Roadmap Microtecnologia - Verso

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TRAJETÓRIAS PARA O FUTURO

SETORES PORTADORES DE FUTURO PARA O ESTADO DO PARANÁ

ROTAS ESTRATÉGICAS

MICROTECNOLOGIA

PARA O FUTURO DA

O Sistema FIEP está realizando os primeiros Roadmaps da indústria Paranaense. Mais uma iniciativa precursora na história industrial do Brasil.

Roadmapping da Microtecnologia 2015

ROTAS ESTRATÉGICAS PARA O FUTURO DA INDÚSTRIA PARANAENSE é o nome do projeto criado pelo Sistema FIEP em 2006 para traçar mapas dos caminhos a serem percorridos em direção a um futuro industrial sustentável para o Paraná. O projeto ROTAS ESTRATÉGICAS dá continuidade ao processo de reflexão prospectiva deflagrado pelo Sistema FIEP em 2005 centrado na questão fundamental “Que futuro vamos construir?” Esta pergunta orientou a identificação dos Setores Portadores de Futuro para o Estado do Paraná em um horizonte de 10 anos e ajudou a vislumbrar pistas de prosperidade para a indústria paranaense. Com perspectivas de futuro delineadas, um novo questionamento emergiu: “Como poderemos chegar lá”? Para responder a esta pergunta foi idealizado o projeto Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense, que tem por objetivo apontar caminhos de construção do futuro para cada um dos setores e áreas mais promissores para a indústria do Paraná no horizonte de 2015. O método de trabalho adotado é o Roadmapping que, com sua abordagem estruturada, faz interagir grupos de especialistas e induz, de forma compartilhada, a criação de visões prospectivas e a elaboração de conjuntos de ações encadeadas em um horizonte temporal de curto, médio e longo prazo. Os resultados desse trabalho são consolidados em Roadmaps, mapas sintéticos das trajetórias a serem trilhados até 2015. Os Roadmappings do projeto Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense foram concebidos para apoiar a formulação e a implementação de estratégias. Eles trazem também informações sobre tecnologias necessárias para permitir à indústria avançar em direção ao futuro desejado.

Realização

Cooperação Técnica

Apoio

Este projeto foi realizado com a cooperação técnica da Fundação OPTI da Espanha. Estudos econômicos e de tendências internacionais prepararam o terreno para a mobilização de formadores de opinião originários da indústria, governo, universidades e terceiro setor para responder à pergunta: Que futuro vamos construir? O resultado foi a identificação dos setores e áreas considerados, neste primeiro exercício, de alto potencial para a indústria do Paraná e para cada uma das regiões trabalhadas. Os setores de energia, indústria agroalimentar e a biotecnologia aplicada às indústrias agrícola, florestal e animal foram priorizados em todas as regiões e se configuram assim em setores estratégicos comuns para todo o Paraná. As especificidades regionais apareceram de forma significativa e apontam oportunidades de desenvolvimento que precisam ser potencializadas nos setores de papel, metal-mecânico, plástico, turismo, produtos de consumo, saúde e microtecnologia. O processo de identificação de setores de futuro é dinâmico e os exercícios prospectivos precisam ser refeitos periodicamente para divisar novas possibilidades.

Turismo Microtecnologias

Produtos de Consumo Saúde

BIOTECNOLOGIA ENERGIA

Microtecnologias Saúde

Produtos de Consumo Microtecnologias

Os trabalhos participativos do Roadmapping foram conduzidos no formato de painéis de especialistas. Os especialistas dos painéis foram selecionados por seu perfil profissional, prática industrial, conhecimento técnico, relevância de sua pesquisa científica, ação empreendedora, capacidade de pensar o futuro do setor estudado e disponibilidade pessoal. Onde estamos? De acordo com os especialistas, as principais atuações na indústria da microtecnologia fazem referência à incorporação de microsistemas nos produtos desenvolvidos para diversos setores da economia paranaense. Podem ser citados como exemplo: Tecnologias de Informação e Comunicação; Automação; Saúde, Biotecnologia; Instrumentação e Robótica.

Competitividade em microtecnologia: componentes eletrônicos e sistemas integrados A indústria da microtecnologia é composta por empresas cuja atividade principal consiste em desenvolvimento, fabricação ou incorporação de microtecnologias para produtos e processos produtivos.

