de garantir o melhor acompanhamento e segurança dos doentes e profissionais da Unidade de Cuidados Continuados da instituição. Nessas reuniões ficou decidido transferir os doentes que testaram positivo para uma nova ala de internamento do Hospital de Lousada, cuja construção foi recentemente concluída, de modo a garantir-se um maior isolamento entres grupos, bem como o seu acompanhamento clínico mais dedicado.” Entramos no quarto dia de acontecimentos. Soubemos que o HL resolveu suspender ainda na quinta-feira as cirurgias a partir do dia seguinte e começou uma luta contra o tempo, ao contactar todos os seus colaboradores (médicos, enfermeiros, auxiliares e administrativos) que passaram pelo HL nas últimas semanas, para serem testados numa unidade que foi montada na garagem do Centro de Saúde de Lousada pela Delegação de Saúde Pública. Entretanto, por medida de precaução, o HL, em articulação com a Saúde Pública, resolveu suspender toda a sua atividade a partir da tarde dessa sexta-feira. Também apuramos que foi com muito esforço de alguns colaboradores da SCML que foi possível agilizar a preparação da nova ala da ampliação do HL

Município celebra Semana Europeia do Desporto De 23 a 30 deste mês assinala-se a Semana Europeia do Desporto, à qual o Município de Lousada se associa, tendo como madrinha a atleta Sara Catarina Ribeiro. Durante a semana o átrio das Piscinas Municipais vai ter patentes exposições acerca do tema em destaque. No dia 24, quinta-feira, é deixado o convite “Vem correr com a Sara Catarina Ribeiro”, a partir das 19h00, na Pista de Atletismo do Complexo Desportivo de Lousada. Na sexta-feira, dia 25, vão realizarse duas atividades: a primeira é uma ação de formação online destinada

a agentes desportivos, e a segunda é a dinamização de atividades online para crianças. No dia seguinte, 26 de setembro, o Lousada Ténis Atlântico promove “Non Stop de Pares”. A caminhada do Centro Social e Paroquial de Caíde de Rei, que começa nesse mesmo dia, “Juntos pelo comboio do avesso”, é a atividade escolhida para celebrar. Na segunda-feira, dia 28, o Complexo Desportivo recebe “Desporto inclusivo para todos”. No último dia desta Semana Europeia do Desporto, terça-feira, as

atenções vão estra voltadas para os seniores ativos, com a promoção de atividades nos domicílios. A Semana Europeia do Desporto é desenvolvida pela Comissão Europeia e pretende promover o desporto e a atividade física em toda a Europa. Neste momento de pandemia as iniciativas vão decorrer de um modo diferente do habitual, sendo que o tema da campanha continua a ser #BeActive, de modo a incentivar a população, independentemente da idade, a ser ativa durante todo o ano.

para receber os doentes COVID dos Cuidados Continuados. Soubemos que, perto das 3h da madrugada de sábado, todos os doentes estavam instalados nessa zona do hospital. Entretanto, todo o hospital era alvo de desinfeção por uma equipa perita nesses procedimentos. Ainda nessa sextafeira durante a tarde, Lousada assistia a um “comboio” de ambulâncias, organizado pela Proteção Civil Regional, para transferir os utentes dos Cuidados Continuados para Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro - Rovisco Pais. O trânsito foi cortado e as pessoas que desejavam aceder à avenida Arrochela Lobo (que dá acesso ao HL), eram intercetadas pela GNR. O aparato foi pouco habitual e, aos olhos dos populares, um pouco exagerado, uma vez que se tratava do transporte de apenas 11 doentes não infetados. No sábado de manhã, chegou à nossa redação o terceiro comunicado da instituição: “A Santa Casa da Misericórdia de Lousada vem a público comunicar que por medida de precaução e após articulação com a saúde pública suspendeu temporariamente todos os seus serviços, mantendo apenas os serviços mínimos necessários. Após encerramento deu-se início à coordenação com as entidades competentes para a transferência de 10 doentes que testaram negativo para COVID-19, para a instituição Rovisco Pais, para a tipologia de convalescença. Restruturamos e concluímos o piso 2 da nova ala do Hospital de Lousada para a criação de uma área COVID-19. Foram criados todos os circuitos e implementados procedimentos que garantem o isolamento total da área COVID-19 do restante hospital, tendo os doentes sido transferidos na noite de 04/09/2020, em segurança, para a nova área COVID-19. As instalações têm capacidade para 20 doentes COVID-19, sendo que neste mo-

mento temos 17 lugares ocupados e duas reservas de vaga para os dois doentes que agudizaram e que se encontram no hospital de referência. Os doentes internados na área COVID-19 do Hospital de Lousada encontram-se estabilizados. Foi desencadeado um processo de desinfeção e limpeza por equipa especializada, foram revistos os circuitos esperando que em breve seja possível retomar toda a atividade clínica do hospital.” O Louzadense sabe que, no domingo, se verificaram vários contactos entre o HL e a Autoridade de Saúde Pública, no sentido de começar a preparar a possível abertura dos serviços do HL. Nessa altura, já saberiam dos resultados negativos dos colaboradores do hospital. Pelos vistos, o HL começou a avisar esses colaboradores dos resultados durante a madrugada de domingo. Nas redes sociais, muitos deles começavam a dar nota disso nas suas mensagens positivas e de regozijo por tudo estar a correr bem. Nesta segunda-feira, chegou o quarto e último comunicado da SCML: “A Santa Casa da Misericórdia de Lousada vem a público comunicar que foram realizados testes a todos os colaboradores que exerceram atividade no hospital. Dos 231 testes realizados, foi identificado mais um caso positivo de um colaborador da Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) que já se encontrava antecipadamente em isolamento profilático, comprovando uma vez mais que o vírus ficou restrito apenas a esta Unidade. Relativamente aos doentes internados na ala COVID-19 recentemente criada, manteve-se o número de doentes infetados, não havendo alterações relevantes do seu quadro clínico. Os dois doentes agudizados continuam no hospital de referência. No seguimento dos resultados obtidos nos testes COVID-19 realizados, foi validado por parte da Unidade de Saúde Pública a retoma da atividade clínica. Desta forma, e em cumprimento das orientações emanadas, a Santa Casa da Misericórdia de Lousada procederá a abertura de todos os serviços, com medidas de prevenção reforçadas, garantindo sempre a segurança dos seus utentes e colaboradores.

BioLousada regressa para falar de polinizadores A casa das Videiras recebe no dia 12, sábado, entre as 9h30 e as 12h30, de modo presencial, uma nova atividade do projeto BioLousada. O tema é “Construção de abrigos para abelhas” e tem como formadora Andreia Albernaz, do projeto Apis Domus. As abelhas são muito diversas nas suas características físicas, como o tamanho a cor ou pilosidade, mas também ecológicas. Algumas espécies são altamente especializadas, outras são muito plásticas e adaptáveis. Também diferem em termos sociais, com algumas nidificando em enormes famílias e outras preferindo a tranquilidade individual. Podem construir os próprios ninhos ou ocupar locais abandonados;

abrigar-se debaixo de terra, acomodar-se à superfície ou procurar uma “casa com vista para o mar”. Conhecer as abelhas é o primeiro passo para a sua proteção. Depois de compreender melhor o mundo das abelhas, vai ser possível aprender a construir-lhes o abrigo perfeito, usando materiais locais e/ou reutilizados com uma boa dose de imaginação à mistura. Inscrições obrigatórias e atribuídas por ordem de inscrição, até ao limite de vagas: https://forms.gle/Ef9NAHSwLJeywFX66


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Louzadenses preocupados com o aumento de Preparação da abertura do ano escolar em Lousada infetados de Covid19 em Lousada Infelizmente, o número de casos de Covid-19 tem registado uma tendência de subida, no país e também no concelho. O Louzadense esteve à conversa com alguns lousadenses para saber o que pensam da situação, numa altura em que a abertura das escolas será a grande prova de fogo na luta contra o contágio.

1. Como é que tem encarado o aumento de casos de Covid19 no concelho? 2. Qual a avaliação que faz do trabalho das entidades públicas a este respeito? 3. Como avalia também o comportamento das pessoas neste momento? 4. Teme que a abertura das escolas possa piorar o problema? 5. Quer deixar uma mensagem aos nossos leitores?

Rui Cunha, diretor comercial, 44 anos

1. Com muita preocupação, uma vez que a rede de contágio tem sido muito abrangente. 2. Apesar de considerar que estão a fazer o melhor possível, penso que as medidas a nível de contacto social têm que ser mais restritivas, até mesmo ser implementadas as regras do estado de emergência. 3. De uma forma geral, agem com muita negligência e minimizam o risco de contágio. 4. Sim, sem margem para dúvida. 5. Com o empenho de todos e os cidadãos e responsabilidade de todas as autoridades, poderia ser minimizada a probabilidade de contágio. Nada que não estivesse previsto acontecer o que vivemos neste momento, pois verificou-se muita negligência no período de férias.

José Carlos Magalhães, escriturário, 32 anos

1. Tenho encarado o aumento dos casos de Covid19 com muita preocupação, pois no início ninguém tinha consciência da gravidade e da forma fácil como o vírus se propaga. Agora já todos sabemos, mas ele continua a propagar-se de forma fácil. Não podemos facilitar e continuar a ter em atenção todos os cuidados. 2. A nível local, o Município faz o que está ao seu alcance para que o vírus não

se propague. Certamente que podiam fazer mais, mas para isso o governo teria que atribuir verbas para o efeito. Mas também só sei de forma superficial o que está a ser feito, pois as informações são poucas. 3. Sou um cidadão que trabalha e vive em Lousada. Durante o dia, vejo que as pessoas cumprem o que lhes é pedido, uso de máscara, desinfeção das mãos à entrada e saída dos edifícios. Alguns locais aos quais as autoridades deveriam ter mais atenção são a zona do parque urbano, ao fim de semana e à noite, pois tem sempre um grande aglomerado de pessoas até de madrugada. Entendo que o comércio não pode parar, mas deveria haver limite de horários, assim como um controlo na venda de álcool. Tenho conhecimento de festas em que às 2.30h da manhã há fogo de artifício, música, álcool e aglomerado de pessoas, o que em tempo de pandemia não deveria existir. Entendo que os mais jovens precisem de se divertir, mas também entendo que é preciso responsabilizar todas as faixas etárias, para que esta pandemia não seja mais dramática do que está neste momento a ser. 4. A abertura das escolas vai piorar o problema, mas as escolas precisam de ser abertas. Às vezes passa-nos ao lado, mas as escolas são das coisas mais importantes que temos para que a economia não pare e nós não estamos a perceber isso, os políticos não estão a perceber isso. Se as escolas encerrarem, os nossos filhos ficam em casa, ficam em casa com quem? Com o pai ou com a mãe, significa que um progenitor não pode trabalhar, então começa a economia a fraquejar e em pouco tempo estamos novamente em confinamento total e é o colapso da economia. Já temos exemplos nos países vizinhos, Espanha e França, que estão a ter dias caóticos. França fechou as escolas 4 dias depois de as terem aberto. Temos de dar o devido valor às nossas escolas. Porque é que os professores e os funcionários das escolas não são obrigatoriamente testados antes do início das aulas? Fica caro, o Município não pode suportar a despesa obviamente, o governo deveria, mas marimba-se para isto. O importante é não divulgar muitos casos a ver se isto passa... Se não aguentarem o barco, demitem-se e depois que se salve quem puder. Quem padece? 10 milhões de portugueses. 5. Acima de tudo responsabilidade. Responsáveis por nós e responsáveis pelos outros. Não podemos ouvir, perceber que é preciso fazer diferente e dizer que sim, mas depois fazer tudo igual, porque só acontece aos outros. Estamos todos sujeitos e já percebemos que não nos podemos pôr a jeito.

Tito Brandão, sócio-gerente de agência de viagens e transporte de passageiros.

O Município de Lousada e o executivo dos Agrupamentos de Escolas, com a colaboração da Equipa de Saúde Ambiental da Unidade de Saúde Pública do ACeS Tâmega III – Vale do Sousa Norte e da Unidade de Cuidados na Comunidade de Lousada, termina hoje a visita a todas as escolas da rede pública do concelho tendo como finalidade a implementação das medidas orientadora para a abertura do novo ano escolar. Planos de contingência, medidas de higienização, salas de isolamento e recomendação da medição de temperatura são alguns dos temas que estão a ser trabalhados de forma a assegurar a abertura de todas as escolas no próximo dia 17 deste mês. Em paralelo decorrem já ações de formação para pessoal não docente, seguindo-se para os docentes e para os encarregados de educação esclarecendo e alertando para algumas normas a implementar por toda a comunidade educativo em ano de pandemia. Hoje dia 9, realizou-se nos Paços do Concelho, uma sessão de esclarecimento dirigida às juntas de freguesia que realizam transporte de crianças.

