Impacto 37

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ROUBADA, USURPADA, DILAPIDADA SANTA CASA AGONIZA Funcionários em greve, atendimento precário, dívidas perto de R$ 25 milhões e “sem luz no fim do túnel”. O Jornal O IMPACTO publica reportagem inédita sobre os fatos que influenciaram o caos no maior hospital da região. Inaugurada há 102 anos, a Santa Casa viu a Misericórdia perder para o jogo de interesses de grupos. Do rico patrimônio doado pelo povo - lotes e casas - nada resta. Verba de mais de R$ 1 milhão simplesmente desapareceu no esquema da corrupção. O uso e a ocupação indevida das instalações enriqueceram alguns e empobreceram o hospital. REPORTAGEM IMPERDÍVEL. Página 03

Cresce onda de ataques sexuais a crianças Cinco crianças foram violentadas sexualmente em Cruzeiro e região. A onda de ataques é alarmante. Página 04

DEIXE O CALOR LÁ FORA N.A. ROCHA - A MAIOR PROMOÇÃO DE VENTILADORES E AR CONDICIONADO

Cruzeiro, 06 de Fevereiro de 2016 - Ano 2 - nº 37 - Circulação Cruzeiro e Região

Chama o Indá

Primeira foto

R$ 1,00

Figuras na serra

Av. Jorge Tibiriçá, 1099 (Rua 3) Cruzeiro-SP

CAFÉ COLONIAL AOS DOMINGOS A PARTIR DAS 16 HORAS Ele foi dono do primeiro aparelho de TV na cidade. Também fundou a primeira emissora de TV da região e se notabilizou na área de eletrônica. Chama o Indá. Saiba o porquê na reportagem especial de O IMPACTO. Página 07

Provavelmente da década de 1950, a primeira foto aérea de Cruzeiro mostra detalhes curiosos de um tempo em que a cidade avançava como das promissoras do Vale do Paraíba. É o tema da coluna IMPACTO – HISTÓRIA. Página 02

Além da privilegiada paisagem, a natureza tratou de moldar na Serra da Mantiqueira imagens curiosas. Não sem motivo quer o Itaguaré é chamado de Gigante Adormecido, mas há outras figuras esculpidas nas montanhas. Página 08

Pão de queijo, tortas, sucos, broas, coissant, bolos...

SELF SERVICE

CALÇADÃO | CRUZEIRO /SP

Demitidos da Maxion e Amsted têm direito a reembolso Quem foi desligado da Maxion no período de 01/03/2009 a 31/08/2015 e da Amsted entre 12/01/2009 a 16/09/2015, tem direito à devolução dos valores do INSS sobre o aviso prévio indenizado e da parcela do 13º. Página 05

Mulheres Solidárias arrecadam alimentos para Santa Casa O grupo de voluntárias arrecadou mais de 400 quilos de gêneros alimentícios para a Santa Casa. As doações são de supermercados e da Feijoada Carnavalesca, promovida no domingo (31). Página 06.

O sucesso está no relacionamento Com mais de 250 mil clientes em várias cidades da região, a MN Bradesco Promotora é marca consolidada no segmento de empréstimos consignados. O segredo da credibilidade está no relacionamento com os clientes, assegura Mário de Oliveira, proprietário da maior rede de agências no Vale. Página 06

Caso Gabriela Varajão

Tonhão volta a ser preso Página 04


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O IMPACTO da Notícia

O IMPACTO – HISTÓRIA Paulo Antônio de Carvalho

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A primeira foto aérea

Apesar do grande acervo de fotos sobre a evolução de Cruzeiro ao longo de seus 145 anos de fundação, muitos registros não possuem registros de datas. A ausência dessa importante informação dificulta aos historiadores a afirmação precisa sobre ao menos o ano em que as fotografias foram produzidas. Em vários casos, a dedução é baseada nas evidências de cada período. É como o caso desta foto. Sem data definida, o registro pode ser do final da década de 1940. O nome do fotógrafo também se perdeu no tempo. Há uma certeza. É a primeira foto aérea de Cruzeiro. Não há, nos arquivos, registros anteriores de ângulos a partir de aviões. A imagem mostra o perfil urbano da cidade quase por inteiro, faltando apenas pequenas partes das vilas João Batista e Regina Célia, ainda em fase de formação naquela época. Por que da década de 1940? Foi nesse período que começaram a surgir as primeiras ruas e residências da Vila Paulo Romeu (letra J). Da mesma forma, nascia o embrião da Vila Regina Célia no entorno da Rua 11 (letra K). São duas fortes evidências da época. Antes dos anos de 40, ou seja, na década de 1930, ainda não existiam as ruas 10 e 11. São algumas evidências que levam à conclusão de registro feito no final da década de 1940. As curiosidades. Os números indicam as ruas centrais. Perceba como o quadrilátero era composto a partir da esquina da Rua 6 com a atual Othon Barcelos. As ruas 7, 8 e 9 terminavam ou começavam em terrenos de uma fazenda fazenda. AS LETRAS A – AGEF / B - Rotunda / C – FNV / D – Zona do Meretrício, primeiro conjunto de ruas e de casas da nova cidade. E – Estação Ferroviária / F – Usina de leite / G – Fazenda Boa Vista / H – Frigorífico Cruzeiro / I – Vila João Batista, em formação. J – Vila Paulo Romeu, em formação. K – Vila Regina Célia, em formação. L - Igreja Matriz / M – Estádio do CFC / N – Vila Canevari, em formação. O – Igreja de Sana Cecília.

Onde está o pônei? Uma fábula contra o pessimismo Jorge Luiz Conde

Uma das características mais admiradas nos grandes líderes é a capacidade de tomar decisões sobre pressão e encontrar soluções mesmo quando o quadro parece levar a um beco sem saída. A causa deste sentimento é simples: A maior parte das pessoas não consegue enxergar além das dificuldades, mesmo que sejam pequenas. Temos uma tendência a aumentar nossos problemas e colocá–los num patamar inatingível e ficar sofrendo sem saber como resolver, como tomar uma decisão. Este imobilismo acaba sendo prejudicial, principalmente quando a inércia acomete quem ocupa cargos estratégicos. Sua atitude pode levar a empresa para o buraco, caso não modifique seus pensamentos e tome ações diretas. Muitas vezes, achamos que os grandes nomes da Administração são infalíveis e seu perfil impossível de clonagem. No fundo, as pessoas pertencentes a este grupo são acometidas do pessimismo em doses cavalares

J o r g e L u i z C o n d e é P ro f e s s o r Universitário e Consultor Organizacional

e seu desempenho cai na mesma proporção. Ao escrever sobre este assunto acabo me lembrando da história do menino que ganhou uma caixa de madeira cheia de esterco. O “presente” era um castigo aplicado por seu pai, que queria puni-lo pelas notas baixas

do colégio. Porém, o pobre garoto era otimista por natureza. Sempre procurava enxergar o lado bom do mundo e das pessoas. Passou horas olhando para a caixa cheia de esterco. Até que chegou a conclusão: “Onde está o pônei? Se existe a caixa com esterco, com certeza o pônei chegará logo. Vou agradecer o papai pelo belo presente”. Esta rápida história demonstra que precisamos estar preparados para enxergar todos os ângulos de uma situação. Analisar e estar pronto para tomar uma atitude otimista, sem ser utópico. A racionalidade é necessária, mas, a lógica pode coexistir com uma visão assertiva da realidade. Não deixar a percepção ser negativa o tempo todo, é condição imprescindível para atingir o sucesso no mundo empresarial. Só reclamar e reclamar só permite que você enxergue o esterco dentro da caixa. Precisamos ser criativos, assertivos e dispostos a empreender para modificar a realidade, por mais dura que ela possa ser.

“Bom dia! Mas, um Bom Dia mesmo!” Eduardo Ferreira de Castro.

Assim nos brindava o saudoso amigo Carlos Coelho ao final de cada edição do tradicional Jornal das Sete, na Rádio Mantiqueira: “bom dia, mas, um bom dia mesmo!” Sim, um bom dia! Independentemente da hora em que você esteja lendo este artigo, é o que lhe desejo do fundo do meu coração! E, do lado de cá, é o que espero sentir em suas vibrações energéticas, quando você receber o meu bom dia. Percebo, hoje, com mais clareza, a importância deste “bom dia”. Um cumprimento cheio de significado para muito além do simbólico. Um cumprimento repleto de vibrações poderosas. Ao acreditar verdadeiramente neste cumprimento abríamos o “portal” para as vibrações positivas, que, seguramente, nos levariam a conquistas pessoais ou profissionais, mesmo nos dias mais “cinzentos”. Pensar positivo. Acreditar sempre que seu dia será “um bom dia mesmo” é o primeiro passo. Não permita que o mau humor de ninguém com quem você cruzar no seu caminho em seu dia a dia interfira em seu planejamento. Se você decidiu que seu dia será bom, não será a frustração nem as questões mal resolvidas de quem quer que seja que mudarão o que você já definiu. É incrível como algumas pessoas por não estarem, muitas vezes, “bem resolvidas” consigo mesmas querem “detonar”

Especialista em Educação com ênfase em Gestão Educacional. Diretor de Escola e Consultor Educacional.