A formação de recursos humanos para a área é um desafio importante e demanda transformações na educação básica. A vinculação da pesquisa desenvolvida nas universidades e centros de P&D com as necessidades das indústrias paranaenses ainda é incipiente. Observa-se que o fortalecimento dessa vinculação pode potencializar a capacidade de desenvolvimento de produto próprio que atualmente, dentro da área de Microtecnologia, é baixa. A capacidade de desenvolvimento de produto próprio é limitada pelo nível tecnológico das empresas e pela capacidade de investimento.

Os indicadores apresentam-na como uma indústria em expansão e a análise das tendências à microtecnologia aponta um futuro promissor. A microtecnologia tem grande poder de impacto em todos os setores industriais e se configura como um novo e amplo mercado de trabalho.

A oferta da capacidade produtiva hoje existente está basicamente orientada para os setores de Tecnologia da Informação, Logística, Automobilístico, Telemedicina e toda cadeia produtiva agroalimentar.

Papel Metal-mecânico e Plásticos

Turismo

O recorte adotado para o Roadmapping de Microtecnologia foi baseado na Classificação Nacional de Atividades Econômicas do IBGE e se concentrou nas divisões 30, 31, 32 e 33, Fabricação de máquinas e equipamentos de informática, Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, Fabricação de material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de telecomunicações, Fabricação de equipamentos de instrumentação médico hospitalares, instrumentos de precisão e ópticos, equipamentos para automação industrial, cronômetros e relógios.

Para desenvolver esta área no Paraná são necessários, segundo os especialistas, avanços consistentes e simultâneos em dois campos: criação de bases sólidas de pesquisa e desenvolvimento casadas com as demandas industriais em microtecnologias e articulação de uma nova política de inovação tecnológica para facilitar a assimilação das microtecnologias pelas empresas do Estado.

Para onde queremos ir? O painel de especialistas elaborou e validou um conjunto de três visões complementares que compõem o cenário desejado de uma indústria de microtecnologia competitiva e inovadora no Estado do Paraná.

A visão de competitividade em microtecnologia para a indústria paranaense, proposta pelo painel de especialistas, tem foco em componentes eletrônicos e sistemas integrados.

O que impede este futuro? Os participantes construíram um entendimento compartilhado sobre o que pode impedir o desenvolvimento desejado. Nesta etapa foram identificados os fatores que são críticos para o sucesso na concretização dessas visões. Visão 1 P&D, Tecnologia e Inovação Políticas Públicas Articulação entre Atores Recursos Humanos

Visão 2 Políticas Públicas Recursos Humanos Demanda em P&D, Tecnologia e Inovação Articulação entre Atores Visão 3 Políticas Públicas Articulação entre Atores Recursos Humanos P&D, Tecnologia e Inovação em Produtos

INDÚSTRIA AGROALIMENTAR

Visão 1

O maior desafio do futuro é o presente.

Visão 2

INDÚSTRIA PARANAENSE

O Sistema FIEP, em uma iniciativa sem precedentes, lançou, em 2005 o projeto Setores Portadores de Futuro para o Estado do Paraná, com o objetivo de analisar o futuro da indústria paranaense e identificar os setores de atividade e as áreas estratégicas de desenvolvimento que situem o Paraná em posição competitiva em âmbito nacional e internacional.

Competência em microtecnologias de suporte para convergência NBIC A convergência NBIC se refere à convergência de conhecimentos científicos e sistemas tecnológicos associando nanotecnologias (teorias e técnicas de produção e manipulação de objetos no nível atômico e molecular), biotecnologias (métodos e técnicas que usam organismos vivos como ferramentas), infotecnologias (tecnologias da informação) e cognotecnologias (tecnologias aplicadas no domínio da cognição) visando ao alcance de um objetivo compartilhado. Por sua interdisciplinaridade, a convergência NBIC tem múltiplas aplicações e de um ponto de vista macroeconômico ela é considerada a próxima revolução industrial. O desenvolvimento de produtos com atributos da convergência NBIC passa pela microtecnologia. Atualmente, o mundo conta com um número reduzido de pólos que desenvolvem competências em microtecnologias para aplicações específicas.

As Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense são verdadeiros mapas do caminho. Sinalizam tendências internacionais. Sinalizam futuros sustentáveis. Sinalizam mudanças e, conseqüentemente, novas necessidades e oportunidades do setor industrial.

Realização As Rotas Estratégicas estão sendo realizadas pelo Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia do Senai/PR graças a uma parceria entre SESI e SENAI do Paraná. O projeto conta com o apoio do SENAI Departamento Nacional.

