Boletim Cultural - As Escolhas do N.HIST | Novembro 2021

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BOLETIM CULTURAL AS ESCOLHAS MENSAIS DO N.HIST

hscf.tsih.n@

tp.lnu.hscf@tsihn

TSIH.N - airótsiH ed oelcúN

NOVEMBRO 2021

As habituais sugestões de eventos e outras actividades de interesse para os estudantes e entusiastas da História, regressam em Novembro. Este mês damos destaque à Masterclass de História Contemporânea, e anunciamos informações referentes ao Processo Eleitoral para os Órgãos Sociais do N.Hist que se aproxima! Contacta o N.Hist através do email, Facebook ou Instagram para sugerir eventos e actividades que queiras ver divulgados na próxima edição, ou responde ao nosso Call por Voluntários para integrares a equipa de redação e edição do boletim. A Equipa de Redacção do Boletim Cultural do N.Hist

EM DESTAQUE MASTERCLASS

DE

HISTÓRIA

CONTEMPORÂNEA 12 de Novembro | 16H | Auditório B1 com

a

presença

dos

Investigadores

Joana Vieira Paulino [IHC - NOVA FCSH] e Pedro Urbano [IHC - NOVA FCSH] *INSCRIÇÕES ATÉ DIA 11 DE NOVEMBRO

ATRAVÉS DO

EMAIL DO N.HIST [REFERIR SE PREFERES ASSISTIR VIA ZOOM OU PRESENCIALMENTE]


CONVERSAS E CONFERÊNCIAS EM DEZEMBRO Descolonização. O colapso do Império – Seminário de História Contemporânea Organização | IHC - NOVA FCSH Data | 2 de Dezembro 2021 Local | Colégio Almada Negreiros, sala 209, Campus de Campolide

da NOVA Hora | 15h00-18h00 Representações da Antiguidade no Cinema – Ciclo de conferências Organização | CH - ULisboa Data | 7 de Dezembro 2021 Local | via Zoom Hora | 17h00 A política externa no PREC - Seminário de História Contemporânea Organização | IHC - NOVA FCSH Data | 9 de Dezembro 2021 Local |

Colégio Almada Negreiros, sala 209, Campus de Campolide

da NOVA Hora | 15h00-18h00 "Identity, Memory and Ideology in Middle Ages" - 2ª Conferência IEM 2021 Organização | IEM - NOVA FCSH Data | 15 de Dezembro 2021 Local | NOVA FCSH, sala B204 e via Zoom Hora | 17h30 Entre o verão quente e o ano internacional da mulher – Seminário Permanente Organização | IHC - NOVA FCSH Data | 16 de Dezembro 2021 Local | via Zoom Hora | 14h30-16h30

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MUSEUS & EXPOSIÇÕES a o b s i L e d u e s u M © ) 2 7 5 1( » m u r a r r e T sibrO sitativiC« nuarB groeG ed arbo an adacilbup l e p a p e r b o s a s s e r p mi , a d a l e r a u g a ar u v a r g , » a n o b s i L «

LISBOA NO TEMPO DE D. MANUEL I - A CIDADE QUE AMBICIONAVA O MUNDO NO PALÁCIO DA PIMENTA

De 5 de novembro a 27 de março de 2022, o Museu de Lisboa, em parceria com Gabinete de Estudos Olisiponenses, albergará uma exposição dedicada a D. Manuel I e ao seu impacto na cidade de Lisboa. Precisamente 500 anos depois da morte d’el-rei, o Palácio da Pimenta será espaço para visitas guiadas e um ciclo de conversas com especialistas da historiografia portuguesa.