1. O aumento já se estava a prever, pois as pessoas começaram a facilitar. Com a deslocação de pessoas para férias e os imigrantes era de esperar uma segunda vaga. 2. Muitos serviços não estão a funcionar bem e a Covid é a desculpa. Que medidas tomaram? 3. Sinto que as pessoas estão mais preocupadas. 4. A PenaTravel, nos serviços regulares ainda vai trabalhando (transporte de trabalhadores e escolas profissionais). Neste momento, estamos apreensivos. Como vai ser o transporte escolar, uma vez que a lei só permite 2/3 nos transportes públicos e escolares? Será que os pais vão autorizar a transportar as crianças nos transportes de carreiras públicas onde não há controle? 5. A mensagem que deixo é para terem cuidado, irem em frente e seguirem o melhor caminho, pois não podemos parar

Maria Teresa Pacheco Fernandes, aposentada, 56 anos 1. Infelizmente, fico preocupada. Como é o centro, é provável que seja essa a razão. 2. A avaliação que faço em relação às entidades é que estão a trabalhar muito bem. 3. Atendendo ao número de casos, a situação pode tornar-se mais complicada para os alunos. 4. Atendendo ao número de casos, a situação pode tornar-se mais complicada, para os alunos e também para os professores.

CARTÓRIO NOTARIAL (Lic. ANA LUISA DA COSTA RODRIGUES FERREIRA) (Praça das Pocinhas, 51, r/c, Lousada) JUSTIFICAÇÃO

----------Certifico, narrativamente, para fins de publicação que por escritura lavrada em 03/07/2020 , no livro de notas para escrituras diversas deste Cartório Notarial número 72-A, de folhas 61 a folhas 63, LUÍS ANTÓNIO FREIRE VIEIRA, NIF 125. 196.601, (CC nº 05870569 emitido pela República Portuguesa com validade até 14/02/2028), natural da freguesia de Nevogilde, concelho de Lousada e mulher MARIA FERNANDA BAPTISTA FERREIRA, NIF 125.196.555, (CC nº 05892290 emitido pela República Portuguesa com validade até 15/12/2027), natural da freguesia de Nevogilde, concelho de Lousada, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua Penedo de Cima, nº 49- declararam que retificam a escritura pública de justificação, outorgada em nove de outubro de mil novecentos e noventa e seis, no extinto Cartório Notarial de Lousada, lavrada a partir de folhas setenta do Livro de Notas para Escrituras Diversas número noventa e seis-C, no sentido de que o prédio não sofreu qualquer alteração na sua configuração sempre teve a área agora rectificada e, que, a fim de permitir a rectificação da área para efeitos de registo predial, rectificam a referida escritura de justificação no sentido de ficar a constar que aquele prédio urbano era, e sempre foi constituído por, cave e rés do chão com superfície coberta de cento e dezassete metros quadrados e quintal com a área de quatrocentos e noventa e dois metros quadrados, sito no lugar de Penedo de Cima ou Boavista, atualmente Rua do Penedo de Cima, nº 49, na dita freguesia de Nevogilde, a confrontar do norte com caminho público, sul com Avelino Moreira, nascente com Raul Agostinho de Sousa Moreira e do Poente com José de Sousa, descrito na respetiva Conservatória do Registo Predial de Lousada sob o número trezentos e trinta e seis/ Nevogilde e inscrito no artigo 537. _________________________ ___ Que em tudo o mais confirmam o conteúdo daquela justificação. _________ ---------Está conforme o original, declarando-se, que na parte omitida nada há que amplie, restrinja, modifique ou condicione a parte extractada. Cartório Notarial da Lic. Ana Luísa da Costa Rodrigues Ferreira, sito à Praça das Pocinhas, 51, r/c, Lousada, 03 de julho de 2020. A Notária (Ana Luísa da Costa Rodrigues Ferreira)


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Momentos especiais

10 de setembro de 2020 | Ed. 33 | www.olouzadense.pt

30 anos da Associação de Solidariedade de Nespereira: o sonho mais perto da realidade Pedro Magalhães é presidente da Associação de Solidariedade de Nespereira, que completou este ano 30 anos. Três décadas de existência comemoradas de forma especial, já que está em curso um projeto arrojado para o futuro de Nespereira e do concelho de Lousada: as novas instalações da Associação.

financiamento será pago pelo Norte 2020. Este projeto estava previsto para 720 mil euros, mas começou a ser feito em 2015. A estimativa orçamental foi feita no início de 2018 e estamos em 2020. Fizemos recentemente uma primeira parte do concurso público e estamos agora próximos dos 900 mil euros base. Estivemos a repensar. Para além do Norte2020, temos de recorrer às nossas receitas e ao município, que já nos garantiu apoio, pelo menos em parte. Vamos ter de recorrer também à banca, e precisamos do contributo dos nespereirenses e dos lousadenses. Vamos conseguir pagar os custos da obra. Se for necessário um empréstimo, fizemos um estudo: com as nossas receitas, conseguiremos suportar o empréstimo.

É presidente há 10 anos, mas a história da Associação tem já três décadas. Este ano celebramos o 30.º aniversário. O início da Associação remonta a 1990, mas foi pensada nos anos 80 e concretizada apenas a 21 de Março de 1990. Há um conjunto de pessoas que marcam o início desta associação. Um deles é o sócio número um, o senhor José Nunes, que faz parte da associação. Teve um papel importantíssimo como todos os outros na fundação desta associação, e ainda é um pilar importante. Na primeira fase, a associação foi fundada, mas não tinha valências, conforme acontece com todas as associações. Ela foi fundada em 1990 e trabalhou numa primeira fase para arranjar receitas para concretizar o edifício que iria dar valências à instituição. Mas é como tudo, faltando dinheiro, a motivação quebra-se um bocadinho e para-se para fazer novos balanços. Houve de facto uma paragem para balanço. Após alguns anos, na segunda fase, criaram-se estas novas valências, até ao momento.

As instalações debaixo da Junta são já pequenas para as necessidades... Em termos de localização, as instalações da instituição funcionam por debaixo da junta de freguesia e do Rancho Folclórico. É um edifício de partilha do espaço. No fundo, está na totalidade do espaço a nossa associação e, em cima, repartido, a Junta e o rancho Folclórico de Nespereira. Quando foi

Que mais-valia traz o novo espaço em termos da vossa oferta?

▲ Pedro Magalhães, presidente da Associação de Solidariedade de Nespereira

criado, servia para as necessidades da época. Foi legalizado, com uma capacidade para centro de dia (20 pessoas), serviço de apoio domiciliário (20 pessoas) e para a creche (35 crianças). São estas as valências que temos. E temos uma procura muito grande de todas estas valências. Até nos custa não termos capacidade de resposta às pessoas. Temos o espaço limitado e não podemos exceder, pois estaríamos a cometer uma ilegalidade. Além disso, temos os funcionários de acordo com esta lotação, atualmente 16 funcionários, pessoas incansáveis, inexcedíveis! A nossa maior publicidade é aquela que passa depois de cliente em cliente, que tem sido sistemática. Eu também fui cliente e já conhecia esta vertente humana das colaboradoras, que deixam as pessoas muito mais tranquilas.

Que dificuldade sentiram nesta fase de pandemia, nomeadamente no centro de dia?

▲ Alçados do projeto das novas instalações da ASS de Nespereira

Sentimos uma falta imensa da parte humana. A parte da creche abriu em junho e correu bem. Esperávamos que viessem ordens para a abertura dos centros de dia. Notávamos que os idosos estavam carentes desta proximidade, do convívio a que estavam habituados. Passaram muitas horas nesse período sozinhos em casa. Nós fazíamos a domiciliação dos centros de dia, íamos muitas vezes com uma expectativa de uma hora, que muitas vezes não chegava. A parte psicológica e mental começa a ficar afetada e há já problemas que nunca mais serão resolvidas. Estamos agora a trabalhar para abrir a 15 de agosto, com um conjunto de regras associadas ao centro de dia. Estamos a procurar cumpri-las todas. É a parte mais burocrática, carece de uma análise médica individual de cada utente, o que só possibilitará a abertura em meados de setembro. Em termos de instalações, não será possível abrirmos nas mesmas instalações, pois há uma ligação com a creche. Com a abertura do centro de dia, vamos aproveitar um espaço que a junta de freguesia tem mesmo ao lado da nossa instituição. Para quem conhece, é um salão muito amplo, com muita luminosidade, que tem casas de banho e uma copa. Com a colaboração da Junta de Freguesia (à qual faço o meu agradecimento na pessoa do presidente de Junta) já se procedeu a todas as obras de requalificação do espaço, de pintura, da parte elétrica, melhoramento das casas de banho, climatização...

Tudo isto com a colaboração da Junta e da Autarquia. Os técnicos da Segurança Social vêm avaliar o espaço e as autoridades de saúde, mas estou em crer que aquilo permite que o centro de dia funcione de forma isolada. Tem refeitório, sala de convívio, tem todas as condições, garantindo as regras de segurança impostas pela DGS.

As novas instalações vêm suprir uma grande necessidade de espaço. Fale-nos desse projeto. Efetivamente, já era uma aspiração de há muitos anos fazer um novo edifício. Na altura, pensava-se no programa PARES e estava-se na expectativa. Ao lado da instituição, havia um terreno e inclusive existiu projeto para isso. Quando entramos na instituição, já lidamos com este sonho. Em 2015, surgiram outras condições para isso, pelo facto de se terem criado no concelho novos espaços escolares. Há um conjunto de edifícios que ficaram devolutos, que têm sido entregues às instituições, às juntas de freguesias... Nós solicitamos um ao município, que entendeu, e bem, que um dos edifícios poderia vir para a associação, a escola da Boavista. Projetamos a remodelação do espaço nesse edifício e vamos ficar com uma capacidade extraordinária. O edifício que lá está ainda conserva umas boas estruturas e tem um logradouro muito significativo. Vamos passar a ter quase três mil metros de área, quando agora estávamos confinados a 700 m2 de área.

Quais serão as fontes de financiamento e o valor da obra? Nós trabalhamos na expectativa de que viesse um programa para nos candidatarmos. Neste caso, surgiu o Norte 2020, pelo que grande parte deste

Reforça a nossa capacidade de resposta. Nós, no edifício onde estamos, atualmente, temos uma capacidade no centro de dia para vinte pessoas e só temos acordo para 13 utentes. Com o novo espaço, vamos passar de 20 para 36 de capacidade legal para o centro de dia. O serviço de apoio domiciliário passará de vinte para quarenta, e na creche iremos passar de trinta e cinco para quarenta e duas crianças, um aumento menor, mas significativo. Estes aumentos só são possíveis devido ao aumento do espaço que vamos ter e a capacidade de resposta futura para todas estas valências. Vamos ter novos recursos humanos, dependendo dos rácios da segurança social. Este projeto do Norte2020 garante-nos os acordos de cooperação PROCOOP (Programa de Celebração ou Alargamento de Acordos de Cooperação para o Desenvolvimento de Respostas Sociais), de forma automatizada para este espaço em concreto.

Para quando o início das obras? Contamos iniciar as obras no final de setembro ou início de outubro. Estamos neste momento no segundo concurso público e, se correr bem desta vez, a partir do dia 7 de setembro vamos abrir as propostas. Contamos que em outubro se comece estas obras. Prevemos 42 dias para a execução. Nesse sentido, no final de 2021, teremos tudo concretizado, não existindo problemas pelo caminho. Agradeço à direção da instituição, que tem sido uma direção presente e amiga e agradeço a todos os sócios que colaboram com a instituição e desejo que mantenham este espírito de colaboração. Espero que colaborem na ajuda que iremos precisar para a concretização deste projeto, um projeto de todos e para todos.


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Espaço Cidadania

www.olouzadense.pt | Ed. 33 | 10 de setembro de 2020

Rute Cunha: É importante crescermos, tornamo-nos melhores pessoas. Formada em animação cultural e educação comunitária, Rute Cunha trabalha em dois pelouros na Câmara Municipal de Lousada, o da juventude e da cultura, e ainda lhe sobre tempo para o associativismo, dendo presidente da associação Vidas em Cena.

