Revista Young - Jul / Agosto

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Foto Gino Rodrigo

Carta do Editor

EXPEDIENTE Direção e Edição Denise Camargo revistayoung@gmail.com Colunistas convidados Hiran Murbach, Leonor Macedo, Mari Campos, Nicolau Kietzman, Karina Muller, Willian Siqueira e Vanessa Baldacci. Colaboradores Edição e textos: Kalu Brum Texto: Michele Jardim, Kalu Brum e Taís Ribeiro Projeto Gráfico e diagramação Wave Comunicação Revisão Rosani Andreani

salve, salve minha gente ! O complicado de escrever uma revista bimestral é justamente demorar em conversar com vocês, porque em dois meses muita coisa acontece. Quem diria que a gripe H1N1 faria tantas vítimas e que Michael Jackson partiria dessa pra melhor? Mas cá entre nós, essas notícias já foram bem faladas. Então, vamos mudar de assunto. Esta edição dedicamos ao tema que move multidões, nos torna conhecidos como a nação da chuteira e faz o sangue correr mais rápido na veia. Não é segredo para ninguém que meu coração é roxo e completamente corinthiano, mas, até por respeito a todos os times e torcidas, falaremos sem “partidarismo”. E de olho na copa de 2014, já pensou quantos profissionais serão mobilizados para inúmeras áreas? Afinal, você sabe como funciona a estrutura por trás de um grande time de futebol? Sabe quantos profissionais estão envolvidos e quantos empregos geram? Nunca pensou nisso? Nós pensamos para você, por isso sugiro que leia a matéria de capa escrita pela jornalista Leonor Macedo e as demais seções todas sobre o mesmo tema, o futebol. Aproveito o espaço para agradecer os muitos e-mails que recebemos, é muito gratificante ter o retorno de vocês. Para saber mais visite nosso site www.revistayoung.com.br e boa leitura! PS: Dedico este trabalho ao meu pai, falecido há um ano e que não pode ver este trabalho concluído.

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Publicidade Ligia Sando publicidadeyoung@gmail.com Impressão Gráfica Silva Marts www.graficasilvamarts.com.br Tiragem 30 mil exemplares Distribuição A Revista é bimestral, distribuída gratuitamente através de blitz, em escolas de ensino médio,cursinhos e universidades de São Paulo, Revista Young não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nas matérias assinadas. A Revista Young é uma publicação da Fênix Comunicação CNPJ 10.853.374/0001-03 Rua Umuarama, nº 42 Parque José Alexandre São Paulo - SP CEP: 06321-270


FALE COM A REDAÇÃO Se você quer fazer comentários, sugestões ou críticas, tirar suas dúvidas ou nos ajudar a fazer a revista, entre em contato conosco revistayoung@gmail.com Recebi um exemplar da Revista Young na entrada de um evento e adorei as matérias, são bastante instrutivas. Resolvi escrever depois de ler o editorial para parabenizar pela revista e pelo seu sonho que se tornou real. Recentemente entrei na faculdade e talvez você diga e daí? Milhares de pessoas entram, não é mesmo? Parei com os estudos em 1985, mas nunca perdi o sonho de cursar uma faculdade. No final de 2007 apareceu uma oportunidade de trabalho em que a única exigência era ter o 2º grau que eu não tinha. Foi a partir daí que tomei o impulso para a minha realização. Entrei num curso noturno e, em 1 ano recebi o certificado do ensino médio, no final de 2008. Fui até a Estácio UniRadial me candidatei a uma vaga no curso de logística e consegui. Finalmente aos 46 anos, entrei numa faculdade Célio Passos, São Paulo, SP Célio, parabéns pela sua persistência em alcançar seus sonhos. Ganhei uma Revista Young e li o artigo sobre as bandas ainda não reconhecidas e amei. Gostaria de ver na seção Giro Musical o trabalho da Banda Spiritual. Sempre gostei de rock tradicional. Hoje, aos 40 anos, tenho dois filhos de 17 e 12 anos que amam rock também. Sempre vamos juntos a Galeria do Rock, compramos camisetas, cd´s. Por conta disso, acabei gostando um pouco dessas bandas novas. Vi essa revista na escola que meus filhos estudam, FIEB Alphaville, e estou ansiosa para receber a próxima. Beijos de sua nova amiga! Edi Santos, Barueri, SP

Parabéns Denise Camargo e Equipe! Recebi na porta da faculdade a revista de vocês. Estou no 9º semestre de Direito da Unip, mas como estava em semana de provas, acabei deixando o exemplar na pasta da faculdade e por lá ficou. Quando comecei a arrumar tudo para guardar (semestre acabando e férias à vista), me deparei com a revista. Tenho que confessar que num primeiro momento achei que seria uma revista voltada para o público jovem e por isso quase não dei oportunidade para a leitura. Mas quando comecei “devorei” a revista com muito prazer! Identifiquei-me um pouco com as histórias, pois tenho 27 anos, mas quando decidi fazer faculdade, há 10 anos escolhi o curso de Biologia e hoje estou na segunda faculdade. Sucesso a todos nesta nova empreitada ! Juliana Machado, São Paulo, SP Obrigada Juliana. É uma empreitada e tanto que se torna melhor com pessoas nos apoiando como você. Vamos guardar seu contato para entrevistá-la. Um beijo. Conheci a revista através da comunidade no Orkut e quero saber como posso participar da publicação como colaborador escrevendo resenhas de filmes. Já colaborei para um site e gosto muito do assunto. Cristiano Aires, Rio de Janeiro, RJ Olá Cristiano, obrigada por seu e-mail. Escreva para nós fazendo a resenha de um filme que você tenha gostado e vamos avaliar como podemos usar o material. Sou professor de espanhol e jornalista. Conheci a Revista Young na escola onde leciono e gostei muito. Li a coluna Viagens escrita por Edson Capoano e tenho uma experiência dessas, que me transformou em professor de espanhol. Gostaria de saber como faço para me tornar um colaborador da revista. Por isso, envio em outro e-mail meu currículo e caso gostem da ideia posso enviar meu texto e fotos sobre minha viagem. William Siqueira, Santana de Parnaiba, SP William Siqueira já está participando desta edição da Revista, na coluna viagens.

Olá, Edi. Espero que você goste de nossa segunda edição. Vamos enviar sua sugestão para nosso colunista do Giro Musical. Um abraço. 5


índice

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Fique de olho

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Carreiras

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+ saúde

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Tatuagem

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Literário

26

Por Aí

30

Matéria de Capa

34

Blog

42

Garimpo

48


8

Giro musical

12

Mudança de Direção

16

Cuide-se

20

Sem tarjas

24

Pós-graduação

28

Viagens

32

Internet

40

Perfil

44

Voluntariado

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Hi-Tech 7


Hiran Eduardo Murbach,

Foto Divulgação

Giro musical

na casa dos 30 e poucos anos, advogado de profissão, escritor por vocação e baixista numa banda de rock por teimosia

Futebol e música: uma dupla que dá história para contar Música e futebol são duas paixões, não só brasileiras como mundiais. Quando elas se encontram provocam histórias que dão o que falar.Coloque aí sua cachola para funcionar. Você se lembra de alguma canção que fale de futebol? Não foram poucos os músicos que homenagearam a magia dos campos em suas canções. O primeiro a fazer isto foi Jorge Ben Jor, que em 1972 gravou Fio Maravilha, inspirado no jogador homônimo do Flamengo que, apesar de não ter sido um craque, era um tipo de xodó da torcida. O sucesso foi tal que a torcida rubro-negra entoava versos da mesma no Maracanã, mas, por problemas de direitos autorais, Ben Jor precisou trocar a letra para Filho Maravilha. Tal pendenga durou até 2007, quando, então, o ex-jogador autorizou o retorno da letra original. Jorge Bem Jor, Skank, Dr. Sin consagraram a paixão dos gramados em forma de canção. O Skank, banda mineira declaradamente fã do futebol, fez a sua ode ao esporte com Uma Partida de Futebol e teve seu clipe rodado no Mineirão, em um jogo entre Cruzeiro e Atlético, eternos rivais. Outra canção com a mesma temática foi composta pela banda paulista de hard rock Dr. Sin, Futebol, Mulher e Rock n Roll. A letra é recheada de citações com duplo sentido, porém o grande diferencial é a participação do folclórico narrador Silvio Luiz, consagrado por seus bordões que se tornaram clássicos para quem acompanhava o futebol das décadas de 80 e 90. No exterior, a paixão por Diego Maradona é tão grande que ele recebeu três homenagens distintas. A primeira foi do cantor e compositor argentino Andrés Calamaro, que lhe compôs I Mitti Dello Sport, Maradona. Outro que o homenageou foi o cantor francês Mano Chao, em sua Santa Maradona. Porém a mais emblemática foi a canção La Mano de Dios. Ela fez tanto sucesso que, em 2005, em um programa de televisão, o próprio Maradona cantou a música ao vivo, trocando a letra em terceira pessoa para a primeira.

Do gol para o gogó ou vice-versa Foi esta paixão que fez com que muitos músicos tentassem arriscar alguns chutes, em sua juventude, sonhando com uma carreira no futebol. O cantor Rod Stewart chegou a jogar no juvenil do clube inglês do Brentford, mesmo país em que nasceu o baixista do Iron Maiden, Steve Harris, que jogava no West Ham United, clube da primeira divisão inglesa e que, segundo informações, se não migrasse para o rock teria seguido carreira profissional. Na Espanha, o cantor romântico Julio Iglesias foi goleiro do time de juniores do Real Madrid. O contrário também já aconteceu quando futebolistas decidiram externar sua paixão pela música, após o fim de suas carreiras. No Brasil, o goleiro corinthiano Ronaldo, depois de deixar as quatro linhas arriscou-se no rock n roll fundando a banda Ronaldo e os Impedidos, que chegou a fazer 8

relativo sucesso, vendendo 40 mil cópias de seu álbum homônimo. Mas isto não foi suficiente para que ele continuasse na estrada.Mais sucesso teve o espanhol Álvaro Benito, atacante do Real Madrid, que chegou a jogar até pelas seleções de base da Espanha, mas que sofreu uma série de graves lesões no joelho e, após anos de tentativas frustradas de recuperação, trocou o futebol pala música, montando a banda de punk pop Pignoise, da qual é vocalista e guitarrista. A banda é sucesso em seu país e já tem quatro álbuns gravados. E, mesmo sem ter sido jogador, o cantor inglês Elton John usou de outros meios para demonstrar a sua paixão pelo futebol, pois chegou a ser proprietário de seu clube do coração, o Watford FC, entre os anos de 1976 e 1987, período em que a agremiação conseguiu o acesso para a Premier Ligue.


