Caderno do Educador - Volume 3

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Caderno do Educador Volume 3

Comunicação e Participação Metodologia para educadores que atuam com crianças de 6 a 12 anos

Educomunicação e participação de crianças


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Ficha catalográfica (catalogação-na-publicação)

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Educomunicação e participação de crianças: comunicação e participação / Oficina de Imagens; Visão Mundial. — Belo Horizonte : Oficina de Imagens, 2014. 98 p. : il ; color. ; (Caderno do Educador; 3) ISBN: 978-85-00000-0-00 1. Educomunicação, metodologia. 2. Direitos da criança e do adolescente. 3. Comunicação, história. I. Oficina de Imagens. II. Visão Mundial.

CDU: 37.091.39

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Sumário Brincar, Educomunicar, Participar: a construção de um percurso metodológico ............................................................................. 6 Visão Mundial Brasil e Oficina de Imagens ............................................................................................................................................................. 9 Os Cadernos do Educador .......................................................................................................................................................................................... 10 Comunicação e participação ....................................................................................................................................................................................... 11 Mídia: aqui se faz, aqui se lê! ......................................................................................................................................................................................... 11 Comunicar na escola, na família, na comunidade: participar! ..................................................................................................................... 13 Participação infantil na Visão Mundial Brasil ........................................................................................................................................................ 14 Oficina 25 - Jogo da memória: a história da comunicação humana ..................................................................................................... 18 Oficina 26 - Direito da criança na TV: a Classificação Indicativa ............................................................................................................. 42 Oficina 27 - De olho na mídia! .................................................................................................................................................................................. 48 Oficina 28 - Publicidade e consumo consciente .............................................................................................................................................. 52 Oficina 29 - Um jornal com a nossa cara! ........................................................................................................................................................... 56 Oficina 30 - O nosso telejornal ................................................................................................................................................................................. 60 Roteiro para produção de fanzines ......................................................................................................................................................................... 64 Roteiro para produção de fotografias ................................................................................................................................................................... 68 Roteiro para produção de áudios ............................................................................................................................................................................ 74 Roteiro para produção de vídeos ............................................................................................................................................................................ 80 Dinâmicas, filmes e livros para oficinas com crianças ................................................................................................................................... 88 Guia de dinâmicas e brincadeiras para abertura das oficinas .................................................................................................................. 88 Guia de dinâmicas de avaliação das oficinas ....................................................................................................................................................... 90 Guia de filmes e vídeos para crianças .................................................................................................................................................................... 92 Guia de livros infantis ....................................................................................................................................................................................................... 94 Ficha de registro e avaliação das oficinas ............................................................................................................................................................. 96 Créditos ................................................................................................................................................................................................................................... 97

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Brincar, educomunicar, participar: a construção de um percurso metodológico A metodologia Educomunicação e Participação de Crianças, sistematizada e consolidada em três Cadernos do Educador é fruto de uma parceria entre a Visão Mundial Brasil e a Oficina de Imagens, instituições que dialogam no campo da promoção e defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes, atuando em diferentes partes do território Brasileiro. As oficinas, textos, brincadeiras e dinâmicas propostas nestes Cadernos, foram criadas, experimentadas e avaliadas com a participação de vários educadores que atuam em escolas, bibliotecas, projetos sociais, associações e demais espaços comunitários de diferentes regiões do nosso país. A ideia de desenvolver uma proposta metodológica voltada para educadores que atuam com crianças de 6 a 12 anos partiu da necessidade de se estabelecer canais e espaços de comunicação nos quais as crianças possam se expressar, opinar, participar e contribuir para a melhoria das condições de vida e das relações sociais no âmbito da família, da escola e da comunidade. Neste trabalho, parte-se do entendimento de que a participação infantil é a implicação da criança no espaço social. Quando participa, a criança desenvolve seu potencial e partilha seus saberes, desejos, angústias e interesses. Este “saber da criança” é um elo entre o educador e as práticas educativas, as ações sociais e as políticas públicas destinadas à promoção dos direitos de meninos e meninas. Algumas perguntas nortearam a criação das diretrizes político-pedagógicas deste trabalho. Como podemos facilitar a participação das crianças? Como o educador pode envolvê-las em ações de reconhecimento, expressão e participação na realidade social? Qual caminho seguir? A resposta para essas perguntas nos remete ao fazer educativo por meio da Educomunicação, um campo do conhecimento que articula a educação e a comunicação com foco na criação de espaços e oportunidades de aprendizado e desenvolvimento de capacidades criativas, expressivas e opinativas.

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EDUCOMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO

DE CRIANÇAS Por meio de uma proposta educomunicativa, a criança formula e expressa opiniões, produz e difunde informações a partir do seu ponto de vista, brinca e constrói conhecimentos em atividades com fotografia, vídeo, rádio, internet, entre outras linguagens da comunicação. Nesse sentido, a metodologia proposta constitui um relevante instrumento de trabalho para os educadores, possibilitando perceber, reconhecer e valorizar o potencial comunicativo das crianças na construção de uma sociedade mais plural, justa e democrática. O processo de desenvolvimento e sistematização da metodologia Educomunicação e Participação de Crianças teve início em 2010, durante uma série de encontros de formação para educadores sociais das cidades do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu e Belo Horizonte. O grupo formado por 25 educadores se reunia bimestralmente em Lins de Vasconcelos, comunidade da região norte do Rio de Janeiro. A dinâmica de trabalho com os educadores partia do debate acerca de temas inerentes ao processo de desenvolvimento humano, pessoal e social de meninos e meninas, tais como, identidade, diversidade, direitos, cidadania e participação social, e promovia um rico ambiente criativo, onde oficinas, dinâmicas e brincadeiras eram elaboradas, compartilhadas e experimentadas. A medida em que os educadores participavam dos encontros formativos, os Cadernos do Educador eram estruturados: fazeres e saberes que convergem e apontam caminhos rumo a uma prática educativa voltada para a participação de crianças na família, na escola e na comunidade. Já em 2013, as oficinas dos Cadernos do Educador foram experimentadas e aplicadas em outro contexto: o Nordeste Brasileiro. Um grupo de 30 educadores das cidades de Recife e Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, e da cidade de Inhapí, em Alagoas, participou de seminários formativos, quando puderam conhecer a metodologia e articular a proposta de Educomunicação e Participação de Crianças às atividades que já realizavam com meninos e meninas atendidos por suas instituições. Ao trazer a realidade e a vivência dos educadores do Nordeste para o processo de experimentação e sistematização da metodologia, novas formas de fazer, criar e provocar a participação das crianças foram incorporadas aos Cadernos do Educador.

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DE CRIANÇAS O resultado das jornadas de formação e compartilhamento de experiências, vivências e conhecimentos é um trabalho escrito a várias mãos. Mãos que brincam, mas que também planejam; que participam de um rico processo de construção de conhecimentos, mas que também anseiam pela justiça e igualdade social; que promovem o encontro entre as realidades e fazem delas um amplo espaço de construção de saberes e vivências. Desejamos aos educadores e educadoras uma boa leitura! Que essa metodologia sirva de referência e suporte para práticas educativas orientadas para a promoção e defesa dos direitos humanos de crianças, prioridade absoluta no Brasil e um compromisso de toda a sociedade. Divirtam-se! Visão Mundial Brasil e Oficina de Imagens

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Visão Mundial Brasil A Visão Mundial Brasil (VMB) é uma organização não governamental humanitária que atua no Brasil desde 1975, com ações focadas na superação da pobreza infantil. A VMB está ligada à rede internacional World Vision. O compromisso com a transformação da sociedade leva a organização a trabalhar para mudar as estruturas sociais e sistemas injustos que oprimem as pessoas e reduzem as possibilidades de desenvolvimento das comunidades, em especial da vida de crianças, adolescentes e jovens. Para que isso seja possível, a VMB promove a justiça para a infância, a ajuda humanitária e a reabilitação, contribuindo para o desenvolvimento transformador e sustentável. Para isso, o trabalho é realizado através de parcerias com as comunidades, com foco no bem-estar de crianças, adolescentes e jovens dentro da perspectiva dos valores cristãos.

Oficina de Imagens Criada em 1998, a Oficina de Imagens - Comunicação e Educação é uma organização da sociedade civil de Belo Horizonte, MG, que atua há 15 anos para garantir os direitos de crianças, adolescentes e jovens. A instituição desenvolve projetos nos campos da comunicação e da educação, por meio da criação de processos inovadores e metodologias participativas. A Oficina de Imagens também se destaca pela realização de formações, produção de conteúdos, pesquisa e monitoramento de informações, voltadas para o público infanto-juvenil, educadores e atores do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente, focados nos Conselhos dos Direitos e Tutelares.

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Os Cadernos do Educador A metodologia Educomunicação e Participação de Crianças é organizada em três Cadernos do Educador: Infância e Integração de Grupo; Direitos Humanos para Crianças; Participação e Comunicação. Cada Caderno apresenta um conjunto de oficinas que podem ser realizadas com crianças de 6 a 12 anos em escolas, espaços comunitários, projetos sociais e bibliotecas. A metodologia apresenta diretrizes que orientam e fortalecem o trabalho de formação cidadã e participação social de crianças. Cabe ao educador adaptar essa proposta metodológica à sua realidade, ser flexível e sensível às demandas do espaço educativo e das crianças que dele participam. Cada Caderno é norteado por um objetivo geral, seguido por uma sequência de oficinas. As oficinas são guiadas por um objetivo específico - a intenção do processo educativo - com informações relacionadas aos resultados já obtidos por outros educadores a partir da atividade proposta. Para cada oficina, o Caderno apresenta o passo a passo para o desenvolvimento da atividade, os produtos previstos, a lista dos materiais e equipamentos necessários, as questões norteadoras para aprofundamento dos temas, dicas, referências e depoimentos de educadores que participaram dos momentos de experimentação e sistematização da metodologia. Além de apresentar as oficinas, os Cadernos são compostos por textos conceituais que subsidiam a prática educativa. Importante ressaltar que as publicações não constituem uma fórmula pronta, mas um roteiro de referência para os educadores, que devem imprimir às atividades suas propostas e sua ação criativa. Nesse sentido, a metodologia Educomunicação e Participação de Crianças tem como objetivo apoiar o processo educativo, além de estimular o protagonismo dos educadores populares.

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Comunicação e participação Para falar do papel da comunicação no exercício de participação infantil é importante a retomada de alguns fundamentos da Educomunicação: um campo de intervenção social que visa promover o acesso democrático à produção e à difusão de informações, envolvendo a ação comunicativa no espaço educativo escolar e não escolar. No seu significado literal a Educomunicação é a educação para a comunicação. Com ela se aprende a comunicar para a cidadania e a interpretar as informações veiculadas pelas diversas mídias.

