Nova Pauta 2022

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Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da UniSecal

Ponta Grossa, 2022-1

MEIO AMBIENTE

Contaminação no Lago de Olarias, o que os olhos não veem, o nariz sente Um dos mais novos parques de Ponta Grossa, o Lago de Olarias (foto), é agraciado por sua beleza, mas ainda peca na falta de qualidade ambiental, causando um cheiro forte de decomposição. Crédito: Maria E.Malucelli

CULTURA

POLÍTICA

Ameaçados pelo digital, sebos investem em vendas on-line

Voto feminino tem poder decisivo nas eleições do município

A concorrência com livrarias de projeção nacional, a facilidade de acesso a livros digitais e a baixa adesão a leitura entre os brasileiros.

Mulheres representam maioria do eleitorado ponta-grossense. Política 5

Cultura 18

ENTRETENIMENTO

ENTRETENIMENTO

Como se divertir em Ponta Grossa com R$ 50 no final de semana Ponta Grossa tem vários locais para se divertir aos finais de semana, com pouco dinheiro. Confira algumas dicas e opções de lazer na nossa cidade. Entretenimento 15

Oscar busca maior diversidade nas premiações Após receber duras críticas com o chamado “Oscar’s so White”, Academia tem tentado diversificar seus membros e indicados. Ao chegar próximo ao lago, já se avista uma placa sobre probição de nadar no local.

Entretenimento 20

CULTURA

SAÚDE

TECNOLOGIA

SAÚDE

TECNOLOGIA

Eventos voltam a Ponta Grossa após pandemia

Síndrome de Burnout atinge trabalhadores do mundo todo

Pix ainda gera desconfiança nos brasileiros

Ponta Grossa: cidade das farmácias

População brasileira passa em média 3h42 na internet

Com a volta 100% de todas as programações de entretenimento no Brasil, a cidade de Ponta Grossa não poderia ficar de fora.

Considerada por muitos um problema nascido com a pandemia , o Burnout é uma doença antiga ligada diretamente ao trabalho.

Lançado em novembro de 2020, o Pix é um sistema de pagamento digital criado pelo Banco Central que se tornou um fenômeno.

Cultura 16

Saúde 13

Tecnologia 9

Apesar de ser a quarta cidade mais populosa do Paraná, Ponta Grossa perde em número de farmácias por habitantes. Saúde 14

Segundo pequisadores brasileros só perdem para os filipenses com 4h15 e para os colombianos que passam em média 3h45 Tecnologia 11


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OPINIÃO

Ponta Grossa, 2022-1

Novos começos

N

o período de pandemia vimos inúmeras coisas acontecerem. Muitas mortes por conta do covid-19, alta na inflação levando o preço dos combustíveis e alimentos às alturas, e quando tudo parecia voltar a normalidade, um conflito entre dois grandes países, Rússia e Ucrânia, foram instaurados. Neste contexto analisamos que o Jornalismo nunca parou, mesmo quando muitos se isolaram ou se refugiaram, estávamos lá, cobrindo tudo e fazendo valer da nossa missão. Depois de dois anos com aulas a distância, retornamos. Foram meses de incerteza, mudança de mente e vida, e claro, de novos começos. O Jornal Nova Pauta é tradição no curso de Jornalismo da Unisecal. E nada melhor que agora, com o retorno das aulas presenciais, podermos apresentar a vocês um conteúdo dinâmico, compacto e preciso. Tudo isso no papel. Os anos podem ter passado, e o avanço da tecnologia ter permitido a entrada de novos meios de comunicação, mas nada substitui o jornal impresso. Jornal este que leva a notícia à pessoas dos mais distintos meios sociais, com a mesma característica de sempre, pautado na veracidade dos fatos. Aqui falamos com liberdade e responsabilidade sobre variados assuntos. Saúde, tecnologia, política, meio ambiente, cultura e entretenimento. São diversos temas reportados por diferentes acadêmicos, mas com um único objetivo, trazer a informação com credibilidade. Por João Maciel, editor-chefe Nova Pauta

EXPEDIENTE NOVA PAUTA - Jornal Laboratório do curso de Jornalismo da UniSecal - 2022 Professores- Helton Costa e Ligiane Malfatti Reportagem, fotos, textos e diagramação - Alan Cristian, Ana Julia Rodrigues, Bianca Haile, Eduardo Vaz, Elisangela de Quadros, Elizangela Schimidt, Fabrizio Reusing, Gabriel Cabral, Gabriel Ramos, Gabriel Ribeiro, Izabele Antunes, Jeniffer Case, João Maciel, Júlio César, Kamila Ferreira, Leticia Antunes, Luana Abrantes, Lucas Franco, Lucas Veloso, Maria Malu celli, Maryellen Ferreira, Mayara Pontes, Maysa Vitória, Milena Batista, Nicola Francisco, Raissa Galvão, Renato PItela, Sirley Silveira, Vinicius Machado, Willian Koziel, Yago Almeida

SAUDOSA BIBLIOTECA Ainda lembro o tempo em que frequentei os bancos escolares. A tecnologia ainda não estava ao nosso favor. Pesquisas para trabalho ainda eram feitas pelo bom e velho método de ir à biblioteca, pesquisar em qual livro estaria o tema a ser trabalhado e somente depois disso, começar o trabalho de ler e resumir o conteúdo. Mais tarde, com a chegada da internet, a aventura aumentou, as pesquisas puderam ser feitas de casa. O computador era gigan te comparado aos que temos hoje em dia, a velocidade da internet nem se fala. Os custos eram altos, pois utilizavam os pulsos da linha telefônica para fazer a navegação. Com isso, a velocidade era baixa e o telefone ficava sempre com o sinal ocupado. Para que esse custo fosse mais baixo, usávamos a internet entre a meia-noite e seis da manhã, quando era usado apenas um pulso, ou aguardávamos pelo fim de semana quando, salvo engano, após as 12h de sábado até às seis horas da manhã de segunda, o custo era de apenas um pulso. E ‘ai’ daquele que ousasse tirar o telefone do gancho, pois a internet ‘caía’ e os downloads, que demoravam uma ‘era’ eram perdidos. Hoje, a tecnologia está ao lado de todos. Computadores mais potentes, internet mais veloz que permite pesquisar, ouvir música, jogar, estudar e até viajar sem sair do lugar. Porém, podemos constatar uma questão contraditória: quanto mais acessível e tecnologia, que facilita tudo o acesso para os jovens, mais acomodados parecem ficar. É a famosa turma do ‘control+c, Control+v’. Tudo se copia e nada se aprende. Se antes, para ‘copiar e colar’ eu necessariamente precisava ler, hoje, em questão de minutos, temos um ‘trabalho pronto’. Esta é uma questão preocupante. Quando começo a ler comentários de posts aleatórios nas redes sociais, chega a me bater um certo desespero ao deparar com uma inundação de erros que variam desde digitação até concordâncias, ausência de pontuação e inúmeros outros. Quero encerrar por aqui deixando um apelo aos jovens: usem e abusem da tecnologia, porém a usem com consciência, com o desejo infinito de aprender. Essa ferramenta é uma enorme aliada para o crescimento, mas não deixem de lado o bom e velho hábito de ler. Leia livros, revistas, jornais, quadrinhos, mas leiam. Aliem a leitura e a internet e com toda certeza vocês terão o mundo em suas mãos. Julio Cesar FreePik


MEIO AMBIENTE

Ponta Grossa, 2022-1 Ponta Grossa, 2022-1

Contaminação do Lago de Olarias parece estar esquecida

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Ao chegar próximo ao lago, já se avista uma placa alertando os visitantes sobre a proibição de se na dar nele, pois, se trata de um lago somente contemplativo.

Crédito: Reprodução

Maria E. Malucelli Muito se falou na falta de qualidade da água no Lago de Olarias quando o mesmo estava para ser inaugurado em meados de 2019 e início de 2020, porém, hoje em dia, parece que todos convivem em harmonia com a paisagem onde os olhos não veem, mas o nariz sente. Ao chegar próximo do lago, já se avista uma placa atentando os visitantes sobre a proibição de se nadar nele, pois, se trata de um lago somente contemplativo. O fato de servir para contemplação não é apenas para manter a estética elitista, mas sim porque a água é completamente im própria para pesca, mergulhos ou qualquer tipo de consumo que não seja o visual.

Segundo a página não-oficial do Lago de Olarias que leva o nome do mesmo, a causa do mau cheiro se intensifica com o calor por conta da quantidade de plantas aquáticas invasoras que se proliferam em grande quantidade no local, causando um forte cheiro de decomposição e acarretando na proliferação de insetos. A página é de apelo popular, onde se publicam notícias acerca do lago, funcionando como um banco de dados do ponto de lazer e onde os visitantes deixam seus comentários a respeito do mau cheiro vindo do lago como nos exemplos ao lado: Como se não bastasse a decomposição e os insetos, logo que o lago virou assunto em meados de 2018, o Grupo de Educação e Química Ambien-

tal da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) sob a coordenação das professoras Elizabeth Weinhardt de Oliveira Scheffer e Patrícia de Los Weinert, que realizaram uma pesquisa para verificar a qualidade da água no ponto que se tornaria uma das maiores áreas dedicadas ao lazer e esportes de toda a cidade. A pesquisa tinha como base a comparação de classificação que vai de 1 até 4, onde a classe 1 é apropriada para contato direto e a 4 é um estado impossível de convivência. Foi revelado que a água se situava na classe 3 e 4 em diferentes pontos do lago, tornando inconcebível a existência de lazer dentro da área. Para mais detalhes, acesse o artigo Nosso Lago de Olarias, publicado pela professora Elizabeth disponível em: https://dcmais.com.br/ponCrédito: Maria E.Malucelli

Foi revelado que a água se situava na classe 3 e 4 em diferentes pontos do lago, tornando inconcebível a existência de lazer dentro da área.

O secretário afirmou não poder fornecer essas informações ta-grossa/artigo-o-nosso-la go-de-olarias/ Atualmente, a construção do segundo lago está em andamento. Até então, não foram divulgadas mais pesquisas a respeito da qualidade da água do primeiro lago, tanto por parte da UEPG, quanto da prefeitura. Foi tentado o contato com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, onde o responsável André Luis Pitela afirmou que até a data do fechamento desta matéria, traria informações a respeito de questionamentos sobre novos estudos referentes a qualidade da água no Lagode Olarias e medidas a serem tomadas com a finalidade de garantir a qualidade da água no lago, porém na data limite, o secretário afirmou apenas não poder fornecer essas informações por conta da correria de seu dia. A assessoria não deu retorno algum.


