Revista Só Futebol #07

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ANO 1 • NÚMERO 7 • 2015 • R$10 Revista Só Futebol

ANO 1 • NÚMERO 7 • 2015 • R$10

ATÉ O FIM Luiz Casagrande, o Casinha, assume a presidência do Paraná para ficar até o último minuto

DE OLHO NA

NOVO DESAFIO

Ney Franco volta ao Coritiba para tentar repetir bom desempenho

SELEÇÃO O atacante Walter revela seu sonho de vestir a camisa do Brasil


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EDITORIAL

E

sta edição da Revista Só Futebol chega com um ídolo atleticano na capa. Walter chegou ao Atlético e conquistou os torcedores. Em uma entrevista exclusiva, ele fala sobre seu desempenho no clube e sobre o sonho de vestir a camisa da Seleção Brasileira. Nas próximas páginas, você também vai encontrar uma matéria com Ney Franco que conta sobre suas expectativas neste retorno ao Coritiba e a vontade de repetir o mesmo bom desempenho do passado. Luiz Casagrande, o Casinha, também conversou com nossos repórteres e falou do orgulho que sente do Paraná Clube e da honra de estar na cadeira de presidente do time. Por aqui, você também vai saber como estão os times paraenses no Brasileirão e outros campeonatos que estão rolando pelo estado, com outras equipes. Destacamos, ainda, a nova forma de acompanhar os jogos, a conquista do Operário no campeonato estadual e a volta da Suburbana. Conversamos também com ex-jogadores de clubes paranaenses, que falaram da época lúdica do esporte, e com torcedores que superam todas as adversidades para dar apoio aos times do coração. Boa leitura!

OLIK COMUNICAÇÃO R. Pamphylo D’Assumpção, 908 Rebouças | Curitiba – PR (41) 3209.3389 www.olikcomunicacao.com.br facebook.com/revistasofutebol

COORDENAÇÃO DE CONTEÚDO Fernanda Brun fernanda@olikcomunicacao.com.br

JORNALISTA RESPONSÁVEL Thais Vaurof – Mtb: 8270/PR thais@olikcomunicacao.com.br contato@olikcomunicacao.com.br

COLABORADORES Mahani Siqueira, Priciane Crocetti, Ricardo Galeb, Thaisa Meraki e Thiago Ribeiro

REVISÃO Thalita Uba (Lumos Traduções)

PROJETO GRÁFICO Lais Pancote

DIAGRAMAÇÃO Sabrina Evelize Godarth e Lais Pancote

PARA ANUNCIAR comercial1@revistasofutebol.com (41) 3209-3389 Nenhuma empresa ou pessoa está autorizada a retirar produtos, comercializar espaços publicitários ou editoriais, a não ser com autorização por escrito da Olik Comunicação, situada na cidade de Curitiba.




SUMÁRIO

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NOSSA CAPA FOTO: Gustavo Oliveira

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GIRO DO FUTEBOL

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BRASILEIRÃO

Novidades sobre o que está rolando nos campeonatos

Os desafios dos times paranaenses nas quatro divisões

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CAPA

Walter, o novo ídolo do Furacão, em uma conversa exclusiva

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PARANAENSE

Operário deixa a fama de fantasma e levanta a taça do estadual 2015

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PERFIL

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IMPRENSA

Luiz Carlos Casagrande promete continuar no Paraná

O Twitter e a nova forma de acompanhar os jogos


44 52

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BATE-PAPO

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SAÚDE

Ex-jogadores de clubes paranaenses falam da época lúdica do esporte

As temidas e frequentes lesões no tornozelo

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TREINADOR

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SUBURBANA

Ney Franco volta ao Coritiba com o desafio de repetir o seu bom desempenho

O maior campeonato amador do estado está de volta

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TORCIDA

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ONDE JOGAR

Torcedores superam suas condições físicas para apoiar os times

Quadras para se reunir e jogar com os amigos

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GIRO DO FUTEBOL

Resultados estaduais

© MARCO OLIVEIRA

SUB-17

© MARCO OLIVEIRA

O que rolou nos campos ao redor do Paraná

Trio de ferro na semi A terceira rodada da segunda fase do Campeonato Paranaense Sub-17 foi mais do que positiva para o Trio de Ferro. O principal destaque foi a goleada do Coritiba por 8 a 1 no PSTC , na casa do adversário, em Londrina. O resultado isolou ainda mais o Alviverde na liderança do Grupo E, com 16 pontos ganhos em seis jogos, e garantiu o time na semifinal do estadual. Já o Furacão segue imbatível no segundo turno da competição. Jogando em casa, o RubroNegro bateu o Batel, de Guarapuava, por 3 a

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0, sem muita dificuldade. Com a liderança do grupo D garantida (18 pontos em seis jogos), o Atlético já está classificado para a semifinal do torneio. Assim como a dupla Atletiba, o Paraná Clube também avançou no Campeonato Paranaense da categoria. No entanto, conquistar a vaga na semifinal não foi fácil. Era preciso vencer o Prudentópolis fora de casa, mas o objetivo foi alcançado. O Tricolor bateu o time do interior do estado por 2 a 1 e encara o Coritiba na próxima fase.


Novidade na área não iniciaram da forma que gostariam. O time do Alto da Glória ocupa a quarta posição, com apenas dois pontos. Já o Tricolor, com apenas um jogo, empatou na estreia. O torneio terá um total de quatro fases. Na primeira, os clubes se enfrentam em turno único. As oito equipes mais

bem classificadas avançam às quartas de final. Além de Atlético, Coritiba, Paraná Clube e Toledo CW, outros cinco times participam da nova competição organizada pela Federação Paranaense de Futebol (FPF): AC Paranavaí, Portuguesa Londrinense, Maringá FC, Andraus Brasil e Cianorte FC. © DIVULGAÇÃO CORITIBA

A primeira edição da Taça FPF começou e o Atlético iniciou a competição com 100% de aproveitamento. Nos dois primeiros jogos, o Rubro-Negro sub-23 somou seis pontos e lidera a competição. Atrás do time da capital aparece o Toledo CW, com quatro pontos. Coritiba e Paraná Clube

BASE

Raphael Veiga é um dos destaques do Coritiba.

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GIRO DO FUTEBOL

SUB-19

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© MAURICIO MANO

No Paranaense Sub-19, quem está na liderança é o Coritiba. Com uma campanha praticamente impecável, o clube do Alto da Glória lidera isolado o Grupo C: 20 pontos em oito jogos. Na cola do Verdão está o Tricolor. Com um jogo a mais que o rival, o Paraná Clube ocupa a segunda colocação do grupo, com 18 pontos. Em terceiro, o Atlético segue atrás dos principais rivais, com 15 pontos em oito partidas. Já no Grupo A, a liderança está nas mãos dos Foz do Iguaçu FC, com a melhor campanha da competição até agora: 22 pontos em oito partidas. No Grupo B, quem está na ponta é o Londrina, com 19 pontos (seis vitórias, um empate e apenas uma derrota).

© DAYANE WOSCH

embolado

© MAURICIO MANO

© MAURICIO MANO

Tudo


© JULIA ABDUL-HAK

Futebol amador de Curitiba tem vencedor!

Este ano, a Taça Paraná pertence ao Fanático. O clube, agora heptacampeão do torneio, bateu o Bandeirantes, em Campo Largo, por 2 a 1, no Estádio Ângelo Antônio Cavalli, e levantou o caneco da 52a edição da competição. Apontado como um dos favoritos antes mesmo de o torneio começar, o time, conhecido como Tricolor da Terra da Louça, confirmou o status e agora é o segundo maior papa-títulos da história da Taça Paraná, atrás apenas do Trieste, clube de Santa Felicidade que possui dez troféus do campeonato. Além da taça, o time do técnico Juninho terminou o torneio com o artilheiro da competição, Tamandaré, com oito gols, e o goleiro Rodrigo se consagrou como o arqueiro menos vazado, com uma média de apenas um gol sofrido por jogo.

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SUB-15

© GUSTAVO OLIVEIRA

GIRO DO FUTEBOL

RIVALIDADE

EM JOGO NO

SUB-15 Após uma semifinal emocionante, o Campeonato Paranaense Sub-15 terá um Atletiba na grande final. O Alviverde se classificou para a decisão após levar a melhor sobre o rival Paraná Clube. Na primeira partida, o Coxa venceu em casa por 1 a 0. No jogo de volta, foi a vez do Tricolor levar a melhor e bater o Coritiba pelo placar mínimo. Com a igualdade em todos os critérios (pontos, saldo de gols, gols pró), a vaga para a finalíssima foi decidida nos pênaltis. Nos tiros livres, quem se classificou foi o time do Alto da Glória, que bateu o Paraná Clube por 4 a 2. O adversário do Alviverde também saiu após

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cobranças de pênaltis. O Furacão sub-15 perdeu a primeira partida da semifinal para o PSTC, fora de casa, por 1 a 0, mas se recuperou ao bater por 3 a 2 o time do interior no jogo de volta. Com empate em todos os critérios, a vaga para a final foi para as penalidades. Com um aproveitamento melhor nas cobranças, o Atlético garantiu a presença na final após marcar três vezes contra apenas uma cobrança acertada do PSTC. As datas do confronto entre Atlético e Coritiba na final do Estadual Sub-15 ainda não foram homologadas pela Federação Paranaense de Futebol.