Cooperação técnica Internacional O projeto Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense conta com a colaboração técnica da Fundação OPTI, da Espanha, que é referência em prospectiva tecnológica industrial na Europa. Com sede em Madrid, a Fundação OPTI é uma entidade sem fins lucrativos que está sob tutela do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo da Espanha, tendo realizado mais de 45 estudos prospectivos setoriais para Europa e América Latina. A qualidade dos trabalhos e seu foco no setor industrial fazem da Fundação OPTI uma parceira estratégica para o Sistema FIEP.

A metodologia de elaboração das Rotas Estratégicas foi estruturada a partir do método Roadmapping e desenhada em parceria com a Fundação OPTI da Espanha. A primeira etapa de trabalho foi dedicada à realização de estudos preparatórios. No Paraná, foram realizadas análises econômicas e levantamento de indicadores científicos e tecnológicos para cada um dos setores a serem mapeados. Na Espanha, a Fundação OPTI, amparada pela sua larga experiência internacional e pelos panoramas setoriais enviados pelo Observatório SENAI/PR, fez um inventário das tendências tecnológicas de impacto nos setores selecionados para os primeiros Roadmappings da indústria paranaense. As reuniões participativas foram organizadas no formato de “painel de especialistas”. Ao todo foram realizadas 10 jornadas de reflexão-ação e mobilizados aproximadamente 120 especialistas das áreas trabalhadas. Os especialistas foram selecionados por sua experiência prática industrial, seu conhecimento técnico, relevância de sua pesquisa científica, ação empreendedora ou capacidade de pensar o futuro do setor estudado. Os estudos preparatórios foram enviados aos participantes como subsídio de informações para os painéis. A dinâmica de trabalho foi desenvolvida em dois encontros para cada setor. O primeiro painel tinha foco no exame da situação atual, no estabelecimento de objetivos para 2015, e em função destes, na identificação de desafios. O segundo painel se concentrou na priorização de fatores críticos de sucesso e proposição de ações a serem desenvolvidas até 2015 para alcançar as visões de futuro definidas pelos grupos. A sistematização final de todos os materiais gerados durante o processo de Roadmapping foi feita pela equipe do Observatório SENAI. As informações consolidadas foram enviadas aos participantes dos pinéis para validação e sugestões e deram origem a relatórios técnicos. Cada Roadmapping, processo coletivo de construção de visões e proposição de ações, gerou um Roadmap, mapa do caminho a ser seguido, e um relatório técnico.

Todos os produtos do Observatório de Prospecção e Difusão de tecnologia do SENAI Paraná podem ser consultados no site www.fiepr.org.br/observatorios ou solicitados por meio do endereço observatoriosenai@fiepr.org.br.

ROADMAPPING O termo Roadmapping designa um método de construção de perspectivas de futuro que permite elaborar Roadmaps, ou seja, mapas com trajetórias e encaminhamentos coordenados e encadeados no tempo e no espaço. Os Roadmaps fornecem um quadro para pensar o futuro. São representações gráficas simplificadas que permitem comunicar e compartilhar de forma eficaz uma intenção estratégica com vistas a mobilizar, alinhar e coordenar esforços das partes envolvidas para atender a um ou a vários objetivos. Eles estruturam a planificação estratégica e o desenvolvimento, a exploração de caminhos de crescimento e o acompanhamento das ações que permitem chegar aos objetivos. Criado pela indústria automotiva americana e difundido nos anos 70 e 80, o método era inicialmente utilizado apenas por empresas e tinha um enfoque tecnológico. Com o passar do tempo, o Roadmapping começou a ser utilizado por um número crescente de organizações industriais, científicas ou governamentais, pois pode ser adaptado a contextos distintos, gerando Roadmaps setoriais, temáticos ou regionais. Atualmente, além dos tecnológicos, encontramos referências de Roadmaps para produtos, políticas, cadeia de fornecedores, inovação, estratégias, competências, entre outros.

