50 ideias genética que precisa mesmo de saber mark hernderson

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tecnologias genéticas geneticamente modificado nos embriões dos ratos. De forma independente, Capecchi e Smithies exploraram a técnica do ADN recombinante pela qual os cromossomas trocam o ADN entre si para atingir e desactivar genes específicos. Quando estas técnicas se combinaram, tornou-se possível produzir ratos a que podem faltar qualquer um dos genes (qualquer gene pode ser «neutralizado», mas, às vezes, os efeitos são fatais). Os primeiros ratos-knockout não possuíam o gene denominado HPRT que, nos seres humanos, provoca a síndrome de Lesch-Nyhan e outros se seguiram relativos à fibrose quística, cancro e uma panóplia de outras doenças humanas. Os geneticistas que pretendem descobrir a função de determinado gene podem «neutralizá-lo» num rato e observar o que acontece. Quando o gene da proteína miostatina é silenciado, o resultado é um «super rato» com músculos anormalmente desenvolvidos. Os ratos que não têm um outro gene não sentem medo, são destemidos e gostam de brincar com gatos. Os cientistas podem assim preparar modelos murídeos «à medida» das doenças humanas e investigar o progresso de doenças ou testar fármacos experimentais. Um outro rato-knockout, o Frenético, é um rato com propensão para a ansiedade, ao passo que outros são geneticamente mais propensos ao Alzheimer e ao Parkinson.

Viveiros de animais A fibra da seda da aranha é uma das mais resistentes que a ciência conhece, apresentando uma ductilidade cinco vezes superior à do aço. Esta propriedade torna-a atractiva para a indústria, para ser utilizada em cabos, suturas, ligamentos artificiais, até coletes à prova de bala, mas apresenta uma grande desvantagem. As aranhas produzem a fibra da seda em quantidades muito reduzidas, são carnívoras e territoriais, sendo impossível criá-las em

Será que a engenharia genética de animais é cruel? A engenharia genética não constitui por si só um risco para o bem-estar dos animais, mas a deleção ou adição de genes podem ter efeitos deletérios, dependendo da sua natureza. Não há razão para pensar que existe a probabilidade de animais geneticamente modificados pelo processo de pharming serem diferentes daqueles que são criados pelos métodos mais convencionais: os resultados observados com as ‘cabras-aranha’ e os porcos ricos em ómega-3 não indiciam qualquer tipo de problema. Mas muitos animais geneticamente modificados, na sua maioria ratos, são criados apenas com o único propósito de servir de modelos para uma doença humana, envolvendo muitas vezes sofrimento. Alguns destes animais serão também utilizados para testar novos fármacos ou técnicas cirúrgicas. Contudo, na Grã-Bretanha, dois terços de todos os ratos geneticamente modificados são usados para fornecer células ou para manter colónias reprodutivas, nunca sendo submetidos a outras experiências.


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