© DIVULGAÇÃO

Mais um vexame,

Brasil

A Seleção Brasileira bem que tentou apagar a péssima impressão da Copa do Mundo de 2014, mas não conseguiu. Dessa vez, não foi um 7 a 1 que eliminou o Brasil, mas o resultado, assim como a semifinal do mundial realizado aqui no país, foi considerado vergonhoso. Sob o comando do técnico Dunga, o time canarinho foi eliminado logo nas quartas de final diante da seleção do Paraguai na Copa América do Chile, em disputa de pênaltis, após empatar em 1 a 1 no tempo normal. Entre os convocados, dois paranaenses fizeram parte do time titular durante

toda a campanha no torneio sul-americano: o zagueiro Miranda e o meia Fernandinho. Miranda, natural de Paranavaí e ex-Coritiba, foi um dos escolhidos pelo treinador para ser um dos líderes da equipe. Apesar da má campanha na competição, o zagueiro foi negociado pelo Atlético de Madri, da Espanha, e agora é o mais novo reforço da Inter de Milão, da Itália. Já Fernandinho, que nasceu em Londrina e é ídolo do Atlético, foi o primeiro volante do time de Dunga. No entanto, assim como na Copa, acabou sendo muito criticado pelo excesso de faltas e o pouco futebol apresentado. A final do torneio disputado no Chile acabou com o time da casa campeão. Com o apoio da torcida, a seleção comandada pelo argentino Jorge Sampaoli bateu a Argentina nos pênaltis, depois de um empate emocionante em 0 a 0 no tempo regulamentar.

© VALQUIR AURELIANO

Campeonato Amigos da Bola Com grande destaque na primeira fase do campeonato, o Operário Ahú, com um elenco de ex-jogadores profissionais, continua na ponta da tabela. O destaque é o craque Renaldo, ídolo de times como Atlético Parananese, Paraná Clube e do espanhol La Coruña e artilheiro do Campeonato Brasileiro pelo Atlético MG, que continua impiedoso com o goleiros. POR: THIAGO RIBEIRO

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BRASILEIRÃO

Futebol Paranaense

Séries A, B, C e D Seis times paranaenses encaram desafios bem diferentes nas quatro divisões do Campeonato Brasileiro

C

Com representantes nas quatro principais divisões do Campeonato Brasileiro, o futebol paranaense vê seus times em situações diversas nesse início de segundo semestre. Nas séries A e B, Atlético, Coritiba e Paraná Clube entram na reta final do primeiro turno da competição com diferentes objetivos. Na terceira divisão, o Londrina se mantém entre os primeiros colocados do Grupo B. Já na Série D, Operário e Foz dão seus primeiros passos na longa caminhada rumo ao acesso. Relembre o que aconteceu nas últimas rodadas da principal competição de futebol nacional e prepare a calculadora para os próximos meses. Independentemente das pretensões do seu time, você certamente precisará fazer algumas contas até o fim do ano, quando títulos, classificações para Libertadores e Sul-Americana, rebaixamentos e acessos serão finalmente conhecidos.

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© GERALDO BUBNIAK / FUTEBOLPARANAENSE.NET

SÉRIE A

O provérbio diz que, depois da tempestade, vem a bonança. Os torcedores do Atlético podem dizer que sentiram o ditado na calejada pele rubro-negra. O péssimo desempenho no Campeonato Paranaense, a necessidade de disputar o malfadado Torneio da Morte, as trocas no comando e a recepção desconfiada da torcida na chegada de Milton Mendes fizeram dos primeiros meses do ano um desafio e tanto. No entanto, o estadual terminou, o fantasma do rebaixamento ficou para trás, o principal rival não conquistou o título (bônus importante para a torcida) e o trabalho do novo treinador surpreende positivamente.

Brigando pelas primeiras posições da Série A, o Furacão parece outro time em relação ao do Paranaense. Comandado por um voluntarioso e empolgado Walter, o time voltou a atrair os torcedores e, com uma equipe que funciona dentro de campo, chegou a liderar a competição. Uma série de partidas sem vitória acabou freando o ímpeto atleticano e refletiu na classificação. De qualquer forma, levando em conta as baixas expectativas, o primeiro turno do Brasileirão saiu muito melhor do que encomenda. E resultados como a vitória sobre o Palmeiras no Allianz Parque fazem os torcedores acreditarem que, com alguns ajustes, é possível brigar na parte de cima da tabela até o fim.

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BRASILEIRÃO

© GERALDO BUBNIAK / FUTEBOLPARANAENSE.NET

SÉRIE A

Pelos lados do Alto da Glória, o Coritiba vive seu momento mais complicado no ano. O começo do trabalho de Ney Franco ainda não deu o resultado esperado pela diretoria e o time luta contra o rebaixamento. Para piorar, o problema das lesões tem sido um fantasma frequente. Apesar da evolução tática, a falta de pontaria no ataque, o mau desempenho fora de casa e a série de decepções no Couto Pereira comprometem. A esperança da torcida está nos ombros das inesperadas e jovens estrelas do elenco. É o

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caso do jovem atacante Evandro, de 18 anos, formado nas categorias de base do clube. Contra Corinthians e Goiás, pelo Brasileirão, e diante da Ponte Preta, pela Copa do Brasil, o atacante marcou nos últimos minutos e impediu resultados ainda piores. Na competição eliminatória, o gol foi fundamental para levar a decisão aos pênaltis e acabar classificando o Coritiba. Enquanto isso, o torcedor coxa-branca ainda acredita que é possível se firmar em um lugar bem longe da parte mais baixa da tabela da Série A.


© ROBSON MAFRA/PARANÁ CLUBE

Novo comandante do Tricolor, Fernando Diniz terá o desafio de implantar seu sistema de jogo, que valoriza a posse de bola e que é inspirado no Barcelona. Na sua passagem pelo Audax, do interior de São Paulo, o treinador teve sucesso. A diretoria, apesar do mau momento dentro de campo, aposta na política de contenção de gastos e saneamento financeiro para resgatar o clube da má fase e, quem sabe, dar um novo ânimo na batalha pela volta à Série A. A torcida entendeu o recado e, animada com o início de trabalho do novo técnico, tem prometido encher a Vila Capanema como no empate contra o CRB, com mais de 15 mil paranistas no estádio.

© GERALDO BUBNIAK / FUTEBOLPARANAENSE.NET

SÉRIE B

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BRASILEIRÃO SÉRIE C Único representante paranaense na terceira divisão, o Londrina se mantém entre os primeiros colocados do Grupo B da Série C e tem potencial para dar trabalho até o fim. As vitórias diante de Portuguesa e Guarani, nas duas primeiras

rodadas, animaram a torcida e deram o impulso inicial de que o Tubarão precisava. O objetivo é se manter entre os quatro colocados do grupo e garantir a classificação para a fase final e para os jogos que podem valer o esperado sonho do acesso.

SÉRIE D Já o Foz encara São Caetano-SP, Volta Redonda-RJ, Metropolitano-SC e Lajeadense-RS. O time da cidade das cataratas, com três derrotas acachapantes nas três primeiras rodadas, já faz as contas para reverter o péssimo começo. Já o Fantasma, com um início promissor, se mantém na ponta do seu grupo. POR: MAHANI SIQUEIRA © G LUCIANO MENDES

Campeão paranaense e vice-campeão do interior, respectivamente, Operário e Foz são os representantes do estado na disputa da recém-iniciada Série D, que conta com oito grupos de cinco times. Dos 40, 16 se classificam para a fase final. O time de Ponta Grossa tem Ypiranga-RS, Resende-RJ, RB Brasil-SP e Inter de Lages-SC como adversários em sua chave.

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CAPA

De olho na amarelinha Em bate-papo exclusivo com a Revista Só Futebol, Walter, atacante do Atlético, abre o jogo, revela sonho de vestir a camisa da Seleção e fala sobre o status de ídolo no Furacão

A

fase era complicada. A campanha no Campeonato Paranaense foi abaixo do esperado e a torcida atleticana exigia melhores resultados do clube na temporada. Porém, no dia 15 de abril, a esperança rubro-negra por um ano melhor desembarcou no Aeroporto Afonso Pena. Não demorou muito para alcançar o status de ídolo da torcida. A má campanha no estadual ficou para trás e o clube começou a lutar na parte de cima da tabela no Brasileirão. Os resultados vieram e Walter faz questão de dividir os méritos com o restante do time. “Gostei do elenco desde o primeiro dia em que cheguei. Eles sabiam que eu podia ajudar e também me ajudaram. Eles me aceitaram. O grupo é humilde, não há brigas. Quando você precisa, eles lhe dão a mão.”

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© GUSTAVO OLIVEIRA

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CAPA O sucesso repentino no Rubro-Negro faz o centroavante sonhar alto. Com a escassez de camisas 9 no Brasil e a dificuldade dos últimos técnicos da Seleção Brasileira em encontrar uma referência para o ataque, Walter não tem dúvida de que há uma vaga para ele no time canarinho. “Eu quero jogar pelo Brasil. Com todo respeito, se eu perder quatro, cinco quilos, tenho certeza de que jogo nessa Seleção Brasileira. A qualidade eu tenho. Eu não 'me acho', sou humilde, mas cada atleta sabe do seu potencial. Para eu chegar, só falta isso. Todo jogador tem um probleminha, o meu é o peso. Trabalho muito, é difícil, mas estou chegando, garante.

© GUSTAVO OLIVEIRA

“SE EU PERDER QUATRO, CINCO QUILOS, TENHO CERTEZA DE QUE JOGO NESSA SELEÇÃO BRASILEIRA.”

Enquanto o sonho de vestir a camisa verde e amarela não chega, Walter segue sua vida em Curitiba. No entanto, o atleta vem enfrentando algumas dificuldades de adaptação. Nenhuma delas dentro das quatro linhas, para alívio dos atleticanos. Não são os zagueiros adversários que vêm dificultando a vida do centroavante, mas, sim, o frio da capital paranaense. O clima da cidade tem sido um dos principais desafios do jogador nessa passagem pelo Furacão.