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MEIO AMBIENTE

Animais estão ameaçados de extinção nos Campos Gerais Estudos apontam que os fatores como aquecimento global, fragmentação e ocupação humana ajudam no processo de extinção das espécies mais conhecidas dos Campos Gerais. Alan Cristian De acordo com o biólogo Roberto Artoni, os grupos que correm maior risco são conhecidos por possuírem comportamentos restritos, como habitar locais específicos (Endêmicos), e por muitas vezes terem seus ciclos de alimentação dependentes de alguns animais ou plantas exclusivas. Se tais vegetações e faunas entrarem em falta na natureza, os impactos serão drásticos diante das alterações encontradas no meio ambiente. Habitats e Espécies em apuros Os lambaris das furnas do Parque Estadual de Vila Velha são modelos específicos de animais que vivem isolados há milhares de anos, pois eles não têm outras formas de se adaptar em outros ecossistemas, precisando de conservação junto do meio onde vivem. Muitas populações acabam entrando em decadência, e várias

Lobo Guará em seu habitat natural

são conhecidas na ciência e na mídia comum, uma das mais notadas é a do Lobo-guará, que por meio da ocupação humana, seja por cidades, indústrias, até mesmo pela agropecuária, vem tendo o seu habitat reduzido, porém, os grandes predadores são os que mais se prejudicam, mostrando os maiores

efeitos, como relatos atuais de Onças Pardas que fogem da natureza e vão parar em centros urbanos, para buscar recursos de sobrevivência. Com a diminuição das florestas e o aumento das geleiras, as diversidades decaem. Na ecologia é possível encontrar uma teoria recente, que se refere à defaunação das florestas, onde a vegetação é intacta, mas a diversidade animal é baixa, e o motivo mais notável é a intervenção humana, com a poluição e o desmatamento. “Na história do planeta Terra, estamos em um período chamado interglacial, onde o aquecimento ocorre lentamente”, relatou Artoni. Aves ameaçadas Os canários, saíras e guaxes, são as espécies mais representadas. Em seguida os bem-te-vis e papa-moscas, além dos famosos Joões-de-barro, gaviões e falcões. Restam apenas 4,9% das espécies conhecidas

no Paraná, conforme o Livro Vermelho da Fauna Amea çada do Paraná. “Outras que entraram em ameaça são as Águias-cinzentas, os Curiangos-do-banhado e os Macuquinhos-da-várzea”, revelou Antenor Capão, biólogo. Encontra-se um grupo enqua drado na categoria criticamente em perigo, 11 em perigo e nove nas vulneráveis, sete são de hábitos florestais, outras na mesma quantidade são campestres, quatro semiflorestais e três palustres. De acordo com muitos es tudos da avifauna da região e revisões bibliográficas foram identificadas três espécies localmente extintas da região dos Campos Gerais inhambucarapá, ema, e a arara-ver melha-grande. Estas espécies desapareceram certamente por consequência da perda de ambiente natural, neste caso de campos, campo-cerrado e a floresta.

Por que pilhas e baterias devem ser descartadas corretamente? Osvaldo R. Izidoro Junior Na composição de pilhas e baterias são encontrados diversos tipos de metais pesados que são extremamente perigo sos a saúde humana, além de representarem riscos de con taminação do solo e da água, dependendo do lugar onde forem descartados. Por isso é importante na hora de se livrar das pilhas e baterias não jogar junto com o lixo comum. O correto é levar estes tipos de resíduos a um ponto de coleta próprio. Em Ponta Grossa há vários locais, geralmente localizados em supermercados como Tozetto, Condor e Atacadão. Ou-

tros pontos de coleta podem ser consultados em um próprio site que a prefeitura disponibiliza. Algumas pessoas tem o hábito de descartar estes resíduos. `` Eu descarto pilhas e baterias pelo menos uma ou duas vezes Em Ponta Grossa há vários locais de coleta, geralmente localizados em supermercados ao ano, dependendo da quantidade que tenho separado em algum tipo de tratamento que vazar o liquido toxico. casa, pois uso bastante o rádio possibilite um descarte não noAlgumas dicas podem ser a pilha que tenho em casa e o civo ao meio ambiente. usadas para aumentar a vida útil controle da tv, mesmo que seja As substâncias que estão das pilhas e baterias como nunuma pequena atitude eu sei que dentro das pilhas e baterias se ca guardar em lugares expostos faz diferença``, diz Antônio de acumulam na natureza por não ao calor, isso ajuda a evitar vazaPaula. serem biodegradáveis, ou seja, mentos e sempre que possível Geralmente estes resíduos elas não se decompõem por isso optar por pilhas e baterias resão repassados aos fabricantes o alerta do descarte que se não carregáveis, pois tem mais duraou importadoras. As pilhas e ba- for feito corretamente tem o pe- bilidade e dá uma ajudinha na terias podem ser recicladas, reu- rigo dos resíduos serem amas- preservação do meio ambiente. tilizadas, ou podem passar por sados ou estourados deixando


POLÍTICA Mulheres representam maioria do eleitorado ponta-grossense

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Mayara de Pontes A conquista do direito ao voto do gênero feminino não é tão antiga do ponto de vista histórico como muitos acreditam, no Brasil há menos de um século as mulheres não participavam das escolhas políticas do país, foi somente em 1932 que o Código Eleitoral Brasileiro passou a assegurar o voto feminino e em 1934 foi incorporado na Constituição Federal, porém nem todas as mulheres podiam votar, apenas as casadas, com autorização dos maridos, solteiras e viúvas com renda própria. A primeira mulher brasileira a votar foi a professora Celina Guimarães Viana, que foi às urnas em cinco de abril de 1928 na cidade de Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte, Celina solicitou seu registro para participar da eleição municipal em um cartório de Mossoró, antes do decreto do pre-

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Voto feminino tem poder decisivo nas eleições do municipio. Foto reprodução

Celina Guimarães Viana, primeira mulher brasileira a votar

sidente Getúlio Vargas (que só assumiria o poder em 1930 e autorizaria o voto feminino em 1932). Celina ingressou na lista de eleitores baseando-se na constituição estadual do Rio Grande do Norte, a iniciativa dela incentivou outras mulheres a fazerem o mesmo. Em Ponta Grossa, o número de eleitores aptos a votar chega a quase 240 mil, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), desse total, as mulheres representam 53% da população votante.

Victória Cabrini Ribas tem 90 anos e faz questão de votar em todas as eleições. A primeira vez que votou foi aos 20 anos de idade. Além de ressaltar a importância do voto feminino, Victória diz que se fosse mais jovem queria participar ativamente da política se candidatando a algum cargo político. “Nunca deixei de votar, sempre fiz questão, pois sempre gostei muito de política e acho muito bom e importante que as mulheres participem das eleições, se eu fosse mais nova, gostaria de me candidatar”, conta. Enquanto Victória tem uma longa experiência exercendo sua cidadania através do voto, a estudante Sthefany Freitas está começando a trilhar esse caminho. A jovem tem 15 anos e confessa que não se interessa muito por política ainda, mas que tem uma boa expectativa para seu primeiro voto.

“Não me interesso muito por política mesmo sendo um assunto muito importante, não consigo ter uma opinião formada, mas acho interessante escutar e me informar. Mesmo não me interessando muito, estou animada, como é meu primeiro voto desejo ser certeira e firme nele, quero que minha ideia e percepção estejam corretas”, relata. Apesar de política não ser um assunto de grande inte resse para a estudante, Sthefany conta que em sala de aula observa que a maioria dos adolescentes gostam de debater o assunto. “Principalmente nas aulas de filosofia e sociologia, vejo que a maior parte da sala de aula em que estou, se interessa pelo assunto e discute sobre ele. A maioria já tem opinião formada e assim o debate dura a aula inteira”, diz.

Marketing Político: como um candidato pode ser transformado em mito Jeniffer Case Marketing Político é uma forma de divulgar ideias e ações de um político, com um conjunto de técnicas e estratégias da comunicação. Muitos políticos usam para divulgar suas ideias e ações, fortalecendo sua imagem na mídia para atrair a confiança das pessoas. Marcus Delcolli, que é consultor político e gestor em marketing, ele explica sobre a diferença entre marketing político e marketing eleitoral. “O marketing eleitoral é reservado ao período da disputa pelo cargo público eletivo, e tem um objetivo claro: fazer com que o político vença as eleições. Já o marketing político acontece depois que o candidato conquistou uma cadeira e começa

a exercer o seu mandato. Nesse caso, temos estratégias de co municação que podem visar a diferentes objetivos, como preparar o parlamentar para uma próxima eleição, ou fortalecer sua imagem junto à população para ter seu apoio em momentos cruciais. Assim, trata-se de um conjunto de ações a longo prazo”, comenta. Ele também falou da importância do planejamento e marketing político, afirmando que não adianta querer se candidatar a vereador, deputado ou prefeito nas eleições e não ter um planejamento de comunicação e marketing político definido. “Basta pensar que, mesmo políticos que estão no páreo pela reeleição e são nomes muito conhecidos,

possuem uma forte equipe de comunicação com profissionais experientes e capacitados. “Para o eleitorado isso também é muito importante, para ficar a par de tudo que o seu candidato tem feito”, argumenta. A jornalista Adriane Silva, atuante na área de marketing digital, conta que com o advento da internet, o marketing político ganhou novas abordagens, mas na essência do trabalho segue métodos antigos. “Não precisamos ir tão longe para se deparar com dois exemplos bem-sucedidos no Brasil. Um mais antigo e outro mais atual. De um lado o presidente pobre que se repaginou rico, do outro o que já era rico e vestiu o personagem de po bre humilde. Estamos falando

de Lula e Bolsonaro. Apenas a figura carismática do Lula não era capaz de elegê-lo. A repaginada na imagem do ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, por branding feito em cima do petista, ex-metalúrgico e trabalhador de classe baixa foi a ponta do iceberg da estratégia executada na campanha de 2002. De lá para cá a imagem mudou, mas a essência permaneceu a mesma, uma figura pública diplomática, capaz de dialogar com todas as classes sociais, mesmo tendo como bandeira os mais pobres. Jair Messias Bolsonaro não fugiu às regras do marke ting político, apenas foi ajustada a estratégia conforme o perfil.”