MUSEU DA MARINHA

Fundado em 1863 por D. Luís I, o Museu da Marinha, localizado em Belém, conta com mais de 20 mil peças relacionadas com a actividade marítima portuguesa, reunidas desde, pelo menos, o século XVIII. O Museu disponibiliza ainda um Centro de Documentação, um Arquivo de imagem e desenho. 3


ESTE MÊS MASTERCLASS DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA COM A PRESENÇA DA INVESTIGADORA JOANA VIEIRA PAULINO [IHC - NOVA FCSH] E DO INVESTIGADOR PEDRO URBANO [IHC - NOVA FCSH

A História das Mulheres tem sido um campo de investigação que, nas últimas décadas, tem despertado a curiosidade dos investigadores, sendo crescente o número de trabalhos em torno da figura feminina enquanto objecto de estudo. Esta emergência foi favorecida, primeiramente, pelas transformações verificadas na historiografia com a publicação da revista Annales d’histoire économique et sociale pelos historiadores franceses Marc Bloch (1886-1944) e Lucien Febvre (1878-1956). De facto, a partir de 1929, deu-se primazia aos processos de longa duração, quer nos domínios económico e social, mas também cultural e das mentalidades, procurando fazer uma História que não se limitasse ao âmbito político, militar e diplomático. Também a própria evolução histórica e a emancipação da mulher, desde os movimentos sufragistas de finais do século XIX aos movimentos emancipatórios das décadas de 1960 e 1970, permitiram o desenvolvimento deste campo de investigação. No que concerne ao longo século XIX, refira-se que a revolução liberal portuguesa de 1820 não trouxe consigo a igualdade entre homens e mulheres, numa sociedade ainda marcada por privilégios de nascimento e grupos sociais distintos. Como demonstrou Irene Vaquinhas, além de uma educação diferenciada, as mulheres continuaram a ver-se arredadas da esfera pública e confinadas ao espaço privado. De facto, numa sociedade em que o homem detinha a prevalência sobre o domínio público, constituindo o seu principal actor, caberia exclusivamente à mulher cumprir o ideal burguês emergente, de esposa e mãe de família? Estudos recentes têm demonstrado que as mulheres detiveram um papel activo, fosse este desempenhado no exercício de uma profissão, fosse no exercício do poder, não se circunscrevendo apenas ao âmbito da casa, da família e do desempenho de funções reprodutivas e maternais. Nesse sentido, importa avaliar esta educação feminina, também ela diferenciada pelo lugar ocupado na hierarquia social por cada uma das mulheres, cujo percurso individual iremos analisar. Das expostas, educadas na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ou entregues a amas entre 1850 e 1910, às elites aristocráticas durante o reinado de D. Carlos, bem como a educação da rainha D. Maria II, realçaremos fontes, metodologias e novas perspectivas de investigação.

INSCREVE-TE! 2 4


PROCESSO ELEITORAL ACOMPANHA O PROCESSO DO TEU NÚCLEO! 8 DE NOVEMBRO

Início das candidaturas aos cargos dos Órgãos Sociais do Núcleo de História 22 DE NOVEMBRO

Limite para a inscrição ou regularização da situação de membro 24 DE NOVEMBRO

Sessão pública de Esclarecimento com os candidatos aos Órgãos Sociais 25 DE NOVEMBRO

Assembleia Geral de final do mandato do ano lectivo 2020-2021 26 DE NOVEMBRO

Divulgação do Caderno Eleitoral atualizado 29 DE NOVEMBRO

Limite para a entrega de candidaturas aos cargos dos Órgãos Sociais 1 DE DEZEMBRO

Divulgação final das candidaturas recebidas 2 DE DEZEMBRO

Voto antecipado 6 DE DEZEMBRO

Eleições para os cargos dos Órgãos Sociais do Núcleo de História Qualquer

dúvida

ou

esclarecimento

que

possa

surgir,

contacta

a

Mesa

da

Assembleia Geral do N.HIST através de ag.n.hist.fcsh@gmail.com ou a Comissão Eleitoral através de ce.n.hist.fcsh@gmail.com