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© GUSTAVO OLIVEIRA

© GUSTAVO OLIVEIRA

“TEMOS TIME PARA BRIGAR E VAMOS LUTAR EM CIMA.” “Estou me acostumando com o frio. Nesses últimos anos, só peguei clima quente: Goiânia, Rio de Janeiro, Belo Horizonte. Porém, boa parte da minha vida eu passei em uma cidade em que faz frio também, Porto Alegre. Curitiba é muito bonita, povo educado, parecido com a Europa. É com o frio que preciso me acostumar, principalmente para treinar de manhã”, revela o pernambucano. E nada melhor para combater o frio de Curitiba do que o calor que vem direto das arquibancadas. Fascinado pela energia da nova Arena da Baixada, o jogador está empolgado

com o contato tão próximo com os torcedores. “Vou te falar, já joguei jogo importante e fiquei louco com essa torcida. Agora, com o teto retrátil, o eco na Arena é incrível, mais de 30 mil pessoas gritando! Rapaz, é incrível. O máximo que eu tinha presenciado foi em um jogo entre Porto e Benfica, mas não tinha sentido esse calor tão próximo como foi diante do Coritiba. Foi um jogo marcante pra mim. Não vou esquecer pelo gol e pela festa que a torcida fez”, relembra. O gol diante do Coxa, no empate em 2 a 2 na Arena, válido pela 8a rodada do Campeonato Brasileiro, entrou para a galeria de gols importantes

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CAPA

FARO DE GOL

Logo em seu primeiro Atletiba, Walter marcou um dos gols no empate na Arena.

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© GUSTAVO OLIVEIRA

da carreira do atleta. Para ele, o grande artilheiro precisa aparecer nessas horas. “Jogador tem que fazer gols nesses jogos, então eu precisava fazer contra eles. É um jogo diferente, não são só três pontos. O clássico mexe com a cidade, muda o clima. Fiquei feliz de ter marcado contra o maior rival”, vibra o novo ídolo do Furacão. Apesar da boa fase com a camisa do Atlético, a carreira do jogador não foi sempre repleta de bons momentos. Ainda no início de sua trajetória no futebol, quando despontava como uma das revelações do Internacional-RS, o jogador viveu a fase mais difícil de sua vida.

“Pouca gente sabe o que ocorreu. Cheguei no Inter em 2010, era titular, jogando a Libertadores e recebendo um salário de R$ 15 mil. Pedi um aumento e a diretoria prometeu pagar, mas não pagou. Muitos não entenderam. Era melhor eu ir embora, não queria ficar jogando no Inter enquanto eles contratavam jogador de R$180 mil mensais que nem ia para o banco de reservas. Fiquei dez dias em casa pensando, trancado, sem sair para a rua. Depois que isso tudo aconteceu, fui vendido para o Porto por 3 milhões de euros. Apesar disso, sou bem recebido no Inter. Em todos os lugares em que joguei sou recebido de portas abertas”, conta. O problema não afetou o futuro da carreira do centroavante. Depois de passagens pelo Porto-PT e CruzeiroMG, Walter reencontrou o seu futebol no Goiás. Em duas temporadas no clube esmeraldino, Walter conquistou títulos e, principalmente, viu seu nome virar referência entre os camisas 9 no Brasil. “Sem dúvidas, meu melhor momento da carreira foi no Goiás. Acredito que posso repetir, sim, essa temporada aqui no Atlético, mas se eu chegar um pouco perto do que fiz no Goiás já está de bom tamanho”, avalia o atacante. No que depender do discurso de Walter, a torcida atleticana pode ficar esperançosa. “Vamos buscar o G4, G3, a Sul-Americana e o próprio título brasileiro. Hoje, os times estão muito iguais, está muito equilibrado. Temos time para brigar e vamos lutar em cima. Temos que pensar grande”, promete, confiante, o novo ídolo. POR: THIAGO RIBEIRO


© GUSTAVO OLIVEIRA

COM MORAL! WALTER SE TRANSFORMOU EM UM DOS LÍDERES DO JOVEM ELENCO ATLETICANO.

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PARANAENSE

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© LUCIANO MENDES

Cinco décadas e quatro anos Só para chegar até a final histórica foram 54 anos de espera. E antes de vencer o Coritiba, o maior colecionador de títulos paranaenses, o clube alvinegro amargou 14 vice-campeonatos. Com tantos hiatos e números desfavoráveis, o que fez o clube de Ponta Grossa – que, no ano passado, disputou o Torneio da Morte e por pouco não foi rebaixado para a Divisão de Acesso – para reverter o retrospecto e passar por cima de todos os participantes do campeonato? É o que descobriremos nas próximas linhas.

O

Operário é conhecido como Fantasma da Vila desde 1958 por assombrar os grandes clubes da capital. O apelido foi dado depois que o meio esportivo de Curitiba constatou que os times adversários ficavam apavorados com a garra e a força do time de Ponta Grossa, que dificilmente perdia alguma

partida em casa. A alcunha não poderia se encaixar melhor no Alvinegro do que neste ano. Na diretoria do clube desde 2012, o presidente Laurival Pontarollo já pensou em deixar o cargo por não ter o apoio necessário, mesmo investindo parte dos lucros de sua empresa agrícola para manter a equipe. O que fez Pontarollo permanecer foi o sucesso na adoção de um projeto pouco utilizado em equipes do interior: investimentos de

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PARANAENSE

RUMO À SÉRIE C A estreia na Série D do Campeonato Brasileiro aconteceu no dia 12 de julho no Rio de Janeiro, contra o Resende. Com a perda de cinco titulares de destaque tanto durante quanto após o Campeonato Paranaense de 2015 (Douglas, Ruy, Juba, Jhonatan, Danilo Baia), sete jogadores acertaram com o clube para reforçar a equipe para o Brasileirão: um goleiro, dois laterais, um zagueiro e um meia.

A TAÇA DE CAMPEÃO ESTADUAL FOI LEVANTADA PELA PRIMEIRA VEZ EM 2015, NA MESMA SEMANA EM QUE O OPERÁRIO FERROVIÁRIO ESPORTE CLUBE COMEMOROU 103 ANOS DE HISTÓRIA. 32

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© LUCIANO MENDES

empresários. Com um bom planejamento, o chamado “Amigos do Operário” conseguiu reunir um grupo de 42 patrocinadores do estado do Paraná que mantêm folha de pagamento, as luvas e o bicho (um bônus que os jogadores recebem quando a equipe demonstra um bom desempenho depois de uma partida) dos jogadores em dia. A torcida, principalmente nos três meses finais do estadual, contribuiu ainda mais com o crescimento das receitas. O número de sócios-torcedores aumentou de 700 para mais de 2 mil. Mesmo com o fim do campeonato, o clube continuou trabalhando para aumentar a quantidade de sócios. Pensando na estreia na Série D, em meados de julho, o Operário quer chegar aos 5 mil e, desde maio, dá descontos na mensalidade para quem indicar um novo sócio.


© LUCIANO MENDES

Sem atleticanos na família, Claudiney revela que se encantou pelas cores da camisa aos 8 anos

A DIRETORIA À frente do comando técnico desde o começo de 2014 está um catarinense de fala clara e firme, com um sotaque que revela andanças por diferentes territórios brasileiros. A história de Itamar Schulle, 48 anos, começa na zona rural. Seu pai trabalhava na lavoura e não tinha condições de lhe dar uma bola. Mesmo assim, o menino deu um jeito de matar suas inquietações infantis com o esporte que queria praticar: decidiu fazer uma bola enrolando, em

uma meia, as bexigas dos porcos que o pai matava no sítio onde moravam em Ituporanga. Acabou se tornando profissional. Em 13 anos como jogador, já foi volante, lateral e atacante. Em 1989, chegou a jogar ao lado do atual comandante do Corinthians, Tite, no Clube Esportivo Bento Gonçalves, do Rio Grande do Sul. Dessa época ficou a herança de um futebol com mais pegada e menos relaxamento. Até hoje se inspira no ex-companheiro de time. Virou técnico em 2002 e passou

“TREINAR UM TIME É IGUAL A CONSTRUIR. TEM QUE COMEÇAR DEVAGAR, COM CALMA, FAZER UMA BASE SÓLIDA E FORTE PRA PODER AUMENTAR E LEVANTAR A CONSTRUÇÃO.“ Itamar Schulle • Revista Só Futebol •

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© LUCIANO MENDES

PARANAENSE

NÚMEROS HISTÓRICOS NO PARANAENSE 2015 • 17 jogos • 10 vitórias • 4 empates • 3 derrotas • 28 gols marcados • 11 gols sofridos • 1 cachorro torcedor fiel

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por 18 times, entre eles Figueirense, Metropolitano, Joinville, Brasil de Pelotas, Criciúma, Botafogo-PB, Chapecoense, Santo André, Caxias e Novo Hamburgo, até chegar a vez de ser campeão com o Fantasma. A personalidade forte e a insistência para os atletas não relaxarem – com sua fama de “bravo” e exigente entre os jogadores – faz dupla com as metáforas e o bom humor. “Treinar um time é igual a construir. Tem que começar devagar, com calma, fazer uma base sólida e forte pra poder aumentar e levantar a construção.” E completa: “Você ama seus filhos, mas, em algumas horas, vai ter que puxar a orelha deles. É preciso saber educar para não ir por caminhos errados. Com atletas, é igual.” POR: THAÍSA MERAKI


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35 • Revista Só próximo Futebol • recorde A marca do seu


PERFIL

Patrimônio histórico paranista Com mais de 40 anos no clube, Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, promete continuar no Paraná até o “último minuto”

