Boletim Cultural - As Escolhas do N.HIST | Fevereiro 2021

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BOLETIM CULTURAL AS ESCOLHAS MENSAIS DO N.HIST

hscf.tsih.n@

tp.lnu.hscf@tsihn

TSIH.N - airótsiH ed oelcúN

FEVEREIRO 2021

As Escolhas Mensais do N.HIST regressam em Fevereiro de 2021 com as habituais sugestões de eventos e outras actividades de interesse para os estudantes e entusiastas da História. Por não estarmos alheios às condições impostas pela pandemia da COVID-19 e pelo confinamento, diversificamos o conteúdo sugerido, reforçando a divulgação de conteúdos audiovisuais e adaptados para modelos virtuais. A necessidade de inscrição em vários eventos académicos e científicos levou-nos a alargar o alcance do boletim para o mês de Março, ao mesmo tempo que inserimos pela primeira vez sugestões de podcasts e documentários disponíveis na Internet. Contacta o N.HIST através do email, Facebook ou Instagram para sugerir eventos e actividades que queiras ver divulgados na próxima edição, ou responde ao nosso call por voluntários para integrares a equipa de redação e edição do boletim. A Equipa de Redacção do Boletim Cultural do N.HIST

EM DESTAQUE MASTERCLASS DE ANTIGUIDADES

25 de Fevereiro* | 16H | via Zoom com as Professoras Isabel Almeida e Maria de Fátima Rosa *Inscrições até dia 22 de Fevereiro através do email do N.HIST


CONVERSAS E CONFERÊNCIAS NO PRÓXIMO MÊS

Conferências de Egiptologia: Os Carros da Antiguidade PréClássica. Origens, Tipologias e Modelos Táticos Organização | CH - Centro de História da Universidade de Lisboa Data | 8 de Março 2021 Local | Via Zoom Hora | 12h30 Revolução

de

1820

-

200

Anos

do

Liberalismo

e

Constitucionalismo em Portugal Organização | Instituto Jurídico da Faculdade de Direito da

Universidade de Coimbra Data | 9 e 10 de Março 2021 Local | Via Zoom Ciclo de Seminários: História e Políticas de Memória - III Sessão: Heranças Culturais e Memórias sobre a Formação de Portugal Organização | CH - Centro de História da Universidade de Lisboa Data | 10 de Março 2021 Local | Via Zoom Hora | 17h30 Conferências da Comissão Portuguesa de História Militar: A Marinha Portuguesa entre guerras: 1919-1939; Política Naval e Política Externa Organização | CH - Centro de História da Universidade de Lisboa Data | 31 de Março 2021 Local | Via Zoom Hora | 17h00 África

e

os

Africanos

nos

Museus:

visões,

representações

ausências Organização | Museu Nacional de História Natural e da Ciência Data | Durante o mês de Março 2021 Local | YouTube do MUHNAC ULisboa

2

e


MUSEUS & EXPOSIÇÕES

Não indiferente às circunstâncias atuais, os Museus Portugueses apostaram na exposição dos seus conteúdos materiais nas respectivas plataformas digitais. O N.HIST dá-vos a conhecer algumas destas:

Os Loucos Anos 20, no Museu Nacional do Traje

Fundado em 1977, o Museu faz cumprir os seus 44 anos de História em quarentena com inúmeras exposições em formato digital. Uma delas é Os Loucos Anos 20 , de autoria de Dina Caetano Dimas, que, desde vestidos a acessórios, oferece-nos uma visão detalhada do vestuário da época supramencionada. Lugares Encantados e Espaços de Património, no Museu Nacional de Etnologia

No âmbito do projeto HERA HERILIGION, que se debruça sobre as identidades criadas a partir da articulação entre património e religião na sociedade contemporânea, o Museu Nacional de Etnologia acolhe toda a documentação fílmica e fotográfica, que se foca em 4 casos de estudo: Fátima, Mértola, Sintra e Mouraria. Da Adversidade Nasceu um Palácio, no Palácio Nacional da Ajuda

Riquíssima em conteúdo visual e descritivo, a exposição conta-nos a história deste famoso palácio desde os seus primórdios até aos dias de hoje, com menção às estadias de todas as suas dignas figuras monárquicas - a Infanta Regente D. Isabel I; D. Miguel; D. Maria II; D. Pedro V e entre outros -, e às salas que encantam os seus visitantes.