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POLÍTICA

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População vistoria vereadores O trabalho da população vai muito além de apenas eleger um vereador Fabrizio Reusing e Nicolas Francisco

tância a fiscalização dos eleitores sobre o trabalhos dos políticos eleitos, sejam eles vereadores ou A população deve vistoriar o de outros cargos políticos. trabalho de qualquer político “É muito importante a partieleito. O que pode ser feito é ve- cipação da população na câmarificar se as promessas de cam- ra”, afirma o vereador Filipe Chopanha estão sendo cumpridas ciai, que complementa dizendo e se o trabalho do político em que “sempre defendeu o diáloquestão está sendo bem feito. A go, pois, cada bairro tem uma população pode verificar o tra- demanda diferente e deve ocorbalho do vereador através das rer esse acompanhamento para sessões abertas ao público, nas pautar o trabalho do vereador, segundas e quartas feiras. para no final ter um resultado Um método de verificar o tra- efetivo para a vida dos cidadãos”. balho dos vereadores é através do Assim como a população portal da transparência, no por- tem o dever de fiscalizá-los, os tal da Câmara Municipal. Neste vereadores têm o dever de fiscasite, há diversas formas de ficar lizar a administração, cuidando informado sobre todo o trabalho da aplicação dos recursos e obfeito pelos vereadores e políticos servando o orçamento. É dever da cidade de Ponta Grossa. deles acompanhar o Poder ExeO jornalista Afonso Werner, cutivo, principalmente em reque acompanha o trabalho na lação ao cumprimento das leis Câmara de Vereadores, explica e da boa aplicação e gestão do que é de fundamental impor- dinheiro público.

Segundo vereador: “É muito importante a participação da população na câmara”,

Segundo a vereadora Joce Canto, é de extrema importância que todos acompanhem as assembleias. Ela diz, que sempre posta em suas redes sociais e convida a todos para acompanhá-los. Joce ainda ressalta que o povo deve entrar em contato com os vereadores, enviando demandas e ajudando na fiscalização para o bem da cidade. Após o envio, o vereador encaminha para o poder executivo realizar a obra e se for requeri-

mento, para responder no prazo estipulado. Os vereadores fazem parte do poder legislativo, e discutem e votam as leis e matérias que envolvem impostos, saúde, educação e esporte. Também é trabalho dos vereadores a fiscalização de contas, com ajuda do tribunal de contas municipal, o qual acontece todos os anos. Por ser do poder legislativo, o vereador deve basicamente fiscalizar o poder executivo.

Especialistas falam sobre como lidar com fake news eleitorais Maysa Taborda No dia 2 de outubro teremos eleições para presidente da república, governadores, senadores deputados federais e estaduais. “É importante ressalta que as informações a respeito da moral e da ética do político, que a meu ver são as mais importantes, sejam transmitidas de forma verdadeira tendo em vista que as maiorias dos eleitores priorizam votar em pessoas com bons princípios. E infelizmente o jogo sujo das Fake News busca prin cipalmente manchar a moral do seu concorrente, e nestes casos o posicionamento de quem sofre com as Fake News deve ser claro e firme, deve-se utilizar de todos os meios possíveis, para resta-

FAKE NEWS NÃO PODE INFLUENCIAR O RESULTADO DAS ELEIÇÕES: Estudantes

92%

+ de 60 anos

Empresários Ganha + de 10 salários

76%

24% 9%

belecer a verdade”, diz Reinald Mendes, Assessor parlamentar Assembleia Legislativa Estadual do Paraná. “A primeira e mais urgente é colocar em prática o seu pla no de contingência. A segunda é encaminhar o caso para o setor jurídico da campanha para avaliar se a Fake News poderá ser classificado como um crime

de calúnia, difamação e injúria prevista no capítulo V do Código Penal em seus artigos 138, 140 e 145”, conta Edson Gomez Radialista e Assessor. Os Posicionamentos de quem sofrer Fake News nas eleições são: As estratégias que oriento para se proteger das Fake News é criar um plano de contingên-

cia com um grupo de apoiadores, parceiros enfim todas as partes interessadas – os chama dos stakeholders – preparadas para manter um monitoramen to com objetivo de identificar o mais rápido possível o surgimento de uma notícia falsa sobre sua organização. Faz parte da equipe de marketing manter permanente esta atenção através de palestras, cursos e orientações ao grupo. Depois de identificada a Falsa Notícia o grupo deve colocar em prática o plano de contingência e que pode ser uma resposta rápida e em massa deste grupo denunciando a Fake News re passando as informações verdadeiras sobre o assunto para amenizar os efeitos do boato.


POLÍTICA

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Boca de urna ainda existe em PG e Justiça está atenta Um exemplo é a contratação de trabalhadores-fiscais para o dia do pleito Willian Koziel Antigamente, o cabo eleitoral fazia a propaganda e pedidos de votos para seu candidato próximo ao local de votação e em filas de seções eleitorais, o que se caracterizava um delito, lei n° 9.504/1997 - a lei das eleições. Hoje, tudo que envolve a questão de tentar promover candidatura ou interferir na decisão do eleitor é considerado boca de urna. A Justiça Eleitoral e a Polícia Militar são responsáveis pela transparência e a lisura do processo de votação. Alessandra Kopp, chefe de cartório da 15ª zona eleitoral conta que em Ponta Grossa, o órgão responsável pelo encaminhamento de quem pratica boca de urna é a PM. “Acionada pelo 190, a polícia vai ao local onde está havendo o delito e leva o indivíduo até a delegacia, onde ficará à disposição do Juiz Eleitoral”. Caso comprovado o crime eleitoral a pena é de seis meses a um anode detenção ou multa que pode ser

Foto: Willian Koziel

dato. Tenho consciência, busco a história e a índole dele”, comenta. Segundo Edson Gomes, radia lista, publicitário, pós-graduando em ciências políticas e escritor, atualmente, a boca de urna que acontece na região é a contratação de pessoas por R$ 50 para serem fiscais. Cabos eleitorais e o próprio candidato saem nas vilas na última semana, contratando lideranças de bairros, os ‘agenciadores’. A contratação influencia o eleitor-fiscal na hora de votar. “Não só o voto dele, mas o da família, decidindo a eleição”, explica Edson.

Envolvidos podem perder direito políticos e serem cassados

negociável com o juiz em troca de serviços à comunidade, convertida em cestas básicas, por exemplo. Crime ainda acontece A eleitora Flávia Mello conta que já presenciou boca de urna e candi-

Como denunciar? Qualquer cidadão que presenEm ano eleitoral, a Justiça está atenta ciar boca de urna pode denunciar para identificar ações ilegais através dos canais do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), como o aplicatidato sendo levado pela polícia após vo ‘Pardal’ anexando imagens e retentar influenciar eleitores. Diz que latando fatos anonimamente, pelo nunca pegou santinhos na rua e número 190 do plantão da Polícia nunca foi influenciada por boca de Militar, pessoalmente ou por meio urna. “Sempre tomo minha decisão eletrônico no Ministério Público de voto após conhecer cada candi- Eleitoral.

Estudos apontam que Brasil não é exemplo de Democracia Fotos: Acervo Pessoal

Renato Pitella

de como é possível entender e fortalecer a democracia no país. “Deve ser Segundo o relatório Mundial de ass gurada na forma da valorização e 2022 da ONG internacional Human manutenção das Instituições do EsRights Watch (HRW), o presidente tado democrático de Direito”. Bolsonaro violou os direitos políticos “O modo de entender a demo e civis ao longo de 2021, aponta a Focracia e de como ela pode ser claslha de São Paulo (13/jan). sificada, determina como ela é apliEstudos mostram que o Brasil já cada” finaliza. foi um país mais democrático, hoje, Segundo o político Robert Dah aponta um governo politicamente citado na matéria do portal politiantidemocrático. ze um modelo moderno lista as Em Ponta Grossa, o doutor em Aknaton Toczek prof.de Direito - Unisecal Edgar Talevi - colunista -Jornal D’Ponta News condições necessárias para que os sociologia política e professor de Direito da faculdade UniSecal, Akna- é uma palavra vazia, poli fórmica e “Um lugar onde não há clareza de processos de escolha representem ton Toczek Souza conta que é difícil difícil definir de forma objetiva”. como funciona, tem tendência de ao máximo a vontade das pessoas. Uma delas, o direito de voto, e o resmensurar a real ideia de entender a Segundo o professor, Aknaton pouca democracia”, explica. democracia. uma forma de situar a existência da Já o colunista e professor de Le- peito às minorias em busca pela “Podemos dizer que democracia democracia é onde circula riquezas. tras Edgar Talevi mostra outra ideia equidade”.


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TECNOLOGIA

Em funcionamento há mais de um ano, Pix ainda gera desconfiança nos brasileiros Banco Central garante que o sistema de transações instantâneas é 100% seguro golpistas, que sempre estão de olho tentando tirar dinheiro da gente”, conta. O relato de dona Maria corrobora com dados divulgados pelo Banco Central, que apontam que a ferramenta é mais utilizada por pessoas que possuem entre 20 e 29 anos de Ferramenta pertence ao Banco Central idade. Nesta faixa etária, o voFoto - Marcello Casal Jr/Agência Brasil lume de transações corresponde a aproximadamente 35% do Lucas Franco total de movimentações finanLançado oficialmente em ceiras. Em contrapartida, branovembro de 2020, o Pix é um sileiros com mais de 50 anos sistema de pagamento digital de idade realizaram menos de criado pelo Banco Central que 10% do volume total de pagase tornou um verdadeiro fe- mentos por Pix registrados ennômeno. O recurso é utilizado tre novembro de 2020 e janeidiariamente por 70% dos bra- ro de 2021. Preocupação com a sileiros, aprovado por aproxisegurança madamente 85% dos usuários De acordo com Adalberto e hoje conta com mais de 380 Gomes, que atua como ges milhões de chaves registradas, de acordo com um levanta - tor de vendas de uma instituimento realizado pela Federa- ção financeira na região dos ção Brasileira dos Bancos (Fe - Campos Gerais, por mais que as possibilidades digitais sebraban). Com a ferramenta, é pos- jam seguras e estejam sem sível enviar dinheiro de uma pre à disposição, alguns usuáconta para outra a qualquer rios seguem receosos com as hora do dia e em apenas al- tecnologias. “Existem clientes guns segundos, tudo isso por mais conservadores que não meio de um smartphone. En- passam os dados bancários via tretanto, mesmo com tanta WhatsApp, por exemplo. Eles praticidade na palma da mão, preferem ir até o atendimento alguns brasileiros continuam presencial”, explica. Ele ainda chama a atendesconfiados e optam por não utilizar o Pix, escolhendo fazer ção para a necessidade de ter os pagamentos do jeito tradi- muita cautela ao enviar dados bancários por ambientes digicional. A aposentada Maria de Lour- tais. “Ao tratar com terceiros, a des Simões conta que não pos- recomendação é exatamente sui muita afinidade com os no- essa: nunca se deve passar da vos meios de pagamento. “Eu dos via WhatsApp. Porém, em não uso porque tenho muita negociações diretamente com dificuldade com essas coisas a instituição financeira, os camais modernas. Acho que falta nais digitais são até mais prátiacessibilidade para quem tem cos. Mesmo assim, é importanmais idade. Isso sem falar nos te ter cuidado”, diz.