Q

uando Luiz Carlos Casagrande chegou ao Paraná Clube, no começo da década de 1970, a instituição ainda nem tinha se transformado em Pinheiros e atendia pelo nome de Água Verde. Contratado por Aramis Tissot como assessor da presidência, ele não imaginava que o clube entraria na sua vida e faria parte dela por tanto tempo e com tamanha intensidade. Casinha, como sempre foi conhecido, presenciou a transformação do Água Verde em Pinheiros, viveu a fusão com o Colorado, participou ativamente das equipes que ganharam vários títulos do Campeonato Paranaense na década e também do time que conquistou o pentacampeonato estadual entre 1993 e 1997. Em 2015, mais de 40 anos depois de seus primeiros passos como funcionário, Casinha, então primeiro vice-presidente, assumiu o cargo deixado por Rubens Bohlen e se transformou no homem forte do clube ao qual dedicou grande

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parte da sua vida. A nova função, no entanto, nunca foi um sonho. Em entrevista à Revista Só Futebol, o dirigente preferiu minimizar o fato de ser, agora, o mandatário tricolor e valorizar o trabalho que exerceu ao longo de toda sua trajetória, ainda sem data para acabar. “Assumir a presidência foi algo inesperado, que só aconteceu devido à renúncia do Rubens e por eu ser o primeiro vice-presidente naquele momento. Nunca foi um sonho meu. Meu desejo sempre foi prestar um bom serviço pelo clube e fazê-lo crescer, independentemente da minha posição e do meu cargo. Espero cumprir um bom trabalho, como sempre tentei fazer ao longo dessas quatro décadas aqui no Paraná”, comenta o presidente. Garantido no cargo até dezembro, quando o mandato chega ao fim, Casinha tem na sala de presidente do clube apenas mais um dos cenários que sua longa carreira paranista teve como pano de fundo. Nesses 45 anos, ele desempenhou papéis no departamento de marketing, sempre se fez presente no setor social e nas obras do clube,


© ROBSON MAFRA

“ASSUMIR A PRESIDÊNCIA NUNCA FOI UM SONHO MEU. MEU DESEJO SEMPRE FOI PRESTAR UM BOM SERVIÇO PELO CLUBE E FAZÊ-LO CRESCER.” tendo sido um dos responsáveis pela revitalização da Vila Capanema, na década passada. Perguntado se pretende concorrer à eleição, que será realizada em setembro, o dirigente afirma não ter tomado essa decisão, mas garante não conseguir se ver longe do Tricolor. “Essa decisão sobre a reeleição não sou eu que tenho que tomar sozinho. Estou em um grupo de trabalho e são essas pessoas, com a minha participação, que devem definir o que é melhor para o clube. O que eu posso dizer é que, independentemente do que acontecer nos próximos meses, tenho a convicção de continuar no Paraná, fazendo alguma coisa aqui nesse clube, que eu jamais abandonaria”, promete Casinha, que assegura nunca ter cogitado se afastar da instituição que o acompanha desde 1970. Nem mesmo os piores momentos, como o pesadelo financeiro em que o clube se encontra nos últimos anos, foram suficientes para fazer passar pela cabeça do presidente uma possível despedida do

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PERFIL

Paraná. O trabalho de muitos anos e as boas amizades são, para Casinha, muito mais importantes do que os percalços pelo caminho. “Eu nunca nem pensei em sair. Tenho amigos no clube, conheço os funcionários pelo nome e minha relação com o quadro social sempre foi muito próxima. Por eles e pela minha história, que foi marcada pelo trabalho e pela dedicação, eu nunca vou sair. Vou ficar aqui até o último minuto, enquanto for possível, na função que for melhor para o clube. Jamais poderia dar uma de Judas com o Paraná. Isso aqui é uma parte muito importante da minha vida”, declara o atual presidente tricolor. Apesar do prazo de validade curto do mandato, da incerteza sobre o futuro e do momento conturbado da equipe na série B do Campeonato Brasileiro, Casinha mantém o otimismo que já apresentava quando assumiu o cargo e ainda acredita no acesso à primeira divisão nesta temporada. Satisfeito por estar vivendo um momento de relativa estabilidade financeira, o cartola só consegue pensar na Série A. “Quando assumi o cargo, disse PROJETO DINIZ que o time iria brigar para subir e fui muito criticado. Disseram que As características europeias do novo treinador paranista eu era maluco. As coisas não foanimam Casinha, que acredita em um futebol mais bonito com ram bem no campo e não nos enFernando Diniz no comando do clube. Nedo Xavier durou pouco. Depois de 11 jogos pelo Paraná, com contramos na parte mais alta da um aproveitamento de 34%, ele deu lugar a Fernando Diniz. Com tabela, mas eu tenho que manter apenas seis anos de carreira, o ex-treinador do Audax chegou ao o otimismo. Temos um novo treiTricolor com uma proposta tática mais moderna e inspirada em nador começando seu trabalho, clubes europeus, o que animou o presidente. e ainda dá tempo de conseguir. “Nós já conhecíamos o Fernando da sua passagem como Com algumas vitórias em sequatleta pelo clube entre 1998 e 1999. Ele fez bons trabalhos ência, estaremos brigando na como técnico e tem um método diferente. Pelo que vi até agoponta. Temos que conseguir. ra, o ritmo dos times dele segue um padrão europeu, com uma Esse acesso será a redenção do linha de passe mais bem planejada e equipes mais ofensivas. Paraná Clube”, finaliza Casinha, Pode ser perigoso e arriscado, mas tenho certeza de que, com a esperança que só um quando todo mundo assimilar o que ele vem pedindo, faremos funcionário tão antigo poderia jogos mais bonitos e conseguiremos mais vitórias”, completa. ter. POR: MAHANI SIQUEIRA

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AD


IMPRENSA

FUTEB L

EM 140 TOQUES As redes sociais estão mudando a forma de acompanhar o futebol. Clubes e torcedores já adotaram o Twitter nos dias de jogos.

O

futebol está mudando. E a forma de acompanhá-lo, também. A velocidade da informação através das redes sociais criou um novo conceito de interação entre torcedor e o clube do coração. O tradicional radinho de pilha, que acompanha

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muitos torcedores há gerações, ganhou um concorrente. Ao invés de análises aprofundadas e comentários longos, opinião em 140 caracteres. É pelo Twitter (rede social que permite aos usuários compartilhar textos de até 140 toques) que muitos torcedores acompanham os jogos, principalmente quando a partida é em outra cidade ou não estão no estádio. A interação é simples.


Basta estar conectado ao microblog e seguir o perfil do time para ser abastecido, em tempo real, com todas as novidades em primeira mão, já que muitos clubes utilizam o Twitter como canal de divulgação oficial. “As publicações são diretas. Tenho na hora as informações mais importantes sobre o jogo do Atlético”, conta a torcedora Iris Alessi. Sempre que não pode ir ao Couto Pereira, o coxa-branca Carlos Machado acompanha o jogo pelo Twitter oficial do clube, o @Coritiba. “Às vezes, eu não tenho como sintonizar o

rádio e essa é a única forma de saber o que está acontecendo. É uma maneira ágil e discreta de acompanhar a partida.” A ferramenta também possibilita que o torcedor desempenhe outras atividades. É o caso do paranista Igor Costa, que trabalha como porteiro em um prédio comercial. “Trabalho à noite e não posso ir a muitos jogos. Sempre que o Tricolor está em campo, eu sigo o @ParanaClube. Com o celular conectado, eu posso saber como está o meu time sem atrapalhar minha atividade profissional.”

Os clubes paranaenses possuem contas ativas no Twitter. No dia a dia, são postadas informações sobre treinamentos, contratações, desfalques, análise dos adversários, entre muitos outros assuntos. E quando a bola está rolando, a atualização é intensa. Nada passa batido. Tudo para que o torcedor, mesmo sem ver o jogo, possa estar informado. Há quatros anos, o assessor de imprensa do Paraná, Douglas Trevisan, é o responsável por atualizar o perfil @ParanaClube. Nos jogos na Vila Capanema, ele fica

PARANÁ

CORITIBA

ATLÉTICO

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IMPRENSA

posicionado na cabine de imprensa e os cliques são precisos. “Tuitamos aquilo que é essencial para o torcedor acompanhar a partida. Temos um padrão nas postagens, atualizando a cada lance mais importante. Não fazemos a cobertura minuto a minuto, mas colocamos o essencial.” Quando os jogos são fora de Curitiba, a assessoria acompanha a transmissão pela televisão e o resultado é o mesmo. A cobertura feita pela equipe de comunicação do Coritiba

segue o mesmo conceito. “Tentamos passar a emoção do jogo com um texto mais informal. Sempre usamos a hashtag de cada partida informando o tempo e placar”, explica Rodrigo Weinhardt, coordenador de comunicação. “É o canal mais ágil de falar com o torcedor, informando o dia a dia do clube em primeira mão”. No Coxa os tuítes também acompanham as categorias de base. Nada acontece sem passar pela timeline do torcedor. “Quando não há transmissão pela televisão, um

“TUITAMOS AQUILO QUE É ESSENCIAL PARA O TORCEDOR ACOMPANHAR A PARTIDA. TEMOS UM PADRÃO NAS POSTAGENS, ATUALIZANDO A CADA LANCE MAIS IMPORTANTE.” Douglas Trevisan

TWITTER OFICIAL DOS CLUBES PARANAENSES @ATLETICOPR - 601K* SEGUIDORES @CORITIBA - 582K* SEGUIDORES @PARANACLUBE - 11.2K* SEGUIDORES (*NÚMEROS REFERENTES AO DIA 1/7/15)

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profissional do departamento de comunicação está in loco para passar as informações. Foi o que aconteceu nos jogos da Dallas Cup, disputado nos Estados Unidos”, explica Weinhardt. Ciente da demanda por informações sobre futebol, o próprio Twitter organiza o conteúdo relacionado ao esporte através de uma linha do tempo onde, com poucos toques na tela do celular, o torcedor tem acesso a tudo o que está acontecendo no Campeonato Brasileiro. Basta realizar uma busca pela hashtag #Brasileirao.