Mídia: aqui se faz, aqui se lê! Atuar no campo da Educomunicação significa, com as por um lado, fazer mídia. Ensinar as crianças a Já pensou em fazer uma oficina assistindo TV e fazer uma produzir comunicação. Desenvolver processos crianças? Que tal experimentar? Você pod um programa ças crian as nos quais elas possam expressar suas opiniões e exibição mediada assistindo com a exibição Num refletir sobre a realidade local, suas experiências, de TV que elas já conhecem e gostam. a de TV e o conhecimentos, desejos e anseios. Nesse sentimediada, as crianças assistem a um program informação educador provoca questões sobre o tipo de do, as técnicas e linguagens da comunicação são mações infor as Muit ha. e o conteúdo que aparece na telin importantes ferramentas para o exercício da inos men dos do são educativas e ampliam a visão de mun participação e expressão criativa das crianças. , ação imin a discr e meninas, outras informações estimulam Ao produzir uma letra de música, um vídeo ou a precocidade o preconceito, o consumismo, a violência e um mural, por exemplo, a criança faz mídia. Sua iar esse med ador da sexualidade. É papel do educ opinião é lançada ao mundo e pode reverberar enciem as difer ças processo, contribuindo para que as crian provocando mudanças. Durante esse fazer mídia, os eitam Direitos informações, escolhendo aquelas que resp a criança pesquisa, aprende, debate e constrói Humanos. posicionamentos em relação a assuntos e temas variados. Nesse exercício, é papel do educador valorizar o processo, o tempo, o ritmo do grupo, não se atendo à ansiedade de ver um produto bonito no final. A beleza do produto está na vivência,

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no aprendizado curioso, na investigação das formas, na experimentação das possibilidades. O fazer mídia requer paciência. Fazer, ver. Refazer, rever. Aprender. Por outro lado, uma metodologia educomunicativa é aquela em que a criança lê a mídia. tado por pais, é um direito conquis a tiv ca di In o çã ca sifi As atividades propostas devem envolvê-las tituições A Clas de diversas áreas, ins s ta lis cia pe es e es em exercícios de leitura crítica dos meios de educador os adolescentes de otege as crianças e pr Ela . os rn ve go e senvolvimento comunicação, considerando que as informações , que prejudicam o de os ad qu de ina s do eú cont me preconiza o que circulam diariamente nas diversas mídias rma saudável, confor fo de o uic íq ps e ificação físico (TV, rádio, jornal, outdoor, internet, entre outras) olescente. Essa class Ad do e ça ian Cr da il, que Estatuto contribuem com os processos de desenvolvirio da Justiça do Bras sté ini M do to en m é um instru filmes, jogos mento pessoal e social dos meninos e meninas. a qual o conteúdo de do. É um aponta a idade para de televisão é adequa São valores e padrões de comportamento as m ra og pr e os nic governos eletrô s de comunicação, os eio m disseminados minuto a minuto quando se liga os tre en o ad ianças pacto firm m a educação das cr co as id et om uma TV ou se escuta um programa de rádio, pr m co e as famílias comunicação. por exemplo. Também é fundamental observar através dos meios de que as informações que circulam nas mídias são recortes da realidade, não se trata da realidade assim como ela é, e sim, de se dá: uma escolha, de uma edição. O edurticipação da criança pa a a tiv ica un om uc Numa proposta ed cador precisa ser sensível a isso. Por expressão; exemplo: se um jornal mostra uma de diálogo, escuta e ço pa es um de o çã na constru notícia de assalto em um bairro, não do desenho, se expressa através ça significa que naquele bairro só exisian cr a do an qu são no fazer mídia – outros, e sua expres tre en a, afi gr to tam assaltos! Existem escolas, pesfo da , da música, do teatro ; soas felizes, manifestações culturais e sobre uma realidade lança novos olhares muito mais. Existem coisas positivas ormações ça percebe que as inf ian cr a do an qu – ia e coisas negativas. Muitas vezes, a mo um na leitura de míd - e não a realidade co de da ali re da es rt anos; mídia recorta uma realidade e reduz das mídias são reco am os Direitos Hum eit sp re e qu s õe aç m or as características dos lugares e das todo - e escolhem inf culturas aos seus aspectos negativos. criança apreende na mídia – quando a direitos na proteção de seus a importância no cação Indicativa e su sifi as Cl da s io íp inc forma saudável. os pr to físico e psíquico de en vim ol nv se de de processo

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Quando o educador propõe um exercício de leitura dos meios de comunicação, ele incentiva os educandos a construírem uma visão mais ampla e crítica de mundo, numa perspectiva de respeito aos Direitos Humanos e de valorização das diversidades. Nessa abordagem, a Classificação Indicativa, política pública consolidada no Brasil, apresenta um rico campo a ser explorado, conhecido e legitimado pelas crianças, famílias e educadores.

Comunicar na escola, na família, na comunidade: participar! Participação infantil é a implicação da criança no espaço social, e o exercício de comunicação facilita esse engajamento na família, na escola e na comunidade. Quando participa, a criança partilha suas angústias, seus saberes, suas expectativas e interesses, contribuindo, assim, para a transformação da realidade social. No processo de elaboração de um produto de comunicação, a criança define o tema, o objetivo e a mensagem de comunicação. Porém, para fechar o ciclo da comunicação, fica faltando um elemento fundamental: o público. Para quem a criança comunica? Quem é seu público-alvo? É nesse ponto que a família, a escola e a comunidade aparecem como fatores que mobilizam e nutrem a comunicação feita pelas crianças. O educador comprometido com as mudanças sociais facilita a participação das crianças por meio de atividades que remetam à família, à

Para apoiar o desafio de se trabalhar a participação de crianças por meio da comunicação, é fundamental que o educador esteja preparado para: Compreender a comunicação como fator fundamental para o desenvolvimento pessoal e social da criança; Estimular o diálogo na sua prática pedagógica; Valorizar e divulgar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), como instrumento de empoderamento cidadão das crianças; Receber criticamente os meios de comunicação, visando à construção de um olhar crítico e propositivo que deve nortear o diálogo com as crianças; Estimular a reflexão critica das informações e perceber a ação comunicativa como instrumento de formação e mobilização; Compreender e articular a intencionalidade de toda comunicação; Ser flexível e comprometido com a transformação.

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escola, às associações, às igrejas, aos movimentos sociais e às ruas. Mostras de fotografias, campanhas pelo meio ambiente, cartas para a família, apresentações na escola, passeatas pela comunidade. Todas essas ações potencializam o fazer comunicativo das crianças, dão sentido ao processo de produção da informação. Produzir para informar. Informar para mobilizar. Mobilizar na família, para melhoria da convivência e estímulo ao diálogo. Mobilizar na escola, para que ela se transforme em um grande sistema comunicativo, de encontro e respeito às diferenças. Mobilizar na comunidade, na busca por soluções conjuntas para problemas que são coletivos. A metodologia Educomunicação e Participação de Crianças propõe um processo de formação cidadã que incentiva a participação de meninos e meninas por meio da comunicação. Nos processos formativos, os educadores devem, sempre, reforçar os aspectos pedagógicos necessários para a participação efetiva e processual da criança. Nessa perspectiva, este Caderno busca seguir o objetivo de facilitar o processo de participação de crianças, contribuindo para o exercício do direito à expressão e opinião na família, na escola e na comunidade e para a leitura crítica dos meios de comunicação.

icipação, este Além de oficinas sobre comunicação e part nvolvimento dese Caderno apresenta quatro roteiros para o educativos com de práticas de comunicação em processos o. Antes de iniciar as crianças: fanzine, fotografia, áudio e víde ador deve realizar o trabalho com uma dessas mídias, o educ comunicação um mapeamento dos meios e recursos de unidade. já disponíveis na escola, no projeto ou na com das crianças Assim, fica mais fácil conectar a comunicação unitárias já com e as às práticas de comunicação alternativ lha de uma esco existentes. Outros fatores relevantes para do educador e a das mídias são os conhecimentos técnicos unicação: tempo, estr utura disponível para as oficinas de com s. eriai mat e equipamentos, espaços

Participação infantil na Visão Mundial Brasil Em consonância com os demais países da confraternidade na América Latina e no Caribe, a Visão Mundial Brasil compreende participação como “o direito que crianças, adolescentes e

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jovens têm de expressar suas opiniões, de que estas sejam levadas em conta e sejam incorporadas nas decisões que afetam suas vidas e seu bem-estar integral. O que significa contribuir para o seu desenvolvimento, interagir com outros, mobilizar, propor e incidir em diversos espaços como a família, a escola, a igreja, a comunidade, o país e o continente latino-americano1”. Dessa mesma definição, é possível extrair quatro componentes que são fundamentais para a compreensão do conceito de participação para a Visão Mundial Brasil. Informação: a participação só é efetiva quando quem participa tem as informações necessárias para compreender os processos nos quais está se inserindo. “Para que fortaleçam sua análise da situação e de proposição à realidade, todos têm a necessidade de entender e manejar a informação que servirá de insumo à discussão2”. Todo o processo formativo e o repasse das informações necessárias para que sua participação seja de fato efetiva deverão levar em consideração a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento e ser adequados pedagogicamente ao seu grau de maturidade e condições de compreensão. Expressão: a liberdade de expressão é a condição sem a qual não se pode falar em participação social e um elemento fundamental para a existência de uma sociedade democrática. No caso de crianças e adolescentes, o direito à expressão em todas as situações que lhes afetem diretamente não somente deve ser garantido pelo Estado, como também cabe a este criar e impulsionar mecanismos para que meninos e meninas possam expressar suas ideias, sentimentos e anseios. É importante considerar que a expressão não se dá apenas por meio do discurso, falado ou escrito. O ser humano se exprime e expressa através da dança, do jogo, da música, do teatro, das expressões corporais, etc. Até o silêncio é manifestação do espírito humano. Este aspecto deve ser levado em consideração por todos os que promovem a participação de crianças e adolescentes, especialmente dos mais pequenos entre estes, que também possuem o direito de se expressar em tudo aquilo que é de seu interesse. Escuta: a participação de crianças, adolescentes e jovens não pode ser tratada de modo simbólico ou simplesmente decorativo. Uma vez consultados, suas contribuições devem ser

1 MARCO de Referencia Regional para la Participación de Niños, Niñas y Adolescentes. In: Oficina Regional para América Latina y El Caribe. Vision Mundial, 2012. p.6. 2 ALMEIDA, Reinaldo; SILVA, Maria Carolina. Manual do MJPOP. Visão Mundial, 2011.

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levadas em consideração como a de qualquer outro cidadão ou cidadã. É responsabilidade do Estado criar mecanismos de escuta que estimulem e garantam a contribuição de crianças e adolescentes nos projetos e políticas públicas que são destinados a esse público. As organizações sociais que promovem ações diretas com crianças e adolescentes precisam estar abertas para acolher suas criticas, comentários e sugestões e, ao mesmo tempo, garantir que estas possam influenciar suas atividades e projetos. Incidência: crianças, adolescentes e jovens têm a capacidade de atuar e influenciar na construção e no aperfeiçoamento das políticas públicas e dos projetos governamentais, tanto no planejamento como na implementação dos mesmos. O mesmo pode ser dito para os programas, projetos e quaisquer outras iniciativas de organizações que trabalhem com eles e para eles. Assim, é importante valorizar, apoiar e impulsionar toda e qualquer iniciativa que se origine deles, associados somente com seus pares ou aliados também com adultos, no sentido de contribuir para uma sociedade mais fraterna, em que os direitos de todos sejam reconhecidos e respeitados.

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JOGO DA MEMÓRIA: A HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO HUMANA


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Jogo da memória: a história da comunicação humana Objetivo: Provocar as crianças a conhecerem a história da comunicação humana, a importância da troca de mensagens entre as pessoas, e apresentar a evolução das ferramentas de comunicação criadas pelo homem ao longo da história.

Produto previsto: Jogo da memória.

Materiais necessários: Jogo da memória: a história da comunicação humana (o educador pode montar o jogo com as crianças, plastificar ou colocar um suporte de papelão para que as peças fiquem mais protegidas).

