Lbdi Eduardo Barroso

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1987

Uma experiência pioneira de design na América Latina

Convidado para substituir G. Bonsiepe na direção do Laboratório de Desenvolvimento de Produtos de Santa Catarina – LDPDI/SC suspendi minha licença do CNPq em fevereiro de 1997. Tendo em vista as dificuldades operacionais e a linha de atuação adotada pelos Laboratorios de Campina Grande, Recife e São Carlos, até então apoiados pelo CNPq, a direção do Conselho decidiu pelo redirecionamento dos recursos destinados ao design apenas ao Laboratório com maior possibilidade de resposta. Marcelo Resende, que dirigia o Laboratório de Design do Recife, veio junto comigo assumir a direção do Laboratório de Santa Catarina e transformálo no Laboratório Brasileiro de Design – LBDI. Esse era um desafio que valia a pena. A experiencia apreedida no CETEC em gestão de projetos de design apontavam para um novo desenho institucional, baseado na gestão participativa eliminado a possibilidade de decisões autoritárias ou arbitrárias e na administração por objetivos, conformando equipes em função dos projetos existentes apoiado por uma metodologia de trabalho consagrada pela prática. A equipe remanescente (Tamiko Yamana, João Luis Rieth, Celio Teodorico Santos e Mariana Costa) permaneceu e foi sendo gradativamente ampliada, exigencia do incremento da demanda de projetos e diversificação das atividades.

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O laboratório foi divido inicialmente em duas grandes áreas. Na condição de diretor fiquei com a responsabilidade do planejamento e coordenação e Marcelo Resende com a responsabilidade de coordenação técnica dos projetos e pesquisas. Pouco depois convidei Pedro Paulo Delpino para assumir as atividades de design gráfico e Maria Luiza Bernardes para as atividades de pesquisa documentação e informação, ambos do CNPq de Brasilia. Projetos anuais apresentados ao CNPq aportavam uma média de 10 bolsas de aperfeiçoamento e 3 de professores vistantes, sendo que a metade delas concedida a candidatos do exterior como forma de oxigenar a equipe constantemente com ideias e visões diferenciadas. Uma mudança do foco e das atividades do Laboratório foi adotada, até então centrada em experimentos pedagócios e projetos de caráter demonstrativo. Considerava necessário o desenvolvimento de projetos e pesquisas de alcance social voltados à melhoria das condições de vida no meio urbano, principalmente na área de saúde. Novos convênios com FINEP e Ministério da Saude viabilizaram a criação do Núcleo de BioDesign e com isso o aporte de recursos necesários para duplicar a área física e ampliar a oferta de recursos humanos. Sem o suporte de modelos referenciais de gestão profissional na área de criação e inovação, comecei a me aprofundar no tema matriculando-me no programa de doutorado do departamento de engenharia de produção da UFSC. Com essa nova bagagem teórica organizamos os cursos sobre “Design management” e “Jogos do design” oferecidos pioneiramente pelo LBDI.

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1990 O Governo Collor defende a premissa equivocada que a pesquisa tecnológica podia ser autofinanciada, devendo seu principal beneficiário, no caso as industrias, serem as responsáveis pelo seu desenvolvimento e manutenção. Gerard Jacob então presidente do CNPq decide pela privatização ou encerramento das atividades de mais de duas dezenas de instituições de pesquisa e desenvolvimento que gravitavam na órbita do CNPq, dentre elas o LBDI. Tive que buscar uma saida institucional que possibilitasse a sobrevivência do Laboratório. Depois de intensas negociações consegui que os técnicos do CNPq lotados em Florianópolis fossem cedidos para o Ministério da Ciência e Tecnologia que ficaria assim, temporariamente, responsável pelo LBDI. Ao mesmo tempo, o confisco da poupança, provocou uma forte retração na demanda e dos investimentos industriais em design. Para enfrentar a crise direcionamos os projetos de produtos e serviços para um novo mercado (atendendo empresas públicas, pois para estas aparentemente a crise não existia). Busquei novos parceiros e patrocinadores e passamos a oferecer produtos e serviços mais completos e abrangentes. Mesmo assim, na primera metade da decada de 90, tivemos de reduzir a equipe eliminado funções que podiam ser terceirizadas, cortando despesas e investimentos na infraestrutura. Durante quatro anos estas medidas conseguiram manter o LBDI funcionando dentro de certa normalidade.