O associativismo faz parte da sua vida. Como consegue gerir o tempo? Eu acho que o tempo não manda em nós, nós é que mandamos nele. Temos de o gerir e de priorizar as coisas, organizar o tempo do trabalho e da nossa vida pessoal. É óbvio que sobra tempo para aquilo que gostamos de fazer, neste caso para o associativismo.

Esteve desde o início na formação da LADEC- Lousada Associação de Eventos Culturais. Como foi essa participação, já que curiosamente é constituída maioritariamente por homens? Foi há 10 anos, em 2010, quando surgiu um convite irrecusável, feito pelo Joaquim Gonçalves, pessoa que eu muito estimo, mas também pelas restantes pessoas que iriam integrar essa associação, pelas quais tenho muita consideração. Além disso, também é importante a missão da própria associação, que vai um bocadinho ao encontro daquela que é a minha formação de base e que quis, de alguma forma, fazer a diferença no panorama cultural de Lousada. Estavam reunidos todos os motivos para me associar.

respeito ao cartaz, que é discutido em trabalho de grupo, não houve problema nenhum. Houve problema já as festas estavam prestes a começar, isto porque eu sou um pouco esquisita e tenho as minhas ideias, os meus gostos, e eu queria uma iluminação em tom branco, uma cor mais suave, não queria as cores berrantes, vermelhos e azuis... O senhor da iluminação apresentou-me um catálogo e eu fiquei fascinada e fiz a minha escolha. E eis que constato que o senhor, ao colocar as iluminações, pôs tudo aquilo que eu tinha dito que não queria. Fiquei muito chateada. Fui falar com o senhor e pedi-lhe para mudar aquilo. Ele não ficou satisfeito. Não sei se realmente foi o facto de eu ser uma rapariguinha na altura que o levou a reagir assim tão mal. Apesar de não ter a iluminação que eu queria, as festas lá se fizeram, com aquela parolada, para mim era o termo. Apesar do descontentamento, tinha uma missão maior. A outra é do conhecimento público: a malfadada tourada foi no meu ano. Há pormenores que nunca chegam a ser devidamen-

isso pressupõe um entendimento do que é a tradição e cultura. Se toda a gente tem essa capacidade e esse conhecimento é questionável. Até mesmo as pessoas que estão no setor cultural não sabem a abrangência desta área no setor. Não acredito que no séc. XXI as pessoas não estejam informadas, pois a informação está ao alcance de toda a gente. Na dúvida, as pessoas podem pesquisar e tirar essa mesma dúvida. Acho que tem a ver mais com a aceitação dos valores, nomeadamente a questão da proteção e defesa dos direitos dos animais. Eu não estou ligada a nenhuma associação, mas sou acérrima defensora dos direitos dos animais. Sem dar grande visibilidade, tenho muito trabalho nessa matéria. Em relação à tourada, na verdade, se eu como carne de vaca, não posso ter uma opinião 100% contra a tourada. Agora, se eu vejo tourada, não; se a defendo, não defendo; se eu escolheria que não houvesse, sim escolheria. Passava bem sem ela.

Chegou a ser presidente da comissão de festas em honra do Senhor dos Aflitos. Como é que foi essa experiência? Foi com alguma surpresa que recebi o convite, pois não estava a contar com o convite para encabeçar a lista da comissão de festas. No entanto, eu sabia que tinha muitas pessoas a apoiar-me, nomeadamente as pessoas da LADEC. Foi com satisfação e com muito orgulho! Não fui a primeira mulher, pois já houve a Palmira Meireles e a Miquinhas do Armador. Aceitar esse convite também veio dar continuidade àquilo que eu já fazia, pois eu já fazia parte das festas, direta e indiretamente, há muito tempo. Comecei com o senhor Pires da Boavista, nos peditórios. Foi aí que começou a surgir o bichinho, esse amor às Festas Grandes, aliado ao espírito bairrista que todos nós temos. Foi com satisfação que em 2010 me associei às festas e em 2012 aceitei o convite para presidente.

te esclarecidos. Quero dizer apenas que eu não defendo as touradas. Já na altura eu tinha dito isso. O caricato é as pessoas confundirem um momento da nossa vida com aquilo que somos na realidade. Foi preciso muita força para conseguir lidar com as críticas, algumas ofensas pessoais, atentados ao meu bom nome, conotarem-me com certas coisas que eu não defendo de todo... Mas, do alto dos meus trinta anos, consegui na altura contornar essa situação. Tive sempre comigo a comissão, o Senhor Guilherme, o senhor Gonçalves o senhor Barbosa, que são uma espécie de pais, ou tios para mim. As dificuldades superam-se quando estamos acompanhados das pessoas certas. Foram dois pontos marcantes das festas da minha organização.

Tive dois episódios muito engraçados: um deles é público, o outro foi interno, mas um bocadinho caricato. No que diz

Como sabemos, a tourada está instituída como tradição, como cultura. Aceitar

Acha que a população está Teve alguma peripécia bem informada para opinar curiosa nessa edição de fes- verdadeiramente sobre a tas? tourada?

Mesmo em pequena não entendia aquele tipo de espetáculo. Eu acho que a defesa dos direitos dos animais vai às vezes até ao irracional. Há pessoas tão fanáticas que às vezes perdem a noção dos limites e em relação à tourada foi isso que na altura aconteceu. Nem sequer fui eu que decidi sobre a legalização da tourada em Lousada.

nância com isso.

da direção de Vidas em Cena.

A questão de género penso que passa também por outra questão, a de um sistema que é permissivo. Basta ver os casos de violência doméstica, como eles são processados e no que usualmente culminam. Acho que é todo um conjunto de situações que continuam a perpetuar-se. Em relação a certo tipo de comportamentos e certo tipo de mentalidades aqui na nossa região, é um flagelo. Penso que é o maior a par do alcoolismo, o que é injustificável.

É uma associação que já tem dez anos. Surgiu como um grupo informal de pessoas que gostavam do teatro, que tinham algumas questões sociais para discutir, para resolver, daí também o nome Vidas em Cena. Quatro anos depois desse grupo informal ganhar nome e visibilidade, tornou-se uma associação ligada ao teatro, com peças muito ligadas ao que é cultura local, nomeadamente o “Dom Rodrigo”, “Os Cabeçudos”, “O Isler”, uma figura muito importante para Lousada. Nós às vezes temos a tendência de nos esquecermos de quem temos cá de bom, quer os que cá estão, quer os que já não estão entre nós. E o Hans Isler foi uma pessoa que deu muito ao nosso concelho, foi um grande mecenas, deu muito a esta terra e merecia que o lembrassem. A peça está muito fiel ao que ele foi e ao que aconteceu. É bom fazer parte disso, ser eu também uma vida em cena nesta peça de teatro que é a vida.

Em relação à posição da mulher, as mulheres têm voz e aquelas que se vão calando é porque com certeza foram criadas nesse ambiente e ainda temem alguma coisa. Deviam acreditar que isso tem de ser ultrapassado. Existem pesso-

as que estão atentas, leis que as protegem, existem instituições, os amigos e as amigas, a família. Hoje em dia, também no trabalho as mulheres estão às vezes tão bem como os homens, são livres de decidir. Portanto, tem de haver uma mudança de paradigma, mas começa em cada uma de nós, pela aceitação de cada mulher de ser livre, empoderada em pleno séc. XXI, sem ser dependente. Não é preciso manifestações nem queimar sutiãs. É preciso dizer “eu estou aqui” e aquilo que eu quero ser, afirmando-me.

Como vê a violência domés- Voltando ao associativismo. Enquanto presidente da tica em relação à mulher? Associação Vidas em Cena, Nós somos produto de um conjunto fale-nos um pouco sobre a imenso de fatores: da nossa genética, da hereditariedade, do ambiente onde fo- associação. mos criados e tudo isso nos torna aquilo que somos. A questão do género, na maior parte das vezes, é uma questão cultural e depois uma questão pessoal, ou seja, daquilo que nós temos como valores e daquilo em que acreditamos, que é a nossa essência. Se queremos respeito, devemos respeitar. Apregoamos igualdade, liberdade e temos de agir em conso-

Bem, eu conheci mais de perto a realidade de Vidas em Cena em 2015. Já tinha visto algumas peças, gostava delas e então surgiu a oportunidade de colaborar com eles. No início, naquilo que eles precisavam, mediante a minha disponibilidade e, entretanto, como associada e presidente da mesa da assembleia da Associação. De há um ano, como presidente

Vidas em Cena, a par do teatro, faz outras coisas no âmbito cultural. Participamos no mercado histórico, em vários eventos durante o ano, fazemos a caminhada anual, que está integrada no programa municipal de caminhadas da CM de Lousada. Também é uma associação juvenil desde 2018, inscrita na Renas, apoiada pelo IPDJ, que, a par da Câmara, são os nossos principais parceiros. Neste momento, estamos em Pias, mas vamos deixar de estar. Estivemos em Pias no auditório, que estava parado há já 30 anos. Imprimimos alguma dinâmica e, devagarinho, vamos fazendo o nosso caminho. Como presidente, não gosto muito de holofotes e, portanto, o meu trabalho é sempre mais na retaguarda, deixar os outros irem à frente e eu sou o suporte, assumindo de corpo e alma o compromisso.

Enquanto cidadã, o que espera desta pandemia? Eu queria acreditar que nós sairíamos da pandemia melhores pessoas, no entanto, não é isso que nós vemos. O que eu acho é que o isolamento, a pandemia em si, nos devia trazer a todos maior capacidade de resiliência. Não importa as vezes que caímos, desde que nos tornemos a levantar. Isso é meio caminho andado para que nós nos tornamos efetivamente melhores, ainda que o caminho seja longo e se faça devagar. Eu prefiro ser otimista, ser resiliente e, de facto, achar que vamos sair daqui todos melhores pessoas. Espero ver isso. Mas ninguém melhorou nada em relação ao que era antes da pandemia. Quem era solidário continuou a ser e quem era egoísta continuou a ser egoísta. Mais uma vez é uma questão dos valores, daquilo que vamos construindo. Vamonos conhecendo, melhorando e olhando para nós com orgulho naquilo que construímos, deixando para as gerações futuras um mundo efetivamente melhor que aquele que encontramos quando chegamos cá. É importante crescermos, tornamo-nos melhores pessoas.


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Especial - Nevogilde

10 de setembro de 2020 | Ed. 33 | www.olouzadense.pt

Nossa Senhora da Ajuda festejada em Nevogilde com música e fogo de artifício As festividades em honra da Nossa Senhora da Ajuda este ano não se realizaram nos moldes do costume devido à pandemia, ficando prometida para o próximo ano uma grande festa. Ricardo Moreira encabeça a comissão de festas, nomeada pela sua antecessora, como manda a tradição. “Fomos nomeados 12 e aceitamos dez, que integram a comissão atual: António Mota, Diogo Martins, José Silva, André Pinto, André Ribeiro, Agostinho Ribeiro, Armando Sousa e o Cristiano Sousa”, conta. A nomeação aconteceu ainda a festa não estava terminada, no domingo de manhã. Na segunda-feira, último dia de festa, dia de marchas e sardinhada, já a nova comissão começava a angariar fundos para o ano seguinte. António Mota, o mais velho da comissão, é como um pai para o grupo e também ele arregaçou as mangas nessa segunda-feira: “Eu, por acaso, só estive à noite, ajudando no peditório das marchas”, diz. Adepto da tradição, não dispensa a sardinhada. Diogo Martins e José Silva já contavam um dia serem nomeados festeiros e foi com orgulho que assumiram a função: “Todos os anos é mais que uma festa, é um orgulho, é o culminar da nossa adolescência, a passagem à idade adulta. Casamos e a partir daí sabemos que ano menos ano seremos festeiros”, explica José Silva.

te da tradição Até à paragem devido à pandemia, foram realizadas várias atividades, com destaque para a “passagem da burra”. O animal é entregue à nova comissão, sendo uma espécie de passagem de testemunho. “Como dissemos, começamos logo a trabalhar. Na semana seguinte, fizemos o percorrer da burra, que simboliza a transmissão de uma comissão para a outra. Recebemos a burra na segunda-feira e depois passeamos com ela pela freguesia”, conta Ricardo Moreira. A comissão preparou um cartaz que, em princípio, transitará para o próximo ano: “Tínhamos a Ludmilla como cabeça de cartaz. O Rúben Aguiar na Sexta. No sábado, além da Ludmilla, o Matay. No domingo, tínhamos MC Gury. Podemos ter de alterar um ou outro, mas a base é esta”, diz o presidente da comissão. Segundo José Silva, o principal objetivo foi criar um cartaz para a juventude, não esquecendo as outras faixas etárias: “Por exemplo, o cantor popular Ruben Aguiar é uma escolha neste sentido. Mas tivemos a preocupação com os jovens, pois temos a praça Sagres com DJ’S, sendo uma festa muito virada para os jovens”. Em relação às bandas de música convidadas, devido à indisponibilidade de agenda de uma das bandas convidadas, haverá alterações.