Desenvolvimento da atividade: 1. Dinâmica ou brincadeira de abertura. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras - Pág. 88. 2. Desde o princípio dos tempos, a comunicação foi instrumento de importância vital para o desenvolvimento humano, se constituindo como ferramenta de integração, instrução e de troca

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mútua. Mas afinal, o que as crianças entendem quando falamos de comunicação? Bate-papo em roda: a) O que é comunicação? b) Como as pessoas se comunicam? c) Quais formas de comunicação elas conhecem? d) O que as pessoas precisam para se comunicar? e) Qual foi a primeira forma de comunicação entre as pessoas? Essas questões levarão as crianças ao entendimento básico acerca da importância da comunicação para o desenvolvimento humano. 3. Em seguida, as crianças serão convidadas a jogar uma partida de Jogo da memória. O Jogo da memória: a história da comunicação humana é idêntico aos jogos de memória tradicionais. O material pedagógico é composto por 32 peças que apresentam uma figura de uma forma de comunicação em um dos lados. Cada figura se repete em duas peças distintas. Para começar o jogo, todas as peças são postas com as figuras voltadas para baixo, de modo que os jogadores não possam ver as figuras. Cada participante deve, na sua vez, virar duas peças e deixar que todos as vejam. Caso as figuras sejam iguais, o participante deve recolher consigo esse par e jogar novamente. Se forem peças diferentes, estas devem ser viradas novamente, sendo passada a vez ao participante seguinte. Ganha o jogo quem tiver descoberto mais pares, quando todos eles tiverem sido recolhidos. Obs.: É importante que o educador recorte e separe as peças do jogo antes do início da oficina e oriente os jogadores sobre suas regras.

Fechamento: 4. Através da comunicação o homem fala sobre o seu modo de viver, troca experiências e conhecimentos. A comunicação sempre foi uma necessidade das pessoas e hoje é reconhecida como um direito, assim como o direito à educação, alimentação, cultura, lazer, entre outros. 5. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da próxima oficina. Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação - Pág. 90.

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Depoimentos: ‘A oficina é muito provocativa. O bate-papo em roda instiga as crianças e elas começam a pensar como a comunicação e as relações se estabelecem’. Valesca PDA Novo Chão

Dicas: O educador pode se apropriar da história de evolução dos meios de comunicação e organizar o Jogo da memória: a história da comunicação humana em uma linha do tempo. A dinâmica pode ser conduzida com perguntas sobre o período de surgimento das diversas formas de comunicação. Como por exemplo: qual é a forma de comunicação mais antiga? O que surgiu primeiro, o rádio ou a televisão? Nesse processo é fundamental que as crianças compreendam que, ao longo dos tempos, o homem desenvolveu diferentes formas para se comunicar.

Referências: Sugestão de leitura Ouvindo as conchas do mar – Luciano Pontes Filmes e Vídeos Kika – De onde vem o livro? https://www.youtube.com/watch?v=6IbtYh_T6Uk Músicas O Homem deu nome a todos os animais – Adriana Calcanhoto

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A história da Comunicação

40.000 a.C. - Pinturas nas cavernas Na pré-história o homem desenhava nas paredes das cavernas; são as chamadas pinturas rupestres. Como tinta, ele usava pigmentos da natureza, sangue, argila e, até mesmo, fezes humanas. Alguns cientistas acreditam que estas representações eram sonhos e rituais do homem com a natureza.

3.000 a.C. - Hieroglífos Os homens egípcios criaram o primeiro sistema organizado de escrita. Apenas os sacerdotes, membros da realeza, altos cargos, e escribas conheciam a arte de ler e escrever os sinais “sagrados”. Linguagem dos tambores Quando o homem aprendeu a caçar ele começou a utilizar a pele dos animais para fazer roupas e objetos como, por exemplo, os tambores. A linguagem dos tambores era uma importante forma de comunicação por causa da potência desse som.

2400 A.C – Envio de cartas Durante muito tempo, trocar cartas foi a forma mais fácil de transmitir mensagens. O primeiro serviço de correio surgiu no Egito Antigo.

Canto dos pássaros No Brasil, os índios imitavam o barulho do canto dos pássaros para mandar mensagens entre si. Cada tribo indígena tinha seu próprio sistema de sinais, com barulhos diferentes.

1962 – Internet Esse meio de comunicação, que conecta pessoas e informações através de uma rede mundial, surgiu na época da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética. Hoje, através da internet podemos acessar informações variadas e comunicar com pessoas em diferentes partes do mundo.

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1957 - Satélites artificiais Os satélites artificiais são estruturas de alta tecnologia que transmitem e retransmitem mensagens e comunicações por todo o planeta. Atualmente, cerca de 500 satélites trafegam nas órbitas espaciais.

1924 - Televisão Esse aparelho de comunicação transmite ao mesmo tempo sons e imagens e, hoje, faz parte do nosso dia a dia. A palavra original junta os termos: tele (distante) + visione (visão), ver à distância. O primeiro sistema de TV surgiu em Londres, na Inglaterra. A televisão à cores surgiu em 1954.

1890 – Rádio A transmissão do som pelo ar é feita através de ondas eletromagnéticas. Através do rádio podemos ouvir músicas, notícias e anúncios. O rádio foi inventado pelo italiano Guglielmo Marconi, por volta de 1890.

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200 a.C – Papiro, o primeiro livro No início, os escritos eram feitos à mão, linha por linha. A primeira forma de transportar as mensagens escritas foi através do cilindro de papiro, depois do pergaminho. O livro foi um objeto aprimorado ao longo da história para conservar e transmitir as informações.

1885 – Cinema Um filme é feito por vários quadros (fotogramas) que são projetados de forma rápida para criar a sensação de imagem em movimento. Cinema significa escrever em movimento. A primeira exibição cinematográfica aconteceu na França graças aos inventos dos irmãos Lumière.

Anos 500 – Mensageiros As mensagens dos reis eram lidas por pessoas no meio da praça pública. Os mensageiros, chamados de arautos do rei, anunciavam mensagens em praças públicas desde a época da Idade Média.

1100 - Pintura em quadros As primeiras pinturas em quadro com moldura surgiram na época Greco-romana. Durante o Renascimento, essa forma de arte ganhou força com o conceito de perspectiva (a natureza em formas matemáticas). As pinturas buscavam representar a realidade, as paisagens, as pessoas, a natureza e as conquistas da sociedade.

Entre 1860 e 1876 – Telefone Os primeiros aparelhos de telefone eram conectados via cabo a uma central operada por uma telefonista. Com a invenção do telefone, o homem conseguiu transmitir a voz humana de um lugar para outro.

1550 – Imprensa A imprensa foi inventada por Gutemberg. Graças a ela, surgiu o jornal por volta de 1750. A partir da invenção desta máquina, o homem passou a imprimir e reproduzir textos e mensagens. Essa invenção multiplicou o poder da comunicação.

1826 – Fotografia A fotografia surgiu na França. Com essa técnica ficou fácil representar a sociedade. Trata-se de uma forma de representação que usa a luz para gravar imagens no papel. Fotografar significa “desenhar com a luz”.

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DIREITO DA CRIANÇA NA TV: A CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA


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Direito da criança na TV: a Classificação Indicativa Objetivo: Conhecer os conteúdos que as crianças acessam na televisão visando à construção de uma postura crítica diante da mídia e o conhecimento da Classificação Indicativa enquanto ferramenta de garantia do direito à informação de qualidade.

Produto previsto: Cartazes com desenhos e colagens. Materiais necessários: Papel Kraft ou cartolina, cola, tesoura sem ponta, lápis de cor, canetinhas coloridas e quadrados com os símbolos da Classificação Indicativa coloridos.

Desenvolvimento da atividade: 1. Dinâmica ou brincadeira de abertura. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras - Pág. 88. 2. A oficina busca conhecer as informações que as crianças acessam na televisão e apresentar a Classificação Indicativa como uma norma que garante a elas o direito à informação de qualidade por faixa etária.

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PARA CRIANÇAS

Bate-papo na roda: a) Quem gosta de assistir à televisão? b) Onde vocês assistem à TV? c) Quais programas vocês assistem na TV? d) Vocês assistem à televisão sozinhos ou acompanhados pelos adultos? e) Até que horas crianças podem assistir à televisão? 3. Organizadas em dois ou quatro grupos, as crianças irão produzir cartazes com desenhos e colagens sobre os programas de televisão. a) Grupo(s) que produzirá cartazes sobre os programas que as crianças mais gostam. b) Grupo(s) que produzirá cartazes sobre os programas que as crianças menos gostam. 4. Após a confecção dos cartazes, as crianças devem apresentar seus trabalhos. Durante a apresentação, o educador deve provocar a reflexão do grupo sobre os programas que eles gostam e não gostam de assistir na televisão. a) Por que o programa X é legal? Porque o programa Y não é legal? b) Sempre que um programa se inicia, aparece no canto inferior da tela, à direita, um quadrado colorido com um número dentro. Vocês sabem o que esse número significa? Esse bate-papo com as crianças deve ser mediado pela apresentação dos símbolos da Classificação Indicativa que orientam qual tipo de programação é adequada ou inadequada para crianças. A cada programa apresentado por elas, o educador pode questioná-las sobre a classificação indicada brincando com os símbolos que as representam. A Classificação Indicativa aponta os programas que são adequados para crianças e adolescentes por faixa etária. Alguns programas contêm cenas de consumo de drogas e álcool, de sexo e exposição do corpo e de violência que não são indicadas para a fase de desenvolvimento das crianças e adolescentes. A Classificação Indicativa é definida a partir de uma série de parâmetros elaborados pelo Ministério da Justiça com a participação de psicólogos, pedagogos, pais e educadores, entre outros especialistas. A Classificação Indicativa garante às crianças e aos adolescentes o direito à informação de qualidade conforme a sua idade. É responsabilidade dos pais, dos educadores e das próprias crianças e adolescentes fazer valer essa classificação. O quadro a seguir resume a Classificação Indicativa.

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PARA CRIANÇAS

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Verde

Não expõe crianças a conteúdos potencialmente prejudiciais.

Não aponta inadequações. Exibição em qualquer horário

10

Azul

Conteúdo violento ou imagens inadequadas Inadequado para menores de 10 anos, para crianças, mesmo em menor intensidade. porém exibido em qualquer horário

12

Amarelo

As cenas podem conter agressão física, consumo de drogas e insinuação sexual.

Inadequado para menores de 12 anos. Exibição após as 20 horas.

14

Laranja

Conteúdos mais violentos e/ou linguagem sexual mais acentuada.

Inadequado para menores de 14 anos. Exibição após as 21 horas.

16

Vermelho

Conteúdos mais violentos e/ou com conteúdos sexuais mais intensos, com cenas de tortura, suicídio, estupro ou nudez total.

Inadequado para menores de 16 anos. Exibição após as 22 horas.

18

Preto

Conteúdos violentos e/ou sexuais extremos, cenas de sexo, incesto ou atos repetidos de tortura, mutilação ou abuso sexual.

Inadequado para menores de 18 anos. Exibição após as 23 horas.

Fechamento: 5. Conversar com as crianças sobre a presença dos meios de comunicação nas nossas vidas e a importância de escolhermos as mensagens que são adequadas para o nosso desenvolvimento, que respeitem o outro e a diversidade, que incentivem a cidadania e as boas práticas. A Classificação Indicativa é um direito da criança e do adolescente e é nosso papel dialogar com a família para fazermos esse direito valer!

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6. Tarefa para casa: pedir às crianças que, ao assistirem à televisão em casa, observem e escolham uma pessoa que aparece na TV para apresentação da mesma na próxima oficina. Como ela é, onde ela mora, o que ela faz? O que ela gosta e não gosta de fazer? Pode ser um ator ou atriz, um personagem de novela, um apresentador de telejornal, programa de entrevista, de desenho animado, de programa de esporte, etc. 7. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da próxima oficina. Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação - Pág. 90.

Depoimentos: ‘As crianças confeccionaram uma réplica de TV com material reciclado e produziram uma história coletiva com conteúdos adequados à faixa etária do grupo’. Verônica – PDA Comunhão

Dicas: A oficina sobre Classificação Indicativa pode gerar um mural na escola ou na comunidade para que outras crianças, pais e educadores possam conhecer essa ideia e fazer valer os direitos da criança e do adolescente na mídia! Assim, as crianças da oficina contribuem para que outros meninos e meninas tenham seus direitos protegidos diante da telinha.