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1994 Chega ao fim o convênio firmado com o governo de Santa Catarina que cedia as instalações do LBDI no complexo arquitetônico do CEDRHA na praia de Canasvieiras no norte da ilha em Florianópolis. A necessidade da desocupação eminente da área física ocupada coincidia com um momento de desgate interno com os patrocinadores do LBDI mas com crescente reconhecimento internacional pela realização de eventos de grande projeção, dentre eles o “Interdesign Brasil 93” e a nossa participação em um encontro de centros e núcleos de design em Barcelona, apresentando uma proposta de ação regional. Minha participação na direção do ICSID e os constantes convites para participar como professor visitante ou conferencista em Universidades do exterior ampliavam exponencialmente a rede de relações profissionais, assegurando como contrapartida a vinda de especialistas para o LBDI. A vinda de professores e pesquisadores visitantes como bolsistas residentes, fortaleceram a capacidade executiva e organizacional do LBDI. Dentro eles destaco a atuação de Federico Hess Valdez e Jorge Gomes Abrams, ambos do México, que contribuiram enormemente na organização dos cursos, eventos e na cooperação internacional. Gerard Niermont, da França e Lácides Márques da Holanda no desenvolvimento de produtos. Jorge Fonseca de Cuba no apoio tecnológico. Luz Eugênia do Chile e Oscar de la Cruz de Cuba no design gráfico. Sem contar cinco dezenas de designers juniors de vários países com os quais mantivemos longo intercâmbio.

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Uma das melhores parcerias foi com a iniciativa privada. Em 1994, José Paulo da Silveira, diretor da CECRISA revestimentos cerâmicos, procura o LBDI para desenvolvermos novas linhas de produtos. Propusemos algo maior e mais consequente. Assessorar a criação de um departamento próprio de design e de um conjunto de ações estratégicas como o Premio Internacional Cecrisa Portinari. Indicamos para coordenar este departamento João Luis Rieth, ex-colaborador do LBDI que estava vivendo há cinco anos na Itália e trabalhando para grandes empresas do setor cerâmico. Ao ensinar a pescar ao invés de vender o peixe conseguimos demonstrar que o design é parte da alma da empresa.

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Esta noção apreendida contribuiu para J.P.Silveira propor no inicio de 1995 para Dorothea Werneck, então Ministra da indústria e Comercio nomeada pelo recém-eleito presidente Fernando Henrique Cardoso, a criação de um Programa Brasileiro de Design.

Imaginar que um Núcleo ou Laboratório de Design pode ser monotemático foi um um equivoco pois o design é por sua própria natureza e cada vez mais multitemático. Esse erro acabou se repetindo na implantação do Programa Via Design criado pelo SEBRAE que do mesmo modo defendia a criação de núcleos temáticos de apoio ao design. O código de ética do designer condena o atendimento simultâneo de dois clientes do mesmo ramo de atividades.

Para esta tarefa o LBDI foi convidado a elaborar um primeiro documento que serviu de base para as reuniões e discussões que se seguiram. O PBD como foi estruturado, depois de dezenas de reuinões, tinha cinco linhas de atuação e para cada uma delas uma instituição responsável. Infraestrutura para o design (núcleos, laboratórios, oficinas, bibliotecas, etc) ficou sob a responsabilidade do sistema SENAI que propôs então a criação de dez laboratórios de design temáticos em detrimento da continuidade de apoio ao um laboratório multitemático como era o caso do LBDI. *

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A decisão de uma maior aproximação com o Sistema Federação de Indústrias para garantir a cessão de um espaço físico exigiu um novo reordenamento funcional com a diversificação dos produtos oferecidos no mercado, principalmente na forma de serviços geradores de efetiva receita. Conseguimos a transferência do LBDI para a órbita do sistema FIESC em meados de 1994, na condição de unidade descentralizada do SENAI. Buscamos outras formas de atuação a partir da criação da Editora LBDI oferecendo livros especializados em design, tarefa para qual foi convidada Adélia Borges e a diversificação dos serviços técnicos na área de design digital e webdesign. Porém nenhuma dessas ações foi suficiente para assegurar a continuidade do LBDI.

O princípio do fim O processo de extinção do LBDI já estava em curso pois as unidades do SENAI instadas a buscar na prestação de serviço uma alternativa para seu custeio evidenciava uma lógica que desvirtuava os principios preconizados para o laboratorio, que como espaço de experimentação e pesquisa é dificilmente autofinanciavel.

