Portofolio 2017/2

Page 1

NATHALIA LIMA PORTFÓLIO 2017



ÍNDICE P. 6

LIGHT AND EARTH

P. 10

CASA DE CULTURA

P. 14

GARAGE CITROEN

P. 20

PARQUE DOS BUFALOS

P. 26

HABITAÇÃO NO CENTRO

P. 32

GRIESGASSE

6

10

14

20

26

32


01 LIGHT AND EARTH

CENTRO SAGRADO ECUMÊNICO NO VALE DE TANAF / Casamance, Senegall

ABRIL 2017. PROJETO COM COAUTORIA DE BEATRIZ SOMBRA, MATHEUS SOARES, PEDRO FERNANDES E VITOR MARTINS. REALIZADO PARA O CONCURSO “ KAIRA LOORO INTERNATIONAL COMPETITION : ARCHITECTURE FOR THE PEACE”.


A

B

A

O projeto para um centro ecumênico no vale de Tanaf no Senegal motivou o grupo a explorar a paisagem e os materiais locais de forma a criar um ambiente que pudesse conectar o terreno ao sagrado. O intuito foi jogar com aparentes contradicoes entre reto e curvilíneo, peso e leveza, cheios e vazios, luz e sombra. A partir de elementos contrastantes visou-se harmonizar diferentes crenças e a proximidade com o divino. O projeto implanta-se a 60cm abaixo do nível do solo e mantém um gabarito harmônico em relação à vila. Com o intuito de haver o menor impacto possivel no Vale de Tanaf, respeitando os métodos construtivos e materiais locais, adotou-se como princípio de projeto a utilização de 100% do volume de terra escavado para a construção do templo. Primeiramente, o solo escavado sera utilizado para a instalação de hortas na parte exterior do templo, delineando seus acessos e articulando a forma com o entorno. Então, outra parte do solo, caracterizada por laterite, será moldada em blocos regulares que serão utilizados na construção das paredes externas e da parede suspensado espaço religioso. E, por fim, o resto de laterite sera utlizado para a construção das paredes principais, utilizando o método de gabiões. Gaiolas de aço modulares serão preenchidas com blocos irregulares de laterite. Esse método construtivo cria um sisstema de vedação que não somente serve de muro de arrimo para o volume de terra escavado, mas também permite a entrada de ar e luz natural de uma forma dramática. A entrada de luz foi planejada como uma forma de trazer leveza para os materiais pesados utilizados. Além dos feixes de luz gerados pelas paredes de gabião, o deslocamento entre os planos permite também diferentes projeções de luz no espaço interno. A parede opaca suspensa no centro do templo ganha importância pela presence da cisterna abaixo dela que, nos meses de chuva reflete luz a partir do movimento da água e nos períodos de seca difunde luz a partir de pedras brancas filtrantes. A água da chuva chega na cisterna diretamente do telhado e é também bombeada das calhas que circundam o perímetro do projeto coletando água. Além do sistema de filtragem, outra proposta de infraestrutura sustentável para o projeto foi o desenho de banheiros com sistema seco, nos quais o compost produzido poderá ser utilizado como adubo para as hortas do próprio edifício. Por fim, ressalta-se a presence da calha central, que corta o solo no centro do temple e é responsável pela iluminação artificial. Essa calha abriga um sistema de iluminação led coberto por uma camada de sal responsável pela difusão da luz, reforçando assim o papel simbólico que o sal tem na região.

B PLANTA TÉRREO 0

2,5 1,25

CALHA CENTRAL DE ILUMINAÇÃO LED

ENCAIXE PARA DIVISÓRIAS DE MADEIRA

POSSÍVEL LAYOUT PARA ABRIGO EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA

5


DETALHE MONTANTE COBERTURA

DETALHE TELHADO E PAREDE DE GABIร O (coleta de chuva)

CORTE AA

0

2,5 1,25

DETALHE CISTERNA (sistema de filtragem de รกgua)