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Referências: Sugestão de leitura Eu e o tempo - Bia Bedran Filmes e Vídeos Arthur Vidal sabe tudo sobre Classificação Indicativa – Blog do Ministério da Justiça Televisão e Direitos Humanos (para educadores)

Verde

Não expõe crianças a conteúdos potencialmente prejudiciais.

Não aponta inadequações. Exibição em qualquer horário

Azul

Conteúdo violento ou imagens inadequadas Inadequado para menores de 10 anos, para crianças, mesmo em menor intensidade. porém exibido em qualquer horário

Amarelo

As cenas podem conter agressão física, consumo de drogas e insinuação sexual.

Inadequado para menores de 12 anos. Exibição após as 20 horas.

Laranja

Conteúdos mais violentos e/ou linguagem sexual mais acentuada.

Inadequado para menores de 14 anos. Exibição após as 21 horas.

Vermelho

Conteúdos mais violentos e/ou com conteúdos sexuais mais intensos, com cenas de tortura, suicídio, estupro ou nudez total.

Inadequado para menores de 16 anos. Exibição após as 22 horas.

Preto

Conteúdos violentos e/ou sexuais extremos, cenas de sexo, incesto ou atos repetidos de tortura, mutilação ou abuso sexual.

Inadequado para menores de 18 anos. Exibição após as 23 horas.

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DE OLHO NA MÍDIA!


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De olho na mídia!

Objetivo: Estimular a percepção das crianças acerca dos padrões de comportamento apresentados e reforçados pelos meios de comunicação, refletindo sobre como as pessoas geralmente são retratadas na TV, qual o papel que elas desempenham, suas características socioeconômicas, etnicorraciais e de gênero.

Produto previsto: Desenhos de personagens de televisão.

Materiais necessários: Papel A4, lápis de cor, canetinhas e giz de cera.

Desenvolvimento da atividade: 1. Dinâmica ou brincadeira de abertura. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras - Pág. 88.

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2. Bate-papo sobre a tarefa de casa: a) Como foi realizar a tarefa de casa? b) Quais os personagens escolhidos? c) Por que vocês escolheram estes personagens? d) Eles são exibidos em qual canal? e) Os personagens aparecem em novelas, seriados, desenho animado, telejornal, programa de entrevista ou esporte? f) Eles são de verdade ou de mentira? 3. Distribuir, para cada criança, papel A4, lápis de cor, canetinhas e giz de cera em cores variadas e orientá-las para a produção do desenho do personagem escolhido a partir das perguntas norteadoras: a) Como é esse personagem? b) É uma menina ou menino? c) Esse personagem é branco, negro, pardo ou indígena? d) Onde ele mora? No campo ou na cidade? e) É pobre ou é rico? f) O que ele gosta e o que ele não gosta de fazer? 4. Após a produção do desenho, as crianças devem apresentar seus personagens e suas características.

Fechamento: 5. O educador deve finalizar a atividade ressaltando as familiaridades ou discrepâncias dos personagens com a vida real partindo das próprias opiniões das crianças. Além de reforçar a importância da diversidade sociocultural brasileira, e, principalmente, a necessidade de promoção dos valores regionais - Norte, Sul, Nordeste, Sudeste e Centro-oeste - nos conteúdos apresentados pela televisão. 6. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da próxima oficina. Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação - Pág. 90.

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Depoimentos: ‘Uma metodologia inovadora que traz mais dinamismo para as atividades lúdico-pedagógicas do PDA’. Auricélia Gomes – PDA Casa Grande

Referências: Sugestão de leitura A Descoberta de Miguel - Marilurdes Nunes Filmes e Vídeos Histórias Arrepiantes - Dango Balango De onde vem a televisão? – Kika Música Pomar – Palavra Cantada

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PUBLICIDADE E CONSUMO CONSCIENTE


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Publicidade e consumo consciente

Objetivo: Refletir sobre as mensagens difundidas na publicidade e estimular o pensamento crítico das crianças acerca da promoção do consumo de produtos direcionados a elas nos veículos de comunicação.

Produto previsto: Rótulos para produtos naturais.

Materiais necessários: Papel A4, lápis de cor, canetinhas e giz de cera.

Desenvolvimento da atividade: 1. Dinâmica ou brincadeira de abertura. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras - Pág. 88.

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2. Bate-papo em roda: a) Para que servem as propagandas? b) Como as crianças se comportam quando assistem repetidas vezes as mesmas propagandas? c) Podemos comprar tudo o que as propagandas nos oferecem? d) Precisamos comprar tudo o que as propagandas nos oferecem? 3. Convidar o grupo de crianças a produzir rótulos para produtos naturais consumidos diariamente por elas, tais como frutas, verduras e legumes. O educador deve pedir para cada criança desenhar em papel A4 sua fruta, verdura ou legume predileto. Em seguida, elas devem criar um rótulo com as principais características do vegetal ou fruta escolhida. Em roda, elas deverão tentar convencer o colega ao lado da importância de se consumir o vegetal apresentado.

Fechamento: 4. Reforçar junto às crianças a importância do consumo consciente, que satisfaz as necessidades humanas e não apenas o desejo de consumo de produtos industrializados. 5. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da próxima oficina. Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação - Pág. 90.

Depoimentos: ‘As crianças tiveram boa aceitação do tema proposto e se divertiram ao realizar a produção de uma propaganda que posteriormente foi apresentada aos colegas’. Verônica PDA - Casa Grande

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Dicas: A oficina pode ser feita com embalagens de produtos industrializados, para os quais as crianças criam novos rótulos. Usando um gravador de áudio ou um aparelho celular que grava voz, as crianças podem entrevistar pessoas da família, educadores e lideranças da comunidade sobre a opinião delas em relação à publicidade, ao consumismo e aos produtos direcionados às crianças nas campanhas exibidas na TV, no rádio e nos jornais.

Referências: Filmes e Vídeos A diferença entre consumo e consumismo - A escolha certa: brincando e aprendendo a ser um consumidor legal

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UM JORNAL COM A NOSSA CARA!


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Um jornal com a nossa cara!

Objetivo: Estimular a criatividade das crianças para criação de notícias e mensagens de comunicação.

Produto previsto: Notícias e mural produzido pelas crianças. Materiais necessários: Papel A4, canetinhas coloridas, recortes de notícias de jornais, folhas inteiras de jornal, tesoura sem ponta e cola branca.

Desenvolvimento da atividade: 1. Dinâmica ou brincadeira de abertura. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras - Pág. 88. 2. O educador inicia a oficina com um exercício de análise de notícias que são geralmente publicadas pelo jornal impresso que circula na cidade. Espalhe uma série

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de notícias no chão e peça às crianças para caminhar entre elas, observando as imagens e as palavras que aparecem: a) O que essas notícias comunicam? b) Elas mostram coisas boas ou ruins? 3. Em seguida, o educador irá propor para as crianças a construção de uma notícia que elas gostariam de ver publicada em um jornal, na qual fosse abordado um dos seguintes temas: infância, escola e/ ou comunidade (ou outro tema de relevância para o trabalho com o grupo). Nesse momento é importante destacar alguns elementos da notícia: a) Informações que são de interesse público b) Informações que são atuais 4. As crianças recebem papel A4 e canetas coloridas para produzir a notícia e podem ser organizadas em grupos para o trabalho (podem-se produzir notícias com frases e desenhos, ou apenas com desenhos). 5. Construção e apresentação das notícias. Com as notícias prontas, o educador orienta o grupo a colar seus trabalhos em uma folha de jornal. É como se as notícias das crianças substituíssem as manchetes dos jornais da cidade. Essas novas notícias podem ser montadas em um mural na escola, na instituição ou na comunidade.

Fechamento: 6. Todos nós temos direito de produzir mensagens e expressar nossa opinião. O direito à comunicação é garantido a todos os brasileiros e está descrito na Constituição Federal, nossa principal lei. 7. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da próxima oficina. Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação - Pág. 90.

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Dicas: Essa oficina pode ser realizada a partir de um trabalho com fotografias feitas pelas crianças. O educador pode organizar uma saída fotográfica na qual as crianças irão produzir fotos para as notícias que serão publicadas no jornal da escola ou da instituição. Enviando cartas! Convide as crianças a transformarem as notícias produzidas nessa atividade em cartas de sugestões para a redação de um jornal impresso de circulação local. Os leitores de jornais e revistas têm um espaço diário nos veículos de comunicação reservado para suas sugestões, críticas, opiniões e reclamações. Conhecido como ‘Carta do Leitor’, este espaço cria a oportunidade dos leitores participarem da formação da opinião pública, sempre que discordar de alguma informação, ou quiser, por exemplo, dar uma sugestão.

Referências: Sugestão de leitura Caderno Infantil do Jornal Folha de S.Paulo Filmes e Vídeos Curtas produzidos na Bacuri – Mostra de Cinema Infantil de Belém do Pará Media - Pavel Koutsky (para educadores) Música A cidade ideal – Chico Buarque

Atenção:

As notícias levadas ao espaço educativo NÃO devem conter imagens e textos inadequados para a fase de desenvolvimento das crianças.

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O NOSSO TELEJORNAL


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O nosso telejornal

Objetivo: Instigar a criatividade das crianças para criação de um telejornal sobre seus direitos, responsabilidades e as formas de participação das crianças.

Produto previsto: Encenação teatral. Materiais necessários:

Desenvolvimento da atividade:

Papel A4, lápis de cor, canetinhas coloridas, câmera de vídeo para registro da atividade e objetos cenográficos: microfones, gravatas, câmeras de brincadeira, figurino, entre outros elementos que possam enriquecer a brincadeira criativa do telejornal.

1. Dinâmica ou brincadeira de abertura. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras – Pág. 88. 2. As crianças devem ser orientadas a criar uma apresentação teatral em que atuem como apresentadores e repórteres de um telejornal. As notícias desse telejornal

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têm de se relacionar aos direitos, às responsabilidades e às formas de participação das crianças. Bate-papo na roda: a) Quais telejornais nossa família assiste em casa? b) Quais informações aparecem nesses telejornais? c) Vocês já viram notícias ou propagandas sobre os direitos da criança e do adolescente nos telejornais? d) Que tal produzirmos o nosso próprio telejornal? 3. As crianças devem ser organizadas em grupos ou individualmente para o planejamento do telejornal. O educador deve apoiar o trabalho dos grupos organizando uma pauta na qual as crianças planejam os assuntos e distribuem as funções: apresentador, repórter, entrevistado, apresentadora da previsão do tempo, de esportes, entre outros. 4. Ao final da produção, cada grupo deve encenar o seu telejornal em formato de apresentação teatral. Obs.: Essa oficina proporciona uma oportunidade de resgate dos conteúdos abordados nas oficinas do caderno ‘Direitos Humanos para Crianças’.

Fechamento: 5. Para encerrar a oficina o educador deve analisar e enfatizar com o grupo o resultado do trabalho sobre os direitos, responsabilidades e formas de participação das crianças na sociedade, além de destacar o direito à comunicação como uma forma de participação. 6. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da próxima oficina. Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação - Pág. 90.

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Dicas: Que tal organizar uma TV de rua na sua comunidade? As TVs de rua são iniciativas de produções audiovisuais independentes projetadas em espaços públicos. Geralmente tratam de temas que envolvam as comunidades que as produzem com um linguajar familiar e facilmente reconhecido pelos espectadores. As TVs de rua inauguram a possibilidade de criação de novos conteúdos, novas ideias e novos valores. Além de uma característica curiosa: a necessidade de deslocamento do público; é ele quem deve ir ao local onde a notícia está sendo exibida. Pesquise produções audiovisuais que valorizem a comunidade em que as crianças estão inseridas e proponha uma exibição!

