Informativo PAAM In Foco - Edição 01 - Setembro de 2017

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Um novo Presbítero

INFORMATIVO EDIÇÃO 01

PLATAFORMA A P O STÓ L I C A AMAZÔNIA

ANO 1 SETEMBRO 2017 MANAUS - AM

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Em 477 anos de história, desde sua Aprovação, enquanto Companhia de Jesus, um sinal simbólico da importância de sua missão foi percebida através das palavras de Dom Sérgio Castriani, Arcebispo da Arquidiocese de Manaus, celebrante da Ordenação Presbiteral do agora, então Pe. Bruno, SJ, que disse em artigo publicado para um jornal da cidade: “No momento da imposição das mãos, quando todos os co-celebrantes impõem as mãos sobre o ordinando, passaram diante de mim, como um relâmpago, os jesuítas que fizeram parte da minha história e que ainda hoje são referência para a minha vida pessoal e ministério sacerdotal e episcopal. Na minha juventude tive o privilégio de tê-los como mestres”. Realizada no mês de agosto, em Manaus - Am, a ordenação foi marcada por muita simplicidade e alegria. Neste Informativo, além de você saber como aconteceu a Ordenação Presbiteral, irá encontrar a matéria Especial: “477 anos construindo processos. A Amazônia como parte da história, e mais.

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Equipe Itinerante - 15 anos de Interinstitucionalidade

Romaria de Santa Raimunda, em Assis Brasil (AC)

MAGIS - Jornada Vocacional para Jovens acontece em Manaus

II Jornada Inaciana é realizada em Belém (PA)

PÁG. 02 EDITORIAL

PÁG. 03 ENTREVISTA

PÁG. 10 DESTAQUE PASTORAL

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Justiça Socioambiental na Amazônia - Pe. Sandoval A. Rocha, SJ

Aurilene Silva, Coordenadora do Centro Alternativo de Cultura - CAC

Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental

Há 477 anos construindo processos. A Amazônia... Por Vitor Bazucco, SJ

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ESPECIAL


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EDITORIAL Justiça Socioambiental na Amazônia

Pe. Sandoval Alves Rocha, SJ Doutorando em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio), Mestre em Ciências Sociais pela Universidade do Vale do Rio do Sinos (Unisinos - RS), Teologia e Filosofia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE, MG).

Devido à importância da Amazônia para o planeta, discutir a justiça socioambiental nesta região constitui uma responsabilidade de todos, mas para a Companhia de Jesus, presente neste território há séculos, representa uma tarefa intransferível. O déficit de justiça socioambiental na Amazônia é percebido desde os tempos coloniais quando os europeus aqui chegaram, para subtrair as riquezas naturais em face das necessidades consumistas e comerciais de suas nações, utilizando-se da mão-de-obra e dos conhecimentos dos povos indígenas. Estes primeiros encontros foram brutais. Quando não dizimadas, as populações autóctones foram destituídas de suas culturas, violentamente perseguidas, submetidas à escravidão ou reduzidas ao aldeamento. Seguindo esta lógica perversa, a era pombalina aprofundou a submissão da Amazônia aos interesses da metrópole portuguesa, ampliando a sua subordinação ao mercado internacional de produtos tropicais, servindo-se do ameríndio e do africano.

Os saldos obtidos pelos povos originários foram a despopulação, a subalternidade e a expropriação, empregadas pelos portugueses como estratégias para melhor controlá-los, dominá-los e mobilizá-los como mão-de-obra e súditos inferiores. No período da borracha, a Amazônia presenciou a ascensão de uma pequena elite econômica atrelada aos interesses internacionais e a espoliação das classes mais pobres entregues às precárias condições de vida nos seringais ou repelidas para as periferias dos principais centros urbanos. A cidade de Manaus, projetada como sinal de progresso e crescimento, obteve importante infraestrutura urbana, mas a maioria da sua população não teve acesso a ela e nem mesmo teve suas necessidades básicas atendidas. Os melhoramentos da infraestrutura urbana quase sempre excluíram as periferias, produzindo a alienação da maioria dos moradores em relação à cidade. O regime totalitário continuou investindo contra a justiça socioambiental determinando a submissão

do país aos ditames estadunidenses (Guerra Fria) e aos princípios da economia capitalista, que buscava espaço para expansão. Mediante a implantação de grandes projetos (mineração, agropecuária, hidrelétrica, industrialização), os militares procuram integrar a região ao Brasil, estimulando o seu crescimento econômico, mas colocando em segundo plano as condições de vida da população e ocultando os impactos ambientais negativos. A justiça socioambiental na Amazônia só será promovida se considerarmos situações como o crescimento das periferias, sem serviços urbanos para atender as populações, o abandono do interior, sem políticas públicas voltadas para aqueles que ali resistem, a exploração de trabalhadores em troca de salários aviltantes e a destruição do meio ambiente, que orientado pela ânsia do lucro, coloca em risco o futuro da humanidade. Boa Leitura!

E •X• P •E•D •I• E•N •T• E CONSELHO EDITORIAL Diretor Editorial Editora Responsável Projeto Gráfico e Diagramação Redação e Revisão

Colaboradores desta Edição Distribuição Abrangência Fotos

Pe. Inácio Rhoden, SJ Ana Lúcia Farias Arthur Carvalho, SJ Vitor Bazzuco, SJ Pe. Felix Lopes, SJ Ana Lúcia Farias Pe. Sandoval, SJ, Pe. Paulo, SJ, Mary Nelys, Miracélia Freitas PAAM - Anúncio Interno (digital) Disponível em Plataforma Digital: www.issuu.com/noticiaspaamsj Banco de Imagens / Divulgação

PAAM In Foco é um infomativo mensal da PLATAFORMA APOSTÓLICA AMAZÔNIA da Província dos Jesuítas do Brasil, produzido pela Assessoria de Comunicação da PAAM, sem fins lucrativos. Av. Leonardo Malcher, 357 - Aparecida - Manaus - Amazonas E-mail: analuciaf@jesuitasbrasil.org.br Telefone: 92 93622-9835


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ENTREVISTA 1. O que é Centro Alternativo de Cultura - CAC ? E a quem se destina?