NERVOSISMO É possível ficar nervoso a ponto de roer as unhas acompanhando um jogo de futebol pelo Twitter? Para alguns torcedores, a ansiedade é muito parecida. “Fico na expectativa toda vez que atualizo a timeline. Às vezes, a internet não ajuda e a informação demora um pouquinho e fico ainda mais nervoso”, conta Machado. “Em dia de jogo, quando ouço alguma reação dos vizinhos, como gritos ou fogos de artifício, fico na expectativa para saber se saiu um gol, principalmente em partidas decisivas”, destaca Iris. POR: RICARDO GALEB


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BATE PAPO

A era romântica

DO FUTEBOL Ex-jogadores de clubes paranaenses falam da época lúdica do esporte

É

fácil, em uma conversa com torcedores com mais de 50 e poucos anos, ouvir: “Na minha época, o futebol era bom.” O período em questão são, principalmente, as décadas de 1960 e 1970, anos que muitos consideram como os românticos do futebol, onde brilhavam nos gramados craques da arte de jogar bola. Nessa época em “preto e branco”, pouco se transmitia pela televisão e o reflexo era visto nas arquibancadas, invariavelmente lotadas. O torcedor ia para ver espetáculo. Foi nessa época que muitos mitos e lendas que, até hoje, fazem parte da história do nosso futebol foram criados. Por quase 15 anos, Barcímio Sicupira viveu essa fase romântica do futebol, seja nos jogos na Velha Baixada – acanhada, mas saudosa para muitos torcedores – ou nos gramados dos estádios de Rio de Janeiro e São Paulo, onde atuou ao lado de ícones como Garrincha, Zagallo, Jairzinho e Rivellino. “Foi uma época incrível. Fiz parte de uma geração de gênios, um tempo em que o futebol era jogado com

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muito talento e sem tanto preparo físico. Tinha muito toque de bola e isso deixava o jogo mais ‘jogado’”, afirma o eterno camisa 8 do Atlético. O futebol era mais simples. Ao invés do contrato de imagem era pago o bicho, uma premiação para cada jogador em caso de vitória. “A gente fazia uma reunião com a diretoria antes da partida para definir o valor da premiação”, conta Sicupira. Com o peso de quem vestiu a camisa alviverde por 252 partidas, entre 1966 e 1976, justamente um dos períodos mais nostálgicos da história do clube, Dirceu Krüger lembra-se muito bem daquela época. “O futebol era um espetáculo e os torcedores esperavam por isso. Eles queriam se divertir vendo lances bonitos, dribles e gols.” Como as transferências para o exterior eram raras, os jogadores permaneciam mais tempo nos clubes, criando uma identidade. “Existia um verdadeiro amor à camisa, pois a gente criava uma relação muito próxima com o torcedor. Tinha um envolvimento muito grande”, conta Krüger, que, durante toda sua carreira, jogou em apenas dois clubes: uma década no Coritiba e três anos no extinto Britânia.


© BRUNO CANTINI

“O FUTEBOL ERA UM ESPETÁCULO E O TORCEDOR ESPERAVA POR ISSO.” Dirceu Krüger, ex-jogador do Coritiba

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ORGULHO

Zeola exibe a camisa e a faixa de Campeão Paranaense de 67 pelo extinto Água Verde.

© GERALDO BUBNIAK / FUTEBOLPARANAENSE.NET

Para a grande maioria, ser jogador de futebol não era um objetivo profissional. Campeão Paranaense em 1967 pelo Água Verde, um dos clubes que formou o Paraná Clube, Zeola recorda-se de como começou a jogar: “Um amigo da escola me chamou para fazer um teste no juvenil do Água Verde. Fui lá, o treinador gostou, pediu para eu voltar e assim comecei no futebol.” A proximidade entre dirigentes, jogadores e torcedores proporcionava um clima mais informal, quase familiar. “Tudo era mais simples. O convívio entre nós era próximo, pois quase todo mundo era de Curitiba. Eu tinha um relacionamento bem próximo também com os dirigentes, a ponto de fazer compras no armazém de um deles.”

© RICARDO GALEB

BATE PAPO

“FIZ PARTE DE UMA GERAÇÃO DE GÊNIOS, UM TEMPO EM QUE O FUTEBOL ERA JOGADO COM MUITO TALENTO“. Barcímio Sicupira, ex-jogador do Atlético

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EVOLUÇÃO NO FUTEBOL Sicupira acredita na evolução muita marcação e o futebol não pode perder a qualidade, senão não há futebol.” Mas apesar do saudosismo, o Flecha Loira, como ficou conhecido pela velocidade e pelos cabelos loiros, Krüger acredita que, apesar das diferenças, o futebol nunca perdeu a essência. “Sei que nunca será como antes, pois os tempos mudaram e a sociedade, também. O futebol é e sempre será importante, independentemente da época.” POR: RICARDO GALEB © ARQUIVO PESSOAL

© ARQUIVO PESSOAL

natural do esporte, que aliou a ciência e a tecnologia à formação dos jogadores “Hoje, o preparo físico dos atletas é excelente. Na minha época, o diferencial era o talento e, agora, o talento tem que andar lado a lado com a capacidade física.” Há décadas atuando na formação de jogadores na base do Coxa, Krüger faz um alerta: “É preciso ficar atento para não deixar o talento de lado. Hoje, é © BCORITIBA

© BCORITIBA

Com o passar dos anos, o futebol foi mudando. A profissionalização colocou o esporte em um outro nível, aliando o entretenimento de massa aos interesses comerciais. Os jogadores foram impulsionados a astros mundiais. Paralelamente a essa evolução, o lado mais lúdico do futebol foi perdendo força e as novas gerações também têm uma nova forma de acompanhar esse futebol moderno.

ÍDOLOS

Krüger (esq.) e Sicupira (dir.) na época de ouro do futebol

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PUBLIEDITORIAL

Sem crise Empresas aproveitam o atual momento da economia para se destacar no marketing esportivo

A

economia parece ser o assunto do ano. Grandes e médias empresas não param de anunciar demissões em massa e a palavra “crise“ faz parte das conversas em todos os lugares, da reunião de negócios aos encontros informais no fim de semana. Mas fazendo jus à expressão “enquanto uns choram, outros vendem lenço”, empresas menores e que não conseguiam se inserir no mercado do futebol, dominado por grandes marcas consolidadas no mercado, viram neste ano de crise a oportunidade de aproveitar a lacuna deixada por grandes empresas e estão conseguindo se destacar no marketing esportivo. Foi nesse momento que o Vivamil, suplemento alimentar que leva apenas cafeína na sua composição, decidiu entrar com força no mercado esportivo, especialmente nos times paranaenses. O suplemento tem sua fórmula consagrada há mais de 50 anos nos Estados Unidos e recentemente entrou no mercado brasileiro.

AÇÃO APAE

A camisa do Rio Branco foi leiloada em prol da Apae de Paranaguá, durante visita dos jogadores.

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ONDE O VIVAMIL FEZ A DIFERENÇA PARA OS TIMES PARANAENSES: As cotas de patrocínio adquiridas pela marca americana nos times em que investe, ou investiu, englobam: Inserção da marca em backdrops, uniformes de passeio, camisas oficiais e naming rights de estádio

Com foco em atletas amadores e profissionais, que precisam de energia e disposição para colocar em prática suas habilidades técnicas, a marca Vivamil esteve presente em diversas ações no futebol de 2015, além de outros eventos esportivos, como corridas de rua e arrancadas. “Essa é uma ótima maneira de consolidar a marca entre o nosso público e o momento para investir não poderia ser melhor para nós”, destaca Tiago Zella, gerente geral da Nutribrands, responsável pela importação do Vivamil.

Criação de terceiro uniforme com as cores da marca Entrega de brindes e tabelas personalizadas, gerando interação com as torcidas Plotagem de ônibus com a marca Fornecimento de suplementação nutricional para os atletas Ações de marketing promocional interna e externa, com banners em áreas comuns, pórticos, infláveis e tapetes personalizados

TERCEIRO UNIFORME

No jogo entre Paraná Clube e Rio Branco, ambos patrocinados pelo Vivamil, Rio Branco usou o terceiro uniforme.

Reconhecimento ao jogador da partida Como parte de pagamento, o Vivamil também ofereceu sua estrutura de marketing digital em prol dos clubes, a fim de somar esforços na presença digital diante da torcida.

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SAÚDE

Ponto fraco © NADALIN FOTOGRAFIA © ALAIN VERMEULEN/DOLLARPHOTOCLUB

Uma das estruturas mais usadas no futebol, o tornozelo tornou-se alvo fácil de lesões

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“AS LESÕES LIGAMENTARES, CONTUSÕES E TENDINITES PODEM AFASTAR TEMPORARIAMENTE, MAS AS LESÕES ARTICULARES POR FRATURA OU POR ARTROSE PODEM AFASTAR DEFINITIVAMENTE.”