Pesquisa aponta aumento no número de idosos que utilizam aparelhos celulares na internet Vinicius Machado

madas que consegue ver o O número de idosos que rosto e o sorriso dos familiares, acessam a internet aumenta quando passa tempos longe ano após ano. É o que indica a de casa. ‘’Ajuda a matar a saupesquisa de 2021 da Confede- dade enquanto estou na rodaração Nacional de Dirigentes gem’’, conclui. No comércio, o vendedor Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Bra - Renan Gracheky, que atua em sil), em parceria com a Offer uma rede de comércio de eleWise Pesquisas. Em compara - trônicos e eletrodomésticos tivo com o ano de 2018, quan- em Carambeí, contou sobre o do eram 68%, o número elevou impacto e a procura na compara 97%. A mesma enquete pra dos aparelhos por idosos. mostrou que 84% dos entre- ‘’Hoje eles procuram modernivistados costumam utilizar a zar o celular comum e optam internet por smartphone, sen- pelos smartphones’’. Segundo do assim o principal meio de ele, o aumento foi nos ‘’smaracesso dos idosos para a inter- tphones, pois eles facilitam o net. Isso demonstra o impacto acesso as redes sociais e as noda pandemia na vida do idoso, tícias’’, finaliza Gracheky. O número total de idosos que devido ao isolamento, teve que ficar mais tempo em casa, no Brasil é estimado em 29,9 já que a grande maioria é do milhões (2020), dos quais 97% utiliza a internet. grupo de risco. De lá para cá, já passou um ano, e os idosos continuam acessando a internet pelos aparelhos celulares, onde buscam acessar as notícias, fazer compras online, entretenimento, e o principal: contato com a família. Assim como milhares de motoristas de todo o Brasil, o Fernando Souza, 64, é caminhoneiro há quase 40 anos, e como passa muito tempo longe de casa e da família, costuma utilizar o aparelho para manter-se conectado com os parentes. ‘’A facilidade no uso e o quanto eles nos ajudam para manter o contato é algo que não imaginava há 10 anos atrás’’, lembra ele, sobre a Idoso manuseando um importância e a facilidade do acesso para a internet por meio smartphone moderno, em busca de do smartphone. Fernando res- entretenimento e passatempo. salta que é graças à videocha- Foto: divulgação


9 NFTs: Entenda melhor o que significam os novos investimentos virtuais TECNOLOGIA

Ponta Grossa, 2022-1

Provavelmente você já escutou ou leu a frase ‘token não fungível’, mas afinal, o que isso significa exatamente? Raíssa G. Ribeiro

Os NFTs estão entre os assuntos mais discutidos do momento na internet, com famosos e influencers comprando a ideia, alguns lucrando milhões através dos tokens e o resto de nós pensando se isso não é mais uma fraude. O que com certeza você não sabe é que, os NFTs existem há anos, explodindo somente agora no mundo da arte digital. Mas o que exatamente é um NFT? Você deve realmente comprar um? O que são os NFTs? NFT é uma abreviação que significa ‘non fungible token’, no português ‘token não fungí vel. Eles são separados em duas partes, ‘token’ e ‘não fungível’. Algo que é fungível é considerado como moeda de troca, então ‘não fungível’ é tudo o que é único. O token significa um bem digital, que fica armazenado em uma blockchain, através disso, o adquirente possui sua validade para comprovação de aquisição do token comprado e não será questionado sobre sua veracidade. Apesar de o exemplo mais comum de NFTs hoje ser através da arte digital, existem várias coisas, como GIFs, músicas, vídeos, e moedas digitais para jogos. Após a compra, você faz um registro como proprietário desse produto na blockchain, assim você será o proprietário de uma pintura física ou outra coisa que pagou da qual só você tem uma cópia. Mas como funcionam os NFTs? Um NFT necessita de duas peças de tecnologia, sendo blockchain e criptomoeda. Blockchain é um banco de

dados digital, como um livro eletrônico onde muitas informações são armazenadas, neste caso, a autenticidade desses bens não tangíveis que são adquiridos e registrados para comprovar sua veracidade. Para comprar NFTS, você depende das criptomoedas. Como por exemplo, as mais faladas, Ether e Bitcoin. Além delas, há diversas outras moedas digitais ativas no mercado, tudo depende de qual NFT você irá comprar. Após comprar um NFT utilizando suas criptomoedas, seu produto é adicionado ao blockchain. Por seguinte, haverá provas de que você possui o NFT, pois existe uma forma de ‘contrato inteligente’ que mostra como este bem foi adquirido e transferido para seu nome. Para que um NFT pode ou será usado? Os exemplos mais comuns que vemos na tv ou na internet, são NFTs de arte. Mas além desses, podem haver fotos, ilustrações, GIFs ou outras peças de arte criadas por pessoas, mas esse não é o único tipo de NFT no mercado. “Os NFTs foram criados para serem super autenticados, essa é a diferença do poder de compra deles, como por exemplo quando você compra um veículo ou um imóvel e o mesmo é autenticado em cartório para comprovar a compra, nesse caso a diferença é sobre um ser tangível e o outro não, além de um estar registrado em um local físico e o outro estar em um banco de dados digital”, explica Franciely Oliveira, contadora, investidora e conselheira de criptomoedas.

Os NFTs são golpes? Apesar do conceito de um NFT não ser um golpe e a grande maio ria ser legítimo, isso não significa que todos são seguros. A tecnologia por trás dos NFTs é nova e complexa, por isso, há pessoas tentando se aproveitar desta confusão. “Quando comecei a me interes sar por esse mundo eu era muito leigo no assunto, não sabia quais caminhos utilizar para chegar aos lugares confiáveis, assim comecei a seguir instruções de alguns influencers e profissionais de marketing digital, infelizmente tive um grande prejuízo e nenhum retorno”, conta Kaio Correia, mecânico e investidor. “As pessoas consideram algo passageiro, um truque de pirâmide, e claro, muitos são golpes. Mas as pessoas não devem ter uma im pressão errada, só é bem importante buscar entender melhor.” Atualmente Kaio é investidor no jogo BombCrypt, que vem sendo um sucesso na internet. “O jogo é bem estilo RPG, você compra as Bcoins (criptomoedas do jogo) e com elas pode comprar guerreiros e me lhores qualificações para que eles escavem mais Bcoins para você, e assim depois de uma certa quantia de moedas em cofre, você pode resgatar em dinheiro para sua conta, parece difícil mas é bem simples, eu já consegui recuperar meu investi mento e fazer um extra.”

Exemplos de NFTs Axie infinity (Eixo infinito ) Axie Infinity é um jogo que explodiu imensamente desde a sua criação. Ele possui algumas semelhanças comparado a outros games e é um dos exemplos mais exclusivos dessa tecnologia. Jogando é possível comprar ‘Axies’ através de suas criptomoedas. Os ‘Axies’ são guerreiros que você usa para batalhar, construir e caçar. O jogo também possui algumas similaridades com o BombCrypt citado acima.

Iate clube do macaco entediado Eminem, Jimmy Fallon e Paris Hilton, são proprietários de um Bored Ape Yacht Club NFT. Uma coleção de milhares de imagens, esses NFTs representam diferentes macacos, cada um com seus estilos e faces para serem únicos. Se quiser adquirir algum, você precisará pagar milhões com o preço elevando continuamente .

Neymar é uma das celebridades que investiu milhões no Iate clube do macaco entediado. . FOTO: Isto é dinheiro.



SAÚDE 11 A EFICÁCIA DO MEDICAMENTO GENÉRICO NO BRASIL Ponta Grossa, 2022-1

Com preço mais em conta, fármaco é opção entre demais medicamentos de marca Freepik

Kamila Ferreira Medicamento genérico é um fármaco idêntico ao de referência, ou seja, possui as mesmas características e produz no organismo os mesmos efeitos que um medicamento de marca, eles passam por vigorosos testes de qualidade antes de obterem seu registro e comercialização autorizada. Somente assim podem ser vendidos de forma segura. São considerados genéricos os medicamentos com a mesma substância ativa, forma far- São considerados genéricos os medicamentos com a mesma substância ativa, forma farmacêutica macêutica e dosagem e com a mes - e dosagem e com a mesma indicação que o medicamento de referência, sem o nome fantasia ma indicação que o medicamento de Consumidor referência, sem o nome fantasia (ou fevereiro de 1999, mais conhecida como O consumidor tem direito a conhe marca). Os genéricos, portanto, po- “lei do genérico”, com ela a saúde públi- cer os medicamentos genéricos e ter dem substituir os medicamentos de ca do país se estabeleceu após ampliar acesso a eles, pois o genérico pode subsmarca. o acesso da população a esses medica - tituir o medicamento de marca com gamentos e melhorar a qualidade dos pro- rantia do mesmo efeito terapêutico, por Surgimento dutos do ponto de vista sanitário, além um preço muito menor. De acordo com No Brasil a lei que regulamentou es - de tornar o mercado farmacêutico mais o farmacêutico Bruno Marcelo Barboza, ses medicamentos é a n°97987, de 10 de competitivo. esses medicamentos são vendidos por

preços menores “por serem cópias de medicamentos já conhecidos, sendo assim não precisam de investimentos em pesquisa para seu desenvolvimento”. Segundo Edna Silvana Camargo os medicamentos genéricos só se diferenciam dos demais pelo nome científico, de acordo com ela comprar por um preço mais “acessível” vale mais a pena. “A eficácia é a mesma então não tem por que precisar escolher entre um e outro, o preço é variável e fica acessível para todas as pessoas que optarem por um medi camento genérico ou um medicamento de marca”. Como identificar O farmacêutico explica que é possível identificar um medicamento genérico através da própria embalagem “medicamento genérico - lei 9.787/99” e ao lado a letra G com uma tarja amarela.