REVOLUÇÃO: A BELEZA E A FORÇA DAS “MINORIAS ATIVAS”

É uma obra social e missionária dos Jesuítas da Amazônia, mantida pela Associação Antônio Vieira - ASAV e pela iniciativa voluntária de leigos (as), colaboradores (as) e instituições parceiras na missão. O CAC desde sua fundação em 1991 atua nas fronteiras de maior exclusão social, com pessoas que cotidianamente tem seus direitos fundamentais violados. Há 26 anos oferta às crianças e adolescentes de famílias de baixa renda das periferias de Belém, regiões metropolitanas e ribeirinhas, a oportunidade de engajamento na construção de uma vida digna, de um bem-estar coletivo, alircerçado na recuperação do significado da infância e adolescência. Sua missão é promover, incentivar, desencadear processos educativos humanizadores, transformadores e participativos comprometidos com a defesa dos direitos humanos, com a justiça socioambiental e a valorização da identidade e cultura popular na Amazônia. Empenhamo-nos para favorecer o empoderamento das crianças, adolescentes para que sejam capazes de se reconhecerem como sujeitos de direitos, protagonistas de uma sociedade justa, democrática, fraterna e solidária.

Aurilene Ferreira da Silva

2. O CAC tem mais de 26 anos de história, por que trabalhar nesta obra?

Brasileira, natural do Maranhão, Cidade de Olho D`Água das Cunhãs, 32 anos, solteira, Assistente Social, apaixonada por danças circulares e atualmente está como Coordenadora do Centro Alternativo de Cultura - CAC. Em entrevista, ela fala um pouco sobre o CAC e a realização do Seminário Vivacidade, desde o que inspirou o evento aos processos vividos e contsruídos para realizá-lo, considerando a relevância pessoal, para o CAC, para a Companhia de Jesus na Amazônia e a sociedade como um todo.

Eu conheci o CAC em outubro de 2014 por meio do Pe. Plutarco Almeida, SJ, e a convite dele iniciei um trabalho social de educação em direitos com as famílias das crianças atendidas. Outubro do ano passado assumi o desafio de ser coordenadora desta grande obra social e mis-

sionária. Desde o primeiro contato o que me encantou foi o potencial e a capacidade que o CAC tem de romper com a lógica do individualismo e mobilizar pessoas para se engajarem em torno da comunidade, do coletivo da defesa da vida e cidadania das crianças e adolescentes. Em cenário marcados pela violência e violação de direitos, o CAC mobiliza afeto, solidariedade, cuidado e esperança. Cria espaço de convivência alegre, e gratuita, generosa nas comunidades, nas famílias nas pessoas. De maneira muito simples e com tecnologias e recursos humanos e materiais da própria comunidade o CAC promove educação, cidadania, humanidade, e isso é revoluncionário! 3. O CAC propôs o primeiro Seminário “VivaCidade”, em Belém (PA), discutindo os “Desafios da Justiça Socioambiental na Amazônia – Ações e Proposições”. O que levou o CAC a propor esta discussão? O CAC no seu planejamento estratégico 2017 a 2020, tendo como referencial a Laudato Si e o Marco de Orientação da Promoção da Justiça Socioambinetaltal (PJSA 2016) da Província dos Jesuítas do Brasil, assumiu como uma de suas linhas de ações a promoção da Justiça Socioambiental, por meio da articulação de grupos de trabalho que promovam a compreensão do socioambiental como processo educativo que inclui o cuidado com os bens da criação, os direitos humanos, a economia solidária com vistas ao fortalecimento da ética do cuidado e a da cultura de direitos. Assim sendo, em abril de 2017 constituímos uma equipe técnica socioambiental com a missão de elaborar um diagnóstico das comunidades. A equipe é composta por


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profissionais voluntários, respectivamente: Aline Nogueira (Bióloga/ Saneamento Ambiental), Denise Graça (Engenheira Florestal/Agroecologia), José Abílio (Biólogo - ABIOPA), Paula Petruccelli (Cientista Ambiental - CAC e MAGIS), Fábio Câmara (CAC/ Pedagogo), Cleber Cajun, (CAC/Arte educador) e por mim. A partir de vistas às comunidades, entrevistas com as lideranças comunitárias, observação do entorno dos espaços, e da realização de uma assembleia socioambiental com as lideranças do CAC, constatou-se que: 1. Todas as comunidades do CAC estão localizadas nas periferias e ilhas da região metropolitana de Belém e nesse contexto é fundamental fortalecer a relação com as organizações, instituições sociais presente no próprio bairro ou localidade das comunidades. 2.Durante as visitas foi possível observar que as questões ambientais mais aparentes nessas comunidades estão relacionas ao acúmulo de lixo nas ruas, fato que evidencia a importância de discutir alternativas para o tratamento e reciclagem do lixo. 3. O crescimento desordenado das periferias, a grande quantidade de habitação e o asfalto causam a impermeabilização do solo e os bueiros não conseguem escoar água da chuva. A combinação desses fatores somados a falta de macrodrenagem dos canais urbanos de Belém são as causas dos cotidianos alagamentos dos bairros onde o CAC atua. Quando chove nas comunidades do Guamá, Radional e Terra Firme as crianças tem dificuldades de se deslocar para o CAC, pois as ruas ficam todas alagadas. 4.Na área social, consta-se os grandes índices de crianças que relatam situações de abuso e exploração sexual. São poucas as denúncias por conta do medo, sendo que as vítimas, muitas das vezes, sequer se dão conta

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de que são vítimas. O Estado do Pará, em 2015, foi o 1º em gravidez precoce, tornando-se um problema de saúde pública que precisa ser trabalhado de forma integral. 5. A violência urbana é outro grande clamor que emergem das nossas periferias. Só de janeiro a julho de 2017 foram 4 chacinas na região metropolitana de Belém. Diante deste cenário socioambiental percebemos a urgência de sensibilizar as redes de comunidades, voluntariado e instituições parceiras do CAC, sobre o contexto de injustiças e de degradação ambiental na Amazônia, e identificar e fortalecer as iniciativas de promoção de justiça socioambiental, possibilitando intercâmbio de saberes científicos e populares, a cultura do encontro entre centro e periferia, bem como tecer redes de parcerias, compromissos e colaboração. E esse foi o objetivo do Seminário. 4. Como a proposta do Seminário foi construída em relação à metodologia, parceiros (as), apoiadores(as)? A metodologia foi construída de forma colaborativa com os parceiros, principalmente o Centro MAGIS Amazônia, o Instituto Pastoral RegionalIPAR/CNBB, a equipe técnica e socioambiental do CAC e o Fundo Nacional de Solidariedade da CNBB que apoiou financeiramente esta atividade. Desde o início pensou-se num seminário que não fosse totalmente acadêmico, e sim nos moldes da educação popular, mediado pelo “círculo de cultura” freiriano e pelo método ver-julgar-agir-celebrar, possibilitando o diálogo e a troca de saberes entre os facilitadores e participantes. O seminário foi organizado em três grandes momentos, a saber: 1. Mesa de Abertura: conjunturas e perspectivas para a Amazônia. O obje-