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ESTE MÊS MASTERCLASS DE ANTIGUIDADES por Isabel Gomes de Almeida e Maria de Fátima Rosa

A Recepção da Antiguidade afirma-se como uma área de investigação extremamente pertinente, já que permite avaliar as diversas formas e níveis como este passado foi recebido, absorvido e transformado por diversas sociedades, ao longo do tempo. No que diz respeito à recepção da civilização mesopotâmica, é necessário ter em consideração que a mesma foi processada de forma indirecta, no mundo dito “ocidental”, até meados do século XIX, época em que se iniciaram os processos de descoberta arqueológica das suas antigas cidades e da decifração das suas línguas. Até então, a Mesopotâmia tinha sido percepcionada através de relatos da própria Antiguidade, nomeadamente das tradições vetero-testamentárias e grecolatinas, assim como de relatos de viajantes europeus que cruzaram a “terra entre os rios”, nas suas missões religiosas, político-diplomáticas, comerciais, ou de outro cariz. Estas duas vias de (re)conhecimento da Mesopotâmia conviveram, ao longo dos séculos XIX e XX, com um impacto considerável nas expressões artísticas. Nesta “Masterclass” promovida pelo Núcleo de História da NOVA FCSH, pretendemos endereçar estas questões, analisando e discutindo alguns exemplos artísticos “ocidentais”, que manifestam um encontro entre a História e as lendas que foram sendo elaboradas e reconstruídas, ao longo dos séculos.

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4 DE FEVEREIRO DE 1961 6O ANOS QUE MARCAM O INÍCIO DA LUTA ARMADA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL DE ANGOLA Este mês assinalamos os 60 anos do início da luta armada em Angola, data em que o povo angolano, depois de 4 séculos sob o jugo da metrópole, quis ser dono do próprio destino e começou, nas palavras de Mário Pinto de Andrade, a rasgar a noite colonial.

A 4 de fevereiro de 1961, centenas de revoltosos invadiram prisões, esquadras, a emissora nacional e o edifício dos CTT, na esperança de libertar alguns presos políticos

destinados

concentração

do

ao

campo

Tarrafal.

Um

de mês

depois, milhares de soldados começam a ser encaminhados para África, num fluxo contínuo que duraria 13 anos e durante o qual se lutaria em várias frentes de diversos países que seguiram o exemplo angolano. Além da importância que teve para a autodeterminação dos povos africanos, a guerra

exerceu

ainda

uma

forte

influência no despontar do golpe militar do 25 de Abril, proveniente do peso económico das despesas militares e fadiga

dos

português.

soldados

e

do

povo


HISTÓRIA NAS REDES

Fotografia de Henri Bureau, 1 de Maio de 1974

A revolução portuguesa 1974-1975 é o cerne primordial da democracia que a procede e é institucionalizada até aos nossos dias. Após quase 50 anos sob o jugo de um regime ditatorial, o eclodir do movimento revolucionário de massas, após o golpe militar encetado a 25 de Abril de 1974, toma endogenamente como seu a tarefa de “desfascitizar” e democratizar as estruturas económicas e o aparelho de Estado português. É dentro dessa lógica operativa (e muita vezes espontânea) que surgem as grandes manifestações populares, a Reforma Agrária, a auto-gestão operária das fábricas e o germinar de inúmeras comissões de trabalhadores e moradores (entre outros) pelas mãos do povo trabalhador historicamente subalternizado, em conluio com o MFA e com as forças democráticas, que o fascismo e as suas dinâmicas intrinsecamente opressivas são liquidadas em prol de novos desígnios progressistas. Apesar das suas idiossincrasias (in)consequentemente próprias de um “movimento revolucionário”, que se materializam em avanços e recuos nos seus intentos de base e na formação de tensões contraditórias no âmago ideológico dos seus diversos atores, o biénio 1974-1975 faz a rotura necessária entre o medo de pensar e a ousadia de agir. Por isso, preservar a memória do processo revolucionário português 1974-1975 é, consequentemente, apetrechar a vigência do status-quo democrático ameaçado no presente. da autoria de António Amaral @imagensPREC

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DOCUMENTÁRIOS DENTRO DA CIDADE Série documental de seis episódios da autoria do arquiteto José Gomes Fernandes, sobre o urbanismo da cidade do Porto, transmitido pela RTP entre Fevereiro e Junho de 1978. A cenas da vida quotidiana da cidade, a que se sobrepõem narrações do autor, sucedem-se entrevistas e interpelações aos moradores e trabalhadores da cidade do Norte de Portugal, onde se vertem as ambições e frustrações de uma comunidade para quem futuro não é sinónimo de esperança. Todos os seis episódios, cada um com sensivelmente vinte minutos, estão disponíveis no Arquivo digital da RTP.

