Olhares do Mundo - Especial Islã

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Comunidade Internacional pressiona Arábia Saudita a permitir o esporte feminino Comitê Olímpico Internacional e organizações de defesa dos direitos humanos pedem igualdade para a mulher, impedida de praticar esportes ou até mesmo de assistir a competições. Governo saudita promete mudanças, mas apenas algumas escolas oferecem educação física para as meninas. Por Ana Carolina Milagres, Giuliana Heymann, Julia Guerrero Borges e Ricardo Carvalho

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a abertura das Olimpíadas 2016, a Arábia Saudita destacou-se como uma das primeiras delegações a entrar no Maracanã. O grupo chamou atenção por incluir apenas quatro mulheres, e isso por pressão do Comitê Olímpico Internacional, COI, que desde a competição de Londres exige da Arábia Saudita uma delegação mista. As atletas Joud Fahmy, Sarah Attar, Kariman Abuljadayel e Lubna Alomai entraram sorridentes no estádio com as tradicionais abayas (os longos vestidos que cobrem todo o corpo da mulher). Elas representam, no entanto, uma

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exceção dentro de um país que impede suas mulheres de praticar esportes em locais públicos ou de assistir qualquer tipo de competição. Críticas da comunidade internacional ao rígido código de conduta saudita, que limita a atuação da mulher na sociedade, têm forçado o governo a flexibilizar as regras e iniciar um programa de inclusão feminina. Uma nova divisão foi criada no órgão responsável pela área, a Autoridade Geral do Esporte, especialmente para cuidar das mulheres, mas profissionais do esporte ouvidos por Olhares do Mundo dizem que as mudanças ainda não são perceptíveis.


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