tivo: Analisar os impactos do atual modelo de “desenvolvimento” e as graves violações dos diretos humanos e ambientais às populações de baixa renda, aos grupos discriminados pelo racismo, aos povos tradicionais, às periferias urbanas, às populações marginalizadas e vulneráveis na Amazônia. Analisar o conceito de justiça e injustiça socioambiental a partir da Laudato Si e do PSJA, e por fim dar visibilidades as ações de educação socioambiental a nível de Plataforma Apostólica Amazônia através do SARES, e localmente por meio do CAC. 2. Momento: Painéis de Discussões. Objetivo: Proporcionar a troca de conhecimento e uma leitura crítica da realidade local com relação aos gritos e clamores que vem das periferias urbanas de Belém e RBM. Bem como, apontar elementos de esperança, com enfoque nas conquistas que acontecem, fruto da organização popular. Os painéis foram divididos em três temas geradores: Direito à vida, Direito a Feliz Cidade, Direito à Cultura. 3.Momento: Oficinas. O Objetivo: Apresentar experiências exitosas da sociedade civil, relacionadas ao tema, nesse sentido foram oferecidas as seguinte oficinas: Arte e Espiritualidade Ecológica; Mídia Popular/Cinema; Teatro do Oprimido e Arte Educação, entre outras.

5. Qual foi o perfil dos participantes do evento ou quais foram os perfis? O seminário tinha como público-alvo as lideranças que atuam no CAC e as Instituições parceiras, ou em vias de parceira. Nesse sentido tivemos um público diverso formado por lideranças comunitárias e tradicionais, movimentos sociais, instituições religiosas, instituições de educação superior. Foram 30 instituições presentes e dois representantes de povos indígenas (Caju-úna/Marajó e Caetés). As crianças também tiveram presentes e a elas foi criado o espaço ciranda onde desenvolveram o tema de forma lúdica e artística. 6. O que lhe marcou nesse evento? E por quê? O que mais me marcou nesse evento foi a beleza e a força das “minorias ativas”, dos pequenos grupos que atuam no anonimato, mas que quando se encontra em um evento como este, demonstra a força e o poder que tem de transformar e serem sujeitos de transformação de suas próprias realidades e comunidades. Neste sentido a educação popular assume lugar central! E a educação popular acontece quando é desenvolvida focando os interesses do povo.


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ACONTECIMENTOS - OBRAS E SERVIÇOS Equipe Itinerante - 15 anos de Interinstitucionalidade

Equipe Itinerante no Encontro Interinstitucional 2017

Noite Cultural na Área Missionária St. Margarida de Cortona A juventude da Área Missionária Santa Margarida de Cortona teve um bonito encontro no dia 26 de agosto. Os jovens se reuniram em uma Noite Cultural, com muita música, dinâmicas, apresentações e espiritualidade. O evento foi muito importante para integrar os jovens das 5 comunidades. A animação ficou por conta da juventude da comunidade Santa Joana D’Arc e todo os fundos arrecadados com a venda de lanche seria revertidos em prol do retiro da juventude, sendo realizado nos dias 23 e 24 de setembro, com a temática “Projeto de vida”. Além da presença de agentes de outras pastorais, esteve presente Pe. Roque Follman, SJ, pároco da Área Missionária, e Ir. Flora, filha do Sagrado Coração de Jesus, acompanhante da juventude.

Em prol do Retiro da Juventude

“No coração da Amazônia: Reacender a chama da Interinstitucionalidade” foi tema do XVI Encontro Interinstitucional da Equipe Itinerante - EI, realizado entre os dias 28 e 30 de agosto, na Chácara do Conselho Indigenista Missionário – CIMI, localizada no Km 22 da BR 174. No Encontro celebrava-se os 15 anos de interinstitucionalidade da equipe, uma missão comum que é assumida em parceria entre diversas Instituições. Itinerância de homens e mulheres que alimentados pelo espírito de encarnação na realidade do povo e suas culturas são “igreja em saída”, como disse Papa Francisco, para anunciarem com suas vidas e palavras a construção de um Reino fraterno, livre e feliz. O objetivo do encontro, além de celebrar os 15 anos de interinstitu-

cionalidade, sobretudo, visava realizar o processo avaliativo da EI 2017. O evento iniciou com uma mística das chamas das Instituições que fazem e fizeram parte da Equipe Itinerante e das pessoas convidadas para o encontro. Depois, foi apresentada a tese de doutorado de Fabiana Orreda que trouxe a perspectiva dos povos tradicionais dentro de uma cultura digital. Mais adiante foi feita a avaliação que se deu, sobretudo, pela partilha e escuta das realidades vivenciadas, a apresentação da nova edição do projeto da EI, a prestação de contas, etc. Com a celebração de agradecimento: “plantar no coração da Amazônia a semente da interinstitucionalidade” encerrou-se o evento com uma consciência de que a missão comum acontece em rede.

Turma de CAP I inicia em Manaus (AM) No dia 7 de agosto, no Espaço Loyola, iniciou o Curso de Capacitação para Orientadores e Acompanhantes de Exercícios Espirituais (CAP I). O Curso nasceu de uma inquietação de colaboradores leigos (as) que acompanham turmas de EE de adultos ou jovens nas obras e serviços ou ainda que são procurados (as) para atendimento individual. O SIES - Manaus é o organizador. A formação está sendo dirigida pelo Pe. Inácio Rhoden, SJ e o encontro acontecerá mensalmente. O CAP I apresentará a metodologia dos EE através de de uma abordagem objetiva do método, a estrutura, etc. Para fazer esse curso exigia-se o pré-requistido da vivência de uma experiência completa do EE em alguma de suas modalidades.

Curso baseado nos EE


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Espaço MAGIS Santarém na Feira Vocacional O Espaço MAGIS Santarém participou da Feira Vocacional que aconteceu no Colégio Dom Amando, no dia 20 de agosto. A organização deu-se pelo Serviço de Animação Vocacional da Diocese de Santarém que promoveu o evento como atividade do mês que se celebram as vocações da igreja. Várias congregações, movimentos e grupos religiosos colocaram seus stands na Feira, assim como o Espaço MAGIS que esteve apresentando o carisma inaciano, as atividades que o Espaço realiza e o seu novo calendário. O stand também contou com a presença do Pe. Bruno Schizzerotto, SJ.

