Informativo PAAM In Foco - Ed. 04 - Dezembro de 2017

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ANO 1 DEZEMBRO 2017 MANAUS - AM

PLATAFORMA A P O STÓ L I C A AMAZÔNIA

INFORMATIVO EDIÇÃO 04

Jovens no chão da Amazônia fazem Puxirum P . 08 P ÁG

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No dia 26 de novembro, no Brasil, iniciou-se o Ano Nacional do Laicato e o Papa Francisco encaminhou uma mensagem à CNBB por meio do Cardeal Pietro Parolin, dirigindo-se a todos os (as) leigos (as) brasileiros (as), animando a cada um (a) a serem protagonistas ao que o Papa chama da “nova saída missionária”. Ele pede que os cristãos se desinstalem, que não se encerrem nas paróquias ou nas insituições que se está, enquanto há tanta gente esperando o evangelho. “Não se trata simplesmente de abrir a porta para que venham, para acolher, mas de sair porta fora, para procurar e encontrar”, exortou o Papa. Sobre esse encontro, jovens movidos pelo magis; termo em latim que quer dizer o “mais, o maior o melhor”, que buscam “ser mais para os demais”; no advento, fizeram a experiência dessa “nova saída missionária”, através do MAGIS Puxirum, atividade de quase dez dias de inserção em comunidades indígenas e ribeirinhas. Confira a notícia no informativo e veja no Especial o artigo “Laicato e toda força de encarnação na Amazônia”. Isso e muito mais!

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MAGIS: Simpósio Socioambiental acontece em Belém

Após 30 anos, mandante do assassinato do Ir. Vicente é condenado

SIES Manaus promove Jornada de Espiritualidade Inaciana

PÁG. 02 EDITORIAL

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PÁG. 10 DESTAQUE PASTORAL

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Mensagem Natalina: Sonho de... Por Dom Sérgio Castriani

Superior da Plataforma Amazônia, em saída, Pe. Inácio Rhoden, SJ

Comunidade do Menino Jesus

Laicato e toda força da encarna... Por Lidiane de Aleluia Cristo

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Festividade da Comunidade do Menino Jesus inicia com Retiro

ESPECIAL


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EDITORIAL Mensagem Natalina: Sonho de Natal

Dom Sérgio Castriani, Arcebispo da Arquidiocese de Manaus (AM)

Quando fui nomeado bispo escolhi um lema para o meu ministério: Habitou entre nós. Quis expressar assim minha convicção, que o Mistério central é a encarnação do verbo. A consequência desta verdade para a vida pastoral de um bispo é que seu ministério deverá conduzí-lo ao encontro das pessoas e da sua humanidade. Se o caminho de Deus foi fazer-se humano, não há um outro caminho para encontrá-lo senão sendo solidários com os homens e as mulheres, todos irmãos e portadores da mesma dignidade. Pela graça de Deus fui enviado para a Amazônia já há quase quatro décadas. Aqui encontrei uma Igreja de comunidades, que acredita nos (as) leigos (as) e investe na sua formação, comprometida com a preservação na natureza e que acredita na causa dos povos indígenas. É claro que esta Igreja encontra oposição. Na liturgia assistimos o retorno de um devocionismo que já parecia superado, o movimento comunitário parece ter arrefecido e em muitos lugares se instalou um neo-

pentecostalismo agressivo. O capital parece cada vez mais devastador e os povos indígenas veem os seus direitos ameaçados. Mas depois de quase vinte anos de serviço episcopal continuo a acreditar que o Espírito nos conduz na mesma direção e que o futuro está com os humilhados da história. Ao convocar a décima assembleia de pastoral da Arquidiocese de Manaus exprimi o meu desejo de que sejamos uma igreja que caminha e que escuta as pessoas, não atropelando o ritmo do povo mas tendo direção, vivendo a comunhão e a participação concretamente nas suas instâncias de decisão, conselhos pastorais e administrativos em todos os níveis. Uma igreja em saída, missionária que vai aos confins da terra. Uma igreja que edifica, formando verdadeiras comunidades onde cada um tem o seu lugar e é ministerial. Tem organização e identidade construídas a partir dos desafios e das necessidades das pessoas e da evangelização. Uma igreja que dá testemunho da sua fé com uma postura ética e profética,

assumindo as causas dos excluídos e marginalizados, vivendo a caridade e saindo de si mesma. Uma igreja sinodal, onde todos se sentem corresponsáveis. Ouso sonhar com uma igreja que seja sal da terra e luz do mundo com um laicato maduro, consciente e bem formado, não para voltar aos tempos da cristandade, mas para fazer da sociedade uma sociedade realmente humana. E que a Igreja seja servidora da humanidade, não vivendo para si, mas em constante saída, indo ao encontro daqueles que vivem excluídos do banquete da vida. Foi este sonho que me levou a passar grande parte do meu ministério viajando nos rios, lagos e paranás da região do Envira, do baixo juruá e do médio e baixo solimões visitando as comunidades ribeirinhas e indígenas. Hoje continuo a acreditar que o Senhor está entre nós e que habita também na cidade e que aqui também o encontramos, na população da rua, nos migrantes, na população carcerária, nas ocupações, na juventude, nas comunidades, nos movimentos, na vida religiosa consagrada, na Igreja.

E •X• P •E•D •I• E•N •T• E CONSELHO EDITORIAL Diretor Editorial Editora Responsável Projeto Gráfico e Diagramação Redação e Revisão

Pe. Inácio Rhoden, SJ Ana Lúcia Farias Arthur Carvalho, SJ Vitor Bazzuco, SJ Pe. Felix Lopes, SJ Ana Lúcia Farias

Colaboradores desta Edição

Dom Sérgio Castriani, Lidiane Cristo

Distribuição

PAAM - Anúncio Interno (digital)

Abrangência

Disponível em Plataforma Digital:

Fotos

Banco de Imagens / Divulgação

PAAM In Foco é um infomativo mensal da PLATAFORMA APOSTÓLICA AMAZÔNIA da Província dos Jesuítas do Brasil, produzido pela Assessoria de Comunicação da PAAM, sem fins lucrativos. Av. Leonardo Malcher, 357 - Aparecida - Manaus - Amazonas E-mail: analuciaf@jesuitasbrasil.org.br Telefone: 92 93622-9835


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ENTREVISTA 1. Na escolha pela Companhia de Jesus, enquanto ordem religiosa, para o exercício de sua vocação, o que mais lhe chamou atenção ou cativou e lhe permitiu assumir a identidade cristã de ser jesuíta? O que me cativou e inflamou meu coração, fazendo-me optar pela Companhia de Jesus, foi a profunda e sólida espiritualidade baseada em Jesus Cristo e o alegre espírito missionário de muitos jesuítas que atendiam a nossa paróquia dos Santos Mártires das Missões Roque, Afonso e João.