“Passagem da burra” faz par- “Iluminar Nevogilde” poderá

▲ Comissão de festas de Nossa Senhora da Ajuda - Nevogilde

continuar no próximo ano Apesar da pandemia, a Nossa Senhora da Ajuda não foi esquecida este ano. No sábado de manhã, o grupo de bombos percorreu a freguesia e à noite atuou o Rúben Aguiar num trio elétrico que percorreu também a freguesia. A tradição do fogo não foi esquecida. No domingo, realizaram-se as celebrações religiosas e, à noite, teve lugar a atividade “Iluminar Nevogilde”. António Mota conta-nos como foi: “Andamos a vender umas caixinhas com fogo de artifício e, às dez horas da noite, lançamos três morteiros. No final do terceiro, ligaram-se

todas as caixas, toda a gente acendeu as suas caixinhas para iluminar Nevogilde, o que fez uma frente de fogo espetacular. Chegamos a vender centenas de caixas de fogo de artifício. Nos próximos anos, poderá ser uma ideia para continuar”. Diogo Martins dia que a comunidade gostou: “Compreenderam a situação e aderiram à festa dentro das possibilidades, tanto no trio elétrico como no “Iluminar Nevogilde”. Sentimos muito o apoio dos Nevogildenses. Os comentários e as reações foram muito positivos.” O próximo ano será de continuidade do projeto para esta comissão, que não

terminou a sua missão. “É importante que as pessoas estejam sempre connosco, que nós vamos tentar fazer o melhor para a freguesia, o melhor para a festa. Agradecemos a quem nos ajudou a fazer esta mini festa e desejamos que para o ano nos apoiem e continuem a ajudar”. Ricardo Moreira deixa, ainda, um abraço a todos os colegas que não puderam marcar presença na entrevista com O Louzadense e mostrou-se confiante na forte união do grupo para fazer uma grande festa em 2021, assim o permitam as condições de saúde pública.

“A pandemia tirou-nos a subida de divisão” Luís Morais A Associação de Solidariedade Social de Nevogilde foi fundada no dia 11 de outubro de 2007 e tem como atividade fundamental o futebol. Luís Morais, de 28 anos, natural de Nevogilde, é o seu presidente há cerca de dois anos, mas acumula já uma experiência de anos na direção, uma vez que exerceu, no passado, as funções de secretário. Nesta entrevista, fala-nos do atual momento da associação e das perspetivas para o futuro.

Como surgiu a oportunidade de ser o presidente desta coletividade? Fui convidado por um grupo de amigos com quem convivia bastante para fazer parte desta associação. Desde logo aceitei com bastante agrado, pois, para além de ser habitante de Nevogilde, sempre gostei muito de futebol e do Nevogilde. Comecei como secretário da direção, onde estive aproximadamente três anos, altura em que considerávamos que o nosso projeto estava concluído, dado que subimos de divisão e, no último ano, tínhamos garantido a manutenção. Assim, optamos por dar vez a outras pessoas com outras ideias. Mas, passados dois anos, regressei de novo porque houve uma sequência um bocadinho má e surgiu a oportunidade de ser presidente. Aceitei, voltei a reunir um grupo de amigos e um grupo de pessoas com vontade de trabalhar em prol desta associação e estou a dar início à minha terceira época como presidente desta Associação.

O que podemos destacar nes- Ainda não se sabe como é que ta associação? vão decorrer as competições O que mais podemos destacar é o simples de futebol? facto de esta associação ter apenas 13 anos de existência e, neste momento, já contar com um recinto desportivo fantástico, com um campo de relvado sintético, umas instalações que estão a ser melhoradas ano após ano. Em termos de futebol, fomos campeões do campeonato amador e vencemos quatro taças D’Trivela. O único troféu que não conseguimos vencer foi a Supertaça. Destaco também a nossa subida de divisão logo no primeiro ano no campeonato da AF do Porto, um ano em que contou com o AD Lousada e o Aparecida, muitas equipas fortes.

Sim. É verdade. Ainda esta semana estive na reunião da AF Porto e foi-nos dito mesmo que as incertezas são muitas, tanto a nível de datas como de espectadores, se os vamos ter ou não, se vai ser obrigatório o uso de máscara no banco com os jogadores suplentes e os treinadores... Na próxima semana, será delineado o que irá acontecer, dependendo sempre dos organismos máximos, a DGS e o governo.

De que forma o facto de não terem espectadores prejudica Que implicações teve o sur- o clube a nível financeiro? Prejudica, sem dúvida nenhuma. O fugimento do Covid19? Aterrou aqui como uma bomba, não só em termos da pandemia em si, como em relação à época desportiva que nós estávamos a realizar. Em relação à época, acredito que nós iríamos conseguir subir de divisão se não houvesse essa interrupção, pois vínhamos da melhor fase da nossa época, com seis vitórias consecutivas e tínhamos o plantel compacto. Em relação à Covid, não temos nenhum caso entre nós. Estamos a trabalhar dentro dos parâmetros obrigatórios de segurança, com o uso obrigatório de máscara, a todos os atletas à entrada do recinto é medida a temperatura e temos desinfetado as mãos a toda a gente. Dentro do possível, temos feito tudo para levar isto a bom porto.

tebol sem o público não é a mesma coisa. A bilheteira é uma fonte de rendimento muito grande porque um jogo de futebol exige muitas despesas, a GNR, as taxas de jogo, custos básicos de uma associação, tais como, gás, água e luz. Ainda ontem estive reunido com a minha direção e colocamos muitos porquês em cima da mesa, e realmente um deles foi a continuidade em termos desportivos desta Associação no caso de não haver público. Os nossos patrocinadores já não vão contribuir da mesma forma, como aconteceu nos anos anteriores. Está tudo muito complicado.

Relativamente à formação, irão continuar? Só vamos ter a equipa sénior. Logo em

maio coloquei um ponto final na possibilidade de termos formação, devido à Covid19. Eu tenho algum receio, ainda mais agora com o início das aulas. Estou para ver como vai funcionar. Não estou a ver os miúdos a manterem as distâncias, e disse logo que não teríamos capacidade para avançarmos com a formação, porque as exigências serão muitas. A própria AF Porto ainda não disse se vai ou não avançar com as competições nos escalões de formação. Temos um projeto, uma parceria, que está para avançar, se houver condições para isso. Trata-se de uma parceria com a escola do Benfica. Estamos a concluir as negociações e à espera de saber se a AF Porto vai avançar ou não com as competições. Temos tudo delineado para avançar, falta saber se vai haver competições.

Desenvolvem outras atividades ao longo do ano? Como o próprio nome indica, esta associação também tem a solidariedade como um objetivo. Por isso, tem o edifício da antiga escola primária de Nevogilde, que neste momento é constituído por quatro salas e uma cantina, espaços esses que a associação dividiu em prol da freguesia. Temos ainda uma sala como objetivo criar um movimento sénior, um projeto que está em andamento, pois, devido à Covid19, os idosos estão confinados em casa, mas esse trabalho está a ser feito e estamos a fazer algumas obras, criando condições para receber essas pessoas.

O que falta fazer a nível de instalações? Satisfeitos nunca podemos estar. Queremos sempre mais e melhor. Neste momento, estamos bem, temos condições boas para a prática do futebol. Temos a palavra do presidente da Câmara de que as obras do campo vão ficar totalmente concluídas. Refiro-me ao recinto em volta do campo. A nível de acessos e embelezamento, tudo vai ser concluído muito em breve. ▲ Luís Morais - Presidente da ASS de Nevogilde


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www.olouzadense.pt | Ed. 33 | 10 de setembro de 2020

União Desportiva de Lagoas: Sonho de novas instalações está mais perto da concretização Rogério Fernando Sousa Morais, de 41 anos, trabalha como segurança privada, mas há muito que o futebol faz parte da sua vida. Atualmente, é o presidente do União Desportiva de Lagoas, um clube com longa história que pretende continuar a escrever ainda com mais sucesso.

Como surgiu a sua participação neste clube? A minha participação neste clube já vem de miúdo. Vim para aqui já no tempo da escola, fui ficando aqui com os amigos e sendo acarinhado pelos diretores do clube. Começamos a sentir que aqui era a nossa casa. Já tinha sido presidente entre 1991 e 1994. Fiz uma pausa de quatro anos e regressei novamente como presidente até hoje. Sinto que estamos a fazer um bom trabalho e não quero tão cedo deixar de o fazer.

Fale-nos da história deste clube, que é uma das primeiras associações desportivas do concelho. Este clube nasceu em 1932, sendo descendente da Quinta da Tapada. O nome do clube era União Desportiva da Tapada, com empregados da quinta da Tapada, até 1978, ano em que a direção decidiu mudar o nome para o atual: União Desportiva de Lagoas. Um dos marcos mais importantes deste clube foi a sua fundação. Neste campo, por exemplo, já jogou aqui o FC do Porto. Mas para mim o marco mais importante foi o regresso à Associação de Futebol do Porto. O clube andou muitos anos pendente. Esteve lá enquanto Associação Desportiva da Tapada, depois passou ali um longo jejum, até há sete anos, para poder entrar novamente. Criamos as mínimas condições possíveis para entrar e entramos. Estivemos muitos anos no Futebol Amador de Paredes, onde ganhamos muitos troféus. Estivemos também na AFAL em Lousada, o qual nos permitiu fazer umas boas épocas. Foi pouco tempo, mas mostramos,

enquanto lá estivemos, o que é o União Desportiva de Lagoas.

Decidiram apostar na formação. Depois de ser presidente, ao longo do segundo ano do segundo mandato, sentimos que devíamos dar um pulo nisto e foi aí que surgiu a ideia de meter a minha esposa à frente para podermos criar aqui a formação no clube. Ela gostou do projeto que apresentamos e o desenvolvimento que se fez na formação foi à custa do trabalho dela diariamente. Agora também temos um coordenador de formação, que é o Rui Lopes.

Este ano vamos ter os escalões todos de formação. Tivemos aqui há dois anos o futebol feminino, com uma equipa sénior e uma equipa júnior, mas decidimos fazer uma pausa nesse futebol feminino, devido às nossas condições, que não permitiam. Nós estávamos a treinar no pelado e a jogar num sintético e isso era estar a desvirtuar o trabalho do treinador e mesmo das miúdas. Decidimos fazer uma pausa até podemos ter um sintético e regressar novamente ao futebol feminino. O futebol feminino foi uma referência do clube. O Lagoas foi o primeiro a ter futebol feminino no concelho e foi campeão no Campeonato de Futebol Amador de Penafiel já há bastantes anos. Este ano surgiu-nos uma oportunidade de que nós não esperávamos. As nossas condições são as mesmas, mas com a ajuda da autarquia, que nos vai arranjar uns protocolos com outras associações, poderemos ter as equipas femininas a treinar noutros campos e mesmo no complexo, sempre que tenhamos vaga. Decidimos abraçar este projeto e arrancar já neste campeonato com o futebol feminino. Elas já estão inscritas no campeonato nacional de seniores e no campeonato de juniores.

E o futebol sénior? Irá continuar nos patamares que a gente o quer pôr. Isto não é fácil.

▲ Rogério Morais - Presidente do UD Lagoas - Nevogilde

Estamos todos a lutar pelo mesmo. Neste ano que passou tivemos dois clubes premiados que subiram de divisão aqui de Lousada, as Águias de Figueiras e o FC de Nespereira. Nós também queremos subir, como querem Os Pienses, o Lodares... No concelho de Lousada, querem todos subir, e eu noto que os clubes de Lousada estão mais capazes a nível de organização e isso tem sido provado ao longo dos anos. Pretendemos fazer um bom campeonato e se possível subir. No clube temos 138 atletas.