Referências: Filmes e Vídeos Intervozes - Levante sua voz - A Verdadeira história da mídia brasileira (para educadores)

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ROTEIRO PARA PRODUÇÃO DE FANZINES

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Roteiro para produção de fanzines Objetivo: Facilitar o processo de participação das crianças, estimulando a criatividade e a expressão crítica sobre a família, a escola, o grupo e a comunidade, por meio das técnicas de produção de fanzine.

Produto previsto: Fanzine.

Materiais necessários: Canetas, tesouras sem ponta, canetinhas coloridas, cola, barbante, grampeador, papel A4, lápis preto e de cor, régua, borracha, revistas e jornais para recorte, cópias xerox, entre outros materiais pedagógicos que possam enriquecer a produção do fanzine.

Desenvolvimento da atividade: 1. É muito fácil trabalhar a produção de fanzine com as crianças. O processo de produção envolve definição do tema, seleção de imagens e palavras, produção de desenhos e textos, além da organização dos conteúdos. Antes de começar, o educador deve planejar os momentos da produção. Esse roteiro pode ser organizado em duas ou mais oficinas. 2. Com as crianças, o primeiro passo é explicar o que é fanzine, ilustrando a fala com exemplos de fanzines prontos, principalmente os replicados sobre molde de xerox. Uma roda de conversa com as crianças é fundamental para o planejamento da produção: • Qual é o objetivo do fanzine que vamos produzir? • Quais assuntos serão abordados nos fanzines? • Para qual público falaremos? • Onde e como distribuiremos os fanzines? 65


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3. No segundo momento, utilizando jornais e revistas para recorte, as crianças devem separar imagens, letras e palavras relacionadas ao tema do fanzine que irão produzir. Durante a escolha dos conteúdos, o educador deve aprofundar e problematizar o tema em questão. Vale ressaltar que numa metodologia de Educomunicação, o processo de seleção das informações, de definição das abordagens, problemas e busca de soluções são estratégias para a formação cidadã e de construção da visão crítica das crianças. Deixe que as crianças se sintam livres para expressar o que sentem a respeito dos assuntos. 4. Na próxima etapa, o educador deve orientar o grupo de crianças para a organização das páginas do fanzine. É importante definir: • O nome do fanzine e a informação que será transmitida na capa; • As palavras, frases e imagens que ocuparão o interior do fanzine; • O local onde os créditos com o nome dos participantes envolvidos na produção irão aparecer. 5. A montagem do fanzine é bem simples, mas demanda capricho e concentração. As crianças devem preencher as páginas da publicação com palavras, frases e imagens, levando em consideração o planejamento para organização dos conteúdos. É possível também escrever e desenhar. Depois de pronto, o fanzine é xerocado, gerando várias cópias para a distribuição que deve ser planejada com as crianças.

Fechamento: 6. Para finalizar a atividade, proponha uma avaliação sobre o processo de produção do fanzine levando em consideração a percepção do grupo de crianças, do educador e do público a respeito da publicação elaborada.

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Depoimentos: ‘Com as metodologias trabalhadas com os educandos nas oficinas, percebemos que a Educomunicação age como formadora e transformadora da cidadania de crianças e adolescentes, levando-os a se apropriarem dos seus direitos garantidos por lei.’ Rosane Maria - PDA Nova Descoberta

Dicas: Importante observar que os fanzines são moldes xerocados que devem ser distribuídos entre os membros da família, escola ou comunidade. Apenas com sua replicação e divulgação o fanzine cumpre seu papel enquanto ferramenta que comunica ideias e sentimentos das crianças. Para garantir que as cópias xerox tenham boa qualidade, é fundamental estabelecer margem de pelo menos 1 centímetro em cada página. As imagens coladas devem apresentar contraste com a página de base. Exemplo: não funciona colar uma letra branca numa página branca. Além disso, as palavras e desenhos devem ser feitos em cores escuras, caso a página seja branca, para garantir que as informações apareçam nas cópias xerox. Para distribuição, após o xerox, as páginas podem ser coladas, grampeadas ou amarradas com um barbante por meio de um furo na margem esquerda.

Atenção:

crianças em fase de 1. Caso o trabalho seja desenvolvido com os o uso de rizad valo alfabetização é importante que sejam s. frase s imagens, palavras, sílabas, letras e/ou pequena ativo NÃO 2. As revistas e jornais levados ao espaço educ a fase de para dos devem conter imagens e textos inadequa desenvolvimento das crianças.

O termo ‘fanzine’ é um neologismo formado pela contração das palavras Fanatic e Magazine, ambas de origem inglesa. Os primeiros títulos de que se tem notícia eram sobre ficção científica e foram lançados na década de 1930, nos Estados Unidos. Impresso de forma artesanal e com tiragens pequenas, o fanzine é um gênero de imprensa alternativa e amadora. Costuma ser editado por pessoas ou fãclubes de determinada arte, personagem, personalidade ou gênero de expressão artística, ecológica, social, política, etc. Quase sempre aborda um único tema e seu público é dirigido. No Brasil, o primeiro fanzine, Ficção, foi feito na cidade paulista de Piracicaba. Era um boletim informativo de história em quadrinhos impresso em mimeógrafo a álcool. Sua tiragem era de 300 exemplares. Os fanzines normalmente não possuem compromisso com grandes tiragens, vendagem ou lucro, o que os torna veículos livres de censura. Sua distribuição é feita por correio ou de mão em mão.

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ROTEIRO PARA PRODUÇÃO DE FOTOGRAFIAS

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Roteiro para produção de fotografias Objetivo: Contribuir para o processo de alfabetização visual das crianças, entendida como a habilidade das pessoas apreenderem um sistema de representação visual, associada com a capacidade de expressar-se através dele. A fotografia pode ser um instrumento pedagógico valioso à medida que equilibra a formação das crianças para o mundo da informação e ainda mobiliza a escola, a família e a comunidade, por meio dos produtos, exposições, mostras, campanhas, etc. Além disso, a fotografia facilita o processo de participação das crianças, estimulando sua criatividade e expressão crítica sobre a família, a escola, o grupo e a comunidade, através das técnicas de produção de fotografias em câmeras digitais.

Produto previsto: Materiais necessários: Câmeras fotográficas digitais, papel A4, lápis de escrever, lápis de cor, canetinhas coloridas, TV ou Data show, acompanhados de seus respectivos cabos e adaptadores, impressão de fotografias para exposição, entre outros materiais pedagógicos que possam enriquecer a produção da exposição fotográfica.

Exposição de Fotos / Fotografias digitais.

Desenvolvimento da atividade: 1. O trabalho de produção com imagens fotográficas exige que educadores e educandos se apropriem de algumas técnicas básicas da fotografia. A cada novo exercício fotográfico, as crianças vão, aos poucos, apurando o olhar para esse formato de produção. Para que esse olhar seja trabalhado, é fundamental que, além de produzir as fotografias, as crianças possam analisálas, posteriormente, em grupo.

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A exposição, produto final da jornada de trabalho com a fotografia, deve partir de um tema de interesse das crianças. Por meio das fotografias é possível chamar a atenção para determinados assuntos ou situações. O olhar das crianças é capaz de tratar temas de difícil abordagem com simplicidade e poesia. 2. As atividades abaixo propostas podem ser ordenadas conforme o interesse do educador. Cada uma delas propõe uma distinta forma de trabalho da fotografia com as crianças. • Autorretrato: cada criança irá produzir uma foto do próprio rosto. Para produção do autorretrato é importante observar o enquadramento na foto, a iluminação, a distância da câmera (zoom). Mas, como a foto é de si mesmo, o participante terá que criar alternativas para produzi-la, uma delas é contar com a ajuda dos colegas. O exercício se completa com a análise das técnicas e características de cada foto produzida. Esse exercício fotográfico contribui com a melhoria da autoestima dos participantes. É importante valorizar o respeito às diferenças e à autoimagem de cada um. • Foto do grupo: cada criança deverá tirar uma foto do grupo. Em seguida, todos deverão analisar as fotos produzidas, percebendo as técnicas utilizadas e as diferentes formas de representação do grupo. • Fotos para uma frase: organizadas em grupos de até 6 pessoas, as crianças deverão elaborar uma frase. O educador pode indicar um tema para as frases, tais como: bairro, escola, meio ambiente, saúde, educação, conforme o histórico do trabalho realizado com as crianças. Em seguida, as crianças irão percorrer a escola, a instituição ou a comunidade, para que cada integrante do grupo possa produzir uma foto relacionada à frase. Importante destacar o limite de fotos por grupo: uma para cada integrante. A atividade se completa com a análise de todas as fotos produzidas, na qual educadores e educandos devem perceber as características e técnicas utilizadas na produção de imagens. • Foto composição: organizadas em grupos de até 6 pessoas, as crianças deverão compor um cenário para produção de uma foto utilizando objetos e espaços disponíveis na escola, na instituição ou na comunidade. Esse exercício contribui para a percepção de todos os elementos que compõem uma foto, para isso, é importante que os educandos observem os quatro cantos da imagem que será formada e tudo que está dentro deles. A atividade se completa da mesma forma que na atividade anterior, com a exibição e a análise das imagens.

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• Fotografia livre na comunidade: organizadas em grupos, as crianças farão uma saída fotográfica para livre produção de imagens na comunidade. Esse exercício é importante para que os educandos se apropriem das ferramentas da câmera digital e iniciem a construção de um olhar diferenciado para a comunidade. As fotos produzidas no dia devem ser conhecidas e analisadas por todos os participantes da oficina. • Pesquisa sobre a história da comunidade: organizados em grupos, os estudantes deverão pesquisar a história do bairro, da comunidade ou da cidade onde moram. É importante levantar informações sobre: como a comunidade surgiu? Quem são as lideranças na comunidade? Quais são as tradições, costumes e festas realizadas nesta comunidade? Quais os equipamentos públicos - escola, posto de saúde, praça de lazer, etc. - existentes na comunidade? Entre outras questões. Essa pesquisa pode direcionar uma produção fotográfica voltada para o tema pesquisado. • Mapa da comunidade: organizados em grupos - de acordo com a localização da casa das crianças em relação à escola ou instituição -, os participantes devem desenhar mapas das suas comunidades. Os mapas devem conter ruas, becos, praças e também espaços que são referência para os estudantes, tais como comércio, equipamentos públicos, locais de lazer e socialização, casa dos amigos, etc. Esses mapas são apresentados e debatidos com todos os participantes. Com apoio do educador, as crianças irão percorrer, na comunidade, os caminhos traçados no mapa, fotografando os espaços que foram marcados como referência. É importante delimitar uma quantidade máxima de fotografias por grupo, visto que o equipamento digital permite, de certa forma, uma produção intensa de fotografias em que o único limite é o espaço disponível para armazenamento de dados no cartão de memória da câmera. É importante orientar as crianças a observarem os espaços e escolherem com tranquilidade o melhor ‘quadro’ para ser registrado. Com limite de 5 a 10 fotos por grupo, os participantes precisarão planejar a tomada fotográfica e como isso será feito. 3. Para cada exercício de fotografia realizado, é importante que as crianças conheçam as fotos produzidas por elas mesmas e pelos colegas. As fotos produzidas devem ser exibidas e analisadas na presença de todos. Durante a análise das fotografias, é possível abordar questões técnicas, tais como, enquadramento utilizado, iluminação e outros elementos que compõem a foto, além, da análise das situações fotografadas sob o viés da garantia dos Direitos Humanos. Por exemplo: a foto mostra uma

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situação de garantia ou violação dos Direitos Humanos? O que podemos fazer para melhorar determinada situação ou espaço registrado pela foto? No exercício de análise das fotografias, as crianças podem produzir legendas ou palavras para cada uma das imagens produzidas. 4. Por fim, o educador deve orientar a montagem da exposição fotográfica. Conforme os recursos disponíveis, cada grupo deve planejar a impressão e a montagem da exposição fotográfica em espaços disponíveis na comunidade. As fotografias devem ser escolhidas pelas crianças.