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o início do mês de junho, o jogador peruano Paolo Guerrero deu um pequeno susto nos torcedores do Flamengo (time pelo qual atua) e do Peru. Em um amistoso da seleção peruana contra a sub-22 do país, para a preparação da Copa América, Guerrero saiu de muletas após apenas cinco minutos de partida. O motivo: uma lesão no tornozelo. Felizmente, a lesão de Guerrero foi leve e ele logo voltou aos campos. O fato não passou de um pequeno susto mesmo, mas nem sempre é assim. O jogador francês Franck Ribéry que o diga. O meia do Bayern de Munique machucou o tornozelo direito em 11 de março e ficou impedido de participar da semifinal da Liga dos Campões. Ribéry teve complicações em sua recuperação e está parado há alguns meses. Seu retorno para a próxima temporada ainda não é certo, já que há rumores de que o jogador se aposente devido às lesões seguidas que sofreu. De acordo com o ortopedista César Augusto Baggio Pereira, esses tipos de traumas nos tornozelos são muitos comuns em jogadores de futebol. “O pé e o tornozelo são as estruturas mais usadas no jogo de futebol. Não só para chutar a bola, mas também para correr e apoiar-se no solo no momento de chutar. Quando um pé está sendo usado para chutar, o outro está firmemente apoiado sustentando todo o peso do atleta.

Existem, também, outros fatores que fazem dos tornozelos alvos fáceis de serem machucados. “As lesões geralmente acontecem no pé que está apoiado no solo e não naquele que está chutando ou correndo. Além desse fato, pé e tornozelo são os segmentos mais atingidos pelo adversário no momento de disputar a posse da bola. É um esporte que tem muito contato entre os jogadores”, explica Pereira. Assim como aconteceu com Guerrero e Ribéry, um trauma no tornozelo pode levar ao afastamento dos jogadores do campo. A gravidade do machucado é o que determinará se o jogador precisará ser afastado, o tempo de afastamento, e até mesmo o risco de nunca mais voltar a jogar. “As lesões ligamentares, como contusões e tendinites, podem afastar temporariamente, mas as lesões articulares por fratura ou artrose podem afastar definitivamente dos campos”, afirma Pereira. Como qualquer outra lesão, o atleta deverá tomar extremo cuidado e realizar o tratamento apropriado para não correr o risco de ter sequelas definitivas. Para Pereira, as lesões agudas mais comuns são os entorses (lesões de ligamentos) e as contusões. “Contusões constantes e mal tratadas ou negligenciadas pelo atleta podem, a longo prazo, levar à artrose, que é o desgaste da cartilagem articular. Essa lesão crônica é de difícil tratamento e, quando curada, devolve ao atleta apenas a marcha normal e indolor, mas raramente permite o retorno ao esporte”, analisa. POR: PRICIANE CROCETTI

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TREINADOR

Ney vs Ney Treinador volta ao Coritiba com o desafio de repetir o bom desempenho da passagem anterior e, dessa vez, salvar o Alviverde do rebaixamento

O

futebol brasileiro não é conhecido exatamente pelo prestígio concedido aos treinadores quando seus times entram em uma fase complicada. Continuidade é palavra rara, e basta uma sequência de maus resultados

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para que os técnicos entrem na mira da demissão. Prova disso é que, até o fechamento desta edição da revista nada menos do que 13 treinadores tinham perdido seus cargos. No Coritiba, Ney Franco foge à regra das demissões. Desde 2008, ele é o único comandante alviverde que não saiu do clube pela porta dos


Técnico confia na estrutura e no trabalho para fazer o time engrenar.

fundos. Sua passagem pelo Alto da Glória entre 2009 e 2010 só terminou graças ao convite para treinar a Seleção Brasileira Sub20 e fez com que ele saísse de bem com torcida e diretoria. Seus sucessores, de Marcelo Oliveira a Marquinhos Santos, não tiveram a mesma sorte, e todos foram, eventualmente, mandados embora. De volta ao Couto Pereira depois de cinco anos, Ney Franco sonha em repetir o bom desempenho da campanha anterior, em que conseguiu 69% de aproveitamento nas 85 partidas

© LUCAS COSTA

ORGULHO

à frente do Coritiba. Novamente confrontado com a dura realidade da zona de rebaixamento e pressionado a escapar da degola, o técnico coloca todas as suas fichas em um trabalho bem feito, esbanja confiança no elenco e garante não se incomodar com a esperança que a torcida deposita em seu retorno. “Eu acho que essa expectativa no nosso trabalho aumenta a nossa responsabilidade. Em contrapartida, é muito legal chegar em um ambiente onde você é bem aceito, em que você tem o respeito do clube, das pessoas

“EU VOLTO COM UM POUCO MAIS DE EXPERIÊNCIA, UM POUCO MAIS DE BAGAGEM. DEPOIS QUE SAÍ DO CORITIBA, PEGUEI VÁRIOS PROJETOS. ALGUNS DERAM CERTO, OUTROS NÃO FORAM TÃO BONS.” que estão nele, do torcedor, da crônica local. Isso é muito bom porque dá a oportunidade de trabalhar em um ambiente legal. A aposta é no trabalho, na convicção que temos no dia a dia e na nossa estrutura. Uma certeza que tenho é que é um elenco qualificado, que dá condição ao treinador de fazer um bom trabalho”, avalia Ney, em entrevista à Revista Só Futebol. Determinado a resgatar o bom futebol que deu ao Coxa os títulos do Campeonato Paranaense e da Série B de 2010, o treinador volta mais

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TREINADOR SELEÇÃO BRASILEIRA SUB-20 QUANDO? Entre janeiro de 2011 e julho de 2012 COMO FOI? Campeão sul-americano (com direito a uma goleada por 6 x 0 no Uruguai), o técnico alcançou o principal objetivo, que era classificar a equipe para os Jogos Olímpicos de Londres. Ainda foi campeão mundial e só deixou o cargo para assumir o São Paulo.

SÃO PAULO QUANDO? Entre julho de 2012 e julho de 2013 COMO FOI? Após um começo conturbado, conseguiu o título da Copa Sul-Americana e classificou a equipe para a Libertadores. Em 2013, no entanto, as más atuações se acumularam e fizeram o treinador ser demitido, com direito a críticas pesadas de Rogério Ceni. O goleiro disse que o legado deixado por Ney Franco foi “zero”.

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experiente, calejado por alguns trabalhos bem-sucedidos e outros, nem tanto. Ele destaca os títulos e os jogadores revelados na Seleção Brasileira sub-20, time que comandou entre o início de 2011 e julho de 2012. “Eu volto com um pouco mais de experiência, um pouco mais de bagagem. Depois que saí do Coritiba, peguei vários projetos. Alguns deram certo, outros não foram tão bons. Entre os que deram certo está o da Seleção Brasileira, que foi o que me tirou do Coritiba: nós fomos campeões sul-americanos e do mundial em 2011. Foi uma geração que revelou vários jogadores para a seleção principal, como Neymar, Lucas, Oscar, Felipe Coutinho, Danilo e Alexsandro”, relembra o técnico. De volta à realidade, Ney Franco também conversou, na entrevista, sobre o atual momento vivido pelo Alviverde. Com dificuldades dentro de campo, o time se alterna nas últimas colocações da tabela do Brasileiro e já percebeu que terá um 2015 de sufoco. O treinador não esconde que pretende encerrar o ano na capital paranaense e, para isso, tenta mostrar uma visão otimista para a segunda metade da temporada.

VITÓRIA QUANDO? Entre setembro de 2013 e maio de 2014 e entre agosto e dezembro de 2014. COMO FOI? Em 2013, levou o Vitória à quinta colocação do Brasileirão, mas deixou o clube em maio do ano seguinte, alegando desgaste e com um contrato engatilhado com o Flamengo. Após péssima campanha no time carioca, voltou ao rubro-negro baiano três meses depois da saída, mas não conseguiu evitar o rebaixamento para a Série B e entregou o cargo. Estava sem emprego desde o fim do ano passado.

FLAMENGO QUANDO? Entre maio e agosto de 2014 COMO FOI? Péssimo. Em sete jogos, não venceu nenhum e acumulou um aproveitamento de apenas 14% dos pontos disputados. Como continuidade não é o forte dos dirigentes brasileiros, foi demitido e voltou ao Vitória.


© DIVULGAÇÃO CORITIBA TRANQUILIDADE

Depois de cinco anos, Ney garante estar mais experiente em seu retorno.

© GERALDO BUBNIAK / FUTEBOLPARANAENSE.NET

“Nós temos duas competições. Um Campeonato Brasileiro muito difícil, em que não nos encontramos em uma posição boa, e, paralelamente, temos a Copa do Brasil. E eu espero que a gente consiga desenvolver um bom trabalho e que esse trabalho se traduza em uma permanência no Coritiba e na cidade de Curitiba até dezembro”, afirma.

PARA O TREINADOR, O ELENCO É QUALIFICADO E PODE TIRAR O COXA DO MOMENTO DIFÍCIL. • Revista Só Futebol •

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© LUCAS COSTA

TREINADOR

BONS MOMENTOS

Ney Franco não se incomoda com a sombra deixada por ele mesmo e seu ótimo desempenho na primeira passagem pelo Alviverde.

“UMA CERTEZA QUE TENHO É QUE É UM ELENCO QUALIFICADO, QUE DÁ CONDIÇÃO AO TREINADOR DE FAZER UM BOM TRABALHO.”

PROFISSIONAIS NA BERLINDA Perguntado sobre o atual momento do futebol brasileiro e sobre a repercussão da dolorida eliminação da Seleção na Copa do Mundo de 2014, Ney Franco prevê um período difícil, mas confia na reformulação e no retorno dos bons momentos. Ele lembra, ainda, que a crise econômica que o país enfrenta também traz consequências para o futebol, como o enfraquecimento dos campeonatos e a impossibilidade de competir com o mercado externo. “Claro que a derrota por 7 a 1 para a Alemanha pode ser superada. Lógico que hoje existe uma grande cobrança sobre os profissionais que trabalham no futebol brasileiro, atletas e treinadores. Temos um momento de reflexão, cada profissional que respira futebol sente essa cobrança, mas entende que uma mudança é necessária. Vejo que a maior mudança está na formação dos nossos jogadores, para que a gente possa formar equipes fortes”, completa o sempre otimista Ney Franco. POR: MAHANI SIQUEIRA

CINCO ANOS DE SEPARAÇÃO Desde que saiu do Coritiba, em 2010, Ney Franco comandou Neymar e foi campeão mundial com a Seleção sub-20, trocou farpas com Rogério Ceni na saída do São Paulo e fracassou em Vitória e Flamengo.