O surgimento da Covid19 prejudicou a coletividade? Foi uma paragem muito difícil. O clube parou, as receitas pararam de entrar, mas as despesas mantiveram-se: a luz, os seguros das viaturas, despesas que não podemos evitar. Temos de ultrapassar isso mês a mês, gradualmente, e tentar colmatar o que ficou para trás. Não vai ser fácil. Vamos ter aqui um resto de ano para ultrapassar o problema financeiro. Pub.

É um tempo de incerteza em relação ao início das competições? Está tudo muito incerto, mas estamos confiantes que poderemos retomar a atividade desportiva já no próximo mês. A AF Porto está confiante de que isso possa acontecer. Nós já estamos a trabalhar nesse sentido, já iniciamos a atividade desportiva da parte sénior, vamos iniciar nestes dias a atividade da parte fe-

minina sénior e júnior... Mas é tudo muito incerto, não temos certezas do que fazer daqui a quinze dias.

As novas instalações já projetadas são uma antiga ambição. Em que ponto está o projeto? Sobre as instalações, o que poderei dizer é o bom trabalho que temos feito, que passa por ter novas instalações, que serão neste local. Temos feito um esforço enorme e desde já agradeço imenso ao município de Lousada, ao senhor vereador, que tem sido incansável em resolver os problemas dos terrenos que estão aqui empancados já há bastantes anos. Na última reunião de câmara, conseguimos chegar a bom porto. Estamos presos a alguns detalhes, mas penso que serão resolvidos em breve e aí atingiremos aos objetivos que que delineamos há já bastantes anos. Serão outro tipo de instalações. O projeto que nos foi apresentado é um projeto muito agradável, que vai mudar este complexo todo. O terreno será ampliado 22 metros para a lateral e 10 metros ao comprimento. Os acessos serão novos, pois o acesso que temos até para passar um carro é preciso cuidado. Estou confiante de que no próximo ano possam já estar aqui as máquinas, pois está tudo bem encaminhado. Penso que ainda este ano a parte dos terrenos ficará tudo na posse da Câmara Municipal e depois tudo será possível.

agora vai entrar pela primeira vez no campeonato da AF do Porto. É esse o caminho que queremos seguir. O segundo sonho, a segunda maior ambição, eram mesmo as instalações do clube, a parte cimeira que eu quis sempre atingir. E aí poderei abrir o lugar a um presidente, para eu poder descansar um bocadinho, mas até lá terei de batalhar para esse objetivo. Quando referiu “levar o nome do clube para fora do concelho”, lembrei-me do vosso torneio Lagoas Cup. Como surgiu a ideia para organizar esse torneio? Surgiu da parte da coordenadora de formação, que quis organizar um evento maior, de nível nacional. Abordamos isso na Câmara Municipal, que nos disponibilizou as instalações do Complexo Desportivo. Em conjunto com os treinadores de formação e o resto da direção do clube, foi possível organizar toda a logística.

Quais as vossas principais dificuldades? As financeiras são as grandes dificuldades. A gente vai tentando esticar de uns lados para os outros, vai-se pedindo um apoiozinho à câmara e à junta também. Sabemos que são muito aquém das despesas, mas o que dão é de boa mente para nos ajudar a nós e às outras associações. Muitas vezes temos de inventar receitas para colmatar todas as despesas.

Quer deixar uma mensaSerá a concretização de gem? um sonho? A mensagem que deixo é que faEsse é o meu grande projeto. O primeiro projeto era criar a formação e expandir o clube para outras regiões e o nome do clube. Isso está a ser conseguido. Um exemplo é a nossa equipa de veteranos, que apenas fazia uns jogos amigáveis e

çamos tudo o que temos feito até agora. Mesmo com esta pandemia temos sido muito responsáveis. Dou os parabéns aos lousadenses e à Câmara Municipal de Lousada pelo que têm feito.


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Desporto

10 de setembro de 2020 | Ed. 33 | www.olouzadense.pt

Mação ,o espetáculo do RX regressou ao circuito da Boavista O Circuito da Boavista em Mação recebeu a 4ª prova do campeonato nacional de Rallycross, Kartcross e Superbuggy.

do que este último foi o vencedor da Nacional 4WD. José Lameiro deu um passo importantíssimo na conquista do título.

Entrou-se na segunda metade do campeonato e todos os pontos são importantíssimos. Na chegada a Mação todas as divisões se encontravam ao rubro em termos de pontuação e na luta pelo título de campeão nacional.

SuperBuggy

Os lousadenses Joca Gonzaga, em Kartcross, Leonel Sampaio, na Nacional A 1.6, e Joaquim Machado (Kitó), na classe rainha S1600, entraram na segunda metade do campeonato na liderança das suas categorias. Paulo Godinho, em Super buggy, José Lameiro, em Supercar, Andreia Sousa, nas 2RM, e Rafael Rego, na Iniciação, eram os restantes líderes das respetivas categorias. O espetáculo em Mação decorreu num fim de semana abrasador e de excelentes corridas, com boas perspetivas para os

Paulo Godinho foi o grande vencedor do fim de semana. Ele, que será certamente o próximo campeão nacional desta categoria, liderou todo fim de semana, como tem sido habitual, nas 3 corridas anteriores a Mação. No entanto, em Mação, esta divisão teve o maior número de inscritos da época. Foram 5 magníficos pilotos que deram uma bela demonstração durante todo fim de semana. Paulo Godinho foi o grande vencedor, seguindo-se Nuno Godinho e António Estêvão no pódio. Fora do pódio ficaram o espanhol Óscar Gomez e Miguel Mota, sendo 4º e 5º classificados, respetivamente.

2RM A divisão 2RM era a divisão em que se previa boas lutas, com 7 inscritos e todos com ambição de vencer. Adão Pinto, o piloto de Abragão, levou a melhor na final e saiu como o grande vencedor de Mação. Depois do azar com o motor em Lousada e de não ter participado em castelo Branco, veio a Mação na máxima força e levou a vitória. Daniel Teixeira, piloto Lousadense que venceu a prova de Lousada nas 2RM, tem vindo a demonstrar uma grande evolução e será certamente um piloto que dará que falar na luta pelo título da divisão no futuro. Excelente condução do piloto lousadense que o fez alcançar um segundo lugar magnífico na final, seguindo-se a Menina do pelotão, Andreia Sousa, de Guimarães para Mação, para alcançar um 3º lugar e conquistar preciosos pontos que lhe permitem estar muito próxima de alcançar o título. Fora do pódio, ficaram Fernando Silva, em Seat Ibiza, Santinho Mendes, o veterano que veio a Mação celebrar 50 anos de carreira no automobilismo, grande piloto que já tem participações em provas como ParisDakar e 24horas de fronteira, entre muitas outras. Ricardo Mendonça foi o azarado do fim de semana. Depois de um acidente aparatoso no sábado, ficou fora das restantes corridas.

S1600 A classe rainha do rallycross prometia, depois da prova de Castelo Branco, a luta pelo título ficou taco a taco em termos de pontuações. ▲ Leonel Sampaio dominou em Mação - Foto Ricardo OMS&Adriana Marques

lousadenses e corridas intensas até a última curva.

Nacional 1.6 A Leonel Sampaio, jovem piloto Lousadense, liderou todo o fim de semana, vencendo as 4 corridas de qualificação e a final, aumentando a vantagem que trazia na liderança de um ponto apenas. No entanto, após um brilhante fim de semana do piloto da TOPCAR, assistido pela KAXA&amp, MOTOR, Leonel deu um salto na liderança do campeonato e um importante passo na luta pelo título, quando faltam apenas duas corridas, Montalegre e Sever do Vouga. No pódio, seguiu-se o Lousadense Américo Sousa, em 2º, e Tiago Ferreira, em 3º Lugar. De fora do pódio, ficou o jovem piloto Rafael Rocha.

Supercars Na classe Supercar, a luta foi intensa entre os três pilotos. José Lameiro venceu duas corridas, e as outras duas foram ganhas pelo Jovem prodígio da MOTOFIL, João Novo JR. Daniel Pacheco, em Subaru, foi o vencedor e único presente na divisão 4WD. No final, as contas do pódio ficaram fechadas com José Lameiro a ser o grande vencedor do fim de semana, em 2º ficou João Novo Jr e em 3º Daniel Pacheco, sen-

José Eduardo Queirós, piloto Lousadense, vinha de uma grande vitória em Castelo Branco e por isso muito motivaIniciação do. Fez-se notar toda a evolução do magA categoria iniciação é uma das que nífico piloto, que venceu 3 das 4 corridas mais emoção cria no padock, visto que de qualificação. A outra foi ganha por são carros pilotados por pilotos bastante Rogério Sousa da TSL. Joaquim Machado, jovens, mas que conduzem como gente com uma avaria no seu Peugeot 208, não participou na 4 corrida de qualificação. bem crescida. Gonçalo Novo, o jovem aveirense, foi o Sérgio Dias, com um fim de semana de grande vencedor. Gonçalo Rocha, o pilo- boas corridas, chegava à final com boas to da PEMI- BIBROPEDRA, foi segundo, perspetivas. O piloto Lousadense tem vindo a evoluir ao longo do campeonato. Rogério Sousa, da TSL, chegou a Mação com ambição de alcançar o topo do campeo▲Gonçalo Rocha - Iniciação | Foto Ricardo OMS&Adriana Marques nato. Jorge Machado, o Lousadense que em Castelo Branco teve no entanto, uma penalização na final fez um fim de semana muito bom, não fosse com que ficasse em 3º na Geral. André aquela final e poderia ter sido perfeito, Monteiro, que haveria sido 3º, subiu aschegava a Mação com ambição de vitósim a uma posição e foi 2º. Guilherme ria. Bruno Gonçalves, 3.º no campeonato, Nunes e Rafaela Barbosa foram os 4º e 5º classificados. De fora da final, ficou o que também teve problemas no seu Citroen até aqui era líder do campeonato, Rafael Saxo durante as mangas, mas que ficaram resolvidas para a final lutar pela vitória. Rego. Chegada a final, eram muitas as expec-

tativas por parte de quem estava de fora no padock e de quem estava por casa a acompanhar. Primeira curva e José Eduardo Queirós era líder, seguindo-se Jorge Machado e Kitó Machado que, com um

cio difícil de fim de semana, sendo 11º na primeira corrida, mas com uma evolução tremenda ao longo do fim de semana, sendo 2º na segunda corrida e 4º na terceira corrida, lugar esse que arrancaria para a

Final. Pedro Marques, jovem piloto Lousadense, Rookie do ano 2019 na divisão kartcross, ▲ Jorge Machado vencedor classe S1600 | Foto Ricardo OMS&Adriana Marques este ano ao leme arranque “canhão” salta de 6º para 3º. A de um LA BASE RX01, tem demonstrado cada volta que se dava e cada passagem uma excelente evolução e começa a gapela joker lap eram alteradas as posi- nhar confiança de prova para prova. ções, chegando-se ao final com o grande No final, o grande vencedor foi o multiVencedor Jorge Machado, com uma final Campeão Pedro Rosário, seguindo-se Rui magistral e arrecadou a vitória pela qual Nunes e Alexandre Borges a fechar o pójá lutava e esperava há muito. Seguiu-se dio. Tiago Freitas que arrancou de 4º, mas José Queirós e Rogério Sousa no pódio. um toque fez com que caísse para último Fora do pódio ficaram Bruno Gonçalves, na primeira curva e assim fez uma pro4º classificado, Sérgio dias, 5º, e Joaquim va de traz para a frente, até alcançar um Machado, 6º. A luta pelo título ficou mais magnífico 6º lugar e amealhar importanintensa ainda, e Montalegre promete. tes pontos para o campeonato. Já Pedro

Kartcross

Uma das divisões mais espetaculares do campeonato é a divisão Kartcross. Divisão com bastantes pilotos Lousadenses e com o atual bicampeão Nacional, Jorge Gonzaga. Esperavam-se grandes corridas ▲ Tiago Freitas | Foto Ricardo OMS&Adriana Marques em Mação nesta divisão, e assim foi. Desde os Marques fechou o top ten da grande final. cronometrados até à final, foi sempre esA luta pelo título ficou ainda mais acepetáculo garantido. Joca Gonzaga, Tiago sa após este fim de semana, em que os 5 Freitas e Pedro Marques eram os Lousaprimeiros pilotos estão todos na luta. denses presentes nesta divisão. Todos os resumos e grandes entrevistas Após vencer os treinos cronometrados podem ser acompanhados no novo proe a 1ª corrida de qualificação, Joca Gonjeto da JPRALLY, que é a RX MAGAZINE, zaga era o líder na 2ª corrida, quando um uma revista que fala sobre Rallycross, problema no motor o fez desistir e, por onde é feito o resumo após cada prova e isso, não participar na 3ª corrida e respecontém entrevistas magníficas aos pilotos tiva final, decisão que o piloto explicou do campeonato. nas redes sociais da equipa RACING268. Tiago Freitas, que tem vindo a fazer um excelente campeonato, teve um iní-

▐ João Henriques Fernandes

▲ Joaquim Machado seguido por Sérgio Dias - S1600 | Foto Ricardo OMS&Adriana Marques


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Desporto

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Trilho Zé do Telhado percorre locais naturais e históricos de Caíde de Rei Inserido no Programa Municipal de Caminhadas, o novo “Trilho Zé do Telhado” organizado pelo Cais Cultural de Caíde de Rei pretende dar a conhecer recantos escondidos da freguesia de Caíde de Rei, relembrando a figura histórica Zé do Telhado. Luís Peixoto presidente do Cais Cultural Caíde de Rei explicanos em que consiste este projeto:

Como surgiu a ideia de

criar o Trilho Zé do Telhado Decidimos associar-nos ao programa municipal de caminhadas do Município de Lousada, por forma a valorizar o contacto com a natureza, o conhecimento do património histórico de Caíde de Rei, bem como aliar a prática desportiva. Além disso, atendendo que temos o Cais Cultural sem dinâmica no seu interior

desde março, queremos virar-nos para atividades ao ar livre e angariar fundos para a associação através do valor da inscrição.