CORTE BB

0

2,5 1,25

LUZ E SOMBRA FACHADA

5

5


ETAPAS DA CONSTRUÇÃO

1. ESCAVAÇÃO DO TERRENO DEFINIÇÃO DOS ACESSOS INSTALAÇÃO DE HORTAS

2. INSTALAÇÃO DE PILARES DE BAOBÁ CONSTRUÇÃO DA CISTERNA INSTALAÇÃO DAS CALHAS (de água e de sal)

3. CONSTRUÇÃO DAS PAREDES EM GABIÃO

4. CONSTRUÇÃO DA PARTE DE ALVENARIA EM LATERITE (entradas, banheiros e depósito)

5. INSTALAÇÃO DO SISTEMA DE VIGAS EM BAOBÁ E COBERTURA EM FIBRA DE PALMEIRA


02 CASA DE CULTURA

EQUIPAMENTO CULTURAL MUNICIPAL NA PRAÇA ROOSEVELT / São Paulo, Brasil

DEZEMBRO 2016. PROJETO INDIVIDUAL REALIZADO NA DISCIPLINA DE PROJETO IV DA FAU USP. ORIENTAÇÃO DE ÂNGELO BUCCI. LOCALIZAÇÃO RUA NESTOR PESTANA,266

Uma das principais intenções do projeto é fazer reverberar a Praça Roosevelt nesse pequeno terreno de esquina ao seu lado. O terreno, apesar de ter dimensões pequenas, apresenta um espaço tridimensional grande, devido ao conjunto de prédios altos que se voltam a ele. Por isso, o partido de projeto foi entender que o espraiamento da praça faria-se verticalmente, ocupando todo esse volume de vazio. A criação do bloco de edifício se fez alinhando o grande volume vazio com os pés-direito da Praça Roosevelt, do Teatro Cultura Artística e do grande edifício ao lado. Resultou-se, primeiramente, um volume térreo, dedicado à entrada principal do edifício - sob uma laje na altura da Roosevelt, que constitui uma pequena praça. O segundo volume fica suspenso a 20 metros acima dessa laje (exatamente na cota mais alta do Teatro Cultura Artística) e atinge a altura da empena ao seu lado. Para a ocupação desse grande volume superior, pensou-se em explorar os contrates entre cheio e vazio e opaco/translúcido. O programa dado, da Casa de Cultura Municipal, propõe 4 grandes salões com diferentes

PRAÇA ROOSEVELT

CULTURA ARTÍSTICA

E .E. CAETANO DE CAMPOS

TEATRO CULTURA ARTISTICA

PESTANA RUA NESTOR

IMPLANTAÇÃO

PRAÇA FRANKLIN ROOSEVELT

INTENÇÕES

PLANTAS

0

exposição

5

20 10 B

2,5

leitura A

A

oficinas

apresentação B

PARQUE AUGUSTA

temáticas. Para cada um desses salões - apresentação, exposição, leitura e oficinas - criou-se um piso de pé-direito alto com um grande espaço livre para as atividades dos coletivos relacionados à cada tema, uma sala de monitoria e um depósito. Pensou-se esses pisos como praças suspensas, suscetíveis não só à iluminação natural como também circulação natural do ar - o que se dará com uma envoltória translúcida colocada distante das lajes.E então, para cada uma dessas praças propõe-se um bloco opaco dedicado a atividades especifícas relacionadas aos temas. Esses “monolitos” são acessíveis pelo mesmo bloco de circulação do edifício. Soma-se à esses 4 pisos principais um piso dedicado à administração e serviços, outro a um café com terraço e o térreo, onde se localiza a recepção e a loja. Estruturalmente, o edifício se sustenta, verticalmente, a partir de um bloco de circulação de concreto estrutural e 6 pilares metálicos. As lajes são ora de concreto nervurado, nos pisos de pé direito de 3m, ora de concreto apoiadas sobre um conjunto de vigas metálicas, nos pisos aonde essas vigas sustentam os monolitos.

