OJORNAL 13/03/2010

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“MADEIRA NOBRE”

Operação identifica áreas devastadas Em São Miguel, Polícia Ambiental destrói acampamentos e apreende toras de madeiras prontas para o transporte Fotos: Neno Canuto/Agência Alagoas

Láyra Santa Rosa Repórter

Uma operação conjunta do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), do Pelotão de Operações Especiais (Pelopes) e do Instituto do Meio Ambiente (IMA), deflagrada na madrugada de ontem, identificou duas áreas de desmatamento na cidade de São Miguel dos Campos. Toras de madeira de Mata Atlântica, um acampamento e equipamentos para utilização de motoserra foram encontrados nas áreas próximas às fazendas Sinimbu e Pau Brasil. Na ação ninguém foi preso. As equipes iniciaram a operação batizada de “Madeira Nobre” por volta das 4 horas. Trinta pessoas, entre policiais do BPA, do Pelopes e integrantes do IMA, fizeram incursão por terra e, ainda, contaram com o apoio do helicóptero do Estado para localizar as áreas de desmatamento. “Detectamos vários pontos de devastação. Não sabemos dizer o tamanho exato até porque foram feitas várias clareiras dentro da mata. Nas proximidades da Fazenda Sinimbu, a destruição é menor. Já próxima a Pau Brasil, a quantidade de clareiras é enorme”, contou o comandante do BPA, tenente-coronel Maxwell Santos. A operação foi desencadeada após denúncias anônimas de que área de Mata Atlântica vinha sendo destruída. “A informação que recebemos é que fazendeiros da região vinham retirando a mata nativa. Iniciamos um trabalho de investigação e localizamos o ponto. Infelizmente, não encontramos ninguém nos acampa-

Trinta pessoas, entre policiais do BPA, Pelopes e equipes do IMA, fizeram incursão por terra

mentos; apenas indícios que tinham passado por aquela região recentemente”, explicou o militar. Durante a ação foram encontradas várias toras de madeira cortadas, esperando para serem retiradas da mata e outras várias árvores marcadas para o corte. Todas as toras foram catalogadas para o conhecimento das espécies e encaminhadas para a sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na Gruta de Lourdes. “As madeiras foram apreendidas e os acampamentos que encontramos destruídos. Encontramos equipamentos de moto-serra, reservatórios de combustível (que abastecem as moto-serras), graxa e lubrificante que também foram retirados da mata”, falou o tenente-coronel Maxwell Santos. Depois de localizarem as

áreas, as equipes da Operação Madeira Nobre foram até o Centro de São Miguel dos Campos averiguar a situação de três madeireiras. “Conferimos toda a documentação e não encontramos nenhuma irregularidade. As três madeireiras estavam com tudo correto, mas aproveitamos para fazer uma série de orientação. Até porque comprar madeira nativa é crime”, disse. Segundo o comandante do BPA, essa é a primeira de outras operações que devem acontecer nos próximos dias de combate ao desmatamento. “Apesar de não termos prendido ninguém nessa ação, considero uma operação bastante proveitosa. Fizemos trabalho educativo e mostramos que estamos coibindo esse tipo de crime”, afirmou. “Essa foi a primeira operação desse tipo este ano, mas já estamos monitorando outras áreas que estão tendo a

Várias toras de madeira prontas para ser transportadas foram apreendidas pelas equipes

madeira retirada ilegalmente para coibir o desmatamento”. O diretor-presidente do IMA, Adriano Augusto de Araújo Jorge, salientou a importância da ação. “Este tipo de ação tem uma consequência muito positiva, que é o alerta aos infratores. Eles sabem que estamos fiscalizando e monitorando e prova disso é a regeneração que presenciamos numa das fazendas”, argumentou. Dando continuidade à ação, equipes do IMA e da BPA visitaram as serrarias sediadas na cidade de São Miguel dos Campos e orientaram os proprietários quanto às implicações da compra ilegal de madeira ilegal sem que haja origem comprovada. “Esta é uma parte importante do nosso trabalho que é, sobretudo, uma ação de educação e sensibilização”, falou Adriano Augusto.

ENSEADA DA PAJUÇARA

Ufal e IMA farão análises na região Valdete Calheiros Repórter

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e o Instituto do Meio Ambiente (IMA) farão uma análise física e biológica da Enseada da Pajuçara e dos recifes existentes no local. O estudo, que será feito hoje a partir das 8 horas, tem o objetivo de constatar possíveis danos causados ao meio ambiente marinho em virtude da pesca predatória e de outras interferências causadas pela ação humana. A análise física e biológica será feita pelo Gerenciamento Costeiro do IMA e pelo Depar-tamento de Biologia Marinha

da Ufal, representado pelo professor de Oceanografia Gabriel Louis Le Campion. De acordo com o coordenador do Gerenciamento Costeiro do IMA, Ricardo César, o diagnóstico irá permitir um ordenamento da atividade pesqueira, além do uso sustentável no ecossistema costeiro. “Recebemos muitas denúncias de pesca feita com rede de arrasto na região da Enseada da Pajuçara. Vamos colher indícios técnicos para subsidiarmos ações ambientais. Para evitar a pesca predatória na região, podemos, por exemplo, delimitar uma área de recifes, onde será imposta uma zona de exclusão de pesca”, adiantou Ricardo César.

VERGEL DO LAGO

Peixe-boi ferido é encontrado em lagoa Gabriela Lapa

trazida pela maré”, explicou o sargento. Conforme apuraram Um grupo de pescado- os agentes do BPA, ao cheres encontrou, no início da gar à lagoa Mundaú o manhã de ontem, uma peixe-boi ficou preso nas fêmea de peixe-boi nadan- redes de pesca e se feriu do na lagoa Mundaú em no corpo e na cauda ao busca de alimento. “Tucá” tentar se escapar. Ainda estava com ferimentos e segundo os agentes, “Tunão possuía o dispositivo cá” não corre risco de localizador que caracteri- morte e será tratada e reinza os animais monitora- serida no seu habitat. O dos pelos técnicos do projeto Peixe-Boi reúne técnicos e biólogos Projeto Peixe-Boi, responque trabalham pela sável pela preserpreservação dessa vação da espécie. “Leigos, espécie, e, além do De acordo com o sargento Jorge moradores próprio equipaPedro, do plantão alimentam mento, eles terão à uma aquático do Batacom leite disposição embarcação 24h celhão de Polícia animal dida pelo Batalhão Ambiental (BPA), o mesmo animal marinho; Ambiental. foi visto na praia prática é A L I M E N TA do Gunga há pouproibida ÇÃO – Quando encos dias. Ontem, contrado pelos moquando o avistapor lei” radores da Favela ram na lagoa, os Sururu de Capote, o mapescadores acionaram o BPA. A última mífero foi alimentado com fuga do tipo registrada leite. Segundo o BPA, atipelo batalhão aconteceu tude como essa, aparentemente benéfica, prejudihá quatro anos. Ainda segundo o sar- ca o animal, causando-lhe gento, mesmo não obtendo problemas sérios, como êxito, um grupo de pessoas diarreia e perda de peso. ligadas ao projeto Peixe- O peixe-boi é um animal Boi deve continuar acom- herbívoro, que se alimenpanhando o animal para ta apenas de algas marigarantir que ele seja leva- nhas e capim aquático. do de volta ao rio. “A fêmea Inclusive existe uma lei feestava, originalmente, na deral que proíbe que huregião do rio Tatuamunha, manos os alimente. em Porto de Pedras, litoral * Sob a supervisão da norte do Estado, mas conEditoria de Cidades seguiu fugir e veio sendo

Estagiária*

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