Jovens do M+ Santarém

Formação Litúrgica para as comunidades No dia 20 de agosto, ocorreu no Salão Santo Inácio da Paróquia Santa Luzia que está localizada no bairro Caladinho, em Porto Velho (RO), uma formação litúrgica que teve como um dos objetivos transmitir as orientações da Arquidiocese para a Liturgia, onde houve a participação das comunidades vinculadas a Paróquia. A formação foi ministrada pela paroquiana Fabiana da comunidade Nossa Senhora da Conceição e Rodrigo da Comunidade São Francisco. A formação foi articulada com o auxílio do Pe. Ivo Müller, SJ. Um momento de muita aprendizagem.

Paróquia St. Luzia em Formação Foto: Márcio Venâncio

Romaria de Santa Raimunda em Assis Brasil (AC) Santa Raimunda também chamada de “Alma do Bom Sucesso” é uma santa do devocionismo popular da região do Rio Iaco, das proximidades do Perú e Bolívia, região que faz parte de Assis Brasil (AC). Ela não é canonizada pela Igreja Católica, mas uma grande parte de fiéis acredita em sua intercessão para alcançar graças pessoais. A história de vida da Santa é vista como um apelo à valorização da mulher vítima do machismo. No dia dedicado a devoção à Santa Raimunda, 15 de agosto, foi realizada uma caminhada religiosa e ecológica que se iniciou às 8h, próximo a Casa

de Tota, e contou com uma multidão de pessoas, entre brasileiros(as), peruanos (as) e bolivianos (as). A caminhada teve três paradas: a primeira refletia sobre a importância do cuidado da água, a segunda sobre a a Casa Comum e a terceira fazia memória da vida da Santa e dos seringueiros. A peregrinação terminou com uma missa celebrada por Pe. David Romero, SJ e co-celebrada por Pe. Francisco Almenar, SJ (Paco) no Santuário erguido para homenagear a santa e que está sob os cuidados da Paróquia N.Sra. do Perpétuo Socorro onde os Jesuítas atuam. A missa foi celebrada em português e espanhol.

Devoção e Fé em Peregrinação Ecológica

3º Festival Folclórico da Comunidade do Menino Jesus - Mapiri, Santarém (PA) No bairro do Mapiri, a ComunidaAs atrações do Festival Folclórico são de Menino Jesus que está vincula- danças organizadas pelas Cebs, pasda a Paróquia Nossa do Perpétuo torais, catequeses da comunidade Socorro da cidade de Santarém (PA), e dos jovens em situações vulnerárealizou no dia 5 de agosto o seu veis do bairro. Esse ano as (os) cate3º Festival Folclórico, com o intui- quistas se destacaram, pois por meio to de incentivar a valorização da cul- da dança do xaxado - vestidos de cantura local além de proporcionar um gaceiros (as) - trouxeram mensagens momento social para os comunitários. voltadas ao cuidado e a insatisfação

com os problemas sociais existentes no país e na Amazônia. Nessa edição o evento contou a participação da banda regional Carimbatuque que fechou a noite de celebração e fraternidade entre os comunitários. A jovem Ayla Ferreira, da Pastoral da Juventude da comunidade e também colaboradora do Espaço MAGIS

Santarém disse que “Esse tipo de evento proporciona um sentimento de pertencimento do lugar em que se mora, nas crianças e nos jovens, principalmente. Além de ser um passo a mais também para o cuidado com a ‘Amazônia’, através de uma vivência cultural como esta, estímulo fundamental dos jesuítas na região.”


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Missão nas comunidades seringueiras e rurais

Celebração do Crisma

Durante o mês de agosto, Pe. Gilberto Versani, SJ, esteve visitando as várias comunidades seringueiras e rurais que são vinculadas a Paróquia Nossa Senhora das Dores, em Brasiléia (AC), onde ele é Pároco. Ao longo do percurso visitou a comunidade São Francisco, comunidade São Sebastião, comunidade São José, etc. Nas comunidades celebrou missas,

batizados e co-celebrou o Crisma. Este último foi realizado no seringal Porongaba, localizado na beira do rio Iaco, leste do estado do Acre, no dia 25 de agosto, e contou com a presença de D. Joaquim Pertiñez, bispo da Diocese de Rio Branco, que celebrou a missa de Sacramento do Crisma. Os crismandos eram jovens e adultos da comunidade do Seringal Porongaba.

Chegada de Voluntários do Programa MAGIS Brasil Os voluntários Hermerson de Fortaleza - CE, e Tasila de Iconha - ES chegaram em Belém para uma experiência de Voluntariado Jovem, em pleno Festejo de Santo Inácio, para que no começo de agosto iniciassem suas trajetórias no serviço aos demais. Hemerson foi designado para atuar na Casa da Caridade, um centro de apoio e assistência aos idosos e moradores de rua, além de contribuir no Centro MAGIS Amazônia no eixo de articulação, desenvolvendo um trabalho externo com as entidades/coletivos que trabalham com as juventudes em Belém. “Sinto-me muito feliz pela acolhida e trabalho desenvolvido na Casa da Caridade. Sou muito grato por estar contribuindo no eixo de articulação do Centro MAGIS, o qual me possibilita um contato com as juventudes e suas pluralidades, contribuindo assim na minha formação humana” afirmou

Hermerson. Já Tasila foi designada para atuar no serviço do Centro Alternativo de Cultura - CAC, centro de educação popular que desenvolve ações com as crianças e adolescentes que vivem nas periferias e ilhas de Belém e cidades vizinhas, e também, assim como Hermerson, contribuir no Centro MAGIS Amazônia. “Estou muito feliz pelo trabalho desenvolvido no CAC, é que este me proporciona uma troca de experiências e vivências muito importantes.Também sou muito grata por toda acolhida e por estar tendo a oportunidade de conhecer lugares, comidas e uma cultura bem diferente da minha região”, comentou, Tasila. Os dois jovens fazem esta experiência oportunizados pelo eixo Voluntariado Jovem e Inserção Sociocultural do Programa MAGIS Brasil que tem o Centro MAGIS Inaciano da Juventude em Fortaleza como referência.