A mudança do LBDI para o sistema SENAI foi apenas o principio do fim.

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1997 É realizada uma avaliação de desempenho de todas as unidades do SENAI/SC revelando a dificuldade do LBDI em cumprir o plano de metas financeiro estabelecido que definia receita igual a despesa. Com o objetivo de buscar sua sobrevida é proposto transferir o LBDI para o prédio do CTAI assim como uma alteração em sua estrutura de gerenciamento, passando a dividir o mesmo espaço físico, os mesmos serviços básicos, as mesmas normas operacionais e regulamentos e sob a mesma direção técnica. A partir de fevereiro de 97 a coordenação do LBDI passou a ser exercida pelo diretor do CTAI, Sérgio Arruda com o apoio de três designers bolsistas estrangeiros Lácides Marquez, da Holanda, Gabriel Inler, do Uruguai e Charles Menskens, da Bélgica. Em julho de 97, a partir dos resultados de uma auditoria realizada pelos técnicos do CNPq, Itiro Iida e Elizeth Aguiar, o SENAI foi pressionado a assumir maior responsabilidade pelo LBDI. A decisão do SENAI/Nacional foi de apoiar a constituição de dez núcleos setoriais de design especializado nos CENATEC´ de caráter monotemático. Deste modo o LBDI não tinha mais espaço e condições de seguir existindo. O acervo remanescente e os bolsistas são transferidos para o CTAI para criar um núcleo de apoio em design.

Em agosto de 1997 deixou de existir o LBDI que durante treze anos foi uma referência, para dezenas de instituições em todo o mundo, que mantinha um programa regular e dinâmico de intercâmbio e cooperação em design.

As atividades de cunho político e estratégico do LBDI passaram a ser realizadas pelo Programa Catarinense de Design, sediado no IEL/SC e coordenadas por mim que manteve a realização de cursos, eventos e prêmios por mais dois anos.

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O pensamento do design aplicado na gestão do LBDI

1987 a 1997 A principais atividades desenvolvidas pelo LBDI, convergentes com nosso pensamento estratégico eram: •

• O LBDI atendia majoritariamente pequenas e microempresas contando com o apoio financeiro da FINEP e do SEBRAE através do PATME Programa de Apoio Tecnológico às Pequenas e Micro empresas. O Estado de Santa Catarina foi até 1995 o único Estado brasileiro da região sul-sudeste a não dispor de um curso regular na área de design. A partir de 1996 com a criação do Programa Catarinense de Design e da presença na região de profissionais de design com experiência de docência, atraídos inicialmente pelo LBDI, foram criados simultaneamente ofertas de cursos à nível técnico superior, mestrado e doutorado.

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Desenvolvimento de equipamentos e produtos de interesse social nas áreas de habitação, saúde, transporte, educação, produção de alimentos e produção artesanal. Atendimento das demandas das pequenas e micro empresas no desenvolvimento de novos produtos. Pesquisa e estudos na emergente área de desenvolvimento de software, interatividade, interface e multimídia. Pesquisa e desenvolvimento de projetos relacionados ao resgate da base cultural e iconográfica da cultura brasileira. Oferta de oportunidades de capacitação e aperfeiçoamento em design. Cursos de capacitação e reciclagem para profissionais vinculados às empresas. Geração e difusão de conhecimentos sobre design através da realização de eventos e na publicação de livros e periódicos. Promoção do intercâmbio técnico e acadêmico com instituições de ensino e pesquisa em design do Brasil e do exterior. Concientização dos empresários e promoção do design para toda a sociedade através de projetos de caráter demonstrativo.


Cursos LBDI realizou em Florianópolis duas dezenas de cursos com temáticas distintas, reciclando ou aperfeiçoando mais de 500 profissionais ligados ao design no Brasil e no exterior, ampliando a projeção e visibilidade do LBDI. A abertura do sistema de estágios e de um inédito regime de residência para bolsistas visitantes permitiu ao LBDI receber quase uma centena de estudantes de design provenientes de escolas do Brasil e do exterior, criando vínculos de cooperação e de reciprocidade dando oportunidade para alunos brasileiros estagiarem no exterior. No período de março de 87 a fevereiro de 97 o LBDI concedeu 50% das vagas de estágio para bolsistas estrangeiros: Vieram 2 da Alemanha, 5 da Argentina,1 da Bélgica, 1 do Chile, 2 da Colômbia, 8 de Cuba, 5 da França, 1 da Grécia, 6 da Holanda, 1 do Japão, 12 do México, 5 da Suíça, 3 do Uruguai, 3 da Venezuela e um número aproximadamente igual de brasileiros. A lista completa dos bolsistas, estagiários e professores visitantes encontra-se na página 37. A novidade dos temas e a qualidade dos conteúdos de alguns cursos oferecidos pelo LBDI levaram a sua realização em outras cidades, dentro e fora do Brasil.

