Um estudo sobre Acessibilidade

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ACESSÍVEL para cadeirante, ÓTIMO para todos.



ACESSÍVEL para cadeirante, ÓTIMO para todos.

Nicole Medaglia de Lima Nigro


Design Editorial Nicole Medaglia de Lima Nigro Fotografias e/ou Direção de Fotografias Nicole Medaglia de Lima Nigro Organização e Seleção de Imagens Maria Auxiliadora Mendes Nicole Medaglia de Lima Nigro Textos Nicole Medaglia de Lima Nigro Norma Acessibilidade - ABNT NBR 9050:2004

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) UM ESTUDO SOBRE ACESSIBILIDADE | ACESSÍVEL para cadeirantes, ÓTIMO para todos / autora Nicole Medaglia de Lima Nigro. 1ª ed. São Paulo: Editora NN, 2014. ISBN 230-02-1992-321-7 1. Acessibilidade 2. Cadeirantes 3. Fotografia 4. Design Social 5. Design Gráfico 6. Desenho Universal 7. Normas de Acessibilidade da ABNT NBR 9050 23-02092

CDD - 230.0202 Índice para catálogo sistemático:

1. Acessibilidade

230.0202

Impresso no Brasil | Printed in Brazil Nicole Medaglia de Lima Nigro nicole.nigro@uol.com.br


Dedico este livro aos meus pais Paula e Juvenal e a minha irmã Pamela, que sempre me apoiaram e não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa da minha vida, me ensinando a seguir em frente apesar das limitações e obstáculos enfrentados. À minha orientadora Profª. Maria Auxiliadora Mendes pela paciência, dedicação, apoio, ensinamentos, amizade e incentivo para que este trabalho fosse concluído. Dedico também a todos os professores que me acompanharam durante a graduação, pois foram significativos para minha formação profissional. À colega de faculdade Jady Martins Malavazzi pela sua participação nas fotografias para a compreensão do uso dos espaços.


SUMÁRIO

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APRESENTAÇÃO

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DESIGN SOCIAL E DESENHO UNIVERSAL

14 RESIDÊNCIA 16

BANHEIRO

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CORREDOR

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DESNÍVEIS

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LOCAL DE HOSPEDAGEM

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portaS

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TAPETES

28 ESCOLA 30

BALCÃO DE ATENDIMENTO

32

BEBEDOURO


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MESAS PARA REFEIÇÕES

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RAMPAS

38 TRABALHO 40

ELEVADOR

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ESCADAS FIXAS

44

SUPERFÍCIE DE TRABALHO

46 LAZER 48

ASSENTOS FIXOS

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BILHETERIA

52

CALÇADAS

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FAIXAS DE TRAVESSIA DE PEDESTRES

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GRELHAS E JUNTAS DE DILATAÇÃO

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PISOS

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TELEFONE

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VAGAS PARA DEFICIENTES

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VEGETAÇÃO



APRESENTAÇÃO Como portadora de necessidades especiais, vivencio em meu dia a dia diversos obstáculos, como por exemplo, espaços públicos, residências, lazer, trabalho, turismo e produtos que devem permitir um uso igualitário por todos os jovens, idosos, crianças e deficientes temporários ou permanentes. Estas dificuldades são comuns a muitas pessoas que como eu lutam para enfrentar a precariedade e inadequação do espaço urbano e interno. Por mais avanços significativos nesse tópico, ainda vivemos em sociedades cuja experiência de vida pode ser muito mais dificultada para certos indivíduos. O objeto de estudo em questão é a acessibilidade do deficiente físico, cadeirante na sua relação com o espaço urbano. Sendo assim, este livro foi elaborado pela crescente demanda por acessibilidade nas situações diárias, com o propósito de encontrar soluções de maior eficiência em um tema cada vez mais presente no cotidiano de todos. Em relação ao tema, o livro tem como objetivo apontar as dificuldades que os deficientes físicos cadeirantes encontram em seu dia a dia e também apresentar as adequações focadas nas normas existentes para facilitar o cotidiano dessas pessoas.