Jornada Vocacional para jovens acontece em Manaus (AM) Dos dias 18 a 20 de agosto, na Chácara Dom Luciano Mendes, Km 43 da AM 010, realizou-se a Jornada Vocacional articulada pelo eixo vocações da Casa MAGIS Manaus. Uma atividade na linha de um despertar vocacional que contou com 47 participantes, sendo estes, jovens entre 14 a 28 anos. O evento iniciou com uma explicação sobre o que é vocação, “para se afastar o pensamento de que vocação é algo restrito apenas para alguns”, disse o articulador do eixo, Arthur Carvalho, SJ. Depois houve um debate sobre as vocações fundamentais: humana e cristã, sugerindo uma reflexão sobre a importância do autoconhecimento e da necessidade de estar discernindo a vocação em oração, na relação com Jesus Cristo. Histórias breves de alguns santos jovens que encarnaram plenamente em suas vidas o chamado de Deus tam-

bém foram apresentadas através de um trabalho de grupo, santos como: São Luís Gonzaga, Chiara Luce, São Tarcísio, Laura Vicuña, entre outros. E, ainda, um painel vocacional foi proposto, contemplando cinco vocações diferentes, onde se ouviu o testemunho de quem as vive: vocação laical, matrimonial, leiga missionária, religiosa e presbiteral.

...DISCERNINDO A VOCAÇÃO EM ORAÇÃO” Além disso, foi propiciado aos jovens momentos de oração pessoal, de partilha do que iam experimentando e sentido ao longo do encontro e, ao final, oferecidos parâmetros sobre como descobrir sua vocação específica, bem como apresentou-se a proposta do acompanhamento pessoal. O evento terminou com a celebração da missa, presidida por Pe. Silas Móesio, SJ.

Debate sobre as vocações fundamentais: humana e cristã


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Um novo Presbítero: Pe. Bruno Torres, SJ “... pôs-se no meio deles e disse: ‘A paz esteja convosco!’” (Jo 20,26). A Companhia de Jesus esteve em festa na Amazônia, no mês de agosto. No dia 12, o jesuíta Bruno Nascimento de Macedo Torres foi ordenado presbítero da Igreja, em celebração presidida pelo Arcebispo de Manaus, D. Sérgio Castriani, na comunidade Santa Joana D’Arc da Área Missionária Santa Margarida de Cortona. A partir das leituras do 2º domingo de Páscoa, a celebração, cuja liturgia foi organizada pelos próprios comunitários da Área Missionária, foi bastante simples, bonita e participativa, conforme era o desejo do ordenando. O jesuíta Bruno Torres nasceu na cidade de Belém (PA) no dia 28 de agosto de 1978. No ano seguinte, sua família se mudou para a cidade de Santarém (PA), onde permaneceu até a adolescência. Já com doze anos de idade, ele subiu ainda mais o rio Amazonas e chegou com sua família na cidade de Manaus (AM), onde conheceu a Companhia de Jesus, quando já era universitário. Tendo realizado as primeiras etapas da formação no Brasil - inclusive o noviciado fez em Manaus, quando ia à comunidade St. Joana D’Arc colaborar na pastoral - partiu no magistério para a China e depois na teologia para Roma (Itália), onde foi ordenado diácono. Retornado ao Brasil, Bruno escolheu para sua ordenação a cidade de Manaus onde reside seus pais e a maior parte de sua família. Sobre a ordenação, o agora então Pe. Bruno agradeceu a Deus pelo dom de sua vida e vocação à vida religiosa e disse que “sentiu um dia e ainda hoje sente o chamado de Cristo para servir na missão da igreja através da Companhia de Jesus... chamado que se constitui em transmitir a paz e reconciliação para a construção do Rei-

no de Deus”. A celebração presbiteral contou com a participação do Pe. Inácio Rhoden, SJ, Superior da Plataforma Amazônia - PAAM, representando o Provincial do Brasil, além de vários outros jesuítas, sacerdotes e amigos do neo-sacerdote. Após a celebração, Pe. Bruno acolheu os presentes na celebração em um jantar regional na quadra do Colégio Aristophanes Bezerra, localizado próximo à Igreja St. Joana D’Arc, no bairro Aliança com Deus. A festividade na Amazônia em preparação à ordenação do jesuíta foi organizada pelo Centro MAGIS Amazônia com quatro dias de oração e três dias de missão nas comunidades da Área Missionária Santa Margarida de Cortona. “Foi um tempo bastante rico, de encontro com pessoas, trocas de experiências e convívio com as famílias”, relatou o escolástico Vitor Biral, SJ, que participou da missão. Estiveram contribuindo no evento também a Casa MAGIS Manaus, SIES, Pré - Comunidade CVX, entre outros. A primeira missa de Pe. Bruno aconteceu no dia seguinte à sua ordenação, 13 de agosto. O local escolhido foi a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, onde este foi catequisado e até hoje seus pais participam. A liturgia da primeira missa foi organizada pela catequese da paróquia, que conta com vários amigos do novo sacerdote, os quais lhe renderam uma homenagem ao final da celebração. Após a primeira missa, houve um pequeno café organizado na casa de uma catequista que reside ao lado da igreja. A festividade continuou com um almoço oferecido na residência São Francisco Xavier aos jesuítas, familiares e amigos do Pe.Bruno. O novo presbítero, retornou para Roma em 13 de setembro, onde assumirá sua nova missão: os estudos especiais de mestrado em Direito Canônico. Roguemos a Deus por ele!

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D. Sérgio Castriani saudando o Novo Presbítero

Mãos ungidas para o Sacerdócio

O Clero presente na Ordenação Presbiteral


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Estudos e Reflexão na Semana Nacional da Família A comunidade Nossa Senhora da Conceição, da Paróquia Santa Luzia, em Porto Velho (RO), promoveu, dos dias 16 a 19 de agosto, um estudo sobre os temas propostos para a Semana Nacional da Família. O perdão na família: fonte de reconciliação e libertação, A família como promotora da misericórdia na sociedade e O serviço cristão no mundo, foram os temas estudados. Este último conduzido pelo Pe. Ivo Müller, SJ. O encerramento foi no dia 19 com jantar partilhado e muita música. O evento contou com a participação de vários casais comunitários.

