Revista Vidro Impresso Ed. 33

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Queremos ajudá-los a reduzir custos, oferecendo maior flexibilidade e uma logística mais eficiente. Sabemos que essa evolução deve continuar, ainda que de um jeito diferente do que foi no passado. E também queremos continuar a propor novos produtos, por acharmos que nossos clientes vão ter de mudar um pouco seu modelo de negócios. Nos últimos anos, assistimos a um crescimento fantástico no consumo do vidro, que não deve se manter nos próximos. Isso leva à necessidade de uma mudança de estratégia, focando menos no crescimento em toneladas e mais na diferenciação, com produtos mais complexos e inovadores. A AGC pode contribuir muito nesse sentido. Temos muitos produtos em nosso portfólio que só aguardam uma demanda do mercado para serem lançados. De que forma o lançamento dos vidros antibacterianos pode estimular o aumento do consumo do vidro? O Brasil ainda não tem um consumo alto de vidro em revestimento de parede, que apresenta um potencial de milhões de metros quadrados. Além de proporcionar um acabamento sofisticado, o vidro oferece facilidade de limpeza, higiene, design diferenciado do ambiente. O vidro antibactéria oferece uma solução ideal para o revestimento de superfícies em locais onde hoje nem sempre utilizamos vidros. É uma solução moderna e tecnológica que abre espaço para novas aplicações. O Brasil assiste a um fim de ano permeado por pessimismo no plano econômico. Como a AGC deve se portar diante desse cenário? A crise está aí. Não podemos negar que passamos por uma situação econômica difícil. Sabemos que nossos clientes já estão tomando medidas para reduzir custos e aumentar a eficiência, aspecto ao qual a cadeia vidreira talvez tenha dado a devida atenção, muito em razão do crescimento acelerado dos últimos anos. A prioridade era atender ao aumento da demanda. Agora temos que nos concentrar na eficiência. A desaceleração do crescimento gera uma oportunidade de criar um sistema produtivo mais eficaz. De nosso lado, além de focarmos em nossa fábrica, sabemos que muitas soluções podem vir de fora. Ou seja, mapear o crescimento, trazendo produtos mais complexos, pois oferecem grande potencial de crescimento. A demanda do mercado por produtos com maior valor agregado tem aumentado. A crise é também uma oportunidade para impulsionar uma mudança positiva na cadeia de valor do vidro,

com mais eficiência e diversificação. Tanto estamos conscientes da crise em curto e médio prazo, como confiamos no desenvolvimento futuro e no potencial da cadeia vidreira, que continuará a crescer por muitos anos ainda. De que forma os fabricantes de vidro têm sido particularmente afetados pela crise? Foi um ano difícil para todo mundo, e muito difícil para os fabricantes de vidro também. Tivemos um aumento importante dos nossos custos. Obviamente estamos atrelados aos custos envolvidos na produção do vidro e a maioria dos insumos mais pesados em termos de custos sofre um impacto direto do câmbio, como é o caso do gás. Além disso, muitas matérias primas importantes para a produção do float, do espelho e de produtos transformados, são importadas em dólar, pois ainda não temos uma cadeia produtiva estruturada internamente. Além de alguns produtos acabados que não são produzidos aqui. Paralelamente, tivemos que lidar com uma contração do mercado. Assim como todos os atores da base industrial, enfrentamos um ano muito complicado. Que avaliação faz do desempenho do mercado vidreiro neste último ano? O mercado vidreiro está acompanhando de perto a evolução econômica do Brasil. E aqui, assim como em outros países, o consumo do vidro está muito atrelado à evolução do PIB. Em alguns países, esse consumo chega a crescer mais do que o PIB. Como o PIB sofreu uma retração, o consumo do vidro acompanhou essa retração de forma muito consistente. Outro efeito relacionado à evolução cambial foi a redução das importações, que retardou parcialmente o efeito da queda da demanda, com a redução da importação do float e também do produto acabado, especialmente no início de 2015. Esse efeito compensou parcialmente a queda da demanda. Agora que a queda das importações chegou a um patamar bastante baixo, o que fica é a contração da demanda, que estamos observando claramente no momento atual. Qual a importância e o papel das operações da AGC no Brasil no contexto de sua atuação global? Entre as quatro regiões em que a AGC opera (Ásia, Europa, América do Sul e América do Norte), é na América do Sul que temos menor presença. Aqui, nossa história foi iniciada há exatos dois anos atrás, com a implantação de nossa primeira fábrica no Brasil. Trata-se

de um mercado ainda pequeno para a AGC, mas para o qual o grupo tem um olhar especial. Foi uma porta de entrada e um investimento importante, cuja evolução é acompanhada muito de perto pela AGC global. Temos aqui de uma região estratégica, com um potencial de crescimento importante em termos de mercado e na qual pretendemos continuar investindo e aumentando nossa participação. Em linhas gerais, qual tem sido a estratégia de atuação da AGC especificamente para o Brasil, desde sua chegada ao País? O Brasil é um mercado diferenciado na América do Sul. Nossa estratégia foi de entrar no mercado com muito respeito por nossos clientes, tentando trazer inovação e adquirir a confiança do mercado. Estamos muito satisfeitos, pois, com apenas dois anos de produção, conquistamos essa confiança, o que é uma grande honra para nós e que confirma que nossa estratégica foi acertada. Nos consolidamos como parceiros honestos e transparentes. Também pretendemos começar a olhar para os países vizinhos, iniciando uma estratégia de exportação, sempre considerando a situação atual de câmbio do Brasil. Quais os objetivos de negócio da AGC para o Brasil nos próximos anos? Nesta fase queremos dar ênfase a alguns produtos de nossa linha, como o Lacobel T, que estamos começando a produzir internamente. Além disso, pretendemos dar sequência aos lançamentos de produtos de valor agregado, como os antibacterianos. Pretendemos em breve começar a desenvolver outro mercado interessante, o dos vidros corta-fogo. Em termos de investimento, neste momento nosso foco é utilizar plenamente os recursos já aplicados, sem deixar de planejar o futuro. A AGC tem planos de expansão no mercado brasileiro, que devem acompanhar a evolução da cadeia vidreira e a situação econômica no País. Acreditamos muito no futuro do País e sabemos que o crescimento vai voltar. Quais os produtos da AGC fabricados no Brasil? Fabricamos float incolor, verde para aplicações arquitetônicas e automotivas, fumê, espelhos, o Lacobel, que é o vidro pintado, e Lacobel T, vidro pintado e temperado. Quanto aos novos produtos, por enquanto vamos continuar importando da Bélgica, pois primeiro precisamos desenvolver esses mercados, para então iniciarmos a produção local. www.vidroimpresso.com.br 


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