_790.1; 800; 809.9; 819.8 SALÕES


B

A

B

A

B

_823.1 EXPOSIÇÃO

A

_813.2 LEITURA

B

B

A

A

B

A

B

_803.3 OFICINA

A

B

A

_793.4 APRESENTAÇÃO


DETALHE ESTRUTURA

Associação de viga e pilar metálicos nas lajes que sustentam os volumes fechados. 0.3

0.3

0.15

0.6

B

0.3

B

_767.3 PRAÇA ELEVADA

A

B

A

A

_764 TÉRREO RECEPÇÃO

A

B

CORTE A-A

0

5 2,5

20 10


B

833 829.7 A

A

823.1

B

_829.7 CAFÉ E TERRAÇO

B

819.8

813.2

A

A

809.9

803.3

B

800

_786.8 ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS

DETALHE ENVOLTÓRIA

Pele de aço perfurado distanciada da laje que permite a circulação do ar.

793.4 790.1

786.8

767.3 PRAÇA FRANKLIN ROOSEVELT

764 760.5

CORTE B-B


03 GARAGE CITROEN

CENTRO CÍVICO E ACERVO MUSEAL / Bruxelas, Bélgica

JUNHO 2016. ORIENTAÇÃO DE MATHIEU BERTELOOT, SARA NOEL E VERONIQUE PATTEEUW. PROJETO INDIVIDUAL REALIZADO NO ATELIER DO MASTER EM TERRITÓRIO DA ENSAPL, FRANÇA.

EDIFÍCIO ORIGINAL

SHOWROOM

ATELIÊS

A proposta da disciplina foi explorar a escala territorial de uma metrópole europeia como Bruxelas a partir de um só edifício. A Garage Citroen da Place d’Yser, em Bruxelas, foi construída em 1933 pelos arquitetos Dumont e Van Goethem e se tornou um símbolo do desenvolvimento da metrópole devido a sua arquitetura e sua localização. Situada em uma área tradicionalmente industrial da cidade, na margem do canal, a Garage, atualmente, também se configura como intersecção entre diferentes bairros da metrópole: o centro histórico, o centro de negócios e o bairro de imigrantes, que vêm alterando o caráter da área e fazendo com que cresça a demanda por habitação, emprego e equipamentos educacionais e culturais na região. Assim, começou-se a pensar em novos usos para os complexos industriais de grande escala presentes no cais, entre eles, a Garage Citroen, com área de mais de 16 000 m². Além das demandas da população local, que inspiraram a adoção do conceito de centro cívico e de “tiers lieux”, deveria-se considerar também a ideia inicial de reuso do edifício para abrigar o acervo de obras de artes dos diversos museus de Bruxelas, considerando o conceito de acervo visitável. A primeira necessidade visível para a fabricação do projeto de reabilitação foi a de tornar o edifício mais permeável, tanto em relação a seu entorno, como em relação a sua área interior. O método adotado foi estruturar o projeto a partir dos dois eixos centrais dos ateliês. Enquanto um eixo seria totalmente aberto, de modo a ligar o canal ao parque do lado oposto, o eixo longitudinal seria fechado por um volume suspenso contendo parte do acervo e conectando, pela marquise resultante no térreo, o edificio em si: o showroom aos ateliês. A partir dessa ideia inicial de conexão interna e externa do projeto, trabalhou-se com variações volumétricas e de materiais de forma a criar uma hierarquia no projeto. Enquanto parte da estrutura e cobertura translúcida dos ateliês foi mantida para abrigar saguões, espaçõs de estar, ateliês, brinquetoteca e biblioteca, outras partes foram retiradas para a inserção de volumes fechados de concreto para as funções de acervo e escola de dança e música.