Curiosidades Mas as curiosidades mesclando futebol e música vão muito mais além. A banda Keane, que faz sucesso no Brasil e tocou aqui por duas vezes, tem seu nome inspirado no volante irlandês Roy Keane, que jogou por sua seleção e fez sucesso no Manchester United. Caminho contrário seguiu a equipe de futebol brasiliense do Legião, que teve início como um projeto social obviamente inspirado na banda Legião Urbana, mas que tornou-se um clube profissional, disputando a primeira divisão do campeonato do Distrito Federal. Tudo no time remete ao grupo musical, desde bandas covers tocando antes das partidas até o canto entoado pela torcida. Finalmente, estes cantos merecem uma citação à parte. Aqui no Brasil vemos muitas adaptações de canções pelas torcidas, que utilizam a melodia e alteram a letra. A gama musical é vasta, indo de enredos de escolas de samba, passando por Ivete Sangalo e chegando até os Mamonas Assassinas. Na Europa presenciamos uma situação semelhante, como ‘cantarem’ o riff de guitarra da Seven Nation Army, do White Stripes, como mostrados pela torcida do Barcelona e o já clássico We Are the Champions, do Queen, nas conquistas de títulos.

Seleção musical O novo álbum do U2, como qualquer outro deles, desde o Joshua Tree, era aguardado com muita expectativa. O No, em particular, era vendido como a salvação (sempre odiei esse termo) e a reinvenção do rock. Na primeira audição fiquei extremamente decepcionado. Sim, porque de primeira para mim este álbum significou nada! Nenhuma música me empolgou, ele foi simplesmente sendo tocado e tocado, música após música, servido para aquilo que é a pior função de uma canção: música ambiente. Acho isso péssimo, pois quando ouço um álbum pela primeira vez e ele me causa a mesma sensação de comer uma comida sem sal, dificilmente virei a gostar dele. Certo, posso, depois de algumas vezes, perceber que ele não é tão ruim, que tem uma ou outra boa canção, mas nunca virá a ter um posto entre os álbuns essenciais da minha vida. O U2 conseguiu isto com All That You Can Leave Behind, mas não com o No Line On The Horizon. Por outro lado, a maior surpresa deste ano é um cara que eu achava que era apenas mais um daqueles cantores indies, que lamentavam sobre a vida, chamado Ben Kweller. Já tinha ouvido falar nele, já tinha ouvido algo mas não havia me atraído, tanto que a minha pasta de MP3 não contava com uma mísera canção sua. Porém, resolvi arriscar e baixei o Changing Horses. Primeiro, de indie ele não tem nada! Ele tem os dois pés no country, mas o som é temperado com o folk, orgulhando tanto Bruce Springsteen quanto Bob Dylan ou Hawk Williams. Ele tem uma voz sensacional, o instrumental é sem exagero, muito bem encaixado. Gipsy Rose e Fight são músicas de raiz e podem facilmente ser confundidas com outras compostas na Louisiana muitas décadas atrás, enquanto Old Hat tem uma linha de baixo simples e marcada, porém arrebatadora. Ballad of Wendy Baker parece ter ser sido composta por Paul McCartney logo após She’s Leaving, assim como Sawdust Man parece uma de estúdio do Revolver ou do Rubber Soul. E qualquer outra canção, se fosse gravada pela The Boss ou por Bob Dylan, seriam aclamadas como geniais. E, para não desagradar os moderninhos, o vocal remete ao Wilco em algumas faixas, como Hurtin’ You. Sabe aquele álbum perfeito, que com 30 segundos da primeira música você pára, larga tudo o que está fazendo para prestar a atenção? Este é o Changing Horses do Ben Kweller. Um álbum que toca profundamente, com melodias incríveis, e que não dá vontade de parar de ouvir. Tem algum álbum para comentar? Algum tema que gostaria de ler por aqui? Escreva para revistayoung@gmail.com

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Nascidos em bordéis A vida das crianças do bairro da Luz Vermelha, em Calcutá, Índia, é apresentada em Nascidos em Bordéis, de Zana Briski e Ross Kauffman, uma produção Índia/EUA, de 2004, (Focus Filmes), vencedor do Oscar de 2005, na categoria documentário. Quem ainda não viu precisa ver (já que a Índia está em moda por aqui) como crianças filhas de prostitutas, que cedo ou tarde também cairão na prostituição, são transformadas através da lente de uma máquina fotográfica. Com câmeras nas mãos a garotada foi orientada pelos documentaristas a fotografar o que lhes chamasse a atenção. O resultado surpreendeu: elas descobrem outras formas de ver aquele mundo sem esperança da periferia de Calcutá e ganham forças para sonhar e realizar esses sonhos. A ideia era revelar a vida de prostitutas indianas, mas o convívio com as crianças do local deu origem a um dos projetos mais tocantes e inquietantes dos últimos tempos. Os extras do DVD são imperdíveis. O Reconectando mostra o reencontro de Zana com as crianças três anos depois. Outras informações do projeto e seus desdobramentos no http://www.kids-with-cameras.org/calcutta/

De trem para o grande bazar ferroviário Se viajar está fora de seus planos nos próximos meses, mas a vontade de desbravar outros mundos está batendo forte você precisa ler O Grande Bazar Ferroviário, de Paul Theroux. Além da ótima literatura de viagem e memórias e do bom humor do autor, a obra proporciona uma deliciosa jornada pelos trens que cruzam a Ásia. Publicado originalmente em 1975, o livro é extremamente atual por revelar detalhes e particularidades das pessoas que o viajante e amante de trens desde a infância encontrou pelo caminho. Partindo da Victoria Station, de Londres, até a estação central de Tóquio, Theroux apresenta as rotas ferroviárias mais famosas no trajeto da Europa à Ásia e conclui a viagem nos trens-bala do Japão. A volta do longo roteiro é feita pelo Expresso Transiberiano que atravessa o interior da, então, União Soviética. Durante a leitura do livro, que se torna quase compulsiva, é comum quebrar o silêncio com boas gargalhadas. Editora Objetiva, 453 páginas (Preço Sugerido R$ 60,00).

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Fotos Divulgação

Fique de olho

Karina Müller, Atriz,jornalista ou jornalista atriz (depende do período), trabalha com teatro para crianças, ama viajar e sonha, em um dia escrever um best-seller. Mas mesmo que não consiga esse feito quer ser escritora e, entre tantos narradores, se inspira em Gabriel García Márquez e Isabel Allende para contar histórias reais e fictícias.


novos editais da Funarte

Prêmio SESC de Literatura 2009

A Funarte (Fundação Nacional de Artes), do Ministério da Cultura, lança mais três novos editais de fomento à produção artística e cultural no país. O primeiro é o Prêmio Interações Estéticas - Residências Artísticas em Pontos de Cultura 2009 que apoia produções artísticas desenvolvidas dentro dos Pontos de Cultura conveniados. Os outros dois interessam a quem produz ou deseja produzir cultura de forma comprometida: a Bolsa Funarte de Criação Literária, voltada ao estímulo de projetos de criação e pesquisa de linguagens literárias inéditas, destinará R$ 300 mil para dez bolsas de apoio à produção literária, sendo duas para cada região do país; e a Bolsa Funarte de Produção Crítica de Conteúdos Artísticos em Mídias Digitais/Internet, destinado a atividades de reflexão sobre manifestações artísticas realizadas no ambiente digital, prevê um orçamento de R$ 150 mil aos cinco projetos de produção de conteúdo crítico, um em cada região brasileira. Outras informações no site www.cultura.gov.br.

Uma nova chance para escritores iniciantes apresentarem suas produções com o objetivo de publicação. Desde 2003 o SESC realiza o Prêmio SESC de Literatura, concurso que descobre autores inéditos com qualidade literária para edição e circulação nacional de sua obra. O prêmio visa a promoção da literatura nacional e a revelação de novos talentos do cenário brasileiro. Os vencedores terão a obra lançada na Academia Brasileira de Letras e na FLIP (Festa Literária Internacional de Parati), além de publicação e distribuição pela editora Record. As inscrições para a 7ª edição do concurso são gratuitas e vão até o dia 30 de setembro, em qualquer unidade SESC do país. Cada concorrente pode participar com uma obra nas categorias conto e romance. Outras informações e especificações no site oficial do concurso www.sesc.com.br/premiosesc.

Fotos Divulgação

Livros online em sebo virtual A Estante Virtual tem chamado a atenção de leitores e livreiros de todo o país como uma boa ferramenta de busca de livros usados pela internet. O acervo de centenas de sebos está reunido num sistema de programação arrojado que possibilita a localização rápida e eficaz do título buscado. A organização do portal também facilita e muito encontrar as obras desejadas, que podem ser garimpadas por editoria, estante, sebos, cidades, autores mais vendidos e também pelos preços. O portal reúne os acervos de 1.473 sebos e livreiros, de 248 cidades, e tem atualização constante. Entre as novidades o Programa Nacional de Troca de Livros disponibiliza sebos de 54 cidades para a troca de livros seminovos por vales compras. Outro serviço é a Estante Virtual que cada usuário cadastrado tem para vender seus próprios livros. Para comprar um título é só se cadastrar e escolher a forma de pagamento, que pode ser via depósito ou pagamento digital. E melhor do que ler sobre o portal é navegar por ele e encontrar seus novos livros.. Boas compras! www.estantevirtual.com.br 11


Mudança de Direção

Fotos Arquivo Pessoal

A vida me leva! Ter uma profissão rentável, uma atividade prazerosa, nem sempre é fácil É privilégio de poucos que, por sorte ou coragem, apostam em suas habilidades e dons. Conheça a história de nossas entrevistadas e inspire-se Dando voz ao coração

Doce profissão

A cantora mineira Marcella Fogaça de 22 anos, começou a mostrar seu talento desde pequena. Com uma linda voz, foi incentivada por sua mãe a seguir a carreira de cantora, sem, contudo, abrir mão dos estudos. Foi quando chegou o momento de decidir a escolha da faculdade. “Fiquei na dúvida, mas acabei optando por Marketing, embora soubesse que me realizaria muito mais como cantora”, conta. Marcela cursou a faculdade e continuou investindo na carreira artística. “Tinha um certo receio de investir tudo na carreira e não me dar bem, afinal não é fácil ser artista no Brasil”. Ela pensou em fazer jornalismo mas depois decidiu que só seria feliz se realmente soubesse que investiu tudo em seu sonho. “Deixei minha cidade natal e vim para o Rio de janeiro para lutar por meus sonhos. Hoje estou colhendo os frutos de minha escolha”. Marcela começou um curso de atriz na cidade maravilhosa e está muito feliz com suas decisões. “Seguir o caminho do coração pode demorar a dar retorno, mas certamente, traz muita felicidade”, finaliza.

A jornalista Juliana Motter, depois de 10 anos de profissão, trocou as palavras para se dedicar a outra arte já apreciada por amigos e familiares e que tem conquistado cada vez mais admiradores. Ela transformou sua especialidade em negócio: inaugurou, em 2008, o ateliê Maria Brigadeiro, primeiro espaço da cidade de São Paulo dedicado exclusivamente à degustação e encomendas deste doce clássico brasileiro. Utilizando técnicas de pâtisserie, Juliana elevou o brigadeiro à categoria gourmet, criando mais de 30 versões exclusivas e deliciosamente sofisticadas. “Adoro brigadeiro e sempre achei que a receita tradicional merecia novas interpretações que valorizassem ainda mais sua fórmula mágica”, brinca. Os doces confeccionados por Juliana surpreendem pelo sabor e apresentação. Moldados um a um, eles são preparados pouco antes de serem entregues e combinam os melhores ingredientes: chocolates certificados, confeitos especiais e matéria-prima toda importada da Bélgica e da Itália.