EM TUDO AMAR E SERVIR: COM GRATIDÃO E ALEGRIA

Pe. Inácio Luiz Rhoden, SJ Brasileiro, natural do Rio Grande do Sul - Salvador do Sul, 53 anos, sacerdote há 17 anos, Mestre em Teologia Prática, apaixonado pelo Exercícios Espirituais e o cultivo de plantas e atualmente está como Superior da Plataforma Apostólica Amazônia, em saída. Em entrevista, ele fala um pouco sobre a sua missão apostólica, um resgate de uma memória celebrativa durante esses três últimos anos como Superior da Companhia de Jesus na Amazônia, interligando a historicida e afetividade de seus processos formativos de vida, considerando a relevância pessoal, para a BRA, para a PAAM e a Sociedade como um todo.

2. Durante a sua formação religiosa e atuação apostólica, onde sentiu ou sente que Deus mais lhe chama a servir e de que forma isso se expressa no “como”? Sinto grande entusiasmo na vivência da espiritualidade inaciana e de modo especial no viver e oferecer a outros a possibilidade de viver a experiência profunda de encontro com o Criador através dos Exercícios Espirituais. Posso dizer que a vida tem sentido quando conseguimos viver o jeito simples de Jesus, seja isso estudando, trabalhando, conversando, escutando, rezando, pensando ou fazendo alguma outra coisa. Durante a minha formação e ainda hoje sinto que os meus passos são lentos no aprendizado diante do tempo que passa rápido. Penso que aprendemos muitas coisas na vida, porém é na amizade que encontramos força e sentido para realizar a nossa missão e é isso que nos sustenta na caminhada. A inspiração e o desejo de Santo Inácio de sermos sempre amigos no Senhor está presente em cada jesuíta, pois é o que estou vivendo e experimentando atualmente. Portanto, o “como” perpassa a amizade de autênticos amigos no Senhor.

Isso é bonito, consolador, gratificante e animador! 3. Segundo a Constituição da Companhia de Jesus e Normas Complementares, “a obediência é sempre um ato de fé e de liberdade”. Há três anos o senhor foi nomeado para a missão de estar como Superior da Companhia de Jesus na Amazônia. O que isso significou pessoalmente? Isso significa uma contínua entrega total e generosa de minha parte. Continuo aprofundando o aprendizado que a minha consagração quer ser uma expressão de gratidão e jamais de obrigação. O desejo de existir eternamente constitui-se para mim o ponto central, creio que igualmente há de ser para todo homem, no qual se entrelaçam inteligência e liberdade, conduzindo assim o nosso espírito a procurar uma resposta para este desejo de vida eterna. A fé é uma luz no caminho da busca. A inteligência e a liberdade do espírito provocam uma abertura transcedental do homem à universalidade do ser segundo o duplo movimento do acolhimento e do dom, da razão e da liberdade. Enfim, podemos dizer que a nossa liberdade e a nossa razão humana atingem o grau mais elevado no ato de fé numa atitude de profunda confiança e entrega. Para mim a obediência implica viver a autêntica experiência de consagração, que é uma manifestção de liberdade, amor, gratidão e alegria. O ser humano, como sujeito dotado de liberdade e vontade, na genuína experiência espiritual, realiza-se enquanto acolhe com amor incondicional aquele que é a plenitude da sua existência. E numa atitude de gratidão se oferece incondicionalmente, numa opção de consagração, ao Deus da vida, a serviço do Reino de Amor.


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4. A Companhia de Jesus deve estar sempre à procura de ser criativa e generosa, o que significa dizer que os jesuítas são chamados a serem ‘contemplativos na ação’. Como pensa ter ajudado nos processos de incompreensão e problemas que a Companhia viveu e vive na Amazônia?

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mano para se tornar mais próximo de cada um de nós. É importante sermos profunda e verdadeiramente humanos e assim nos fazermos próximos dos nossos companheiros.

5. De que forma o senhor percebe que a experiência de Governo, na estrutura de Nova Província, durante Constato que podemos ser mais cria- esses três anos, colaborou para alartivos e generosos na intimidade e gar-se o olhar sobre a Amazônia, amizade com o Senhor e entre nós mas ao mesmo tempo estreitar-se para vivermos melhor como verda- o olhar sobre ela, com seus desafios deiros companheiros de Jesus, hu- e peculiaridades? manos e amigos autênticos. É certo que queremos ser companheiros e Percebo que há um olhar aberto, acoamigos no Senhor. Também quere- lhedor e de aproximação da Compamos ser profudamente humanos e nhia de Jesus para com a Amazônia. espirituais a serviço da missão de Je- Os ajustes nas estruturas da Provínsus Cristo. O nosso coração de ami- cia dos Jesuítas do Brasil visam resgo e companheiro se forma dia após ponder aos desafios de melhor tradia até o fim da nossa vida. Se não balhar em equipe, tecer redes e consformamos o nosso coração conforme truir projetos comuns de ação. Creso coração de Jesus, vamos ser jesuí- ce a consciência de que a Preferêntas teóricos em vez de sermos con- cia apostólica Amazônia apresenta templativos na ação. Como conse- demandas peculiares para a missão quência encontraremos muitas difi- Fica evidente que como jesuítas deculdades em sermos jesuítas próxi- vemos participar mais efetivamente mos, animados e ao mesmo tempo da REPAM e da CPAL. Creio que deanimadores dos nossos companheiros e servidores na missão de Cristo. Acredito que os processos de incompreensão serão superados à medida que crescemos na familiaridade com o Senhor e na amizade entre nós. A oração é um momento privilegiado de nos encontrarmos com Deus, é uma aoportunidade para ordenar e conformar a nossa vida segundo a vontade do Pai. A vida espiritual é a espinha dorsal na nossa vocação no seguimento de Jesus Cristo. A oração pessoal é necessária e indispensável durante toda a vida para perseverarmos na opção feita. A oração nos ajuda a discernir e integrar fé e vida. A nossa fé no Deus de Jesus Cristo é fruto de uma vida espiritual autêntica. Deus se fez hu-

veríamos focar numa consciência profunda e amazônica, numa perspectiva socioambiental, com atenção especial aos povos indígenas e viver uma espiritualidade inaciana. Buscando encontrar Deus em todas as coisas para tudo amar e servir com gratidão e alegria. 6. Para finalizarmos... o senhor está deixando o Governo este ano, o que implica, muitas vezes, em uma nova missão, pod e dizer algo sobre isto? Numa expressão memoriosa posso, dizer com gratidão que um sonho se realiza e uma missão continua. Recordo com muito carinho e emoção no coração a minha primeira missa celebrada há 17 anos. Ao concluir o período a serviço do Governo que a Companhia me confiou aqui na Amazônia, repito adaptando o que eu dissera na homilia da minha primira missa. “ Hoje, tempo de graça, lindo e maravilhoso em que celebramos as graças que o Senhor nos concedeu. Parece tempo de vida