Pacientes recuperados da covid-19 podem apresentar sequelas prolongadas Milena Batista

Segundo pesquisadores da Penn State College of Medicine, nos Estados Unidos, mais da metade das pessoas que foram infectadas pela covid-19 desde 2019, podem ter sequelas em até seis meses após a recuperação. De acordo com estes estudos, tanto crianças quanto adultos podem apresentar proble mas de saúde. O coronavírus atinge principalmen te os pulmões. Trata-se de uma infecção causadora de sintomas parecidos com os da gripe, como febre, dor de cabeça, tosse, dores no corpo e coriza. Em alguns casos, devido ao agravamento da doença, é necessário o internamento hospitalar. PrincipaisSequelas No geral, a grande maioria dos infectados apresentaram cansaço, fraqueza ou perda do olfato/paladar. De acordo com os pesquisadores, existem algumas tendências entre os sobreviventes: como perda de peso, falta de mobilidade, dificuldade de concentração, falta de ar, queda de cabelo, falta de apetite. Conforme a enfermeira Dayane Di niz, pessoas com comorbidades e com

idade avançada, podem apresentar sequelas por mais tempo. “As pessoas que tiveram um acometimento pulmonar grave, podem ficar com sequelas permanentemente, já que a recuperação é mais demorada nesses casos”. “A vacina não previne 100% da doença e, mesmo que contraída juntamente de sintomas leves, essas sequelas tem chances de permanecerem após a re cuperação da covid. As sequelas mais comuns são o cansaço e a perda de memória, onde a pessoa fica com os pensamentos mais lentos”, completa Diniz. Dayane ainda fala a respeito da área de saúde sobrecarregada. “Os hospitais e pontos de atendimento continuam sobrecarregados, ainda possuem lei tos de covid disponíveis. Mesmo que hoje, as pessoas contraiam sintomas de maneira mais leve, existe uma procura muito grande por atendimento. Muitos assintomáticos procuram pontos de atendimento sem necessidade, ou por medo, causando assim, uma superlotação”. Ela comenta que a maiorias dos pacientes internados em leitos de covid atualmente, são as com comorbidades e as que não tomaram nenhuma dose da vacina. No caso de Maria Andreia Dal Col,

Porque o Covid-19 deixa sequelas que possui pressão alta e obesidade, os sintomas foram tosse seca, dor de gar Pesquisadores dizem que, no moganta, coriza, indisposição e fraqueza. “Os sintomas eram leves. Por exemplo, mento em que ocorre a infecção, o cora dor de garganta e a coriza, duraram po produz uma grande quantidade de pelo menos cinco dias, já a fraqueza, du- substâncias inflamatórias, conhecidas rou mais tempo. Às vezes, ainda tenho como citocinas. Elas têm o objetivo de (fraqueza), sinto um cansaço inexplicá- aumentar a ação do sistema imunológico para, dessa forma, combater o vel”. Por outro lado, a filha da dona Maria, vírus. Porém, as citocinas podem se a Letícia Maria Dal Col, de 21 anos, além acumular em órgãos e sistemas do corda dor de garganta, sentiu dores no po humano, causando inflamações e corpo e na cabeça. “Contraí a covid-19 sequelas. duas vezes. Minhas recuperações foram rápidas, e não sinto cansaço ao praticar atividade física”. A Rosane Salache, de 49 anos, foi infectada pelo vírus uma vez e teve dores de cabeça. “Foi uma recuperação lenta. Mesmo depois de estar recuperada, senti cansaço, tive queda de cabelo e memória fraca”. Já o Fernando Lirman, de 31 anos, teve bronquite quando criança. Após contrair o coronavírus, ele sentiu dores no peito, febre e muito cansaço. “O cansaço permaneceu até mesmo depois da recuperação. Tive 75% do pulmão comprometido pela doença. Mas gra ças a Deus, me recuperei rapidamente, três meses se passaram e já estava pra ticando atividade física normalmente”. Divulgação revista Veja


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Ponta Grossa, 2022-1

TECNOLOGIA

Brasileiros gastam muito tempo na rede social Segundo pesquisa, são quase quatro horas diárias que a população passa conectada Gabriel Ribeiro

Foto: Reprodução/Internet

De acordo com a pesqui sa divulgada pela plataforma Cupom Válido, o Brasil está no top três, do ranking de país que mais usam as redes sociais. No estudo, foram reunidos dados da Hootsuite e WeAreSocial. Segundo os números, a po pulação brasileira passa, em média, 3h42 minutos online. Quem lidera o ranking, é a Fili- O Facebook é a rede social mais pinas (4h15) e Colômbia (3h45). acessada do país. O estudo também aponta que a faixa etária que mais pas- clar o tempo de suas filhas em sa tempo conectada está entre frente a TV e brincadeiras ao ar os 16 e 24 anos. A região do Su- livre. “Geralmente deixo elas fidoeste do país tem uma maior carem assistindo o Youtube taxa de usuários que utilizam quando eu estou arrumando as redes sociais, sendo 78% de a casa, para elas ficarem quiepessoas conectadas do local. tas. Mas as vezes mando elas De acordo com a pesquisa, irem brincar lá fora”, finaliza. Finalmente chega o mo a rede social mais acessada é o mento esperado e o príncipe Youtube, sendo 96,4%. Esse número acaba sendo preocupante, observa cada uma das pretenpelo fato de os vídeos infantis se- dentes com muito cuidado e rem os mais assistidos. Como é atenção. Após passar por todas, o caso do clipe de “Baby Shark”, uma a uma, ele anuncia o reque lidera o ranking de vídeos sultado e indica a bela jovem mais assistidos, somando mais como sua futura esposa. As de 10 milhões de visualizações. pessoas presentes tiveram as A ajudante geral, Jéssica mais inesperadas reações. NinJaine, mãe de duas meninas, guém compreendeu porque. uma de 5 e outra de 6, conta Fala dos especialistas que as duas passam somen De acordo com a Oftalmote o tempo permitido no celu- logista Juliana Wagner D ada, lar. “Eu dou o celular na mão 32, o uso contínuo das crianças delas ‘bem rapidinho’, só para com a tela do celular, pode ocaver um vídeo ou outro. Se dei- sionar problemas visuais. “Proxar, elas passam o dia inteiro blemas como a miopia e para a na frente do celular.”, conta. população em geral, cansaço viHoje também existem as sual, dores de cabeça, olho seco televisões com acesso à in- e estrabismo”, explica a doutora. Para evitar os problemas ocaternet, consequentemente o sionados por passar horas na Youtube também faz parte do tela de celular, especialistas famix de plataformas que pozem algumas recomendações, dem ser acessadas no televisor. como diminuir o brilho do ceJessica afirma que tenta meslular e fazer pausas regulares.

Crimes cibernéticos aumentam com o avanço tecnológico Maryellen Nogaretti A tecnologia vem avançando cada vez mais rápido ao longo das últimas déca das, as redes trouxeram mais rapidez e agilidade para o nosso cotidiano, atualmente tudo se resolve em apenas um clique, porém essa agilidade também tem sido muito útil para criminosos. Os crimes cibernéticos estão cada vez mais frequentes causando danos financeiros e emocionais em suas vítimas. De acordo com a consultoria alemã Rouland Berger, o Brasil foi o 5° país que mais teve registros de crimes cibernéticos em 2021. Assim como em todo Brasil, Ponta Grossa também vem sofrendo com esses ataques, segundo o delegado Dr. Nagib Nassif Palma chefe da 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa, o crime mais comum na cidade e em toda região dos Campos Gerais sempre foi estelionato, porém desde o início da pandemia outros crimes como, extorsões, golpe de vendas, golpe do amor, entre outros, vem sendo muito frequentes. Os criminosos escolhem a dedo seus alvos e as vítimas são sempre as pessoas mais vulneráveis como explica o delegado. “As pessoas mais maduras que estão começando a lidar agora, estão às vezes mais sensíveis e acabam esquecendo de alguns cuidados”, explica ele. *Maria da Silva* nome fictício, foi uma dessas vítimas. Ela teve seu perfil do Instagram invadido por hackers e os criminosos usaram a conta para praticar o golpe de vendas utilizando o nome e imagem de Maria. A vítima afirma que não tomou todos os cuidados. “Não tomei todas as precauções

Foto: Reprodução/Internet

Brasil foi o 5° país que mais teve registros de crimes cibernéticos em 2021. e eu nem sabia que existiam. Também assumo que usei um e-mail desatualizado na criação da conta”, afirma ela. Maria diz que as vítimas perderam cerca de R$ 2,5mil acreditando que era ela quem estava administrando o perfil. A alta exposição nas redes sociais e a liberação de dados são portas abertas para os criminosos. O delegado Nagib reforça os cuidados que devem ser tomados. “Como quase todos os cuidados que temos que ter como cidadãos de bem para não sermos vítimas fáceis de qualquer crime, é ter bom senso e duvidar de tudo o que está fácil ou vantajoso, ter cautela, checar as informações”, alerta o delegado. Em maio de 2021 o presidente Jair Bolsonaro sancionou o Projeto de Lei n 4.554/2020 que amplia as penas para os crimes de estelionato e furtos utilizando dispositivos eletrônicos. O projeto cria um agravante com pena de reclusão de quatro a oito anos.


SAÚDE 13 Conheça a Síndrome de Burnout e os sintomas que atingem trabalhadores do mundo todo Ponta Grossa, 2022-1

Ligada a ambientes de trabalho desfavoráveis e cargas horárias não definidas, a Síndrome de Burnout tem sido muito comentada recentemente Gabriel Ramos Em 1974 o médico americano Freudenberger classificou uma doença psicológica ligada ao trabalho, que só viria a receber grande atenção, inclusive pela Organização Mundial da Saúde (OMS), décadas depois: a síndrome de Burnout. Caracterizada por sintomas como exaustão física, emocional e psíquica, além de fadiga, sentimento de vazio e baixa autoestima, esta síndrome tem uma importante diferença para outras doenças semelhantes, que é a relação direta com o trabalho exercido pelo paciente. Em conversa com a psicóloga Solange Schmidt Cochinski, especialista em saúde mental e atenção psicossocial, a profissional esclarece que a Síndrome Burnout é o resultado de um árduo e longo processo de tentativas de lidar com o estresse decorrente do trabalho. Segundo ela, é essa relação estreita com o exercício laboral que diferencia a síndrome de outras doenças. Com a recente atenção que a doença vem recebendo da mídia, muitas pessoas associam diretamente a síndrome a algumas mudanças trazidas pelo COVID-19, como a implantação da modalidade de home-office. Ao ser questionada sobre esta possível ligação, a psicóloga é pontual. “Tendo em vista

que as características do trabalho executado podem influenciar na evolução do Burnout, alguns fatores como sobrecarga de trabalho com pouco tempo para descanso e lazer, o isolamento social e a diminuição do apoio e supor te dos colegas ou chefia, a dificuldade de comunicação, ambiente físico e sonoro inadequado, assim como não ter tempo e local de trabalho bem delimi tados, podem estar relacionados com o aumento de casos da Síndrome de Burnout”, explica. Para Solange, a nova classificação da síndrome pela OMS, como doença ocupacional é de grande importância para a prevenção da Burnout, já que ao ser reconhecida como produto de um ambiente de trabalho desfavorável novas medidas de prevenção podem ser praticadas, seja pelas empresas ou pelos indivíduos. “Estes programas de prevenção, intervenção e tratamento atuam nas condições de trabalho com objetivo reduzir os fatores de risco – além de orientar e apoiar o tratamento em casos que o quadro já ocorre”, comenta a psicóloga. A especialista dá dicas importantes, para que empresas evitem ocorrências de Burnout dentro do quadro de funcionários, como por exemplo garantir