o “outro”, atribuindo-lhe o seu fracasso pessoal ou profissional. Não conseguem perceber que as conquistas deste “outro” se deram por seus esforços, por sua determinação, por sua dedicação e competência. São pessoas incapazes de acreditar em si mesmas e, por isso, se incomodam com a felicidade alheia. É importante que você acredite que cada pensamento que você tem cria uma mudança. Então, pense positivo! Seja positivo! Busque sua felicidade em você mesmo. Foque na conquista de seus sonhos. A inveja é um sentimento autodestrutivo. É consequência da frustração e se manifesta sempre quando almejamos o que o outro tem ou

desejamos que ele perca o que conquistou. Sua raiz é o desequilíbrio da autoconfiança. Como já dizia Siddharta Gautama (Buda), “aquele que inveja os outros não tem paz”, pois a inveja em si comporta sentimentos negativos. Senti-la não é prazeroso, mas, ao contrário, dolorido. Na tentativa de recuperar um pouco de autoestima, a pessoa invejosa desvaloriza e critica quem percebe como melhor que ela, diminuindo o valor dos outros. Precisamos acreditar em nós mesmos e fazer sempre vibrar o “bom dia” do nosso inesquecível Carlos Coelho, acreditando, como ele nos profetizava, que o nosso dia será um “bom dia, mesmo”! São as pessoas com a infinita capacidade de acreditar em si mesmas aquelas capazes de alçar os voos mais altos. Capazes de alcançar suas metas e realizar seus sonhos. São estas as pessoas que fazem o mundo girar. Não se prendem nas pequenas “coisas”. Não se apequenam. Encaram os desafios com alegria e não se incomodam com o sucesso do outro, mas, ao contrário, sentem-se felizes por ele. Portanto, não atribua suas frustrações e seus fracassos a ninguém. Acredite em você! Acredite que você pode realizar seu sonho e ser feliz. Você tem o poder para criar a mudança que quer experimentar. Defina, você, que seus dias serão bons, mas, serão bons dias, mesmo!

EXPEDIENTE Empresa Paulo Antônio de Carvalho CNPJ 20.813.130/0001-50 • Editor Responsável – Paulo Antônio de Carvalho • Comercial – Silvana Carvalho • Fotos – Daniella Cruz Rua José Florindo Coelho, 409 - Cruzeiro | SP - Cep.- 7712620 - Telefone – (12) 3145-2709

Escola de Samba Motivação A Paixão pelo Ziriguidum Colocar na rua, de forma organizada e bela, até cinco mil pessoas que formam uma harmonia com enredo, dança, música e canto proporcionando uma visão fantástica de conjunto, ao mesmo tempo em que cada componente transborda de felicidade e entusiasmo, é um fenômeno ambicionado por muitas empresas. Ou seja, combinando um coletivo que produz resultados dignos de um bom empreendimento e ao mesmo tempo viabiliza a realização individual. É isto que consegue a Escola de Samba quando entra na avenida. Porém, todo espetáculo começa por volta de um ano antes, quando um tema se transforma em enredo, samba, fantasias e carros alegóricos na cabeça do carnavalesco e nas mãos da comunidade. O que faz tudo isso se transformar em realidade? A resposta parece simples: Motivação (ou será Paixão, como diz Tânia, uma grande mestre do trabalho voluntário?). A Escola de Samba é basicamente uma atividade voluntária (algo de que muito precisamos em nosso País); com raras exceções não se ganha nada. Aqueles que podem, pagam para desfilar. O ganho não é o dinheiro, mas a vontade de fazer algo novo, mostrar que pode superar desafios, realizar sonhos. Outro exemplo interessante é que as pessoas têm liberdade para sambar como sabem; há pouca estruturação nessa tarefa, porém existe a oportunidade para todos de mostrarem sua habilidade, enfatizando a im-

Marcelo de Elias

Marcelo de Elias é palestrante especializado em mudanças e gestão de pessoas. É professor de MBAs e escritor. Saiba mais em: www. marcelodeelias.com.br

portância da criatividade. Quando aparece um problema com a fantasia, logo surge uma senhora costureira, com alguns alfinetes, demonstrando que a grande motivação é para a cooperação e não para competição e que a tecnologia precisa sempre de um “jeitinho”. O mesmo carpinteiro que trabalha na grande empresa de móveis e que não vê o momento do relógio apontar a hora de ir embora, também vira a noite no barracão da escola, montando alegorias, sem pressa em relação à hora do trabalho terminar. Se um resfriado o acomete na empresa, possivelmente se afastará do trabalho armado de um atestado médico, mas, se sua febre chega a quarenta graus enquanto modela uma escultura do carro Abre-alas,

nem mesmo a chuva que cai naquela noite o faz parar. Haja paixão! Essa é a motivação dos vencedores. De quem sabe trabalhar em equipe e percebe que não está sambando sozinho. Daquele que supera obstáculos com disciplina, determinação e suor. De quem respeita a hierarquia, recebendo e aceitando ordens de pessoas desconhecidas, sem questionar sua capacidade para tal. Pessoas que não desanimam mesmo quando o resultado não é o esperado. Iludem-se os que imaginam que toda aquela alegria é puro produto da espontaneidade do espírito carnavalesco. Nenhuma abertura de Jogos Olímpicos, Campeonato Mundial de futebol e outras modalidades de entretenimento ou diversão mundial consegue a mobilização popular que a Escola de Samba obtém. As pessoas estão em busca de alguém que incentive a realização “do sonho”, não no sentido de procurar uma liderança, mas sim na busca de companheiros para a mudança. Po ssi vel me n te u ma d as maiores lições que podemos depreender da estrutura e resultado que a Escola de Samba consegue é de que trabalho não é incompatível com o desfrute. Quebra a visão dualista que norteia a gestão de muitas organizações demonstrando que podemos equilibrar estrutura com criatividade e inovação, rentabilidade com satisfação, produtividade com alegria, sucesso com felicidade e dever com prazer.

Francis Cartier Domingos - OAB/SP 362.842 e-mail: franciscartier.advogada@gmail.com

Seu carro foi roubado? A forma de financiamento era leasing ? Decisão Judicial define que não precisa pagar as prestações restantes! O leasing é uma forma de financiamento de veículo. Constitui segundo o dicionário uma forma de financiamento indireto dos investimentos, que consiste em alugar, em vez de vender, o equipamento às empresas que dele se utilizem. Portanto trata-se de um aluguel, nessa modalidade, somente quando pago integralmente o valor do carro ele passa a pertencer ao pagador. Em uma decisão moderna e acertada, a juíza de Direito Márcia Cunha Silva Araújo de Carvalho, titular da 2ª vara Empresarial do RJ, decidiu que os consumidores que tiverem seus automóveis roubados, furtados ou devolvidos amigavelmente e possuírem contratos de financiamento na

forma de leasing não precisarão mais continuar pagando suas prestações. A ação foi ajuizada pela Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj. Consta na sentença: "Tratando-se de contrato de

arrendamento mercantil, o arrendante permanece dono da coisa arrendada até o final do contrato, somente sendo transferido o domínio se houver essa opção feita pelo consumidor. Desse modo, se a coisa perece por ausência de dolo ou culpa do arrendatário, não pode ser este quem irá sofrer o prejuízo, de acordo com a regra res perit domino (arts. 233 a 236 do CCB). Portanto, em caso de roubo ou furto do bem (...) não pode ser cobrado do consumidor o prejuízo do arrendante pela perda da coisa." A sentença prolatada produz efeitos em todo território nacional segundo a magistrada. Eis uma boa decisão para o consumidor na defesa de seus direitos!!!


O IMPACTO da Notícia

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Reportagem especial

Roubada, dilapidada e usurpada, Santa Casa agoniza

Faturamento em baixa, acúmulo de dívidas, denúncia de desvio financeiro, funcionários em greve, precariedade no atendimento hospitalar e sob intervenção da Prefeitura. Aos 102 anos de idade, a Santa Casa de Cruzeiro está afogada na maior crise de sua história. Como um paciente em fase terminal na UTI, o hospital agoniza. Acumuladas nos últimos quinze anos, as dívidas somam perto de R$ 25 milhões. Por ser uma empresa privada, a Santa Casa não pode receber dinheiro público – do município, do Estado ou do governo federal – para quitar as contas. Sem caixa próprio, o hospital dá calote nos credores e fornecedores. No contexto de dificuldades, outro agravante: a empresa Santa Casa fatura mensalmente menos do que gasta. Assim, a cada mês o rombo financeiro cresce na ordem de R$ 400 mil. Para a população - principalmente para a parcela distante das informações que mereceria ter – surge a pergunta: De quem é a culpa? Da Prefeitura, da Câmara, do governo ou da direção do hospital. A resposta vem através do conhecimento ou do desconhecimento. O objetivo desta reportagem de O IMPACTO não é o de defender ou atacar a esse ou aquele. A intenção é a do esclarecimento para que o leitor tire suas conclusões. Nessa reportagem, O IMPACTO faz o emprego de linguagem referencial, sabendo de suas responsabilidades no presente e no futuro. Como veículo de comunicação, além de esclarecer para o presente, O IMPACTO sabe que será fonte de pesquisas no futuro. O SURGIMENTO – No início da década de 1910, Cruzeiro contava pouco menos de 20 mil habitantes e crescia de forma acelerada. O atendimento médico público dependia de alguns poucos médicos ou da locomoção até outras cidades. Sabendo das necessidades da população, a rica Rosalina Novaes doou o terreno para a construção da Santa Casa de Misericórdia. A edificação foi possível por conta de mutirões e de doações. O hospital entrou em funcionamento, mesmo de forma precária, em 1914. Não havia convênios de saúde, nem SUS e, dos pobres, nada se cobrava. Daí o sentido de Misericórdia. Médicos emprestavam parte de seu tempo ao trabalho gratuito. Além de voluntários, os poucos funcionários recebiam através de doações dos maios ricos. Com o passar dos anos, a população cresceu, o hospital também, até alcançar o formato atual. No momento em que assinou a doação do terreno, Rosalina Novaes fez constar que o futuro hospital seria da Diocese de Lorena, administrado por um conselho chamado de Irmandade, composto por senhores de ilibada conduta. Aos membros da Irmandade, além da função de fiscalização, caberia a indicação do Provedor, o responsável pela administração. Dessa forma, ainda hoje é formado o organograma da Santa Casa. No sentido legal, a Santa Casa é uma empresa privada prestadora de serviços de saúde e pertence à Diocese de Lorena. Portanto, ela não é da Prefeitura, do Estado ou Federal.