nova, revivendo o dia da ressurreição. Celebramos a vitória da vida, a alegria da ressurreição do Senhor, que é símbolo, não somente o símbolo, mas é também testemunha de que a vida em plenitude existe, porque Jesus Cristo ressuscitou. Nós somos testemunhas da ressurreição de Jesus e confiamos que Deus Pai um dia nos ressuscitará para a plenitude da vida. Num tempo como o nosso, nada mais consolador do que ter os mesmos sentimentos de Cristo Jesus. O dia em que encontrei essa frase: “ Tende em vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus” (Fl 2, 5), senti que havia encontrado uma síntese perfeita para a minha vida e uma missão começara. Hoje eu confirmo que a mesma missão continua, isto é amar e servir com gratidão e alegria, testemunhando com a própria vida e ressurreição, a vida plena aqui na Amazônia.


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ACONTECIMENTOS - OBRAS E SERVIÇOS Festividade da Comunidade do Menino Jesus inicia com Retiro Espiritual

Em Ponte Alta, a Comunidade do Menino Jesus se reúne para rezar

3º Jornada Inaciana acontece em Belém (PA) Em 6 de novembro de 2017 iniciou-se a terceira Jornada Inaciana e se estenderá até o mês de fevereiro do próximo ano, por ocasião da comemoração do centenário de retorno das missões dos jesuítas no Pará. O tema abordado nesta terceira edição foi “Espiritualidade Inaciana”. O evento ocorreu na Capela Nossa Senhora de Lourdes, em Belém do Pará, e contou com a participação dos palestrantes Pe. Inácio Rhoden, SJ, Superior da Plataforma Apostólica Amazônia (PAAM) e padre Geraldo Kolling, SJ, administrador da Companhia de Jesus no Brasil. Outros temas circundaram a jornada como: fé, juventude, espiritualidade e redução da desigualdade social. É válido ressaltar que as missões jesuítas são desenvolvidas na Amazônia e contam com várias parcerias.

Evento aconteceu na Capelinha

A Comunidade do Menino Jesus, em Santarém (PA), está nos festejos de seu padroeiro e iniciou a preparação do tempo festivo no dia 15 de novembro, com um retiro espiritual, refletindo o tema da festividade: “Menino Jesus, despertai em nossa comunidade o compromisso com o meio ambiente”. O evento ocorreu no igarapé da Ponte Alta, aproximadamente a 7km de distância da zona urbana de santarém. O lugar já foi alvo de denúncias feitas pelos moradores da área que afirmaram a uma emissora de televisão local que a vegetação ao redor do manancial está sendo destruída, provocando assoreamentos. Há 5 anos, foi realizada a venda desordedenada de um loteamento naquela área para a construção de chácaras,

na encosta do igarapé e essa é uma das causas apontadas para a degradação. Na área já existe um igarapé assoreado que corre o risco de secar. Unindo essa problemática junto a tantas outras situações de danos ambientais que o homem causa, a reflexão proposta aos retirantes teve momentos de místicas as margens do igarapé, oração pessoal e convivência. Na continuidade dos festejos, no dia 10 de dezembro a programação oficial iniciou com missa na comunidade e apresentação do manto do Menino Jesus. Durante este tempo, até 25 de dezembro, quando encerram-se os festejos, acontecem peregrinações e missas, batismos e círio luminoso, havendo missa solene de natal no dia 24 e por fim, no dia 25, o encerramento com procissão e missa.

Retiro de Colaboradores em Manaus (AM) A Companhia de Jesus, em Manaus, anualmente promove o Retiro dos Colaboradores e este ano não foi diferente. Entre os dias 24 e 26 de novembro, na Casa de Retiro Ir. Vicente Cañas, bairro Jorge Teixeira, reuniu funcionários e leigos (as) que atuam nas obras e serviços e propôs a eles os Exercícios Espirituais. O retiro que trouxe a temática da “Eleição e Projeto de Vida” foi dirigido pelo Superior da Plataforma Apostólica Amazônia, Pe. Inácio Rhoden, SJ, que mostrava-se muito consolado, dois dos motivos seriam: a gratidão por estar fechando um ciclo de serviço na Amazônia em retiro com aqueles que colaboraram com a missão da Companhia, após três anos como superior e, por fazer memória, no dia 25 de novembro, dos 17 anos do seu sacerdórcio.

Colaboradores no Serviço do Reino


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Tríduo de orações às vocações da Companhia A Companhia de Jesus, por ocasião da Festa de Todos os Santos e Beatos Jesuítas comemorada dia 5 de novembro, realizou dois dias de oração em prol das Vocações a Companhia de Jesus. O primeiro dia ocorreu em 3 de novembro na Área Missionária Santa Margarida de Cortona. Na ocasião, os vocacionados da Àrea Missionária foram apresentados e confiados às orações das integrantes do Apostolado de oração, que celebravam a primeira sexta-feira do mês. No dia 4 de novembro, no Espaço Loyola, o segundo dia de oração reuniu os jovens da Casa MAGIS. O evento aconteceu em Manaus (AM).

Um encontro de gerações na oração

Estudantes Jesuítas em comunidades no Acre Chegaram à cidade de Brasiléia (AC), 5 estudantes jesuítas para uma experiência de acompanhamento às comunidades rurais da Paróquia Nossa Senhora das Dores, sob a acolhida do Pe. Gilberto Versiani, SJ, pároco. “Eles estarão acompanhando algumas comunidades de nossa Paróquia, no período de 12 a 25 de dezembro, realizando nas famílias as celebrações da Novena de Natal, preparando-nos para receber, no coração, o Menino Jesus que vem!”, contou Pe. Gilberto. Os estudantes fazem parte do grupo de Juniorado e Filosofado dos jesuítas em Belo Horizonte (MG).

Estudantes em experiência Natalina

Simpósio Socioambiental acontece em Belém (PA) No período de 17 a 19 de Novembro foi realizado, na cidade de Belém (PA), o I Simpósio Socioambiental com o tema “Justiça Socioambiental: desafios e caminhos possíveis”, evento promovido pelo Centro MAGIS Amazônia. O Simpósio nasceu a partir das discussões dos (as) jovens que compõe o Eixo Socioambiental do referido Centro, em resposta à missão da Companhia de Jesus que tem em seu foco o serviço da fé e promoção da justiça, visando produzir um trabalho consistente que contribua para o aprofundamento do conceito e da prática da justiça socioambiental.