Principais atividades realizadas pelo LBDI Estrutura e estética do produto / Gui Bonsiepe - 1985 Design de máquinas especiais / Gui Bonsiepe e H. Poessnecker 1986 Biônica aplicada ao design / Fabrício Vanden Broeck 1986 e 1988 Design básico / Rodrigo Walker - 1987 Design para a saúde / Bernhard Burdeck e José Abramovitz - 1987 e Federico Hess em 1988 Rendering e modelos no projeto de design /Jorge Gomes Abrams e Aristides Lourenço - 1989 Fundamentos da engenharia para o design /Jorge Hernandez Fonseca - 1991 Design e novos materiais / Hoelger Poessnecker - 1991 Cor no produto / Pietra Kellner - 1991 Técnicas de representação tridimensional / Regina Álvares Correia Dias - 1992 Design de móveis / Carlos Alvarado Dufour - 1992 Designer empresário / Javier Gomez - 1992 Design Management / Eduardo Barroso 1992, 93 ,94 , 95 Design têxtil / Martha Lúcia Bustos - 1994 Design de Moda / Alessandra Gentile - 1994 Marketing e Diseño / Eduardo Barroso - 1995 Design nas pequenas e micro empresas / Jorge Gomez Abrams, Pedro Martinez, Eduardo Barroso -1995 Como lançar um produto com sucesso no mercado / Francisco Fialho - 1995 Design Estratégico / Eduardo Barroso – 1996 Jorge Gomez e Pedro Martinez -1996 Introdução ao design de Multimídia / Lia Buarque de Macedo - 1996 Análise do produto / Marcelo Resende - 1997

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Eventos Internacionais Os eventos realizados pelo LBDI atraíam centenas de conferencistas e participantes de todo o mundo. Um dos mais importantes foi o Workshop “O ensino do design nos anos 90” realizado em 1988 cujo resultado principal foi a promulgação da “Carta de Canasvieiras” documento histórico que propunha a adoção por todas as escolas de design do país de 30 pontos considerados indispensáveis para a melhoria da qualidade do ensino. Dentre as mudanças propostas constava a própria alteração da denominação da atividade, abandonado-se o termo “Desenho Industrial” e adotando a denominação internacionalmente aceita de “ Design Industrial”. Neste evento foi criada a Associação para o Ensino do Design - AEnd/BR. Em 1990 o LBDI realizou novo evento relacionado com o ensino, convidando desta vez as principais escolas de design da América Latina. Aceitaram o convite 45 instituições firmando um protocolo de intenções para a criação da” Rede latino-americana de cooperação entre docentes de design” e a respectiva publicação de um catálogo com uma centena de professores cadastrados. Em 1991 sentindo a necessidade de promover ações em outras capitais brasileiras o LBDI organizou em colaboração com a FUMA, na cidade de Belo Horizonte um evento cujo objetivo era fazer uma avaliação e uma reflexão sobre as alternativas futuras para o design. No ano seguinte, a fórmula de descentralização foi repetida, tendo o LBDI organizado em Curitiba o Seminário Internacional “Renovação tecnológica em Design’

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Eventos Internacionais Debater os grandes temas da atualidade com a presença dos maiores especialistas do mundo em um evento internacional realizado a cada ano foi o desafio proposto. Estes eventos atraiam participantes de todo o Brasil e de vários países com os quais o LBDI mantinha acordos de cooperação. Estes eventos eram organizados com o intuito de dar inicio a algum processo de mudança, jamais um fim em si mesmo. O apoio do CNPq, CAPES e FINEP foram fundamentais para a viabilização destes eventos, custeando a vinda de expertos dos cinco continentes.

