Cardápio de Projetos

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A ciência é, sem dúvida, um dos grandes empreendimentos intelectuais da modernidade [...].A ciência tem um papel no mundo de hoje semelhante ao que tinha as grandes mitologias para as civilizações do passado: proporciona uma grande narração da verdade, dá significado e essência ao que vivemos. O objetivo da ciência na escola, de acordo com o argumento cultural, é levar os estudantes a entender a grande história e as realizações por trás dela. Os estudantes não podem permanecer ignorantes e alienados a respeito da cultura moderna e da ciência. (TURNER, apud CAMELO, 2012)

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Dessa forma, os seguintes conteúdos foram explorados: • História: conhecimento da biografia de astrônomos; elaboração de linhas do tempo; identificação e perspectiva cultural dos povos indígenas e do folclore brasileiro; • Geografia: confecção de maquetes dos planetas; identificação e percepção de pertencimento ao planeta Terra; identificação dos continentes e do país no globo terrestre; • Ciências: noções básicas de astronomia; identificação do planeta Terra no Sistema Solar; percepção de si diante da complexidade do planeta, do Sistema Solar e do universo; • Linguagem: práticas de leitura; formas de expressão em diferentes suportes: escrita, mídia, imagens, oralidade; • Matemática: distâncias; formatos dos planetas e suas órbitas; números de maior grandeza; lógica por meio da constatação de hipóteses. METODOLOGIA O interesse das crianças da escola em relação ao tema “universo” se deu ao final do primeiro semestre de 2011, quando os professores, na avaliação do projeto desenvolvido, indagaram-lhes sobre o que gostariam de estudar no semestre seguinte. Entre outros assuntos, surgiram os seguintes questionamentos: “Os ETs existem?”, “Por que não há mais dinossauros?”, “Para onde vai o sol quando fica de noite?”. Toda a mobilização dos alunos, para a elaboração de questões mais profundas sobre os assuntos, foi desenvolvida por todos os professores com bastante segurança. Isso porque a equipe já havia construído uma trajetória no trabalho com projetos, desde o segundo semestre de 2010, por meio de estudos de referenciais teóricos em busca do aprimoramento das práticas. Machado (2000) e Prado (2002) destacam que não se pode ter projeto pelos outros e que um dos pressupostos básicos do projeto é a autoria — seja individual, em grupo ou coletiva. Assim, o professor pode ter o seu projeto de sala de aula para viabilizar a criação de situações que propiciem aos alunos desenvolverem seus próprios projetos. Trabalhar com problemas ou projetos rompe com as fronteiras disciplinares, tornando-as permeáveis na ação de articular diferentes áreas de conhecimento, dissociadas pelas grades curriculares, e mobilizadas na investigação de problemáticas e situações da realidade. Isso não significa abandonar as disciplinas, mas integrá-las no desenvolvimento das investigações em torno das questões envolvidas nas situações, aprofundando-as verticalmente em


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