O evento contou a participação de doutores da UFPA, UFRA, CESUPA, indígenas e religiosos como palestrantes. Nestes três dias, buscou colaborar na conscientização e formação de novas lideranças juvenis com posicionamentos éticos e fiéis na defesa da Casa Comum. O encontro possibilitou a inter-relação das juventudes e a Justiça Socioambiental, contribuindo para o despertar e desenvolvimento da construção de uma sociedade sustentável. Inter-relação que perpassa pelo reconhecimento da dignidade humana, por políticas que diminuam as desigualdes, e a busca por caminhos para a ecologia integral.

Equipe organizadora e facilitadores

CAC realiza projeto “Ação para o Bem Viver” Ação para o Bem Viver é um projeto que tem sua origem no diagnóstico realizado pela Equipe Socioambiental no primeiro semestre de 2017 nas comunidades que o Centro Alternativo de Cultura (CAC) acompanha. Esse projeto objetiva desenvolver processos educativos socioambientais com as crianças, adolescen-

tes e famílias da comunidade por meio da implantação de um Jardim Produtivo com plantas ornamentais, frutíferas e ervas medicinais, bem como um parque ecológico infantil em uma área ociosa do Centro Comunitário Educação para a Vida, em Curuçambá - Ananindeua (PA). Durante as últimas semanas de

novembro foram realizadas rodas de conversas com as crianças e com as famílias, assim como visitas de mobilização para o Mutirão do Bem Viver, que aliás este ocorreu no dia 3 de dezembro. “O mutirão foi o momento de unirmos forças para a transformação do espaço ocioso em um espaço agradável e produtivo.

Foram realizadas limpezas, capinagens, construção de canteiro e plantios de algumas mudas”, relatou Aurilene Silva, coordenadora do Centro Alternativo de Cultura. A ação para o Bem Viver parte de uma preocupação com a questão ecológica aliada a questão social em busca da Justiça Socioambiental.


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1º Pororoca das Nações na Praia das Lajes

Em prol da Justiça Socioambiental

No dia 5 de novembro, o Movimento SOS Encontro das Águas e a Nación Pachamama realizaram o evento chamado 1º Pororoca das Nações das Águas nas praias das Lajes, em frente ao Encontro das águas do Rio Negro e Solimões, Manaus (AM). O objetivo do encontro foi sensibilizar a sociedade para a emergência da crise hídrica que o país enfrenta. O evento contou com a presença

do Ir. João Luiz, SJ, um grupo da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e do Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (SARES). No diálogo foi mencionada a preocupação com a preservação do meio ambiente e também da contraposição sobre a construção do Porto que constantemente é motivada a sua concretização e buscou-se conscientizar sobre as ações socioambientais.

Casa MAGIS Manaus promove Mochilaço Jovem A Casa MAGIS Manaus promoveu entre os dias 18 e 19 de novembro mais uma edição do Mochilaço Jovem. Neste ano sob a luz do tema: “Juventude Mochileira, com Maria somos Mensageiros da Alegria do Encontro” e lema: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42). O percurso que teve 19 km, iniciou no Santuário Nossa Senhora de Aparecida na cidade de Manaus e seguiu até a Área Missionária Nossa Senhora de Aparecida no distrito Cacau Pireira, município de Iranduba, região metropolitana da Capital Amazonense, reunindo cerca de 55 participantes mochileiros, 25 colaboradores e equipe de coordenação, além de 5 oficineiros. A metodologia da atividade apresentou dois momentos: o primeiro dia chamado de Peregrinação Inaciana e o segundo de inser-

ção comunitária. No primeiro dia, a partir dos 5 sentidos, cada um aprofundado em um parada de reflexão, os (as) mochileiros (as) foram convidados (as) a refletir sobre a temática proposta apoiada na Evangelli Gaudium “A alegria do Encontro”, e passagens bíblicas Marianas. No segundo dia, os jovens realizaram visitas às famílias comunitárias por toda a manhã e pela tarde estiveram envolvidos em diversas oficinas: Oficina das Mulheres, Projeto de Vida, Dança Circular, Jogos Socioambientais, Espiritualidade e Famílias. Durante toda a dinâmica da proposta do Mochilaço Jovem, sobretudo, “os (as) mochileiros (as) foram chamados a contemplar Deus”, contou Arthur Amorim, pela Comunicação da Casa MAGIS Manaus. O encerramento aconteceu na sede da Área Missionária, com missa presidida pelo Pe. Silas, coordenador da obra.

Após 30 anos,mandante do assassinato do Ir. Vicente Cañas é condenado Após 30 anos do assassinato do Ir. Vicente Cañas, SJ, o Tribunal do Júri da Justiça Federal de Cuiabá (MT); em um julgamento que, ao todo, levou dois dias de duração, 29 e 30 de novembro; condenou o delegado aposentado Ronaldo Antônio Osmar, apontado como mandante do delito, a 14 anos e 3 meses de prisão, em regime inicial fechado. Ir. Vicente Cañas, missionário espanhol, vivia inserido junto aos indígenas Enawenê-nawê à beira do Rio Juruena, a 737 km de Cuiabá, onde foi encontrado morto no dia 16 de maio de 1987. O irmão jesuíta combatia pelos direitos e demarcação das terras indígenas, o que gerou conflitos locais, especialmente pela posse de terra. O julgamento, ao todo, foi aapontado como exemplar para a luta do povo Indígena e seu resultado foi muito comemorado pelos integrantes do Conselho Indigenista Mis-

sionário (CIMI), que em nota pública afirma: “Assim como o líder religioso que andou em Nazaré e por toda a Galileia [...], Cañas cumpriu o chamado profético de anunciar as injustiças, a morosidade nas demarcações, a invasão às terras indígenas. Pôs em evidência os gemidos da periferia e por isso é mártir da demarcação dos Enawenê-nawê”. Neste momento, onde os setores que historicamente usurparam, expulsaram e atacaram os povos indígenas voltam com muita força, reafirmamos o empenho, a força e a coragem de permanecer lutando pelas garantias dos direitos indígenas. Não aceitamos que o governo Temer coloque na ‘bandeja` de suas negociatas a retirada dos direitos indígenas como barganha em troca de votos”, expressou Pe. Vanildo Pereira, SJ, que esteve presente no julgamento do assassinato do Ir. Vicente Cañas.