1º Encontro Latino americano de escolas de design (Representantes de 45 escolas de design da América Latina) Florianópolis / 1990 Avaliação e perspectivas do design Carlos Righi - Belo Horizonte - 1991 Renovação tecnológica em design Sacha Machitig, Ion Sojo Garate, Ane Marie Boutin, Jan Lucassen, e outros - Curitiba - 1992 Design e diversidade cultural Presença do Board do ICSID – Florianópolis – 1994 A idéia apropriada Giulio Vinaccia - Florianópolis e Porto Alegre - 1995 Mar a última fronteira do design Vários convidados – Florianópolis - 1996 Design no Mercosul Varios Convidados – Florianópolis - 1997

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A origem das Oficinas Criativas de Design Workshops A realização de jornadas intensivas de trabalho com o objetivo de afrontar algum problema novo, contando com o apoio de especialistas convidados do Brasil e do exterior representava uma modo diferenciado de cooperação e intercâmbio técnico, construindo novas redes de relacionamento. Cada workshop explorava um tema central buscando a compreensão da realidade para gerar alternativas de soluções aos problemas apontados, contando com a presença de especialistas e designers de renome na coordenação das equipes. Em 1993 o LBDI promove o primeiro INTERDESIGN no Hemisfério Sul,trazendo com o endosso do ICSID quinze designers de todo o mundo para coordenarem, durante 15 dias, grupos de projetos para discutirem e proporem soluções para o uso criativo da madeira de reflorestamento.

Adriene Viljoen/África do Sul Alexander Manu / Canadá Ane MarieBoutin / França Augusto Morello / Itália Avram Grant / Israel Bernard Burdeck / Alemanha Cecilia Duque / Colômbia Christian Ragot / França Claude Dupraz / Suiça; Dieter Rams / Alemanha Dirk Jacobs / Bélgica Fabricio Vanden Broeck / México; Federico Hess / México Gabor Banat / Hungria Gianfranco Zaccai / Estados Unidos Giulio Vinaccia / Itália Hansog tseng / Taiwan Harry de Groot / Holanda Holger Poessnecker / Alemanha Hugo Koogan / Argentina Ion Sojo Garate / Espanha Ivo Fornesa Rebes / Espanha Jacques Renne Giard / Canadá Jan Lucassen / Holanda Jens Bernsen / Dinamarca Joe Kieser / África do Sul Jonh Stoodart / Inglaterra Jonh Wood / Inglaterra jorge Gomez Abrams / México José Korn Bruzzone / Chile Kaarina Pohto / Finlândia Kazuo Morohoshi / Japão Kenji Ekuan /Japão Larry St Croix / Inglaterra Loreto Lopes Valdez / Chile Luis Rodrigues Morales / México Mai Felip Hosselbart / Espanha Marcel Ramond / França Oscar Hagerman / México Oscar Pena / Holanda Otto Glazer/ Suíça Paul Ibou / Bélgica PetraKellner / Alemanha Ricardo Blanco / Argentina Ricardo Sanches Sosa / Cuba Robert Blaich / Estados Unidos Rodrigo Walker / Chile Sacha Machtig / Eslovênia Uwe Bansen / Suiça Veiko Kamunen / Finlândia Victor Margolin / Estados Unidos Zbyneck Vokroulicky / Rep. Tcheca Zdenka Burianova / Eslovênia

• Moderno X Pós Moderno / Décio Pignatari , Gustavo Bonfim e outros - Florianópolis / 1987 • Equipamentos para a Saúde / Severino Meirelles Florianópolis / 1988 • O ensino do design nos anos noventa / Gui Bonsiepe, Eduardo Barroso, Joaquim Redig e outros -Florianópolis / 1988 (neste workshop foi criado a AEnD/BR) • Madeira e design / Otto Blaiser, Peter Keller, Virgínia Kirstmann - Florianópolis / 1988 • Biônica e design / Fabrício Vanden Broeck e Carlos Righi Florianópolis / 1991 • Semântica no produto / Lácides Marquez - Florianópolis / 1993 • Usos criativos da Madeira Reflorestada / Florianópolis – 1993 • Projetos reais em tempo real - Um experimento de projetos de design em tempo real entre Colômbia e Suiça / Eduardo Barroso - Escola de Arte Aplicada de Lausanne / Suíça / 1995 • Interface gráfica / Walter Cybis, Carlos Righi, Gui Bonsiepe, Guto Carvalho e outros -Florianópolis / 1995 • Les Jeux du Design / Eduardo Barroso - Hogeschool Antwerpen / Bélgica / 1996 • Tendências em design / Oscar Peña - Florianópolis / 1996

