Edição 225

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“FENÔMENO” DO MOMENTO FUTEBOL SOCIETY, O FUT7, SURGE COMO ESPERANÇA PARA EX-JOGADORES E ATLETAS EM ATIVIDADE

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DANOS MORAIS

Paulo Nicholas, marido e sócio de presidente da OAB/AL, perde na Justiça ação que moveu contra advogada 3

Alagoas l 18 a 24 de junho I ano 05 I nº 0225 l 2017

redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br

LEPTOSPIROSE É INVESTIGADA em seis casos de mortes após as chuvas; Sesau faz orientações

JUNINA PÉ DE SERRA Jéssyka Soares

DOENÇA DO RATO AMEAÇA MACEIÓ

Seis pessoas podem ter morrido em consequência da leptospirose - doença contraída pela urina do rato - após

as chuvas do final de maio e início de junho. A situação gera preocupação às autoridades de saúde em Maceió. 4

FACULDADES

PRÊMIO VERDE

Particulares de Alagoas estão bem no ranking

Dançarina da Junina Pé de Serra, de Bebedouro, exalta os festejos juninos, durante apresentação no Sesc/Poço

São João, festa do povo Não há chuva que apague a fogueira que existe no coração de cada quadrilheiro alago-

ano. Nem crise que abale as juninas estilizadas que estão dando um show no Sesc/Poço.

As classificadas farão a Final quarta-feira, dia 21, no Ginásio do Sesi/Trapiche. 9

Alagoas é referência em instituição de ensino superior. No Índice Geral de Cursos divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, do Ministério da Educação, o ranking das particulares mostra o salto de qualidade dessas instituições no âmbito estadual. Ficou assim o ranking das 14 maiores pontuações em Alagoas: Fits, com IGC 2,87; FAL (2,35); Pitágoras (2,32), FicUNIFAL (2,31) e CESMAC (2,7). Do 6º ao 14º lugar estão: SEUNE, FAA, FAT, UNINASSAU, IBESA, FACIMA, IESA , FRM e FAMA. 7

Equipe de O DIA, destaque no prêmio

Jornalistas de O DIA ganham três prêmios de Jornalismo 10


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O DIA ALAGOAS l 18 a 24 de junho I 2017

EXPRESSÃO

redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br

A festa do povo C

hegou a festa mais original e sincera do calendário brasileiro. Os festejos juninos - mesmo com uma maior identificação com as camadas sociais menos endinheiradas - conseguem mobilizar a elite e trazê-la para o mundo real, verdadeiro. Para o mundo do simples no vestir, no dançar [curtir], no comer e mostra que ainda é possível ser feliz só com o necessário, sem ganância. Inocentes em todas as épocas do ano, as crianças são as primeiras a aceitar a Festa de São João. Alheias aos

riscos dos fogos de artifício, se encantam com o amarelo do fogo e os estampidos são colírios para os olhos e uma sinfonia para os ouvidos delas. O cheiro de pólvora anuncia a chegada da festa. Aqueles que não são felizes em nenhuma época do ano e que torcem para a infelicidade de todos podem até alegar que se trata de um período que entorpece. Comparar com a euforia do Carnaval ou com o simbolismo do Natal. Até mesmo com a renovação da esperança no Ano-Novo. Aliás, os santos do mês de junho “não têm nada a ver

com essa história”. Eles trazem a união das famílias e, principalmente, o ser humano ao seu estado mais puro e singelo. As vestimentas que normalmente são guardadas no armário por serem simples demais viram artigos “de luxo”. A chita estampada e o xadrez bem colorido vestem de alegria quem vai brincar o São João. Como as pessoas irresponsáveis que bebem e vão dirigir fazem isso em qualquer época do ano, no São João não poderia ser diferente. Esse é um grande problema até por conta das festas que ocorrem

no interior do Estado. Ainda é grande a quantidade de pessoas que se envolvem em acidentes automobilísticos nesta época do ano. Os fogos de artifícios ainda fazem vítimas, mas os números estão caindo. Tomando-se os cuidados necessários, é possível se chegar a perto de zero. E, por cima, garante uma festa perfeita. Em Alagoas, boa parte de cidades reconhecidas como tradicionais nas festas de São João anunciaram o cancelamento da programação sob o argumento da falta de recursos devido à crise ou por conta

A proposta de Reforma Trabalhista e seus impactos para a classe trabalhadora

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propostas é extinguir a contribuição sindical obrigatória. Além disso, as alterações mexem em outros pontos centrais como férias, jornadas de trabalho, remuneração e plano de carreira. Ainda, implantam e regulamentam novas modalidades laborais como o trabalho remoto (home office) e o trabalho por período (intermitente). Dessa forma, o projeto prevê que a negociação entre empresas e trabalhadores prevalecerá sobre a lei em pontos como parcelamento das férias, flexibilização da jornada e banco de horas.Ademais, pequenas empresas, com menos de 200 trabalhadores, não terão representante dos problemas enfrentados pelo proletariado no chão de fábrica. Os conflitos vão ter de ser dialogados individualmente com a organização. Somente em grandes corporações os funcionários terão de eleger um representante para lhes representar frente à empresa. Então, qual a diferença do que já existe hoje para a proposta do governo, além da precarização dos direitos dos trabalhadores? Dados do Ministério do Trabalho mostram que, em 2015, existiam quase

Para anunciar, ligue 3023.2092 CNPJ 07.847.607/0001-50

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EXPEDIENTE ODiaAlagoas

Avisem ao Congresso que nosso sistema não é o Parlamentarismo! Cibele Moura Estudante de Direito e Presidente da Juventude do PSDB/Barra de Santo Antônio

Jessiana dos Santos Dantas é acadêmica do curso de Administração da UFAL – Campus Arapiraca projeto de lei 6787/2016 – já aprovado pela Câmara dos Deputados e aguardando apreciação do Senado – é polêmico por diversos motivos, mas talvez o maior deles seja a alteração da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Não é segredo que a atual proposta de Reforma Trabalhista é um retrocesso para a sociedade brasileira. No seu texto, o governo coloca essas alterações como um avanço que a população necessita de forma urgente e, dessa maneira, precisa ser aprovada rapidamente para que a economia volte a crescer e o Brasil se recupere da crise. Mas, é necessário questionar: o que há de bom em aumentar as jornada de trabalho e flexibilizar os direitos dos empregados, já tão explorados? É difícil acreditar que esse projetotem o objetivo central de beneficiar os trabalhadores. Todavia, não é nem um pouco complicado identificar quem irá se beneficiar diretamente com as mudanças propostas pelo Estado. Com a aprovação da reforma, os empresários saem fortalecidos, uma vez que haverá um enfraquecimento dos sindicatos– já que uma das

das últimas chuvas que castigaram o Estado. Além disso, por conta da situação de pindaíba de algumas cidades, o Ministério Público Estadual recomendou a suspensão das festas ou, então, que o gestor nem falasse na possibilidade de fazê-las. Prioridade para os serviços essenciais. Seja como for, com uma fogueira na porta de casa, uma espiga de milho pipocando no fogo, as crianças fazendo barulho vestidinhas de matuto e a família reunida trazem a sensação de paz, de felicidade.

4 milhões de empresas no país. Destas, 99,3% tinham até 199 funcionários, ou seja, menos de 1% possuíam mais de 200 funcionários. Esse é um exemplo de como as leis trabalhistas vão ser flexibilizadas para o lado dos empresários, pois muitos trabalhadores não vão ter autoridade para bater de frente com as empresas. Ademais, isso pode causar uma repressão ao funcionário e o deixar em uma situação desconfortável para busca seus direitos ao tentar impedir os abusos das organizações. Segundo Ricardo Carvalho Fraga, consultor jurídico, esse projeto quer limitar o poder de atuação da Justiça do Trabalho, pois em todo momento de crise o empresário tenta impor mudanças que acabam com os direitos dos trabalhadores usando o argumento da retração econômica. Portanto, a atual proposta de reforma trabalhista deixa transparecer o nível de preocupação do Estado com a sua classe trabalhadora. A precarização promovida por tais mudanças flexibilizará as já fragilizadas leis existentes, deixando o caminho aberto para que as grandes corporações explorem a mão-de-obra de forma cada vez mais cruel e descompromissada. Eliane Pereira Diretora-Executiva

Deraldo Francisco Editor-Geral

Conselho Editorial

Jorge Vieira

É

inegável que quando se quer se consegue derrubar um presidente no Brasil. Estão aí Fernando Collor e Dilma Rousseff para contar a história. Mas a pergunta que se deve fazer é: “Quando quem quer?” Collor caiu porque os caras pintadas existiam? Quem derrubou a Dilma foi o MBL [Movimento Brasil Livre] ou o Vem pra Rua? Parece-me ingênuo achar que nós o povo – derrubamos esses presidentes. Por mais que seja importante mostrarmos nossa opinião e o que queremos, infelizmente não somos nós. Nossos ex-presidentes foram derrubados pelo próprio Congresso. Eles saíram por não terem base para governar. Nada mais normal, se nosso sistema fosse o Parlamentarista. Precisamos avisar aos nossos “representantes”, se assim podemos chamar, que em 1993 negamos através de um plebiscito o sistema parlamentarista. Infelizmente, diga-se de passagem. Que eles derrubem os presidentes sempre que esses derem motivos, mas que com motivos. E a pergunta que faço agora: porque Temer ainda não caiu? Pelo mesmo motivo que os outros saíram. Eles é que decidem.

José Alberto Costa

Rua Pedro Oliveira Rocha, 424 B - Farol - Maceió - Alagoas - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092


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PODER

DA REDAÇÃO redacao@odia-al.com.br

Nas redes

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ui Palmeira comemorou muito ao chegar agora aos 100 mil seguidores no Facebook. Ele acredita que isso ajuda a pavimentar seu nome para 2018. Só esqueceu que Renan Filho tem mais que o dobro (223 mil), sem contar um maior engajamento dos seguidores. Fora isso, o governador responde mais rápido aos questionamentos, grava vídeos informativos e muitas vezes até encara com bom humor às críticas e comentários mais ácidos.

Reajuste zero

Pegou mal, muito mal mesmo a proposta de reajuste zero feita pelo prefeito Rui Palmeira aos servidores de Maceió. Até mesmo quem trabalha na Secretaria de Economia não acreditou quando o índice de reajuste foi anunciado, pois o discurso dentro do órgão era que a arrecadação estava em dia e crescendo.

Abatido

Rui Palmeira inclusive acionou sua tropa de choque tucana para defender a proposta de reajuste zero – buscando fazer comparação com o Estado. Só que foi abatido no vôo ao assistir o governador Renan Filho, que mesmo com uma folha de pagamento bem maior, conseguiu anunciar um reajuste de 6,29%.

Pegou bem

Excelente resultado do engajamento coletivo dos secretários estaduais na campanha contra o trabalho infantil. Diversos nomes gravaram vídeos e distribuíram nas redes sociais se posicionando em defesa de que crianças apenas brinquem e estudem, como tem pregado a campanha capitaneada pelo Ministério Público do Trabalho.

