FORA DA SOMBRA - JULIANO VIEIRA DE ARAUJO

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São Paulo, 2023

Fora da sombra

Copyright © 2023 by Juliano Vieira de Araujo

Copyright © 2023 by Novo Século Editora Ltda.

EDitor: Luiz Vasconcelos

GErEntE EDitorial: Letícia Teófilo

ProDução EDitorial: Érica Borges Correa e Marianna Cortez

PrEParação: Diego Franco Gonçales

rEvisão: Paola Sabbag Caputo

DiaGramação E ProjEto GráfiCo: Manoela Dourado

CaPa: Raul Vilela

ComPosição DE CaPa: Ian Laurindo

Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 1o de janeiro de 2009.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Angélica Ilacqua CRB-8/7057

Araujo, Juliano Vieira de Fora da sombra / Juliano Vieira de Araujo. -- Barueri, SP : Novo Século Editora, 2023. 208 p.

ISBN 978-65-5724-084-7

23-2502

CDD B869.3

Índice para catálogo sistemático:

1. Ficção cristã brasileira

GRUPO NOVO SÉCULO

Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11o andar – Conjunto 1111

CEP 06455‑000 – Alphaville Industrial, Barueri – SP – Brasil

Tel.: (11) 3699‑7107 | E‑mail: atendimento@gruponovoseculo.com.br

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uma marca do Grupo Novo Século
1. Ficção cristã brasileira 2. Ficção utópica 3. Religião I. Título

SUMÁRIO

Capítulo I. A ALIANÇA, 7

Capítulo II. A NOVA ORDEM, 13

Capítulo III. O SEQUESTRO, 27

Capítulo IV. O ATENTADO, 39

Capítulo V. ZELOTES, 47

Capítulo VI. O DONO DO MUNDO, 57

Capítulo VII. A PALESTRA, 69

Capítulo VIII. A LEI, 77

Capítulo IX. NOVAS DESCOBERTAS, 85

Capítulo X. ECLESIASTES, 99

Capítulo XI. RESPOSTAS, 107

Capítulo XII. EVANGELHO, 115

Capítulo XIII. A REUNIÃO, 129

Capítulo XIV. O PLANO, 137

Capítulo XV. MISSIONÁRIO, 141

Capítulo XVI. O ENCONTRO, 149

Capítulo XVII. VINGANÇA, 163

Capítulo XVIII. A FUGA, 177

Capítulo XIX. ACERTO DE CONTAS, 185

Capítulo XX. JUSTIÇA, 195

Capítulo XXI. FORA DA SOMBRA, 201

COMENTÁRIO SOBRE A OBRA, 205

CAPÍTULO I A ALIANÇA

ANO 2098 – COMPLEXO PENITENCIÁRIO LUNAR

Em uma cela individual no Setor 7 da prisão lunar, Paulo Pinheiro está deitado na cama, lendo a Bíblia concentrado, quando escuta fortes batidas na porta:

– Está na hora! – avisa o guarda Vasquez.

Paulo então se levanta, fecha a Bíblia e aguarda, enquanto Vasquez autoriza a abertura da porta junto à central de controle. Ao sair da cela, Paulo se depara com um androide de segurança: uma máquina projetada para a contenção de detentos e manutenção de ordem na prisão, programado para resolver qualquer problema de forma rápida, agressiva e mortal. Ele permanece ao lado do guarda, imponente.

Os dois humanos e a máquina seguem devagar pelo corredor estreito e bem iluminado, sempre ajustados à gravidade artificial operante no complexo lunar. Após alguns minutos, Paulo passa em frente à cela de Jacob Seber, e o rabino lhe diz com serenidade:

– Força, Paulo! Não se esqueça de seu verdadeiro propósito: conforte a todos! Deus está no comando, sempre!

Paulo fica comovido com as palavras do amigo. Ele é escoltado até o outro lado do complexo e, ao se aproximar da ala feminina, avista Samira Cristina. De imediato e em silêncio, os dois cúmplices se correspondem com um olhar carinhoso.

Por fim, o prisioneiro é conduzido até uma grande sala, completamente isolada dos outros setores da prisão lunar. Naquele

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local, é possível pressentir uma atmosfera de terror que pesa o ambiente por completo.

Na enorme sala, separados apenas por uma grossa parede de vidro, vinte e quatro presos, em sua maioria oriundos de países da América Latina, estão alinhados e imobilizados em cadeiras fixas, separados em fileiras. O ambiente é tenso e todos os presos estão agitados. Em uma cabine de vidro no ponto mais elevado da sala, está o diretor da prisão, Lee Woo, mais conhecido como o Senhor Morte, sempre acompanhado de seu androide de segurança pessoal de última geração.

Do alto da cabine, Lee se dirige a Paulo com um olhar sarcástico, liga o microfone e dá início ao ritual de execução:

Vamos logo com isso. Não tenho tempo a perder!

Logo, Paulo, que é tido como o mais estimado orador cristão da prisão, se concentra e, inspirado, entoa um louvor:

– Deus é tão bom, Deus é tão bom, é tão bom para mim. Cristo é real, Cristo é real, é real para mim. Ele voltará, ele voltará, voltará para mim...

De uma forma inesperada, os presos vão se acalmando, e o silêncio toma conta do ambiente. Então, Paulo enfatiza:

– O Senhor é a minha luz e a minha salvação, de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida, a quem temerei?