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HISTÓRIA NAS REDES Comemora-se no presente ano o centenário do nascimento do general Vasco Gonçalves. Evocar a memória de Vasco Gonçalves é, inevitavelmente, evocar também a História do processo revolucionário português vivenciado no biénio 1974-1975. E não que a revolução portuguesa, e todas as suas dinâmicas idiossincráticas e impetuosas, se encontrem monoliticamente subsumidas à figura do general ou aos governos provisórios encabeçados por si, mas incorreríamos numa grave omissão – e não apenas num âmbito historiográfico ou académico – se não destacássemos o papel político e social que o general granjeou durante os anos supramencionados, onde figura e processo se influenciavam mutuamente na dialética imanente à Revolução. Com os governos de Vasco Gonçalves, durante o processo revolucionário português, o salário mínimo passou a ter um referencial quantitativo definido (4000 escudos), a reforma agrária foi institucionalizada, os partidos políticos legalizados, entre outras medidas de grande impacto. Mais do que processos estruturais inseridos na estratégia antimonopolista e nacional dos governos provisórios de Vasco Gonçalves, estas foram também medidas imprescindíveis para a superação de práticas autoritárias e corporativas tardias e difíceis de remover a médio/curto prazo. No que concerne, por exemplo, à reforma agrária, as relações sociais de trabalho do antigo regime, no interior das quais as classes camponesas se subordinavam à manutenção das taxas de lucro dos grandes senhores da terra (mormente os grandes latifúndios do sul), tiveram de ser reconstituídas pelas mãos do proletariado rural através de uma contundente luta de classes que o ergueu a classe ativa com relevância política dentro do processo revolucionário. Com a caução institucional dos governos de Vasco Gonçalves, a reforma agrária afirmava-se, deste modo, como um processo que capacita as classes trabalhadoras, política e materialmente falando, possibilitando desta feita que as práticas de antigos modelos económico-sociais sejam rapidamente suplantadas e substituídas. Para concluir, parece-me fundamental esclarecer o seguinte: a revolução portuguesa 1974-75, indissociável do regime democrático que lhe seguiu, foi um processo disruptivo e não compactuado entre as classes políticas e dominantes. Foi o povo português, que pelas suas próprias mãos, liquidou o fascismo, ocupou as fábricas, fez a reforma agrária, promoveu a liberdade associativa e sindical, entre outras conquistas. Alguns poderão rotular o processo e o homem que lhe deu corpo e voz durante o seu tempo mais criativo e enérgico, Vasco Gonçalves, enquanto “radicais”, não conseguindo sequer farejar o autêntico sentido do rótulo com que pretendem subestimar aquilo que visam: ir à raiz das coisas, sendo que, como muito bem vislumbrou Karl Marx, “a raiz para o homem é o próprio homem”. Neste humano enraizamento se espelha o que melhor personificou o caráter e a ação do general durante o processo revolucionário: radicalmente democrata, radicalmente ao lado do povo, radicalmente Vasco. Numa palavra, “um homem em revolução e um homem da revolução”, como admiravelmente condensou José Barata Moura em 2005, ano do seu desaparecimento físico. Físico, apenas. da autoria de António Amaral @imagensPREC


DOCUMENTÁRIOS & DATAS DO MÊS HÁ 100 ANOS, A SEARA NOVA

NESTE MÊS

Conta a história da revista crítica e doutrinária portuguesa Seara Nova, lançada na década de 20, traçando o seu difícil percurso ao longo do século XX em Portugal, dada a mudança de regimes governativos durante esse período de tempo. Lançada em 2021, esta série documental da jornalista Diana Andringa é composta por dois episódios, cada um com aproximadamente 55 minutos. Pode ser vista no site da RtpPlay.

1 NOVEMBRO 1858 Neste dia, a rainha Victória do Reino Unido torna-se soberana da India, colocando um fim à administração da East India Company

no

território,

passando por isso à categoria de colónia britânica.

1 1 NOVEMBRO 1821 Neste dia, há precisamente 200

MULHERES NA RESISTÊNCIA

anos,

Fyodor

Dostoyevsky

A seguinte minissérie trata da história de quatro mulheres – Aida Magro, Maria Stella Piteira Santos, Eugénia Varela, Glória Marreiros – que representam a resistência ao Estado Novo, desafiando os ideais impostos pelo regime. Realizada por Edgar Feldman e Paulo Guerra, lançada no final de abril de 2021, tem a duração de 52 minutos, encontrando-se presente no site da RtpPlay.

Mikhaylovich nasceu

em

Moscovo. Escritor de romances, contos, pensador e jornalista, Dostoyevsky foi um dos mais influentes

escritores

da

contemporaneidade.

