Meu Itinerário Espiritual, vol 2 - Plinio Corrêa de Oliveira

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O receio de ter que assumir a liderança da Contra-Revolução Nós fomos peregrinos à procura dos restos da Cristandade. Nossas peregrinações deram resultados os mais pungentes, os mais desapontadores que se possa imaginar261. Procurei contato com as classes mais tradicionais, as classes que a Revolução procurou liquidar e destruir: o clero e a nobreza. Procurei os elementos mais conservadores do clero e da nobreza. E verifiquei que em nenhum havia a posição inteiramente contra-revolucionária que a TFP tinha262. Notem que eu não tinha ideia de que, o que estava no meu espírito, era a graça, porque, nessa época, eu não tinha ideia da graça. Bem, isso tudo eu sabia e tinha certeza. Não tinha certeza de encontrar essas pessoas. E às vezes pensava: “Nossa Senhora, coitada (é um absurdo dizer d’Ela “coitada”), eu desconfio que Ela vai ter de acabar se contentando comigo. Porque eu vejo que fazer, Ela fará, e que Ela pegará qualquer ‘dois de paus’, se utilizará dele para fazer o que Ela quiser, caso os naturalmente chamados não quiserem. E esse ‘dois de paus’ posso ser eu”. Isso eu considerava sem ambição, sobretudo sem nenhum orgulho, sentindo bem minha desproporção. Mas tinha, de outro lado, até certo receio que isso fosse verdade, porque exigiria de mim mais esforço sobre mim mesmo, para chegar ao píncaro de mim mesmo. E exigiria de mim mais luta da que eu teria se tivesse um chefe. Mas, podia ser, e no total eu deveria me preparar inclusive para isso. Os episódios da Ação Católica me desiludiram do clero e a minha viagem em 1950 à Europa me desiludiu da nobreza. E aí a ideia de uma missão pessoal se vincou muito mais263.

* Percebia que alguém tinha que fazer isto. Deveria haver, para uma obra tão ampla, um ponto de coordenação uno, senão ela não se faria. Mas por todos os lados das vastidões do meu horizonte, eu não notava ninguém assim. E eu me dizia: “Alguém tem que fazer. Eu não me vejo a não ser a mim. E olhando-me a mim, vejo que posso fazer alguma coisa nessa direção. Sei o que eu posso fazer não é pouco para o que um homem pode 261 Palavrinha EANS 11/6/82 262 SD 17/5/85 263 MNF 12/12/85 110

MEU ITINERÁRIO ESPIRITUAL


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“As vozes não mentiram”

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pages 238-254

A graça de Genazzano

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pages 234-237

O temor martirizante de não estar correspondendo ao chamado de Nossa Senhora

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pages 228-230

A paternidade espiritual do fundador

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pages 222-227

O receio de ter seguido uma via não desejada por Nossa Senhora

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pages 231-233

Consagração a Nossa Senhora nas mãos do fundador Adendo do compilador

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pages 220-221

Os discípulos devem discernir o “unum” do espírito do fundador

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pages 215-219

O fundador deve ser um símbolo vivo de sua obra

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pages 213-214

Pela originalidade de seu carisma, o fundador tem que ser seu próprio formador

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O modo de fazer a ação de graças após a recepção da Sagrada Comunhão

6min
pages 206-209

A desconfiança e a severidade em relação a si mesmo

5min
pages 186-188

O espírito de sacrifício até o holocausto e o desejo de reparação

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pages 189-192

a combatividade contra-revolucionárias

16min
pages 177-185

O modo de rezar e pedir

1min
page 201

A atitude diante de Deus e de Nossa Senhora

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pages 202-205

O amigo da Cruz que se prepara para carregá-la prevendo a dor

9min
pages 193-197

O senso da honra católica

5min
pages 174-176

A reversibilidade do “tal enquanto tal”

5min
pages 171-173

A procura do sublime e do sacral

13min
pages 164-170

O espírito aristocrático

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pages 147-148

A “luz primordial” resumitiva

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pages 160-161

A combatividade cavalheiresca

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pages 149-152

Os componentes essenciais desse “unum”

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pages 139-140

A castidade

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page 146

A robustez da Fé

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pages 141-145

A pedra angular do amor à grandeza

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A identificação com a Contra-Revolução

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O “unum” da alma de quem foi chamado a simbolizar a Contra-Revolução

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page 138

Papel do filão “eliático” na história

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pages 125-126

O reconhecimento do caráter profético dessa missão

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pages 127-131

“Pater et dux” dos contra-revolucionários

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pages 123-124

Entusiasmo pelo Profeta Elias e o zelo pela causa de Deus

10min
pages 118-122

Devoção a Nossa Senhora do Carmo

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O receio de ter que assumir a liderança da Contra-Revolução

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Uma vocação contra-revolucionária

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O lírio nascido do lodo, durante a noite e sob a tempestade

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pages 104-107

O anseio por um líder contra-revolucionário

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pages 109-110

Novamente escrúpulos e a provação axiológica

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pages 101-103

A pior provação: ser perseguido por aqueles mesmos que se quis servir

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O “grupinho do Plinio”: Jó em cima do monturo

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page 97

A degringolada como vingança pelo livro “Em Defesa da Ação Católica”

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pages 94-96

da Ação Católica de São Paulo

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O encontro do equilíbrio

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page 89

Um lenitivo: a leitura do “Livro da Confiança”

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pages 84-88

Um novo e elevado patamar após a leitura do “Tratado da Verdadeira Devoção” e a consagração a Nossa Senhora como escravo de amor

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pages 69-73

Firma-se o ideal de dedicação integral pela opção do celibato – Choque com um veio de mediocridade no seio das Congregações Marianas

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pages 74-77

O combate ao orgulho

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pages 66-68

Os frutos da leitura do livro “A alma de todo apostolado”

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pages 63-65

Um quiproquó a partir da leitura da “História de uma alma”

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page 83

A leitura da “História de uma alma” e a aspiração à santidade

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pages 61-62

A provação de crer-se obrigado a abandonar, por obediência ao Papa, as convicções monárquicas e ter que aliar-se à República

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pages 55-58

Algumas consolações que sustentaram Dr. Plinio nesta travessia

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com a superficialidade e a brincadeira

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pages 17-19

A ruptura definitiva com o mundo revolucionário

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pages 38-42

Algumas renúncias fundamentais

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page 46

A terrível cruz da incompreensão e do isolamento total

12min
pages 20-26

A ascese para afirmar sua varonilidade sem transformar-se num “Esaú”

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page 27

Desenvolvimento da vida de piedade

4min
pages 44-45
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