ESTAÇÃO DE TREM

REGIÃO PORTUÁRIA

ESCA

LA TE

RRITO

RIAL

/ ESC ALA D

O ED

IFÍCIO


ATLAS DE REFERÊNCIAS

PLANTAS

térreo

SESC POMPÉIA, São Paulo, 1977 - LINA BO BARDI

1º piso

GARAGE CITROEN, Bruxelas, 1933 - DUMONT E VAN GOETHEM

2º piso

0

FONDAZIONE PRADA, Milão, 2015 - OMA 0

10 5

30 20

10 5

30 20


Ressaltando o caráter social do cais e do canal, estes foram inseridos no projeto a partir de um espelho d’água e de uma praça central. A praça articula todo o projeto com o ambiente ao redor e divide o edifício em dois quarteirões , um deles ligado ao KAAI Theatre, edifício cultural localizado ao lado da Garage. Este primeiro bloco é dedicado as artes performáticas: dança, teatro e música e possui salas de ensaio, um auditório e um teatro experimental aberto para a praça central. Já o bloco maior configura-se como um espaço de formação voltado para as artes plásticas e manuais, com ateliês de costura, pintura, carpintaria que também oferecem serviços à comunidade. À essa secção integra-se também um fablab aberto a população, uma biblioteca de grande porte com terraço aberto e o principal volume de acervo de obras de arte. Esses dois complexos estão conectados pelo eixo longitudinal que abriga parte do acervo e salas de pesquisa no piso superior e se configura como uma marquise no térreo. Este também conecta o interior do quarteirão ao showroom, na esquina, que possui pisos expositivos para obras selecionadas.

DIAGRAMA PROGRAMÁTICO

FABLAB

ACERVO

FOYER CAFÉ

TEATRO EXPERIMENTAL

SALAS DE ENSAIO AUDITÓRIO

SHOWROOM

ATELIÊS

KAAI THEATRE BIBLIOTECA

ESTAR E ATELIÊS


CORTES TRANSVERSAIS BLOCO MAIOR

0

5

A-A A

A

B-B B

B

EXPOSIÇÃO FRAC NORD PAS DE CALAIS A discussão envolvendo o conceito de acervo visitável foi aprofundada pela oportunidade de expor este projeto, junto aos outros alunos dessa disciplina no FRAC Nord Pas de Calais. Os FRAC’s (Fundos Regionais de Arte Contemporânea) são coleções públicas de arte contemporânea agrupadas em alguns equipamentos espalhados pelo território francês, que propõem exposições temporárias e atividades educacionais. O FRAC da região norte está localizado na cidade de Dunkerque e teve seu edifício projetado pelo escritório de arquitetura Lacaton&Vassal. Durante 2 meses, as colagens e os desenhos iniciais dos projetos dos onze estudantes que participaram do “Atelier Citroen” foram expostos junto a obras selecionadas do acervo do FRAC que dialogavam com os temas de garagens, automóveis, rehabilitação...

10

20



04 PARQUE DOS BÚFALOS

CONJUNTO HABITACIONAL E INFRAESTRUTURA URBANA / São Paulo, Brasil

JUNHO 2015. REALIZADO NA

PROJETO COM COAUTORIA DE: JULIA CAMARGO, JULIA JOBIM, PAULO PAIVA E THALISSA BECHELLI. DISCIPLINA DE PROJETO III DA FAU USP. ORIENTAÇÃO DE ÁLVARO PUNTONI.


Localizado junto a Represa Billings, no extremo sul do município de São Paulo, numa área de grande vulnerabilidade urbana, o projeto nomeado de “Complexo Habitacional Parque dos Búfalos” propõe 588 unidades habitacionais, alguns equipamentos urbanos, como creche e UBS, além de espaços de comércio e serviço desenhados de forma articulada à malha urbana existente. A fim de manter a identidade social e cultura da realidade dos habitantes, optou-se por um gabarito baixo, atingindo no máximo 4 andares, organizados em três patamares e por uma composição que privilegia os espaços coletivos. Todas essas açoes visam integração e diálogo, pontos fundamentais para a construção de um espaço urbano de qualidade.


CORTE TRANSVERSAL DO CONJUNTO

Três patamares compõem a nova morfologia, que se aproveita do antigo relevo. O braço de água extendido da represa ganhou espaço transformando-se em um lago margeado por, de um lado, uma orla pública onde se localizam diversosn espaços comerciais, uma pista de skate, um bicicletário e uma creche. O pé-direito de 5 metros dos espaços comerciais dá altura ao segundo patamar, que recebe 3 edifícios habitacionais, galerias de comércio e serviços e uma unidade básica de saúde, todos interligados por uma rua que atravessa o terreno longitudinalmente e conecta a Estrada do Alvarenga (ao sul) ao bairro Jardim Rubilene (ao norte). Sobre a laje desses edifícios residenciais se apoiam mais 12 lâminas também acessíveis pelo nivel superior, a cota 767.