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Por que a Santa Casa não consegue equilibrar as contas?

Ficou no passado o tempo dos voluntários. Com a edição de leis trabalhistas, o hospital foi obrigado a compor seu quadro de funcionários com base na CLT. Também com o passar dos anos saiu de cena a palavra Misericórdia. Com a implantação de novos formatos de programas públicos ou de planos privados de saúde, a Santa Casa passou a somar em seu faturamento os repasses financeiros do SUS, os atendimentos particulares e os convênios de saúde. Para todo atendimento tido como “de graça”, a conta é paga pelo SUS, programa do governo federal. A tabela não é reajustada há cerca de 10 anos. Defasada, a tabela SUS, em vários itens, não cobre sequer os custos. Quanto aos planos particulares de saúde, não há respostas precisas. Parece haver uma barreira quanto à abordagem do tema. Comenta-se apenas que, no bolo da arrecadação da Santa Casa, o volume financeiro proporcionado pelos convênios não corresponde à metade da receita. É nítido que os conveniados contam com atendimento diferenciado e prioritário. Para esses, não há filas. Apesar de não ser, no entendimento popular, a melhor forma de atender à população, o “apartado” se configura como método da direção, muito mais por interesse dos planos de saúde. Somando o faturamento do SUS, de verbas públicas obrigatórias de custeio e dos procedimentos particulares, a Santa Casa, segundo informações extraoficiais, teria faturamento mensal perto de R$ 1,2 milhão (um milhão e duzentos mil). Os gastos somariam perto de R$ 1,6 (um milhão e seiscentos mil). Os valores variam mensalmente, porém, o débito normalmente não fica abaixo de R$ 400 mil/mês.

Santa Casa em 1914

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Interesses de grupos são predominantes

Há pouco mais de 10 anos, um médico procedente do Rio de Janeiro, contratado pela Prefeitura, insistiu utilizar equipamentos de oftalmologia instalados na Santa Casa para exames gratuitos. Depois de seguidas negativas da direção do hospital, o médico foi obrigado a desistir. Naquela época, parceria entre Prefeitura e a empresa Rodoviário São José encaminhava centenas de pessoas para cirurgias de Catarata na capital do Estado. Nos planos do médico carioca, as cirurgias poderiam ser realizadas na Santa Casa, através de mutirão envolvendo os oftalmologistas da própria cidade. Por que a Santa Casa negou? Os equipamentos do Centro Oftalmológico pertenciam a três médicos. Apenas os sócios poderiam utilizá-los. Além de negar atendimento gratuito, a direção não explicou o porquê da instalação desses equipamentos no hospital. De uso restrito, deveriam estar em clínicas particulares. Sabe-se que, apesar da cessão do espaço, a Santa Casa nada faturava com a sociedade dos três. Por que a Santa Casa nada recebe pelas cirurgias particulares? Equipes médicas embolsam todo o dinheiro desses procedimentos. Correto seria o hospital participar do bolo, fato que ajudaria a aumentar seu faturamento. Quanto a Santa Casa poderia faturar com a cobrança do uso do Centro Cirúrgico? Ninguém explica. E os planos de saúde? Esses também contam com regalias. No Pronto Socorro, os pacientes conveniados são atendidos no mesmo espaço destinado ao atendimento gratuito. Na maioria dos casos, a equipe médica é a mesma paga pela Prefeitura ou SUS. Correto seria que os planos privados tivessem suas unidades de pronto socorro. Para conveniados, não há o desconforto das filas de espera apesar de o espaço e a equipe serem pagas pelo poder público. A UNIMED, maior cooperativa regional, dispõe até de ala para as internações de conveniados. A direção do hospital nunca explicou de que forma a UNIMED paga pelo espaço, por internações ou valor fixo de locação. Nas internações particulares, os convênios de saúde pagam menos pelas diárias na comparação com os pacientes não conveniados. É como vender vento. As empresas de saúde faturam alto, cobram preços reais enquanto a Santa Casa pouco ganha.

Rico patrimônio foi dilapidado Não foi Rosalina Novaes a única doadora de terreno à Santa Casa. Ao longo de décadas, várias famílias, no anonimato, doaram dezenas de imóveis. Houve tempo em que a Santa Casa era apontada como uma das maiores proprietárias de terrenos na cidade. Atualmente, o patrimônio está restrito ao entorno do hospital. A Funerária São Calixto, fundada pela Irmã Alvim em 1959, importante fonte de renda para a Santa Casa até a década de 1980, foi fechada. O prédio localizado na esquina das ruas Capitão Neco e Rua 6, no centro, foi locada para loja de um diretor do próprio hospital. Há dois anos, o imóvel foi vendido. O valor da transação não foi revelado oficialmente, apenas comentado como em cerca de R$ 2 milhões. O montante entrou na conta da Santa Casa como gota d’água numa cachoeira. Logo foi engolido pela volumosa enxurrada de dívidas.

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Desvio financeiro aniquilou credibilidade do hospital

No início de 2014, a Santa Casa recebeu do governo do Estado o montante de R$ 1.260.000,00 para investimentos em equipamentos, medicamentos e serviços médicos. Do total, segundo apurou investigação da Diretoria Regional de Saúde, foram desviados R$ 1.120.000,00, valor somado de três notas fiscais emitidas por uma empresa localizada em Goiânia (GO). De acordo com a investigação, a empresa recebeu o dinheiro por transferência bancária, mas não entregou os produtos. O caso é investigado pelo Ministério Público. Na mesma época, a Diretoria Regional de Saúde também constatou super faturamento na prestação de serviços de lavanderia de uma empresa localizada em Taubaté. A Santa Casa teria gasto mais de R$ 130 mil a mais que os preços médios de mercado. Resultado das operações fraudulentas, a Santa Casa perdeu a credibilidade, estando impedida de receber verbas federais e estaduais para novos investimentos até que o escândalo financeiro seja esclarecido.

Dívida dobrou em um ano

A gestão de Ede Carlos dos Santos foi uma das mais polêmicas da história da Santa Casa. Na superintendência do hospital, por cerca de quatro anos, Ede Carlos confrontou médicos, funcionários e políticos. Contra a gestão dele pesaram acusações investigadas pela Diretoria Regional de Saúde e o Ministério Público. O superintendente teria permitido o superfaturamento dos serviços de lavanderia e contribuído para o desvio de mais de R$ 1 milhão destinados a medicamentos e equipamentos. A favor de Ede os elogios por ter adotado medidas de modernização do hospital - reforma interna, remodelagem das enfermarias do SUS, ampliação do Centro Cirúrgico e a instalação de novos equipamentos. Outro dado positivo foi a redução das dívidas acumuladas havia vários anos. Na gestão de Ede Carlos, o montante caiu de R$ 13 milhões para R$ 12 milhões. A permanência de Ede no cargo de superintendente passou a não interessar a partir de meados de 2014, quando partiu para o enfrentamento com médicos e o prefeito em exercício, Rafic Simão. Segundo membros da Irmandade, Rafic teria proposto a demissão do superintendente. Em troca, a Prefeitura investiria na estrutura do atendimento de emergência e ainda bancaria a indenização trabalhista de Ede Carlos. Nenhuma das promessas foi cumprida, alega a Irmandade. Ede Carlos José Ponciano Com a demissão de Ede Carlos, o provedor José Ponciano assumiu a administração geral. Em poucos meses, cerca de 50 novos funcionários foram contratados por Ponciano. Na relação constariam indicados por políticos e amigos do provedor. De acordo com membros da Irmandade, pesava a desconfiança de formação de grupo político. Na época, comentava-se sobre a hipótese de Ponciano ser candidato a prefeito em 2016. Ponciano também gerou a insatisfação da Irmandade a partir do momento em que passou a tomar decisões isoladas “sem dar satisfação aos membros”. Enquanto isso, o rombo financeiro do hospital aumentava a cada mês. Em apenas um ano, o calote saltou dos R$ 12 milhões deixados por Ede Carlos para cerca de R$ 23 milhões em setembro. Ninguém explica como a direção do hospital não conseguiu controlar o avanço meteórico do rombo financeiro. Por ser a Santa Casa uma empresa privada, os governos municipal, estadual e federal não podem liberar recursos para a quitação da dívida, hoje estimada em mais de R$ 25 milhões.

