Cura Divina, por A. W. Pink

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insistem que “foi na expiação” — na cruz — que Cristo levou verdadeiramente não só nossos pecados como nossas doenças. Foi ali, eles ensinam, que Ele comprou a cura para o corpo, bem como a salvação para a alma, e então, por isso mesmo, cada Cristão tem o mesmo direito de se apropriar pela fé da cura das doenças corporais, assim como ele tem o perdão por suas transgressões. Em apoio a esta afirmação, faz-se um apelo a Cristo, que “curou todos os que estavam enfermos; Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças” (Mateus 8:16-17). É aqui que o expositor é necessário, caso os iletrados e inconstantes precisão ser preservados de conceber uma conclusão errônea, onde o mero som da palavra é suscetível de transmitir uma impressão errada, a menos que seu sentido seja cuidadosamente verificado — assim como a passagem que diz que “os mortos não sabem coisa nenhuma” (Eclesiastes 9:5) não é para ser entendida absolutamente, como se aqueles que partiram desta vida, estão em um estado de total inconsciência. Se essas palavras de Cristo “levou as nossas doenças” tivessem ocorrido em algumas passagens dos Atos dos Apóstolos ou das Epístolas, onde um dos Apóstolos estivesse explicando o propósito e o caráter da morte de Cristo, então teríamos sido obrigados a considerar isso como significando que o Senhor Jesus, levou as enfermidades de Seu povo enquanto estava na cruz, embora isso apresentasse uma grande dificuldade, pois não há nenhuma indicação em qualquer lugar na Palavra que o Redentor experimentou qualquer doença naquele tempo. Mas em vez disso, Mateus 8:16-17 tem referência ao que aconteceu durante os dias de Seu ministério público, significando que Cristo não usou a virtude que estava nEle para curar enfermidade e doença como uma questão de mero poder, mas em profunda piedade e ternura entrou na condição de sofredor. O Grande Médico não era um estoico insensível, mas tomou sobre o Seu próprio espírito os sofrimentos e dores daqueles a quem Ele ministrou. Seus milagres e curas lhe custaram muito em termos de simpatia e resistência. Assim, Ele “suspirou” (Marcos 7:34) quando soltou a língua do mudo, “chorou” diante do túmulo de Lazaro e teve consciência da virtude que saiu dele (Marcos 5:30) quando Ele curou outra. Através de uma compaixão que nós não conhecemos, Ele se afligiu com as aflições deles. Que a interpretação que nós demos acima (brevemente sugestionada pelo Puritano Thomas Goodwin) é o significado correto de: “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças”, pode ser visto a partir de várias considerações. Se o significado dessas palavras fosse o que o movimento de “cura divina” diz ser, então eles entendem que na sua ação de curar o enfermo Cristo estava fazendo expiação, o que é um absurdo

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