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Ela finalmente

chegou!

Após mais de seis meses de espera, é chegada a hora de acompanhar a Suburbana de Curitiba

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© FRANSUEL NASCIMENTO/PROJETO SOLO

SUBURBANA


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ão com bife, bebidas alcoólicas liberadas, 23 campos quase sempre sem arquibancada, bola sendo buscada pelos torcedores além do muro do vizinho, partidas do time juvenil abrindo a dos adultos e entrada com um preço simbólico, que muitas vezes nem é cobrada. A Suburbana de Curitiba funciona assim, sem frescura, sem ares de futebol moderno. Considerado um dos maiores campeonatos amadores do Brasil, a Suburbana envolve 17 bairros da capital paranaense, muitos deles nas fronteiras com Almirante Tamandaré, Colombo, Pinhais, São José dos Pinhais, Fazenda Rio Grande e Campo Magro. Desde sua primeira edição, em 1941, a Suburbana já coroou 22 campeões diferentes. O vencedor de 2014 foi o União Nova Orleans (UNO), que conquistou o título inédito em dezembro do ano passado ao bater o Operário Pilarzinho em uma decisão de três jogos e uma acirrada disputa de pênaltis no último deles. Quem mais acumulou títulos até então é o Trieste, com 12. O segundo maior é seu grande rival, também habitante de Santa Felicidade, o Iguaçu. Juntos, eles fazem o Clássico dos Italianos, também conhecido como o Clássico da Polenta, a rivalidade mais antiga e famosa da Suburbana. E se o assunto é rivalidade tradicional, em 2015 voltaremos a acompanhar mais uma: Vila Hauer e Vila Fanny, que, depois de três anos, se encontram novamente na divisão principal. Uma das peculiaridades da competição é reunir figurinhas famosas do futebol profissional, como Nem, Rogério Corrêa e Alex

Mineiro – trio que conquistou o Brasileirão pelo Atlético-PR, em 2001, e que jogou, em 2012, pelo Bairro Alto. Entre eles também se destacam Laércio e Marcelo Tamandaré, ambos ex-Coritiba, que atuaram respectivamente por Iguaçu e Combate Barreirinha em 2013 – este último que ainda teve no plantel o meia-atacante Adriano Gabiru, ex-jogador do Atlético-PR e herói do título mundial do Internacional em 2006. A remuneração dos jogadores também não é nada “moderna”, mas a folha de pagamento permanece em dia e a dança das cadeiras dos técnicos não é tão frenética como no profissional. O formato de disputa desta 74ª edição sofreu algumas alterações. As equipes iniciam a competição divididas em dois grupos. O Grupo A é formado por 12 times: Bangu, Nacional, Nova Orleans, Novo Mundo, Operário Pilarzinho, Renovicente, Santa Quitéria, Iguaçu, Trieste, Urano, Vila Fanny e Vila Hauer. Elas estão divididas em dois grupos, cada um com seis times. No primeiro turno, o grupo A e o grupo B se enfrentam. No segundo turno, as equipes se enfrentarão entre si, dentro de cada grupo. Serão, no total, 11 jogos.

A REMUNERAÇÃO DOS JOGADORES TAMBÉM NÃO É NADA “MODERNA”, MAS A FOLHA DE PAGAMENTO PERMANECE EM DIA E A DANÇA DAS CADEIRAS DOS TÉCNICOS NÃO É TÃO FRENÉTICA COMO NO PROFISSIONAL. • Revista Só Futebol •

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TRADIÇÃO

Jogos do juvenil abrem as tardes de sábado na competição.

UMA DAS PECULIARIDADES DA COMPETIÇÃO É REUNIR FIGURINHAS FAMOSAS DO FUTEBOL PROFISSIONAL, COMO NEM, ROGÉRIO CORRÊA E ALEX MINEIRO – TRIO QUE CONQUISTOU O BRASILEIRÃO PELO ATLÉTICO-PR, EM 2001, E QUE JOGOU, EM 2012, PELO BAIRRO ALTO. 60

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As quatro equipes que tiverem mais pontos em cada grupo seguem para a próxima etapa. Na segunda fase, dois novos grupos serão formados e os clubes se enfrentam em turno e returno dentro de suas chaves. Os dois melhores colocados de cada grupo avançam para as semifinais. Dessa altura do campeonato até a final acontecem jogos eliminatórios de ida e volta. Os dois times que concentrarem menos pontos na primeira fase serão rebaixados e jogarão na Série B em 2016.


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A Segundona concentra 24 clubes e iniciou no dia 4 de julho, uma semana depois da Série A. Nessa primeira fase da disputa, os times estão divididos em dois grupos: A: Uberlândia, Capão Raso, Grêmio Ipiranga, Imperial, União Ahú, Caxias, Tanguá, Umbará, Rio Negro, Bairro Alto e Olímpico. B: Combate Barrerinha, Palmeirinha, Vila Sandra, São Braz, Vasco, Santíssima Trindade, Ypiranga, Boqueirão, Sergipe, Diamante e Flamengo.

Fique de olho: Vila Hauer O clube ganhou importantes reforços: atletas que foram campeões em 2014 com o União Nova Orleans (UNO). Novo Mundo Vem com a base entrosada do Bandeirantes, que disputou a Taça Paraná no primeiro semestre. Operário Pilarzinho O time manteve a base de 2014, ano em que levou o vice-campeonato e deu trabalho para o atual campeão. Nacional Representando o bairro do Boqueirão, é o campeão da Série B de 2014. Grande parte de seus jogadores continua no elenco deste ano. Renovicente Assim como na temporada passada, começou muito bem, sendo o único com duas vitórias em duas rodadas, liderando o Grupo B. Os jogadores se mostraram entrosados, só precisam manter o ritmo para fazer diferente do último ano, quando perdeu a energia ao chegar na segunda fase. União Nova Orleans (UNO) O atual campeão sofreu mudanças significativas em seu elenco e terá que se reinventar para defender a taça. Bangu Sem grandes novidades, sofreu da mesma “maldição” que o Renovicente no ano passado e busca não passar pelo mesmo sufoco de novo.

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A segunda fase, as semifinais e as finais são iguais às da Série A, com os dois finalistas conquistando o acesso à elite do próximo ano. A categorial juvenil também funciona assim, com o time de base acompanhando a tabela do time adulto e com o mesmo esquema de substituição caso um dos dois não se classifique. Os horários de início das partidas permanecem os mesmos: os jogos dos juvenis começam às 13h30 e dos adultos, às 15h30. POR: THAÍSA MERAKI

Fique de olho: Iguaçu O treinador Juninho trouxe para o clube de Santa Felicidade a base que conquistou a Taça Paraná com a camisa do Fanático. Santa Quitéria Time sensação dos últimos anos, viu o título bater várias vezes na trave. Desta vez, vem de uma grande reformulação e traz de volta Leandro Chibior no comando técnico. Trieste O Tricolor aposta em Mario Jr., mais conhecido como Feijão, no comando. O desafio do novo técnico é enorme: ele treina pela primeira vez a equipe que possui mais títulos na competição e costuma revelar grandes talentos, como Marcos Guilherme – atual Atlético-PR e Seleção Brasileira sub-20. Urano Já “aprontou” na estreia da competição deste ano goleando o Nova Orleans por 3 a 0 na casa do atual campeão. Vila Fanny Vice-campeão da Série B, participou da Copa Amador da Capital no primeiro semestre de 2015 para embalar o ritmo. Não fez lá uma boa campanha, mas a expectativa é de uma temporada tranquila.

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TORCIDA SEM BARREIRAS Torcedores de Coritiba e Atlético superam suas condições físicas para apoiar os times

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TORCIDA


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rovavelmente, são vários os torcedores do Coritiba que se lembram da vitória por 3 a 2 sobre o Bahia, em novembro de 2014, na partida que salvou o clube do rebaixamento e marcou a despedida de Alex do futebol profissional. Entre os atleticanos, é questão de honra ter guardada na memória a noite em que o Furacão goleou o Vasco por 7 a 2 na Arena. Dois torcedores em especial, no entanto, têm motivos a mais para recordar essas e outras ocasiões em que visitaram os estádios de seus times. Jairton Rocha, coxa-branca, e Claudiney Zela, atleticano, são portadores de doenças que dificultam suas presenças nas arquibancadas, mas não impedem – de jeito nenhum – que a paixão pelos times do coração fale mais alto.

À PRIMEIRA VISTA Único atleticano na família, Claudiney Zela se encantou pelas cores da camisa rubro-negra quando ganhou uma de presente aos oito anos, mesma idade em que foi diagnosticado com fibrose cística. A doença é genética, compromete o sistema respiratório e fazia os médicos acreditarem se tratar de uma espécie persistente de bronquite. Apesar do problema, o lapeano de 30 anos revela que sempre deu um jeito de acompanhar o Furacão. “Eu tenho um amigo que vendia sorvetes na Arena, e acabava conseguindo entrar com ele. Precisava levar o meu tanque de oxigênio, que é pesado e incomoda bastante, mas sempre valeu a pena. Os jogos mais marcantes a que assisti foram um 7 a 2 contra o Vasco e um jogo contra o Paraná, em que o Denis Marques fez um gol de placa. Quero voltar a ir aos jogos, mas estou esperando receber um respirador portátil, que vai tornar tudo mais fácil”, afirma o atleticano, que esteve pela última vez no estádio durante o Torneio da Morte do Campeonato Paranaense.