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“Seguir o caminho do coração pode demorar a dar retorno, mas certamente, traz muita felicidade” marcella fogaça

“Adoro brigadeiro e sempre achei que a receita tradicional merecia novas interpretações que valorizassem ainda mais sua fórmula mágica” Juliana motter

No ateliê Maria Brigadeiro, localizado numa simpática Vila em Pinheiros, Juliana recebe os clientes com hora marcada para provar as receitas, sempre acompanhadas de um café, Prosecco ou vinho do Porto. O público é variado: chocólatras, noivas, estilistas, publicitários festeiros, entre outros. “O brigadeiro gourmet vai bem em qualquer ocasião, tanto na festinha infantil quanto em jantares e grandes recepções, pois agrada também ao paladar adulto”, diz a doceira, que lançou na Daslu a moda de servir os seus brigadeiros em eventos diversos e não apenas em festas de aniversário. Aliás, os doces da Maria Brigadeiro têm sido requisitados em vernissages, lançamentos de livro, casamentos e festas descoladas da cidade. As embalagens, todas customizadas, são uma marca da Maria Brigadeiro. A “marmita” é uma das mais pedidas – uma merendeira de metal com 15 ou 30 unidades, embalada em tecido floral ou de poás. Há ainda as caixas clássicas, ideais para presente, com 20, 25 ou 50 brigadeiros. Outra especialidade é o brigadeiro de colher, servido em potes de vidro de 30 e 100 ml, que já vem pronto para degustar, com uma delicada colher de metal. E como a criatividade está no DNA do ateliê, Juliana Motter

avisa que sempre vai ter muita novidade por lá. Se o brigadeiro já era um doce irresistível, imagine agora!

Para saber mais: Maria Brigadeiro: Rua Cristiano Viana, 67 – casa 11 – Pinheiros – São Paulo, SP.

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Foto Miroslav Sárička

Carreiras

Estética, Cosmetologia e Visagismo O que faz o profissional O trabalho deste tecnólogo é indicar e executar tratamentos estéticos com o objetivo de promover o bem-estar de seus clientes. Desenvolve programas individuais de estética facial, capilar e corporal. Está habilitado a fazer drenagem linfática, peeling e brozeamento artificial, utilizando técnicas e equipamentos seguros. Limpeza de pele, maquiagem definitiva, depilação e hidratação são outras atividades que está apto a realizar. Além disso, pode desenvolver tratamentos alternativos à base de fitoterápicos, massagens, aromaterapia, cromoterapia, entre outros. Também controla a qualidade dos produtos usados nas sessões. Na área de visagismo, cuida da imagem pessoal dos clientes como um todo, com técnicas de maquiagem, corte e tratamento de cabelos.

O curso dia a dia O curso é ideal para quem gosta de saúde e beleza. Depois de receber uma boa base teórica, você vai colocar bastante a mão na massa ou na pele, se preferir. Em laboratórios, vai praticar terapias alternativas e executar técnicas de estética facial e corporal. Durante o curso, você vai ser estimulado a pesquisar os lançamentos e inovações do mundo da cosmética e da estética. Para se formar você precisará apresentar um trabalho de conclusão de curso.

Disciplinas Aulas de química, física, anatomia, histologia e estética corporal e facial farão parte de seus dias e serão a base de conhecimento necessária para você saber lidar com cosméticos, identificar os materiais adequados para cada 14

pessoa e realizar os diferentes tratamentos. Você também aprenderá noções de biologia, nutrição e marketing. As aulas de fundamentos de ciências sociais e psicologia aplicada são essenciais para a formação de um profissional apto a se relacionar com as pessoas de forma responsável, já que vai lidar com a aparência e a autoestima. Nas disciplinas específicas você vai aprender as diferentes técnicas de tratamento, como eletroterapia, massoterapia e cosmetologia. Já existem cursos específicos da área de visagismo, que focam em corte, penteados e tratamentos de cabelos e maquiagem. Por isso, informe-se bem antes de fazer a inscrição. Ingressando no mercado, a melhor forma de começar a colocar a teoria em prática fora da faculdade é fazer estágios. Procure uma oportunidade assim que se sentir seguro para isso. Também se informe sobre a possibilidade de fazer monitoria.

Mercado de trabalho O mercado é promissor. O profissional pode trabalhar em salões de beleza, spas, clínicas estéticas, hotéis e outros locais. Quem prefere dedicar-se à criação de produtos e prestar consultoria encontra vagas em indústrias e empresas. Outra oportunidade é trabalhar com terapias naturais, em clínicas especializadas. As melhores chances estão no Rio de Janeiro e em São Paulo, cidades que concentram o maior número de estabelecimentos relacionados à estética. Ocupações relacionadas: cosmetologia, estética, visagismo Fonte: www.ikwa.com.br


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Foto Sanja Gjenero

Cuide-se Por Denise Camargo

SÓ MAIS 5 MINUTINHOS... Acordar cedo, ir para o trabalho ou estágio, almoçar e ler ao mesmo tempo, ir para a escola ou faculdade, voltar para casa, fazer um trabalho escolar, tomar banho, comer algo e, só depois de tudo isso, enfim, dormir, não é nada fácil Privar-se do sono pode ser um grande problema na vida do estudante, pois, uma noite maldormida é suficiente para diminuir o reflexo, alterar a personalidade, causar irritabilidade, dificuldade de concentração, aumento da fadiga e do estresse. “É importante lembrar que temos uma fase do sono, chamada REM, que é a responsável pelo processamento de informações e fixação da memória. Ou seja, nunca, em véspera de provas, passe a noite em claro, pois, tudo o que você aprendeu, pode ser perdido”, explica o Prof. Dr. Luis Vicente Franco Oliveira, coordenador do Laboratório do Sono da Universidade Nove de Julho – UNINOVE, que também nos ensina como dormir melhor e não ter sono ao longo do dia.

COMO OBTER QUALIDADE DO SONO? Como não é possível abrir mão das atividades desenvolvidas no dia a dia, o ideal para o estudante é aproveitar para ter qualidade nas horas em que dorme. Para isso, é necessário manter a higiene do sono, onde, alguns fatores importantes, são: evitar a prática de atividades físicas intensas antes de se dei16

tar, dormir sempre no mesmo horário, não deixar luzes acesas na hora de dormir, ficar, se possível silêncio, não ter televisão no quarto e não dormir ouvindo música, não fazer refeições pesadas antes de ir para cama, bem como não dormir com fome, não ingerir substâncias estimulantes como café, chás pretos e refrigerantes à base de colas.

Passar uma noite em claro, antes de uma prova, pode ser suficiente para esquecer tudo o que foi aprendido O QUE FAZER PARA NÃO TER SONO AO LONGO DO DIA? O ideal é ficar exposto à luz solar, de preferência, sem óculos escuros. “Nós temos um hormônio, chamado melatonina, que é um indutor do sono. Ele é gerado quando estamos no escuro ou fechamos os olhos. Por outro lado, se não nos expusermos à luz solar, será reduzida a sua formação e teremos menor propensão de sentir sono”, exemplifica o professor.


Fotos Divulgação

UM PULO NAS GORDURINHAS São Longuinho, São Longuinho se eu emagrecer dou três pulinhos. Não precisa mais apelar para o Santo. O Kangoo Jumps um novo calçado de origem suíça que chegou no Brasil no fim de 2008, promete emagrecer praticando o exercício preferido dos cangurus, “pular”. Com o sistema de amortecimento patenteado IPS - Impact Protection System, o Kangoo Jumps absorve até 80% do impacto durante os exercícios físicos, protegendo as principais articulações do corpo, como joelhos, tornozelos, coluna e quadril. Além disso, garante a perda de 600 a 800 calorias em uma única aula de 45 minutos, perfeito para quem procura boa forma, bem-estar e qualidade de vida. A prática de exercícios com o calçado faz com que a perda de calorias e energia seja bem maior em comparação a qualquer outro modelo esportivo. Este resultado é alcançado graças à ativação do sistema linfático, que ao contrário do sistema cardiovascular, precisa ser estimulado para controlar de maneira correta o nosso metabolismo, eliminando toxinas e calorias, e tornando eficiente o combate à celulite. Para saber mais: SAC: (11) 3849-5216 www.kangoojumps.com.br

IOGURTE COM TOQUE ORIENTAL A Batavo acaba de lançar o iogurte Pense Light Chá Verde com toque de limão. Disponível nas versões líquida (170 g e 850 g) e cremosa (bandeja com 400 g), os produtos possuem toque oriental, sabor suave e refrescante. A versão líquida tem 51 kcal por copo (200 ml) enquanto que a cremosa possui 41 kcal por pote (100 g). De origem milenar e muito apreciado no Japão e na China, o chá verde provém das folhas da planta Camellia sinensis. É chamado de verde, pois as folhas da erva sofrem pouca oxidação durante o processamento, mantendo a cor natural da planta. Atualmente, seu consumo tem se expandido cada vez mais no Ocidente por ser considerado um antioxidante natural e acelerador do metabolismo. O chá verde tem sua ingestão associada à prevenção do câncer, além de trazer benefícios para os sistemas cardiovascular e imunológico. Para saber mais: SAC 0800-7281234 www.batavo.com.br


Foto Sanja Gjenero

+ saúde Por Kalu Brum

Você é o que você come A alimentação pode contribuir ou dificultar o bom funcionamento do organismo. Aprenda a fazer dela uma aliada do seu dia a dia Um amigo relatou que na época de faculdade, fazia uma refeição batizada pelos amigos de X like Bururu: uma omelete gigante, com todos os restos da geladeira, comida dentro de um pão, acompanhada de vitamina de abacate. Depois desta refeição pouco equilibrada, todos sentiam sono, muito sono. Geralmente os jovens, por falta de tempo e apetite voraz, costumam ter uma alimentação muito calórica e pouco nutritiva. Isso pode ter impacto negativo no rendimento nos estudos. A nutricionista Lilian Mika Horie, do GANEP Nutrição Humana, afirma que uma alimentação equilibrada e saudável é essencial. “Uma má alimentação durante os estudos pode levar a uma diminuição do sistema imunológico, dificultar a memória e ter um sono tranquilo. Com a inclusão de alguns hábitos alimentares saudáveis é possível melhorar o desempenho escolar e aumentar a imunidade”, complementa. Segundo Lilian, a alimentação mais indicada para melhor disposição e melhora na memória é aquela feita em pequenas porções, várias vezes ao dia, com variedade de alimentos. “O ideal é fazer refeições regulares e saudáveis, desde o café da manhã até a ceia. A melhor fonte de energia para o jovem é o carboidrato, presente em massas e pães. Mas cuidado para não exagerar no recheio. Além disso, estudos sugerem que alimentos ricos em Zinco, como carnes vermelhas e brancas, fígado, frutos do mar, ovos, cereais integrais, lentilha e germe de trigo parecem auxiliar na melhora da memória. A atividade física também pode contribuir para a manutenção da saúde geral do corpo e manter a mente arejada” acrescenta a nutricionista. 18


Fotos: Tosaporn Boonyarangku

Vale lembrar que alimentos com alto teor de gordura exigem maior tempo digestão e por isso devem ser evitados, pois podem causar sono, além de mal-estar. “Alimentos que podem provocar gases e desconfortos intestinais como repolho, couve-flor e feijão em excesso, por exemplo, devem ser evitados também”, afirma. Por isso rasgue a receita do X like Bururu e invista num cardápio mais equilibrado. A nutricionista aconselha a beber com moderação álcool e bebidas com cafeína como chás pretos, guaraná, coca-cola e café. Evitar o consumo de cigarro, substâncias estimulantes que podem aumentar a sensação de nervosismo. ”Experimente chás de ervas, leite desnatado, sucos de frutas ou iogurte. Não se alimentar de 3 em 3 horas pode ocasionar tontura, fraqueza, mal-estar e dor no estômago”, lembra Lilian.

rasgue a receita do X like Bururu e invista num cardápio mais equilibrado Beber muita água é fundamental para auxiliar a digestão, no funcionamento dos rins e intestinos e regular a temperatura do corpo, além de repor a perda de líquidos aumentada com o calor e o estresse. ”Com isso, a disposição geral melhora. O leite e os sucos naturais de frutas, além de serem

boas fontes de água, fornecem outras substâncias essenciais”, complementa.

