Cardápio de Projetos

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meu acompanhamento e a minha mediação na tentativa de propor situações de conflito da própria criança para que ela chegasse a conclusões concretas e verdadeiras sobre a escrita. Os dois caminhos precisavam de boas situações didáticas que alcançassem o nível conceitual e psicogenético dos alunos de modo a contribuir com seus avanços. Para trazer a ludicidade para o grupo de alunos, selecionei jogos que pudessem ampliar as capacidades da linguagem numa dimensão estética, gráfica e sonora. Vever (1991, p.27), ao dar foco aos “jogos com palavras”, observa que atividades desse tipo têm materialidade lúdica. Segundo o autor, ...(tal materialidade) torna os signos palpáveis: nos damos conta de que as palavras não são feitas apenas de fonemas e grafemas, mas de sons e de letras, e que estes sons e estas letras dialogam de uma palavra a outra, em correspondências tão polifônicas que os sentidos acabam sempre misturando-se e embaralhando-se. (...) Brincar com palavras torna-se, então, jogar com a consubstância da expressão: sons, letras, sílabas, rimas... e com os acidentes de forma e de sentido que esta manipulação encerra.

Fizeram parte da prática de trabalho, envolvendo a ludicidade, a música, a poesia, as quadrinhas e os próprios jogos com palavras. Nesse momento, pôde-se fazer uma reflexão da língua escrita em relação às propriedades do sistema alfabético. Isso evidenciou o trabalho de consciência fonológica, que pressupõe que a escrita se organiza como sequência de sons, diferenciados conforme a posição ocupada por letras e sílabas nas palavras. Esse material escrito utilizado ajudou no trabalho de consciência fonológica e facilitou o emprego de estratégias de inferências e generalizações para novas construções de palavras. Tais propostas baseavam-se na avaliação diagnóstica realizada logo no início do ano, em que os alunos demonstravam pouco conhecimento a respeito do sistema da leitura e da escrita. Poucos alunos dominavam o alfabeto ou faziam relações entre as letras e a escrita de palavras. Ainda utilizavam letras aleatoriamente para realizar seus registros escritos e, em muitos casos, ainda utilizavam símbolos ou desenhos para representar uma escrita. Faziam o registro do primeiro nome apoiados na memória visual. Poucos alunos faziam registros de palavras conhecidas de cor. Vale ressaltar a importância de se estabelecerem boas questões na avaliação diagnóstica a fim de se definirem as ações mais apropriadas na intervenção pedagógica, favorecendo, assim, os avanços no processo de alfabetização. No projeto, a turma em questão possui 30 alunos, oriundos de Creches Municipais e CEMEIS. CONTEÚDOS CURRICULARES Leitura e escrita na perspectiva da Alfabetização e do Letramento. METODOLOGIA Ações Iniciais - A primeira ação destina-se ao diagnóstico para identificar o que cada criança da turma já sabe a respeito da leitura e da escrita. Não basta conhecer superficialmente a turma, é necessário o conhecimento pontual e individual de cada

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