Síndrome de Burnout está diretamente ligada ao ambiente e condições de trabalho/iFoto: CCRMed - Síndrome de Burnout

boas condições físicas no ambiente de trabalho, gerar um ambiente colaborativo e de bons relacionamentos, jornada e horários de trabalho bem delimitados, permitir a participação nas decisões bem como a realização de feedbacks dos desempenhos pro fissionais. Também no âmbito pessoal, Solange aponta questões importantes para se evitar a doença: “Ter o suporte social e familiar; com relações que permitem ter diálogo com abertura e confiança, poder contar com ami-

gos em momentos de angústia e fra gilidade, além de manter o hábito do autocuidado com momentos de lazer, atividade física, sono de qualidade e alimentação saudável”. Segundo a profissional, o diagnóstico deve ficar sempre por responsabilidade de um psicólogo ou médico, e comenta que o tratamento pode ser realizado com medicamentos e terapia cognitivo comportamental, para desenvolver habilidades e estratégias eficientes para prevenção e controle de eventos estressores.

Como obter tratamento dentário gratuito em PG conte com uma equipe de saúde bucal. Lá ele será acolhido e avaliado pelos Quando se fala em tratamento bucal, profissionais, que farão o atendimento logo se imagina em gastar muito dinhei - ou agendamento conforme a situação ro. Mas você sabia que esse serviço tam - clínica diagnosticada. bém é encontrado no serviço público de Serviços saúde? Em Ponta Grossa, todo cidadão Segundo a Fundação Municipal tem o direito de ser atendido pelo pro de Saúde (FMS), as equipes de saúde fissional dentista, e esse atendimento é bucal ofertam procedimentos de res encontrado em 37 Unidades Básicas de tauração, extração, profilaxia, raspagens, Saúde (UBS) do município. A saúde bucal é muito importante aplicação de flúor, selantes, consultas de para todos. Ela vai muito além de preve - orientação de higiene oral e medidas de nir apenas uma cárie, por exemplo, e evi - prevenção e promoção de saúde bucal, ta a perda de dentes, além de melhorar entre outros serviços. a autoestima. De acordo com a Prefei O que não é fornecido tura Municipal de Ponta Grossa (PMPG), A oferta das especialidades de Impara se obter um tratamento dentário, o plantodontia e Ortodontia não estão usuário deve se dirigir ao posto de saúde no escopo da atenção primária, que é mais próximo de sua residência, que de responsabilidade do município. A João Maciel

PMPG orienta que os usuários procurem atendimento nas instituições de ensino que ofertam essas especialidades por um valor mais acessível. Usuários A ponta-grossense Érika Godói, conta que já conseguiu marcar atendimento através do telefone e pessoalmente. Ela disse que o serviço é de boa qualidade e que precisa melhorar apenas no período do tratamento. “Eles determinam um tempo e depois aumentam. Mas o atendimento é muito bom. Não tenho do que reclamar”, disse. Luciane Kochinski, que também é usuária do serviço odontológico público, relata que quando vai à UBS, consegue atendimento. “Sempre vou ao posto. Se tenho dúvidas converso com a agente comunitária, me dou bem

com os funcionários. Precisa melhorar com mais remédios para quem necessita”, conta.

TEMPO DE ESPERA A Prefeitura informa que para atendimento inicial não há grande demora e que situações de urgência são atendidas conforme avaliação clínica. Ainda explica que casos eletivos podem gerar uma espera de uma ou duas semanas dependendo do diagnóstico.


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ENTRETENIMENTO

Ponta Grossa, 2022-1

Artistas e marcas investem no TikTok Artistas e músicos incluem a plataforma em planejamento musical Redes Sociais

Letícia Antunes O uso do Tiktok se tornou popular em todo o mundo e passou a ser fonte de renda de muitos influenciadores. O que a grande maioria nem imagina, é faturamentos recebidos pelo aplicativo. Os desenvolvedores do aplicativo tinham como objetivo inicial criar uma rede de descontração, o que eles não esperavam era que se tornaria uma febre mundial. A empresa que é de propriedade chinesa, tem um valor estimado em US$ 75 bilhões e nos últimos meses ultrapassou dois bilhões de downloads. Você já deve ter visto famo sos e anônimos dançando e fazendo coreografias das músicas mais estouradas no momento. Para especialista em publicidade e propaganda, João Manoel Godoy, o TikTok

Ponta-grossense ultrapassou três milhões de curtidas no Tiktok

impulsiona a música e ajuda na potencialização das contas e vídeos, ou seja, esse tipo de investimento no mundo da música é um dos mais impor-

tantes. Se o artista tiver uma música viralizada no tiktok, em questão de semanas ela estará no top 10 do Spotify. Segundo Godoy antes mes mo de uma música ser lançada existe um planejamento estratégico que é inserido dentro de um plano de investimentos e perspectiva de lucro futuro. “Vale lembrar que são utilizadas diversas maneiras de engajamento e que sempre dão retorno lucrativo, muita das vezes o tráfego pago alcança pessoas de diversos lugares do Brasil e do mundo”, explica. Ainda de acordo com Godoy, é feita uma análise minuciosa, entre elas, estão os tiktokers mais estourados do momento, ques são listados e escolhidos para saber qual melhor se encaixa na estratégia de publicidade, pois, é preciso estudar qual engajamento será maior

e não deixar de lado o objetivo principal da música a ser passada aos usuários. Em Ponta Grossa, a influenciadora Gaby Scheiffer, conta que conseguiu, através do TikTok, parcerias com grandes marcas e já teve seus vídeos viralizados em 1 milhão de acessos. Segundo Gabriele o valor do investimento neste mercado depende muito, e ainda existem as famosas permutas entre os músicos, marcas famosas e os influenciadores digitais. “Eu comecei a ganhar muito destaque utilizando a plataforma do Tiktok, várias marcas me encontraram atra vés dos meus vídeos, e hoje minha fonte de renda é influenciar pessoas. Eu também trabalho com divulgações através do meu Instagram, porém, o que o Tiktok me proporciona é muito maior”, conclui.

Como se divertir em PG com 50 reais

Sirley Silveira

Ponta Grossa tem vários locais para se divertir aos finais de semana, com pouco dinheiro. Além dos parques, bares, shoppings há ainda muitas opções para quem quer um momento de lazer, de entretenimento, gastando pouco.

A cidade oferece muitos locais em que a entrada, pode até ser livre sendo cobrado apenas o consumo. Outra op ção são os parques, para fazer uma caminhada, acompanhado de uma água mineral com uma barrinha de cereais. A internauta Denise Rio Branco comenta o que faria

para se divertir com 50 reais: “Eu compraria frutas, algumas bebidas e salgadinho e faria um pic-nic em um parque”, comenta. Maria Fernanda também cita algumas opções: “Ir ao shopping comer uma porção e tomar uma coca”. Já Amanda Vieira e Cynthia Ferreira falaram que com R$ 50, elas comprariam cerveja e visitariam as cachoeiras da cidade. Outras opções, seriam ir ao cinema e curtir um filme e uma pipoca, ou até mesmo na praça de alimentação com um combo de R$ 15 um sanduíche e um refrigerante, ou um açaí

de R$ 6. Mas para que seu dinheiro possa render, nós dois dias do final de semana, você pode optar por ir de ônibus, ou até mesmo a pé, economizando um pouco mais para gastar em outras coisas. Segundo o acadêmico de direito, Gabriel Diniz, as suas opções para o fim de semana, seriam “jogar um futebol society, com a taxa de inscrição de dez reais, ir à cachoeira da Mariquinha comR$25,a entrada ou na Cachoeira do São Jorge, pagando R$15 e comendo um pastel e um litrão, fechando o valor”.


ENTRETENIMENTO

Ponta Grossa, 2022-1

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Eventos voltam à Ponta Grossa após pandemia Após fase conturbada do coronavírus eventos voltaram a ocorrer no ano de 2022 Bianca Haile Com a volta de 100% de todas as programações de entre tenimento no Brasil, a cidade de Ponta Grossa não poderia ficar de fora. Após a fase conturbada do coronavírus e com à população 79% vacinada a cidade voltou a receber atrações nacionais. Está sendo feita uma escolha seletiva de atrações, mas como diz o produtor de eventos, Iran Taques, “está rela cionado ao momento”. “Busco sempre por atrações que estão em ascensão ou que já figuram como as mais tocadas do Brasil e por fim analisamos o histórico de outras regiões e contra tamos”, explica ele. Já para Alexandre Gaspa rello, que também produz eventos na cidade, diz que tem escolhido os artistas considerando o gosto do público, a qualidade do seu show e o orçamento. Willian Sassaki também trabalha com shows e eventos. Ele explica que tem procurado os cantores em alta na mídia porém, que sempre analisa o gosto musical da população. Pandemia Com a pandemia ocorre ram muitos prejuízos de shows e eventos adiados. Tivemos muitos prejuízos. Primeiro por aqueles ‘em andamento’ que foram adiados. Depois por aqueles que deixamos de fazer. Foram exatos dois anos sem a realização de shows e isso impactou muito financeiramente falando”, lamenta Iran Taques. Alexandre Gasparello também teve perdas. “Em nosso

Formaturas, casamentos e shows.