Fechamento: 6. Para finalizar a atividade, proponha uma avaliação sobre o processo de produção do fanzine levando em consideração a percepção do grupo de crianças, do educador e do público a respeito da publicação elaborada.

Dicas: A produção fotográfica permite a criação de cartões postais que podem ser distribuídos na instituição, na escola ou na comunidade. Os cartões postais podem compor uma campanha de mobilização a partir de um tema definido pelas crianças.

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Atenção:

nto Cada educador deve planejar o desenvolvime da produção das fotografias de acordo com l o tempo disponível para o trabalho e o perfi se e pod do grupo de crianças. Esse processo desenvolver ao longo de 2 a 6 oficinas.

Enquadramento, luz e sombra! Enquadramento é um recorte feito pelo fotógrafo do mundo que o cerca. O fotógrafo escolhe qual parte deseja recortar e quais elementos devem estar presentes na imagem. O recorte e a organização dos elementos escolhidos devem ser pensados no processo de construção da imagem. Para trabalhar o enquadramento, é possível brincar com uma folha de papel A4 com um quadrado recortado no meio com cerca de 2 cm de papel em cada lado. Olhando através da folha de papel recortada, observam-se quatro cantos. A informação a ser fotografada deve ser enquadrada nesses quatro cantos. Já a luz e a sombra são elementos fundamentais para a fotografia. Sem elas não se pode produzir imagens fotográficas. Para se construir boas imagens fotográficas, é importante perceber como está a luz do espaço ou o objeto a ser fotografado. Esta percepção nos ajuda a ter controle da quantidade de luz que a câmera irá capturar. Para trabalhar a questão de luz e sombra é possível produzir uma mesma foto em duas situações: uma iluminada, outra na sombra. Assim, as crianças começam a perceber a importância da luz na fotografia.

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ROTEIRO PARA PRODUÇÃO DE ÁUDIOS

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Roteiro para produção de áudios

Objetivo: Facilitar o processo de participação das crianças, estimulando a fluência comunicativa e a expressão por meio da produção de peças de áudio.

Produto previsto: Pílulas de áudio – Pílula informativa, spots, jingles, entrevistas, músicas, entre outros.

Desenvolvimento da atividade: Materiais necessários: Aparelho de som, gravador de áudio ou aparelho celular com gravador de áudio, computador para o caso de trabalhos com edição de áudio, caixas de som, cabos e adaptadores necessários, CDs ou arquivos em MP3 de áudios de referência para o grupo, papel A4, lápis de escrever, lápis de cor, canetinhas coloridas, entre outros materiais pedagógicos que possam enriquecer a produção das pílulas de áudio.

1. Uma forma fácil de envolver um grupo de crianças com as atividades de produção de áudio é estimulá-las a produzir pílulas com a duração de 1 a 3 minutos, que podem ser facilmente veiculadas durante a programação cultural e educativa de uma rádio escolar ou comunitária, assim como apresentada em atividades do grupo ou da instituição. Quando o educador escolhe trabalhar com áudio, ele abre um universo de possibilidades criativas que lidam com a voz, o som, a música,

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a poesia e a rima. Assim, é importante iniciar as oficinas de áudio propondo a escuta de chamadas, campanhas, programas, propagandas e músicas que possam contribuir para a ampliação de repertório sonoro do grupo. Cantar e dançar nas oficinas de áudio também são dinâmicas interessantes para estimular a criatividade e a participação das crianças. 2. Abaixo, alguns exercícios livres para o trabalho de áudio com as crianças. • Conta vida: o educador pede que as crianças registrem, com o gravador de voz, 1 minuto de fala sobre algum assunto definido pelo grupo: sua trajetória pessoal, suas férias, seu tempo livre, seus sonhos, suas brincadeiras preferidas, etc. O material gravado deve ser ouvido por todos, para que façam comentários e iniciem suas reflexões sobre a linguagem radiofônica. É preciso ficar atento para elementos como dicção, repetição de palavras e ideias, ritmo da fala, interferência de sons do ambiente, entre outros. • Escuta radiofônica: o educador deve gravar vinhetas de diversas rádios, assim como programas radiofônicos de diferentes formatos e músicas. Esse material será apresentado às crianças para que comecem a refletir sobre as diferentes possibilidades de produção de áudio. • Paisagem sonora: a paisagem sonora é criada por meio da gravação de sons do ambiente ou da criação de sons para determinadas situações ou lugares. Para brincar e produzir paisagens sonoras, é interessante iniciar os exercícios pedindo às crianças para fecharem os olhos e escutarem os sons ao redor. como podem descrever determinado espaço a partir daquilo que ouviram? É possível caminhar pela instituição, escola ou comunidade com as crianças gravando paisagens sonoras distintas, assim como produzir sons para paisagens sonoras ‘imaginárias’. 3. Em seguida, as crianças são convidadas a produzirem uma pílula de áudio – pílula informativa, spots, jingles, entrevistas, músicas, entre outros. Para tanto, é preciso que o educador se atente para a linguagem e passo a passo da produção radiofônica. • Preparação da pauta e definição do assunto: o primeiro passo para a produção de uma peça de áudio é preparação da pauta. Em outras palavras, é preciso definir com as crianças o assunto que será trabalhado na produção. A pauta é o planejamento para a produção que orienta a construção dos textos. Antes de ir para a produção do que vai ser apresentado, é preciso delimitar bem o assunto e sua forma de abordagem.

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• Pesquisa: com o planejamento finalizado e um ‘foco’ escolhido para orientar o trabalho, o próximo passo é fazer uma pesquisa. E é a partir de uma boa pesquisa que se garante a qualidade da informação que será veiculada. Afinal, é fundamental sempre saber do que se está falando. Os métodos usados para pesquisar podem ser escolhidos livremente pelos educadores e crianças, o importante é se organizar e trabalhar de maneira mais prática e produtiva. É possível buscar informações em livros, na internet ou a partir de entrevistas com pessoas que tenham o domínio do assunto abordado. Um bate-papo sobre o assunto também contribui para ampliar as informações do grupo sobre a pauta definida. • Redação para rádio: com as informações em mãos, já podemos partir para a redação do texto para a peça de áudio. Essa etapa não tem muito mistério, deve-se apenas observar a principal especificidade do texto para rádio: simplicidade e clareza. O texto para peças de áudio é claro, objetivo, preciso e com frases curtas, já que quem escuta o produto não tem a possibilidade de voltar ao texto para tirar dúvidas sobre o que foi dito - como acontece no rádio, por exemplo. É recomendável que os textos sejam próximos à linguagem coloquial, sem, contudo, fugir às normas gramaticais. Para trabalhar com crianças em fase de alfabetização, o educador deve se atentar para a produção dos textos de forma mais simple possível e, algumas vezes, não exigir das crianças a obrigatoriedade de escrevê-lo, apenas gravá-los livremente. • Gravação: na hora de gravar, o mais importante é que a locução seja clara. As palavras devem ser bem pronunciadas e a entonação deve ser envolvente e expressiva, facilitando a compreensão do assunto. O ideal é que as crianças que participaram da produção da pílula informativa estejam envolvidas diretamente na locução. A gravação pode ser feita em aparelhos gravadores de áudio digital ou em aparelhos celulares que possuem essa função. Os sons do ambiente, conhecidos como sonoplastia, também podem ser gravados juntamente com as vozes. Outra opção para o uso de sons nas peças de áudio é inseri-los durante a edição, caso o educador tenha acesso e conhecimento para uso de um programa de edição. • Edição ou montagem: após gravar a locução é preciso ‘montar’ a peça de áudio. É nessa etapa que a trilha sonora e os outros sons devem ser inseridos, tais como, gravações de entrevistas e efeitos sonoros. No caso de uma entrevista, a edição serve para selecionar o trecho mais adequado para a pílula. Por exemplo, em uma entrevista com duração de 5 minutos, apenas os 15 segundos mais

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interessantes podem ser inseridos na peça de áudio. A edição de áudio é feita em computador e existem softwares gratuitos que podem ser usados e solicitados para qualquer sala de informática ou telecentro. Um dos mais conhecidos é o Audacity, que tem versão para as plataformas Windows, Mac OSX e Linux. 4. Após a elaboração das peças de áudio, o educador deve planejar com as crianças e as instituições parceiras os espaços para exibição do trabalho realizado contando com a participação de membros da família, escola e comunidade.

Fechamento: 5. Finalizar propondo uma avaliação sobre o processo de produção das peças de áudio, levando em consideração a percepção do grupo de crianças, do educador e do público a respeito dos produtos elaboradas.

Dicas: O conjunto de produções das crianças pode gerar uma campanha educativa. É possível produzir peças de áudio sem necessitar da edição. Para isso, é importante gravar as falas em sequência no gravador. Para finalizar o trabalho, juntamente com as crianças, o educador deve escolher a melhor versão gravada. Para deixar a atividade ainda mais criativa, o conjunto de produções das crianças pode gerar uma campanha educativa que poderá gerar conhecimento e envolver famílias, escola e comunidade em ações de defesa dos direitos da criança e do adolescente.

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Atenção:

nto Cada educador deve planejar o desenvolvime com da produção das peças de áudio de acordo l perfi o e alho trab o tempo disponível para o se e pod do grupo de crianças. Esse processo desenvolver ao longo de 2 a 6 oficinas.

Som e áudio Som é uma vibração que se desloca em um meio material (como o ar, a água etc.) e pode estimular nossa percepção auditiva se chegar ao nosso ouvido. Ou seja, o som é uma vibração que pode ser ouvida. Normalmente, um som surge quando algo (por exemplo, a corda de um violão) se move numa espécie de vaivém bastante rápido (como uma “tremedeira”). Chamamos esse vaivém de vibração ou oscilação. Se um objeto vibra e está em contato com outro, o outro deve começar a vibrar do mesmo jeito. Se um objeto vibra e está em contato com um meio, como o ar, esse meio também deve começar a vibrar. E quando um meio começa a vibrar, ele tende a “repassar” a vibração para frente. É como uma sequência de peças de dominó, uma derrubando a outra. Quando a vibração do ar atinge o ouvido, ela movimenta uma pele bem fina, chamada tímpano, e outras partes do ouvido que estão em contato com ela. A partir daí, uma série de reações dá origem à nossa percepção do som. O termo “áudio”, normalmente, é usado para sons que foram “capturados” por um sistema de gravação, de amplificação ou de medição do som. Nesses casos, o som é transformado em outro tipo de energia (por exemplo, quando um som é captado por um microfone, ele deixa de ser uma vibração de um meio material e passa a ser uma oscilação elétrica).

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ROTEIRO PARA PRODUÇÃO DE VÍDEOS

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Roteiro para produção de vídeos

Objetivo: Facilitar o processo de participação das crianças, estimulando a criatividade e a expressão crítica sobre a família, a escola, o grupo e a comunidade, por meio das técnicas de produção de vídeo.

Produto previsto: Vídeo.

Desenvolvimento da atividade: Materiais necessários: Câmera de vídeo ou câmera fotográfica que produz vídeo, TV e aparelho de DVD Player, computador para o caso de trabalhos com edição de vídeo, produções audiovisuais sobre o tema e gênero escolhido para exibição (documentário, animação e/ou ficção), papel A4, lápis de escrever, lápis de cor, canetinhas coloridas, entre outros materiais pedagógicos que possam enriquecer a produção audiovisual.