Formação Familiar

Oficina dos 5 sentidos na Espiritualidade Inaciana A pré - comunidade CVX Amar e Servir de Manaus (AM), realizou no dia 09 de junho, na Área Missionária Santa Margarida de Cortona, a Oficina dos 5 sentidos com comunitários, baseada na Espiritualidade Inaciana, em resposta ao convite para colaborar nos momentos de espiritualidade que antecederam a ordenação do jesuíta Bruno Torres. Inicialmente foi feita uma abordagem sobre a experiência de orar com os sentidos proposto por Santo Inácio. Depois em pequenos grupos, cada um relacionado a um sentido, buscou-se aplicá-los em uma tarefa que gerou uma experiência de oração.

Oficina, Oração e Reflexão

Fé e Alegria promove cursos de Formação Profissional para pessoas da comunidade, em Manaus (AM) No mês de agosto a Fundação Fé uma profissão nova. O objetivo do curso é proporcioe Alegria em parceira com o CETAM (Centro de Educação Tecnológica nar uma formação de qualidade e do Amazonas) iniciou duas turmas fomentar a inserção no mercado de de cursos de formação profissional: trabalho, priorizando o empreenManicure e Instalações Elétricas. Os dedorismo por meio de oficinas e cursos oferecidos são realizados no aulas práticas sobre a temática. A Centro Social da comunidade Gran- proposta de formação para o munde Vitória, contemplando 60 pessoas, do do trabalho, com o foco no emcom idade entre 18 a 60 anos que preendedorismo, visa fortalecer a inencontram-se desempregadas, em clusão produtiva através de grupos sua grande maioria, buscando assim produtivos e/ou a inserção no meruma oportunidade de aprender cado de empreendedores individuais.

Todo o processo é acompanhado pela equipe do Centro Social que regularmente realiza visitas domiciliares de acompanhamento. Esse trabalho de monitoramento humaniza o processo, visto que é possível escutar cada educando e cada educanda sobre seus sonhos, seus objetivos, suas dificuldades, etc. O Fé e Alegria promove esses cursos para pessoas da comunidade, pois entende que o processo de educação popular passa pela família.

Alunas do Curso de Manicure

Comemorações do Centenário: II Jornada Inaciana

Seminário da II Jornada Inaciana

A II Jornada Inaciana é uma parceria entre os Jesuítas e a Comunidade da Capela de Lourdes. A finalidade é divulgar as ações missionárias da Companhia de Jesus, por ocasião da Celebração do Centenário do retorno dos Jesuítas ao Pará (1917-2017). A prática dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola e a história de vida de jovens, leigos e jesuítas foram partilhados por um programa de colóquios. As atividades ocorreram nos dias 21 e 22 de

agosto, das 19h às 21h. As palestras, os testemunhos e as comunicações foram feitas no âmbito de Mesa Redonda. Um Encontro preparado pela Comissão do Centenário, a qual tem a participação de leigos inacianos que cooperam com as obras e serviços dos jesuítas em Belém. Trata-se de um movimento que tem interesse no florescimento e aprofundamento da espiritualidade inaciana. O evento ocorreu no salão da Capela de Lourdes.


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DESTAQUE PASTORAL SARES - SERVIÇO AMAZÔNICO DE AÇÃO, REFLEXÃO E EDUCAÇÃO SOCIOAMBIENTAL Quem Somos Vinculado ao Plano Apostólico da Província do jesuítas do Brasil - BRA (2015-2020), o Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (SARES), atualmente está localizado à Rua Castelo Branco, 101, bairro São Jorge - Manaus (AM). O Serviço recolhe a experiência de Reconciliação da missão amazônica (2003 - 2013), a partir das brasas fumegantes, das sementes germinadas e dos frutos maduros da nova Província dos Jesuítas do Brasil (BRA) e de ex-alunas (os) do SARES. Nossa Missão Promover a justiça socioambiental na e para a Amazônia, na perspectiva da construção de uma sociedade sustentável, comprometida com o desenvolvimento da consciência socioambiental para uma Ecologia Integral. O que fazemos Ações de educação socioambiental Curso de Polinizadores em parceria com o Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social – FMCJS. Este curso tem como objetivo aprofundar o conhecimento das causas e consequências socioambientais do processo de aquecimento global e das mudanças climáticas, criando oportunidades de sensibilização e formação para: Jovens, Lideranças

SARES em atividade socioambiental

comunitárias, pastorais sociais e ativistas ambientais. Projeto de Aprendizagem para uma Ecologia Integral: Círculos de Aprendizagem denominado “Paneiros de Escuta, partilha e Aprendizagem”, realizado no Assentamento Indígena e não indígena Sol Nascente, situado no Conjunto Francisca Mendes 2, zona norte de Manaus. A princípio foi realizado um diagnóstico e uma cartografia social, tendo cosujeitos de direitos os moradores da comunidade. Ações de Incidência política Projeto Ajuri de Incidência Política: Tem como objetivo promover a incidência política através do fortalecimento da rede socioambiental, em articulação com as entidades: Rede Eclesial Panamazônica (REPAM), Fórum das Águas, Articulação para a Convivência da Amazônia (ARCA), Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social (FMCJS), Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (OLMA) com sede em Brasília, Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e Comitê do Lavrado situado em Boa Vista (RR). Equipe SARES Atualmente o SARES conta com uma Equipe Executiva, sendo: Pe. Paulo Tadeu Berausse, SJ, quem

Curso de Polinizadores

coordena o SARES, estando Mary Nelys como Educadora Socioambiental), Natália como Jornalista e Miracélia Martins como Secretária. Apesar da Equipe Executiva, o SARES busca realizar as atividades com parcerias, sendo de Instituições religiosas ou não, de indivíduos voluntários, da sociedade como um todo. A história O SARES surgiu em 2003, ainda com a nomenclatura: Serviço de Ação, Reflexão e Educação Social.

Equipe do SARES

O apelo para este surgimento aconteceu por meio do então Arcebispo da Arquidiocese de Manaus, Dom Luís Soares Vieira, que pediu aos jesuítas que assumissem um serviço de pesquisa e ação para a salvaguarda da sociedade manaura e dos povos da Amazônia. A atuação durou mais de uma década e aconteceu em parceria com o Instituto Missionário da Consolata e a Arquidiocese de Manaus. De 2013 a 2016 o SARES passou por uma restruturação e hoje é assumido integralmente pela BRA.


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ESPECIAL

CARTA DE POSICIONAMENTO DA PAAM “O meio ambiente é um bem coletivo, patrimônio de toda a humanidade e responsabilidade de todos” (Papa Francisco, Laudato Si, n.95).