O que esperam desta iniciativa em temos de adesão? Esperamos conseguir alcançar os 100 participantes, que percorrerão o trilho ao longo dos sete dias associados ao programa municipal de caminhadas.

Além desta iniciativa ambicionam outros objetivos para este trilho? Antes mesmo do programa municipal de caminhadas, já tínhamos prevista a criação do trilho Zé do Telhado, ao abrigo do programa de voluntariado jovem para a natureza e florestas do Instituto Português do Desporto e Juventude, através de uma candidatura previamente aprovada. Decidimos avançar com uma candidatura, pois sabíamos do potencial deste futuro trilho e que encaixava naqueles que eram os objetivos do programa do IPDJ: a

sensibilização para a preservação do meio ambiente; a proteção ambiental; a limpeza dos caminhos atravessados pelo trilho; a limpeza das margens e cursos de água; a reflorestação e plantação nos locais apropriados; a valorização e conhecimento dos locais históricos e personalidades da freguesia e conjugar a beleza natural com a história de uma terra.

Caracterize-nos o “Trilho Zé do Telhado”

cais naturais e históricos da freguesia, com destaque para as diferentes quintas, a igreja, o cruzeiro, o obelisco, as vinhas, os campos, a casa onde viveu o Zé do Telhado e uma rua com o seu nome, que ajudou, precisamente, a atribuir o nome de Zé do Telhado ao nosso trilho, pois trata-se de uma personagem que faz parte da história de Caíde de Rei. Quem percorrer este trilho terá oportunidade de ficar a conhecer melhor algum locais mais escondidos da freguesia.

Este trilho passa por diferentes loPub.


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Louzadenses Lá Fora

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Patrícia Silva: “Tenho de regressar, pois quero ser feliz profissionalmente” Patrícia Silva é natural de Nogueira e está em Genebra há oito anos. Na origem da decisão em mudar de país estiveram questões laborais, já que em Portugal se afigurava difícil conseguir emprego. Então, decidiu procurar uma oportunidade na Suíça. “Não podia andar toda a vida dependente dos meus pais, precisava de ter a minha independência”, explica. Cá em Portugal, inicialmente, trabalhou na empresa do pai, mas a crise obrigou-o a fechar portas. A saída de Lousada foi um desafio que teve de enfrentar. Para isso, contou com a ajuda de um casal amigo. Ainda assim, o primeiro ano não foi fácil, pois sentia muita falta da família: “Tinha muitas saudades, mas não demonstrava a ninguém. Chorava, mas escondiame”, conta. O apoio do casal amigo e a conversa diária com a família ajudou-a a ultrapassar esse período. A Lousada, regressa normalmente duas vezes por ano, uma no verão, outra no inverno, alturas em que goza férias. Este ano foi diferente, pois a pandemia não a deixou vir a Portugal. Em Genebra, segundo nos conta, as autoridades reagiram de “forma séria e responsável”, mas a sua atenção estava centrada em Lousada. “Acho que Lousada está de parabéns pelas medidas que tomaram. Aqui demoraram muito tempo a perceber a gravidade da situação. Nós íamos à rua e parecia que estava tudo normal”, compara, acrescentando que na Suíça se prioriza

mais a economia. “Não vi tanta coisa a parar. Se parou, foi a entidade patronal que assim o decidiu e não foi imposto pelo governo, mas foi tudo mais tardio”, refere. Uma medida há muito usual em Portugal, o uso de máscara nos supermercados e transportes públicos, só há três semanas se tornou obrigatório na Suíça. “Não houve um confinamento tão acentuado como aconteceu aqui ao lado em França. Mas está controlado”, diz. O seu maior receio era que a família ficasse infetada: “Pensava muito na minha família, nos meus pais e mesmo tias minhas que sei que têm problemas de saúde, são doentes de risco. Graças a Deus, até agora tudo correu bem”, conta.

Saudades da simpatia dos lousadenses Há oito anos em Genebra, Patrícia tem uma visão muito consistente da sociedade que a acolheu e compara-a com aquela que teve de deixar para trás: “A essência das pessoas de Lousada é diferente, é outra simpatia, outro acolhimento e sinto muito falta disso”, afirma. Também o ritmo de vida é caracterizado como “alucinante”. “Não temos uma vida social igual. De segunda a sexta é casa- trabalho-casa. É muito diferente. É uma cidade grande. Lousada tem uma alma própria, é única”, diz. O futuro para Patrícia é uma incógnita. Apesar de, quando deixou Lousada, ter na ideia o rápido regresso, os anos

vão passando e o regresso definitivo vai sendo adiado: “A vida nem sempre corre como queremos e aconteceram algumas circunstâncias que retardam o meu regresso a Portugal”, explica. Apesar dos obstáculos, continua a desejar o regresso, pois sabe que será mais feliz no seu país, apesar de adorar viver em Genebra: “Tenho de regressar, pois quero ser feliz profissionalmente. Tenho uma ideia e quero conseguir realizar o meu projeto. Quero trabalhar para mim e não para outros”. Enquanto não puder regressar definitivamente a casa, Patrícia continuará a ter os lousadenses no coração, que são, para si, especiais. “Continuem a ser as pessoas especiais, bem-dispostas, o que é raro. Aqui, temos culturas diferentes, gente de todo o lado, mas nós realmente somos um povo diferente. Quando eu venho de férias, venho recarregada com as minhas energias para continuar a luta”, refere. Apesar de não falar tanto com os amigos portugueses quanto desejaria, devido ao trabalho, deixa-lhes uma mensagem de saudade. “Eles sabem que estão sempre comigo no meu pensamento”, diz. Para os pais e irmão tem sempre um tempinho quase todos os dias. “Para o resto da minha família, eles sabem que estão sempre comigo no meu coração”, diz, acrescentando que em setembro poderá vir a Portugal, se houver condições para isso.

Rui Ferreira, em Marselha, levado pelo amor Rui Ferreira decidiu ir viver para Marselha, depois de conhecer a sua atual companheira, natural de Oliveira de Hospital, mas já a residir em França. O

a ela. Mesmo não tendo deixado completamente a ourivesaria, lamenta ainda não ter o seu “cantinho” para poder executar as ideias que tem na cabeça, visto que vive num apartamento: “Eu ainda não perdi a esperança. É o trabalho que eu gosto de fazer, sempre o fiz e um dia voltarei a fazer. Tenho as minhas ferramentas e quem sabe... ”, diz.

Portugal à frente no que se refere a burocracias

encontro deu-se em Portugal, ao qual se seguiram umas férias em França. Quando decidiram viver juntos, tiveram de optar por um dos países. Escolheram a França, onde Rui conseguiu emprego, embora numa área diferente daquela a que se dedicava em Portugal, onde criava joias, arte da qual continua a gostar, embora lhe falte tempo para se dedicar

Rui Ferreira sempre recusou a ideia de emigrar, mas, na hipótese remota de isso acontecer, a França aparecia sempre em último lugar: “Eu sempre disse na vida que nunca iria emigrar, mas, se o fizesse, pensaria num país como os Estados Unidos ou o Canadá. Em último lugar, colocaria França”, conta. O amor trocoulhe os caminhos e foi mesmo parar à França. Para aqueles que estão convencidos que na França a burocracia é menor,

Rui desengana-os: “Dizem que França está mais evoluída dez anos, mas a nível de papelada eu acho que é exatamente o contrário: um papel passa por muitas pessoas, enquanto em Portugal as coisas resolvem-se mais facilmente”. E dá um exemplo: “Eu estava habituado a resolver tudo pelo multibanco, aqui só se pode fazer levantamentos e mais nada”.

Diversidade de cultural Culturalmente, defrontou-se com a diversidade. Para além dos franceses, que contava obviamente encontrar, deparou-se com outras raças e etnias, que não foram obstáculo à sua integração: “Temos a maioria das pessoas com cultura árabe. Ao princípio, claro, essas diferenças marcavam. No meu trabalho, tenho muita gente de várias etnias, gente espetacular. Não sou racista dou-me bem com todos, mas não estava habituado”. A vila onde reside em França é descrita como bonita e pacata. Já a diversão noturna é diferente em relação aos hábitos portugueses: “Aqui à noite vais a um café e está tudo fechado, não existe nada, aquele ritmo de bares e música não existe. Se quisermos ir a um café ou a um bar, aqui paga-se muito por isso”. Estes hábitos têm o seu lado positivo: “É uma maneira de eu estar mais por casa, a ver televisão, política, futebol... Estou

mais no meu recantozinho. Temos outro tipo de qualidade de vida”, explica. As saídas são sobretudo ao fim de semana, altura em que as pessoas gostam de passear no parque. Mas Rui, mesmo ao fim de semana, mantém o recato, descansando para enfrentar a semana de trabalho. A nível profissional, está efetivo, evoluiu e tem um bom relacionamento com os patrões. A Portugal regressa uma vez por ano, mas este ano, em virtude da pandemia, acabou por não vir. Em relação à Covid-19, no início sentiu receio, ao ver o número de mortes. “Mas depois percebemos que temos de viver e a economia tem de continuar. Mas essa também foi outra coisa que me fez ficar mais em casa. Espero que isto seja uma coisa que se consiga superar”, diz.

“Nós só damos valor às pessoas que gostam de nós quando estamos afastados” Manteve-se atento à evolução da pandemia não só em França, como também em Lousada, onde vive a sua família: “Fui falando com algu-

mas pessoas e penso que está um pouco igual por toda a Europa”, refere. Convicto que não será fácil ultrapassar esta fase, espera ver toda a gente bem e que todos tenham força e sejam responsáveis, ajudando-se mutuamente. Rui admite que sente muitas saudades da sua terra e das pessoas de quem gosta. Sente que Lousada é o seu lugar. “Nós só damos valor às pessoas que gostam de nós quando estamos afastados”, afirma. Apesar de optar por viver o presente, não deixa de pensar no futuro e admitir que, provavelmente, o melhor é ficar alguns anos em França e regressar quando estiver na idade da reforma, para “viver com um pouco mais de qualidade”, justifica.


Cultura

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REVIVER LOUSADA

R

A queda de um avião em Nevogilde há mais 60 anos…

eviver Lousada significa recordar a nossa História, as nossas vivências, a nossa identidade… Reviver Lousada é também avivar e preservar as nossas memórias, sejam elas resultantes de momentos bons ou menos bons! Nesta edição, a propósito do destaque à freguesia de Nevogilde, recordamos o terrível de-

sastre de avião que acidente, que ocorreu em 1958 e que faz parte da memória coletiva dos lousadenses. Porventura, a maior parte nunca ouviu falar dele! Dos que sabem, uns recordam-no porque são desse tempo e assistiram ao desastre ou viram os seus destroços, outros porque lhes contaram! De facto, a memória deste acontecimento tem perdurando no tempo através da oralidade... Nesta edição, recorremos ao Jornal de Lousada e ao fotógrafo penafidelense António Pereira Guimarães (Foto Antony) para o conhecermos melhor…

▲ Fig. 1 - Aspeto do local do acidente, onde acorreu a população local. Fonte: Foto Antony (Arquivo Municipal de Penafiel).