NÍVEL SUPERIOR 6 edifícios habitacionais + praça + áreas de lazer + quadras poliesportivas

RUA INTERNA 3 edifícios habitacionais + UBS + galerias de comércio e serviços

1

ORLA comércio + creche + bicicletário + pista de skate

1

2

4

1

3

5

3


5

4

2

5

0

20

2,5

PLANTA E CORTE APARTAMENTOS

1 QUARTO - 60 m²

0

2,5

10

5 10

2 QUARTOS - 75 m²

3 QUARTOS - 90m²


PLANTA ORLA 750 20

0 10

PLANTA RUA INTERNA 755

40

20

0 80

10

40 80


PLANTA NÍVEL SUPERIOR 767 20

0 10

40 80


05 HABITAÇÃO CENTRO

EDIFÍCIO HABITACIONAL MISTO NO BEXIGA / São Paulo, Brasil

DEZEMBRO 2014. PROJETO INDIVIDUAL REALIZADO NA DISCIPLINA DE PROJETO II DA FAU USP. ORIENTAÇÃO DE ÂNGELO BUCCI.

LOCALIZAÇÃO Após um percuso pela Operação Urbana Centro, em busca de terrenos em potencial, o terreno escolhido para o projeto de edifício habitacional misto no centro de São Paulo está localizado no bairro do Bexiga, entre as ruas Genebra e Francisca Miquelina - ambas travessas da rua Maria Paula. Seu entorno abrange avenidas de grande importância, como a av. Brigadeiro Luiz Antônio e a av. Treze de Maio; as estaçoes de metrô Sé e Liberdade e diversos equipamentos culturais, como o Teatro Oficina e a Casa Dona Yayá. O terreno dá acesso às duas ruas, ambas com caráter local.. Uma delas inclinada, e outra plana. Essa configuraçao incentivou o desenho de um espaço mais permeavel na cota mais alta e um mais resevado na cota mais baixa

FOTO DO TERRENO

TEATRO OFICINA

SOBRADOS DA RUA GENEBRA

MAQUETE 1:100


ELEVAÇÃO SUDESTE (RUA FRANCISCA MIQUELINA) 2,5

0

1,25

5

10


O projeto foi pensado de forma a ressaltar sua relacão com o espaço urbano, uma vez que o interessante da habitaçao construída no centro da cidade está na dimensão do que está fora dela O pátio interno, ao retomar o miolo da quadra como um local de maior recolhimento perante a rua, um vazio em meio a cidade densa, configura-se como um local de pausa e encontro para os transuentes ao mesmo tempo em que incentiva novos caminhos. O espaço do pátio superior, público, é, por sua vez, invadido por vegetações enraizadas na área de lazer dos moradores, ressaltando a permeabilidade – sem confundir as esferas – entre a casa e a cidade: dois patios sob a mesma luz. Nasachadas, todas as unidades mantém a relacao estreita com a rua por meio de varandas e janelões abertos nas salas e nos dormitórios. A incidência de luz direta é controlada por painéis móveis de madeira, nas fachadas que dão para a rua e por janelas de vidro jateado, nas fachadas que dão para o pátio. Essa configuração de aberturas possibilita, também, a ventilação cruzada. O projeto abrange quatro tipologias de apartamento, de um, dois e três dormitórios; totalizam vinte e quatro unidades distribuídas em um volume de seis andares e outro de 3 andares. Além disso, o volume mais alto também comporta escritórios.

A volumetria adotada foi uma forma de diálogo com o entorno, que mostra um claro contraste entre sobrados mais antigos e uma verticalização mais recente. Assim, o volume mais baixo, ao alinhar-se com o edíficio da esquina, alonga a dimensão da quadra e evidencia a sensação de continuidade. Já o outro pretende conversar com os edifícios mais altos a sua volta, além dos que estão por vir; e, para isso alinha-se com um volume ao seu lado. No térreo algumas unidades comerciais delineiam espaços de circulação e também de pausa. no pátio superior. Em resumo, o projeto pretende ressaltar sua localização e buscar uma convivência mais intensa, ao construir espaços a partir de vazios, permitindo que o entorno o inunde, seja por janelas, varandas ou rasgos.