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DESIGN SOCIAL E DESENHO UNIVERSAL O Design Social, visa proporcionar uma transformação na sociedade, uma melhoria para o bem-estar humano e para as condições de vida da população. O mesmo não deve ser entendido como um trabalho voluntário, uma doação de caridade, mas sim como um profissional que desempenha um papel visando melhorar o meio em que vivemos. Os designers têm responsabilidade sobre as escolhas que fazem nos processos criativos, uma vez que exercem a responsabilidade social, priorizando as necessidades das pessoas, trabalhando com inovação, qualidade, durabilidade, boa informação e também se preocupando com o meio ambiente. Para as pessoas não portadoras de necessidades especiais, as barreiras e dificuldades do cotidiano passam despercebidas, mas é necessário prestar mais atenção ao seu redor, se orientar e se informar mais sobre as pessoas com necessidades especiais. É curioso observar como, em uma cadeia produtiva, acessibilidade é uma palavra importantíssima. A garantia de aceitação e sucesso de um produto no mercado depende da boa acessibilidade de interação e uma simplicidade de entendimento para que o maior número de pessoas possível se relacione de maneira prazerosa com o objeto. Melhorando o bem-estar dessas pessoas, elas ficarão mais motivadas à vida, terão mais autonomia para desenvolver atividades que lhes proporcionem alegria e independência, possibilitando uma maior atuação no lazer, trabalho e etc. A inclusão social é de suma importância, pois traz oportunidades de interação de pessoas portadoras de necessidades especiais com outras pessoas não portadoras de necessidades e também traz o pleno acesso aos recursos da sociedade. É importante ressaltar que uma sociedade inclusiva tem o compromisso com as pessoas no geral e não apenas com pessoas portadoras de necessidades especiais. O Desenho Universal visa executar objetos, espaços, equipamentos e estruturas do meio físico e não é uma tecnologia direcionada apenas para aos que dele necessitam, pois é a criação de determinados produtos com o propósito de serem acessíveis para todas as pessoas, sem recurso de projetos especializados, tendo o objetivo de facilitar e

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simplificar a vida de todos, independentemente se a pessoa é ou não portadora de necessidades especiais e até mesmo independentes de suas próprias características, capacidades, habilidades, estatura, postura, idade ou de sua mobilidade. O desenho universal foca em uma mesma solução para diferentes usuários, como, idosos, obesos, gestantes, crianças, deficientes temporários ou permanentes e qualquer indivíduo. A boa solução favorece a todos e facilita a vida de qualquer um. O americano Ron Mace, em 1987, arquiteto que utilizava cadeira de rodas e um respirador artificial criou o termo Universal Design. Ron, na década de 90, juntamente com arquitetos, criou os sete princípios básicos para a realização de um projeto de Desenho Universal. Sendo eles: 1) IGUALITÁRIO: são espaços e objetos que podem ser utilizados por qualquer pessoa, ou seja, tornando os ambientes iguais para todos. Exemplo: portas com sensores que se abrem sem exigir força física; 2) ADAPTÁVEL: são de uso flexível. São espaços e objetos que engloba diferentes preferências e habilidades individuais, ou seja, adaptáveis para qualquer uso. Exemplo: tesoura que se adapta a destros e canhotos; 3) ÓBVIO: uso simples e intuitivo, de fácil entendimento. Exemplo: pictogramas de sanitário feminino e para pessoas com deficiência; 4) CONHECIDO: informação de fácil percepção, fornecendo de forma eficaz ao usuário a informação necessária, independente das capacidades sensoriais do usuário ou condições ambientais/físicas existentes. Exemplo: mapas em alto relevo para que as pessoas com deficiência visual identifiquem os ambientes em que se encontram; 5) SEGURO: tolerância ao erro, ou seja, minimiza possíveis conseqüências negativas e riscos de ações involuntárias. Exemplo: elevadores com sensores em diversas alturas; 6) SEM ESFORÇO: baixo esforço físico, podendo ser usado eficientemente e de forma confortável. Exemplo: maçanetas tipo alavanca, que são de fácil manuseio, podendo ser acionada até com o cotovelo; 7) ABRANGENTE: dimensão e espaço para aproximação e uso, ou seja, estabelece dimensões e espaços apropriados para o acesso.