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Calote da Prefeitura e intervenção turbinaram crise

De acordo com lei federal, compete à Prefeitura a manutenção do Pronto Socorro. No caso de Cruzeiro, como o PS funciona no prédio da Santa Casa, convênio firmado havia mais de década estabelecia à Prefeitura a liberação de dinheiro e à Santa Casa a administração do atendimento de urgência. O valor repassado era de R$ 720 mil por mês. O quadro agravou-se a partir de julho de 2015 quando o prefeito Rafic Simão (PMDB) deixou de efetuar os repasses. O calote da Prefeitura somava três meses em outubro, momento em que a Santa Casa acumulava dívidas de R$ 23 milhões. Sem os R$ 720 mil da Prefeitura, o hospital não teria como bancar o Pronto Socorro. Apesar de vários apelos da direção da Santa Casa, a resposta de Rafic era sempre a mesma: “não há dinheiro”. No início de outubro, as contas bancárias da Prefeitura também estavam vazias. Por falta de planejamento financeiro e ainda por conta de gastos desnecessários, o governo de Rafic Simão já havia consumido em sete meses (janeiro a julho) quase toda arrecadação prevista para 2015 e acumulava dívidas de R$ 12 milhões junto a fornecedores. Diante dessa gravíssima situação, Rafic deu calote nos fornecedores da Prefeitura e na Santa Casa. No começo de outubro, em vez de quitar a dívida com a Santa Casa (mais de R$ 2 milhões), Rafic Simão decidiu decretar a intervenção do hospital. A medida foi encarada como estapafúrdia. Como a Prefeitura, afundada em dívidas, iria gerenciar um hospital na mesma situação? Em curto espaço de tempo veio a resposta. O Pronto Socorro e a Santa Casa chegaram a ser fechados no começo de novembro por falta de pagamento de médicos, de funcionários e por escassez de remédios. Na semana passada, funcionários do hospital deflagraram greve, reclamando o pagamento do 13º salário e de oito cestas básicas. Os mais de 50 funcionários demitidos logo após a intervenção também não receberam seus direitos trabalhistas. A intervenção, por um período de seis meses, termina em abril. A prefeita Ana Karin (PRB) pode revogar o decreto de Rafic Simão antes do prazo de vencimento. No entanto, Karin insiste na tentativa de encontrar alternativas. “Não perco minhas esperanças de encontrar uma solução que possa reequilibrar a Santa Casa. Por isso, vou persistir”, disse a prefeita na semana passada, quando percorreu supermercados da cidade em busca de doações de alimentos para o hospital.


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O IMPACTO da Notícia

06 de Fevereiro de 2016

SINDICATO RURAL DE CRUZEIRO E LAVRINHAS Rua José Abílio Ferreira 328, Cruzeiro /SP - CEP:12710-21 Tel.: (12) 3144-1550 - E-mail: ruralcrz@uol.com.br

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POLÍCIA

Caso Gabriela Varajão

Tonhão volta a ser preso Violência sexual infantil cresce com casos horripilantes

Menina de 3 anos é estuprada e espancada até a morte. Envolvido com o tráfico, jovem também responde a acusação de violência sexual contra menina de 9 anos. Outra vítima, de 12 anos, é embriagada antes de estuprada pelo namorado da irmã. Agente de segurança teria desvirginado a própria filha de 10 anos. Por descuido, o ato sexual entre um homem de 53 anos e um menino de 7 é filmado por aparelho celular em Silveiras. Todos os acusados estão sob prisão preventiva. Segundo informações extraoficiais, há outras ocorrências em fase de investigação. Cinco casos em um período de três meses, de outubro a janeiro. Em tempo algum, na história policial de Cruzeiro e região, os jornais estamparam tantas manchetes sobre a violência sexual infantil como agora. Pior. A investigação policial não descarta a possibilidade de casos mantidos em segredo por famílias de outras crianças. “Não podemos deixar de imaginar que neste momento, em algum lugar da cidade, pais e padrastos não estejam cometendo abusos dessa natureza. Geralmente, são homens violentos capazes de aterrorizar mães e crianças para intimidá-las. Com medo de represálias, elas sofrem caladas”, explica um policial. OS CASOS No dia primeiro de dezembro, no Bairro Embauzinho, na zona rural de Cachoeira Paulista, a cerca de 6 quilômetros de Cruzeiro, foram as evidências que denunciaram os tios de uma menina de apenas 3 anos. Morta, a vítima foi levada para a unidade de saúde do bairro. Apesar de o casal alegar queda de bicicleta, as marcas da violência despertaram a desconfiança. Poucas horas após, os dois foram presos. A polícia constatou que a menina foi violentada sexualmente antes

de ser espancada até a morte. O caso, apontado como o mais bárbaro de que se tem notícia na região, gerou clamor. Os acusados apenas não foram linchados porque a polícia chegou antes dos revoltados. O casal, aparentemente tranquilo e religioso, teria alegado que o capeta os teria incorporado. Com a ajuda do capeta ou não, os dois deverão ser condenados a mais de vinte anos de prisão. Na Lagoa Dourada, em outubro, uma menina de 12 anos demorou quatro dias para relatar à mãe o drama na casa da irmã, de 23 anos. A pré-adolescente teria sido persuadida a ingerir bebiba alcoólica para que a irmã pudesse vê-la na cama com o namorado, de 32 anos. Apesar da negativa, os dois foram presos. Ainda na Lagoa Dourada, em novembro, após preso por envolvimento com o tráfico de drogas, um homem de 28 anos também foi acusado de abusar sexualmente de uma menina de 9 anos. Em Silveiras, homem de 53 anos violentou menino de 7 anos. O acusado não teve como negar.

As imagens foram gravadas no celular dele. Há uma explicação. Para seduzir o garoto, o acusado permitiu que ele brincasse com o aparelho. Sem querer, o menino acionou a câmara de filmagem e o ato acabou registrado. O caso recente, em janeiro, envolve o agente de segurança Reginaldo Inácio da Silva, de 47 anos. Ele é acusado pela esposa de ter estuprado a filha de 10 anos. O ato teria ocorrido na presença de outra criança da família. Com base em exames e nas evidências, o mandado de prisão foi expedido no dia 17 e Reginaldo Silva preso em Cachoeira Paulista no dia 23. A OMISSÃO Cinco casos em três meses. Quanto mais poderiam estar na investigação policial? A resposta é incógnita. Contudo, para a polícia e membros do Conselho Tutelar, há casos quer não conseguem extrapolar os limites do medo. “Há mulheres e crianças sofrendo caladas, mas é necessário que criem coragem para denunciar. Essa é a única forma de acabar com esse tipo de crime”, recomenda um policial.

NO BALCÃO DE QUEIXAS DA POLÍCIA Mesmo agredida, mulher diz que marido é um doce

O policial que se põe diante de um balcão de queixas populares deve estar preparado para ouvir as mais variadas histórias. No cotidiano de tantas versões, há as de forte comoção, as hilárias e as absurdas. Em meio aos casos de homicídios, de assaltos ou de violentas agressões, se misturam as queixas de desentendimentos familiares. Comuns, por exemplo, as acusações de mulheres contra agressões cometidas por seus maridos ou “companheiros”. A maioria dos casos é confirmada. Os acusados acabam virando réus da Lei Maria da Penha. Todavia, nem tudo que se fala no balcão de queixas é confirmado posteriormente. Há casos de supostas vítimas que acabam retornando dias depois para retirar as tais queixas. Dentre os muitos registros, geralmente as alegação é a mesma: “meu marido mudou, está um anjo e prometeu que não vai mais me bater”. Mais ou menos por aí a alegação para evitar que a queixa ponha o marido no alvo da Maria da Penha. Numa segunda-feira, chega ao balcão uma mulher inteiramente transtornada. - Quero fazê uma que “quexa” contra o meu marido, aquele cachorro, safado, sem vergonha... - Calma, senhora, o que houve? - indaga o policial. - Quero a Lei Maria da Penha.

Ele tem que “se” preso agora. Ele chegou em casa onti a noite, tava bêbado e queria fazê aquele negócio comigo. - Que negócio? - O senhor sabe. Era sexo que aquele fidido queria. Eu não quise e ele bateu em mim. O senhor tem que mandá prendê ele. - Vamos elaborar o boletim de ocorrência, mas com calma. Se o delito se confirmar, ele será indiciado – explicou o policial. Uma semana após, a mulher retorna ao balcão da polícia. “Não me diga que a senhora foi agredida de novo”, diz o policial. - Não. Eu vim pra retirá a quexa. Sabe que é. A minha amiga pediu pro pastor dá uns conselho pro meu marido. Precisa vê como ele mudô. Tá um doce. Até lá na igreja ele foi. Ele mudô da água pro vinho, pediu perdão e tá um novo homem. Então, eu quero vê se tem jeito de tirá a quexa – explicou a mulher. - A senhor tem certeza? Se é isso, então vamos torcer pra vocês serem felizes. Duas semanas se passam, também na manhã de segunda-feira, a mulher está de volta ao balcão. “Aquele cachorro, safado...” - Não me diga que a senhora apanhou outra vez – diz, surpreso, o policial. - Ele tava no bar com os amigos, teve uma recaída e voltou bêbado e queria me pegá na

cama. - Está bom. A história é a mesma. Vamos fazer o boletim – encurtou o policial. Uma semana depois, a mulher está de volta. “Eu vim pra...” - Já sei, quer retirar a queixa – afirma o policial. - Sabe o que é... - disse ela ao ser interrompida pelo policial. - Sim. O pastor conversou, ele foi pra igreja e está um doce de marido – observou o policial. Quinze dias depois, o caso volta ao balcão da polícia sob a mesma alegação das duas anteriores. Outra ocorrência é elaborada. Quatro dias após, porém, a mulher retorna. - Sabe o que é? – diz a reclamante. Impaciente, o policial reage. “Eu sei. A senhora quer retirar a queixa. Agora não tem mais jeito. A senhora está pensando que nós estamos aqui pra isso. Agora, o caso vai lá pro Fórum. É lá que a senhora vai dizer pro juiz que seu marido tá um doce. Esse doce já azedou”, afirmou. INCIDÊNCIA – Casos dessa natureza não são poucos. No calor do desentendimento, ocorrem as agressões, mulheres fazem os registros, a maioria leva até o julgamento, mas não faltam as que desistem no meio do caminho. Na próxima edição, “Comigo é assim: deiz real na mão, carcinha no chão”. Essa é hilária.