rios, sendo 20 deles por mais de 20 dias”. “Hotéis, restaurantes, postos de combustíveis, lojas de roupas, salões de beleza, barbearias e até mesmo ambu lantes tiveram receitas devido ao festival. Estimo que mais de R$ 1 milhão tenha girado entre estas categorias”, afirma ele. Alexandre Gasparello também vê os empregos e a eco nomia sendo afetados.“A economia do evento depende do tamanho dele, da sua estimativa e planejamento. Em relação aos empregos, gera-se bastan te, como pessoas no marke ting, na produção de ingressos e pulseiras, fornecedores de Vol ta dos shows bebidas e gelo, funcionários no Os shows estão voltando, bar, na entrada, equipe de se mas, os produtores não abrem Empregos gurança, equipe de iluminação mão dos cuidados “Pelo que E com a volta desses even - e som, artistas, entre outros” notamos, a vida está normal Sassaki responde que “em devido ao alto índice de vaci- tos a economia se movimen nação e baixa letalidade, prin- ta com empregos provisórios/ cada evento que nós realiza cipalmente entre os jovens. O temporários. Segundo Iran Ta - mos gira a economia com os COVID nunca mais vai embo - ques, “na prática, o festival do empregos provisórios, que no ra. Temos que conviver com Pizro, realizado no último dia 13 meu caso sempre são mais de ele. Claro que exige muita res - de fevereiro de 2022, gerou 469 60”. ponsabilidade individual. Nós, postos de trabalhos temporá ramo e em muitos outros, os prejuízos foram de não poder trabalhar, lidar com a falta de dinheiro, questões psicológicas como estresse e ansieda de”, relata Willian Sassaki também precisou arcar com prejuízos “Trouxe prejuízos enormes não só para as classes artísticas, mas também para quem rea lizava os eventos. Por exemplo, aqueles que eu já agendei em tempo pandêmico, agora que eu estou conseguindo entre gá-los, então prejudicou bas tante essa situação”, explica.

promotores, deixamos sempre o álcool a disposição e indicamos o uso de máscaras”, de fende Iran Taques. Já para Alexandre Gasparello “os eventos estão começando a voltar”. Vejo que existe a pre ocupação com a Covid e nossa produtora possui a consciência de que é necessário se cuidar e cuidar do público”, garante o produtor.” Para Willian Sassaki os cuidados precisam ser contínuos. “Nós adotamos protocolos e a cidade na totalidade reagiu bem à vacina. Estamos conse guindo realizar alguns even tos sem tantas preocupações”, lembrou.


SAÚDE 16 Ponta Grossa: a cidade das farmácias? Ponta Grossa, 2022-1

O Nova Pauta comparou dados das cinco cidades mais populosas do Paraná para descobrir a relação entre farmácias e habitantes no município. Eduardo Vaz Popularmente a cidade de Ponta Grossa vem sendo chamada, pelos próprios moradores, de ‘Cidade das Farmácias’. O apelido deve-se à impressão da grande quantidade destes estabelecimentos espalhados pelo município. Unindo dados do IBGE e também do Conselho Regio nal de Farmácia do Paraná, o Nova Pauta foi descobrir e responder à pergunta: seria Ponta Grossa a cidade das farmácias? Apesar de ser a quarta cidade mais populosa do estado, Ponta Grossa perde em número de farmácias e também na es tatística de farmácias por habitante para Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel, que têm as maiores populações do Paraná. Ao todo, registradas no CRF-PR, Ponta Grossa tem 157 farmácias, entre estabelecimentos comunitários, comerciais, públi cos e de manipulação, o que coloca o mu nicípio na quinta colocação em números totais de estabelecimentos desta modali dade entre as maiores cidades do estado. Por outro lado, o quantitativo repre senta uma farmácia para cada 2,2 mil habitantes, o que indica Ponta Grossa como a cidade com mais farmácias proporcio nais a habitantes entre as maiores cidades do Paraná, à frente da própria capital, Curitiba. Especialistas alertam para o risco da automedicação Fluoxetina, bicarbonato de sódio, paracetamol, entre tantos outros compostos químicos, fazem parte do dia a dia do brasileiro. De acordo com um estudo da Close-Up Retail Market, o ‘Dorflex’, medicamento à base de dipirona, foi o campeão de vendas no ano de 2020, entre os compostos que não exigem a prescrição médica, com quase 24 milhões de unidades comercializadas. Apesar da alta procura, especialistas vem alertando que é preciso atenção ao consumo descontrolado de remédios. Everson Krum, farmacêutico e pro fessor da UEPG, explica que os medicamentos são classificados conforme os riscos que podem oferecer à saúde do paciente e, por isso, alguns deles apenas são comercializados com prescrição

Foto: Eduardo Vaz

médica. “Aqui no Brasil nós não temos a tradição de fazer uma fiscalização rígida da venda dos medicamentos tarja vermelha, a não ser aqueles que neces sitem da retenção de receita e os an tibióticos”, conta. “Mas a legislação se baseia conforme o risco ao paciente”. O professor conta que os medica mentos que podem ser vendidos sem a prescrição são chamados de OTCs (over thecounter – ‘além do balcão’, em tradução livre), ao redor do mundo, e MIPs (‘medicamentos isentos de pres crição’) no Brasil. Eles oferecem um risco muito baixo de dependência química. “São, principalmente, os xaropes, os antiácidos, os analgésicos e os antitérmicos. Esses medicamentos não têm na sua caixa original a tarja vermelha mas, apesar do risco baixo, é preciso que o paciente tome cuidado com possíveis reações que possam acontecer”, afirma. Sintomas como perda de consciência, dor aguda e mudança na coloração da urina podem indicar uma intoxicação medicamentosa, porém, o farmacêutico conta que a perda de consciência ou sono além do comum são sinais de que algum remédio pode estar agindo em excesso no corpo. “Aí, é preciso a procura por um serviço de saúde, porque existem formas de se tratar diretamente a intoxicação, com uso de recursos e de produtos que vão fazer a quelação, ou seja, que vão fazer a absorçãodesse excesso, bem como pro teger de possíveis danos aos rins, fígado, estômago e intestino, que podem provo car situações muito mais graves”, alerta. Entre os medicamentos em que são exigidas as prescrições, estão os antibióticos. De acordo com o professor, o motivo seria evitar o desenvolvimento de bactérias super resistentes devido à superex posição ao composto químico. “No Brasil, quem pode fazer essa prescrição são médicos, dentistas e veterinários, que são os profissionais que têm o conhecimento, juntamente com os outros profissionais de saúde, para fornecer as receitas to mando o cuidado para que uma pessoa não use exageradamente os antibióticos e venham a trazer resistência bacteriana”, ressalta.

Ponta Grossa tem 157 farmácias,, o que coloca o município na quinta colocação em números totais de estabelecimentos desta modalidade entre as maiores cidades do estado

Conselho segue atento O gerente técnico científico do Con selho Regional de Farmácia do Paraná, Jackson Rapkiewicz, reforça os perigos da automedicação. “Ela não é adequada quando realizada com medicamentos que precisam de receita, por tempo prolongado, por indicação de amigos e parentes. A automedicação inadequada pode resultar em mascaramento de sintomas de uma doença em progresso, uso de doses inadequadas ou por períodos de tempo muito curto ou longo, surgimento de reações adversas, ocorrência de intoxicações e interferên cia do medicamento com outros tratamentos”, explica. A dona de casa Sandra de Freitas, 42, afirma que entende os perigos da automedicação, mas que prefere tomar um remédio próximo da data de vencimento, ainda que não precise, do que descartar o medicamento. “Não consigo jogar fora. Sei que não deveria,

mas fala mais alto que eu. Nunca tive problemas de intoxicação e tento tomar cuidado,mas quem não gosta de tomar um remedinho?”, brinca. Everson conta que o medo constante de desenvolver problemas de saúde e o vício em medicamentos pode ser caracterizado como hipocondria. “Algumas pessoas têm essa preocupação excessiva com a saúde e questionam até mesmo sinais naturais que normalmente aconteceriam com o corpo, já achando que pode ser alguma doença grave e já querem procurar o tratamento ou diagnóstico. Nestes casos é preciso avaliação de um profissional e a recomen dação pode ser de terapia”, explica. Para Rapkiewicz, do CRF-PR, há fatores que podem contribuir com a condição. “A dificuldade de acesso a outros serviços de saúde e o hábito de buscar nos medicamentos a cura para todos os problemas”, diz.


17 Literatura indígena no currículo escolar ENTRETENIMENTO

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A literatura indígena se deu início na década de 1980, pela procura de materiais didáticos utilizados nas escolas. Sua contribuição no ensino é valorizar a diversidade, cultura e sociedade. Elisangela de Quadros Segundo a lei 11.645/08, a inclusão de História, cultura Afro-Brasileira e indígena em todas as escolas brasileiras, públicas e privadas do ensino fundamental e médio é obrigatória, porém foi notado que essa obrigatoriedade não está sendo cumprida, mesmo que seja um assunto essencial para o aprendizado, poucos colégios aderem ao ensino. A representante do CEAI – Coletivo de estudos e ações indígenas, Leticia Fraga contesta que a literatura, de maneira geral, não é necessariamente foco nas escolas. “Até esse momento, não existe nenhum colégio que tenha inserido a literatura indígena em seu currículo escolar. Nesse sentido, entendemos que dependerá do planejamento docente o trabalho com autores e autoras indígenas em suas aulas”, comenta. Exemplo do Curso e Colégio Dynâmico, o qual aderiu em seu currículo escolar à disciplina de arte indígena. A ex-aluna Emily

Fonte: CEAI- Coletivo de estudos e ações indígenas.

Kauany da Silva, alega ter aprendido a respeitar e amar outras culturas com os ensinamentos. “É legal você aprender sobre outros povos, aprender suas danças, músicas, suas falas e posicionamentos. Acredito que teríamos um mundo melhor se todos tivessem a mesma oportunidade que eu tive, assim amenizaria o preconceito cultural”, afirma. Fraga, explica a importância de trabalhar com diferentes

culturas com os alunos, “Em termos culturais, seria primeiramente discutir e problematizar com estudantes outra maneira de olhar e compreender a literatura brasileira. E, para além da compreensão do que seria essa literatura, a leitura de escritores/ as indígenas trará discussão de temas e visões de mundo muito diferenciadas, o que possibilitará uma ampliação de conhecimento de variadas culturas”, alega. Trabalhar com diversas culturas, também é uma forma de crescimento pessoal do aluno, tanto para o convívio em sociedade, quanto para uma futura vida acadêmica. Existem alguns artigos que trabalham essa ausência, a exemplo do trabalho de Ana Paula Teixeira; Porto, Luana Teixeira, que discute a questão em “O espaço do texto literário na Base Nacional Comum Curricular”. <https:/./online.unisc.br/ser/.index.php/signo/article/view/12180>).