A alegria que tomou conta de familiares, amigos e jesuítas com a vitória na justiça


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Um PUXIRUM na Amazônia A Experiência MAGIS Puxirum - “Fazer Juntos” que ocorreu em Nova Olinda do Norte, município do Amazonas, entre os dias 05 e 13 de dezembro, fez parte de umas das experiências proposta pelo Programa MAGIS Brasil. Originado na língua Tupi, “Puxirum” significa “fazer juntos” e este foi o espírito que permeou a atividade. Segundo a proposta do Programa, as Experiências MAGIS “são um chamado a ir ao encontro do próximo e, consequentemente, se encarnar nas diferentes culturas e realidades brasileiras e latino-americanas, tendo como referência a vivência da espiritualidade inaciana”. Essas Experiências são organizadas por todo Brasil pelos Centros, Casas e Espaços MAGIS, estrutura que dinamizam metodologicamente o trabalho com jovens. A Casa MAGIS Manaus, assim, cumpriu a desafiante missão de propor e realizar uma experiência de inserção sociocultural em comunidades indígenas e ribeirinhas de Nova Olinda do Norte. Segundo a articuladora do Eixo Voluntariado Jovem e Inserção Sociocultural, Ana Lúcia T. Farias, a atividade proposta aos jovens, de 17 a 32 anos de todo Brasil, destinava-se a ser “uma experiência, sobretudo de desinstalação de si para ir ao encontro dos demais por meio da convivência, da partilha de saberes, da contemplação de Deus que se encarna nas diferentes culturas e realidades existentes. Uma experiência que antecipa o Natal, se olharmos sob a perspectiva da encarnação de Jesus no povo simples e acolhedor”. A organização do evento, na fase preparatória do Projeto MAGIS Puxirum, necessitou de reuniões e formações tanto com a equipe de coordenação da Casa MAGIS Manaus quanto com a equipe do Eixo Voluntariado Jovem e Inserção Sociocultural. Na formação inicial contou-se com a colaboração do Pe. Vanildo, SJ, membro do Conselho Indigenista Missio-

nário (CIMI) que facilitou a temática “Realidades Indígenas - Panorama: vida, desafios e lutas”. Essa formação foi destinada a coordenação da Casa e do Eixo em preparação a elaboração do Projeto MAGIS Puxirum. No diálodo também estava presente o Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (SARES), na pessoa do Pe. Paulo Tadeu, SJ. A etapa seguinte consistia em uma visita de diagnóstico a cidade e comunidades de Nova Olinda, apesar da parceria já estabelecida anteriormente com a Ir. Gilsa Nunes, missionária no local e Frei João Bosco Colares, TOR. A partir dos conhecimentos de ordem teórica e prática, iniciou-se a sistematização das informações para a elaboração do projeto escrito e divisão de trabalhos, a fim de facilitar o cumprimento de prazos. A data da Experiência chegou! No dia 5 de dezembro, houve a acolhida dos (as) jovens de Manaus, Maués e São Paulo, sobretudo esses últimos estavam desejos por conhecer a Amazônia, desde dentro. Nesse dia, ocorreu uma mística Amazônica embala pela música Espelho de Nós de Milton Nascimento e em seguida uma formação sobre realidade amazônica e indígena, facilitadas, respectivamente, por Rodrigo Fadul membro da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e Alysson (indígena Tukano), além disso uma breve partilha da voluntária na Amazônia, Isa Alfonso. No dia 6, pela manhã, os 9 jovens que iriam viver a experiência, coordenados pelo jesuíta Arthur Carvalho que os acompanhava, partiram em barco de linha para o município de Nova Olinda, pois até então estavam em Manaus. Foram 14 horas de expectativas e espera, junto a belas paisagens amazônicas. Os jovens foram dividos em 3 grupos, para atingir as comunidades de três rios diferentes: Mari-mari, Canumã (indígenas) e Curupira (ribeirinhas).

N

Na visa simples, no atravessar os rios, na conviência dos (as) ribeirinhos (as)

Jovens em aldeia Munduruku

Arthur, SJ, que os acompanhou conta que “no interior, permeados pela ‘cultura do encontro’ de que fala Papa Francisco, os jovens fizeram visitas missionárias e formação bíblico-catequética. Foi momento para os jovens viverem a realidade dos povos tradicionais amazônicos de culturas e formas diferentes de encarar a vida”. A jovem Fabiana Silva que veio de Guarulhos (SP) relata: “E, afinal, o que encontrei lá? Deus... Aqueles rostos não saem da minha memória, o jeito simples de viver e a felicidade de se banhar no rio e se alimentar dos peixes pescados horas antes do almoço. É um Deus presente, que se encarna na história daquele povo...”. De acordo com Pe. Silas, SJ, coordena-

dor da Casa MAGIS Manaus, “para os jovens que vem de fora da nossa realidade amazônica, a experiência do Puxirum é uma grande oportunidade de imersão... Que é marcada pela troca de conhecimento, cuidado e defesa deste dom, que é a Amazônia”. No dia 12 de dezembro, depois de já regressarem para a sede do município de Nova Olinda, os jovens tomaram o barco de volta a Manaus, recolhendo não só suas mochilas, mas aprendizados para a vida toda, que puderam ser compartilhados no dia 13, na Casa MAGIS Manaus, durante o Círculo MAGIS, um momento de partilha da vivência. Em seguida encerrou-se o MAGIS Puxirum na mesa da Eucaristia, missa presidida por Pe. Silas Moésio, SJ.


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Assembleia da Pastoral Vocacional de Manaus No dia 21 de novembro, no Espaço Loyola, a Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Manaus se reuniu em assembleia com o objetivo de avaliar a caminhada de 2017 e projetar o calendário de 2018. O trabalho em rede, o acompanhamento pessoal e a elaboração de subsídios foram as principais deliberações discutidas. O encontro contou com a presença do bispo auxiliar. D. José Albuquerque, além de membros de congregações religiosas e leigos (as). Houve ainda a escolha da nova coordenação, sendo eleito Arthur Carvalho, SJ, como novo secretário da Pastoral Vocacional 2018.

Promotores Vocacionais reunidos

Cinema Solidário promovido pela juventude do Acre A Pastoral da Juventude da Paróquia Nossa Senhora das Dores, Brasileia (AC), promoveu no dia 11 de novembro a 1ª Edição do Cinema Solidário, no Centro Cultural Sebastião Dantas. O evento é um projeto social que tem por finalidade arrecadar alimentos para doações às famílias carentes e colaborar com a comunidade de maneira geral. Os filmes exibidos foram “A era do gelo 3” e “Piratas do Caribe A vingaça de Salazar”. A proposta foi bem-sucedida e contou com a participação de crianças, jovens e adultos que lotaram o auditório em todas as sessões. Os alimentos arrecadados serão doados nesse fim de ano.