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Exemplo: banheiros com dimensões adequadas para pessoas que utilizam cadeira de rodas ou as mães que estão com bebês em carrinhos. Para se aplicar o Desenho Universal não é necessário ser um engenheiro, um designer ou um arquiteto, claro que esses profissionais devem executar melhorias sobre este assunto, porém, as pequenas atitudes começam dentro de casa. Uma casa com espaços de circulação adequados possibilitam que idosos possam circular sem dependência de alguma outra pessoa, que crianças brinquem sem riscos, que pessoas com dependência física possam circular livremente pela casa. Um exemplo simples é a disposição dos móveis. Elimine quinas, excesso de móveis, muitos tapetes em todos os cômodos da casa, objetos espalhados e prateleiras no meio da parede. Observando com um maior cuidado, seria necessário se desfazer de escadas, degraus, desníveis, portas apertadas e irá precisar colocar pisos antiderrapantes, janelas com boa visibilidade externa, prever alturas de tomadas, instalar campainhas de segurança em quartos e banheiros, maçanetas de portas de fácil manuseio, adequar camas mais altas, instalar corrimãos, os armários e guarda-roupa devem ter uma altura compatível com o usuário. Sendo assim, pode parecer exagero todas essas modificações, mas com certeza não são quando colocamos na balança a sua própria segurança e de sua família, independente da idade, condição física, auditiva, visual. Afinal, você está projetando uma casa para o resto de sua vida de forma adequada e segura. Ao sair de casa, da zona de conforto, nos deparamos com as calçadas que são uma das maiores dificuldades nas ruas. Além disso, precisamos observar semáforos sonoros nas esquinas de travessias de pedestres (principalmente pessoas com deficiência visual) para que possam atravessar com autonomia e segurança. Também é preciso disponibilizar telefones adequados para pessoas com deficiência física, auditiva e visual, precisamos prever transporte coletivo, bancas de jornal sem obstáculos, ter rampas de acesso e também todos os imóveis (públicos e privados) precisam ter acessos para que os cidadãos possam acessá-los sem dificuldade. As atitudes para a promoção do Desenho Universal, como percebemos, algumas dependem de nós e outras do poder público. O poder público deve realizar determinações nas leis e implantar, eficazmente, as políticas públicas locais necessárias para a melhoria na qualidade de vida da sociedade. O Desenho Universal é fundamental para que nossas cidades estejam preparadas para receber qualquer pessoa, em qualquer idade, situação ou mobilidade.

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RESIDÊNCIA



BANHEIRO INADEQUADO Altura elevada da pia, sem recuo para as pernas, torneiras de difĂ­cil manuseio, etc.

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BANHEIRO ADEQUADO Pia acessível, barras de apoio corretamente posicionadas, torneira de fácil abertura, mínimo espaço necessário para circulação, piso não escorregadio, etc. Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, no item 7 Sanitários e vestiários 17


CORREDOR INADEQUADO Pode-se perceber nesta foto que o corredor é muito estreito e sendo assim, há uma grande dificuldade quanto à movimentação da cadeira de rodas e até mesmo pelo seu dimensionamento, impede-se o fluxo de mais de uma pessoa sem necessidades especiais.

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CORREDOR ADEQUADO Os corredores devem ser dimensionados de acordo com o fluxo de pessoas, assegurando uma faixa livre de barreiras ou obstáculos. (ABNT NBR 9050:2004) Em equipamentos urbanos e edificações existentes onde a adequação dos corredores seja impraticável, devem ser implantados bolsões de retorno com dimensões que permitam a manobra completa de uma cadeira de rodas (180°), sendo no mínimo um bolsão a cada 15,00 m. Neste caso, a largura mínima de corredor em rota acessível deve ser de 0,90 m. (ABNT NBR 9050:2004) Para transposição de obstáculos, objetos e elementos com no máximo 0,40 m de extensão, a largura mínima do corredor deve ser de 0,80 m. Acima de 0,40 m de extensão, a largura mínima deve ser de 0,90 m. (ABNT NBR 9050:2004) Recomenda-se piso não escorregadio. (ABNT NBR 9050:2004)

Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, no item 6.9.1 Corredores

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DESNÍVEIS EM PORTAS Desníveis de qualquer natureza devem ser evitados em rotas acessíveis. (ABNT NBR 9050:2004) Estas fotos demonstram que estes dois desníveis no piso possuem mais de 5mm.