O metalúrgico Antônio Carlos Santos Filho, o Tonhão, deixou o presídio de Potim no dia 11 de novembro com a esperança de nunca mais retornar. A sensação era de alívio após quase um ano e meio preso. Pouco mais de dois meses após, ele voltou para o xadrez. Tonhão é suspeito de envolvimento com traficantes apontados pela polícia como mandantes do assassinato da fisioterapeuta Gabriela Varajão Vieira da Silva em maio de 2014. Na manhã do dia 27 de janeiro (quarta-feira), o acusado entrou no Fórum de Cruzeiro para mais uma audiência sobre a morte da fisioterapeuta. Logo na chegada, Tonhão foi algemado por conta de novo mandado de prisão. Durante mais de nove horas, ele ouviu acusação e defesa de inúmeras testemunhas. Da sala de audiência, o suspeito foi levado de volta ao presídio. Tonhão diz estar convicto da inocência. A defesa sustenta a tese de que teria sido confundido com outro homem. Também alega que, na noite da morte de Gabriela Varajão, o acusado estava na faculdade. A versão é confirmada por testemunhas. A escola fica a menos de 500 metros do local do crime. Todavia, no inquérito da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), ele é citado como integrante do grupo que promoveu o atentado contra a fisioterapeuta. A MORTE Na noite de 6 de maio de 2014, Gabriela Varajão estava num carro estacionado ao lado

da Praça da Cecap, na Vila Brasil, quando dois homens, numa motocicleta, pararam para matá-la com tiros de pistola 380. A investigação constatou nove disparos. Gabriela foi ferida por três, chegou a ser socorrida, porém morreu na manhã do dia seguinte. No momento dos tiros, o namorado da fisioterapeuta estava a cerca de vinte metros do local conversando com um amigo. Segundo a investigação, o namorado teria “contas a acertar com o tráfico”. Gabriela poderia ter sido morta em represália ou os bandidos erraram o alvo, achando que o namorado estivesse no veículo. AS PRISÕES Com base em números de telefones celulares e mensagens entre o namorado e traficantes, os investigadores da DIG e da DISE conseguiram prender oito supostos membros do bando no dia 13 de junho, pouco mais de um mês da morte de Gabriela. Entre eles, Tonhão. Durante um ano e quatro meses, Tonhão dividiu cela com outros acusados, no Presídio de Potim, até ser solto no dia 11 de novembro de 2015. Nesse dia, após audiência de quase dez horas, a Justiça decidiu libertá-lo após seis detentos terem afirmado que não o conheciam e

que, portanto, não teria cometido nenhum crime. Enquanto Tonhão preso, familiares e amigos promoveram ao menos três manifestações públicas em favor dele. Na noite em que deixou o presídio, Tonhão foi recebido com festa na cidade. A alegria pouco durou. Com base em evidências relatadas no inquérito da DIG e nos depoimentos, o Poder Judiciário editou novo mandado de prisão no começo de janeiro. Na época, segundo a polícia, ele não foi encontrado porque havia mudado de endereço e já não trabalha na Maxion. No dia 27 de janeiro, no momento em chegou ao pátio do Fórum para mais uma tomada de depoimentos sobre a morte de Gabriela Varajão, o acusado recebeu voz de prisão, participou da audiência e foi reconduzido ao presídio.


Prefeituras abrem 322 vagas em concursos As prefeituras de Passa Quatro (MG) e de Lorena (SP) pretendem realizar ainda no primeiro semestre concursos para o preenchimento de vagas em vários setores. Em Lorena, o prazo para as inscrições termina no dia 24 de fevereiro, prevendo 174 vagas. Em Passa Quatro, com 148 vagas, o prazo será aberto no dia 4 de abril. Com salários que variam entre R$ 1.803 e R$ 13.070, A Prefeitura de Lorena tem 97 vagas para nível superior na área da Educação. Para nível médio ou técnico, são 21 vagas para operador de máquinas, tratorista, técnico em saúde e técnico em educação. Nesses setores, os salários variam entre R$ 866 a R$ 1.625. Para Ensino Fundamental, há 36 vagas para agente operacional, com ganhos entre R$ 848 e R$ 896. Para nível médio, a taxa de inscrição é de R$ 60; nível superior, R$ 100. SUL DE MINAS Para o preenchimento de 148 vagas, a Prefeitura de Passa Quatro abre o prazo de inscrições

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Demitidos da Maxion e Amsted ganham direito a reebolso

Os metalúrgicos demitidos da Maxion e da Amsted ganharam na justiça o direito de não descontar do trabalhador, dispensado sem justa causa, valor refente ao INSS sobre o aviso prévio indenizado e da parcela do 13º salário indenizado. Quem foi desligado da Maxion no período de 01/03/2009 a 31/08/2015 e da Amsted entre 12/01/2009 a 16/09/2015, terão direito à devolução dos valores. Já os trabalhadores que tiveram descontos em folha, contribuição com o teto máximo da Previdência Social, não terão o benefício. O benefício ocorre porque as empresas entenderam que a alteração feita no Regulamento da Previdência Social em 2009 feria a Constituição Federal, por isso acionaram a justiça para isentar referida tributação e obtiveram êxito.

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O IMPACTO da Notícia

06 de Fevereiro de 2016

Durante todo o período que corria o processo, os valores descontados da Rescisão de Contrato de todos os desligados por dispensa sem justa causa foram depositados em conta judicial, para aguardar a decisão da justiça. E, no final de 2015, os valores foram restituídos para a Maxion e Amsted, motivo pelo qual as metalúrgicas estão repassando o dinheiro para os envolvidos, com as devidas correções, utilizando base da taxa Selic. O pagamento do reembolso para os ex-funcionários da Maxion será feito de duas formas: para os que têm conta bancária no Banco Santander ou Banco do Brasil (constante no cadastro), no dia 03/02/16, receberão o depósito. Já os que não possuem mais conta bancária, serão disponibilizados uma ordem de pagamento no

Banco Santander no período de 03 a 12/02/16. A empresa Amsted fez parte do pagamento dos ex-colaboradores por meio de depósito bancário na agência do Itaú, no dia 22 de janeiro. Outra turma receberá na sexta-feira, dia 05. O Sindicato dos Metalúrgicos de Cruzeiro pede para que os metalúrgicos dispensados de ambas as empresas nesta época e que não tenham mais conta nas agências citadas, que procure a sede do Sindicato – Rua dos Carteiros, 284, Vila Paulista e informe os dados para que o pagamento seja efetuado. Qualquer dúvida, também pode ser esclarecida na sede do Sindicato, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 17h30, entre os dias 03 e 17 de fevereiro. (Assessoria de Imprensa)

Fone: 3144-2590 Avenida Luiz Bittencourt, 1.135 Itagaçaba, em Cruzeiro

PA N O R A M A ■ Na volta do recesso parlamentar, a Câmara realizou na segunda-feira (01) a primeira sessão do ano. Destaque para a recepção dada ao vereador Antônio Carlos Marciano (PTB). As “marcinetes” o receberam com tapete vermelho, flores e espumantes. “Marcinetes” são chamadas as mulheres que se dizem fãs do vereador.

frequência em eventos públicos. Haveria um acordo. O mais bem colocado numa futura pesquisa de intenção de votos seria candidato a prefeito e o outro, evidente, vice. ■ Indagado sobre a possibilidade de ser candidato a prefeito, o jornalista Paulo Antônio de Carvalho tem demonstrado convicção. Paulo Antônio apostaria em dois nomes para vice, do vereador Carlinhos Stockar ou do ex-vereador Davi Mota Costa. Paulo Antônio apostaria no seu jeito característico, do tipo que não manda recado, na experiência política e no conhecimento que possui da cidade e da Prefeitura.

■ A recepção foi motivada pela vitória obtida na Justiça depois de Marciano ter sido cassado por decisão da maioria dos vereadores. Convicto, na época, Marciano afirmou que retornaria antes do fim do recesso. A bola de cristal funcionou. Felizes com a decisão judicial, as “marcinetes” deram boas vindas ao polêmico vereador.

■ Enquanto acompanham o início da corrida eleitoral, Beto do Renato e Manoel Amorim mantêm a esperança de reverter a decisão judicial que os tornaram inelegíveis após as eleições de 2012. Os dois foram condenados porque não prestaram contas dos gastos da campanha eleitoral daquele ano no prazo legal.

■ Os advogados Pedro May e Antônio Claret não estariam distantes de firmar dobradinha para as eleições municipais de outubro. O diálogo segue e ganha força nos bastidores. Resta saber quem será o candidato a prefeito.

■ Caso obtenham o aval da Justiça Eleitoral, Beto se lançará candidato pelo PTB e Manoel Amorim pelo PSDB. Nesse contexto, Diego Miranda abriria mão

■ Também não estão longe de consolidar dobradinha os vereadores Talles Gabriel e Diego Miranda. Os dois são vistos com

em favor de Amorim. ■ No Paço Municipal, há quem articule o apoio da prefeita Ana Karin á provável candidatura de Sérgio Antônio dos Santos. O pré-candidato aparece em todas as cenas ao lado da prefeita. Contudo, Karin ainda não se manifestou a respeito de suas preferências. Apenas comenta que fará todo o esforço necessário para eleger sucessor. ■ Com parte de seus aliados (ex-assessores e ex-secretários) partindo em debandada, o vice-prefeito Rafic Simão (PMDB) ainda alimenta a esperança de derrubar novamente Ana Karin do poder. Depois de ver negado seu pedido na Câmara, no final de 2015, Rafic ingressou no Poder Judiciário local, mas saiu frustrado. Agora, a nova tentativa seria em São Paulo. O caso seria inédito no País, de alguém eleito para ser vice, mas disposto a tomar o cargo de prefeito. ■ Enquanto isso, Rafic Simão corre o risco de perder o comando do PMDB local. Há rumores indicando insatisfação do comando regional depois do forte desgaste sofrido por ele no período em que governou a cidade.