Plano B

Ficou no 1 a 1 a queda de braço entre a reitora da Ufal, Valéria Correia, e a diretoria da Ebserh – responsável pela gestão do Hospital Universitário. A empresa ligada à alta cúpula do Ministério da Educação bateu o pé e não aceitou a recondução da antiga diretora Fátima Siliansky, indicada por Valéria. O plano B foi negociar o nome da nova superintendente Regina Maria dos Santos, que terminou sendo aceita pelo MEC.

Implosão

Adeilson Bezerra não esconde a insatisfação que está tendo com caciques políticos de outras legendas que estão avançando no grupo montado por ele e que está de olho em ficar com três vagas de deputado estadual na próxima eleição. “Os nomes de maior densidade estão recebendo os convites, mas preferem ficar conosco”, contou, mas com um sorriso amarelo no rosto.

Na estrada

O vereador Dudu Ronalsa colocou o pé na estrada. Ao que tudo indica está mesmo determinado em ficar com uma vaga de deputado estadual. Terceiro mais votado em Maceió, ele tem sido visto conversando com colegas vereadores de outras cidades, a qual tem visitado quase toda semana.

Fazendo contas

Por mais que os tucanos insistam em plantar notícias contrárias, é cada vez mais certo que Marx Beltrão marche no palanque dos Calheiros na eleição para o Senado. O ministro do Turismo já percebeu a movimentação entre os aliados de Rui Palmeira para construção de uma chapa em que ele não estaria presente, diferente do que já visualizou na chapa governista.

Tenso

A eleição da Adefal está cada dia mais tensionada. A nova suspensão, promovida pelo desembargador Klever Loureiro, permitiu que a disputa entre os grupos liderados por Luiz Carlos e Rosinha protagonizem no próximo mês uma das mais duras eleições classistas dos últimos tempos em Alagoas. Não há favoritos.

Belchior

O deputado Cícero Almeida mandou recado para lideranças dos mais variados partidos. Não disputará a reeleição e vai tentar ficar com uma vaga de deputado estadual. Segundo ele, não houve adaptação em Brasília e as constantes viagens de avião o incomodam muito. Almeida inclusive chegou a fazer a viagem de carro, mas alegou que fica muito cansativo rodar dois dias seguidos todas as semanas.

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MARIDO DE PRESIDENTE DO OAB/AL exigia reparação por danos morais

Paulo Nicholas perde a ação que moveu contra advogada

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juíza Adriana Carla Feitosa Martins, do 9º Juizado Especial Cível e Criminal, julgou improcedente a ação por danos morais impetrada pelo advogado Paulo Nicholas de Freitas Nunes contra a também advogada Marialba dos Santos Braga. Paulo Nicholas processou a colega advogada pelo fato de ela ter postado em sua rede social o teor de uma matéria jornalística publicada neste veículo, na sessão de publicidade. A matéria citada por Paulo Nicholas foi publicada em O Dia Alagoas, no dia 11 de novembro de 2015, na sessão de “publicidade”, conforme já foi esclarecida à Justiça de Alagoas. A referida matéria dava conta de que, na condição de Procurador Geral do Município de Maceió, Paulo Nicholas “infringindo os parâmetros de moralidade e burlando a legislação, havia contratado a sua esposa, advogada Fernanda Marinela - à época candidata à vaga de presidente da OAB/ AL, para ministrar curso na Prefeitura de Maceió”. O PROCESSO “Primeiramente, não há nos autos prova de que a referida reportagem seja de fato inverídica. Contudo, ainda que existisse a comprovação de tal falsidade, é certo que a imputação do crime não partiu da demandada, que assim, como tantas outras pessoas, tão somente divulgou em suas redes sociais a reportagem que havia sido publicada no Jornal O Dia Alagoas... Não havendo comprovação da falsidade da matéria veiculada, não há como se reconhecer qualquer dano extrapatrimonial sofrido pelo demandante”, disse a magistrada, na sentença. Na ação contra a advogada Marialba Braga, Paulo Nicholas disse que a colega, além de repercutir uma matéria - segundo ele, de cunho eleitoral e caluniosa – ainda propagou a referida matéria caluniosa nas redes sociais, e mais: altera a calúnia ali posta, deturpando-a para um fato ainda mais grave”. E continuou: “....Registre-se que a demandada é pessoa de conhecimento público, advogada e Procuradora de Estado, já tendo concorrido a vaga de Desembargadora do TRT-19 destinada ao Quinto Constitucional”.

““

Paulo Nicholas havia contratado sua esposa para ministrar curso na prefeitura

Primeiramente, não há nos autos prova de que a referida reportagem seja de fato inverídica...”

Adriana Carla Feitosa Martins Juíza

...Frise-se que na inicial, em nenhum momento o demandante afirma que sua esposa não tenha recebido valores da Prefeitura...”

Adriana Carla Feitosa Martins Juíza

“Não comprovou que a matéria era falsa” Em sua decisão, além de julgar improcedente a ofensiva de Paulo Nicholas à advogada Marialba Braga, a juíza Adriana Carla Martins argumentou – com suas palavras que nos autos não há uma linha sequer que trate do desmentido; que se refira e comprove a negativa do teor da matéria. . “...Frise-se que na inicial, em nenhum momento o demandante afirma que sua esposa não tenha recebido valores da Prefeitura. Apenas quando se manifestou sobre a contestação em audiência, alegou ser a matéria falsa, porém não apresentou qualquer comprovação que indicasse a falsidade da matéria, e como posto na defesa, sequer juntou cópia do processo, onde, supostamente, se discute o conteúdo da matéria veiculada. Não havendo comprovação da falsidade da matéria veiculada, não há como se reconhecer qualquer dano extrapatrimonial sofrido pelo demandante”, disse a magistrada, em sua sentença. A magistrada disse ainda que, como a ação pedia a reparação por danos morais devido à condição de sua esposa Fernanda Marinela ser candidata à presidência da OAB/

AL, os prejuízos à imagem dela enquanto candidata são questionáveis porque ela venceu a eleição. “...Ademais, não há como se presumir que a propagação desta reportagem causou constrangimento ao demandante a ponto de ofender os seus direitos de personalidade, principalmente quando se leva em consideração o fato de que o autor afirma que tal divulgação teria cunho eleitoral voltada para prejudicar indiretamente a sua esposa nas eleições da presidência da OAB/AL, que foi eleita”, consta na sentença. A juíza Adriana Carla Martins disse que a advogada Marialba Braga não poderia ser responsabilizada por propagar, em sua rede social, uma notícia de amplo conhecimento uma vez que havia sido divulgada no jornal. “Importante destacar que a demandada apenas reproduziu informações que existiam em matéria pública e de acesso a todos. Em outras palavras, a demandada não acresceu nenhum comentário ou frase ofensiva à esposa do demandante quando da reprodução em seu facebook da matéria”, afirmou a juíza.


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SAÚDE

PODERGrisalho

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CONTATO COM URINA DE RATO teria ocorrido durante as enchentes Cacá Santiago

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Francisco Silvestre silvestreanjos@bol.com.br

Alô! 181

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ançado em Alagoas no final do mês de junho do ano passado, o programa Cuidando de Você, foi idealizado por iniciativa da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Alagoas em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas para promover um trabalho de prevenção contra a violência e maus-tratos e mais rigor no registro dos casos que infelizmente venham a ocorrer. O projeto atende as demandas através do Disque Idoso Estadual 181. Mais, ainda não foi desta vez que recebeu um distinto cuidado para ser popularizado para atender as demandas do segmento no Estado. Mesmo com a ocasião tão propicia como foi à data – dia de junho - e os alusivos eventos favoráveis para o Dia internacional da Conscientização contra a Violência a Pessoa Idosa, aproveitando-a para divulgação do projeto e do disque idoso estadual em massa. Faltou conhecimento, comprometimento, reconhecimento, criatividade e boa vontade dos órgãos integrantes do programa.

Manter-se vivo Que o mundo e que o homem estão em constante mudança, acredito que todos, ditos racionais, concordam e não duvidam da proposição. Até mesmo, as pessoas de idades avançadas mais resistentes às adaptações acabam se debruçando diante da força do sistema. Isto devido ao avanço da qualidade de vida das pessoas que estão nas casas dos entas melhorarem muito graças às novas tecnologias e a medicina. E daí viverem muito mais anos. Para uma maioria bem visível,o fato foi a tal transformação voluntária por modismo, por conforto ou mesmo inclusão despojada. Para outros as substituições foram involuntárias, mas a precisão impôs mesmo sendo a contragosto. E para tantos outros, as mudanças foram compulsoriamente; eis a questão: ou vivem ou morrem; com modelos e estilos aperfeiçoados. Como aprender a conviver com doenças crônicas, situações adversas e ser feliz. Pois, como dizem os ditados: “remar contra a maré” e “quando não se pode com o inimigo, se alia”. Diante das expressões é melhor manter-se vivo do que se arruinar-se.

Mais, menos e quase nenhum Cada dia “mais”, notamos aumentaram os números de idosos em academias, fazendo caminhadas, dirigindo, de pose de pelo menos um telefone celular, em programas e propagandas de televisão, nas filas de loterias, em restaurantes, transitando nos shoppings, no comercio, nas casas de shows e nos teatros, clínicas de estética e nos salões de beleza. Graças à Deus, testemunhamos cada vez “menos”: as ridicularizantes placas de estacionamentos ou avisos preferenciais de bancos, consultórios médicos e etc, com o símbolo de uma pessoa idosa com uma bengala e com uma das mãos na cintura expressando dor. Para o “quase nenhum”, garanto que foi difícil; mas encontramos uns comportamentos ou hábitos que estão em desusos ou caducados, pelos atuais idosos. Listamos alguns mais perceptíveis que são eles: chinelos com meias, robes floridos, idosas com cabelos compridos (a não ser que seja por questões religiosas ou outra questão pessoal) aposentados inúteis e improdutivos e resolvendo quebra-cabeças.

Vacinação foi triste Mais uma vez conquistamos um registro negativo diante uma classificação nacional. E, espero que as autoridades competentes não queiram se desculpar e justificar, como fazem sempre, com a costumeira e dissimulada argumentação que os outros estados também não alcançaram a cota. Nem a natureza concorda com essa astuta e vulgar expressão de falso conforto e alienação. Não é por que é inverno tem de chover em todo país. Mas, o que mais me preocupa é a omissão da notícia. Quem sabe, se os dados fossem publicados com uma mensagem de conscientização e uma chamada de responsabilidade social e as pessoas nas próximas campanhas de vacinação levariam mais a sério o compromisso cidadão. Não alcançar o número estabelecido para vacinação é triste, principalmente quando sabemos que foi por falta de divulgação, pior ainda é se a população idosa, também não atendeu a proposta. Pois como diz a campanha, os idosos estão entre os grupos mais vulneráveis à gripe e complicações.