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SEM DESNÍVEIS Eventuais desníveis no piso de até 5mm não demandam tratamento especial. Desníveis superiores a 5mm até 15mm devem ser tratados em forma de rampa, com inclinação máxima de 1:2 (50%). Desníveis superiores a 15mm devem ser considerados degraus e ser sinalizados. (ABNT NBR 9050:2004) Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, no item 6.1.4 Desníveis

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LOCAL DE HOSPEDAGEM INADEQUADO Esta foto mostra que no quarto, a largura para a circulação da cadeira de rodas entre a cama e o móvel está inadequada.

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LOCAL DE HOSPEDAGEM ADEQUADO Esta foto mostra que o quarto está adequado para a ampla movimentação da cadeira de rodas. Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, no item 8.3 Locais de Hospedagem

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PORTAS INADEQUADAS Estas fotos demonstram que a porta é muito estreita, portanto é MENOR do que 0,80m e com isso, a cadeira de rodas é interrompida na porta.

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PORTAS ADEQUADAS As portas, inclusive de elevadores, devem ter um vão livre mínimo de 0,80 m e altura mínima de 2,10 m. Em portas de duas ou mais folhas, pelo menos uma delas deve ter o vão livre de 0,80 m. O mecanismo de acionamento das portas deve requerer força humana direta igual ou inferior a 36 N. As portas devem ter condições de serem abertas com um único movimento e suas maçanetas devem ser do tipo alavanca, instaladas a uma altura entre 0,90 m e 1,10 m. (ABNT NBR 9050:2004) Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, no item 6.9.2 Portas 25


TAPETES INADEQUADOS Estas fotos demonstram que tapetes grossos interrompem o acesso de cadeira de rodas, portanto, os mesmos devem ser evitados em rotas acessĂ­veis.

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TAPETES ADEQUADOS A altura da felpa de tapetes e carpetes em rota acessível não devem ser superior a 6 mm, sendo assim, devemos optar pelos de maior resistência a compressão e desgaste, que devem ser confeccionados em felpa laçada com fios bem torcidos, com no mínimo, 10 tufos por cm². Tapetes devem ser firmes e com antiderrapantes. (ABNT NBR 9050:2004) Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, no item 6.1.7 Capachos, forrações, carpetes e tapetes

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ESCOLA



BALCÃO DE ATENDIMENTO INADEQUADO Altura elevada do balcão, recuo para as pernas.

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BALCÃO DE ATENDIMENTO ADEQUADO Balcão acessível, altura correta, vão livre adequado. Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, no item 9.5 Balcões 31


BEBEDOURO INADEQUADO Esta foto demonstra que para os cadeirantes, a altura e a falta de recuo estão incorretas, pois até mesmo com a cadeira de lado, é muito difícil alcançar a água no bebedouro.

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BEBEDOURO ADEQUADO Deve ser prevista a instalação de 50% de bebedouros acessíveis por pavimento, respeitando o mínimo de um, e eles devem estar localizados em rotas acessíveis. (ABNT NBR 9050:2004). Um bebedouro de desenho universal atende a todos os indivíduos. Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, no item 9.1 Bebedouros

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MESAS PARA REFEIÇÕES INADEQUADAS Esta foto demonstra que o espaço entre uma mesa e outra é muito apertado para a cadeira de rodas e as cadeiras são fixas para pessoas não portadoras de necessidades especiais, sendo assim, isso dificulta para demais pessoas sentarem na mesma mesa dos cadeirantes.

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MESAS PARA REFEIÇÕES ADEQUADAS Quando mesas ou superfícies para refeições são previstas em espaços acessíveis, pelo menos 5% delas, com no mínimo uma do total, deve ser acessível para pessoas com cadeira de rodas. Recomenda-se, além disso, que pelo menos outros 10% sejam adaptáveis para acessibilidade. As mesas devem ser distribuídas de forma a estar integradas às demais e em locais onde sejam oferecidos todas as comodidades e serviços disponíveis no estabelecimento. (ABNT NBR 9050:2004). Mesa acessível a todos! Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, nos itens 8.2.3 Restaurantes, refeitórios, bares e similares; 9.3 Mesas ou superfícies para refeições ou trabalho.

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RAMPAS INADEQUADAS Estas imagens mostram que não só o cadeirante, mas também a pessoa que está ajudando na locomoção do cadeirante necessitam exercer uma grande força para subir as mesmas. Podemos perceber que o piso é irregular. O declive e a falta de corrimãos estão incorretos tornando o trajeto inseguro.