Vestibular e Provas – Cardápio ideal A nutricionista Lilian indica que, na véspera do vestibular e provas na faculdade, evite comer fora de sua casa e, especialmente, onde você não tem confiança da procedência da comida, não beber bebidas alcoólicas, nem energéticos, não exagerar no café (30 a 50 ml por dia no máximo); No dia da prova deve-se evitar consumo de alimentos que não se está acostumado a comer; Evitar refeições pesadas e muito gordurosas, pois estes alimentos têm maior tempo de digestão e se ingeridas durante a prova podem causar sonolência. Por isso se você estava pensando em fazer aquela feijoada ou uma rodada de pizza, pode esquecer. Arroz, feijão, bife e salada são perfeitos, segundo Lilian. No momento da prova não se deve ficar em jejum, pois favorece a hipoglicemia , tendo por consequência a baixa da concentração, dificultando o raciocínio. “Uma barra de cereais ou biscoito salgado, um suco de fruta de caixinha e principalmente, uma garrafa de água de meio litro são excelentes opções para comer e beber durante a prova” complementa.

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Foto Steve Grayse

Sem Tarjas Por Vanessa Baldacci / edição Kalu Brum

Saiba como prevenir e tratar o HPV Sexo é sem dúvida uma delícia. Mas. às vezes, levados pelo sentimento intenso, deixamos de tomar os devidos cuidados. E por melhor que conheçamos nossos parceiros, basta um pequeno deslize para causar problemas sérios por toda a vida. Uma única relação sexual sem camisinha ou até mesmo um simples contato com partes genitais infectadas são suficientes para que o vírus papiloma humano, o famigerado HPV, comprometa a saúde íntima. O sintoma mais frequente do vírus é o aparecimento de pequenas verrugas que com o tempo podem atingir proporções maiores e desfigurar a vagina. É preciso entender que existem variedades do mesmo vírus, e os chamados 16 e 18 são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero da população mundial, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Esse tipo de tumor é o segundo mais comum entre o sexo feminino e é responsável pela morte de aproximadamente 230 mil mulheres por ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A previsão é que mais de 19 mil novos casos da doença ganhem vida no Brasil em 2009. A maior incidência do vírus é registrada em países menos desenvolvidos. Por aqui as regiões mais críticas são, respectivamente, o Norte, Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste. Mulheres que chegaram aos 40 anos sem nunca terem tratado a doença também são alvos frequentes. Uma recente pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz revelou que um quarto, ou 25%, das adolescentes que já iniciaram a vida sexual têm lesões do HPV. Mas calma. Nem tudo é motivo para pânico. Segundo espe20

cialistas, apenas 5% dos casos da doença acabam desencadeando o câncer do colo do útero. “O HPV assusta muitas mulheres porque pode gerar o tumor. Porém, ao mesmo tempo, poucos casos evoluem até esse estágio, principalmente quando há acompanhamento médico. A maioria das infecções é considerada transitória, ou seja, acaba sendo combatida espontaneamente pelo sistema imunológico. Em algumas pessoas o vírus pode existir, mas nunca se manifestar. Por isso, cerca de 90% dos casos são resolvidos sem maiores complicações”, explica a ginecologista Patrícia Menossi. A especialista conta ainda que o surgimento do tumor está

Uma recente pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz revelou que um quarto, ou 25%, das adolescentes que já iniciaram a vida sexual têm lesões do HPV intimamente ligado ao tipo de HPV contraído. “Existem mais de 200 tipos. Eles são classificados em baixo risco de câncer e alto risco de câncer. Somente os de alto risco estão relacionados a tumores malignos. Esses vírus, com maior probabilidade de provocar lesões persistentes e précancerosas, são os tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58 e outros. Já os HPV de tipo 6 e 11, encontrados na maioria das verrugas genitais e papilomas laríngeos, parecem não oferecer


nenhum risco de progressão para malignidade, apesar de serem encontrados em pequena proporção nos tumores malignos”, destaca.

O sucesso da prevenção É um consenso. Especialistas alertam que a melhor forma de evitar a contaminação pelo vírus do HPV é usar preservativo no ato sexual. Mas por outro lado essa não é a única forma de afastar o problema. “A camisinha reduz os riscos de contaminação em 80% dos casos. Mas a segurança não é total porque ela protege apenas dos vírus que estão no pênis e, às vezes, o HPV aparece na bolsa escrotal”, completa Patrícia. ressaltando que, nestes casos, os contatos manual e oral também podem provocar a contaminação, embora em menor escala. Outros fatores que também contribuem para o surgimento deste tumor são o tabagismo, baixa ingestão de vitaminas, multiplicidade de parceiros sexuais, iniciação sexual precoce e uso de contraceptivos orais.

Use camisinha, escolha bem os seus parceiros e faça exames ginecológicos regularmente Até a década de 90, o teste Papanicolau convencional era a principal forma de identificar esse tipo de câncer. Agora, novos métodos de rastreamento, como testes de detecção do DNA do HPV e inspeção visual do colo do útero utilizando ácido acético são apontados, em vários estudos, como eficazes neste processo. Segundo o Ministério da Saúde, estes exames podem reduzir em até 80% o número de mortes causadas pelo tumor. Mas, sem dúvida, a prevenção e o diagnóstico antecipado ainda são as melhores formas de se livrar do problema.

Recentemente o mundo acompanhou o surgimento de outra boa notícia: a vacina contra o HPV. Criada com o objetivo de prevenir a infecção pelo vírus papiloma humano, tem a finalidade de reduzir o número de pacientes que possam desenvolver câncer do colo do útero. Apesar das grandes expectativas e resultados promissores nos estudos clínicos, ainda não há evidências suficientes sobre a eficácia da vacina contra o tumor. Duas são comercializadas no Brasil. Uma delas é quadrivalente, ou seja, previne contra os tipos 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero e contra os tipos 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A outra é específica para os subtipos 16 e 18. A duração da imunidade oferecida pela vacina ainda não foi determinada uma vez que seu uso é recente Até o momento só se tem convicção de cinco anos de proteção. Na verdade, embora se trate da mais importante novidade na prevenção à infecção pelo HPV, ainda é preciso delimitar qual seu alcance sobre a incidência e a mortalidade do câncer do colo do útero. Enquanto esse dia não chega, especialistas alertam: “Use camisinha, escolha bem os seus parceiros e faça exames ginecológicos regularmente”, finaliza Patrícia Menossi. Tem sugestão de temas para outras matérias? Escreva para revistayoung@gmail.com

Vanessa Baldacci, baiana radicada em São Paulo, Vanessa Baldacci é uma jornalista multifacetada. Já trabalhou em rádio, TV, revista, jornal e assessoria de imprensa. 21


Foto Karen Andrews

Tatuagem Texto Michelle Jardim / edição Kalu Brum

sim, elas têm tattoo Ter uma tattoo diz muito sobre você. Mas será que no mercado de trabalho ela ainda é vista com maus olhos? De repente surge aquela vontade de eternizar uma paixão, um momento da vida, uma conquista com um desenho simbólico que ficará para sempre na pele. A maioria das pessoas tem belas histórias com suas tattoos. Se você tem uma, sabe do que estou falando. Se ainda está indeciso quando, o que, em que parte do corpo deseja fazer uma tatuagem vale a pena refletir. Embora nossa sociedade esteja mais “aberta” para este tipo de expressão, alguns cuidados podem ser fundamentais. Conheci um amigo que tatuou no braço, aos 16 anos, o desenho de uma banda de rock já desaparecida. É claro que aos 40 ele buscou outro tatuador para transformar aquela paixão antiga, que não fazia mais sentido, mesmo porque não tinha grana para removê-la. Por isso é importante avaliar se o símbolo escolhido para a eternidade terá sentido no futuro. Logo, uma tatuagem muito grande e aparente, pode transformar seu problema em um problemão. Adevair Baroni Junior, encarregado do departamento de Recursos Humanos de uma multinacional alerta 22

também que a presença da tatuagem influencia na escolha do candidato em um processo seletivo. “Uma tattoo pode revelar alguns aspectos psicológicos e gostos que podem não se encaixar no perfil que a empresa procura. Claro que só com ela não podemos tirar as conclusões sobre a capacidade de um profissional, mas pode tirar pontos no momento da seleção”. Não podemos deixar de admitir que ainda existam preconceitos com a prática. Talvez por um fator histórico relevante: a arte de marcar a pele começou a ser divulgada pelo mundo quando os marinheiros ingleses começaram a ter contato com novas civilizações. Grande parte deles tinham tatuagem e não, por acaso. Afinal, o governo inglês adotou, em 1879, a identificação de prisioneiros através de tatuagem que disseminou a ideia de arte fora-da-lei. Nos Estados Unidos e na Europa, em 1920, a técnica já tinha se tornado comercial e popular. E foi neste período que surgiram alguns artistas ambiciosos que captaram muitos clientes, tornandose os responsáveis pelo “boom” das décadas de 60 e 70, quando a Califórnia foi o berço dos desenhos que reproduziram imagens de Marilyn Monroe, James Dean e Jimmy Hendrix. No Brasil, a tatuagem elétrica é uma técnica muito recente, embora ela tenha sido inventada em 1891. Foi em meados dos anos 60 que ela chegou na cidade portuária de Santos e foi introduzida


pelo dinamarquês “Knud Harld Likke Gregersen” o famoso Lucky Tattoo ou Mr. Tattoo. Sua loja estava localizada nas proximidades do cais, onde, na época, era a zona de boemia e prostituição da cidade. A localização do estabelecimento do senhor Mr. Tattoo acentuou ainda mais o estigma marginal desta arte aqui no Brasil. Apesar da popularidade, ainda hoje, muitas pessoas são discriminadas por terem seus corpos tatuados. O reflexo do preconceito muitas vezes esta implícito no mercado de trabalho. Adevair Baroni Junior diz que ao selecionar pessoas para cargo de gerência ele não escolheria um profissional com uma tatuagem aparente. “Ainda vivemos em um mercado de trabalho reservado onde a imagem da empresa conta muito. Dependendo do tipo de cargo a ser ocupado, a pes-

soa representa a empresa e sua aparência pode ter mais valor que seu conteúdo”, complementa. Uma dica que Adevair dá para os jovens é: “Se quiser fazer

uma tattoo pode revelar alguns aspectos psicológicos e gostos que podem nao se encaixar no perfil que a empresa procura uma tattoo, que seja discreta e em um lugar que não fique exposta, pois você tem um mundo profissional todo pela frente”, alerta.