O São João do idoso Desprovida de capacidade técnica e principalmente humanística, cultural e social, a prefeitura de Maceió entendeu que por causa das chuvas que caíram no mês passado acarretando tragédias ou por que vai comprar ambulância, não deve ter São João em Maceió. Como de costume a prefeitura não pensou, nem um pouquinho no segmento idoso. É cultural o idoso maceioense não participar dos festejos juninos públicos, porque os locais de apresentações e as atrações artísticas com suas musicalidades e ritmos são discriminantes e exclusivas para os gostos dos mais jovens. Mas, ter o São João na capital é certeza que o clima, as sensações e os hábitos aflorados, contagiam os idosos, mesmo sem participar dos eventos públicos, e determinam conquistas biopsicossociais para promover e elevar a qualidade de vida saudável.

Quem teve contato com água das enchentes e apresenta dores musculares e de cabeça e febre súbita deve buscar atendimento

Sesau já registra seis mortes por leptospirose João Victor Barroso Ascom

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pós o período de enchentes em Alagoas, a população que entrou em contato com essa água deve se preocupar com algumas doenças que podem surgir, entre elas, a leptospirose, transmitida pela urina de ratos contaminados pela bactéria da leptospira. Mas é necessário que, ao procurar assistência médica, os pacientes informem que tiveram contato com água das enchentes, uma vez que a doença também tem sintomatologia parecida com a dengue e chikungunya. O alerta é da coordenadora do Programa de Combate à Leptospirose da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Silvana Tenório, uma vez que a doença pode ser facilmente confundida e, por isso, negligenciada. Com isso, muitos pacientes só procuram assistência médica ou têm o caso notificado tardiamente, o que contribui para que o paciente evolua para óbito. “Os sintomas iniciais da leptospirose são bastante comuns, os pacientes sentem

dores musculares, dores de cabeça e febre súbita. Já na fase mais grave da doença, a pessoa começa a ter fortes dores na panturrilha, o fígado fica comprometido com o aparecimento de icterícia, quando a pele apresenta um aspecto amarelado, e surgem complicações renais e hemorragias”, explicou a técnica da Sesau, ao informar que, segundo o último Boletim Epidemiológico divulgado na quarta-feira da semana passada, dia 14, já são seis óbitos suspeitos notificados após as enchentes. Silvana Tenório reforça que o paciente deve procurar a unidade de saúde mais próxima para ser diagnosticado o mais rápido possível e, assim, evitar complicações que podem evoluir para óbito. “Se o paciente se expôs as águas contaminadas das enchentes sem proteção, e o período do contato foi nos últimos 30 dias, é necessário procurar a unidade de saúde mais próxima ao sentir os primeiros sintomas, evitando se automedicar”, alerta, ao informar que já são 38 casos suspeitos da doença após as enchentes deste ano. De acordo com Cristina Rocha, superintendente

de vigilância em saúde da Sesau, as ações da pasta para o controle das doenças de veiculação hídrica são constantes em todo o Estado. “Nós temos uma ação contínua, onde essas doenças são monitoradas constantemente. Entretanto, em situações de calamidade e de emergência, a exemplo de enchentes, é esperado o aumento de casos. Para evitar que a situação agrave, estamos intensificando as atividades de monitoramento junto aos municípios mais atingidos pelas chuvas, com visitas técnicas e assistência as Secretarias Municipais de Saúde”, afirmou a superintendente. LOCAIS DE ATENDIMENTO Os doentes que apresentarem os sintomas iniciais devem procurar as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), os Ambulatórios 24 Horas em Maceió, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos municípios e o Hospital de Campanha do Exército. Nos casos mais graves da leptospirose, o paciente deve ser encaminhado para o Hospital Escola Hélvio Auto (HEHA), unidade de referência para os atendimentos da doença.


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ESPECIAL

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ESPORTE E INCLUSÃO SOCIAL: Programa interage em 11 núcleos, por meio de 15 entidades e atende cerca de 1.300 pessoas

“Na Base do Esporte” amplia seu atendimento Paulo Chancey Junior Ascom

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nteração, inclusão social, atividades de esporte e lazer são medidas básicas de toda gestão pública. Mas, quando se realiza um programa com todas essas ações juntas, o diferencial é garantido. Pensando nisso, o Governo de Alagoas, por meio da Secretaria do Esporte, Lazer e Juventude (Selaj), criou o programa “Na Base do Esporte”, que vem crescendo, aparecendo e

fazendo a diferença em áreas consideradas vulneráveis de Maceió. O programa foi lançado no segundo semestre de 2015 como primeiro programa social com viés esportivo executado no Estado. De forma democrática e transparente, os parceiros para a sua execução são selecionados por meio de chamadas públicas. No ano de 2016 foram selecionadas 12 entidades e, em 2017, mais 3, ampliando para 15 o número de entidades esportivas que recebem o valor de R$ 36 mil

cada, divididos em 12 parcelas, além de materiais esportivos e uniformes. A criação do programa “Na Base do Esporte” busca contribuir com a prevenção da criminalidade, juntamente com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e Secretaria de Prevenção à Violência (Seprev), pelo estímulo à prática de atividades físicas e esportivas. O público atendido encontra-se em áreas vulneráveis, com índices de considerados preocupantes pelos órgãos ligados à segurança pública.

Ele é aberto para crianças, jovens, adultos e idosos, de forma que promova a elevação da qualidade de vida e educação cidadã. A secretária de Estado do Esporte, Lazer e Juventude, Claudia Petuba, reforça os objetivos e projeta o crescimento do programa. “O programa ‘Na Base do Esporte’ funciona em sua plenitude em todos os bairros onde existem Bases Comunitárias da Polícia Militar. Nós procuramos envolver um conjunto da sociedade e assumir essa responsabilidade

de levar esporte de maneira cidadã, agindo de forma preventiva às problemáticas sociais nessas comunidades”, afirmou. As 15 entidades selecionadas atuam nos bairros do Trapiche, Vergel, Bebedouro, Osman Loureiro, Jacintinho, Forene, Cidade Universitária, Carminha, Santa Maria, Selma Bandeira e Cleto Marques Luz. Todas essas entidades funcionam com atividades que variam entre 2 e 5 dias durante a semana, nos períodos da manhã e tarde.

Programa abre canal para reconhecimento junto ao Unicef

Potencialidades esportivas em várias áreas estão sendo descobertas

Capoeira está entre as atividades físicas incluídas no programas estadual

Ações seguem de acordo com dinâmica da região O programa está em fase de implantação na Grota do Pau D’Arco, no bairro do Jacintinho, depois de um pedido especial do governador Renan Filho, que j á p r o m o ve u m u d a n ç a s profundas na comunidade com o programa “Pequenas Obras, Grandes Mudanças”, da Secretaria de Estado do Transporte e Desenvolvimento Urbano (Setrand). Atualmente, o número de beneficiados com o projeto chega a 1.300 pessoas, que participam de atividades físicas, esportivas, lúdicas e educacionais, incluindo intercâmbio cultural com jovens estrangeiros, através de uma parceria com a AIESEC. O superintendente de Esporte, Lazer, Inclusão Social e Rendimento da Selaj, Wagno Godez, conta a experiência de interagir com representantes de entidades, participantes e parceiros do programa. “É um desafio e uma motivação estar participando diretamente da gestão desse programa, uma vez que ele

Bombeiros também são envolvidos em atividades do “Na Base do Esporte”

atende diretamente a uma demanda muito grande de atividades nessas comunidades de grande vulnerabilidade social. Temos buscado compreender e atender à dinâmica de cada região. Destacamos também um trabalho conjunto, que vem do governador Renan Filho, da secretária Claudia Petuba, das secretarias envolvidas, dos participantes, da comunidade, dos parceiros, para que possamos levar inclusão social, atividades físicas

e esportivas para todo esse público”, afirmou. O desafio é ampliado para os monitores que trabalham quase que diariamente com os beneficiados no programa. Membro da Federação Alagoana de Judô, que comanda uma das bases no bairro do Jacintinho, Ícaro Gama conta como tem sido trabalhar com esse público. “Faço questão de dividir, de mostrar como está sendo valiosa essa experiência. Trabalhar com esse público

me traz muita felicidade. Ele te dá uma resposta imediata do que está sentindo. São sorrisos estampados, do quanto estão gratos por estarem ali. É uma verdadeira troca de conhecimentos. A comunidade abraça o projeto. Mães acompanham e participam, diferente de tudo que já vi. A gente deve parabenizar o Governo, a Selaj, pela forma como estão desempenhando o programa. Para mim, é um orgulho fazer parte disso”, comentou Gama. Cada entidade ligada ao programa apresenta atividades diferentes. No Estádio Rei Pelé, por exemplo, a Federação Alagoana de Atletismo (FAAT) promove aulas de atletismo, futebol e handebol, enquanto a Federação Alagoana de Beach Soccer (FALABS) realiza aulas de zumba e ginástica. O Instituto Crescer Cidadão, além de atividades físicas e esportivas, ainda promove uma parceria com a AIESEC para trazer jovens intercambistas que ministram aulas de línguas como espanhol e inglês no bairro do Vergel.

Seja na parte alta, central ou baixa de Maceió, todas as regiões estão atendidas com atividades distintas. Em uma delas, a idosa Maria da Conceição Araújo, de 68 anos, lembrou as atividades que vem fazendo e de como sua vida tem melhorado por conta disso. “Eu já venho fazendo algumas atividades há alguns anos. Caminhada logo cedinho, já fiz fisioterapia no joelho, mas fazia isso sem compromisso. Agora, toda segunda, quarta e sexta participo da Zumba no Trapichão. Venho logo cedo, volto para casa disposta, faço a comidinha do marido e dos filhos. Tenho me sentido muito bem. Acho que nós, que vivemos em locais mais afastados, merecemos esse tipo de atenção e de forma gratuita, claro. Eu estou satisfeitíssima”, comentou, sorridente. O programa “Na Base do Esporte” completa dois anos no mês de setembro e pretende ampliar ainda mais as parcerias, principalmente o atendimento ao público em Maceió e, futuramente, no interior do Estado. “Essa foi a primeira vez que um Governo em Alagoas sistematizou de maneira robusta um projeto desse tipo. Foi um marco histórico. Abrimos um diálogo junto com a Unicef e estamos batalhando para que a entidade reconheça o programa, que auxilia para a pacificação de locais vulneráveis. Seguimos trabalhando para ampliar o nosso grupo de parceiros e, juntos, conscientizar a todos. O programa é do Governo do Estado, mas queremos consolidar como patrimônio do povo alagoano”, concluiu a secretária Claudia Petuba.