Ponta Grossa tem música típica? Gabriel Cabral A cidade de Ponta Grossa tem 198 anos de existência, com isso, ao longo dos anos muitas influências contribuíram para a cultura local, e no ramo musical não foi diferente. Mas, qual seria a música típica da cidade? Para responder essa pergunta, o jornalismo do Nova Pauta foi falar com os músicos locais, para descobrir se existe uma música que represente o município. “Eu acredito que não, claro, nós temos o hino da cidade e também as músicas mais cí-

vicas, porém, não acredito que haja mesmo.”, comenta Rafael Novossad, professor de música no conservatório maestro Paulino há cinco anos. Quem vive da música também opina. É o caso do Rogério Salles, cantor há 11 anos. “Ponta Grossa tem todos os estilos de música, mas música típica da cidade não existe, até onde eu sei”, ressalta. Ricardo Corrêa, professor de música há mais de cinco anos também segue a mesma linha de raciocínio. “Música típica é um pouco difícil. No Paraná sempre teve a questão do fandango. Até onde eu sei, nós

não temos uma música típica da cidade, como é com as músicas gaúchas ou as músicas alemãs em SC”, aponta. Scilas Oliveira, graduado em músi ca pela Universidade Estadual de Ponta Grossa e músico há 22 anos, explica que a falta de uma música local se deva às próprias características do povo. “Na minha visão, é por a cidade ser muito eclética musicalmente, e isso se deve à própria origem de sua população. Ela é formada por pessoas de várias regiões do Paraná. Como exemplo, os gaúchos e os descendentes de europeus”, cita.

Conservatório Maestro Paulino


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CULTURA

Ameaçados pela era digital, sebos investem em vendas on-line Foto: Izabelle Antunes

“Não podemos depender apenas da venda na loja física” diz proprietário de sebo Além dos livros, os sebos comercializam CDs, DVDs e discos de vinil que segundo o proprietário Roberto, tem uma procura significativa.

Além de livros, os sebos vendem CDs, DVs, e discos de vinil, que tem muita procura pelos clientes

Izabelle Antunes A concorrência com livrarias de projeção nacional, a facilidade de acesso a livros digitais e a baixa adesão a leitura entre os brasileiros, são alguns dos desafios que os sebos precisam enfrentar. Em Ponta Grossa, Roberto Belliato é proprietário de um sebo em uma das principais avenidas da cidade. O espaço tem 18 anos e ele conta que a ideia de empreender com sebos é familiar. “Na década de 70, em Londrina, um tio tinha uma banca pequena de revistas, ele começou a trocar gibis. A iniciativa popularizou e ele estendeu para outros mate riais”, diz Roberto. Hoje possui sebos da mesma família em Londrina,Curitiba, Uberlândia e Ponta Grossa.

Roberto comenta que com o passar dos anos foi necessário pensar em estratégias para que o sebo não fechasse. A alternativa encontrada para rentabilizar o empreendimento foi a criação de uma estante virtual. Através de um site, que é atualizado diariamente com os livros que entram no sebo, as obras são comercializadas, e podem ser adquiridas por pessoas de qualquer lugar do Brasil. Quando iniciou o empreendimento em 2004, Roberto diz que ele não se sentia ameaçado pela internet, mas com o passar dos anos, ele percebeu que depender apenas da venda física, não seria possível. Segundo o proprietário, a pandemia potencializou para que os compradores das lojas físicas se afastassem.

Clientes gostam Bruna Oliveira diz que ama ler e sempre recorre aos sebos. “Eu compro tanto na loja física quanto em loja virtual. Eu até tenho alguns livros digitais, mas ainda não sou adepta da leitura virtual, gosto de ter o livro em mãos, folhar as páginas”, comenta a estudante. Vinícius Castelari comenta que nos últimos anos está lendo mais, mas que optou por um kindle (aparelho eletrônico desenvolvido especificamente para leitura de livros, é semelhante a um tablet). Para o estudante, “nos sebos estou preso a oferta do dia, e normalmente não encontro os livros mais procurados. O custo de um livro kindle é baixo, podendo até ser grátis”, lembra o jovem.

Origem do nome Não se tem uma versão de exata de qual foi a origem do nome sebo, mas existem algumas explicações. Uma ma téria da revista superinteressante traz duas versões. Uma delas, diz respeito ao uso da luz das velas para leitura, que antigamente eram feitas de gordura e de sebo, conforme derretiam, sujavam os livros, deixando-os engordurados. A outra versão, mais popular, é que estudantes carregavam tanto os livros debaixo do braço que acabavam sujando-o, deixando ‘ensebado’. Ainda, existe uma terceira alternativa. Uma matéria publicada no site da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), conta uma história um pouco mais regional. Um livreiro pernambucano teria sido o precursor da ideia de se vender ou trocar livros usados. Ele teria dado o nome de sebo ao seu estabelecimento, e a gíria se espalharia pelo resto do Brasil.


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Projeto voluntário estimula leitura e arte há mais 15 anos para crianças e jovens Encontros do Bando da Leitura não pararam na pandemia e voltaram de forma presencial todas as sextas

O projeto´estimula a leitura entre as crianças

Luana Abrantes O projeto voluntário Bando da Lei tura, idealizado pela pedagoga e especialista em Contação de Histórias e Literatura, Lucélia Clarindo, nasceu com amissão de estimulara leitura e a linguagem das Artes nas crianças. Com sede, localizada no Bairro de Oficinas, o Bando completou 15 anos em março desse ano e conta com diversos apoiadores e contadores de histórias que se reúnem todas as sextas e buscam por meio dos livros, despertar a imaginação

dos ouvintes. O projeto surgiu logo quando a professora Lucélia decidiu se aposentar, ao encontrar duas ex-alunas Ana Paula e Bianca, de nove e dez anos na época, que pediram para que as rodas de leituras, feitas em sala de aula, continuassem. Assim começou o Bando da Leitura, com um simples encontro em casa entre as três mulheres e que foi crescendo ao passar do tempo até chegar aos seus 15 anos. Mas o amor de Lucélia pelos livros vem de outros tempos. “Quando era criança e lia escondida o livro de Lampião e Maria Bonita. Minha história com livros não é uma história a parte porque é a minha história”, conta Lucélia. Assim como nos outros setores, o Bando da Leitura precisou se adaptar em meio à pandemia. Para isso, os encontros ocorreram de forma online com os contadores e as crianças ouvindo atentamente tudo o que era narrado, inclusive com presenças de ilustradores, escritores e crianças de outros lugares. Com o avanço da vacinação e flexibilização das medidas restritivas, desde o dia 18 de março os encontros voltaram de forma presencial na sede do grupo. Maria Georgina Santos Avila é mãe da Emanuelle Avila e ambas participam do Bando da Leitura desde o segundo semestre de 2021. A mãe conta que durante a pandemia, procurou atividades que estimulassem a leitura para a filha

O bando da Leitura começou com um encontro entre três mulheres

e que foi no Bando que elas encontraram o que buscavam. “O Bando da Leitura é uma experiência maravilhosa, recomendo muito! Lá além da troca de experiências, interação com pessoas de várias idades, assuntos divertidos, não só sobre leitura propriamente dita, mas também sobre culturas diversas e arte, fizemos amigos! Amantes da leitura como nós!”, frisou Georgina. Atualmente os encontros acontecem em uma sala de leitura construída pelo Rotary Alagados no Bairro de Olarias. O espaço conta com aproximadamente dois mil livros, além de gibis e toda estrutura construída com materiais alternativos e com recursos pró-

prios para rodas de leitura.Além de parceria com acadêmicos de vários cursos, o projeto conta coma ajuda com materiais do Rotary e das mães que podem acompanhar os filhos e também atuar como voluntárias.

O Bando da Leitura está localiza do na Rua Roberto Auer, 141, no Bairro de Oficinas. Para mais participar basta entrar em contato com Lucélia, através do telefone: 42 99972-6424 Foto: Daniely Neiverth

Foto: Daniely Neiverth

O espaço conta com cerca de 10 mil livros

Fotos: Divulgação

O projeto completa 15 anos em 2022


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CULTURA

Oscar busca representatividade e mudanças nas premiações Após duras críticas, a Academia tenta trazer mais representatividade ao cinema

Elisângela Schmid t Após sofrer com duras críticas desde 2016, com o chamado “Oscar’s so White”, em que apenas pessoas brancas eram indicadas nas categorias principais, a Academia tem tentado diversificar seus membros para que resultados diferentes fossem vistos nos prêmios. É o que explica o jornalista e crítico de cinema, Gabriel Fornazari. “O Oscar ainda está bem mal

nesse quesito, especialmente em diversidade, mas vem mudando e evoluindo muito, e digo que comparado com todas as outras premiações grandes (Globo de Ouro, Critcs Choice, BAFTA e SAG), ele é o que está indo melhor.Com essas mudanças, nós vimos algumas coisas como “Moonlight”, um filme sobre a experiência LGBTQIA+ na cultura negra, vencendo melhor filme em 2018. “Parasita”, o primeiro fil-

me de língua não-inglesa, vencendo melhor filme em 2020.”, explicou Fornazari. Em entrevista à AFP, em 2016, representantes da Academia revelaram que de seus 6.000 membros, 93% eram brancos e 76% homens, com idade média de 63 anos. Após o anúncio, mudanças começaram a surgir. A principal delas foi a extinção do voto vitalício, seguida pela inclusão de mais mulheres, negros e estrangei ros. Mas afinal, quem são as pessoas responsáveis pelas indicações? A Academia é composta por profissionais do cinema de 17 áreas de atuação, como atores, estilistas, figurinistas, editores, produtores, diretores, roteiristas, entre outros, chegando a mais de 8 mil membros. Para compor a bancada é necessário que o candidato seja indicado por pelo menos dois membros. Entre os brasileiros convidados estão Wagner Moura (ator e diretor), o diretor de fotografia Lula Carvalho, ABC (“Tropa de elite”) e João Atala, documentarista de “Democracia em Vertigem” (2019). Para o artista e amante do cinema, Wlader Better, as mudanças aconteceram por questões financeiras. “Só houve mudanças significativas nos últimos anos, quando a academia começou a sentir no bolso o quanto essa falta de representatividade estava sendo prejudicial para a imagem do Oscar. O fato de ter uma cate goria para melhor filme e outra para melhor filme estrangei-

ro, (ou em língua não inglesa) mostra que a academia ainda não se globalizou”, disse Better. Neste ano, a luta para aumentar a representatividade continua. Duas atrizes LGBTQIA+ estão indicadas: Ariana De Bose, na categoria Melhor Atriz Coadjuvante por “West SideStory” e Kristen Stewart em Melhor Atriz por “Spencer”. Além disso, podemos ver filmes estrangeiros e artistas negros na lista.

‘Coda: Ritmo do Coração’ venceu o Oscar de Melhor Filme de 2022


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