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RAMPA ADEQUADA As rampas devem ter inclinação de acordo com os limites estabelecidos na tabela da Norma de Acessibilidade (ABNT NBR 9050:2004). A inclinação das rampas deve ser calculada segundo a seguinte equação: (ABNT NBR 9050:2004) i = h X 100 onde: i = inclinação, em porcentagem; c h = altura do desnível; c = comprimento da projeção horizontal. Piso texturizado e corrimão conforme a Norma. Veja mais: ABNT NBR 9050:2004, nos itens 6.5 Rampas; 6.7 Corrimãos e guarda-corpos.

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TRABALHO



ELEVADOR INADEQUADO Apesar de possuir braille, o painel de controle estรก muito elevado.

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ELEVADOR ADEQUADO Dimensões, portas, painel de controle, sinalização de piso, etc. Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, no item 6.8.2 Elevador vertical ou inclinado; ABNT NBR 13994 - Elevadores de Passageiros Elevadores para transporte de pessoa portadora de deficiência. 41


ESCADAS FIXAS

INADEQUADAS Esta foto deixa nítido a dificuldade existente para os cadeirantes em subir escada. Degraus e escadas fixas em rotas acessíveis devem estar associados à rampa ou ao equipamento de transporte vertical. (ABNT NBR 9050:2004) A largura das escadas deve ser estabelecida de acordo com o fluxo de pessoas. (ABNT NBR 9050:2004) As escadas fixas devem ter no mínimo um patamar a cada 3,20 m de desnível e sempre que houver mudança de direção. Entre os lances de escada devem ser previstos patamares com dimensão longitudinal mínima de 1,20 m. Os patamares situados em mudanças de direção devem ter dimensões iguais à largura da escada. (ABNT NBR 9050:2004) Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, no item 6.6 Degraus e escadas fixas em rotas acessíveis.

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PLATAFORMA ELEVATÓRIA Percurso vertical: A plataforma de percurso aberto deve vencer desníveis em edificações: a) uso público: até 2,0 m; b) uso particular: até 4,0 m; c) devem ter fechamento contínuo, sem vãos, em todas as laterais até a altura de 1,10 m do piso da plataforma. Para percurso fechado, a plataforma deve vencer desníveis de até 9,0 m em edificações de uso público. A mesma deve possuir dispositivo de comunicação para solicitação de auxílio. (ABNT NBR 9050:2004) Percurso inclinado: A plataforma elevatória de percurso inclinado pode ser utilizada em edificações de uso público, desde que haja parada programada nos patamares ou pelo menos a cada 3,20 m de desnível. Deve ser previsto assento escamoteável para uso de pessoas com mobilidade reduzida. Deve haver sinalização tátil e visual informando a obrigatoriedade de acompanhamento por durante sua utilização. (ABNT NBR 9050:2004)

Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, nos itens 6.8.3 Plataforma elevatória de percurso vertical; 6.8.4 Plataforma elevatória de percurso inclinado.

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SUPERFÍCIE DE TRABALHO INADEQUADA Pode-se verificar nesta foto que a cadeira de rodas fica longe da mesa de trabalho, devido a barra inferior que impossibilita a aproximação do cadeirante e a boa maneira de se trabalhar. A altura da superfície de trabalho deve se adequar.

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SUPERFÍCIE DE TRABALHO ADEQUADA As superfícies de trabalho necessitam de altura livre de no mínimo 0,73 m entre o piso e a sua parte inferior, e altura de 0,75 m a 0,85 m entre o piso e a sua superfície superior. (ABNT NBR 9050:2004) Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, no item 4.6.3 Superfície de trabalho.

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LAZER



ASSENTO FIXO INADEQUADO Ausência de espaço livre para cadeira de rodas ao lado do assento fixo.

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ASSENTO FIXO ADEQUADO Possui espaรงo livre adequado para cadeira de rodas ao lado do assento fixo. Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, no item 9.4 Assentos fixos 49


BILHETERIA INADEQUADA Esta bilheteria não é adequada aos cadeirantes, pois não possui espaço inferior e é um pouco alta. As bilheterias e atendimentos rápidos, exclusivamente para troca de valores, devem ser acessíveis a pessoas com cadeira de rodas, devendo estar localizados em rotas acessíveis.