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ESPORTES

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NO “MUNDO DA BOLA” o society atrai ex-jogadores e atletas em atividade com carreira profissional no futebol de campo

Zé no BID pelo Jaqueirense revela “fenômeno” do Fut7 Marcelo Alves Repórter

A

l é m d o contrato com o CRB, o atacante Zé Carlos tem acerto com o Jaqueirense. Pelo Galo, ele disputa o Campeonato

Brasileiro da Série B. Pelo time do bairro da Chã da Jaqueira, o atleta está apto para atuar no Alagoano da Primeira Divisão de Futebol de 7 ou Society. Seu nome foi registrado no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Fut7 (CBF7) no último dia 20 de

maio. Ele ainda não jogou pelo Jaqueirense. Esse caso revela um fenômeno no “mundo da bola”: jogadores aposentados e os que estão em atividade migram para o society. A reportagem analisou os 20 clubes do Estadual de Fut7 e encontrou atletas e ex-atletas.

Entre os ex-jogadores estão Claudinho (ex-CSA) e Eninho. Há também jogadores que estão em atividade, mas sem clubes, no momento, como o goleiro Hudson, o atacante Wellington (ex-CRB), Alefe e Ivanzinho (ex-CSE), o meia Braw (ex-CSA), o atacante

Afonso (ex-Corinthians/AL), os volantes Johnnattan (ex-CRB) e Léo Maceió (ex-CRB e CSA). O Fut7 atraiu até a atenção de ex-dirigente de futebol. O ex-presidente do CSA Cícero Eugênio é dono do Jaqueirense que atua na Primeira Divisão do Estadual de Fut7.

Confira os clubes que possuem atletas e ex-atletas com carreira no futebol de campo: JAQUEIRENSE Alefe Paulo Cavalcante Pereira – Alefe (CSE) Gustavo Pereira De Lima – Gustavo Pereira (Grêmio-B, Sport-PE, Santa Rita, Sete de Setembro) Hudson Roberto da Silva – Hudson (CSA, Coruripe, Lagarto-SE, Santa Rita, Confiança, CRB) Ivan Mota de Oliveira – Ivanzinho (Penedense, CEO, Murici, Bahia de Feira, CSE) Jamerson dos Santos – Braw (CSA, Vitória da Conquista-BA, Bahia de Feita, Atlético-BA) José Carlos Ferreira Filho - Zé Carlos (CRB, Criciúma, Cruzeiro, Porto-PO, Fortaleza-CE) Manoel Afonso Júnior – Afonso (Corinthians-AL, ASA, CRB, CSA, Murici, Botafogo-SP) Maxwell da Rocha Silva – Maxwell (Boca Júnior-SE) Ozias Ferreira Alves Junior – Duda (CSA, Flamengo-PI, Sete de Setembro, Penedense) Patrick Woltayre Campelo da Silva – Patrick Woltayre (CSA, Francana, Murici) SEM PREPARO Wellington Rodrigues Pereira – Wellington (CRB, São Caetano, Bragantino, Murici, Mamoré)

Cláudio Wanderley Sarmento Neto – Claudinho (CSA, CRB, Corinthians-AL, Bahia de Feira-BA) Ênio Oliveira Júnior – Eninho (CRB, Guarani, Grêmio, Changchun Yatai, Murici, ASA, Ceará) Ezequias Roosevelt Tavares de Melo – Ezequias Melo (Corinthians-AL, Marítimo-PO, Porto-PO) João Victor Almeida de Souza – João Victor (Juventude, Fiorentina e Sete de Setembro) Emerson Correia de Araújo - Emerson (Maranhão, Potiguar, Corinthians-RN, Itabaiana, CRB) RODRIGUES ALVES FUTEBOL CLUBE Carlos Henrique Chaves Oliveira – Kiko (Araioses-MA) Cícero Queiroz da Silva Júnior – Queiroz (Santa Rita, Sete, Ipanena, Santa Cruz-RN, CSE) PSG ESTUDIENTES Leandro Silva de Jesus - Leandro (Mangaratibense-RJ) Maxwell da Rocha Silva - Maxwell (Boca Júnior-SE, Independente-SP, CSA, Jacuípense) MANCHESTER CITY FC Alysson Reis Sardinha – Alysson Sardinha

(Sampaio Corrêa-MA) Carlos Hermano Pereira Loureiro – Neto Alagoano (Corinthians-SP, Desportivo CENE, CSA, Maranhão) Jackson Santos Silva – Jackson (Ypiranga-PE, Afogados da Ingazeira, Belo Jardim, Coruripe) Matheus Willian Feitosa Silva – Matheus Willian (Atlético Itajaí, Amparo) LIVERPOOL FUTEBOL CLUBE Josenilton da Silva Barbosa – Josy (Murici, ASA, Fluminense-BA, Coruripe, Sete de Setembro) LARANJA MECÂNICA Adriano da Silva Santos – Adriano (Sete de Setembro, Comercial, Olímpia-SP, CRB) Diego Torres da Silva – Diego Torres (Cruzeiro-RS, ASA, Sport-PE, Fluminense-BA) Jean Rodrigo Lacerda Ferreira – Jean (Corinthians-AL, Sport-PE, Murici, Nacional de Muriaé) ILUMINADOS Alysson Alves dos Santos – Alves (CSA)

FURAOLHOFT Gustavo Salgueiro de Almeida Correia – Gustavo (Murici, FC Edmonton da Austrália) BORÚSSIA Alesson Douglas Alves Pereira – Alesson Sivaldo Lins da Silva Junior – Sivaldo (Ambos atuaram no Sete de Setembro) SKOLUNÁTICOS José Wildson Pereira Da Silva – Dedé Murici, Potiguar-RN e Corinthians-RN

GELOBOL

JOGODuro

Allef de Freitas Rodrigues – Allef (Corinthians-AL, Penedense, Miguelense, Lagarto-SE) Bruno Ricardo Faustino – Bruno Paulista (CRB, Botafogo-SP, Murici, CRB, Treze-PB, Santa Rita) Johnnattan Wendell da Silva Santos – Johnnattan (CRB, Guarani, Murici, EC Águia Santa) Leonardo De Magalhaes Visgueiro Pereira – Léo Maceió (CRB, CSE, CSA, Coruripe, Icasa, Jacuipense, Flamengo-PI) Marcos Antonio Barbosa Vieira - Marcos Alagoano (ASA, Jaguaré-ES, Águia Negra-MS, Gama-DF) Ricardo Soares Cota – Ricardinho (ASA, Coruripe, Mixto, Itabaiana)

Jorge Moraes jorgepontomoraes@gmail.com

Mudança necessária

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troca de treinador no CRB passou a ser uma coisa necessária no clube. Lamentavelmente, como no futebol brasileiro esse profissional vive de resultados e, também, de boas atuações, Léo Condé saiu porque não estava conseguindo nem uma coisa nem outra. O técnico conquistou o Campeonato Alagoano, mas não serve de referência para uma competição mais forte. Durante esses cinco meses de competições, foi eliminado na primeira fase da Copa do Brasil e da Copa do Nordeste, o que já deixou a torcida preocupada. Condé repetiu no CRB o que fez antes em outros clubes: saiu antes de terminar seu contrato, fruto do baixo rendimento do time.

Léo Condé não tinha a simpatia dos torcedores, que ainda não esqueceram o trabalho realizado por Mazola Júnior, com a campanha 2016. No Brasileiro da Série B o time não jogou bem nenhuma vez e ainda acumulava quatro derrotas seguidas e está colado na zona de rebaixamento, inclusive com a mesma pontuação do décimo sétimo, ou seja, 7 pontos. Mas, será que a culpa é só do técnico para essa fase ruim? Não. Acho que a diretoria e os jogadores também têm suas culpas. A diretoria por não ter feito a devida renovação e a zaga que foi a terceira mais vazada no ano passado. Nessa hora, quem paga o pato é o técnico.

Nesse momento, qual o perfil para o novo treinador do CRB? O de bom moço já está provado que não é. Léo Condé, um profissional amigo, respeitador, educado e frio no banco de reservas, não resolveu. Está na hora de um “xerife”, estilo Mazola Júnior, durão, carrancudo, mal-educado, desequilibrado em alguns momento e falador além da conta ou Sérgio Soares, que não difere muito do Mazola, mas, ambos, com um bom trabalho pelos clubes por onde passaram. Soares seria uma novidade, um recomeço no estilo de trabalho e precisaria de mais tempo. Já Mazola, seria a continuidade do trabalho encerrado em dezembro último.

Coluna fechada sem nome

Defendeu a liderança

Até o fechamento da coluna, a diretoria do CRB não tinha divulgado o nome do novo treinador para substituir Léo Condé. Além de Mazola e Soares, outro nome da lista era Dado Cavalcante, jovem treinador e com um trabalho já reconhecido por onde passou. Independente de quem foi contratado, para o jogo deste sábado, contra o Londrina, no estádio Rei Pelé, comanda o time o eterno assistente da Comissão Técnica e ex-jogador do clube, Jean Carlos. O time titular passará por poucas mudanças.

Até o fechamento dessa coluna, o CSA ainda não tinha entrado em campo para enfrentar o Confiança, pela Série C. No jogo, o time defendia a liderança da competição, mas meu pensamento é que o resultado não pode ter sido outro, senão, uma vitória. Me prendo aos seguintes argumentos: jogar em casa; estar diante de sua imensa torcida; e o time é melhor do que o adversário. Mesmo assim, vale a pena lembrar que, pela Copa do Nordeste, o CSA era tudo isso contra o Itabaiana, mas foi derrotado.

Um tiro errado Quando a diretoria do CRB fez a opção de permanecer com quase 90% dos jogadores de defesa do ano passado, talvez eu tenha sido um dos poucos a questionar o planejamento errado para esse ano. Como é que o time toma mais de 50 gols, só no Campeonato Brasileiro, e esses jogadores recebem como prêmio a renovação de seus contratos? Foi, assim, no CRB. E o pior: renovaram os contratos e, ainda, são os titulares. Não fiz a soma, mas quem se interessar, faça o levantamento de quantos gols já foram sofridos esse ano. Deve ser um número assustador em relação a quantidade de jogos.

Quer reforços O que tudo mundo já sabia foi dito essa semana pelo novo treinador do ASA, Marcelo Villar: o grupo precisa de reforços. O time já mostrava essa fragilidade na reta final do Campeonato Alagoano, quando da melhor campanha na primeira fase entre todos os dez clubes da competição, não conseguiu chegar a decisão. Rapidamente, a diretoria entendeu a situação e já começou a procurar os jogadores. Quem chegar a partir de agora, é indicação do técnico.

Inscrições encerradas A FAF Já encerrou as inscrições para a disputa do Campeonato Alagoano de Profissionais da Segunda Divisão. Para esse ano, o número de inscritos surpreendeu, isso, porque, só uma vaga está em jogo, a de campeão para a Primeira Divisão, em 2018. São 10 clubes: Desportivo Aliança, Penedense, Santa Cruz, Agrimaq Pilarense, Dimensão Saúde, Zumbi, Comercial de Viçosa, Ipanema, São Domingos e FF Sports de Igaci. O arbitral para definição de regulamento e tabela será realizado no dia 28, às 15h, no auditório do estádio Rei Pelé.