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Atendimento as Empresas Uma das funções básicas do LBDI foi o atendimento às empresas em suas necessidades e problemas na área de design, tendo em vista a característica incipiente do mercado no sul do Brasil no que se refere a oferta qualificada em design. De caráter essencialmente consultivo esta atividade procurava orientar as empresas sobre os melhores procedimentos, estratégias e possíveis fornecedores dos serviços. De acordo com a característica dos problemas das empresas e, sobretudo a possibilidade de soluções em curto prazo podia o LBDI aportar diretamente uma proposta de solução na forma de projeto sob encomenda. Deste modo foram desenvolvidos mais de 120 projetos, com diferentes graus de complexidade tecnológica, desde a melhoria de um produto artesanal até a otimização de um sofisticado aparelho de medição a laser. A maioria destes projetos teve como cliente PME´s do Estado de Santa Catarina. Entretanto, grandes empresas, de outros Estados da Federação também foram atendidas, tais como Coopersucar e Aracruz Celulose. Com uma equipe técnica de projeto oscilando entre cinco e sete designers o LBDI desenvolveu em seus 13 anos de existência a média de um projeto por mês, tanto para empresas públicas, como para privadas. Uma terça parte dos projetos foram desenvolvidos para PMEs, outra terça parte para empresas públicas e do restante 20 % para grandes indústrias e 10% como investimento institucional.

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Publicações Dentre as atividades de promoção, divulgação e difusão do LBDI havia a publicação periódica de textos de interesse da área, em português e alguns também em espanhol e catálogos com os resultados dos principais workshops e eventos que organizamos. A Aldeia Humana Traduzido para o português, do original em inglês publicado no Canadá por Alexander Manu, este livro fazia parte da estratégia de preparação do Congresso do ICSID - 1997 e reúne reflexões de inúmeras autoridades mundiais sobre o futuro do design e suas possibilidades de contribuir para a construção de uma nova sociedade baseada nos princípios do desenvolvimento sustentável. Uma edição em Espanhol foi publicada em coedição com Artesanias de Colômbia. Design e Diversidade Cultural Reúne as principais conferências do Fórum realizado em Florianópolis em setembro de 1994. Design: Defina Primeiro o Problema De autoria de Jens Bernsen Design Center da Dinamarca) este livro foi publicado em vários idiomas. Esta versão foi publicada pelo LBDI em português e espanhol. Reúne 26 exemplos bem sucedidos de produtos, cujo design contribuiu para o sucesso das empresas produtoras. Anais do Forum Design no Mercosul Reúne as principais conferências apresentadas durante este evento que foi realizado na primeira semana de novembro de 1995 em Florianópolis.

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Equipamentos domésticos

Design Urbano • Cabine telefônica - Telesc – 1991 • Cadeira de Praia - E B Participações – 1989 • Distribuidor automático jornais Diário Catarinense – 1992 • Distribuidor de jornal com cartão DC – 1996 • Equipamento de comércio informal para espaço urbano IPUF/1988 • Galeria / passarela - Fundação Franklin Cascaes -Tripé – 1993 • Lixeira de uso urbano - IPUF – 1988 • Lixeira descartável - Eco 92 – 1992 • Mobiliário urbano - Prefeitura BH – 1990 • Posto policial móvel - Governo do Estado – 1993 • Posto salva vidas - Diário Catarinense – 1996 • Sinalização Campus - UFSC – 1992 • Sinalização interna Biblioteca Universitária -UFSC – 1993 • Sistema de quiosque - Prefeitura Florianópolis – 1993