TECNOLOGIAS-CHAVE Além de todas as ações associadas a cada uma das três visões de futuro vislumbradas para o desenvolvimento da indústria de Microtecnologia no Estado do Paraná, faz-se necessária a incorporação de tecnologias avançadas relacionadas, principalmente, a produtos e aplicações biomédicas avançadas, segurança e gestão de mercadorias, dispositivos móveis, e armazenamento e transferência de dados e aplicações inteligentes. !Produtos e Aplicações Biomédicas Avançadas: !Lab on a chip – Análise ambulatorial mediante uso de chips. !Interface neurônio-microeletrônica – implantes de microssistemas em órgãos do corpo. !Monitoramento em tempo real – mediante a implantação de microssensores. !Microinstrumentação cirúrgica. !Microssistemas óticos. !Sensores de pressão.

Segurança e Gestão de Mercadorias: !Etiquetas inteligentes e microssensores em embalagens – monitoramento de alimentos. !Microcircuitos e microssensores – identificação, controle e pagamento de bens de consumo em lojas

de departamento. !Microetiquetas identificadoras – gestão de frotas, mercadorias, equipamentos e viajantes.

!No biênio 2006-2007, primeira fase do projeto, foram realizados Roadmappings para: !Indústria Agroalimentar !Indústria de Produtos de Consumo (Couro e artefatos; Têxtil e confecção; Madeira e móveis;

e Cerâmica) !Indústria de Microtecnologia !Biotecnologia aplicada à indústria Agrícola e Florestal !Biotecnologia aplicada à indústria Animal (Avicultura; Suinocultura; Bovinocultura; e Piscicultura)

!No biênio 2007-2008, segunda fase do projeto, estão previstos Roadmappings para os setores de: !Papel !Metal-mecânico !Plástico !Turismo !Saúde

A visão de futuro de uma indústria paranaense competente no desenvolvimento de microtecnologias de suporte para convergência NBIC tem por objetivo se beneficiar da dinâmica que será gerada por essa nova onda tecnológica. As características do fenômeno da globalização fazem com que seja possível entrar neste circuito a partir da criação de atrativos em termos de pesquisa aplicada, formação de alto nível e valorização industrial.

Dispositivos Móveis: !Microcomponentes – baseados em microfreqüência que diminuam o peso e volume dos telefones móveis (celulares). !Micropilhas de combustível – aumento da densidade energética em até 10 vezes superior à atual e realizar a recarga de forma instantânea. Armazenamento e Transferência de dados e aplicações inteligentes: !Redes de fibra ótica que usam componentes optoeletrônicos baseados em Microespelhos – comunicações

mediante multiplexação por longitude de onda. !Cabeçotes de leitura e escrita de dados. !Produtos inteligentes mediante a incorporação de sensores (luz, temperatura, umidade, odor, entre outros). !Desenvolvimento de novos materiais. !Materiais inteligentes nanoestruturados que respondam a estímulos externos.

Tecnologias-chave são aquelas que precisam ser de domínio da indústria para garantia de sua competitividade. Pode tratar-se tanto de tecnologias já existentes, bem estabelecidas e que continuam se desenvolvendo, quanto de tecnologias emergentes, com possibilidade de industrialização em um horizonte de 10 anos.

Inovação em produtos e processos para Biomedicina A biomedicina é o setor de aplicação das microtecnologias que apresentou maior crescimento, em todo mundo, nos últimos anos. Os avanços previstos nessa área permitirão diagnosticar, prevenir e tratar os problemas de saúde de forma cada vez mais rápida, eficiente e com o mínimo de sofrimento do paciente. Diversos estudos prospectivos foram realizados na Europa e nos Estados Unidos para a área de microtecnologia, e todos eles apontam que as microtecnologias permitirão, antes de 2015, o implante de microssensores no corpo humano para controle em tempo real do estado de saúde das pessoas. A Visão “Inovação em produtos e processos para Biomedicina” tem como base uma forte tendência da sociedade em investir em saúde, entre outros, em decorrência de uma maior longevidade das populações e do interesse crescente de desfrutar este acréscimo de vida em melhores condições de saúde. Este mercado é altamente promissor e abre um amplo campo de desenvolvimento em microtecnologia. Para aproveitar esta oportunidade, a indústria paranaense deverá envidar esforços em pesquisa, desenvolvimento e inovação, e se alinhar com a indústria mundial de microtecnologia aplicada à Biomedicina.

Visão 3

CONSTRUÇÃO DAS ROTAS ESTRATÉGICAS

O Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia do SENAI/PR e a Fundação OPTI, em complemento às ações, identificaram tecnologias correlacionadas, que devem ser desenvolvidas ou incorporadas ao longo dos anos para que as Visões possam ser alcançadas com sucesso.


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