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BILHETERIA ADEQUADA Para uma bilheteria adequada, o guichê deve ter altura máxima de 1,05 m do piso. Deve ser garantida área de manobra com rotação de 180° e um módulo de referência posicionado para a aproximação lateral à bilheteria. (ABNT NBR 9050:2004) Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, no item 9.5.5 Bilheterias

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CALÇADAS INADEQUADAS Nas ruas, um dos maiores problemas são as calçadas! Nestas fotos, podemos perceber que na primeira foto (da esquerda) há um poste no meio da calçada impedindo o acesso aos cadeirantes. Na segunda foto (da direita) há um grande buraco e não possui rebaixamento. As faixas livres devem ser completamente desobstruídas e isentas de qualquer tipo de interferência ou obstáculo (por exemplo, o poste neste caso) que reduza a largura da faixa livre.

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CALÇADAS ADEQUADAS A inclinação transversal de calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres não deve ser superior a 3%. Eventuais ajustes de soleira devem ser executados sempre dentro dos lotes. A inclinação longitudinal deve sempre acompanhar a inclinação das vias lindeiras. Recomenda-se que a inclinação longitudinal das áreas de circulação exclusivas de pedestres seja de no máximo 8,33% (1:12). Calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres que tenham inclinação superior a 8,33% (1:12) não podem compor rotas acessíveis. (ABNT NBR 9050:2004) Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, no item 6.10 Circulação externa 53


FAIXA DE TRAVESSIA DE PEDESTRES SEM REBAIXAMENTO Nesta imagem, podemos perceber que não há rebaixamento na calçada junto às travessias de pedestres e não há sinalização no piso. As calçadas devem ser rebaixadas junto às travessias de pedestres sinalizadas com ou sem faixa, com ou sem semáforo, e sempre que houver foco de pedestres. (ABNT NBR 9050:2004)

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FAIXA DE TRAVESSIA

DE PEDESTRES COM REBAIXAMENTO As faixas devem ser executadas conforme a Lei n.º 9.503, anexo II item 2.2.2. As faixas devem ser aplicadas nas seções de via onde houver demanda de travessia, junto a semáforos, focos de pedestres, no prolongamento das calçadas e passeios. (ABNT NBR 9050:2004)

Os rebaixamentos de calçadas devem ser construídos na direção do fluxo de pedestres. A inclinação deve ser constante e não superior a 8,33% (1:12). A largura dos rebaixamentos deve ser igual à largura das faixas de travessia de pedestres, quando for superior a 25 pedestres/ min/m. Em locais onde for igual ou inferior a 25 pedestres/min/m e houver interferência que impeça o rebaixamento da calçada em toda a extensão da faixa de travessia, admite-se rebaixamento da calçada em largura inferior até um limite mínimo de 1,20 m de largura de rampa. (ABNT NBR 9050:2004)

A sinalização do piso para deficientes visuais é indicado.

Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, nos itens 6.10.9 Faixas de travessia de pedestres; 6.10.11 Rebaixamento de calçadas para travessia de pedestres.

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GRELHAS E JUNTAS DE DILATAÇÃO INADEQUADAS As grelhas e juntas de dilatação devem estar preferencialmente fora do fluxo principal de circulação. (ABNT NBR 9050:2004) Esta foto mostra o perigo das grelhas/tampas quando não estão posicionadas adequadamente e de acordo com a ABNT NBR 9050:2004, as tampas devem ser firmes, estáveis e antiderrapantes sob qualquer condição e a eventual textura de sua superfície não pode ser similar à dos pisos táteis de alerta ou direcionais.

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GRELHAS E JUNTAS DE DILATAÇÃO ADEQUADAS As grelhas e juntas de dilatação devem estar preferencialmente fora do fluxo principal de circulação. Quando instaladas transversalmente em rotas acessíveis, os vãos resultantes devem ter, no sentido transversal ao movimento, dimensão máxima de 15 mm. As tampas devem estar absolutamente niveladas e perpendiculares com o piso onde se encontram e eventuais frestas devem possuir dimensão máxima de 15 mm. (ABNT NBR 9050:2004) Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, nos itens 6.1.5 Grelhas e juntas de dilatação; 6.1.6. Tampas de caixas de inspeção e de visitas 57


PISOS INADEQUADOS O chão de paralelepípedo é muito ruim tanto para pessoas com salto alto, por exemplo, quanto para pessoas que utilizam cadeiras de rodas.