Juventude Solidária

Formação e Oficina de Rádio em Aldeia do Povo Mayuruna No dia 10 de novembro, Ir. João Luiz, em equipe, esteve na Aldeia Marajaí, do povo Mayuruna, próxima a Tefé (AM), para colaborar com uma formação e oficina de Comunicação de rádio. A priori, o Ir. João dialogou com os indígenas, apontando a importância da comunicação radiofônica e expôs sua experiência na área de comunicação. A comunidade indígena se mostrou organizada e religiosa. Durante o encontro pode-se observar

uma grande preocupação com a preservação da natureza, do meio ambiente, com a questão ecológica e de sustentabilidade. No decorrer da formação houve um momento dedicado a exercícios de autoestima e autoconfiança da juventude indígena com o treino do uso do microfone. Até o Tuxaua manifestou interesse em aprender a usar o microfone para aprender a se comunicar melhor com sua aldeia. Alguns estudantes da Universidade

do Estado do Amazonas (UEA), que acompanhavam a formação, promoveram uma oficina que abordava o reaproveitamento de garrafas pets e a reutilização de óleo de cozinha para fazer sabão. Para trabalhos futuros, viu-se que a temática da drogas lícitas e ilícitas deve ser considerada. Por fim, o interesse que os indígenas mostraram para usarem a rádio, gerou ânimo em toda a equipe para continuar com atividades que nem essas.

Povo Mayuruna em formação

SIES Manaus promove Jornada de Espiritualidade Inaciana

Público lota auditório do Maromba

Foi um grande sucesso de público e formação a Jornada de Espiritualidade Inaciana organizada pelo Serviço Inaciano de Espiritualidade (SIESManaus). Ocorrida entre os dias 08 e 10 de novembro, no centro de treinamento Maromba (Rua da Maromba, 116 - Chapada), o evento teve como tema “Fé e Discernimento”, facilitados pelos padres Inácio L. Rhoden e Adelson Santos, ambos jesuítas. No último dia do encontro, Pe. Adelson dissertou sobre o temática “Dis-

cernimento e o exame de si mesmo”, trazendo para os participantes as conclusões de uma pesquisa de quase seis anos de duração entre o mestrado e o doutorado que fez em Roma (Itália) e que foram publicadas em seu primeiro livro, cujo lançamento ocorreu no final da Jornada de Espiritualidade. Em torno de pessoas lotaram o auditório da Maromba para prestigiar o lançamento da obra, dentre as quais, o Arcebispo Metrode Manaus, Dom Sérgio Castriani.


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DESTAQUE PASTORAL COMUNIDADE DO MENINO JESUS retomam Santarém como uma das Que somos? A Comunidade do Menino Jesus, áreas de suas missões na Amazônia, está localizada na rua Mapiri, sem Nº- a princípio com os jesuítas, Pe. Nathan bairro Mapiri, é confiada pastoral e Stone e Pe. Adilson. Respectivamenadministrativamente à Paróquia Nos- te um como assessor da Pastoral Unisa Senhora do Perpétuo Socorro, am- versitária Diocesana e o outro ofebas em Santarém (PA). É uma Comu- recendo seus serviços de assistênnidade Viva, Lutadora e Dinâmica cia psicológica e espiritual também vivenciando o evangelho e traba- na Diocese. Depois, no dia 03 de março de 2013, lhando para tornar a sociedade mais fundou-se uma comunidade jesuíta justa e fraterna. Desde 2013, a Paróquia a qual essa Comunidade perten- na cidade e esta assumiu a Paróquia ce, tem a presença dos jesuítas assu- Nossa Senhora do Perpétuo Socorro mindo, oficialmente, os serviços da e toda a sua missão, inclusive posteriormente na Comunidade do Meparóquia e sua comunidade. Nossa história com a Companhia nino Jesus. Inicialmente a missão dos jesuítas em Santarém era oferecer de Jesus na Amazônia... O início dessa relação se dá com Exercícios Espirituais, Formação e dar Estrutura da Comunidade do Menino Jesus a própria fundação da cidade. O Pe. Assessoria para a comunidade paJoão Felipe Bettendorf, jesuíta, em roquial. Na época, foi empossado 1661, às margens do Rio Tapajós, fun- pároco, o jesuíta Pe. Adilson Almeida; dou a cidade de Santarém. Enviado como vigário paroquial, Pe. Gilberto A Comunidade Em sua estrutura física possui secre- com uma missa dirigida a elas todo por seu superior, Pe. Antônio Vieira, SJ, Versani e; assumindo um trabalho e tinha como objetivo anunciar o evan- com juventude e vocações e auxi- taria, salas de reuniões, biblioteca, segundo sábado de cada mês. Tem gelho entre todos os povos, inclusive liando como Diretor Espiritual no Se- sala de informática dividida com a formação mensal no Ministério de com os povos indígenas da região, minário Diocesano, o Pe. Nathan Pastoral da Comunicação (PASCOM), Leitores, assim como Conselho Paso que foi sendo realizado durante Stone. sala da Pastoral da Saúde. Pastoral- toral. Atualmente, à frente da missão pa- mente, tem presente a Pastoral da um tempo, apesar de muito conflitos Ela oferece serviços de Consulta culturais. No entanto, com a expul- roquial está o jesuíta Pe. Genilson Saúde, do Menor, da Juventude, Fa- psicológica, orientação espiritual, essão dos jesuítas em 1759 pelo Mar- Lopes e assumindo como vigário, o miliar, Dízimo, Catequese, além dos cola de lideranças e escola bíblica. Toquês de Pombal, e a supressão da Pe. Ailsom Salaroli, recém-chegado Ministérios de Acolhida, Animadores- dos os domingos há missa às 8h, às Companhia de Jesus no mundo to- em Santarém, após a saída do Pe. Bru- Leitores-Salmistas, de Eucaristia, da quintas há missa e adoração ao Santísdo em 1773, a cidade passou por no Schizzerotto nessa função, que Palavra, Acólitos e Coroinhas, e ain- simo, às 19h30min. E por fim, possui um projeto chamado mais de 250 anos sem a presença até o final do segundo semestre des- da Equipe de Cantos e Liturgia. A Comunidade prestigia as crianças “Cinema na Praça”, às terças, 19h30min. dos jesuítas, até que em 2012, eles se ano, 2017, assumia como vigário.

Celebrações na Comunidade

Devoção Pessoal e Comunitária


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ESPECIAL

Laicato e toda encarnação encarnaç o na

Lidiane de Aleluia Cristo, Assistente Social e Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia, ambos os cursos pela Universidade Federal do Amazonas. Jovem Leiga da Equipe de Coordenação da Casa MAGIS Manaus (Programa MAGIS Brasil) e Membro da Rede Eclesial Pan-Amazônia / REPAM Juventudes.