ALFINETADAS... l Não foi por falta de aviso a péssima campanha que o CRB faz nesse início de Série B, do Campeonato Brasileiro. O grupo precisava de mais reforços logo no início e a defesa que está jogando, a terceira mais vazada em 2016, não poderia estar jogando; l Depois da porta arrombada é que a diretoria começa a pensar em trazer mais reforços. A palavra final vai ser do novo treinador que, também, vai decidir pela dispensa de alguns profissionais, como Clebinho e João Paulo, que ainda não disseram o que estão fazendo no clube; l A diretoria do CSA ficou de apresentar antes do jogo contra o Confiança seu novo reforço: Daniel Angulo. Jogador equatoriano de 31 anos, é camisa 9 de ofício e nunca jogou no Brasil. As referências são boas, mas por quê foi liberado tão facilmente para o CSA?


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MERCADO

Notícias de Valor

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Serivaldo Araújo mercado@odia-al.com.br

Ruralistas exigem perdão de passivo do Funrural

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nquanto o governo nos empurra “goela abaixo” uma reforma de Previdência cujo principal intuito é surrupiar direitos de milhares de miseráveis incapacitados para o trabalho e que têm como fonte única de sustento seu e de suas famílias benefícios como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, a bancada ruralista no Congresso Nacional negocia com esse mesmo governo o afrouxamento das regras de renegociação do passivo do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). Os ruralistas fazem pelo menos duas exigências ao governo. A primeira é o perdão total das multas e juros relativos a dividas anteriores do Funrural.

O governo federal propunha dar desconto de 100% apenas dos juros. Para multas e emolumentos, propôs conceder um desconto de 25%. Os ruralistas também querem que o governo reduza a entrada exigida de produtores e indústrias para que renegociem as dívidas. A equipe econômica já tinha concordado em exigir uma entrada de 5% para que ruralistas possam parcelar suas dívidas em 240 meses, a partir do próximo ano. Além da falta de respeito à população por parte dos parlamentares que integram a bancada ruralista no Congresso,empresas e outras organizações vinculadas a alguns deputados federais e senadores, juntas, devem R$ 372

Sobre o ensino superior em Alagoas

A limitação dos gastos públicos imposta pela chamada PEC do Teto, mais que uma simples redução dos investimentos do governo representou um duríssimo golpe nas políticas públicas voltadas para setores vitais como saúde, educação e segurança, entre outros. No caso específico da educação, este setor, de há muito, tem sido alvo de sucessivas iniciativas do poder público no sentido de cortar cada vez mais as verbas a ele destinadas, com o Orçamento da União contemplando-o com volumes cada vez mais insignificantes de recursos. Tem sido assim desde o advento da Reforma Universitária (Lei nº 5.540/68), que eliminou a exigência de gasto mínimo com educação. Cada vez mais ausente, o Estado abriu, então, espaço para a iniciativa privada que, aos poucos foi suprindo a omissão do poder público no setor. No passado, protagonista, o governo é, hoje, coadjuvante, se não mero figurante. Em meio à essa política, as instituições de ensino superior (IES) particulares se espalharam e cresceram pelo país inteiro. Atingiram um patamar de expansão tamanho, que a abundante oferta acabou transformando o setor num mercado extremamente competitivo a ponto de lhes impor a necessidade de buscar cada vez mais a excelência, tornando-se esta um diferencial assecuratório de sobrevivência. Neste cenário, Alagoas – respeitadas as limitações da nossa economia – pode se dizer uma referência. No IGC (Índice Geral de Cursos) divulgado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), do Ministério da Educação, o ranking das IES particulares nos mostra o salto de qualidade dessas instituições no âmbito estadual. Numa lista com as 14 maiores pontuações em Alagoas, a Fits lidera com IGC 2,87, seguida pela FAL (2,35), Pitágoras (2,32), FicUNIFAL (2,31) e CESMAC (2,7). Do 6º ao 14º lugar estão SEUNE, FAA, FAT, UNINASSAU, IBESA, FACIMA, IESA , FRM e FAMA, respectivamente.

Sob Temer, Cultura perde o 3º ministro

O ministro interino da Cultura, João Batista de Andrade, pediu demissão.Andrade foi o terceiro ministro da Cultura a deixar o cargo no governo Temer. Ele assumiu a pasta com a saída de Roberto Freire, que abandonou o posto após a divulgação do áudio e da delação de Joesley Batista, da JBS. Na carta de demissão enviada ao presidente Michel Temer (PMDB), Andrade afirmou não ter interesse em continuar na pasta. O ex-ministro afirmou o corte de 43% no orçamento do Ministério da Cultura e polêmicas envolvendo a nomeação do presidente da Ancine (Agência Nacional do Cinema) foram as motivações para a demissão. “Era um ministério que já estava deficiente. O Fundo Nacional de Cultura, que já teve R$ 500 milhões na época áurea, hoje tem zero de recurso. É um ministério inviável tratado de forma a inviabilizá-lo ainda mais”, afirmou. As informações são da Folha de S. Paulo.

Faculdade de Gilmar Mendes recebeu R$ 2,1 mi da JBS

O Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), que tem como sócio o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, recebeu nos últimos dois anos R$ 2,1 milhões em patrocínios de eventos por parte do grupo J&F, controlador da JBS. Um dos eventos patrocinados ocorreu em Portugal em abril deste ano, dias depois de executivos da JBS firmarem acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Além de magistrados, o congresso teve a participação de ministros do governo Temer. O IDP informou ter devolvido R$ 650 mil do montante no dia 29 de maio, depois da revelação do acordo de delação premiada de executivos da empresa. Já a JBS diz ter repassado R$ 1,45 milhão desde 2015, sem mencionar a devolução de R$ 650 mil.

Fachin também “ganhou” da JBS

Mesmo antes de a revista Veja garantir em reportagem que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) havia descoberto que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin usou aviões da JBS nos dias que antecederam sua sabatina no Senado, em meados de 2015, o jornalista Jorge Bastos Moreno, morto na quarta-feira (14), já havia publicado, no dia 25 do mês passado, em O GLOBO, que o jurista Edson Fachin teria admitido que pediu ajuda “ao pessoal da JBS” para ser nomeado ministro da Corte.

milhões ao INSS. Segundo levantamento da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), 73 deputados e 13 senadores – 1 em cada 7 congressistas – estão ligados a grupos devedores da previdência. Entre os devedores, 4 senadores e 11 deputados têm empresas que somam dívidas superiores a R$ 1 milhão. As empresas presentes no levantamento da PGFN têm parlamentares como sócios, presidentes, fundadores ou administradores. Casos em que os CNPJs estão vinculados aos CPFs dos congressistas. Entre elas, há redes de televisão e rádio, hotéis, frigoríficos, companhias siderúrgicas e até diretórios de partidos políticos.

Economistas contestam Meirelles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, publicou no Twitter que a taxa de desemprego parou de crescer em abril e deve começar a cair em agosto.Os números da PNAD mostram que o desemprego caiu ligeiramente em abril, mas com alta no balanço do trimestre. Para Cosmo Donato, economista da LCA Consultores, estes números positivos são mais um ajuste sazonal do que uma reviravolta do emprego.A taxa de desemprego está em 13,6%, mais de 7 pontos percentuais acima da taxa de 6,2% observada em dezembro de 2013.Segundo Donato, a taxa pode chegar a 14,8% e só deve começar a cair no primeiro trimestre de 2018.Cerca de 14 milhões de brasileiros estão desempregados, com 2,9 milhões em busca de trabalho há mais de dois anos e 1,8 milhão à procura de uma vaga havia menos de um mês, também segundo a PNAD.Fernando Barbosa, pesquisador em economia aplicada do Ibre FGV, lembra que a economia brasileira caminhava para consolidar uma recuperação, mas viu esse processo ser interrompido com o início da crise política que eclodiu com as delações da JBS. “As complicações para aprovar as reformas e a instabilidade do governo prejudicam a confiança e alteram o ritmo de crescimento do país”. Para ele, dependendo da gravidade e duração da crise política, a recuperação desenhada desde o começo do ano pode ser completamente anulada. “No mínimo, vamos observar uma redução no ritmo de saída da crise, o que impacta nos prazos para a queda no desemprego”.

Paulinho da Força sem direitos políticos A desembargadora do Tribunal Regional da 3ª Região Consuelo Yoshida determinou a suspensão dos direitos políticos do deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), Paulinho da Força Sindical, por improbidade na utilização dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). De acordo com denúncia do Ministério Público Federal, o parlamentar, como presidente da central sindical, contratou a Fundação João Donini sem licitação, para ministrar cursos profissionalizantes para desempregados e pessoas de baixa renda utilizando recursos do FAT. As informações são da Procuradoria da República da 3ª Região.


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DEVIDO AOS PROBLEMAS ocasionados pelas chuvas, Prefeitura tem dificuldades para executar os serviços fiscais

Ações da Redesim em Marechal Hotton Machado Secom

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Junta Comercial do Estado de Alagoas (Juceal) informa aos empresários que os serviços referentes à Rede Nacional para a Simplificação do Registro e

da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim) em Marechal Deodoro podem apresentar demora na liberação. Isso acontece devido aos problemas ocasionados pelas chuvas ocorridas no final do mês passado, que afetaram também a Secretaria de Infraestrutura da cidade, responsável pela execução dos

serviços. Entre as ações da Redesim de responsabilidade do município estão as análises quanto à pesquisa de viabilidade de endereço – consulta feita antes do registro para saber se determinada atividade pode ser realizada no local – e quanto à solicitação de licenças e alvarás.

Os serviços são disponibilizados por meio do Portal Facilita Alagoas, interface do projeto no Estado. De acordo servidores da secretaria do município, as estruturas dos prédios da pasta assim como os equipamentos sofreram danos e a equipe está tentando recuperar arquivos

e estudando realocar todos os serviços para outro local. Apesar dos problemas, a informação é que os serviços da rede possam retornar ainda neste mês. Para o gerente da Redesim, Edmundo Lins, a situação no município merece uma atenção maior.