Fotos Arquivo Pessoal

Personagens reais

JANAÍNA MARIA LEÃO MARTINS, 29 ANOS, PSICÓLOGA E ATRIZ. Tem ao todo 11 tatuagens. Segundo ela, queria fazer tatuagem para ser diferente. “Antes de me formar em Psicologia fazia tatuagens para ser diferente, para chocar de alguma forma. Após a conclusão do curso descobri vários aspectos que estavam inconscientes em mim, relacionados ao ato de me tatuar”, revela. Janaína conta ter sofrido preconceito em alguns processos seletivos por conta dos desenhos distribuídos pelo corpo. Para ela, esta “marca” diz muito sobre a personalidade do indivíduo na hora da seleção. “Dependendo do entrevistador e de sua visão sobre tatuados, as tattoos podem ter grande peso para conquistar ou não um trabalho,” acrescenta.

CAMILA DE SOUZA, 24 ANOS, DESIGNER. É uma pessoa de personalidade forte, decidida, divertida e sociável. Fez duas tatuagens por paixão a arte visual. Camila queria algo para caracterizar sua personalidade. Suas tatuagens são desenhos tribais, originários da Polinésia e da cultura Celta. Cada pequena parte dos desenhos possui um significado próprio. A designer comenta que nunca sofreu preconceitos. “Como minhas tatuagens são localizadas em regiões do corpo facilmente cobertas por vestimentas, nunca as deixo aparente durante uma entrevista. Devo ressaltar que depois de admitida nunca sofri com nenhum tipo de preconceito, talvez pelo fato de que minha profissão, de certa maneira, possibilita tal abertura moral”, completa.

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Foto Rita Mezzela

Pós-Graduação Texto Tais Ribeiro / edição Kalu Brum

Vida pós-faculdade No Brasil, em 2007, 20 mil estudantes concluíram a graduação. Mas diploma não é mais garantia de emprego e remuneração alta. Hoje, quem tem pós-graduação consegue ter um passo à frente na corrida pelo sucesso profissional A cada dia, descobertas das mais diversas áreas nos mostram que sempre há o novo esperando nossa vontade para ser revelado. E, sem dúvida, através dos estudos novos horizontes se descortinam promovendo profundas transformações pessoais e profissionais. Atualmente, o mercado exige muito mais que a graduação. Em algumas profissões os cursos específicos ajudam a aprofundar conhecimentos apenas trabalhados nas cadeiras do bacharelado. Em outras áreas, cursos que oferecem uma visão mais ampla serão bem-vindos. O advogado Mário Martins cursou direito durante 5 anos e formou-se em 2006. Depois de conseguir passar na prova da Ordem dos Advogados do Brasil e trabalhar como advogado credenciado, sentiu a necessidade de se especializar em Direito do Trabalho para aprimorar seus conhecimentos e, assim, aumentar suas chances no mercado. “Na graduação a matéria de Direito do Trabalho lecionada não foi aprofundada o suficiente para garantir um bom de24

sempenho profissional e um diferencial no mercado de atuação”, explica. Após um ano de curso, Mário diz que seus conhecimentos na área escolhida aumentaram gradativamente. “Os professores abordam profundamente a matéria e são profissionais altamente gabaritados na área”. Mas com tanta opção por ai, é preciso ficar atento. Para Lucas Santana, assessor de comunicação da Capes/MEC - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a principal orientação é verificar se o curso atende as exigências legais para seu funcionamento. A listagem com todos os cursos de pós-graduação Stricto sensu (mestrado e doutorado) reconhecidos consta da página da instituição (www.capes.gov.br) no menu Avaliação/Cursos recomendados. O mais importante é nunca parar, seja qual for sua ocupação, e investir não apenas para conquistar o sucesso momentâneo, mas, principalmente, investir em cursos que ajudem a alcançar nossos sonhos.


MAS VOCê SABE O QUE É PÓS-GRADUAÇÃO? No Brasil existem modalidades distintas de cursos de pós-graduação. Para quem quer se aprofundar em conhecimentos de uma área ou tema do conhecimento existem os chamados Lato Sensu ou Stricto Sensu.

Lato sensu Foca em necessidades específicas do mercado, para aperfeiçoar, atualizar ou complementar conhecimentos adquiridos na graduação. A carga horária mínima é de 360 horas e exige a elaboração de um trabalho de conclusão de curso (normalmente uma monografia) *Confere certificado - nessa classe entram os cursos ditos MBA.

Stricto sensu Cursos de mestrado e doutorado voltados a quem quer se aprofundar como pesquisador ou aperfeiçoar-se como docente do ensino superior. Exigem dedicação maior e duram, em média, de 24 a 48 meses. Exige a elaboração de uma dissertação (Mestrado) ou de uma tese (Doutorado). Conferem diploma. Dica: Pesquise as instituições de ensino e decida-se por uma área que desperte o seu interesse, permita o desenvolvimento contínuo e a aplicação prática na profissão.

A vantagem da pósgraduação é ampliar seus conhecimentos em uma determinada área.

MBA, mestrado e doutorado Estes cursos são importantes em nosso desenvolvimento, pois representam um diferencial decisivo na hora de se destacar no mercado. Dica: Os cursos de MBA são direcionados ao mercado, ideais para quem deseja evoluir na vida profissional dentro das empresas pois apresenta noções abrangentes. Ele não confere diploma e, sim, um certificado, como nos casos de curso de pós-graduação Lato sensu. Os de mestrado e doutorado, além de destacar o profissional em uma empresa, também podem ser o início de uma carreira acadêmica. Exigem dedicação, conhecimento de línguas e oferecem diploma. Uma dica é assistir, como ouvinte, aulas do curso que você optou, conversar com os professores e encontrar um orientador para suas pesquisas. Você fez um curso de mestrado, doutorado, pós-graduação? Gostou? Conte para nós. Escreva para revistayoung@gmail.com 25


Quadrinhos para matar a fome

Por Nicolau Kietzmann

Literária

Gourmet

De Jiro Taniguchi, vencedor dos prêmios Angoulême, Osamu Tezuka e Media Arts Festival, e Masayuki Kusumi, Gourmet traz uma viagem gastronômica por várias partes do Japão. O protagonista, um comerciante que quase fica em segundo plano na história, já que não se conhece praticamente nada sobre ele, apenas que trabalha com comércio e é um apreciador da boa cozinha, reconhece e valoriza a comida simples dos bairros. O livro HQ é dividido em dezoito pratos e dezoito lugares diferentes. A cada capítulo, o personagem principal experimenta um prato tipicamente japonês e traz à tona lembranças perdidas e encontros furtivos, enquanto aproveita os pequenos instantes de descanso solitário para saborear sua refeição. Editora: Conrad Número de páginas: 200 Preço: R$ 26,90

Para se surpreender

Métodos extremos de sobrevivência De Márcia Bechara, Métodos extremos de sobrevivência é um projeto premiado pelo Programa de Ação Cultural do Governo de São Paulo. A jornalista, escritora e atriz desenvolve o livro com 15 contos que são capazes de mostrar que o texto pode ser ao mesmo tempo desafiador, sem regras e instigantes. Com a metamorfose sempre presente, a suposta dualidade das personagens, cenas e ambientes são temas presentes nas narrativas que acompanham o movimento de seres em constantes buscas pela mutação. Editora: Publisher Brasil Número de páginas: 114 Preço: R$ 25,00

À moda antiga e para poucos

O Guesa, de Joaquim de Souzândrade A última edição de O Guesa, o livro com o poema revolucionário, foi publicado há mais de 100 anos. A nova edição, que terá a capa artesanal, feita com linotipos e pano importado, é um exemplar como a primeira edição de Joaquim de Souzândrade (1833-1902), que se formou em Letras pela Sorbonne, em Paris, onde também cursou engenharia de minas e morreu em São Luís, MA, abandonado, na miséria e considerado louco. Sua obra foi esquecida durante décadas e resgatada no início da década de 1960 pelos poetas Augusto e Haroldo de Campos. O longo poema O Guesa (1874-1877) é considerado o precursor do Simbolismo e do Modernismo. Selo Demônio Negro Edição Especial 365 páginas Venda – vandereleymeister@gmail.com

Pornopopeia

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Na contramão dos (anti-)heróis tradicionais, o protagonista do livro Pornopopeia, Zeca, não está atrás de redenção ou disposto a se transformar. Na maior parte do tempo, quer (muito) sexo, (muitas) drogas e mais nada. Não quer saber do ontem e do amanhã, apenas do presente. Esse jeito de ser eventualmente o incomoda, mas é algo que ele resolve com mais uma dose. Vivendo na base do improviso, sem dinheiro, ele precisa rodar um vídeo institucional sobre embutidos de frango, que dá fundo a história. Com temas contemporâneos como a obsessão pelo prazer e o individualismo exacerbado, o autor Reinaldo Moraes abandonou a profissão de economista e lançou o cultuado Tanto Faz (Brasiliense, 1981). Hoje vive de freelancer de vídeos, muitos institucionais, mas garante que ele não é o personagem. Editora: Objetiva Preço: R$ 54,90 Páginas: 480 páginas


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Foto Alexandre Kuyumjian

Viagens Por Willian Siqueira

Surpreendente Argentina Descubra os encantos desse país pelos olhos de William siqueira 29 de outubro de 2007, 15h40, desembarquei no aeroporto internacional EZEIZA Buenos Aires/Argentina. Nos 15 dias seguintes eu seria portenho, num intercâmbio cultural que me permitiria estudar espanhol e viver com uma família Argentina, afinal, o propósito era conhecer a cultura daquele país e me tornar fluente em espanhol. À primeira vista, Buenos Aires me pareceu uma mini São Paulo: edifícios, gente, muita gente, sempre com pressa. E o trânsito intenso não era a metade do nosso trânsito paulistano. A arquitetura é belíssima com ruas mais arborizadas e limpas que as de Sampa e cheias de cachorros. Nunca vi coisa igual (risos). Cheguei a pensar que lá não havia o serviço de “carrocinha”. Algo que me chamou a atenção foi a quantidade de livrarias, na Rua Santa Fé, no bairro Norte, havia pelo menos cinco. Além de muitas livrarias, existem muitos cafés – os bares do Brasil – sempre lotados, às vezes com fila de espera, como no caso do mais famoso e antigo da cidade, o Tortoni. A comida é muito saborosa, tirando o bife mal-passado, que é servido praticamente sangrando, o que não faz meu estilo. 28

Particularidades portenhas Os argentinos comem muita batata, seja frita, assada ou como purê. A variedade de frutas e sucos é coisa brasileira, lá não tem isso. A noite portenha começa às 22h, quando as pessoas saem para jantar, depois buscam outros programas, como cinemas e cafés, e somente às 2h30 da madrugada as casas noturnas começam a receber seu público, muito diferente de nós que geralmente às 3h saímos da balada e procuramos um lugar para “matar a larica”. O melhor meio de transporte é o táxi. A frota é grande e os valores são baixos, se comparados aos brasileiros. Enquanto aqui pagamos no mínimo R$ 50,00, por lá eu paguei o equivalente a R$ 10,00 em um trajeto de aproximadamente 25 km. As linhas de ônibus são razoáveis e o metrô, pequeno, porém constante, rápido e sempre abarrotado de gente. Um conselho: vale muito a pena conhecer Buenos Aires, porém é bom saber um pouco de espanhol, pois alguns


Foto Oblivion

portenhos entendem, mas fazem que não entendem a nossa língua.