Há 477 anos construindo processos. A Amazônia como parte da história No dia 27 de Setembro, a Companhia de Jesus celebra seus 477 anos de história. Neste mesmo dia no ano de 1540, Inácio e seus amigos viveram um momento muito singular em suas vidas. Depois de tantos caminhos percorridos, de estar próximo aos enfermos nos hospitais, com os peregrinos nos caminhos da Europa, dando os Exercícios Espirituais a várias pessoas, encontraram na pessoa do Papa o melhor modo de continuar servindo a Jesus Cristo, agora como Companhia de Jesus. Entenderam que, diante da impossibilidade de irem a Jerusalém devido a tensões entre Veneza e o Império Otomano, a melhor forma de se colocarem ao serviço dos outros seria por meio da obediência ao Sumo Pontífice, eleição tomada após um longo processo de discernimento. Sendo Jesus o modelo de suas vidas e a Ele já consagrados, por intermédio da experiência dos Exercícios Espirituais, decidiram que se chamariam Companhia de Jesus. Assim, pela bula Regimini Militantis Ecclesiae, o Papa Paulo III aprovou oficialmente a Companhia de Jesus (Societas Iesu - SJ).

Importante ressaltar que tal acontecimento foi se tornando mais claro a partir da experiência espiritual de Inácio em La Storta. Impulsionado pela confiança nascida da intimidade com Jesus por meio da oração, Inácio e seus amigos experimentam os frutos da consolação espiritual dada pela contemplação de Cristo na Cruz dizendo a Inácio: “Quero que tu nos sirvas”. E de Deus Pai ouvindo Dele: “Eu vos serei propício a Roma”. Surgiram, pois, implicações decorrentes da aprovação do nascimento da Companhia de Jesus. Uma vez que desejavam se manter em uma certa unidade, aparecem, em Roma, os primeiros processos de discernimento quanto às missões advindas das necessidades da Igreja. Como era-lhes próprio, com celebrações, orações e penitências, chegaram à conclusão de que um dentre eles deveria ajudar a garantir a unidade com todos pelo voto de obediência. Fato interessante é constatar que a a aprovação da Companhia não fora feita logo quando Fabro, Laínez e Inácio chegaram a Roma em 1937. Houve um longo processo com tensões

Como Plataforma Apostólica Amazônia, diante da situação atual do nosso país, nos posicionamos frente a mais uma das ameaças que atingem a nossa Amazônia, terras, povos e rios: o Decreto de extinção da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), localizada na divisa dos estados do Amapá e do Pará, criada pelo Decreto nº 89.404 de 24/02/1984, com uma área total de mais de 4 milhões de hectares, que representa aproximadamente o tamanho da Dinamarca, Bélgica e Suíça. O Decreto maligno 9.142/17 extingue a Reserva Nacional de Cobre e Associados no dia 23 de agosto de 2017. Fortemente pressionado pela repercussão negativa, na Amazônia, para a mineração privada, no dia 28 de agosto o Governo de Michel Temer resolveu revogar a decisão e publicar um novo texto para “clarificar” o assunto. No entanto, o Decreto nº 9.147/2017, apenas detalha algumas salvaguardas já previstas na legislação brasileira, mas, não modifica o cerne da polêmica, ou seja, a área, antes legalmente reservada a pesquisas do Estado, se tornará aberta à atividade de mineradoras privadas, com potencial de pressionar áreas de conservação ambiental e terras indígenas da zona. Porém, em nota divulgada no dia 26 de setembro, o Governo Temer revogou o Decreto de Extinção da Renca, desse modo persiste aquilo que já fora decretado em 1984, quando de sua criação. O Ministério de Minas e Energia disse que as razões que levaram a pasta a pedir a extinção da Renca continuam presentes. Afirmou que “o debate em torno do assunto dever ser retomado em outra oportunidade mais à frente e deve ser ampliado para um número maior de pessoas, da forma mais democrática possível”. Isso siginifica para nós que não devemos ficar inertes e sim reafirmar nosso posicionamento. É o continuísmo da Política reformista de Temer! Por isso, nossa inquietação com a herança que ficará para nossa região e o povo amazônico, tais como a lama, a contaminação das fontes de água, a perda de acesso aos alimentos, aos espaços de lazer, a saúde, a miséria, enfim tantas outras situações que violam o direito do homem. Questionamos os possíveis impactos que poderão ocorrer! Nesse sentido, manifestamos nossa grande preocupação sobre a extinção da Renca, pois, segundo a nossa Constituição Federal de 1988 não mais persiste qualquer distinção entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental, sendo a defesa do meio ambiente um dos princípios da ordem econômica, estando a exploração dos recursos minerais vinculada à recuperação do meio ambiente degradado. “É bem conhecida a impossibilidade de sustentar o nível atual de consumo dos países mais desenvolvidos e dos setores mais ricos da sociedade onde o hábito de desperdiçar e jogar fora atinge níveis inauditos. Já se ultrapassaram certos limites máximos da exploração do planeta, sem termos resolvido o problema da pobreza” (Laudato Si, n.27) Assim, repudiamos esta estrutura capitalista patriarcal que impulsiona a desigualdade via crescimento econômico, que nunca põe a vida como prioridade e só reforça o sistema de exploração e opressão e reafirmamos nosso compromisso com a Mãe Terra, Povos Indígenas, Quilombolas e Ribeirinhos.


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Vitor Biral Bazucco, SJ Licenciado em Filosofia pela Faculdade João Paulo II, MARILIA - SP. Atualmente está como coordenador do Centro MAGIS Amazônia, Belém - PA.