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ESTADO

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NÃO TEM CRISE QUE APAGUE a chama da fogueira das quadrilhas juninas estilizadas que representam a cultura popular

Deraldo Francisco Repórter

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té a próxima terça-feira, 20 grupos juninos – sendo oito do interior e 12 de Maceió – participam da disputa pelas melhores notas para irem à decisão do Festival Forró e Folia de Quadrilhas Juninas. Este ano – sem o São João da Prefeitura de Maceió – as apresentações da fase classificatória ocorrem no Ginásio do Sesc/Poço, mas a Final será na próxima quarta-feira, 21, no Ginásio do Sesi/Trapiche. As cinco melhores colocadas voltarão ao tablado para a decisão de qual irá representar Alagoas no Globo Nordeste, em Goiana/PE. Mais uma premiação em dinheiro, para as cinco melhores colocadas, cujo montante ainda não foi divulgado. A Junina que representará Alagoas terá direito a dois ônibus, um caminhão tipo baú para a produção e uma ajuda de custo em dinheiro. Os jurados podem aplicar, no máximo, 50 pontos para as juninas. Individualmente, eles avaliam coreografia, casamento, originalidade, figurino e marcador. As cinco melhores notas passam automaticamente para a Final. Se houver empate em número de pontos, se recorrerá ao Regulamento. Por conta da crise que atinge o País e das chuvas que atingiram em cheio as cidades de Marechal Deodoro, Pilar e Atalaia – tradicionais em Juninas – este ano o Grupo Especial está formado por apenas 20 grupos juninos. Desta forma, a diretoria da Liga de Quadrilhas Juninas de Alagoas (Liqal) decidiu que não haverá rebaixamento. O normal seria que duas Juninas descessem para a Segunda Divisão, para dar lugar às outras que ascendessem ao Grupo Especial. Mas, este ano será diferente por conta

de algumas desistências de juninas. Esses grupos envolvem, ao todo, mais de duas mil pessoas entre dançarinos, coreógrafos, diretores, costureiras, serralheiros, pintores, grafiteiros, músicos e os familiares de todos eles. Muitas Juninas iniciam os trabalham para o São João antes do Natal. Parece bobagem, mas não é. O envolvimento é igual - ou bem próximo – daquelas pessoas que fazem o Carnaval do Rio de Janeiro. Enquanto as pessoas comuns se organizam para outras festas, o quadrilheiro está com a cabeça voltada para o próximo São João. Embora a Quadrilha Junina não apareça no rol dos folguedos em Alagoas, a produção local é bastante conhecida no Nordeste e restante do País. Com destaque para a Junina Luar do Sertão, com 33 anos de fundação que já ganhou tudo que podia no País. A Luar é o grande orgulho da nação quadrilheira alagoana. Mas, outras juninas buscam brilhar como ela. Por isso, a cada ano, têm surgido grupos juninos prontos para competir de “igual para igual” com ela. A disputa é sadia com o fito na cultura popular. O esforço de todos é enorme, os gastos financeiros e o tempo destinado são compensados no tablado com uma boa apresentação mensurada em aplausos do público. Há 18 anos, a Organização Arnon de Mello (OAM), através do diretor de Programação da Rádio Gazeta, Gilberto Lima, promove o Forró e Folia. Além da OAM, este ano o evento conta com a participação da Federação do Comércio (Fecomércio), Serviço Social da Indústria (Sesi) e Prefeitura. Para ter acesso, a pessoa precisa levar 2kg de alimento não perecível à portaria da TV Gazeta e trocar por uma pulseira. Na quarta, dia 21, para a Final, o procedimento deve ser o mesmo, mas começa às 19h.

Junina Pé de Serra, de Bebedouro, que tem o Tempo como tema neste ano

Fotos: Jéssika Soares

Juninas fazem a alegria do São João de Maceió

Todo o brilho e o colorido das quadrilhas juninas estilizadas de Alagoas

Confira a programação: SEXTA-FEIRA (16/06) 20h - Explosão Nordestina - Barra de São Miguel 20h45 - Chapeú de Couro - Penedo 21h25 - Rosa dos Ventos Alagoana - Feitosa SÁBADO (17/06) 20h - Pé de Serra - Bebedouro 20h45 - Balanço do Matuto - Marechal Deodoro 21h25 - Santa Fé - Prado 22h10 - Do Amor - Tabuleiro do Martins DOMINGO (18/06) 20h - Chapeu de Palha - Piaçabuçu 20h45 - Arrasta-Pé - Igaci 21h25 - Forró Baião - Vergel do Lago 22h10 - Amor Junino - Vergel do Lago SEGUNDA-FEIRA (19/06) 20h - Chamego Quente - Capela 20h45 - Gibão de Couro - Pilar 21h25 - Luar do Sertão - Prado TERÇA-FEIRA (20/06) 20h - Amanhecer No Sertão - Benedito Bentes 2 20h45 - Xodó e Xamego - Rio Largo 21h25 - Dona Dadá - Pajuçara QUARTA-FEIRA (21/06) Final: a partir das 19h

ATENÇÃO AS INSCRIÇÕES ESTÃO ABERTAS E AS VAGAS SÃO LIMITADAS

CURSOS DA SEMANA (18A 24/06/2017)

SENAR/FETAG: Eletricista Rural, em Novo Lino. SENAR/PREFEITURAS: Informática Básica, em Major Izidoro. SENAR/SERIS: Plantas Medicinais, em Maceió. SENAR/SEBRAE/AL: Defensivos Agrícolas, em Junqueiro. SENAR/SINDICATOS: Informática Básica, em Junqueiro e Piaçabuçu; Programa Negócio Certo Rural, em Mar Vermelho; Programa de Inclusão Digital Rural, em Palmeira dos Índios; Olericultura Orgânica, em São Luís do Quitunde; Informática Básica (móvel), em São Miguel dos Campos. SENAR/USINAS: Relações Interpessoais, na Usina Santo Antônio (em São Luís do Quitunde); Administração Rural – JAA e Mecanização Agrícola – JAA, na Usina Seresta (em Teotônio Vilela).


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ZUADAdaMÍDIA Patrulha contra jornalistas esportivos É babado, viu? A falta de profissionalismo na gestão esportiva de clubes de futebol alagoanos gritou essa semana. Após a torcida descobrir que um jornalista contratado pelo CSA tinha como time do coração o CRB, o profissional foi sumariamente demitido. O fato deixou em choque radialistas, fotógrafos, repórteres, assessores e produtores da imprensa alagoana. A notícia repercutiu na última semana com força nas mídias sociais. É importante destacar que se o jornalista tem ética a sua paixão não vai interferir no trabalho. Quando a gente é contratado para assessorar uma marca, ela passa a ser de nossa responsabilidade. Não defendê-la significa não fazer corretamente a própria profissão. É preciso entender que a responsabilidade do profissional é o centro da questão. E sobre imparcialidade... Olha, ela não existe!

Solidariedade “Toda solidariedade ao companheiro que foi vítima desta covardia hoje. Não o conheço, mas bons amigos atestaram sua integridade”, disse o jornalista Caio Lorena, do portal Globo Esporte/AL, sobre o caso do ex-assessor do CSA.

Comemorando loucamente

A TV Ponta Verde, na última semana, gritou para os quatro cantos, a sua vice-liderança. Teve como base a pesquisa do Instituto Katar Ibope Media referente ao mês de m aio. A pesquisa do instituto leva em conta todo a programação, incluindo os programas da rede. Desta forma a pesquisa também atesta que o alagoano prefere o SBT. Sobre a programação local da emissora, vamos combinar que tem muita coisa para melhorar, né, mores?

Nós, de O Dia Alagoas, vamos dar a nossa parcela de contribuição pela vida do Jornal Impresso no País. Seguimos produzindo conteúdo de relevância social para os nossos leitores”

redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br Márcio Anastácio - redacao@odia-al.com.br

O DIA vence Prêmio Braskem de Jornalismo em três categorias É badalação, meu amor! O portal O DIA MAIS e jornal O DIA ALAGOAS, do grupo de comunicação O DIA, lacraram no 13º Prêmio Octávio Brandão de Jornalismo Ambiental. Os veículos conquistaram o 1º lugar nas categorias Webjornalismo e Jornalismo Impresso/Texto, e ainda levaram o 2º lugar em Jornalismo Impresso/Imagem. Os jornalistas Mariana Lima, Deraldo Francisco e Cacá Santiago foram os autores das melhores reportagens e fotografias voltadas para o jornalismo ambiental em 2017.

No Jornalismo Impresso Deraldo Francisco se destacou com a matéria especial “Lagoa Mundaú: Teremos um Pântano?”, onde abordou a degradação ambiental da lagoa que é símbolo de Alagoas e querida para milhares de alagoanos.

No Webjornalismo A matéria “Marisqueiros aterram mangue e ameaçam o próprio sustento” foi eleita a melhor reportagem da web alagoana. Ao receber seu troféu, a jornalista Mariana Lima, editora do portal O DIA MAIS, lembrou que a pauta chamou para a ação inconsciente dos marisqueiros.

No Fotojornalismo Deraldo Francisco Editor-geral do jornal

A reportagem Lagoa Mundaú: Teremos um Pântano?” foi onde a foto vencedora de Cacá Santiago, chamada “O olhar de Davi” foi publicada. Ela retratou a observação de um menino sobre a degradação ambiental lagunar.


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CAFÉ&NEGÓCIOS

redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br

THÁCIA SIMONE - thaciasimone@gmail.com

Itawi Albuquerque

Prêmio Micro e Pequenas Empresas

Na última quarta-feira, 14, aconteceu o 3° Prêmio Banco do Nordeste da Micro e Pequena Empresa, que foi instituído com o objetivo de incentivar e reconhecer clientes que se destacaram e prosperaram em seus empreendimentos, a partir dos financiamentos junto ao Banco do Nordeste; além disso, visa estimular as empresas do segmento a investirem na melhoria de performance, gestão, inovação e competitividade. Ao todo foram premiados 30 clientes, sendo agraciadas três empresas vencedoras por estado. Em Alagoas recebeu o prêmio, na categoria Comércio: José Joaquim da Silva Comércio de Gás, que atua há mais de 30 anos no comércio varejista de gás GLP e bebidas em Coruripe. Na categoria Indústria: Ângela Maria Malta Silva – ME, empresa de nome fantasia D’Lícia, que produz biscoitinhos com a receita da mãe de D. Ângela na histórica cidade de Penedo e tem conquistado os estados de Pernambuco e Sergipe. Na categoria Serviços a vencedora foi a empresa: Saturnino & Almeida Ltda EPP, instalada em Arapiraca e que atua há mais de 27 anos no Serviço de Manutenção e reparação mecânica de veículos automotores. Nas próximas colunas você vai acompanhar a história de cada premiado.

Pointer lança campanha de São João

O Nordeste brasileiro possui forte tradição na comemoração das festas juninas. Por isso, a Pointer – uma empresa do Grupo Portobello – resolveu entrar no clima junino e acaba de lançar a campanha: ‘São João Pointer: É festa no interior da sua casa’. Em alusão à celebração popular nordestina, várias lojas de construção já estão decoradas com banners e bandeirolas típicas desta época. Durante este período, vários clientes vão poder se deliciar com os deliciosos quitutes à base de milho e amendoim, se divertir com os jogos de memória e argolas, além de se balançar com um trio de forró pé de serra. O São João da maior indústria de revestimentos cerâmicos do Nordeste já está em pontos de venda dos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão. “A Pointer nasceu no Nordeste. Portanto, nada mais justo do que participar desta festa tão popular e democrática que é o São João. Um de nossos objetivos principais é a democratização do design e esta campanha é uma forma de nos aproximarmos de nosso público e lembrar um pouco as raízes dos lares brasileiros”, disse a coordenadora de Marketing da empresa, Paula Mol. Leia mais no meu blog: thaciasimone.blogspot.com.br

Constitucionalmente existe a micro e pequena empresa, mas na verdade não existe micro e pequeno empresário, porque todo empresário é um vencedor e é grande, pois diariamente enfrenta desafios que exigem inovação, empenho e visão positiva do futuro. O Banco do Nordeste acredita na força do empreendedor e se coloca à disposição, mesmo neste período de instabilidade econômica, para os empresários que buscam crescer e se desenvolver junto com a região, proporcionando emprego, renda e dignidade para muitas pessoas” Eliézer Rodrigues Lobo Gerente Executivo do setor de Micro e Pequenas Empresas do Banco do Nordeste

Seu negócio é viável?