Utilidades

• Caixa de descarga p/ sanitários Máquinas e ferramentas Akros – 1988 • Conjunto de potes plásticos - Cipla – • Balanceador de rodas - Auto Oficina – 1996 • Chuveiro com comando eletrônico 1991 • Betoneira - Metalúrgica CSM – 1992 Tigre – 1989 • Embalagens para vinho - Vinícola • Bomba hidráulica manual -CBJ Industrial Ltda – 1993 • Chuveiro elétrico com controle Mazon Daudt – 1993 • Ministério Saúde – 1988 eletrônico. - Botega Eletrônica – • Galheteiro - Cipla – 1991 • Caixa metálica - Artama Metal Mecânica – 1986 1993 • Produtos de madeira - Lápis Johann • Carcaça para compressor - Embraco – 1985 • Forno elétrico doméstico - Irmãos Faber – 1993 • Carrinho de mão - Metalúrgica CSM – 1992 Fischer – 1988 • Xícara café p/ serviço bordo • Coletor de dados portátil - Directa Automação – 1993 • Lavadora de roupa - Mueller – 1993 Nielson – 1992 • Coletor industrial de dados ligados em rede / Directa • Máquina de costura - Phoner- 1996 Automação / 1992 • Torneira com comando eletrônico - Móveis e acessórios • Emulador de Telex - Logic – 1987 Tigre – 1989 • Estabilizador de potência - Reivax – 1990 • Aquecedor de ambientes - Fornos • Acessórios para móveis -SAD/SC -1986 • Grade móvel - Alfa Metais 1985 Jung – 1997 • Bancada para computador - Setema – • Inversor de tensão - CEL-TEC – 1992 1992 • Jogo de ferramentas manuais - Monfort – 1992 • Cabine multimídia - Setema – 1992 • Luva e facão para corte de cana - Copersucar – 1990 • Cadeira de escritório - Moveltec – 1990 • Máquina de corte laser - ISA/PAX – 1996 • Estante modular multiuso - Madesa – • Máquina desempenadeira para madeira- OMIL – 1996 1990 • Máquina multifuncional de lapidação - Institucional – • Luminária comercial - Esquadrias 1985 Metálicas Nene – 1993 • Micrômetro a laser - Olsen Tecnologia – 1989 • Mobiliário básico p/ posto saúde Bio Design • Níveis de madeira - Monfort – 1991 Ministério Saúde – 1988 • Painel de fechamento - Intelbrás – 1987 • Mobiliário escolar - Governo do Estado • Aparelho de punção - Exata – 1986 • Plantadeira p/ mudas de cebola Metalúrgica – 1993 • Autoclave portátil - Ministério Saúde – Ituporanga – 1986 • Mobiliário para autarquia - Sec. da 1988 • Porta basculante residencial - Jl Eng Ltda – 1993 • Cadeira odontológica- Olsen Meinecke – Administração de SC – 1985 • Rack bagageiro - Metal Açores – 1985 • Móvel de recepção CIASC - Governo 1986 • Retroprojetor - Ravaglio – 1990 Estado – 1992 • Cadeira/cama hospital infantil • Teclado p/ eleição informatizada - TRE – 1990 • Móvel doméstico - Formaco – 1993 Ministério Saúde – 1988 • Teclado portátil p/ controle remoto - Reivax – 1988 • Painéis p/ Bienal Arquitetura/SP - Ipuf – • Equipamento de limpeza hospitalar • Viveiro de mudas - Aracruz – 1992 1993 Ministério Saúde – 1988 • Carreta para motocicleta - Diário Catarinense – 1996 • Pequenos Objetos de Madeira • Equipo Odontológico Kavo Do Brasil • Máquina corte a laser p/produtos orgânicos - Iza Monfort – 1991 1987 Engenharia – 1997 • Porta basculante residencial - Jl Eng Ltda • Especulo vaginal - Koplak – 1989 – 1993 • Mesa de exames p/ postos saúde • Linha de mobiliário escolar e de Mobiliário básico p/ posto saúde escritório - FETEP – 1997 Ministério Saúde – 1988 • Pasteurizador leite humano - Ministério Saúde – 1988 • Sistema transporte material hospitalar Ministério Saúde – 1988

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Balanço positivo O ímpeto criativo presente em todos os projetos e atividades realizadas no LBDI somente eram possíveis em função da existência de algumas características singulares: • A liberdade de trabalho (horários flexíveis) • Um ambiente de vivência integral (espaço de trabalho e moradia juntos) • A pluralidade cultural dos colaboradores (pensamento global e ação local) • O estímulo permanente à experimentação • Equipamentos de computação de última geração • O compartilhamento das decisões (autogestão) • A rede de relacionamentos • O contexto natural • A visão de futuro.

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• Criação da AEnd/BR - Associação para o Ensino do Design do Brasil • Reforma do Ensino de Design / Proposta de um currículo mínimo para o ensino do design • Mudança da nomenclatura da atividade de desenho Industrial para Design Industrial. • Criação de Laboratórios de Design na Colômbia e México • Criação do Sistema Nacional de Design da Colômbia • Criação do PBD ( elaboração do documento que iniciou o processo de criação do Programa Brasileiro de Design) • Criação do curso de mestrado e doutorado em gestão do design na UFSC. • Criação do Centro de Design do Ceará • Realização dos dois primeiros Interdesign no Hemisfério Sul. • Acolhimento de mais de 500 profissionais nos cursos e estágios.