Foi a 7 de outubro de 1958 que se deu o trágico acidente aviação que vitimou dois pilotos da Força Aérea. Por volta das 15h30min, depois de ter sobrevoado a Vila, o avião militar dirigiu-se para os lados de Nevogilde, despenhando-se no lugar de Lagoas. Os dois ocupantes morreram carbonizados. Próximo do local, andavam

várias pessoas vindimar, tendo algumas sido atingidas pelas chamas e pelos destroços. Foi o caso de Elvira Magalhães, casada, de 29 anos, e sua irmã, Maria Luísa, de 31 anos, que tiveram de receber tratamento no Hospital Sousa Freire, na Vila. Retirados dos destroços, constatou-se que as vítimas mortais eram o furriel-piloto Adriano Joaquim de Carvalho, de 23 anos, natural de Amarante, e o 1.º cabo radiotelegrafista Serafim Augusto Fig. 2 – Aspeto dos destroços do avião com a presença Freitas de Sousa Lopes, filho de dos Bombeiros e habitantes locais. Foto Antony (Arquivo Abel Freire Sousa Lopes, que ti- Municipal de Penafiel). nha 24 anos e era natural de Necais, em particular dos Bombeiros de Lousada, vogilde, onde residia, na Casa do que de imediato compareceram ao local o aciCam, perto do local onde ocorreu o acidente. dente, procedendo às operações de rescaldo, Este acontecimento é mais do que um facto seguido do transporte dos restos mortais das e uma memória… É parte da História dos envítimas que foram levados para o Hospital da volvidos e das suas famílias e das pessoas que Vila. acorreram ao local, mas também é parte da História do concelho e das suas instituições lo-

Grandes feitos se perderam com a partida de Cristiano Magalhães

N

em só de pessoas com vidas longas e grandes feitos cívicos figuram nesta coleção de Louzadenses com Alma. O escolhido para figurar como representante de Macieira é disso um cabal exemplo. Há pouco mais de três anos esta freguesia sentiu pesarosamente a morte de um dos seus entes mais queridos. Aos 33 anos de vida, Cristiano Magalhães foi de entre os vivos arredado, sem apelo nem agravo. A freguesia ficou privada de alguém extremamente empreendedor e que, apesar da tenra idade, fazia prever grandes realizações sociais e desportivas. Amigos e familiares descrevem-no como um homem de ideais, detentor de uma personalidade forte, de ideias fixas, perspicaz, lutador, astuto e apaixonado pela vida e pelos seus. Assim era Cristiano Alberto Alves de Magalhães A maior demonstração do seu bairrismo foi o projeto implementado na Associação Recreativa e Desportiva de Ma-

cieira, da qual foi presidente e enquanto tal empreendeu grandes esforços para a concretização do belíssimo Parque Desportivo dos Pedrosos, com campo sintético, em Macieira. Esse investimento denota a sua paixão pela localidade e pelo desenvolvimento dos jovens na sociedade, que ele queria mais justa, mais solidária e mais desportiva. O seu foco enquanto dirigente associativo sempre foi o bem-estar daqueles que frequentavam a Associação, para que pudessem lembrar e relembrá-la como uma segunda casa. Mas os seus interesses extravasavam a freguesia. Cristiano Magalhães era também um apaixonado, desde pequeno, pelas Grandiosas Festas de Lousada e claro, pelo futebol, tendo sido, desde tenra idade, um fervoroso simpatizante da (como ele apelidava) “antiga” Associação Desportiva de Lousada, quando Macieira tinha um papel preponderante no clube lousadense, não só em termos diretivos, como também na participação de atletas macieirenses no plantel lousadense. Mas, no que a clubes diz respei-

to, claro que o “amor de uma vida”, foi a ARD Macieira. Como em tudo na sua vida, sempre se guiou por aspirações novas e mais desafiantes. Um desses casos, foi o exercício da arbitragem. Desde muito cedo desenvolveu um gosto e um desafio de ser árbitro de futebol. Sempre ambicioso, chegou mesmo a fazer parte de equipas de arbitragem de campeonatos nacionais, tendo porém posto fim a essa função passados três anos, altura em que o desafio do associativismo falou mais alto. Profissionalmente destacou-se como gestor de condomínios, profissão que desempenhava no ano em que faleceu, embora tivesse tido outras ocupações, como vigilante, que exerceu durante alguns anos. De todo o modo, sempre foi capaz de se adaptar aos desafios que a vida lhe proporcionava. Houve um, o derradeiro desafio, que não foi humanamente possível a Cristiano ser bem-sucedido: o desafio da doença terminal. Apanhados de surpresa, quase

que por “contra-ataque” da infelicidade para com ele que vivia nos píncaros da felicidade. Com 33 anos, vivia uma fase da vida em que tudo lhe corria de feição, com o seu maior projeto de vida associativa prestes a expandir-se consideravelmente. Na vida profissional sentia-se cada vez mais realizado e, a nível pessoal e familiar completo e feliz. Neste quadro depara-se com a terrível doença (cancro). “O choque foi a primeira reação, quer dele como de quem estava junto ou próximo. Na sua plenitude pessoal e social, é difícil de descrever toda a situação e todo o sentimento de todos os que se viram envolvidos, principalmente ele”, afirma a viúva, Sandra Graziela. “Foram 5 meses de luta constante. Com sofrimento, revolta, com altos e baixos, com esperança, com muita fé, por parte de todos, mas principalmente dele, sendo muitas vezes o próprio o motivador de uma recuperação. Mas, como num jogo de futebol (que era o que mais gostava), nem sempre quem mais ba-

talha sai vencedor, apesar de nunca se ter dado como vencido! E como várias vezes dizia “aos seus meninos”, “MAIS VALE A LÁGRIMA DA DERROTA, QUE A VERGONHA DE NÃO TER LUTADO!” Cristiano Alberto Alves de Magalhães nasceu em 23 de Julho de 1983 e faleceu em 26 de fevereiro de 2017, na freguesia de Macieira. Era filho de Maria da Conceição Pinto Alves Magalhães e Manuel Jerónimo Pinheiro Magalhães. Casou com Sandra Graziela Nunes Leal a 1706-2006, do qual nasce um filho, Martim Leal de Magalhães, que hoje tem 9 anos.

▐ José Carlos Carvalheiras Pub.


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Opinião

10 de setembro de 2020 | Ed. 33 | www.olouzadense.pt

A Tecnologia - o ativo, a Inteligência Artificial a password, no Tecido Empresarial

O GARANTE DA GESTÃO mudança.

▐ Assunção Neto Gestora

V

ivemos tempos de mudança, de adaptação a novas realidades, de descoberta constante de novas soluções. A economia digital acelerou a globalização, imperando a Tecnologia, com um peso crescente na automatização/robotização de processos que, à data, são drivers de redução de custos e aumento de eficiência/eficácia dos produtos/serviços, (in) tangíveis, na maioria das organizações. A Tecnologia é transversal no tecido empresarial, devendo garantir um desenvolvimento económico sustentável. Um pilar na inovação e competitividade no nosso tecido empresarial, uma realidade “disponível” a qualquer hora e lugar. Um motor mais agregador, hoje, no centro da decisão, apresentando como fator crítico a simbiose entre Tecnologia e Pessoas. Os seus ativos estão presentes na vida das pessoas e das empresas, por via da digitalização, que para muitos, um “combustível” e uma procura asfixiante dos restantes setores económicos. Com recurso à automação/robotização e à Inteligência Artificial (IA) responderá às necessidades e à dinâmica de cada negócio, representando uma mudança de processos e modelos de operação para as organizações, na forma como nos protegemos, convivemos e trabalhamos. O homem é e vai continuar a ser o principal agente e fator de

A CULTURA POPULAR E AS TRADIÇÕES

▐ Altino Magalhães Professor

Num traço geral, a IA permite compreender melhor as necessidades do consumidor, melhorar os produtos/serviços, identificar e gerir o risco. Mas, deixa um alerta para o amanhã, o maior desafio, será ético. Tem o potencial de alterar a natureza das relações humanas, muitas questões e soluções terão de ser repensadas. É aplicada, em dimensões como, no estudo, no diagnóstico, na prevenção e no tratamento, num vasto conjunto de áreas económicas, sociais, demográficas, entre outras. Permite correlação de fatores, analisar mais informação do que nós e granjear conclusões em tempo útil. Afigura-se como uma oportunidade na diferenciação, potencia a utilização de tecnologias emergentes, abraçando novos e mais complexos desafios. A automação/ robotização assume uma preponderância assinalável, a sua “inteligência” é potenciada com a sua utilização, abrindo novos horizontes às organizações, decidindo ações autonomamente. À medida que, o mundo avança e se adapta a este futuro (não totalmente controlado e monitorizado) diferente e incerto, novas soluções são orientadas para um maior rendimento, produtividade e de necessidade/resposta à indústria/clientes. Capacidades humanas como a aprendizagem, a tomada de decisão, o conhecimento são mais “fáceis” de replicar e, integradas com a robótica/ automação dão origem a novas soluções que resolvem problemas e geram valor acrescentado às organizações, sendo as máquinas capazes de prever e antecipar. A robotização/automação auxilia a ação humana, pela transferência das funções operativas para máquinas - liberta os operadores de determinadas tarefas, tirando mais partido do capital criativo dos humanos – dedicarem-se aos temas mais complexos, para se diferenciarem no mercado a nível processual e organizacional, e melhorar a qualidade do trabalho. Não há uma perda de postos de trabalho,

O

artesanato faz parte da cultura tradicional dos povos. É a arte de pessoas que realizam trabalhos unicamente manuais e cuja origem remonta à época pré industrial. Os artesãos aplicam variadas e diversas técnicas manuais e por conseguinte não existem duas peças iguais. Podem ser parecidas, mas têm um cunho muito pessoal e refletem, sempre, a relação do artesão com o meio onde vive, com a sua cultura e com a necessidade de obter instrumentos, utensílios de trabalho e vestuário e calçado, bem como peças utilitárias, artísticas, recreativas e de adorno, com ou sem fim comercial. A matéria-prima que por perto de casa, em cada localidade, as pessoas tinham acesso, nomeadamente de origem vegetal, principalmente de árvores e de plantas, do linho e também de alguns resíduos metálicos, era o fator

mas uma transformação (requalificar trabalhadores), transformar trabalhos mais difíceis para o trabalhador, em funções nas quais o ser humano pode fazer a diferença, e resolver o problema da falta de mão de obra existente em vários setores de atividade, como solução no futuro. Por trás da resposta a diferentes necessidades das empresas existe uma revolução tecnológica entre o mundo físico e o digital. Num mercado onde o capital humano é tão valioso, vai além da atração e formação de perfis mais técnicos, e todos, desde as equipas operacionais até à camada de gestão, onde a criatividade, a inteligência emocional e a liderança são vetores estratégicos, seres humanos farão sempre parte das equações, tendo a engenharia, um papel na resolução destes desafios. Segundo um estudo da Católica Lisbon School of Business & Economics, os empregos mais suscetíveis de serem automatizados ou substituídos por máquinas/robôs correspondem a 36% do emprego, não tendo a mesma incidência em todas as gerações. Lideranças conscientes do potencial na procura por soluções em IA farão diferença no munir novas capacidades, no polinizar experiência adquirida nos diferentes setores empresariais. Adicionalmente, a recolha e o processamento de dados possibilitam às empresas usufruírem desta, na tomada de decisões numa perspetiva mais holística, com visão e posicionamento da empresa, para traçar uma estratégia de negócio, envolvendo o cliente, aliada à personalização dos serviços, a soluções inovadoras e inteligentes, criando valor económico, social e ambiental. Num estudo com CEO`s das maiores organizações mundiais, mais de 80% referiram como prioridade estratégica “utilizar dados em modelos de decisão avançados para aumentar o desempenho e a vantagem competitiva da organização”. Poucas conseguem criar todo o valor

possível, com experiência e talento humano na iteração humano-máquina. O que irá diferenciar as organizações com um maior quociente de inteligência empresarial não será o acesso de mais dados e capacidade de análise face aos seus concorrentes, será a capacidade de as organizações aprenderem continuamente em escala, refletir e explicar os resultados com base na aprendizagem e adaptarem-se. As empresas entrarão num ecossistema de dados para extrair valor para os seus negócios e disponibilizar informação útil. O acesso dos dados vai acarretar gigantes desafios, no controlo (partilhar e aceder aos dados com segurança) e na capacidade de fazer acontecer “Inteligência Aumentada”. É imperativo que, as organizações tenham uma estratégia digital que as mantenha próximas dos clientes, reduzir custos, prever as vendas, otimizar processos para serem produtivas, rentáveis e eficientes. O recurso a soluções tecnológicas, entra em ação e assume importância ao serviço de uma boa gestão, permitindo uma resposta com maior precisão e velocidade. Os gestores necessitam de informações confiáveis, que apoiem tomadas de decisão sem erros, acrescentem transparência e fiabilidade, com uma visão da organização, que permita agir rapidamente perante a oportunidade, desafio ou risco. As empresas devem alinhar o olhar para soluções tecnológicas como uma alavanca para os seus negócios. Mais do que nunca, o digital é o presente e o futuro, que assenta na forma como as organizações interagem com os seus clientes, desenvolvem o seu negócio, como gerem as suas pessoas e como estas interagem entre si, pela alteração de modelos de trabalho que aí vem, como as novas gerações o exigem.