29 NOVEMBRO 1922 Neste

dia,

Howard

Carter

(re)abre, pela primeira vez em muitos séculos, o túmulo de Tutancamón, no Vale dos Reis, perto de Tebas.

LA

REBELIÓN

PINGÜINA:

LOS

ESTUDIANTES

SECUNDÁRIOS CHILENOS CONTRA EL SISTEMA Dirigido por Carlos Pronzato, este é um documentário que retrata a mobilização estudantil no Chile em maio de 2006, reclamando a melhoria das condições de ensino no país. Este movimento é justamente conhecido informalmente como a “Revolução nos Pinguins”, dadas as características do uniforme utilizado pelos estudantes. Foi lançado em 2007 e possui 40 minutos, encontrando-se disponível no Youtube. 6


PODCAST E CONTEÚDOS DIGITAIS OLDEST STORIES | PODCAST Dentro do leque de podcasts que incidem sobre a história do Médio Oriente Antigo, Oldest Stories destaca-se pelo seu tom informal

e

energético

-

produto

de

James

Bleckley,

um

entusiasta, e não um historiador ou arqueólogo. O foco deste podcast não é explicar as origens do Médio Oriente atual, ligar a história à política decorrente, ou uma exposição intensa do material académico existente, mas sim o conto de História e de histórias. com tópicos desde o Épico de Gilgamesh e outras mitologias e peças literárias, à história da Babilónia ou do Elão, os episódios semanais de cerca de meia horam são lançados todas as quartas feiras em inúmeras plataformas de audição. A literatura

utilizada

pode

ser

encontrada

em

https://oldeststories.wordpress.com/ ou em pedidos por email! Oldest Stories tem também um canal no Discord para conversas informais sobre mitologia e a Mesopotâmia Antiga, disponível no website.

JACKSON CRAWFORD| YOUTUBE O Dr. Jackson Crawford, professor na Universidade do Colorado, consultor histórico de média e autor, descreve tanto o seu canal de Youtube como a sua carreira como uma tentativa de afastamento do elitismo académico. Ele publica vídeos desde 2016, cerca de duas vezes por semana, sobre linguística e mitologia

nórdica,

sendo

essas

também

as

suas

áreas

de

investigação e ensino. O foco linguístico é visível nos múltiplos vídeos sobre leitura de runas, análises literárias, e aulas de nórdico antigo. No entanto, ele também tem vídeos sobre o quotidiano

nórdico

medieval,

ou

de

análise

de

conceitos

mitológicos e religiosos como Valhala ou as Valquírias, ou até recomendações bibliográficas para este ramo!

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ROTEIRO HISTORIOGRÁFICO ARQUIVO HISTÓRICO ULTRAMARINO [AHU]

CONTACTOS TEL.: (+351) 210 309 100 EMAIL: AHU@AHU.DGLAB.GOV.PT SÍTIO DIGITAL: HTTP://AHU.DGLAB.GOV.PT

LOCALIZAÇÃO E TRANSPORTES CALÇADA DA BOA-HORA, 30 | 1300-095 LISBOA | PORTUGAL AUTOCARROS CARRIS: 714 / 727 / 728 / 732 / 751 ELÉTRICO: 15E

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DE 2.ª A 6.ª FEIRA | 09H30 - 19H00 SÁBADOS | ENCERRADO

SALA DE LEITURA | ATENDIMENTO COM MARCAÇÃO PRÉVIA

DE 2.ª A 6.ª FEIRA: 12H45 -18H45. REQUISIÇÃO DE DOCUMENTOS | POR CORREIO ELETRÓNICO

ATÉ ÀS 13H DA VÉSPERA DA VISITA HORÁRIO DE REQUISIÇÃO PRESENCIAL: 12H45 - 17H00

Podes ainda consultar os nossos Roteiros Historiográficos em edições anteriores para consultares informações acerca da Biblioteca Nacional de Portugal, do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, da Biblioteca Palácio Galveias, da Biblioteca e do Arquivo Fotográfico da Cinemateca Portuguesa., e ainda do Arquivo Histórico da Assembleia da República.

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Núcleo de História - N.HIST nhist@fcsh.unl.pt @n.hist.fcsh

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