PLANTA TÉRREO INFERIOR (EXCLUSIVO MORADORES)

PLANTA TÉRREO SU (COMERCIAL)

5

0 2,5

ACESSO RUA GENEBRA

10 20

VISTA RUA FRANCIS


UPERIOR

SCA MIQUELINA

PLANTA PAVIMENTO TIPO

5

0 2,5

10

5

0 2,5

20

VISTA RUA GENEBRA

10 20


DETALHE VARANDA

0

2,5

5

1,25

ELEVAÇÃO OESTE (RUA GENEBRA) AP 101M2

AP 58M2


DETALHE JANELÃO

0

2,5

5

1,25

CORTE A-A AP 45M2

AP 95M2

2,5

0 1,25

5 10


06 GRIESGASSE

REVITALIZAÇÃO DE RUA E TERRENOS VAZIOS / Graz, Austria JULHO 2016. PROJETO COM COAUTORIA DE MICHAEL HEFNER E CHARLOTTE O’HARA. REALIZADO NO WORKSHOP CITY.LIVING.HOUSING NA T.U. GRAZ, AUSTRIA ORIENTAÇÃO DE MARIA BEATRIZ RUFINO, MILLER STEVENS E ANDREAS LICHTBLAU


Após a realização de um diagnóstico da rua, visitando os fundos de lote e conversando com moradores e usuários percebeu-se as deficiências e potencialidades daquele espaço. A Griesgasse é uma rua que conecta a área central da cidade de Graz à Gries, um bairro tipicamente de imigrantes. O quarteirão trabalhado apresenta diversos conflitos por abrigar estruturas bastante variadas. Além de residências e restaurantes dos imigrantes tradicionais do bairro, hoje nesse quarteirão está também localizado um abrigo para refugiados, os novos imigrantes, o que gera muitos confrontos. Soma-se a isso a presença de uma boate que torna a rua barulhenta e violenta durante a noite. Por outro lado, encontra-se também estruturas muito positivas e que dinamizam a rua de uma forma diferente: uma loja e oficina de bicicleta em um dos fundos de lote, que atrai um público jovem, uma ONG destinada a jovens mulheres de diversas culturas e uma escola de alemão voltada para os refugiados. Pensou-se então em utilizar um lote vazio da rua para criar um coração para ela, um espaço mais seguro e vigiado para as crianças e no qual pudessem haver mais trocas entre os moradores da rua. Nesse local, a pavimentação seria diferenciada de modo a reduzir a velocidade dos carros e os térreos (hoje inutilizados) dos edifícios se abririam para a área livre com estruturas que incentivassem o dinamismo da rua. Um edifício seria utilizado como uma brinquedoteca e espaço para crianças, outro como um “infopoint”, uma sala de informática com uma pequena biblioteca e espaço para aulas ou palestras e por fim, um café seria instalado no térreo do edifício dos novos imigrantes, convidando-os a se apresentarem nesse espaço.


_ As crianças do bairro ganham um novo espaço para brincar e aprender juntos fora de casa, impulsionando uma nova forma de interação para os mais velhos.

_ Vizinhos são convidados tos nas áreas comuns da G em relação a pavimentação visam torná-la mais acessív

_ Pessoas de culturas diferentes são convidadas a conviver e interagir nos novos e variados espaços desenhados para a Griesgasse.

PLANTA BAIXA NOVO CORAÇÃO DA GRIESGASSE

9 10 8 7 5 6 4 3 2 1


_ As jovens mulheres da ONG Mafalda, localizada no fim da rua ganham um espaço para palestras e encontros para interagirem com os outros moradores da Griessgasse.

s a passar mais tempo junGriessgasse. As intervenções o e a iluminação da rua vel e segura.

5

0 2,5

CORTE NOVAS ILHAS PAVIMENTADAS E ILUMINAÇÃO

10 20

2,5

0 1,25

MASTERPLAN NOVA PAVIMENTAÇÃO E ACESSOS

ONG MAFALDA

OFICINA DE BICICLETA ESPAÇO INFANTIL ABRIGO REFUGIADOS

INFOPOINT

NOVO CAFÉ AULAS DE ALEMÃO


nathalia.lima@usp.br


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