Dicas de estadia e passeios? Como meu propósito era me tornar fluente no idioma espanhol, fiquei em casa de família, mas existem outras opções como albergues, hotéis e repúblicas. Quem desejar melhorar seu espanhol deve optar por casa de família. Sugiro ainda meia pensão, pois com essa escolha você tem direito ao café da manhã e jantar, o almoço fica por sua conta, afinal você vai estar “batendo perna” mesmo. As agências de intercâmbio podem ajudar nas escolhas, inclusive na compra das passagens aéreas. Consulte todas que puder antes de viajar: STB (www.stb.com.br), Experimento www.experimento.com.br, CI (www.ci.com.br), IE (www.ie.com.br) e EF (www.ef.com.br).

O que fazer e onde ir Você pode pesquisar na internet antes de viajar, comprar guias de viagens aqui no Brasil ou, ainda, ao chegar no ae-

roporto buscar o setor de informações turísticas para pegar folhetos informativos e o mapa da cidade, itens de grande ajuda e bem melhores e atualizados que os guias vendidos no Brasil.

Companhia aérea? Fui pela empresa Lan Chile www.lan.com, que na época da viagem foi a que me pareceu melhor financeiramente. Porém existem também serviços da Aerolineas Argentinas (www.aerolineas.com.ar), TAM (www.tam.com.br) e GOL (www.voegol.com.br).

William Siqueira é jornalista e professor de espanhol. Na edição anterior, escreveu nos contando sobre suas viagens e sua história foi a escolhida entre os muitos leitores que nos escreveram. Quem sabe o próximo pode ser você, escreva para revistayoung@gmail.com 29


Foto Kevin Rohr

Por aí Por Mari Campos

A hora e a vez do Flashpacker Foi-se o tempo em que ser mochileiro era sinônimo de ser um jovem sem grana, que resolvia sair pelo mundo, só se hospedava em muquifos e vivia de pedir carona aqui e ali para conseguir continuar na estrada. Hoje em dia, ser um mochileiro tornou-se sinônimo de adotar um estilo descolado, autêntico e econômico de viajar, por escolha própria e não apenas por falta de grana. A maioria que opta por ser mochileiro o faz simplesmente pelo amor à liberdade de ir e vir quando quiser, como quiser, com quem quiser e poder mudar de ideia durante a viagem a seu bel prazer. E ser mochileiro também não está mais, necessariamente, restrito aos jovens. Claro que os mochileiros com menos de 25 anos ainda são maioria no mundo, mas hoje encontramos com facilidade mochileiros das mais diversas faixas etárias, incluindo a terceira idade, que adotou esse estilo de viajar com absoluta sabedoria e propriedade. Então, o mochileiro de hoje, na verdade, não precisa, necessariamente, carregar uma enorme mochila nas costas; ser um mochileiro não se resume a ideia da mochila. Aliás, até a própria palavra mochileiro em inglês, backpacker, anda caindo em desuso pelo mundo todo: hoje, a terminologia mais utilizada, embora ainda sem tradução exata para o português, é flashpacker. 30

O flashpacker, assim como o mochileiro (há uma correlação óbvia com a palavra backpacker, mas com ênfase na ideia da rapidez – flash), procura economizar quando viaja com um único propósito: poder

O flashpacker, assim como o mochileiro, procura economizar quando viaja com um único propósito: poder viajar sempre. viajar sempre. É um verdadeiro ás nas pesquisas via internet para economizar em hospedagem, passagens, restaurantes etc. O diferencial é que exigem um mínimo de conforto e planejamento em tudo o que fazem. Por exemplo, não topam se hospedar em qualquer biboca, não. Gastam pouco exigindo um padrão mínimo (como cama obrigatoriamente limpa e água


Foto Mari Campos

o mesmo desejo: conhecer o mundo, conhecer gente, misturar-se a outros povos e costumes e enriquecer-se cultural e intelectualmente rodando o seu país ou, quem sabe, o mundo todo, com a máxima frequência possível – curtindo muito e gastando pouco.

Profissão: viajante

quente no chuveiro) – e, se possível, se hospedar em quartos menores, com banheiros privativos, em vez dos imensos dormitórios para 20 pessoas que popularizaram os albergues durante os anos 70 e 80. Foram os flashpackers também, acredite, que difundiram no mundo todo as companhias aéreas low-cost às quais, hoje, já estamos tão acostumados – afinal, quem é que precisa pagar três vezes mais só para ter uma refeição muitas vezes insossa a bordo, não é mesmo? Eles pesquisam entre aviões, trens e ônibus qual o meio mais em conta para viajar para seu destino em questão, mas não topam passar longas noites mal-dormidas em trens só para economizar uma diária de hostal ou hotel se isso for sinônimo de uma grande dor nas costas no dia seguinte. Foram também os flashpackers que disseminaram o conceito dos blogs de viagem que hoje tanto utilizamos ao preparar nossa pró-

A principal ferramenta do flashpacker é a pesquisa; ou seja, a internet é sua amiga inseparável, sua grande companheira de viagens. xima viagem, além de vasculhar o tempo todo os grandes sites atrás de pechinchas para sua próxima viagem – que, dada sua liberdade, pode ser daqui quase um ano ou uma escapadinha no próximo final de semana. A principal ferramenta do flashpacker é a pesquisa; isto é, a internet é sua amiga inseparável, sua grande companheira de viagens. Ou seja, assim como eu, você provavelmente é hoje um flashpacker e nem sabia! Viaja pelo prazer de viajar, fazendo o máximo possível de economia mas sem abrir mão da qualidade. Não importa a nomenclatura: mochileiro ou flashpacker, com ou sem mochila nas costas (eu, particularmente, hoje prefiro uma mala com aquelas rodinhas 360), o que une os jovens viajantes contemporâneos é

Escrever, desde muito pequena, sempre foi minha grande paixão. Passei horas da minha infância lendo e escrevendo poesias e contos fantásticos; daí para escolher jornalismo na faculdade foi um pulinho. Viajar também sempre foi outra paixão, que se tornou mais intensa com o passar dos anos. Ainda lembro até hoje do frio na barriga na primeira viagem de avião, aos nove anos, e da excitação ao fazer as malas nos finais de ano para ir para a casa da minha avó ou para a praia no verão. Fora o medo de avião que eu desenvolvi nos últimos anos, não mudou muita coisa, desde então; a cada viagem que faço continuo sentindo o mesmo friozinho na barriga, a mesma excitação, desde a fase do planejamento até a hora de voltar para casa.Tive a sorte, há alguns anos, de conseguir unir minhas duas grandes paixões numa mesma atividade: hoje sou jornalista especializada em turismo e costumo dizer que viajo para viver e vivo para viajar. Como blogueira de viagem e jornalista free-lancer, minhas viagens de férias acabam virando viagens a trabalho e minhas viagens a trabalho também costumam ter um gostinho de férias. Sou aquele tipo de viajante inveterado que volta de uma viagem já planejando para onde quer ir na próxima. Nada se compara ao prazer de me encontrar em um lugar diferente, com pessoas diferentes, cenários diferentes; e ainda me divirto da mesma maneira viajando sozinha ou acompanhada, me hospedando num hotel bacana ou numa hostal simplezinha, comendo num restaurante legal ou numa barraquinha de rua (que eu adoro!). Como diz Mark Twain, numa das minhas citações favoritas: “Viagens são fatais ao preconceito, à discriminação, à visão estreita, e muitos dos nossos povos precisam terrivelmente de viagens, por causa disso. Uma visão ampla, integral e caridosa das pessoas e das coisas não pode ser adquirida vegetando num cantinho do planeta durante a vida inteira”. Mari Campos é jornalista, blogueira e autora do Pequeno livro de viagem (Ed. Verus) 31


Foto Nick Benjaminsz

Internet Texto Tais Ribeiro / edição Kalu Brum

Rede sem furos A internet cresce no Brasil e no mundo na mesma medida que os crimes virtuais. Saiba como aproveitar todas as facilidades da rede sem correr riscos Certamente nossos avós e bisavós não poderiam imaginar que um dia, com um simples “clic”, seria possível pagar contas, ler notícias, conhecer pessoas, fazer compras, ouvir música. Isso e muito mais é a realidade atual de muitos internautas que tem a internet como uma ferramenta indispensável para o trabalho, questões práticas do dia a dia e convívio social e familiar. Hoje, é impossível pensar em um mundo sem as facilidades da internet. Porém, nem tudo na rede são flores. Assim como na vida real, a vida digital exige cuidados. Roubo de senhas bancárias, falsos anúncios, e-mails solicitando dados pessoais e outros golpes tentam pescar os ingênuos e desavisados. O uso da internet no Brasil já atingiu mais de 30 milhões de usuários. Pasmem, existe uma parcela significativa de internautas com idades entre 12 e 17 anos. Se estes números ilustram o crescimento do acesso digital no país, outros dados chamam atenção pelo crescimento dos crimes virtuais, geralmente deflagrados pela Polícia Federal em todo o país. A Revista Young conversou com Bruno Rossini, gerente de relações públicas para América Latina da Symantec, uma das empresas mais conceituadas do setor no país, para tirar dúvidas frequentes e ajudar as pessoas a não cairem nos golpes da rede.

RY - A internet é segura? Bruno - Com a consolidação da banda larga no Brasil, mais pes32

soas passam mais tempo utilizando a internet. Com isso, mais informações, dados, fotos e vídeos são compartilhados entre elas. Tanta exposição e tanto tempo online acabou criando uma nova geração de criminosos e ataques que visam o roubo de senhas de banco, cartão de crédito e senhas de e-mail ou do site de rede social.