Como retoma o documento 105 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade - Sal da Terra e Luz do Mundo”, lançado em 2016; resgatando sobretudo o que já se falava no Documento de Aparecida (2007), todo cristão leigo (a) deve encontrar razão e motivação profunda para a atuação na igreja e na sociedade, a partir do sacramento do batismo, pois é ele “que está na origem do sacerdócio comum dos fiéis, os cristãos leigos e leigas

são chamados a viver e a transmitir a comunhão com a Trindade, fonte de nossa vida comunitária e do amor transbordante que devemos testemunhar”. Assim, somos chamados a unidade e a diversidade, com diferentes dons, mas com um único desejo de testemunhar a novidade do Evangelho. Dessa forma, o documento, ainda complementa: “a experiência de um Deus uno e trino, que é unidade e comunhão inseparável, permite-nos superar o egoísmo para nos encontrarmos plenamente no serviço ao outro. A experiência batismal é o ponto de início de toda espiritualidade cristã que se funda na Trindade”. Nesse sentido, gostaria de iniciar esse texto salientando que todo cristão batizado motivado por esse espírito profundo de comunhão pode e deve atuar na igreja e fora dela, para que de fato seja sinal do Reino de Deus, presente nas periferiais geográficas e existenciais. Desta maneira, a partir desse chão amazônico, no qual somos convidados historicamente e pelo Papa Francisco a assumirmos o cuidado com a Casa Comum, o cuidado com a Amazônia, somos, sobretudo, interpelados nesse tempo de Advento, em preparação ao Natal do Menino Jesus, a olhar o real significado desse momento que está muito além do que a sociedade consumista apregoa sobre o Natal, e então ver Jesus encarnado em nossa realidade, a fim

força de Amazônia

de que a evangelização seja liber- função, se coloca a serviço dos irmãos. tadora. Crianças, jovens, adultos e idosos, Como forma também de respon- mulheres e homens, todos estão conder ao apelo afirmado em toda e- vocados para o serviço da vinha do clisiologia da Igreja presente em Senhor”. Dessa forma, a comunidaseus principais documentos (Con- de eclesial formada por bispos e cílio Vaticano II, Exortação Apostó- presbíteros “tem a missão de formar lica Christifideles Laici, da Conferên- cristãos leigos e leigas missionários, cia de Aparecida, da Exortação Apos- conscientes e ativos, de forma que tólica Evangelli Gaudium e dos do- cada qual venha a contribuir com a cumentos da CNBB) que apela para educação dos demais, numa ação que sejamos uma “Igreja em saída”, de aprendizagem mútua por todos isto é, eminentemente missionária. os meios que sejam necessários”. Desta maneira, o encontro pessoal Isso significa que precisamos “estar a serviço do reino, em diálogo com com Jesus Cristo torna-se cada vez o mundo, inculturada na realidade mais palpável, sobretudo a partir histórica, inserida na sociedade, en- da vivência de uma espiritualidade carnada na vida do povo. Uma ‘igre- que possa responder como salienja em saída’, que entra na noite do ta o documento 105, “ao desejo e povo, é capaz de fazer-se próxima à busca do rosto de Deus e da coe companheira, mãe de coração a- munhão com ele. Uma espiritualiberto, para curar feridas e aquecer o dade encarnada caracteriza-se pelo coração”. E, assume que seja “neces- seguimento de Jesus, pela vida no sário passar de uma pastoral de me- Espírito, pela comunhão fraterna e ra conservação para uma pastoral pela inserção no mundo. Não podemos querer um Cristo sem carne e decididamente missionária”. O documento 105 traz algo fun- sem cruz”. Como recorda este docudamental a respeito da formação do mento, a partir das palavras de Benlaicato que é formar sujeitos eclesiais, to XVI e que nos leva ao centro do isto implica em formar leigos e lei- evangelho, “ ao início do ser cristão, gas de forma contínua que contri- não há uma decisão ética ou granbua para uma formação consciente, de ideia, mas o encontro com um que se paute na liberdade e na ca- acontecimento, com uma pessoa pacidade de exercer o discipulado que dá à vida um novo horizonte e, e a missão no mundo. Nesse senti- desta forma, o rumo decisivo”. do, “na igreja, cada membro é chaPor isso, é preciso nos perguntarmado a ser um sujeito eclesial ati- mos: qual nossa responsabilidade vo que, seguindo sua capacidade e enquanto habitantes desse chão de acordo com seus carismas e sua chamado Amazônia? Qual o nosso


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compromisso com os rostos feridos pela falta de direito, pela falta de cidadania, pela falta de acesso à água de qualidade? Pelas vítimas do tráfico humano? Pelos povos indígenas que não têm suas terras demarcadas? Qual nosso compromisso com os migrantes e refugiados? Quais compromissos assumimos em favor da criação? Faz um tempo que “a Igreja da Amazônia, representada pelos seus pastores, reunidos em Santarém, sede da mais antiga Prelazia do Brasil, manifestou sua crença e sua esperança no futuro da Amazônia”. Nesse lugar, bispos e agentes de pastoral assumiram o compromisso de viver a missão, inspirados pelo Evangelho proclamado pelo Menino de Nazaré, na qual deu à Igreja um rosto amazônico através da “encarnação na realidade” e de uma “evangelização libertadora”. Desde então, precisamos cada vez mais assumir essa igreja e essa espiritualidade. A partir de uma experiência que nos permita reconhecer Jesus de Nazaré encarnado nas diversas realidades amazônicas e de maneira também que nos permita anunciar a Boa Nova de Jesus desde este lugar, criação de Deus, com suas lutas, com suas características, com sua cultuta, e com seus povos. Como já salientado, o documento de Santarém traz como Boa Nova a vivência de uma espiritualidade encarnada e libertadora. Mas, o que é essa espiritualidade? Em que elas nos compromete? E com quem ela nos compromete? Conforme o documento de Santarém “a nossa encarnação deve consistir num total entrosamento com a realidade concreta do homem e do lugar (linguagens, valores e problemas), impondo-nos, para isso, orientações programáticas fundamentais, que a descrevo aqui de maneira suscinta para não perdermos de vista a história e pistas tão atuais. Assim, a primeira pista é: uma