Histórias hilariantes de um chaveiro Um cara resolveu sair de férias em um cruzeiro marítimo. Em dado momento, o navio naufragou e somente ele e mais seis mulheres conseguiram se salvar. Eles nadaram até uma ilha deserta. Passada uma semana, começou o problema. Todas as mulheres queriam transar com ele. Para resolver a confusão, ele propôs o seguinte: – Cada dia da semana eu transo com uma mulher diferente, e no domingo eu descanso. O tempo passou e o cara já não agüentava mais. Era muita mulher junta e ele não estava mais dando conta do recado. Até que um dia ele avistou um barquinho com um sujeito dentro e logo pensou: “beleza, agora posso dividir as mulheres com aquele sujeito, fica três pra cada um. Vai dar pra descansar mais.” Pensando nisso, ele foi ao encontro do barco, pra ajudar o sujeito a desembarcar. Assim que o sujeito desembarcou, deu um tremendo gritinho: – Ai! Que água mais gelada no meu pézinho, cruzes!!! E o cara pensou: – Puta que pariu, lá se vai o meu domingo!!!!! Um filho da puta chegou no orfanato e disse em voz alta: - "Amanhã eu vou levar todo mundo para a Disney"! Foi aquela algazarra, crianças começaram a chorar de emoção, outras se abraçaram e comemoraram como se fosse um gol. Aí o sujeito completou: - "Mas só vai quem trouxer a autorização dos pais".

(histórias verídicas)

Um peregrino, a caminho de Fátima, pernoita na casa duma viúva deslumbrante. No meio da noite, a viúva o procura, toda nua! Ele, com medo de pecar, foge e vai confessar-se. O padre diz-lhe: – Volte para casa e coma 5 kg de CAPIM. – Sr. Padre, eu não sou um cavalo! – Mas é burro! Primeiro deveria ter comido a viúva e depois vindo confessar! Aprendeu? *Tem sido vítimas geralmente homens na faixa 40/50 anos, casados ou não que saem para a noite numa tentativa de refazer a sua vida social. Funciona assim: Uma mulher de cerca de 50-55 anos, ainda muito bonita, bem conservada, puxa conversa e aparenta ser bem interessante. Papo vai, papo vem, e o assunto chega ao sexo… Mais um pouco e ela sugere nas entrelinhas uma relação mais íntima. Ele, é claro, se interessa. Atenção! É aí que a coisa começa a ficar perigosa!! Ela pergunta o que ele acha de uma transa a três, tipo com mãe e filha. O cara acha o máximo, diz que não tem problema, pensa que tirou a sorte grande! Então ela o convida para irem para a casa dela. Entrando no apartamento, ela tranca a porta e grita: Mãããe! Cheguei!

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Morena gera crise de ciúmes Ubatuba. Sábado de Carnaval, 2013. Praia Grande lotada. Na areia, pouco espaço resta. Os quiosques estão lotados. Os ambulantes de picolés, de óculos, de canecas, de biquínis e de outras bugigangas também faturam. Do estacionamento, os sons dos carros misturam axé, funk e sertanejo universitário. É carnaval, tudo vale e os incomodados que se mudem. Num dos mais agitados quiosques, o casal paulistano Flávio e Juliana chega cedo para garantir a mesa estrategicamente entre a areia e algumas árvores ao lado. Ainda é cedo, mas logo começa o fervor. Pessoas chegam de todos os lados. Eis que uma estonteante morena estende a esteira, passa suavemente o protetor solar e se põe de bruços para realçar ainda mais seu bronzeado. Flávio não se contém. Mesmo tentando disfarçar, os olhos correm pela escultura moldada em academia. Juliana percebe e não gosta. “Pare de olhar”, afirmou. “Tô olhando o movimento na praia”, respondeu Flávio no momento em pôs os óculos escuros. Seria a maneira de evitar que a esposa percebesse seus olhares.

“Tire isso, estamos na sombra, não precisa de óculos”, retrucou Juliana. A morena escuta e sabe ser ela o tema da discussão. Para provocar ou apenas para se ajeitar na areia, a morena se deita de costas e abre as pernas. O pouco pano do fio dental quase mostra tudo. Vendo a provocante posição, Juliana fica ainda mais irritada e decide retornar ao apartamento onde o casal está hospedado. O marido concorda. No apartamento, Juliana não cansa de repetir as mesmas frases de qualquer mulher em crise de ciúmes. “Seu cachorro, você tava de olho naquela vagabunda e ela tava toda exibida, fazendo poses. É uma piranha que vai para a praia atrás de homem”, insistia Juliana. Depois de inúmeras justificativas, Flávio perde as estribeiras. “Vou embora, vou voltar pra São Paulo”, afirmou. “Vai você. Eu vou ficar”, respondeu a esposa. Apressado, Flávio junta as roupas na mala e deixa o apartamento. No pátio, ele percebe que esqueceu a chave do veículo e grita para Juliana jogá-la pela sacada do segundo andar. Como Flávio nunca foi um bom goleiro, a chave se desmancha no chão molhado pela chuva. E agora?

Acionada, a companhia de seguro tem dificuldades para o socorro de algum chaveiro na região do litoral. Afinal, é carnaval. Apenas na manhã de domingo surge o primeiro. O carro é um modelo Ford importado. Quanto mais sofisticado o veículo, mais difícil a montagem de outra chave devido aos comandos eletrônicos e códigos. Horas passam até que o profissional desiste. Enquanto isso, o casal não sai do apartamento. “Ta vendo o que deu ficar olhando aquela vagabunda”, repete seguidas vezes a ciumenta mulher. Passa o domingo, a segunda-feira também e nada. Na terça-feira, Juliana está mais calma no momento em que o Chaveiro de Cruzeiro é acionado. “Pelo amor de Deus, cara. Vê se você consegue fazer a chave. Não aguento mais a minha esposa”, diz Flávio ao contar sobre o drama vivido desde o sábado. Horas depois, o trabalho é concluído. “Amor, está pronta a nova chave”, informa o marido. “Ótimo, vamos voltar para a praia. Quem sabe aquela vagabunda ainda vai estar lá te esperando”, responde Juliana. “Tá vendo, cara, esse foi o meu carnaval”, observa Flávio.

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O IMPACTO da Notícia

06 de Fevereiro de 2016

Progeto Mulheres Solidárias arrecada alimentos para Santa Casa

O núcleo de Cruzeiro do projeto "Mulheres Solidárias" arrecadou para a Santa Casa cerca de 400 quilos de mantimentos. Os produtos foram arrecadados na semana passada e na tarde de domingo (31/01), durante a "Feijoada Pré-Carnavalesca" promovida pela entidade. Prestigiaram o almoço aproximadamente 150 pessoas. Juntas, elas angariaram 95 quilos de mantimentos, sendo 25 quilos de feijão, 20 quilos de açúcar, 35 quilos de arroz e 4 quilos de farinha, além de 11 pacotes de macarrão. Os supermercados Dia e Rosado ofereceram outros 305 quilos de produtos, como arroz tipo 1, biscoito (água e sal e maizena), feijão, fermento, macarrão, café, gelatina, trigo e fubá, além de extrato de tomate, mingau, adoçante, vinagre, leite integral, chá, óleo e creme de leite. Segundo Silvana Carvalho, presidente do núcleo cruzeirense do "Mulheres Solidárias", o evento foi organizado com o intuito de arrecadar os produtos, a fim de doá-los para a Santa Casa da cidade, que, uma vez beneficiada pela entrega, poderá empregar

Silvana Carvalho, Ana Karin, Sidney (Supermercado Dia) e Maurian Ramos, interventora da Santa Casa

o valor que seria gasto com os mantimentos em outras frentes do equipamento que, no momento, estejam mais deficitárias: "Fizemos tudo com muito carinho e, graças a Deus, recebemos um público significativo na feijoada. Sem exceção, tudo o que chegou até nós foi revertido para a Santa Casa, incluindo os produtos doados pelos supermercado Dia % e Rosado. Desde outubro do ano passado, o hospital encontra-se sob intervenção municipal e, há décadas, sofre

Silvana Carvalho e Ana Karin

com problemas de ordem financeira e de má-gestão. Essa foi a forma de o 'Mulheres Solidárias' contribuir", observa Silvana. Fazendo a diferença Com a finalidade de desenvolver ações que concedam alívio a quem mais precisa, seja por meio de doações, Assistência Jurídica, ou apoio institucional, "Mulheres Solidárias" foi criado em Cruzeiro, anos atrás, pela prefeita Ana Karin. Todas as integrantes trabalham voluntariamente, ou seja, sem salários. Em setembro de 2015, a iniciativa ganhou um braço em São Paulo-SP. A intenção de Ana Karin, fundadora do programa, é estendê-lo, também, à São Luís do Maranhão (MA) e à Brasília (DF), ainda neste ano. "Todas as mulheres podem fazer parte da entidade. Basta ter disposição para auxiliar quem mais precisa, dispondo de um pouco de tempo e de solidariedade. Apoiadores são igualmente bem-vindos para a manutenção de nossas atividades, que são realizadas, de forma contínua, em asilos, hospitais, creches, regiões carentes e associações de bairro, e, em especial, em datas comemorativas, como a Páscoa e o Natal", reforça a prefeita.

O esporte inspira a vitória, e a educação ensina a vencer.