Você já teve dúvidas sobre a viabilidade do negócio que você quer abrir? O Sebrae está com o curso Viabilidade de Negócios, online e gratuito, para você aprender a calcular o investimento, o prazo de retorno e avaliar se sua ideia é viável. A carga horária é equivalente a seis horas. O tempo de disponibilização do curso online para o participante é de 15 dias. A matrícula é feita neste endereço que está cheio de informações: http://bit.ly/2nxqTvo

Matemática para driblar a crise

A matemática não é uma das disciplinas mais fáceis, mas para quem vive do mercado imobiliário é imprescindível que o profissional saiba aplicá-la. Deve ser esse um dos motivos pelo qual o empresário Thiago Dantas consegue com mais facilidade driblar a crise. Ele é formado em matemática e acabou de lançar o livro “Educação Matemática” pela editora carioca Abrindo Página. Antes de chegar nas livrarias já vendeu mais de 10 mil exemplares de livros digitais (eBooks) através da Amazon.com e Saraiva. com. O corretor, perito imobiliário e agora autor de livros, espera que ainda este mês o livro chegue no formato físico nas livrarias alagoanas.

thaciasimone@gmail.com você pode contar sua história de sucesso, compartilhar o nome do seu livro preferido e sugerir pautas para esta coluna.


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HISTÓRIA RELIGIÃO ALAGOAS MÓRMONS HISTÓRIA RELIGIÃO ALAGOAS MÓRMONS HISTÓRIA

CAMPUS

Alagoas l 18 a 24 de junho I ano 05 I nº 0225 l 2017

CAMPUS

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A HISTÓRIA DOS MÓRMONS EM ALAGOAS

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Os missionários mórmons chegaram em Maceió no dia 3 de fevereiro de 1966, vindos da capital sergipana, onde não encontraram quem os quisesse ouvir. Os quatros rapazes traziam a mesma mensagem de outros espalhados pelo mundo: de que Deus e Jesus Cristo tinham aparecido a um garoto chamado Joseph Smith, o qual posteriormente organizou, seguindo instruções de mensageiros divinos, a Igreja de Jesus Cristo novamente na Terra. Fernando Pinheiro

Dois dedos de prosa

É

com muito prazer que Campus/O Dia traz este texto do professor Fernando Pinheiro sobre a trajetória histórica dos mórmons em Alagoas. Acredito que pouca coisa foi escrita em Alagoas sobre o assunto, desde o trabalho pioneiro da professora Nádia Fernandes. O professor Fernando nos ajuda a cumprir o objetivo de ter material sistemático sobre Alagoas e os mórmons fazem parte deste nosso itinerário histórico. Nada mais justo do que a sociedade ser informada sobre eles, o que pensam e como fizeram sua vida religiosa em nossa Alagoas. O b r i g a d o , n o va mente, ao professor Fernando. Boa leitura!

Sávio de Almeida


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F

ernando Pinheiro da Silva Filho é professor de história e pesquisador da trajetória dos Santos dos Últimos Dias no Brasil. Tem feito um notável esforço em reunir, preservar e compartilhar o legado dos pioneiros mórmons brasileiros. Faz parte do LIER - Laboratório Interdisciplinar de Estudo das Religiões da UFAL.

Arquivo do autor

Quem é quem?

Batismo da família Santos

A fé e cultura dos Mórmons em Alagoas Fernando Pinheiro

O

m o r m o n i s m o encontra sua origem no nordeste dos Estados Unidos no início do século XIX. Entre os milhares de fiéis que buscavam uma religião que lhes contentasse os anseios de espiritualidade, estava a família Smith. O jovem Joseph Smith Junior, entusiasmado por esse fervor e preocupado com sua condição espiritual, viu-se confuso com os ensinamentos conflitantes das diversas religiões na região. Em meio à inquietação extrema causada pelas controvérsias desses grupos religiosos, Smith encontrou na Epístola de Tiago, primeiro capítulo, versículo cinco, o seguinte: “E, se algum de vós

tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada’. Numa manhã do ano de 1820, de acordo com o seu próprio relato, dirigiu-se a um bosque e ajoelhou-se para orar em voz alta à procura daquilo que tanto desejava. Naquele instante, segundo conta, viu dois personagens, os quais caracterizou como “gloriosos”; estavam em pé, no ar, diante dele. Um desses personagens apresentou o outro como seu Filho Unigênito. Tal declaração fez o garoto concluir estar na presença de Deus, o Pai, e de Jesus Cristo, seu Filho. O Filho então proferiu ao garoto que qualquer uma das

Para anunciar, ligue 3023.2092 CNPJ 07.847.607/0001-50

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denominações existentes não apresentava a “plenitude da verdade”, mas ensinava princípios religiosos mesclados com filosofias humanas. Além disso, assegurou-lhe que, se permanecesse firme em seu propósito, ao longo do tempo receberia mais luz e verdade. Depois dessa primeira visão, Smith relatou ter recebido a visita de muitos outros seres, os quais ele denominou de “anjos” que, de forma esporádica, lhe trouxeram informações que iriam restaurar o conhecimento religioso que havia sido perdido ao longo dos séculos. Um desses seres, Morôni, entregou-lhe o registro antigo escrito sobre placas de ouro em um idioma desconhecido na época.

EXPEDIENTE ODiaAlagoas

Joseph Smith teria traduzido o registro pelo “dom e poder de Deus”. O livro é considerado pelos adeptos da religião um relato da comunicação de Deus com os antigos habitantes das Américas. Todos esses escritos foram citados e resumidos por um profeta-historiador chamado Mórmon, nome pelo qual os seguidores dessa fé seriam conhecidos posteriormente. O Livro de Mórmon é um “Outro Testamento de Jesus Cristo”, afirmam os membros dessa igreja. Uma vez oficialmente organizada em 6 de abril de 1830, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (doravante Igreja SUD) se desenvolveu rapidamente por

Eliane Pereira Diretora-Executiva

Deraldo Francisco Editor-Geral

Conselho Editorial

Jorge Vieira

meio de um forte movimento missionário, o que causou desconfiança entre os moradores dos condados vizinhos, e não tardou para que uma grande perseguição fosse iniciada. Em 1844, os inimigos da Igreja passaram a conspirar de forma mais intensa, a ponto de planejar a morte de Smith, acreditando que, se o fizessem, destruiriam por completo aquela organização. No mesmo ano, Joseph Smith, seu irmão Hyrum e outros líderes foram presos sob a acusação de rebelião contra a ordem pública. Na noite de 26 de junho, a cadeia foi invadida por aproximadamente duzentos homens armados. Joseph Smith e seu irmão foram assassinados.

José Alberto Costa

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3 redação 82 3023.2092

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Logo após a morte do Profeta Smith, multidões enfurecidas atacaram os mórmons, que tiveram casas incendiadas e plantações devastadas. Diante dessa hostilidade, desta vez liderados por Brigham Young, outro líder proeminente, determinaram abandonar suas propriedades em busca de local onde pudessem viver sua religião em paz. Iniciou-se, então, a travessia de mais de dois mil quilômetros pelo deserto em direção às Montanhas Rochosas, alcançadas em 24 de julho de 1847. O grupo se estabeleceu no Vale do Lago Salgado. A partir daí, passaram a espalhar colônias por todo o oeste dos Estados Unidos, criando muitas comunidades no estado de Utah e adjacências. No final do século XIX, os mórmons inteiravam 250 mil pessoas, de forma que a maioria morava em Utah e um número modesto estava espalhado em colônias em todo o oeste dos Estados Unidos. Em 1930, ainda era majoritariamente norte-americano o número de membros da Igreja. O movimento missionário se estendeu por outros continentes, chegando de forma mais acentuada na América do Sul no início do século XX. Logo o mormonismo não mais seria conhecido apenas como uma religião americana. O proselitismo no Brasil teve início em 1928 numa colônia de fazendeiros alemães em Ipomeia, Santa Catarina. Como as famílias de imigrantes não falavam português, o trabalho foi feito na língua germânica. Os primeiros conversos se filiaram à Igreja SUD um ano depois, e, em menos de uma década, instalou-se uma missão mórmon no Brasil. Contudo, o trabalho missionário limitava-se às regiões sul e sudeste do país e a língua da missão era a alemã, até ser proibida durante o Estado Novo de Getúlio Vargas. Isso forçou os

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Ramo Maceió, 1967

missionários a aprenderem definitivamente o português e expandir seu campo. Com a Segunda Guerra Mundial, houve um hiato no trabalho de preconização do evangelho, pois os missionários tiveram de voltar para os Estados Unidos e, somente em 1948, a Igreja SUD retomou suas atividades de proselitismo no Brasil. A partir da década de 1960, a obra missionária alcançou o Nordeste do País, somando certo sucesso na capital pernambucana, apesar do antiamericanismo causado pela conjuntura da Guerra Fria. Tal experiência encorajou outros líderes mórmons a enviarem seus missionários para diversas cidades nordestinas. Os missionários mórmons chegaram em Maceió no dia 3 de fevereiro de 1966, vindos da capital sergipana, onde não encontraram quem os quisesse ouvir. Os quatros rapazes traziam a mesma mensagem de outros espalhados pelo mundo: de que Deus e Jesus Cristo tinham aparecido a um garoto chamado Joseph Smith, o qual posteriormente organizou, seguindo instru-