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bilidade e inferioridade em que ele mulher, leiga na igreja e na sociedade. vive, a ponto de nem suspeitar sua A minha experiência laical nasceu em vocação a uma vida ressuscitada”. uma comunidade eclesial. Quando criO documento 105 também se ança acompanhava minha mãe nos preocupa com essa questão citada, círculos bíblicos e nas novenas. Lemquando afirma que “não se trata de bro-me que queria fazer a eucaristia, fugir das realidades temporais para mas não podia, pois não era batizada. encontrar a Deus, mas de encontrá-lo Foi então que aos 11 anos de idade fui ali, em seu trabalho perseverante e batizada, e assim recebi a eucaristia. ativo, iluminados pela fé”. Como Eu não sabia que o sacramento do nos anima Santo Inácio de Loyola batismo seria tão importante, mas sendo contemplativos na ação. É pre- foi a partir dele que minha vida mudou, ciso recusar a tentação de uma fé e é nele que encontro todo o signiintimista, egoísta, para atender meus ficado para a vivência na igreja e na desejos, como se Deus fosse nossa sociedade. Desde então, comecei máquina de pedidos, mas o convite é a participar da comunidade, na liturgia, para que de forma contínua possa- na limpeza, nos cantos, nas quermesses, mos dar passos, para assim, superar- nas peças de teatro, na Pastoral da Criança. Mas algo mudou decisivamente quando participei do meu priQUAL NOSSA RESPONSABILIDADE ENQUANTO meiro grupo de jovens. Éramos um grupo de cinco amigos e estávamos HABITANTES DESSE CHÃO CHAMADO AMAZÔNIA? QUAL O NOSSO COMPROMISSO COM OS ROSTOS FERIDOS nos preparando para fazer o sacramento do Crisma. O grupo cresceu e PELA FALTA DE DIREITO, PELA FALTA DA CIDADANIA, fomos precisando de um caminho PELA FALTA DE ACESSO À ÁGUA DE QUALIDADE? PELAS mais firme, foi quando conhecemos a Pastoral de Juventude. Depois de 3 VÍTIMAS DO TRÁFICO HUMANO? PELOS POVOS INDÍanos o grupo de jovens finalizou suas GENAS QUE NÃO TÊM SUAS TERRAS DEMARCADAS? atividades. Mas eu continuei na miliQUAL O NOSSO COMPROMISSO COM OS MIGRANTES E tância da PJ, articulando a Àrea MisREFUGIADOS? QUAIS COMPROMISSOS ASSUMIMOS EM sionária Santa Margarida de Cortona, o setor pastoral, a Arquidiocese de MaFAVOR DA CRIAÇÃO?” naus e, por fim, estive na coordenação tradicionais e atuais que constituem mos essa tentação, e ver Jesus encar- regional e nacional pelo regional Nornado em nossas realidades, enten- te 1 (Amazonas/Roraima). Em 2017, o patrimônio de nossa gente. O próprio documento sinaliza der sua experiências histórica e sal- fiz 12 anos que estive na PJ e posso que a busca dessas metas deverá vífica na humanidade, e assim, as- dizer que foi na PJ que efetivei minha ser contínua, pois ainda há que se sumir seu projeto de vida, o Reino de vocação laical, pois assumir a juven“remover do nosso caminho os obs- Deus para todos e todas. Portanto, tude como causa, seus problemas, táculos à encarnação que são devi- “a espiritualidade cristã sempre terá as diversas realidades juvenis me indo a aspectos da formação que tive- por fundamento os mistérios da en- terpelam para continuar seguindo o mos e nos levam a julgar, antes de nação e da redenção de Jesus Cristo”. Mestre Jesus a partir das cruzes da juamar, a condenar, antes de salvar”. Este enfoque deveria permear a forma- ventude. Atualmente faço parte da CaA respeito da libertação o docu- ção laical desde o processo de ini- sa MAGIS de Juventude, obra da Commento irá salientar que “ de nada ciação cristã, uma vez que, há ações panhia de Jesus e também foi por meio servirira a Encarnação na realidade, bonitas na Igreja, mas nem sempre dela que tive a oportunidade de aprose não soubéssemos enxergar a fi- essas demonstraram ou demonstram fundar minha espiritualidade encarnanalidade que lhe é própria e que nos ser libertadoras, temos que ficar da, com os exercícios espirituais de deve nortear desde o começo: que- atentos a esse processo, sobretudo Santo Inácio de Loyola, dessa forma brar as cadeias da escravidão espi- nesse chão sagrado da Amazônia. que alimento a fé e o projeto de vida. ritual, psicológica e socioeconômiPara finalizar, neste sentido que Atuo também, desde 2016, na Rede ca em que o nosso homem se en- gostaria também de nesse texto evo- Eclesial Pan-Amazônia (REPAM) no contra; superar a condição de insta- car minha experiência como jovem eixo formação e métodos pastorais. tentativa constante de nos identificarmos com os irmãos, no sentido, antes de tudo, qualitativo. A segunda é um conhecimento que nos torne capazes de entender a mentalidade do povo, o seu modo mítico e místico de entender e conduzir a vida. Terceiro, experiência concreta, de alguma maneira, da situação de simplicidade, de pobreza, injustiça e abandono em que vive o homem da nossa região. Quarta, a vontade de assumir, como nossos, os problemas do povo amazônida e suas aspirações e por fim o esforço criativo de integrar uma pastoral adaptada (catequese, liturgia, estruturas instrumentais) os valores


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AGENDA

Este é um espaço reservado para as obras e serviços compartilharem seus calendários de atividades, mês a mês. Uma agenda compartilhada oportuniza que outras pessoas possam se planejar para participar de seu evento e colabora para a visão do corpo apostólico em ação na Plataforma Apostólica Amazônia. Um trabalho em rede é uma forma de organização em torno de valores e interesses compartilhados. Então, nada melhor que uma Agenda para começar a se organizar no trabalho em Rede. Recomende!

RECOMENDADA jANEIRO Domingo Segunda

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Programa Amar e Servir 2018 - Participação da Casa MAGIS Manaus. Local: Fortaleza (CE)

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II Simpósio Nacional - Aproximações com o mundo juvenil - Participação do Centro e Casa MAGIS Manaus. Local: Belo Horizonte (MG)

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+ INFORMAÇÕES : Centro MAGIS Amazônia Fone: (91) 3223-5728 E-mail: centromagis@gmail.com Casa MAGIS Manaus Fone: (92) 99122-6607 E-mail: casamagis.manaus@gmail.com

Informe Especial No dia 22 de dezembro, em Carta Circular na Província do Brasil, saiu a Nomeação do novo Delegado para a Preferência Apostólica Amazônia. Missão que assume, Pe. David Hubald Romero, SJ, a partir de fevereiro de 2018. Pe. David é natural de Nova Ieberia, USA, nascido em 08 de novembro de 1954. Desde já, fica a nossa tidão pela vida doada a essas terras amazônicas, ao Pe. Inácio Luiz Rhoden, SJ, que se despede do serviço à frente da Plataforma Apostólica Amazônia (PAAM). E, ao novo Delegado desejamos o melhor serviço para a maior glória de Deus.

OBS: No mês de Janeiro de 2018, não hávera edição do Informativo PAAM In Foco. Justifica-se pelo recesso de atividades nas obras e serviços (em sua grande maioria), férias dos membros do Conselho do Informativo, transição e planejamento sob nova coordenação na Amazônia, entre outros motivos. A próxima edição está programada para sair no dia 15 de fevereiro, mas estaremos recebendo nesse tempo as notícias, então não deixem de divulgar!


PAAM PARTICIPE DA PRÓXIMA EDIÇÃO! Envie notícias e informações de sua obra ou serviço para o e-mail : analuciaf@jesuitasbrasil.org.br


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