Mesmo tendo alcançado vários dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio — estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro de 2000 —, o Brasil ainda tem grandes desafios sociais a serem vencidos. Um deles é o combate ao trabalho infantil, que afeta mais de 3 milhões e 300 mil meninas e meninos no país. Visando defender os direitos de crianças e de adolescentes, afastá-los dos inúmeros perigos das ruas e do isolamento, bem como protegê-los de toda forma de exploração, a Legião da Boa Vontade (LBV) promove diariamente programas socioeducacionais em favor desse público. Por meio da realização de atividades esportivas, culturais, artísticas e

educativas, além do oferecimento de alimentação balanceada, de ambientes seguros em suas unidades de atendimento e de acompanhamento de profissionais de diversas áreas, a Instituição possibilita que a garotada consiga superar dificuldades e vislumbrar um futuro com melhores oportunidades para si e para a própria família. A Legião da Boa Vontade mantém outras ações permanentes, entre as quais a campanha Criança Nota 10 — Proteger a infância é acreditar no futuro!. Por intermédio dessa iniciativa, a LBV beneficia com kits de material pedagógico e conjuntos completos de uniformes crianças, adolescentes e jovens de famílias de baixa renda em todo o Brasil. A entrega das doações

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ocorre no início do ano. Em 2016, 15 mil kits chegarão às mãos de estudantes das escolas da LBV, de meninas e meninos que participam dos programas nos Centros Comunitários de Assistência Social da Instituição e de atendidos por organizações parceiras dela. O esporte inspira a vitória, e a educação ensina a vencer. Juntos, transformam vidas e ajudam a construir uma sociedade justa, solidária e, portanto, melhor. Você pode contribuir para a campanha Criança Nota 10 — Proteger a infância é acreditar no futuro! acessando o site www.lbv. org/nota10 ou ligando para 0800 055 50 99. Siga a LBV no Facebook (LBVBrasil), no Twitter (@LBVBrasil) e no Instagram (@LBVBrasil).

Câmara volta do recesso, aprova reajuste de salários e convênio com DETRAN

Após o recesso e janeiro, a Câmara Municipal realizou na segunda-feira (01), a primeira Sessão Ordinária de 2016. Após a verificação de presença, o presidente Diego Miranda anunciou um minuto de silêncio em homenagem ao ex-vereador João Bosco Ribeiro, falecido no sábado (30/01). Ribeiro foi vereador entre 1983 e 88. Na Ordem do Dia, três projetos foram aprovados: - Projeto de Lei, de autoria da Mesa da Câmara, que define a reposição salarial dos servidores

do legislativo municipal, pelo índice de 10,67% (IPCA/IBEGE acumulado de janeiro a dezembro de 2015). A reposição incidirá também sobre os subsídios dos vereadores, prefeita, vice-prefeito e secretários municipais, bem como os vencimentos de inativos e pensionistas, e é retroativa a 1º de janeiro deste ano. - Projeto de autoria do Poder Executivo, que autoriza a administração municipal a firmar convênio com o DETRAN-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), objetivando

a cooperação para implantação de nova unidade do DETRAN no município. - Projeto do Poder Executivo foi aprovado em primeira discussão, alterando o art. 2º da Lei nº 4.450/2015. Com a alteração, deixa-se de conceder desconto para o pagamento à vista do ISSQN (Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza), mantendo-se o desconto de 10% para pagamento à vista do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). (Assessoria de Imprensa)

AGENDA DO SANNDRYNHO DJ CARNAVAL 2016

CRUZEIRO F.C - CARNAVAL VERDE E BRANCO (CRUZEIRO) • 06/02 - 09/02 - BANDA FAIXA NOBRE 23H • 07/02 - 09/02 - MATINE 16H • 06/02 - 08/02 - CANTOR HERBET LEVY - 0 30 HRS

PASSA ,TEM NADA AI , MONOBLOCO , BLOCO DA MARGEM • 07/02 - ALEGRIA DO POVO , FOLIOES DA FIEL • 08/02 - BLOCO DA RAIA

CACHOEIRA PAULISTA (PRAÇA PRADO FILHO ) 20 H AS 02H

SILVEIRAS - (PRAÇA DA MATRIZ ) 22H • 4 NOITES E 2 MATINES - BANDA ENROSCA FOLIA , DESFILES DOS BLOCOS 22H

PROGRAMAÇAO DOS DESFILES • 06/02 BLOCOS BEIJA OU

LAVRINHAS - CARNAFOLIA 2016 ( PRAÇA GESTAO MENDES )

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Sucesso da MN Bradesco Promotora está no relacionamento com clientes Mário Nunes de Oliveira, proprietário da maior rede de agências de empréstimos consignados no Vale do Paraíba, estabelece como prioridade o respeito aos clientes. Ao longo de 15 anos de atuação no segmento, a filosofia de trabalho defendida por Mário de Oliveira fez da MN Bradesco Promotora a marca preferida de aposentados, pensionistas e servidores públicos. “Respeito acima de tudo. Quem procura um consignado é porque precisa. Jamais o cliente deve ser ludibriado ou enganado”. É com esse padrão que a MN trabalha em suas 13 lojas na região. “Não basta apenas o cliente assinar o contrato. Antes, a MN faz questão que ele conheça todas as cláusulas, saiba o que está fazendo. Isso é o mínimo que podemos oferecer porque não vendemos ilusão”, explica Mário de Oliveira. O conceito estabelecido no relacionamento com os clientes garante à MN Bradesco Promotora o rótulo de empresa de alta credibilidade. No âmbito regional, são mais de 250 mil clientes entre servidores públicos e, principalmente, aposentados e pensionistas. Se a empresa alcança soma dessa envergadura é porque a filosofia de relacionamento é a prioridade absoluta. Em Cruzeiro, a agência foi aberta há pouco mais de 10 anos. “A MN registra salto importante na cidade e já preparada a abertura da segunda loja ainda em fevereiro. O mesmo carinho que Cruzeiro tem para com a MN, nós também temos por Cruzeiro, daí a razão da abertura de mais uma agência para suprir a necessidade da população”, afirma o empresário. O relacionamento agência/cliente não fica restrito apenas ao fechamento de consignados. Todo ano, a MN Bradesco Promotora realiza em Guaratinguetá a festa de confraternização para todos os clientes, com transporte gratuito a partir da cidade de origem. “Para a equipe da MN é uma grande satisfação. Gostamos de reunir os aposentados e pensionistas nessas confraternizações como reconhecimento de gratidão e ainda para promover a integração entre eles; as pessoas passam a se conhecer melhor, fortalecem as amizades, até casamentos já surgiram nessas festas”, afirmou Mário. Durante os eventos, são sorteados aparelhos eletroeletrônicos e veículos. Nas agências, no fechamento de contratos consignados ou do Cartão de Crédito Consignado, os clientes são premiados com cestas básicas ou eletrodomésticos. É o chamado brinde surpresa. Periodicamente, as agências também lançam promoções abertas a todos, clientes ou não, com sorteio de prêmios. A MN Bradesco Promotora possui agências em Guaratinguetá, São José dos Campos, Taubaté, Caçapava, Pindamonhangaba, Potim, Aparecida. Lorena, Cachoeira Paulista, Resende (RJ), Cunha e Lagoínha. Em Cruzeiro, a MN está há mais de 10 anos na Rua Carlos Varela, 146, no Centro. Em breve, nova loja na Rua 5, em frente a antiga Organização Cruzeiro. Telefones: 31 437068 e 31 441412.

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Chama o Indá”, o gênio da eletrônica

“A televisão tá com chuvisco, o rádio tá chiando, a válvula queimou; então chama o Indá”. Durante mais de meio século, o técnico em conserto de eletrônicos foi o nome mais lembrado na cidade. Toda vez que os aparelhos apresentavam problemas, a solução estava em suas mãos. A fama de Indá seguia além dos consertos de rádios ou de TVs. Autodidata, ele também criava circuitos eletrônicos para os mais variados equipamentos. José de Moraes Bernardini era chamado de Indá desde os tempos de criança. Nascido

em Queluz no dia 12 de abril de 1918, faleceu em Cruzeiro no dia 22 de outubro de 1998, aos 80 anos. A maior parte de sua vida foi Cruzeiro, onde constituiu família e construiu nome de respeito e consideração. Para Cruzeiro, Indá veio perto dos 22 anos de idade, influenciado pelo irmão, o conhecido Pidoca. Quando chegou, o emprego na FNV (Fábrica Nacional de Vagões), nos tempos ainda da Rua 2, estava garantido. No primeiro dia de trabalho, Indá pediu demissão. “Tem muita gente mandando. Não nasci pra ser

Uma TV na janela No início da década de 1950, as transmissões de televisão ainda engatinhavam no Brasil. Mesmo assim, geravam o fascínio. Assis Chateubriand, o precursor, instalou no Rio de Janeiro a TV Tupi no dia 18 de setembro de 50. Dois anos depois, foi a vez de São Paulo ter seu primeiro canal, a TV Paulista, em março de 1952. Em seguida, surgiu a TV Record em setembro de 53. Ter em casa naquele tempo um aparelho de TV não era para qualquer um. Os aparelhos chegavam ao País na cotação do dólar. Nem todos tinham poder aquisitivo para a luxuosa novidade. Contudo, Indá sabia que a TV seria no futuro forte meio de comunicação, a exemplo do rádio. Mais que buscar conhecimento sobre a nova tecnologia, Indá tratou de incentivar o consumo. Pouco antes do fim da primeira metade da década de 1960,

Indá foi o primeiro da cidade a comprar o aparelho da marca Ze-

mandado”, disse Indá aos familiares. Na realidade, o jovem queria mesmo era trabalhar por conta própria e seu destino estava traçado. Na década 1930, Guilherme Turner era dono de uma loja de utensílios domésticos e de aparelhos de rádio. Todas as residências de Cruzeiro possuíam ao menos um rádio. Para incentivar ainda mais o consumo, Turner instalou a Rádio Mantiqueira em 1934. A visão de Turner motivou Indá a entrar no segmento de manutenção desses aparelhos. Começou como “mexânico”,