SUGESTÃO DE LEITURA O CANTO DE AQUILES de Madeline Miller

A

obra

literária

de

Madeline Miller reinventa a

história

de

Aquiles,

personagem da famosa Ilíada

escrita

Homero,

por

agora

na

perspetiva de Pátroclos,

SEGREDOS DE GRANDES CASTELOS BRITÂNICOS - CASTELO DE EDIMBURGO

com

base

amorosa entre estas duas figuras.

Primeiro episódio da segunda série narrada por Dan Jones, transmitido em Outubro de 2016. Um conto de 45 minutos sobre o imponente castelo na origem da capital escocesa, dos primórdios medievais à Segunda Guerra Mundial, com especial atenção para os acontecimentos políticos e bélicos que a edificação testemunhou ao longo dos séculos. Disponível na Netflix e noutras plataformas de acesso gratuito.

numa

premissa de uma relação

em

Com

formação

Estudos

Clássicos,

para a execução do livro, a autora passou 10 anos a fazer pesquisa sobre a civilização grega e a sua respectiva mitologia para garantir um considerável e

respeitável

rigor

histórico dentro da sua narrativa aficionada.

TEMPOS MODERNOS: EXPANSÃO, IMPÉRIOS, MANUFACTURAS Terceiro episódio da série de documentários História da Indústria em Portugal, transmitida pela RTP2 no ano 2000. A economia da navegação marítima, os sistemas de produção agrícola e aurífera do Brasil colonial e as manufacturas da metrópole recebem a atenção desta transmissão televisiva que incide sobre a modernidade portuguesa. Juntamente com os outros episódios da série, este encontra-se disponível no arquivo digital da Rádio Televisão Portuguesa (RTP).

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PODCAST E CONTEÚDOS DIGITAIS PODCAST | STUFF YOU MISSED IN HISTORY CLASS

A Tracy Wilson e a Holly Frey levam-te à descoberta dos mais variados tópicos numa meia hora carregada de informação, mas também de humor e informalidade, que eleva o podcast de uma curta aula temática a um conteúdo lúdico. Apesar de não serem historiadoras, é notória a quantidade de pesquisa por trás de cada episódio, e a bibliografia de interesse é partilhada para descobrires ainda mais sobre o tópico! Desde uma biografia compreensiva da Émilie du Châtelet até à história das cartas de

tarot,

Stuff

You

Missed

in

History

Class

cobre

conteúdo

maioritariamente contemporâneo, mas cada vez mais tenta expandir os seus horizontes, cronológica e geograficamente. É certo que encontrarás algo a teu gosto dentro de um leque de episódios que começa em 2008 e ainda continua, duas vezes por semana, no Spotify, Apple Music ou onde quer que ouças os teus podcasts! YOUTUBE | BE KIND REWIND

Filmes e as suas recepções são frequentemente reflexões da sociedade em que se inserem, e Isabel Custodio usa o mais alto reconhecimento de Hollywood, os Óscares, como ponto de partida para curtas biografias de atrizes e contextualizações sociais, culturais e políticas do ano onde estas ganharam (ou não) um cobiçado homem de ouro. Em 10-20 minutos, Isabel percorre uma única cerimónia do prémio e leva-te à descoberta do estado da cultura nesse ano, através de uma longa pesquisa (alguma da qual ela disponibiliza!) e uma clara paixão pela história do cinema. Como é que o prémio de Melhor Atriz de Jane Fonda em 1979 está relacionado com os protestos contra a Guerra do Vietname? Como podemos comparar a atual polémica da injustiça racial associadas aos Óscares com uma atriz trocada por uma mulher em yellowface em 1935? Acompanha a Isabel nestes vídeo-ensaios que não mostram reticências sobre utilizar a história como

ponto

de

comparação

e

análise

do

presente,

dando,

simultaneamente, uma ótima exposição sobre lendas de Hollywood, esquecidas ou não.

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Núcleo de História - N.HIST nhist@fcsh.unl.pt @n.hist.fcsh

BOLETIM CULTURAL

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