Para iniciar a realização de exercícios livres de vídeo com as crianças, é importante ‘quebrar o gelo’ em relação aos equipamentos, aproximando-as da ferramenta e suas possibilidades de uso. Recomenda-se que elas possam aprender a manusear a câmera e suas funções básicas. O uso de aparelhos celulares que gravam vídeos pode ser bem interessante nesse trabalho inicial. Para os exercícios livres e também para a produção final do vídeo, é fundamental

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estabelecer combinados de utilização coletiva dos equipamentos. 2. Bate-papo sobre vídeo com as crianças! As imagens gravadas nos exercícios livres devem ser assistidas e analisadas pelos educadores e crianças. A análise dos exercícios pode trazer à tona questões como: • O que as imagens gravadas nos exercícios transmitem? • As imagens estão muito escuras? Muito claras? • Conseguimos ouvir com clareza o áudio das gravações? • O que podemos fazer para melhorar a nossa produção final? 3. Abaixo, alguns exercícios livres para o trabalho de criação de vídeos com as crianças. • Vídeo debate: apresentar ao grupo de crianças uma série de vídeos e imagens relacionadas ao tema definido. Esses vídeos e imagens temáticas servem como referências importantes no processo de discussão para definição do assunto a ser trabalhado e apresentação dos problemas e soluções que serão abordados no vídeo que será elaborado pelas crianças. • Contação de histórias: a partir do tema definido pelo grupo de crianças, o educador deve conduzir um processo de contação de histórias sobre o assunto. Como toda história, essa também deve conter um princípio, um meio e um fim. Nessa linha do tempo, é importante trabalhar com as crianças um problema identificado e as ações que são necessárias para solucioná-lo. • Narração de histórias: o exercício de narração de histórias pode ser feito através da exibição de um vídeo sem som. O educador deve exibir o vídeo e abaixar todo o volume. A partir daí, as crianças devem narrar as histórias do vídeo a partir das imagens que estão assistindo. • Pesquisa: a pesquisa é uma fase importante da produção de um vídeo, pois orienta a construção da história a ser contada, no caso de um roteiro para ficção ou animação, e também ajuda a definir as perguntas e locais de gravação no caso da produção de vídeos documentários.

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4. Criação de roteiro: • Produção de ficções e animações: a história contada pelas crianças agora se transformará em roteiro. Para criação do roteiro, orienta-se elaborar juntamente com as crianças um storyboard, que pode ser entendido como um ‘roteiro desenhado’. Um storyboard tem como finalidade marcar as principais passagens de uma história que será contada no vídeo da forma mais próxima com a qual ela deverá aparecer na tela. A semelhança com os quadrinhos se faz pelo fato de o storyboard também possuir uma história sendo contada através de uma sequência de quadros e pelo fato de se utilizar de recursos como ângulos e técnicas de composição de cena. Outra forma de organizar as cenas é montá-las em folhas de papel A4, uma a uma. • Produção de documentários: o roteiro do vídeo documentário é mais livre e contém indicações dos locais, pessoas e situações que serão gravados e a ordem de entrada de cada uma das informações no vídeo. 5. Produção do vídeo: aqui é importante trabalhar com o grupo o planejamento para as filmagens, a definição das funções e os materiais necessários. É hora de apresentar às crianças as etapas para filmagem e finalização do vídeo. Durante a apresentação das etapas, é fundamental determinar o papel de cada membro do grupo no processo. No planejamento com as crianças, é importante definir a proposta de áudio. Quais serão as falas? De quem serão as vozes? Haverá uma trilha sonora? 6. Hora de colocar a mão na massa: luz, câmera, ação! 7. Edição do vídeo: o trabalho de edição exige tempo e paciência. Recomenda-se que a edição ou montagem do vídeo seja feita com a participação de um grupo de crianças e de acordo com o roteiro indicado por elas. Na hora da edição é comum haver mudanças no roteiro e isso se dá de forma negociada com o grupo. Nessa etapa, deve ser feita a inserção dos créditos dos vídeos, ou seja, os nomes de todas as crianças que participaram do processo. A edição de vídeo é feita em computador e existem diversos softwares que podem ser instalados em salas de informática

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ou telecentros. Para Windows pode-se usar os softwares Windows Movie Maker, Vegas, Adobe Première, no caso do Linux pode-se usar o Kino, Cinelerra, entre outros. 8. Após a produção dos vídeos, o educador deve planejar, junto com as crianças e as instituições parceiras, os espaços para exibição do trabalho realizado contando com a participação de membros da família, escola e comunidade.

Fechamento:

Dicas:

9. Finalizar propondo uma avaliação sobre o processo de produção do vídeo, levando em consideração a percepção do grupo de crianças, do educador e do público a respeito dos vídeos elaborados.

É possível produzir vídeos sem necessitar da edição. Para isso, é importante gravar algumas vezes as imagens/ falas/textos do vídeo em sequência na câmera. Para finalizar o trabalho, juntamente com as crianças, o educador deve escolher a melhor versão gravada.

Atenção:

de crianças, deve onível para o trabalho e o perfil do grupo Cada educador, de acordo com o tempo disp ao longo de 4 a 8 vídeo. Esse processo pode se desenvolver planejar o desenvolvimento das oficinas de que será trabalhado com as amental que o educador defina o gênero fund é nas, ofici as r inicia de s Ante nas. rsos técnicos ofici lha deve se basear nos conhecimentos e recu esco Essa o. ficçã ou tário men docu , ação crianças: anim todo o processo criativo. em consideração o tempo disponível para disponíveis para o trabalho. Há de se levar de trabalho com o grupo. usiva das crianças, considerando o histórico Já o tema deve partir de uma escolha excl nas crianças e, se não forem de vídeo e fotografia criam certo fascínio s ento pam equi os que acar dest nte orta Imp frustrações no grupo. bem trabalhados, podem criar conflitos e

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O Audiovisual Como o próprio nome já diz, o audiovisual é a linguagem que trabalha com som (áudio) e imagens (visual). Estamos muito habituados a lidar com a linguagem audiovisual devido à constante presença da televisão e do cinema nas nossas vidas. Apesar disso, pouca gente sabe como essa linguagem se organiza e quais efeitos são gerados nos produtos finais (programas de TV, vídeos, filmes) conforme a escolha de seus criadores. Para facilitar a compreensão do audiovisual, podemos fazer uma relação com outras linguagens como a escrita. No audiovisual a menor unidade é o fotograma ou frame. O frame (que em inglês significa moldura) é cada uma das fotos que, quando passadas a uma velocidade mínima, geram a sensação de movimento. Em comparação com a linguagem escrita, ele equivaleria a uma letra. Um nível acima está o plano, que é o conjunto de fotogramas juntos e sem corte. Ele equivale a uma palavra. E pra que servem as palavras? Para formar frases. Assim funcionam os planos. A união de planos no mesmo lugar, dizendo sobre o mesmo assunto, chama-se cena. E ela equivale, nessa relação, à frase. Quando juntamos muitas frases que, de uma maneira mais genérica, falam sobre a mesma coisa, temos, então, um parágrafo. Quando juntamos muitas cenas que falam, de maneira genérica, da mesma coisa, obtemos uma sequência. Um conjunto de parágrafos que conta uma história se chama texto. Assim como um conjunto de sequências forma um filme. É claro que assim como existem diversos tipos de texto existem também diversos tipos de produtos audiovisuais. Essa comparação está mais ou menos voltada para textos narrativos e filmes narrativos, isto é, que contam uma história. A principal divisão de categorias audiovisuais separa os filmes em ficção e documentário. Há também outros gêneros como a animação, a videoarte, o videoclipe, a reportagem e a publicidade.

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DINÂMICAS, FILMES E LIVROS PARA OFICINAS COM CRIANÇAS

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E S S

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Guia de Dinâmicas e Brincadeiras para Abertura das Oficinas 1. Telefone sem fio: Em roda, as crianças irão brincar de telefone sem fio. O educador, ou uma das crianças, pensa uma frase curta que irá circular na roda de ouvido em ouvido. A frase vai sendo contada na roda até o último participante da roda. O último a ouvir a frase deve conta-la em voz alta para o grupo. A frase inicial e a frase final são comparadas, observando as diferenças. A dinâmica estimula o debate sobre a importância de uma comunicação clara, direta e objetiva. 2. Vendendo o seu peixe: As crianças irão preparar um anúncio falado, uma propaganda. Nessa propaganda, apresentada em formato de performance teatral, o objetivo é “vender o seu peixe”. Pode ser a sua ideia, a sua escola, aquilo que gosta. O exercício é convencer o grupo de que aquilo que você defende é legal. A dinâmica trabalha a fluência comunicativa das crianças e pode ser adaptada a diferentes contextos. 3. Propaganda de mim mesmo: Cada criança recebe um cartão de papel e algumas canetinhas coloridas. Essa dinâmica é utilizada para apresentação do grupo e cada um deve desenhar e escrever no cartão algo que possa falar sobre si próprio. É como se fosse fazer uma propaganda de si mesmo. A dinâmica trabalha a expressão e criatividade das crianças e pode ser usada para apresentar o grupo aos novos participantes ou visitantes.

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4. Rede: Em roda, as crianças irão passar um rolo de barbante, uma a uma. Cada criança que pegar o rolo deve prender um pedacinho do barbante no dedo e passar o rolo para outra pessoa da roda (de modo que o barbante entre uma criança e outra fique esticado). Aos poucos, passando o rolo de barbante de um em um, uma rede vai se formando. O educador pode orientar que cada criança fale uma palavra quando passa o barbante, conforme o tema trabalhado. Para desfazer a rede as crianças devem se organizar e enrolar aos poucos o barbante novamente. A dinâmica trabalha a interação no grupo e o trabalho coletivo. 5. Hoje, eu quero comunicar...: Em roda, cada criança deve dizer: “hoje, eu quero comunicar...” e completar a frase com aquilo que deseja discutir, falar ou aprender no dia. A dinâmica trabalha a fluência comunicativa das crianças e contribui para o levantamento de expectativas para a atividade do dia. 6. Deu no jornal: Em roda, as crianças irão contar uma notícia que viu no jornal ou na televisão. O educador conduz um bate-papo divertido sobre as notícias, aproximando os assuntos do cotidiano das crianças. A dinâmica tem como objetivo provocar um exercício de leitura crítica dos meios de comunicação.

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Guia de Dinâmicas de Avaliação das Oficinas Enviando Mensagem Objetivos Desenvolvimento

Materiais necessários Tempo

Provocar relatos avaliativos e contribuir para aumentar a autoestima do grupo. Distribuir uma tarjeta para cada criança do grupo solicitando que se pregue a tarjeta nas costas de um dos colegas. Solicitar que, ao som de uma música, eles possam andar em círculo, e escreverem nas costas do companheiro à frente, uma mensagem positiva que ressalte as qualidades do colega. Enviar um sinal ao grupo para que o mesmo possa trocar de companheiro para escrever até que todos tenham escrito e recebido mensagens. Encerrar a atividade solicitando ao grupo que comente o exercício. Papel A4 recortado em formato de tarjetas em quantidade suficiente para todas as crianças do grupo, canetinhas coloridas, fita adesiva e aparelho de som. 30 minutos.

Comunicando o que aprendi Objetivos Desenvolvimento

Materiais necessários Tempo

Provocar relatos avaliativos do grupo em relação ao encontro. Cada criança deve desenhar um meio de comunicação (televisão, rádio, jornal, telefone, internet, entre outros). Junto ao desenho a criança deve escrever uma frase que represente o que ela aprendeu na oficina do dia. A dinâmica pode ser realizada por meio de performances teatrais na qual a criança representa um repórter, jornalista ou apresentador de TV que dá uma notícia sobre a oficina do dia. Papel A4 e canetinhas coloridas ou lápis de cor. 20 minutos.