O desenho da diversidade

Estas pessoas listadas ao lado são as responsáveis por fazer do LBDI uma lenda. Levaram para o mundo afora nossa forma de pensar e fazer design, construída coletivamente.

Abigail Blumenthal (AR) Adalgisa Frantz Adélia Borges Adriana Moura Bethlem Alberto Rossa (MX) Alexandra Mara de Freitas Alicia Aguire Saenz (MX) Amélia Silveira Ana Claudia Maynardes Ana Luiza Cerqueira Freitas Anahy Escholz Diniz Aneti Maria Miranda Ângela Kioko Kondo Annelieke Van Der Sluys (NL) Antonio Carlos da Silva Antonio Mauro Mota Bas Van Pelt (NL) Carlos Alberto Pereira Carlos Alvarado Dufour (MX) Carlos Antonio Ramirez Righi Carlos César Curvelo Carlos Fabian Daiez (AR) Carlos Ramos Célio Teodorico dos Santos Celso Vicenzi Charis Kapellos (CH) Christophe Thellison (FR) Cláudia Borgaro (MX) Claudia de Mello Rodrigues Claudia Floriano Barbosa Cleonice Bernarda Cantelle Cristiano Chaves de Resende Daniel Borgaro (MX) Dinah Angélica Verleum Edwin Otten (NL) Fabiana Taborda Martins Fabio Alves Rautemberg Federico Hess (MX) Gabriel Inler (UY) Gabriel Minicceli (AR) Gabriela Botelho Mager Georges Henri Martin (FR)

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Gerard Niermont (FR) Giani Martins Durat Gui Bonsiepe (DE) Guilherme Nehring Helena Zanella Helio Carvalho Hollger Poessnecker (DE) Ignácio Urbina Pólo (VE) Ivan lagarribel Uribe (VE) Ivo Domingos Coutinho Ivonete Gargioni Izabel Trinas de Amorim Jacques Berset (FR) Janini Koneski Abreu Jerome Thelisson (FR) João Batista João Caligaris João Luis Rieth João Rocha Raposo Joaquim Urbina Polo (VE) Jorge Chernoff (AR) Jorge Gómez Abrams (MX) Jorge Hernadez Fonseca (CU) José Ribeiro Juan Manoel Fundora (CU) Katia Klock Ken Fonseca Lácides Marquez (NE) Laurant Pasquier (FR) Lucy Almeida Barroso Luis Alonso Gonzáles (CU) Luis Miguel Anguiano (MX) Luiz Fernando Gerba Luiz Henrique Teixeira Luiz Rodrigues Morales (MX) Luz Eugenia Nuñez Loyola (CL) Marc Van Nederpelt (NE) Marcelo de Resende Marcelo Pagliarim Márcia Larica Magalhães Márcia Silveira Kroef Marco Túlio Bosch

Marcos Prudêncio Maria Cristina Ribeiro Paiva Maria Emília Azevedo Vignes Maria Luiza Gomes Soares Maria Regina Correa Dias Maria Tereza Kaizer Mariana Moura Costa Marisa Mendonça Neto Marlieke Meerendok (NE) Marta Alvarado (MX) Mauricio Vieira da Silva Naotake Fukushima Nikolai Duvignaeau (DE) Nilce Aparecida Noêmia Schoeffen Olivier Gianadda (CH) Oscar de la Cruz (CU) Oswaldo Stella Martins Patrício Machado (AR) Pedro Alan Martinez (MX) Pedro Ernesto Espinosa (CU) Pedro Paulo Delpino Bernardes Petra Kellner (DE) Ricardo Takeda Roger Danilo Schereiber Rosângela Bittencourt Sandra Alves Tavares Sandra Maria Alves Pereira Sara Camignoto Cima (CL) Sília Kassumi Urano Simoni Ferreira Soraya dos Santos Tamiko Yamada Tatiana Haddad Telles Ferreira Tereza Maria Riccetti Terezita Hernandez (CU) Thomas Andréas Schmidt Thomas Evers (NE) Vincent Pasquier (CH) Washington Santos Zaida Costa


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