RY - Como evitar que o computador seja infectado? Bruno – Duas práticas são fundamentais: ter um comportamento seguro e contar com uma solução de segurança apropriada. O usuário deve sempre suspeitar de links que recebe através de e-mails, mesmo quando o destinatário é conhecido. Hoje, quase todas as instituições financeiras não enviam mensagens eletrônicas a seus clientes, exatamente para não ajudar a promover esse tipo de ataque. Além disso, sempre tomar cuidado onde se clica. Muitas vezes, o endereço de internet que aparece no corpo de mensagem não é o endereço final que o usuário será levado. Por isso, também recomendamos que o usuário posicione o mouse sobre o endereço que pretende clicar e confira se é realmente o


um local que concentre denúncias desta espécie. Recomendamos à vítima de crime virtual, se for de caráter financeiro, entrar em contato com o Banco, denunciar o ocorrido e buscar orientações. As instituições seguem a prática de ressarcir os correntistas tão logo o problema seja identificado. endereço que ele deseja prosseguir.

RY - Que tipo de precauções são necessárias ao consultar dados bancários ou compras pela internet? Bruno - É possível se proteger de armadilhas com sites falsos de banco ao utilizar uma solução de segurança com recurso antiphishing, tal como o Norton Internet Security e Norton 360. Neste caso, o usuário é alertado de que a página é suspeita antes de entrar qualquer dado. Proteja seu computador de vírus e outras ameaças digitais que espionam o que o usuário digita e clica. Não use um computador público, como de um telecentro ou uma Lan House. Nunca clique em links enviados por terceiros. Preste atenção no site que você visitou. Desconfie se algo estiver “estranho” como o banco pediu todas as senhas do seu cartão ou a loja eletrônica pede o número do cartão de crédito em local incomum. Na dúvida, feche seu navegador e entre na página novamente. Verifique o “certificado do site”, clicando no cadeado ao lado da barra de endereços do navegador. Caso o endereço apresentado no certificado for diferente do mostrado no navegador, feche o browser e digite o endereço novamente. Se não houver cadeado algum e a página solicitar a senha do banco, a página muito provavelmente é falsa.

RY - Como a legislação brasileira pune os criminosos virtuais? Bruno - Há jurisprudência em relação ao tema, uma vez que mais casos de crime digital vão ganhando atenção. Diferentemente do que muitos pensam, é possível, sim, identificar de que máquina partiu uma difamação, mesmo quando se trata de um computador público e punir o autor.

RY - Quais as orientações para as pessoas que foram vítimas de crimes virtuais? Bruno - Há policiais especializados no tema, mas não há

RY - Os jovens são alvos fáceis por causa das comunidades virtuais? Bruno - Comunidades virtuais são um convite para as pessoas falarem mais de si mesmas e trocarem experiências e ideias com colegas conhecidos e pessoas desconhecidas. O jovem precisa estar ciente de que qualquer conteúdo veiculado na web, mesmo se protegido por uma senha ou visualizado somente pelos amigos, pode ser copiado e colado para qualquer outro lugar na rede virtual. Informações sobre onde estuda, o carro do pai e por onde viajou servem de subsídio para criminosos analisarem que tipo de crime podem praticar contra o jovem.

RY - Usar rede de internet sem fio de locais públicos é seguro? Bruno - É seguro desde que se tome alguns cuidados. Tenha um bom antivírus, com um firewall ativado para evitar que outras pessoas consigam acessar o seu computador ou mesmo utilizá-lo para atacar outros computadores sem o seu conhecimento. Lembre-se de nunca digitar o número de cartões de créditos, senhas bancárias ou qualquer tipo de informação financeira enquanto utiliza uma rede pública. Caso você precise efetuar o uso, assegure-se de que apareça um ícone de cadeado bloqueado no canto inferior direito da janela do browser e certifique-se de que o endereço comece por HTTPS – o “s” significa seguro. Além disso, desative o recurso do sistema operacional de se conectar a rede WiFi mais próxima. Sempre escolha a rede WiFi do seu provedor. Não navegue “de graça” em redes abertas, pois elas podem conter ferramentas de monitoramento.

RY - Usar computadores de Lan House é seguro? Bruno - Não é recomendável utilizar esses computadores para transações financeiras ou compras por comércio eletrônico. Também é importante considerar se o estabelecimento é de confiança e conta com soluções de segurança ativas e atualizadas. Se não, melhor nem logar no e-mail. 33


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Texto Leonor Macedo

Futebol Foto Deo Koe


Profissão: boleiro Você é um perna de pau? Descubra que mesmo assim você tem chance no futebol Para trabalhar com futebol não é preciso ser um dos 22 jogadores em campo. Também não é necessário vestir preto, ter a mãe xingada e ser o árbitro. Qualquer perna de pau pode ser um profissional deste esporte. Veja o exemplo do radialista Marco Bianchi, que nunca precisou ser um atleta para trabalhar com o jogo trazido para o Brasil pelo inglês Charles Miller, em 1894. Não que Marco não arrisque a praticar atividades de vez em quando, mas seu forte são a bocha e a ginástica calistênica, como gosta de dizer. Para ganhar dinheiro com o esporte preferido de dez entre dez brasileiros, Bianchi precisou ser um craque do humor e das palavras. Hoje, ao lado de Paulo Bonfá, é apresentador do RockGol, da MTV, uma das inúmeras mesas redondas que atormentam algumas mulheres e são a fartura para os amantes do futebol discutirem pormenores nas noites de domingo em quase todos os canais abertos da televisão brasileira. O diferencial do programa de Bianchi é a linguagem jovem, bem humorada e despretensiosa, aliada a diversidade dos convidados. Junto com jogadores e técnicos de futebol, sempre há um músico torcedor e apaixonado pelo esporte, que dá aquela sensação de estar lá dentro do programa. Só na MTV, Marco Bianchi tem mais de dez anos de casa. Começou em 1997, quando ele e Bonfá foram convidados para narrar o RockGol, que, antes de se tornar o nome do programa, batizava o campeonato disputado por bandas e funcionários do canal. “O convite veio porque apresentávamos Sobrinhos do Ataíde, um humorístico da rádio 89FM. Mas comecei na rádio USP, em 1991, mesma época em

que cursava Rádio e TV na Escola de Comunicação e Artes (ECA), na Universidade de São Paulo”, lembra Bianchi. Antes de fazer Rádio e TV, o apresentador pensou em um curso de publicidade e propaganda. “Preferi atender ao interesse público e não ao privado”, diz, justificando a decisão. O público boleiro agradece.

Muito além das quatro linhas Pensemos na final da Copa do Brasil, disputada no último dia primeiro de julho, entre Corinthians e Internacional, no Rio Grande do Sul. Eram 11 jogadores titulares de cada lado do campo do Beira Rio, além de um técnico e outros seis atletas reservas no banco de cada equipe. Um trio de arbitragem foi responsável por marcar dezenas de faltas, distribuir cinco cartões amarelos e outros dois vermelhos, enquanto um segundo árbitro anotava em sua súmula cada uma das punições recebidas pelos jogadores. Quando, depois de uma defesa, o goleiro corintiano Felipe caiu no chão e se contundiu, uma dupla formada por médico e massagista entrou em campo para atendê-lo. No primeiro tempo, o presidente corintiano Andrés Sanchez comemorou das tribunas do estádio os dois gols alvinegros que garantiam a taça do torneio à equipe paulista. Já nos 45 minutos finais da partida, foi a vez de Fernando Carvalho, dirigente máximo do Internacional vibrar com um empate no placar e a possibilidade do time gaúcho conseguir virar o jogo. E os gandulas repunham a bola rapidamente para que isso fosse possível. Só nesta pequena narrativa do que foi a final da Copa do 35


Foto Kelly Fuzaro/MTV

Futebol

Marcos Bianchi não é bom de bola, mas é um craque do humor e das palavras Brasil dá para contar cerca de 50 profissionais do futebol. Mas, fugindo do óbvio, das quatro linhas que cercam o campo de um estádio, o número de quem trabalha com a bola – nas mãos, nos pés, nas palavras, que seja – é muito maior. Para que o zagueiro Bolívar, por exemplo, pudesse defender o Internacional naquele dia, o departamento jurídico do clube gaúcho trabalhou na sua renovação de contrato e liberação para o jogo. Segundo dados do jornal Zero Hora, apenas a Rede Globo, uma das emissoras que transmitiu a partida para todo o Brasil, enviou a Porto Alegre mais de cem funcionários. Fora ela, outros diversos veículos de comunicação - impressa, de rádio, ou televisiva - fizeram a cobertura da final. Uma empresa de turismo especializada em jogos da equipe do Parque São Jorge levou centenas de corintianos ao Sul do País. Outros milhares embarcaram em ônibus e aviões por conta própria para acompanhar o time, mesmo de longe, na decisão nacional. Foram destacados cerca de 800 soldados da Brigada Militar de Porto Alegre para garantir a segurança dos 50.286 torcedores que lotaram o Beira Rio naquela noite fria de inverno. Tudo isto é só para ilustrar, rapidamente, quantas pesso36

as podem ganhar dinheiro com esta paixão nacional. Se a matéria tentasse descrever todas as profissões em função daquela partida do dia primeiro de julho, teria de pedir emprestadas as outras páginas desta publicação.

Mais do que só futebol Um dos primeiros contatos que a gente tem com o futebol, bem menino (ou menina), é na escola, nas aulas de educação física. É muitas vezes lá que se aprende as primeiras regras do esporte. Quando Cleber Liberal, de 27 anos, resolveu cursar Educação Física na universidade, pensou na habilidade que sempre teve para atividades esportivas. Desde pequeno era o primeiro a ser escolhido nos times da escola. A facilidade para o esporte levou-o para algumas equipes profissionais de voleibol aos 12 anos, mas Cléber não optou por jogar profissionalmente. Queria, sim, ser professor. “Comecei dando aulas de educação física em escolas estaduais, particulares, para deficientes físicos, em academias e Organizações não Governamentais”, explica Cléber. Hoje, ministra aulas de futebol em um projeto da ONG Instituto Sou da Paz. “Acredito que o ensino, de uma forma geral, não só o do futebol, deve passar por uma reformulação. Trabalho com o conceito da educação pelo esporte, que vai além de ensinar


Foto Arquivo Pessoal

“A troca de ensinamentos entre professor e alunos é o que mais me motiva a continuar ensinando esportes” a prática da modalidade, mas o desenvolvimento humano integral dos alunos. O profissional de educação física tem a responsabilidade de ensinar questões que os alunos levarão para suas vidas, como noções de cidadania, solidariedade, inclusão social, responsabilidade, companheirismo, direitos e deveres”, defende Cléber. De acordo com o professor, o mais difícil em sua profissão é “o descaso que muitos fazem não só do Educador Físico, mas da arte de ensinar e trabalhar com crianças e adolescentes”. “Isso acontece até mesmo entre profissionais da área. Creio que muitos não têm noção das ferramentas que possuem para investir na nossa educação. Há uma relação direta entre esta questão e as universidades que capacitam para estas profissões”, garante. Quando perguntado sobre o que mais gosta em sua atividade de educador físico, Cléber não consegue lembrar daquilo que desgosta. “A troca de ensinamentos entre professor e alunos é o que mais me motiva a continuar ensinando esportes. Gosto de usar o futebol como ferramenta educativa. Nunca é só uma simples partida de futebol”, conclui.