EMOÇÃO

Claudiney Zela comemorou a vitória do Atlético sobre o São Paulo com a visita surpresa de Marcos Guilherme.

“FOI UM DIA MUITO ESPECIAL. UMA SURPRESA ORGANIZADA POR UM AMIGO. EU NEM SABIA O QUE IA ACONTECER, E O MARCOS GUILHERME APARECEU NO MEU QUARTO NO HOSPITAL.” Claudiney Zela • Revista Só Futebol •

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TORCIDA um amigo. Eu nem sabia o que ia acontecer, e o Marcos Guilherme apareceu no meu quarto no hospital. Ele é um dos jogadores de que eu mais gosto nesse elenco, porque é bom de bola e se mostrou ser muito atencioso e ‘sangue bom’”, relembra.

CARAVANA DE GUARATUBA Vítima de um erro médico quando tinha apenas 13 anos, Jairton Rocha convive até hoje com uma atrofia muscular que o impossibilita de fazer muitas atividades, mas jamais de torcer pelo Coritiba e de acompanhar o time religiosamente nos bons

e maus momentos, seja pela televisão ou – preferencialmente – no Couto Pereira. Para visitar o estádio, Rocha, que mora em Guaratuba, precisa planejar a viagem a Curitiba com antecedência. Nada que incomode o entusiasmado torcedor. “Quando se trata de apoiar o Coxa, eu não meço esforços. Minha preparação começa com mais ou menos 20 dias de antecedência. Primeiro, defino o jogo a que pretendo ir; depois, entro em contato com amigos de Curitiba para viabilizar as entradas no estádio para mim e minha família, que sempre me © DIVULGAÇÃO - HOSPITAL DE CLÍNICAS

Aliviado com o fim da má fase que rondou o time durante o primeiro semestre, ele teve mais um motivo para comemorar no começo de julho. Antes da vitória rubro-negra por 2 a 1 sobre o São Paulo, o jovem Marcos Guilherme, autor de um dos gols do triunfo, visitou Zela no Hospital de Clínicas, onde o torcedor passava por um tratamento de três semanas. Além de oferecer o gol em homenagem ao torcedor, o atacante ainda entregou uma camisa autografada ao fã. “Foi um dia muito especial. Uma surpresa organizada por

"É POR ESTE CARINHO QUE VALE A PENA A GENTE CORRER E BATALHAR A CADA DIA" Marcos Guilherme

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“QUANDO SE TRATA DE APOIAR O COXA, EU NÃO MEÇO ESFORÇOS. MINHA PREPARAÇÃO COMEÇA COM MAIS OU MENOS VINTE DIAS DE ANTECEDÊNCIA.” Jairton Rocha

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acompanha em dias de jogos. Também preciso contar com amigos daqui que possam me levar em seus carros, pois nós não temos carro próprio. Feito tudo isso, arrumamos outros pequenos detalhes e partimos para o Couto Pereira apoiar o nosso Verdão”, conta. Sempre tratado com muito carinho quando vai ao estádio, Rocha conta ter feito muitas amizades no Couto Pereira, e que parceiros de arquibancada costumam ajudar nos custos de suas viagens para assistir às partidas. Os percalços – como uma confusão com seguranças do estádio Noveli Junior, em Itu – acontecem, mas Rocha é tão otimista quanto coxa-branca, e prefere lembrar principalmente os bons momentos. “Em novembro de 2013, fui convidado para levar uma palavra de motivação aos atletas em um treino no Couto Pereira antes de um jogo muito importante contra o Botafogo-RJ e acho que ajudei. No dia seguinte, assisti ao jogo das arquibancadas, o Coritiba venceu por 2 a 1 e, no intervalo, o craque Alex me mandou de presente a camiseta que havia utilizado no primeiro tempo. Também me lembro com carinho do último jogo do Alex, contra o Bahia. O Verdão venceu SONHO REALIZADO por 3 a 2, de virada, com gol do Em 2013, Jairton Rocha Keirrison no último segundo de chegou a assistir um treino do Coxa no Couto Pereira. jogo”, completa Rocha. POR: MAHANI SIQUEIRA

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CAMPO

Projeto

audacioso Empresário investe em centro de futebol e eventos

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esde 2006, o Centro Iraí de Futebol e Eventos tem uma meta audaciosa: oferecer estrutura de time profissional para atletas amadores. Localizado em Pinhais, o espaço tem cinco alqueires – cerca de 120 mil metros quadrados – totalmente dedicados ao futebol. A ideia nasceu da vontade do advogado Vinicius de Andrade Mendes em oferecer um espaço amplo, aberto ao público, não só para a atividade exclusiva do futebol, mas também para eventos sociais. “De alguns anos para cá, começou a se alastrar o futebol sintético e os campos de grama foram ficando escassos. Isso se refletiu até no futebol brasileiro, pois não existe mais o campo de várzea, como antigamente existia. Hoje, os

novos atletas, tanto no que diz respeito à recreação, quanto para os que tem um interesse mais competitivo, acabam buscando espaços menores, de futebol de salão ou sintético”, analisa Mendes. Foi aí que ele enxergou a oportunidade de ter um local voltado para esse público. “Ao perceber isso, como eu tinha uma área grande disponível, a ideia foi fazer um centro de futebol para oferecer essa possibilidade aos amantes do esporte”, conta. Hoje, o Iraí tem 60% do complexo em funcionamento e conta com três oficiais de grama natural, que podem atender quatro modalidades: o campo de 11 tradicional, o campo suíço (60 x 40 m) e o campo de society (fut 7), além do futebol de salão que será implementado. Até 2018, quando o projeto deve ser concluído, serão, no total, cinco campos oficiais, sendo um deles sintético para os dias de chuva.

"NO IRAÍ, PODEMOS FAZER EVENTOS DE GRANDE MAGNITUDE, COM ESTRUTURA PARA OS ATLETAS E VISIBILIDADE PARA OS PATROCINADORES." Vinicius de Andrade Mendes

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Os planos de expansão também incluem trazer uma grande marca internacional, para não haver qualquer tipo de resistência por parte dos torcedores, para compartilhar a organização e a visão empresarial do futebol. “A partir disso, queremos ter um trabalho de formação de atletas e fazer um intercâmbio entre os nossos esportistas e os do exterior”, explica Mendes. “Além disso, iremos também dar um pontapé inicial em um centro de excelência de futebol feminino e fazer um trabalho social. Essas são as vigas mestras do empreendimento”, complementa.

OPORTUNIDADE Mendes se orgulha em contar que, no Brasil, só os grandes clubes profissionais têm uma estrutura tão ampla quanto a dele. “O nosso público abrange jovens universitários, adultos e crianças de todas as idades”, afirma. Segundo ele, ter um espaço tão amplo é positivo não apenas para os atletas, mas também para empresas que querem expor a sua marca ou até mesmo organizar eventos para seus colaboradores no local. “No Iraí, podemos fazer eventos de grande magnitude, com estrutura para os atletas e visibilidade para os patrocinadores. Já organizamos mais de 90 eventos, entre comemorações e campeonatos”, contabiliza. POR: THAIS VAUROF



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O menor público do Brasileirão foi em um jogo no estádio Olímpico, em Porto Alegre, entre Juventude e Portuguesa com apenas 55 torcedores.

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Já o maior público pagante em uma partida de futebol no Brasil foi no Maracanã. O jogo entre Brasil e Paraguai, em agosto de 1969, foi visto por 183.341 pagantes.

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CRUZADINHA PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br Seriado com George Clooney, ambientado em uma sala de emergência de um hospital (1994 2009)

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Casillas, Buffon ou Júlio César Bode Coletânea de definijovem ções de termos espeGênero musical popularesco cíficos, comum em que valoriza o consumo de bens Rádio trabalhos acadêmicos materiais em suas letras (símbolo)

Divisão de um texto (?) World, parque aquático (EUA)

Coreia do (?), país comunista asiático

A primeira luz da manhã

Antigo pedido de socorro (Morse)

Região de origem do retirante (abrev.)

Atriz carioca da telenovela "Viver a Vida"

Bebida alcoólica japonesa, feita de arroz

Local do combustível no avião (?) sexual infantil, crime hediondo

Limpo de (?): honesto Melhor (?), prêmio técnico do Oscar A maior ave nativa da Austrália Combate entre duas pessoas Compositor de "Refazenda"

Ar, em inglês Utilidade da figa

Caixas rígidas antigas Prêmio salarial

Traço do anão Zangado (Lit.)

Antílope africano Navio de Colombo

Olga Benário, militante comunista alemã Marisa (?), atriz (?) Cavalera, baterista O gato de Magali Mapa, em inglês

A raiz quadrada de dez mil (Mat.)

Unidade de medida de massa molecular

Sandro Dias, skatista paulista Rio (?) Francisco: O Velho Chico

Equipado; munido (?) de telemarketing, funcionário que trabalha em "call centers"

3/air — emu — gnu — map — sea. 4/alba — igor — mãos — orth. 13/daniel e suzuki.

BANCO

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Solução A M U L E T O C A B R I T O

R A G R A L S O S EL E S U A S A S A B A I R Q U I A U O B E L O O M I N M G O A D O P E R A

G A F O S U L N E ZU K I O R U S O N T G E M N AU R T H G A U Ç M S Ã O D O R

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P A L A A D N T M Ã O M E D G I C D O

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