Em nós e por nós mesmos, não temos bondade ou ato de justiça que tenhamos praticado, que nos faça aceitáveis ao Senhor. Nós somos meros pecadores! Mas o Senhor, em seu infinito amor e misericórdia, providenciou o nosso resgate: entregando o seu próprio Filho para assumir a nossa culpa na cruz! Ele morreu absolvendo os nossos pecados e ressuscitou. Ele nos perdoou e nos purificou para nos dar uma nova vida, repleta de paz! Eu não sou capaz de entender plenamente o motivo do sofrimento e da dor. Afinal, todos nós somos apenas humanos, aprisionados em nossa visão limitada, e eu não tenho justificativa ou explicação

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para desvendar tantos mistérios. Porém, posso afirmar que tudo que acontece em nossas vidas serve a um propósito maior. E a vida não termina aqui. Pelo contrário, para todos aqueles que aceitam Cristo Jesus como Salvador e Filho de Deus, ela é eterna, porque Ele nos aguarda em seu reino.

Nesse momento, um dos presos confessa:

– Eu sou um criminoso! Eu reconheço o mal que pratiquei a tantas pessoas, e nunca me esqueci de nenhuma delas. Eu me tornei uma péssima pessoa, e o mal me consome em todos os dias da minha vida. Peço perdão a Deus e a todos a quem prejudiquei. E, do fundo do meu coração, me arrependo de todos os meus erros e pecados.

Então, uma condenada clama:

– Eu nem sei por que estou presa. Eu não fiz nada tão grave para permanecer nesse lugar. Mas, agora que o meu fim está próximo, só posso pedir a Deus por misericórdia, e que Ele me receba ao seu lado, junto a Jesus. Eu oro pela minha salvação e por todos que estão aqui!

Um dos condenados grita de forma estridente:

– Calem a boca, todos vocês! Seu pastor de araque! Nós vamos morrer e você fica falando de vida eterna? Não venha com essa baboseira para cima de mim!

Em seguida, outro condenado grita:

– Se Jesus é meu Salvador, peça para Ele me tirar daqui! Senão, Ele não me serve para nada!

Uma onda de desespero e raiva toma conta do ambiente. Alguns presos estão descontrolados, gritando e esbravejando. Um deles profere palavras sem sentido, enquanto outros choram e gritam em pânico. Então, o diretor Lee encara Paulo com satisfação, celebrando em silêncio aquele horror.

Ao checar o relógio, o guarda Vasquez acena para o diretor Lee, avisando que o tempo previsto para a execução está encerrado. Lee aciona o microfone e com satisfação sentencia:

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Conforme julgamento da corte internacional de combate ao terrorismo, e cumprindo a sentença proferida, dou início à execução da pena de morte de todos os condenados presentes.

De imediato, do alto de sua cabine, o Senhor Morte aperta um botão vermelho no painel de comando. Em uma fração de segundo, um forte clarão toma conta do local, emitindo uma poderosa descarga eletromagnética. Quando o clarão se dissipa, restam apenas vinte e quatro montes de pó, alinhados e separados em fileiras.

Naquela noite, no refeitório comunitário da prisão, mesmo na companhia dos amigos, Paulo não consegue disfarçar a tristeza. Discreta, sempre atenta à vigilância do local, Samira segura a mão de Paulo e diz com carinho:

– Você fez o melhor que podia: deu esperança a eles.

Mesmo assim, ele se lamenta:

Eu sei, mas jamais vou esquecer aqueles rostos. Depois de tudo terminar, ainda foi horrível ver a satisfação no olhar de Lee. Eu não sei quanto tempo mais consigo aguentar essa loucura!

Foi quando Paulo, percebendo que Jacob estava alheio à conversa, desabafou:

– Você não ouviu uma palavra do que eu disse!

Desculpe, meu amigo. Eu me solidarizo com todas as pessoas que morreram hoje. Já orei por elas e continuo orando por todas as vítimas que foram executadas antes. Mas, no momento, a minha preocupação é outra!

Um dos guardas se aproxima da mesa dos prisioneiros e todos se calam. Logo, ele se afasta e retoma a sua ronda habitual pelos corredores do refeitório. Com cautela, Jacob abre uma das mãos e mostra um dispositivo camuflado sobre a palma.

– O que é isso? – Samira pergunta com curiosidade.

Jacob coloca a outra mão sobre a própria boca, para evitar a detecção das expressões labiais e sussurra:

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Isso, minha cara, é nosso passaporte para sair desse inferno! Nos próximos dias, nesse mesmo horário, vamos conversar sobre o nosso plano de fuga. Se tudo funcionar conforme o planejado, e se for o desejo de Yahweh, nós sairemos daqui antes do dia da nossa execução.

Paulo e Samira se entreolham, confiantes, dando vazão a um sentimento de esperança. Nesse momento soa um alarme, avisando os prisioneiros que o horário de refeição está encerrado. Antes de sair do refeitório, Paulo contempla pela janela a visão da Terra. A imponente imagem do planeta azul flutuando no universo é linda, e ele se recorda do tempo em que era apenas um simples policial sem desconfiar das surpresas e armadilhas que o destino lhe reservava.

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Compartilhando propósitos e conectando pessoas

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Edição: 1ª

Fonte: Lora

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