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e também apoio por parte dos car- é a palavra processo. Um longo deais responsáveis por examinar o processo, permeado de orações, documento papal. Segundo William celebrações, serviços generosos foi Bangert (1972, p. 33), “foram um ano possibilitando Inácio e seus come três semanas de ansiedade e in- panheiros a lerem os sinais de Deus certeza”. durante todo o caminho antes, Após a aprovação de 27 de Setembro, durante e depois da aprovação da elegem Inácio, em 1541, como Ge- Companhia pela própria dinâmica ral da Companhia de Jesus e, alguns aprendida nos Exercícios Espirituais. meses depois, emitem os votos Ressoa-nos até hoje esta palavra solenes como membros da mesma quando a Congregação Geral 36 nos Companhia. “Em 1544, Paulo III su- convida, assim como os primeiros primiu a primitiva restrição de ses- companheiros, deixarmo-nos guiar senta membros, e em 1550 o Papa pelas palavras de um Pontífice. O Júlio III confirmou solenemente a O Papa Francisco hoje afirma que os Companhia com a bula Exposcit de- jesuítas devem iniciar processos. bitum” (BANGERT, 1972, p. 34). “Trata-se do magis, desse plus que Como se tratava de uma nova or- leva Inácio a iniciar processos, acomdem religiosa, Inácio pensava em panhá-los e avaliar a sua real incimembros disponíveis para às missões dência na vida das pessoas, seja em que o Pontífice os enviassem. Den- questões de fé, de justiça, ou de mitro do contexto histórico em que a sericórdia e caridade. Companhia fora aprovada, foi possível que em menos de nove anos os primeiros jesuítas chegassem ao ESSA QUESTÃO DE Brasil, especificamente, na Baía de INICIAR PROCESSOS SERIA O Todos os Santos, hoje, Salvador. Com ardor missionário e apoio da CONTRÁRIO DE ESTAR OCUCompanhia Universal frente as ne- PANDO ESPAÇOS. A OUTROS cessidades advindas do Brasil, os je- RELIGIOSOS OCUPAM suítas foram propagadores do EvanESPAÇOS, OS MOSTEIROS, gelho nestas terras desde suas origens. Este preâmbulo histórico, portanto, MAS A COMPANHIA nos faz voltar as origens da Com- INICIA PROCESSOS.” panhia e pode nos iluminar, ajudan- (CG 36, 2017, P. 95) do-nos a construir a história como colaboradores de Deus na missão, Implica-nos, portanto, neste moem especial, nas terras amazônicas. mento da história da Província dos Depois de 477 anos desde a sua jesuítas do Brasil, acolher e iniciar aprovação, a Companhia continua processos de discernimento em vista exercendo a missão de Deus nas ter- da qualidade e profundidade da nosras brasileiras e, em especial, nas ter- sa vida e missão na Plataforma Aposras amazônicas. Toca-nos, hoje, olhar tólica Amazônia. Somos inspirados a história dos primeiros companheiros também pelas nossas próprias ações e, neste mês, fazer memória agra- como corpo apostólico. Neste mês decida desta data importante, para de Setembro, celebramos um ano que assim como eles, saibamos com- de criação do SARES - Serviço Amapreender os sinais dos tempos e este- zônico de Ação, Reflexão e Educajamos abertos à ação de Deus na nos- ção Socioambiental. Depois de dois sa história pessoal, na história do anos de reestruturação, podemos mundo e, em especial, da Amazônia. agradecer por todo trabalho realiO que nos marca profundamente zado nestes mais de dez anos de na história da Companhia nascente fundação e, dentro deste processo

de nova estrutura, rezarmos por esta obra e continuarmos a pensar concretamente os meios para ajudar esta importante missão que contribui com projetos para a vida dos povos nativos da Amazônia. Ademais, entramos em comunhão com o que está expresso pela Carta de posicionamento dos jesuítas da Amazônia redigida com a Assessoria do SARES em defesa dos povos indígenas que segue nesse Informativo. No dia 5 deste mês, celebramos o dia da Amazônia. Possamos ler e divulgar esta carta que representa milhões de vozes desta terra em defesa pelos que nela vivem e pela justiça que pouco vemos no Brasil. Impulsionados pela história, pela missão que a Companhia leva adiante desde a chegada dos primeiros missionários jesuítas, pela tão falada Amazônia, coração do mundo, possamos nos animar nessa missão contemplando o mistério da Encarnação do Filho de Deus e assim, também nós, como seus amigos, possamos contribuir nas obras de misericórdia pela Vida nesse rico e vasto ecossistema.

ACOLHER E INICIAR PROCESSOS DE DISCERNIMENTO EM VISTA DA QUALIDADE E PROFUNDIDADE DA NOSSA VIDA E MISSÃO NA PLATAFORMA APOSTÓLICA AMAZÔNIA.”


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AGENDA

RECOMENDADA

Este é um espaço reservado para as obras e serviços compartilharem seus calendários de atividades, mês a mês. Uma agenda compartilhada oportuniza que outras pessoas possam se planejar para participar de seu evento e colabora para a visão do corpo apostólico em ação na Plataforma Apostólica Amazônia. Um trabalho em rede é uma forma de organização em torno de valores e interesses compartilhados. Então, nada melhor que uma Agenda para começar a se organizar no trabalho em Rede. Recomende!

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CAP’s I - SIES e Outras Obras e Serviços - Manaus (AM)

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Centro Alternativo de Cultura(CAC) Fone: (91) 3223-5728 / 3222-0879 Casa MAGIS Manaus Fone: (92) 99122-6607 E-mail: casamagis.manaus@gmail.com Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (SARES) Fone: (92) 3345-0614 / 98440-9134 / 99131-6128 E-mail: saressocioambiental@asav.org.br Serviço inaciano de espiritualidade (SIES) Fone: (92) 98168-8607 / 99102-6810 E-mail: servico.inaciano.bam@gmail.com Centro MAGIS Amazônia Fone: (91) 3223-5728 E-mail: centromagis@gmail.com

50 ANOS DE COMPANHIA Pe. Francisco Almentar Burriel, SJ 06 de Outubro

Peregrinos no Círio - Centro MAGIS Amazônia Belém (PA)

Romaria da Juventude - Centro MAGIS Amazônia Belém (PA)

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+ INFORMAÇÕES :

JUBILEU

Partilhar MAGIS - Casa MAGIS - Manaus (AM)

Formação - Espiritualidade Inaciana e a Missionariedade na Amazônia - Centro Alternativo de Cultura (CAC) - Belém (PA) Projeto Ajuri de Incidência Política - Encontro com Instituições - SARES - Manaus (AM)

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Exercícios Espirituais para Jovens -EEJ 1º e 2º Etapa - Casa MAGIS - Manaus (AM) Retiro da Pré-Comunidade CVX Amar e Servir - (Aberto) - Manaus (AM)

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Semana de Estudos Amazônicos - Centro Alternativo de Cultura (CAC) - Belém (PA) Dia 24 aniversário do CAC Participação na Semana Amazônica na PUC (RJ) - SARES - Manaus (AM)

Encontro Pedagógico - Centro Alternativo de Cultura (CAC) Belém (PA) Integra MAGIS - Centro MAGIS Amazônia - Belém (PA)


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O Informativo PAAM In Foco será uma publicação mensal. Até o dia 10 de cada mês você poderá enviar a sua notícia para entrar na próxima edição. No trabalho em Rede todos colaboram. Mande sua notícia!


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