Indá e a família no sítio

nith, modelo tela preta, fabricada nos Estados Unidos. O aparelho

No ar, a TV Cruzeiro

1966. Cruzeiro contava pouco mais de 50 mil habitantes. Cidade movimentada pelo forte fluxo comercial, pelos trens que faziam a baldeação entre Rio, São Paulo e Minas na Estação Central. O Frigorífico Cruzeiro, até há pouco um dos maiores do País, definhava. Das longas filas de caminhões boiadeiros na Rua 2, poucos aguardavam o momento do desembarque. Em compensação, a FNV crescia de forma acelerada, impulsionava a montagem de vagões e absorvia cada vez mais mão de obra. A vida noturna era dividida entre os três cinemas e a alta frequência na zona de prostituição. Nas noites de sábado ou de domingo, não faltava o passeio na Praça Velha, para ouvir as músicas da banda no coreto. Cabana do Pai Tomaz, Bar do Mané, Bar o Ponto e Rancho L eram super concorridos. A política fervilhava na campanha para deputado estadual. De um lado, entrando na reta da decadência e do fim do domínio político da cidade, o grande líder Avelino Júnior. Do outro, a aspiração de Nesralla Rubez de também conquistar uma vaga na Assembléia Legislativa. Mais votado, Nesralla realizou o sonho, enquanto Avelino, na suplência. Nesse contexto, Indá teve outra idéia genial. Na terra da primeira emissora de rádio do interior paulista, também teria que surgir a primeira emissora de televisão regional. “No ar, a

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O IMPACTO da Notícia

06 de Fevereiro de 2016

Notícia da morte de Indá, em 1998

TV Cruzeiro”, anunciava o locutor Demétrio Costa todas as noites. Pena não haver registros de fotos, de filmagens ou de áudio; apenas citações de pessoas que testemunharam o empreendedorismo de Indá em 1966. Audacioso, Indá improvisou tudo antes de fazer as imagens chegarem aos lares cruzeirenses. Sistema de estúdio e de transmissão foram montados no andar superior do prédio da Rádio Mantiqueira, na esquina da Rua 4 com a Major Hermógenes. A primeira transmissão foi de um show com Agnaldo Timóteo, na inauguração do Clube Municipal do Trabalhador. Sucesso, a TV Cruzeiro chegou a por em baixa os índices de audiência das novelas Reden-

ção, da TV Excelsior, e os Irmãos Corsos, da Tupy, no horário das 19 horas. Nas casas onde havia aparelhos ninguém queria deixar de assistir os programas de cantoria de Sebastião Pinto, as notícias na voz de Luiz Pinheiro; os programas de calouros, de Wilson Silva e o de entrevistas e debates, de Demétrio Costa. A programação, sempre noturna, não passava de duas ou três horas. Pico de audiência foi o debate entre Nesralla Rubez e Avelino Júnior na campanha para deputado estadual. Demétrio Costa conseguiu por os dois frente a frente para o debate das questões locais e regionais. Mas, as polêmicas esperadas não se confirmaram. Os dois foram amenos

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Indá

como é chamado aquele que pouco ou nada conhece, mas que possui talento para o que se propõe a fazer. Logo, Indá tornou-se a referência no setor. Então, tratou de abrir a oficina de eletrônica na Rua 3, próximo da Igreja de Santa Cecília. Na realidade, além dos reparos, Indá tornou-se um apaixonado pelo mundo da eletrônica, aprofundou seus conhecimentos na montagem de equipamentos de som, foi o primeiro da cidade a comprar um aparelho de TV e, indo mais longe, instalou a TV Cruzeiro em meados da década de 1960. era posto sempre à noite na janela de sua residência. A cada dia, maior a aglomeração de curiosos diante da calçada. Ricos ou pobres, todos desejavam conhecer a novidade. A estratégia de marketing de Indá funcionou. Em pouco tempo, a vitrine da Casa Turner dividia espaços entre rádios e TVs. Mas, como instalar a antena e regular os aparelhos? Chama o Indá. Tarefa difícil a de direcionar as antenas para captar as imagens. Chuviscos ou som sem imagem. Muitas as reclamações que motivaram o prefeito Avelino José Mariano, o Velico, a instalar a torre de retransmissão da TV Tupy, em setembro de 1968. Então, Indá foi contratado para a manutenção da torre, na Fazenda Biondi, em Lavrinhas. Por oito anos, Indá garantiu a assistência até desligar-se da Prefeitura em outubro de 1976. O INVENTOR – Além da manutenção, como citado, Indá também montava e inventava

aparelhos. Um dos mais interessantes, mantido sob sigilo durante vários anos, foi um dispositivo que somente Indá sabia operar para tirar do ar a Rádio Mantiqueira quando interessava ao grupo político de Avelino Júnior. Consta que, certo dia, Nesralla Rubez estava ao vivo na

nas colocações. Mesmo assim, o programa estourou. Demétrio Costa gostava de vestir Smoking e usar cachimbo, para fazer tipo. Forte audiência também os programas de Sebastião Pinto. Além de cantar músicas da época e do passado, Sebastião também apresentava cantores locais. Os programas de calouros de Wilson Silva também prendiam a audiência. A maioria dos candidatos paga mico. Era divertido. Das engenhocas inventadas por Indá, duas foram notáveis. Para os caracteres (nomes que surgem na tela no final dos programas), Indá montou uma engenhoca com dois rolos de macarrão. A câmara em close no papel, enquanto giravam os rolos. Outra invenção. Indá mandou cortar folha de Duratex em formato circular. Nela, eram fixadas as propagandas. Com a câmara em close, alguém girava a “roda”, apareciam as mensagens publicitárias e o locutor tratava de fazer a leitura. Apesar do sucesso, a TV Cruzeiro não contava com registro no Dentel, órgão do governo que

controla as emissoras de rádio e de televisão. Cerca de seis meses após a inauguração da TV, a irregularidade foi constatada. Certa noite, hospedado no Hotel Brasil, um fiscal do Dentel viu as

P A R A S U A

emissora para um pronunciamento em resposta às críticas feitas a ele por Avelino Júnior no dia anterior. De dentro de seu carro, nas proximidades da torre de transmissão, Indá acionou o dispositivo. Fora do ar, Rubez ficou sem responder ao seu adversário político.

Modelo Zenith da época

imagens da emissora. “Que TV é essa?”, indagou ao recepcionista. “È daqui mesmo, é a TV Cruzeiro”, respondeu. Bastou para que, no dia seguinte, a emissora fosse lacrada.

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O IMPACTO da Notícia

06 de Fevereiro de 2016

A natureza moldou figuras nas montanhas

lém do capricho de criar as paisagens exuberantes na Serra da Mantiqueira, a natureza tratou de inserir figuras capazes de mexer com o imaginário dos observadores. A maioria das pessoas sabe que a moldura azulada contrasta com a cidade, mas geralmente não visualiza os detalhes dos traços que formam desenhos espetaculares. Apenas os mais observadores sabem contemplar o que a natureza levou muito tempo para moldar. Milhões de anos, talvez até bilhões, foram necessários para dar à Mantiqueira os contornos que conhecemos. Cada detalhe foi moldado pelos ventos, pelas chuvas e erupções provocadas pelas mudanças no planeta. Formada há 60 milhões de anos com a divisão da Pangea em vários continentes ou, como sugerem geólogos, uma cordilheira que emergiu das profundezas do mar há bilhões de anos, a Mantiqueira é um dos mais importantes ecossistemas do mundo. Contemplar os contornos da serra faz aflora a imaginação e aguçam a curiosidade dos apaixonados pela natureza. Se muito tempo foi necessário para chegar ao cenário atual, de igual forma será no futuro, mas ninguém pode assegurar quando as novas alterações ocorrerão. Constantes, porém lentos, os efeitos da natureza não são percebidos pelo olho humano e tornam o planeta mutante. A Mantiqueira, certamente, teve outro formato num tempo inimaginável. Daqui a muito tempo, de igual forma inimaginável, terá outro. Enquanto as mudanças não ocorrerem, a serra continuará a nos ofertar sua riqueza de detalhes.

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Um dos pontos mais elevados da Mantiqueira, pouco acima dos 2.300 metros de altitude, o Pico do Itaguaré não exige visão apurada para ser comparado a um rosto humano, visto de perfil. O Itaguaré está inteiramente em Cruzeiro já que a divisa com Minas Gerais fica atrás dele. No entanto, acesso menos íngreme se dá pelo lado mineiro.

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Não se sabe quem batizou a montanha, perto da divisa entre Cruzeiro e Piquete, com o nome que lembra o seio feminino. Pontos favoráveis à observação do Seio da Virgem é o trecho da Rua Carlos Varela ou da Avenida Major Novaes. Na zona rural, a observação mais detalhada é a partir do Bairro Rio Monteiro, na chamada subida do Antero

FOCINHO DO CÃO

A formação rochosa é vista a partir da região do Segundo Retiro ou do Jardim Paraíso. O Focinho do Cão compõe a região do Pico da Gomeira. Segundo geólogos, foi durante as erupções que formaram a serra que a rocha desprendeu-se da base da Gomeira, sugerindo o focinho. A depressão entre o Focinho do Cão e o Pico da Gomeira baseia a tese dos geólogos.

TOCA DAS ANDORINHAS É necessário observar detalhadamente os traços da rocha, ao lado da cachoeira, para a visão de rosto humano. O formato sugeriu a lenda de um índio Puri, que teria morrido no local há mais de 400 anos após sua amada índia ter sido morta durante ataque a aldeia Puri por Bandeirantes. A Toca das Andorinhas está escondida nas matas, na região entre os picos do Itaguaré e Marins, em local de difícil acesso.

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