Élder Robert Turk batizando no Ramo Pinheiro, 1981

ções de mensageiros divinos, a Igreja de Jesus Cristo novamente na Terra. O proselitismo mórmon era composto de atividades que envolviam abordagens com o propósito de estimular nas pessoas o interesse por sua mensagem. Os missionários passavam a maior parte do tempo nas ruas, onde se podia encontrar quem quisesse ouvir suas mensagens por meio de palestras. Um dos primeiros missionários em Maceió, o Élder Dwight Thomas Osborn, escreveu: ‘À medida que começamos a procurar por novos membros, fomos para o Centro Cultural Brasil-Estados Unidos, dirigido pelo Sr. Humberto Soares. Ele sugeriu que considerássemos ensinar inglês, mas decidimos inicialmente continuar trabalhando. Nossa primeira lição foi dada à família do Sr. Luís Pinto. Eles foram muito simpáticos, mas não desejaram continuar. Todos nós ficamos bem doentes durante este tempo, o que tornou difícil [o trabalho]. Contudo, logo superamos isso.” Logo após sua chegada a esta capital nordestina, os missionários procuraram o

jovem prefeito Divaldo Suruagy, que, apesar de haver afirmado nunca ter ouvido falar em tal crença, não deixou de comparecer posteriormente em alguns eventos da Igreja. As primeiras semanas de proselitismo das duas duplas de missionários revelaram que o trabalho poderia ser difícil. Assim como em Aracaju, muitas pessoas ignoravam o que tinham a dizer. Havia pouco interesse no que concernia a temas religiosos. É importante perceber que a crença predominante nesse período era a católica, a qual dividia espaço com uma pequena porção de protestantes. Após dezenas de abordagens, algumas pessoas se mostraram receptivas à pregação, o que culminou na sua associação ao mormonismo pelo rito do batismo. A primeira reunião batismal em Alagoas ocorreu em 26 de maio de 1966, nas imediações da Praia da Pajuçara e do Gogó da Ema, às 5 horas da manhã. Após o batismo de mais algumas famílias, foi estabelecido um grupo permanente, por eles conhecido por Ramo Maceió. Os missionários alugaram uma casa para

servir como capela e local de atividades recreativas na Rua Oswaldo Sarmento, a poucos metros da Catedral Metropolitana. Os esforços pela difusão pública das mensagens não cessaram. Os missionários instalaram banners, com os dizeres “Já leu o Livro de Mórmon?” sobre as duas ruas mais movimentadas da cidade. A mesma pergunta era feita por locutores de rádio. Vários artigos a respeito do estabelecimento e progresso da Igreja, além de visitas de líderes eminentes da religião ao Ramo Maceió aparecerem nos jornais alagoanos. Enquanto um jornal se preocupava em publicar notícias sobre as transferências dos missionários e novos chamados eclesiásticos no “Ramo Mórmon em Maceió”, o outro anunciava “Mórmons Não São Espiões Americanos, afirmou Loyd R. Hicken ao Jalagoas”. Com toda essa publicidade, houve certo incômodo de alguns sacerdotes católicos e líderes protestantes, comportamento definido entre os missionários como uma “curiosidade saudável”. Contudo, a igreja católica se demonstrou preocupada com o pequeno grupo de três famílias que se haviam convertido à fé preconizada por Joseph Smith. O padre Hélio Lessa Sousa fazia sermões contra a Igreja SUD. Mais tarde, alguns membros perderam seus empregos por estarem “associados” com os missionários mórmons. A Igreja Batista Betel também participou de certa perseguição aos santos dos últimos dias alagoanos. Os batistas distribuíram convites para uma palestra intitulada “Esclarecimentos sobre a Igreja Mórmon”. De acordo com os mórmons que estavam presentes na palestra, os líderes batistas fizeram um verdadeiro serviço de desinformação.

Igreja do bairro do Pinheiro

A opinião dos autores pode não coincidir no todo ou em parte com a de Campus.


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Missionários e voluntários na entrega de alimentos, 2002

De igual modo, os membros da Igreja SUD se depararam com oposições à nova crença entre seus familiares. A alteração do estilo de vida incomodou os parentes. Festas domingueiras não tinham mais espaço na nova vida dos conversos, uma vez que observavam o domingo como o “Dia do Senhor”. Essa introdução de novos hábitos, posturas e costumes é um reflexo dos fundamentos doutrinários da Igreja SUD, os quais são apoiados na crença da revelação e profetas, no relacionamento familiar eterno, na lei da castidade, em uma lei de saúde, além de algumas orientações oriundas do cristianismo primitivo. Os membros do sexo masculino recebem o sacerdócio, que acreditam ser a autoridade para agir em nome de Deus. A Igreja é dirigida e liderada por meio dessa autoridade. Por mais dois anos o Ramo Maceió desfrutou de algum progresso. Ele conheceria, contudo, um período de reclusão, em que veria suas portas se fecharem temporariamente. No final dos anos 1960, menos de cinco anos desde o início da Igreja na cidade, o andamento do ramo começou a ser minado. A frequência de membros e visitantes não estava satisfatória. Em 1969, o ramo tinha 68 membros alistados. Um crescimento excelente se não tivesse sido afetado por uma evasão surpreendente nas reuniões, em que a frequência média era de oito pessoas, incluindo crianças. No início dos anos 1970, o clima político instaurado no Brasil começou a afetar os vistos para a entrada dos missionários americanos no país. A política da restrição de vistos, somada à falta de batismos e ao número insu-

ficiente de portadores do sacerdócio preparados, fez com que Ramo Maceió fosse fechado, voltando à sua atividade meia década depois. Neste intervalo de tempo, algumas famílias conseguiram permanecer na crença, fazendo reuniões em sua própria casa e frequentando atividades no Recife. Depois do hiato de cinco anos, a Igreja SUD voltaria de forma definitiva para Alagoas. Dessa vez, ela se desenvolveria aqui de modo ininterrupto por longo tempo. Muito desse crescimento se deu pela “revelação” de 1978, anunciada pelo Presidente da Igreja, Spencer W. Kimball, a qual tornou acessível o sacerdócio para todos os homens “dignos”. Com essa nova orientação, o número de membros triplicou e outros ramos foram criados em cerca de dois anos, gerando uma nova configuração administrativa na Igreja. O que era conhecido inicialmente como Ramo Maceió, tornou-se Distrito Maceió 2 e, posteriormente, em janeiro de 1982, Estaca Maceió 3. Agora a Igreja não cessou de se expandir. No início de 1990, ela já havia se expandido para o oeste de Alagoas, chegando ao Agreste. Com o progresso da obra missionária na região, a cidade de Arapiraca viu ser construída sua capela mórmon quatro anos depois. No mesmo período Palmeira dos Índios foi alcançada pelos missionários, tendo obtido sucesso no proselitismo. Desde o estabelecimento dos mórmons em Alagoas, a Igreja construiu 16 capelas na capital alagoana e quatro no interior. Atualmente, em todo o Estado estão contados um pouco mais de 16.600 santos dos últimos dias, sendo quase 14.000 na capital. FICHA TÉCNICA COORDENADORIAS SETORIAIS

CAMPUS

Voluntários levam ajuda humanitária a Branquinha e Murici, 2010

Alessandra Marchioni Direito e cidade

A religião organizada nos EUA do início do século XIX encontrou entre os maceioenses certa resistência inicialmente, mas foi ganhando carisma e espaço no panorama religioso limitado de uma Maceió dos anos 1960. O trabalho missionário fundamentado no Novo Testamento se mostrou eficaz na evangelização e permanência de conversos, mesmo durante o período de ausência dos missionários, em que os hábitos e costumes do mormonismo permaneceram entre os membros da Igreja SUD. Após esse período, a religião se estabeleceu de forma definitiva no cenário alagoano. AJUDA HUMANTÁRIA A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tem a contínua responsabilidade de abrandar o sofrimento humano e promover a autossuficiência em todo o mundo. Ela apoia e desenvolve vários programas sociais com o intuito de melhorar a vida de centenas de milhares de famílias em que os recursos econômicos, naturais e sociais são escassos, e constituem óbice para a autossuficiência. Em agosto de 2000 foi organizado no Brasil o Mãos que Ajudam, um programa perpétuo de ajuda humanitária que movimenta milhares de mórmons e outros voluntários. O programa tem como parceiros empresas privadas, instituições religiosas, órgãos governamentais, veículos de comunicação e Organizações Não Governamentais (ONGs). Tais ações já favoreceram cerca de duzentas cidades e todas as capitais brasileiras. O programa realiza: amparo a asilos, creches, hospitais e orfanatos; reformas em escolas públicas; recuperação e limpeza de parques, praças e praias; L. Sávio de Almeida Coordenador de Campus

Carlos Lima Movimentos sociais

doação de sangue; bem como ajuda material e mão de obra voluntária em casos de calamidade pública e emergência. Desde 2000 o programa Mãos que Ajudam atua efetivamente em Alagoas seguindo os mesmos tipos de ações já citadas. O PROGRAMA MISSIONÁRIO O programa missionário da Igreja SUD é provavelmente uma de suas peculiaridades mais conhecidas. Em duplas do mesmo sexo, esses jovens são observados nas ruas de centenas de cidades pelo mundo, somando um contingente de mais de 70.000 rapazes e moças, entre 18 e 25 anos, espalhados em 422 missões. Atualmente existem 86 missionários servindo em Alagoas. Aos homens é dado o título de “Élder”; às mulheres, o título de “Síster”. Como o trabalho missionário é voluntário, eles custeiam a própria missão, não recebendo nenhuma renumeração por seus serviços. LIBERDADE RELIGIOSA A intolerância religiosa tem assolado várias partes do mundo, afligindo adeptos das mais variadas religiões. Viver princípios de crença tem sido pretexto para preconceitos, perseguições, ofensas e, em alguns casos, mortes. Em todo o Brasil, a Igreja SUD tem promovido uma série de eventos em prol da liberdade religiosa. A iniciativa tem oferecido devocionais com a participação de membros de outras religiões, numa tentativa de fortalecer o direito à liberdade religiosa, previsto no Artigo 5º da nossa Constituição Federal. Em Maceió, os líderes eclesiásticos SUD promovem esporadicamente atividades com o objetivo de fortalecer seus laços de amizade com

Melissa Mota Coordenador Editorial

Cícero Albuquerque Semiárido

Cícero Rodrigues Ilustração Eduardo Bastos Artes Plásticas

outras religiões, sociedade civil e com o poder público. GENEALOGIA A pesquisa dos antepassados é um dos mais populares passatempos no mundo. Não importa a nacionalidade ou religião, muitos apreciam descobrir suas origens. Porém, para os santos dos últimos dias, pesquisar a história da família tem significado ainda maior: eles acreditam que as famílias podem continuar unidas depois desta vida. À vista disso, dedicam-se ao estudo genealógico no intuito de fortalecer seus laços familiares. Desde 1894, os mórmons se esforçam para coletar e compartilhar registros genealógicos. Graças à cooperação de arquivos de governos, bibliotecas e igrejas, eles têm a maior coleção de registros de família do mundo, com dados referentes a nascimento, casamento e morte de mais de três bilhões de pessoas falecidas, disponíveis de forma gratuita para o público. O serviço é fornecido pelo FamilySearch5, organização sem fins lucrativos patrocinada pela Igreja. Em parceria com a Arquivo da Cúria Metropolitana de Maceió, o FamilySearch está digitalizando os livros dos batismos e casamentos realizados em Maceió desde o século XIX até a atualidade. O trabalho já tinha sido feito até meados da primeira metade do século XX. Agora, graças ao apoio do Arcebispo Dom Antônio Muniz, serão indexados e disponibilizados para todos de forma gratuita. O interessado por mais informações pode se dirigir a um dos Centro de História da Família espalhados pelas capelas mórmons em Maceió, Arapiraca e Palmeira dos Índios.

Jobson Pedrosa Diagramação Félix Baigon Música Popular

Iracema Ferro Edição e Revisão Amaro Hélio da Silva Índios


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