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PISOS ADEQUADOS

Piso tátil direcional: Este piso deve ser utilizado quando da ausência ou descontinuidade de linha-guia identificável, como um guia de caminho em ambientes internos ou externos, ou quando houver caminhos preferenciais de circulação, conforme a ABNT NBR 9050:2004, no item 5.14.2. Sinalização tátil direcional. (ABNT NBR 9050:2004)

Piso tátil de alerta: Este piso deve ser utilizado para sinalizar situações que envolvem risco de segurança. O piso tátil de alerta deve ser cromodiferenciado ou deve estar associado à faixa de cor contrastante com o piso adjacente, conforme a ABNT NBR 9050:2004, no item 5.14.1 Sinalização tátil de alerta. (ABNT NBR 9050:2004)

Os pisos devem ter superfície regular, firme, estável e antiderrapante sob qualquer condição, que não provoque trepidação em dispositivos com rodas (cadeiras de rodas ou carrinhos de bebê). (ABNT NBR 9050:2004) A sinalização tátil no piso pode ser do tipo de alerta ou direcional. Ambas devem ter cor contrastante com a do piso adjacente, e podem ser sobrepostas ou integradas ao piso existente, atendendo às seguintes condições: a) quando sobrepostas, o desnível entre a superfície do piso existente e a superfície do piso implantado deve ser chanfrado e não exceder 2 mm; (ABNT NBR 9050:2004) b) quando integradas, não deve haver desnível. (ABNT NBR 9050:2004) Veja mais: ABNT NBR 9050:2004, nos itens 5.14 Sinalização tátil no piso; 6.1.1 Pisos; 6.1.2 Piso tátil de alerta; 6.1.3 Piso tátil direcional.

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TELEFONE INADEQUADO Altura elevada.

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TELEFONE ADEQUADO Altura adequada para cadeirantes e crianรงas. Hรก telefone de desenho universal que se adequa a todos. Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, no item 9.2 Telefones 61


VAGA PARA DEFICIENTES INADEQUADA As vagas para deficientes apresentam muitas falhas, como exemplo, nesta imagem, na vaga para deficiente há um canteiro do lado direito, uma outra vaga para pessoas não portadoras de necessidades especiais do lado esquerdo que dificulta a saída e entrada no carro de uma pessoa com mobilidade reduzida e um corrimão atrás do carro impossibilitando a abertura do porta-mala.

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VAGAS PARA DEFICIENTES ADEQUADAS Estas duas fotos horizontais (foto acima a 90° e foto abaixo a 45°) demonstram dois tipos de vagas para estacionamento de veículos que conduzam ou sejam conduzidos por pessoas com deficiência. As outras duas fotos verticais (foto acima = Sinalização vertical em espaço interno e foto abaixo = Placa de regulamentação de estacionamento em via pública) demonstram os dois tipos de placas para espaço interno e via pública. Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, no item 6.12 Vagas para veículos

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VEGETAÇÃO INADEQUADA Nestas fotos podemos perceber que quando há árvores (com raízes grandes, por exemplo) no meio da calçada, muitas vezes ocorre o impedimento da passagem do cadeirante e até mesmo de pessoas não portadoras de necessidades especiais.

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VEGETAÇÃO ADEQUADA Os elementos da vegetação tais como ramos pendentes, plantas entouceiradas, galhos de arbustos e de árvores, muretas, orlas, grades ou desníveis no entorno da vegetação não devem interferir com a faixa livre de circulação. Nas áreas adjacentes à rota acessível não são recomendadas plantas dotadas de espinhos; produtoras de substâncias tóxicas; invasivas com manutenção constante; que desprendam muitas folhas, flores, frutos ou substâncias que tornem o piso escorregadio; cujas raízes possam danificar o pavimento. (ABNT NBR 9050:2004) Saiba mais: ABNT NBR 9050:2004, no item 9.10 Vegetação 65


Este livro foi diagramado com a fonte Myriad Pro para corpo de texto e a fonte Code Bold para títulos e subtítulos. A capa foi feita com acetato e com o papel couchê 115g/m2 ou 150g/m2, empastado no paraná. O papel do miolo é o couchê fosco 170 g/m2. Impressão e acabamentos feitos pela gráfica Alphagraphics e acetatos feitos na gráfica Tek3.


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