Cidade de vidro os instrument cassandra clare

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incontáveis fissuras. Clary desviou, cobrindo a cabeça com as mãos, enquanto o vidro chovia a seu redor como lágrimas.

Estavam quase no campo de batalha quando o ruído veio, rasgando a noite ao meio. Em um instante, a floresta estava tão silenciosa quanto escura. No seguinte, o céu acendeu com um brilho laranja infernal. Simon cambaleou e quase caiu; segurou um tronco de árvore para se manter de pé, mal conseguindo acreditar no que via. Ao redor, todos os outros vampiros olhavam para o alto, as faces brancas como flores noturnas, levantando-se para alcançar o luar enquanto um pesadelo cruzava o céu atrás do outro.

— Você não para de desmaiar — disse Sebastian. — É extremamente tedioso. Jace abriu os olhos. Uma dor lancinante em sua cabeça. Levantou a mão para tocar o lado do rosto — e percebeu que não estava mais amarrado. Tinha uma corda solta no pulso. A mão voltou do rosto preta — sangue, escuro ao luar. Olhou em volta. Não estavam mais na caverna: encontrava-se deitado sobre terra macia e grama no chão do vale, não muito longe da casa de pedra. Podia ouvir o ruído da água no riacho, claramente próximo. Galhos de árvores entrelaçados no alto bloqueavam parte da luz da lua, mas ainda estava suficientemente claro. — Levante-se — disse Sebastian. — Tem cinco segundos antes que o mate onde está. Jace se levantou o mais lentamente possível. Continuava um pouco tonto. Lutando para se equilibrar, enfiou os calcanhares na terra, tentando adquirir um pouco de estabilidade. — Por que me trouxe aqui? — Dois motivos — disse Sebastian. — Primeiro, gostei de nocauteá-lo. Segundo, seria ruim para qualquer um de nós derrubar sangue no chão daquela caverna. Pode acreditar. E pretendo derramar muito sangue seu. Jace apalpou o cinto, e seu coração afundou. Ou havia derrubado quase todas as armas enquanto Sebastian o arrastava pelos túneis ou, o mais provável, Sebastian as tinha jogado fora. Tudo que restara era uma adaga. Uma lâmina curta — curta demais, nada que se comparasse à espada. — Não é exatamente uma arma, isso aí. — Sebastian sorriu, dentes brancos em contraste com a escuridão banhada pelo luar. — Não posso lutar com isso — disse Jace, tentando soar tão trêmulo e nervoso quanto possível. — Que pena. — Sebastian se aproximou de Jace, com um sorriso malicioso. Segurava a espada sem tanta firmeza, teatralmente despreocupado, as pontas dos dedos tamborilando um


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