O artesanato em Lousada primordial para existirem trabalhos artesanais muito diferentes de terra para terra. Em Lousada, como diz o poeta: “Terra de Encanto”, a comercialização das peças de artesanato costumava realizar-se de maneira direta entre o artesão e o comprador, principalmente na sua casa ou oficina ou através dos mercados e feiras que se realizam em datas certas e ainda pela entrega direta na casa do comprador. Como as peças eram feitas à mão, nunca poderiam ser feitas em grande quantidade para distribuir por grandes lojas. Lousada, prima pela originalidade dos artesãos, já desde há muitos anos, nomeadamente na cestaria que consistia na confeção de cestos e cestas, principalmente para transportar produtos do campo, frutos, sementes, as uvas para o lagar e a merenda para os trabalhadores do campo. Entrelaçando vergas de vimes, varas

de salgueiro (árvore bastante abundante junto ao Rio Sousa), ou palha de centeio, o artesão cruza, encana, enrola e torce a fibra para fazer peças (cestos e cestas) bastante uteis, de tamanhos diversos e para os fins a que se destinam e que terminavam sempre nas pegas, mais ou menos fortes para suportarem o peso dos produtos a transportar. Outras das peças de artesanato, muito comuns nas terras de Lousada, bem como nas terras vizinhas do Vale do Sousa e Baixo Tâmega, com as suas nuances próprias em muitas localidades rurais do Continente Português e Ilhas, são os socos (tamancos). Em Lousada havia oficinas dos tamanqueiros em quase todas as freguesias do concelho. Cada uma tinha o seu artista, e, por vezes mais do que um. Talhavam as peles de couro para os socos dos homens e de “crute” (croute!!) para as socas das mulheres (segundo alguns testemunhos chamavam à pele brilhante das socas das mulheres – “pele de crute”). Pre-

gavam as peles a uma base de pau de amieiro, solado ou não com borracha, através de tachões, e, quando queriam os socos mais “finos” e bonitos, pregavam-nos com tachas com cabeças “adornadas”. O artesão teria de procurar os amieiros e cortar a árvore nas quadras da lua. Os socos não eram somente para usar em dias de trabalho (a maior parte dos trabalhadores do campo andavam descalços) mas sim, também, para usar aos domingos e dias-santos e em dia de cerimónias festivas, onde eram usados os socos feitos de melhor substância e matéria e acabamentos mais luxuosos. No trajeto a caminho das Festas e Romarias, na ida à Missa ou a um casamento, os socos iam debaixo do braço e só à chegada os calçavam. Assim, duravam uma vida!....


Opinião

www.olouzadense.pt | Ed. 33 | 10 de setembro de 2020

Saber(or) Saudável

▐ Maria Neto

Nutricionista

A

Transformações no Sistema Alimentar no e pós COVID-19

alimentação saudável assenta no pressuposto de que esta deva ser completa, variada e equilibrada, proporcionando energia e bem-estar físico, pelo fornecimento de todos os nutrientes necessários ao corpo, em quantidades adequadas. No entanto, a integridade e a quantidade dos nutrientes podem estar comprometidas. A perda de nutrientes pelos alimentos começa nos campos de produção e continua em toda a sua cadeia, até chegar às nossas casas. Dependendo da forma como utilizamos estes alimentos, no armazenamento, na preparação e/ou na confeção, podemos estar a acentuar esta perda. Deste modo, durante a confeção, os alimentos podem sofrer perdas nutricionais significativas. Além de escolhas alimentares equilibradas e adequadas, é crucial saber como cozinhar os alimentos de modo a manter as suas propriedades nutricionais. Assim, o tempo e as técnicas de confeção, o tipo e quantidade dos

EDUCAÇÃO

▐ Pedro Araújo Professor profpedro2019@gmail.com

O

início deste novo ano letivo está a ser marcado pela discussão de duas temáticas que, embora não pareça, estão intimamente ligadas entre si. Ao colocarmos todas as questões relacionadas com a Covid-19 em perspetiva, percebemos com alguma facilidade que a pandemia tem uma relação indelével com os nossos comportamentos sociais. Isto é, desde a sua origem, passando pela sua propagação e acabando na procura de uma vacina segura, tudo nesta pandemia está diretamente relacionado com os nossos comportamentos enquanto seres sociais, enquanto cidadãos. Por isso, a pandemia e a educação de todos nós

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ingredientes adicionados, determinam a qualidade nutricional e o valor energético final do prato. Uma confeção adequada dos alimentos sustenta a um melhor sabor e aspeto visual de um prato, a uma maior digestibilidade, a melhor absorção dos nutrientes, a mais segurança alimentar para consumir, podendo ainda melhorar o seu valor nutricional. Esta perda nutricional é particularmente relevante para os produtos como, as hortícolas, as carnes, os peixes e as leguminosas, sendo estes ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes, sendo que, são mais sensíveis à influência pelo método de confeção e pelo tempo de exposição a elevadas temperaturas. Contudo, técnicas (ex.: cozer, fritar) ou tempo de confeção inadequados podem resultar em perda de valor nutricional do alimento, nomeadamente, na perda de vitaminas e/ou minerais, dado, serem sensíveis a elevadas temperaturas ou ao contacto com água. Por outro lado, existem alimentos cujas propriedades nutri-

cionais se alteram favoravelmente quando confecionados, como é o caso do tomate, cujo teor de licopeno (carotenoide) aumenta e se torna mais biodisponível sob ação do calor. Alimentos como, hortícolas de folha verde, leguminosas ou batatas, ricos em vitaminas do complexo B e Vitamina C, quando são cozidos, perdem grande parte destes compostos para a água de cozedura. Consequentemente, ao rejeitar a água da cozedura, é desperdiçado uma parte desses nutrientes. Na impossibilidade de aproveitar a água de cozedura, deve-se utilizar o menor volume de água possível, colocando os alimentos apenas quando a água já estiver a ferver e cozinhar em lume brando. Optando por cozinhar os alimentos a baixas temperaturas durante o menor período de tempo possível (o necessário para que os alimentos sejam seguros do ponto de vista microbiológico). Outro dos potenciais erros reporta a não consumir os alimentos quando se termina de os cozinhar, ficando expostos ao ar (sujeitos a oxidação dos

nutrientes, em particular vitamina C) ou estes continuarem expostos a elevadas temperaturas para se manterem quentes, acentuando as perdas nutricionais. Existem técnicas para preservar os nutrientes, como a quantidade de água utilizada para o cozimento, o modo de confeção (cozer, fritar, grelhar, assar, entre outros), a forma de congelamento e de descongelamento, os cortes, o tempo de armazenamento e para o consumo, entre outros. Para obter resultados e garantir um valor nutricional otimizado, é relevante conhecer as técnicas de culinária, escolher ingredientes de qualidade e analisar qual a melhor técnica culinária para cada situação, estabelecendo um equilíbrio entre o sabor e o interesse nutricional das refeições, conciliando com a preservação dos nutrientes, garantindo um melhor aproveitamento dos alimentos, do sabor e favorecendo a sua apresentação.

A digitalização do ensino, os 400 milhões e o futuro do país como cidadãos, ou educação para a cidadania, são duas realidades que convém colocar no mesmo plano. A pandemia tem influenciado muito os nossos comportamentos sociais, tal como os nossos comportamentos sociais têm influenciado muito a propagação mais ou menos massificada da pandemia. Até aqui estaremos todos de acordo, suponho eu. A questão em relação à qual, pelo contrário, há enormes diferenças de opinião é a de saber se a Escola deve ou não trabalhar as questões da educação para a cidadania, centradas mesmo numa disciplina de Educação para a Cidadania, ou se, pelo contrário, a formação de cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres deve passar apenas pela família e outras organizações, como as religiosas ou as políticas, por exemplo. Na minha modesta opinião, de pai e de professor com largos anos de experiência, há dois argumentos definitivos a favor da educação cívica na Escola e até de uma disciplina curricular chamada Educação para a Cidadania, com os atuais conteúdos programáticos ou outros que se possam acrescentar.

O primeiro desses argumentos é que o grau de escolaridade das famílias portuguesas e o grau de profundidade com que conseguem tratar todas as questões da cidadania são muito diferentes. Para além disso, as próprias dinâmicas familiares, que influenciam bastante o número e a extensão das oportunidades em que estas e outras temáticas são abordadas, também são muito diferentes de família para família, mesmo dentro de uma determinada classe social. Ora, a Escola pode e deve funcionar a este propósito, como funciona para ao ensino de todas as outras disciplinas: garantir que, independentemente da sua posição social e das habilitações ou conhecimentos do seu agregado familiar, todos os alunos, repito porque é importante, todos os alunos têm acesso garantido a um conjunto de conhecimentos e reflexões, que poderiam escapar a muitos deles. A questão é que a Escola é mesmo o mais poderoso mecanismo de promoção da igualdade de oportunidades que todos deveriam defender… (se tivessem desenvolvido a sua educação para a cidadania no seu tempo de es-

cola de forma séria e consequente…). Isto não significa que a família e outras organizações sociais ou religiosas não possam também participar ativamente na educação cívica dos alunos. Muito pelo contrário, tudo quanto se ensina na Escola, incluindo a Educação para a Cidadania, pode e deve ser conversado e discutido fora do recinto escolar. Importa é garantir que todos os alunos, mas mesmo todos, tenham acesso a formação e a informação, de forma esclarecida e estruturada, sobre esta matéria, cada vez mais relevante para o futuro da Humanidade, como esta pandemia veio demonstrar, pelas razões que já todos conhecem. O segundo argumento que, no meu entender, é definitivo a favor do desenvolvimento da educação para a cidadania em contexto escolar é o facto de se proporcionar aos alunos o desenvolvimento dessa matéria entre pares, entre iguais, o que é muito diferente de o fazer em ambiente familiar ou religioso, por exemplo. Julgo que há muitas temáticas dentro da disciplina de Educação para a Cidadania que podem ser tratadas de forma mais proveitosa para os alunos, se forem

desenvolvidas em contexto de sala de aula e com o seu grupo-turma. Como é lógico, considero provável a existência de exceções. No entanto, em termos genéricos, entendo que haverá muitas mais vantagens do que desvantagens em se tratar das questões de cidadania em grupos como as turmas, em que são todos de idades muito próximas e estão a viver o mesmo “mundo”, que, quase sempre, é diferente, em muito ou em pouco, dos mundos em que vivem outras faixas etárias, como os irmãos mais velhos, os pais, etc… Claro que na sala de aula também está uma professora ou um professor, mas há também o grupo com as mesmas vivências, as mesmas dúvidas, as mesmas perspetivas, as mesmas expectativas, etc… E se todos os líderes mundiais tivessem tido uma verdadeira educação para a cidadania, aprendendo a respeitar, no discurso e nas ações, os direitos e os deveres de um cidadão consciente e responsável? Será que a pandemia teria acontecido como aconteceu? Será que tinha provocado os mesmos efeitos em cada um dos países atingidos?

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