Eu vejo, eu ouço, eu falo Objetivos Desenvolvimento

Materiais necessários Tempo

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Provocar relatos avaliativos do grupo em relação ao encontro. Em roda as crianças irão dizer: “o que eu vi”, “o que eu ouvi”, “o que eu falei” na oficina. A dinâmica remete ao símbolo dos Três Macacos Sábios que ilustram a porta de um templo no Japão. O provérbio japonês é traduzido como não ouça o mal, não fale o mal e não veja o mal. Entretanto, numa apropriação lúdica, os macaquinhos falam, ouvem e veem os vários aspectos da oficina que podem ser apontados numa avaliação. Imagem dos Três Macacos Sábios para efeito ilustrativo (opcional) 20 minutos.


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Ideias no ar Objetivos Desenvolvimento

Materiais necessários Tempo

Provocar relatos avaliativos do grupo em relação ao encontro. Todos os participantes escrevem em um pedaço de papel o que acharam do encontro. Botam seu papel num balão, enchem de ar e amarram. Quando os balões estiverem cheios, o educador dará a indicação de jogar todos os balões no ar. A ideia é que consigam manter por mais tempo todos os balões no ar. O balão que tocar o chão será estourado. A criança que estourar pega a folhinha que estava dentro e aguarda todas as pessoas fazerem o mesmo com os balões que vão caindo no chão. Depois, em círculo, cada um lê o que está escrito no papel que ficou com ele. Balão, folha rascunho e lápis para todos. 20 minutos.

Que bom, que pena, que tal Objetivos Desenvolvimento

Materiais necessários Tempo

Provocar relatos avaliativos do grupo em relação ao encontro. Cada criança deve responder às perguntas: “que bom” (fazendo referência à um aspecto positivo da oficina), “ que pena” (fazendo referência à um aspecto negativo da oficina), “que tal” (fazendo referência a uma proposta para melhoria das atividades). A dinâmica pode ser feita verbalmente ou por meio de frases em tarjetas coloridas. Tarjetas coloridas e canetinhas (opcional). 20 minutos.

Despedida de urso Objetivos Desenvolvimento

Materiais necessários Tempo

Provocar relatos avaliativos e favorecer a confraternização entre o grupo. Pedir ao grupo de crianças que em roda, cada uma se despeça dos demais colegas utilizando um urso de pelúcia. Vale falar ou despedir-se com o corpo - ombros, braços, cotovelos, joelhos, nádegas -, com abraços. Em seguida, cada criança deverá reproduzir os gestos e as palavras que disse o urso ao seu colega da direita até que todos tenham se despedido. Comentar os sentimentos vivenciados na atividade. Urso de pelúcia. 20 minutos.

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Guia de filmes e vídeos para crianças Todos os filmes indicados estão disponíveis na internet. Acesse o site www.youtube.com e faça sua pesquisa.

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TÍTULO

DIREÇÃO

GÊNERO

DURAÇÃO

ABORDAGEM

SI

Kika – De onde vem o livro?

TV Escola

Animação

4 min

História do livro

Ki co

Arthur Vidal sabe tudo sobre Classificação Indicativa

Blog do Ministério da Justiça

Entrevista

3 min

Classificação Indicativa

U de

Televisão e Direitos Humanos

Bernardo Brant / Oficina de Imagens

Documentário 14 min para educadores

Mídia e Direitos Humanos

Co ga

De onde vem a televisão? – Kika

TV Escola

Animação

História da televisão

Ki di

A diferença entre consumo e consumismo

Ministério Público de Pernambuco

Animação

2 min

Consumismo

Curtas produzidos na Bacuri

Oficinas com crianças: de Wilson Lazaretti, Maurício Animação Squarisi e Anselmo Carvalho

5 min

Diversidade cultural

Media

Pavel Koutsky

-

Mídia

O

Histórias arrepiantes

Dango Balango – Rede Minas Animação de Televisão

1 min / cada

Histórias infantis

U

Levante sua voz - A Verdadeira história da mídia brasileira

Pedro Ekman

Direito à comunicação

Ví co

Animação para adultos

5 min

Documentário 17 min para educadores

Vo ap cr N e Ci


o

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SINOPSE Kika embarca numa divertida viagem sobre a história do livro, uma das mais antigas formas de comunicação e transmissão do conhecimento humano. Um garoto de 10 anos explica tudo sobre Classificação Indicativa numa linguagem simples e objetiva. Ele convoca a participação de todos na proteção dos direitos da criança e do adolescente na mídia. Como as informações veiculadas pela televisão são construídas? O vídeo aborda diversas maneiras de participação social para garantia de Direitos Humanos na programação televisiva brasileira. Kika embarca numa divertida viagem sobre a história da televisão, um dos meios de comunicação mais presentes no nosso dia a dia. Você sabe a diferença entre consumo e consumismo? Nesse vídeo, direcionado ao público infanto-juvenil, a personagem Dani vai aprender em sala de aula a diferença. A história ainda levanta a reflexão sobre a manipulação publicitária e a influência na TV sobre crianças e adolescentes. Nas histórias contadas pelas crianças, não faltam bacurizeiros e bacuris, claro, mas os pequenos animadores, com idade entre 3 e 12 anos, também foram buscar temas do imaginário popular da Amazônia. Resultado de oficinas realizadas na 2ª Mostra de Cinema Infantil em Belém do Pará. O curta-metragem de animação revela a engrenagem que move os meios de comunicação de massa. Uma coleção de histórias inacreditáveis para ver e ouvir. Vídeo produzido pelo Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação Social que remonta o curta Ilha das flores de Jorge Furtado, com a temática do direito à comunicação. A obra faz um retrato da concentração dos meios de comunicação existentes no Brasil.

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Guia de livros infantis

LIVRO

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AUTOR

GÊNERO

Ouvindo as conchas do mar

Luciano Pontes

Cultura e Família

Eu e o tempo

Bia Bedran

Tempo

A descoberta de Miguel

Marilurdes Nunes

Televisão

SIN

Ca qu im en on en O Co co de Ess sub tem ain


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SINOPSE Caíque era o filho de um pescador, com quem morava numa pequena aldeia de uma ilha. Só que ele não gostava muito de mar, que afastava seu pai de casa e, sinceramente, o assustava. Mas seu querido pai sempre o presenteava com lembranças trazidas pelo imenso mar azul; cavalos-marinhos, peixinhos ... e uma linda concha, que faria companhia e contaria fabulosas histórias para Caíque enquanto aguardava sua volta. Encantado pela melodia da concha, Caíque resolve seguir o chamado do mar e joga-se em suas águas, onde deve cumprir sua sina, como o pai. Uma bela história, lindamente ilustrada, que valoriza a herança cultural e a relação de amor entre pai e filho. O tempo sempre passa mais rápido nas férias escolares mas, em compensação, demora bastante quando estamos doentes. Constatações como essa são unânimes entre as crianças, mas em especial para uma de nove anos. Preocupada em vencer um concurso de redação sobre o tempo, promovido por sua professora, a jovem estudante reflete sobre a passagem do tempo na vida de todos e chega a interessantes conclusões. Esse livro traz uma importante reflexão sobre um péssimo hábito da vida moderna: a educação dos filhos através da televisão, substituindo a convivência diária dos pais com a criança pelo rápido contato após o trabalho. Miguel, depois de ficar sem TV por um tempo, descobre um mundo novo ali bem pertinho, dentro de seu próprio quintal, recheado de aventura e diversão, no qual ele ainda não havia reparado porque perdia muito tempo vendo televisão.

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Ficha de Registro e Avaliação das Oficinas Nome da Oficina

Data

______ / _____ / _____

Nº de Crianças Participantes O objetivo da oficina foi cumprido? Quais foram os resultados obtidos?

Horário

das _____ h às _____ h

Quais foram os pontos positivos / avanços na oficina?

Quais foram os pontos negativos / desafios na oficina?

A partir desta oficina, quais aspectos precisam ser mais bem trabalhados com o grupo de crianças? (

) Integração de Grupo

(

) Tema, qual? _______________________________________________________

(

) Participação das Crianças

(

) Outros. Quais? ____________________________________________________

Encaminhamentos dados pelo educador e/ou sugestões das crianças para a próxima oficina:

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Ficha técnica Visão Mundial Brasil Diretor Nacional: João Helder Diniz Diretora de Operações: Maria Carolina da Silva Assessor Programático de Participação: Reinaldo Almeida Assessora Programática de Educação: Andréa Freire Oficina de Imagens Presidência: Bernardo Brant e Alcione Rezende Diretor Institucional: Adriano Guerra Educomunicação e Participação de Crianças Coordenação Geral e Organização: Paula Kimo Coordenação Pedagógica: Elizabeth Gomes Sistematização Fase 1: Teresa Brant Sistematização Fase 2: Luana Costa Redação: Antônio Pimentel, Elizabeth Gomes, Paula Kimo, Teresa Brant Revisão: Lilian Souza Projeto Gráfico e Ilustração: Renato Kimo Ilustrações infantis: crianças que participaram das oficinas com os cadernos do Educador em 2010 e 2013. A elas, todo o nosso carinho e agradecimento.

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Educadores Fase 1: Alana da Silva Almeida, Aline Crispim, Andréa Maria da Silva Oliveira, Andreia Maia de Almeida, Aurecléia de Araújo, Bárbara da Silva Rodrigues, Cidilma Costa Lima, Denise Santos Felix da Silva, Dina Maria de Carvalho Pereira, Fátima S. Lauria, Gilmara F. De Paula, Gleice Morais de Oliveira, Inaiá Rodrigues dos Santos, Izalmira Oliveira do Nascimento, Janaina Barbosa da Silva, Janaina do N. Lopes Silva, Jéssica Gabriel de Oliveira, José Sérgio Sobrinho da Costa, Juliana Duarte, Júlio César, Liége Alves Demarco, Lucas Daniel de S. Carolino, Maria da Penha dos Santos, Paulo Roberto dos Santos, Rafael Silva Machado, Ronaldo R. Oliveira, Susana da Conceição Martins de Abreu, Valdir Moreira, Vera Lúcia Ferreira de Azevedo. Educadores Fase 2: Alana da Silva Almeida, Alcilene Maria de Souza, Andreson Santana da Silva, Audelício José Lobo Neto, Auricélia G. da Silva, Daniela Maria de Santana, Demostenes Carlos Barbosa, Douglas Rodrigo Souza Mello, Eduardo Henrique Nilo de Souza, Elenida Carlos de Melo, Erikles Henrique, Erivaneide Santos, Giselda Pereira Queiroz Sales, Grinauria José Santana Santos, Jamieson Simões, Jandira Maria dos Santos, João Batista da Silva, José Sérgio S. da Costa, Juliana Carla Rodrigues Bezerra, Lúcia Helena P. Grazioli, Márcio Barbosa Serafim, Marconi Guimarães Barbosa, Marcos Paulo Barbosa, Maria da Guia Fonseca, Maria Márcia de Melo, Maria Vilma dos Santos, Marluce Rodrigues da Silva, Millena Taísa Silva dos Reis, Miriam B. Cazorla Mendoza, Rayane Rodrigues Gomes, Rodrigo Lago da L. Xavier, Rodrigo Tiago Xavier, Rosane Maria Lima da Silva, Tamilla Nancy M. Semedo de Melo, Tânila Villar de Menezes, Thiago Silva de Santana, Valesca Teixeira da Silva, Verônica de Lourdes Moraes, Viviane Virgínia Maria Gomes, Zíbia A. da C. Silva.

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