Revista Aros #1

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para me convencer há três anos atrás? Refletindo sobre a questão e a minha trajetória pessoal, vi que raspar as pernas significou uma espécie de rito de passagem, onde eu firmei um compromisso com o esporte, algo como “uau, agora sou triatleta de verdade e estou levando o esporte a sério.” Esse sacrifício adicional, comparado aos outros sacrifícios que um triatleta passa, é mínimo, mas importante. E olha… me senti mais rápido sem os pelos, muito mais rápido. Não sei se fiquei mais rápido, mas senti já era meio caminho andando para isso. Você pode argumentar que raspar as pernas vai lhe dar uma vantagem aero e hidrodinâmica, mas será que faz diferença? Não conheço nenhum estudo aprofundado , mas acho que a diferença aerodinâmica seja muito pouco significativa. Na natação, se você disputasse os 50m ou os 100m nas Olimpíadas, sem trajes tecnológicos, isso poderia fazer diferença, mas não em provas acima de 1,5km no mar e, usualmente, de roupa de neoprene. Meu amigo Luiz Francisco, o Chicão, um dos melhores nadadores do triathlon nacional, afirma que sente um pouco mais de sensibilidade na água, mas o atrito é realmente irrelevante. Essa sensibilidade também pode ser percebida na bike, onde suas pernas se refrescam mais. No final das contas, o efeito psicológico talvez seja o maior. Tudo que aumente sua confiança pode lhe ajudar a obter um desempenho superior, a chegar onde você não conseguia antes. Mais uma vez citando o grande Chicão, o efeito “placebo” conta muito. Você vai parecer mais rápido e melhor, o que pode o tornar realmente mais rápido e melhor. Mais que um cuidado com o corpo, pense nisso como um cuidado para a mente, para seu ego.


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