Habilidade com a bola e dinheiro no bolso Se muita gente consegue viver trabalhando com futebol, é quase uma verdade absoluta que para ficar multimilionário

nesse meio é preciso ser um jogador. O meia Kaká, recentemente transferido do Milan para o Real Madrid, tem uma fortuna estimada em mais de 50 milhões de reais. Já o atleta Ronaldo, atualmente no Corinthians, tem um patrimônio avaliado em mais de 280 milhões de reais. O meio campista Héverton Alves, atleta da Portuguesa de Desportos, ainda não conseguiu acumular tantas cifras, mas realizou seu sonho de criança ao se tornar jogador de futebol. Sempre se destacou entre os amigos nos campos de Brasília, DF, onde nasceu. “Quis ser atleta desde que me conheço por gente, mas foi meu pai quem deu um empurrãozinho”, lembra. Novo, arrumou suas malas e mudou-se para o interior de São Paulo, quando recebeu uma oportunidade do Guarani, equipe de Campinas. Depois foi ainda mais longe, na Turquia, defender o time do Ankaragüçu. Ao voltar para o Brasil, atuou pela Ponte Preta, maior rival do Guarani. De lá, despertou o interesse do Corinthians, em seguida do Vitória da Bahia e agora da Portuguesa. Pensando na curta carreira que tem um jogador de futebol, aos 23 anos Héverton já dá um destino para seu dinheiro. “Aplico tudo que ganho em imóveis e previdência”, conta. Com a vida nômade desde pequeno, o atleta teve pouco tempo para se dedicar aos estudos, mas se tivesse que es37


Foto Divulgação

Futebol

é quase uma verdade absoluta que para ficar multimilionário no futebol é preciso ser um jogador colher outra profissão, optaria por algo ligado aos esportes: “É o que amo fazer. Foi só jogando que consegui minha felicidade”.

Luluzinha Futebol Clube Grande parte dos profissionais envolvidos com o futebol é composta pelo gênero masculino. São eles que são cobrados a amar o esporte desde pequenos, quase como um sinônimo de virilidade. Aos poucos, as mulheres foram ocupando seus lugares. Apesar de o futebol feminino ainda ser inexpressivo no País e contar com pouco patrocínio e investimento dos clubes, a melhor jogadora do mundo é brasileira. Em 2008, ela foi eleita pela FIFA – Federação Internacional de Futebol, órgão máximo do futebol mundial, a melhor do mundo pela terceira vez. Quem frequenta os estádios também acompanha um aumento visível de torcedoras nas arquibancadas. Se antes elas iam aos jogos para acompanhar seus maridos e namorados, hoje, existe muito homem indo às partidas para acompanhar a mulher. Na imprensa não poderia ser diferente. Antes, para falar de futebol o ambiente era restrito ao clube do Bolinha. Depois vieram nomes como Soninha, Milly Lacombe, Marília Ruiz, Joana Assis e Renata Fan para discutir o mundo boleiro 38

com os marmanjos na televisão. E outras tantas mulheres assinando matérias em sites, jornais e revistas, sobre o dia a dia dos clubes, os resultados das partidas, os bastidores da política das confederações e federações. Uma delas é Julyana Travaglia, jornalista do site Globo Esporte. Foi a paixão pelo futebol que a aproximou da profissão, embora tenha pensado em fazer medicina esportiva. “Passava as tardes de domingo grudadas com meu pai, diante da televisão e assistindo tudo quanto era jogo. Gosto de ir para a rua, da correria dos treinos, das entrevistas que contam sobre a vida dos jogadores e os tornam mais ‘humanos’ para os torcedores. Mas detesto o período de especulações, com atletas chegando e saindo dos clubes”, garante. Embora não revele o time que torce por uma questão ética, a jornalista costuma ir aos jogos de seu clube também quando não está trabalhando. “Querer estar perto do seu time de coração é o que move a pessoa a procurar o jornalistamo esportivo. O que acontece é que invariavelmente você acaba se decepcionando com as coisas que vê. A paixão clubística diminui um pouco e dá mais espaço ao profissionalismo”, conclui.

O dia seguinte no trabalho É possível trabalhar com futebol sendo médico, massagis-


Foto Divulgação

As mulheres estão invadindo as quatro linhas do futebol e indo cada dia mais além delas ta, fisioterapeuta, policial, bombeiro, administrador, cientista social, atleta, jornalista, publicitário, cineasta, advogado, radialista, câmera, comentarista, turismólogo, enfim, é possível ganhar dinheiro com a bola (mesmo que seja pouco, o suficiente para viver ou acumular dezenas de dígitos) desenvolvendo várias profissões. A questão é que o futebol influencia todo e qualquer tipo de emprego. Pensemos, novamente, na final da Copa do Brasil e em todas as outras partidas que já ocorreram desde a vinda de Charles Miller para o país, em 1894. Lá no Beira Rio, dois mil corintianos vibraram com a conquista da taça da Copa do Brasil. E outros 33 milhões de torcedores do clube foram trabalhar felizes na quinta-feira seguinte à vitória. Era o padeiro corintiano servindo o pão sorridente para a freguesa. O motorista corintiano preso no trânsito de São Paulo e assoviando o hino do clube. A professora alvinegra ensinando as crianças da escolinha com mais alegria. O pedreiro batendo a laje com mais força. O administrador conquistando bons negócios. A arquiteta projetando um prédio mais bonito. A jornalista escrevendo com mais paixão. O ator atuando de maneira mais convincente. Do outro lado, milhões de torcedores do Internacional trabalharam mais tristes no dia seguinte, enquanto outros milhões de gremistas, lá em Porto Alegre, desempenharam

suas funções com um risinho debochado no canto da boca. Porque o futebol é assim. Mexe com nosso bolso, com nossas escolhas, com nosso humor e com nosso coração.

Cursos ligados a área Seria impossível escrever em uma só matéria quantas profissões cabem dentro do futebol para quem é apaixonado pelo esporte. Assim, na rede é possível se informar melhor sobre alguns cursos, como o de gestão e marketing esportiva. No site http://www.cursodemarketingesportivo.com/ existem muitas informações sobre o curso e a profissão. Os interessados podem fazer um cadastro e trocar ideias com outros profissionais. Já a página http://www.direitodesportivo.com.br/ descreve como um advogado pode defender clubes, confederações, torcedores, federações e todos os órgãos envolvidos no futebol. Estão disponíveis todas as leis esportivas para serem consultadas, tanto do futebol, quanto de outros esportes.

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Foto Arquivo Pessoal

Perfil

ELE ACERTOU NA MOSCA Produtos e empresas segmentadas são uma tendência. e se especializar é uma forma de conhecer melhor o produto e seus clientes. Veja como Marcos Calligari transformou uma agência de publicidade em um case de sucesso Aos 38 anos, podemos dizer que Marcos Calligari acertou o público jovem “na mosca”, expressão popular, comum para dizer quando alguém acerta em cheio o alvo. Ele está no comando da Namosca desde 2008, uma das principais agências de publicidade especializadas em marketing jovem, criada em 2003. E está sempre atento em tudo o que acontece no ambiente jovem e nas tendências e hábitos de vanguarda. De acordo com a pesquisa PNADE 2007, do IBGE, existe no Brasil 34 milhões de jovens entre 15 e 24 anos, que representam 18% da população brasileira. São jovens economicamente ativos, que estudam e trabalham. De olho neste nicho, a agência ultraespecializada na inovação se posicionou no mercado. “A Namosca nasceu de uma crítica ao modelo de valor trabalhado pelo mercado publicitário em geral, que valoriza a ferramenta e não o consumidor. Optamos por nos especializar num target que ao mesmo tem40

po é relevante, afinal o Brasil ainda é majoritariamente jovem, instigante, porque trabalhar com o jovem nos obriga a praticar o desprendimento de soluções, meios e rotinas - posto que está obsoleto diariamente e principalmente desafiante, pois tivemos nestes seis anos que catequizar” um mercado anunciante acostumado a contratar ferramentas”, diz Marcos.

Especialização e “ralação” E quem pensa que para ter uma agência é necessário apenas um diploma na parede e espírito empreendedor está muito enganado. O currículo do paulistano formado em Economia na USP e publicidade na ESPM, pós-graduado na FEA-USP em Marketing e com MBA na Insead, França (considerada uma das três melhores escolas de negócios do mundo), prova que é preciso muita “ralação”. Marcos, já trabalhou na Credicard, Souza Cruz, Brahma (hoje AmBev), Ipsos-Novaction, sempre em


RY - O que contribui mais para a profissão de publicitário: a formação pessoal ou a graduação? Acho que ambas são imprescindíveis, ainda mais num modelo de agência como o da Namosca, que privilegia o diagnóstico, conhecimento profundo do seu target e soluções mercadológicas para um público conectado com a inovação e a experimentação.

RY - Que outros cursos fez que agregou à profissão? MBA no Insead, além de ter sido monitor do acampamento Pumas (incrível).

RY - Quando montou agência? A Namosca foi criada em 2003 e me juntei formalmente a ela em 2008. posições de marketing, além de ter sido responsável pela maior escola online do mundo (www.englishtown.com) no Brasil, depois na América Latina, Espanha e Ásia. Morou na França, EUA e China e hoje é o responsável pela EF, empresa de estudos no exterior, presente em mais de 40 países. Confira abaixo uma bate papo com o profissional. Pense rápido!

RY - Paixões e hobbies Minha filhota, montanhismo, leitura e viagens.

RY - Ser publicitário é... Um sonho.

RY - O que o levou a escolher a profissão de publicitário?

RY - Quem foram os primeiros clientes? Tivemos sorte. Logo no primeiro ano conquistamos AmBev e Johnson & Johnson, clientes até hoje.

RY - Como estão hoje no mercado? Além de ter tornado o conceito de marketing jovem amplamente conhecido, bem como nosso posicionamento, crescemos a uma taxa de 100% ao ano, que deve ser suavizada nesse ano por conta do cenário local e global.

RY - Que recado daria para quem quer ser publicitário? Que tenham muita perseverança, criatividade e envolvimento com a empresa onde estão.

Sempre me achei criativo e a publicidade permite expressar essa faceta da minha personalidade.

RY - Quais as características pessoais que ajudaram na profissão? Sensibilidade, curiosidade, formação técnica.

RY - Em quais lugares relevantes trabalhou? Trabalhei na Credicard, Souza Cruz, AmBev, EF e Ipsos. Nestes lugares aprendi a dinâmica da estrutura corporativa, processos e a negociar pelos meus objetivos.

RY - Como a faculdade ajudou na formação? Proporcionou-me o kick-off técnico e relacionamentos que carrego comigo até hoje.

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Foto Arquivo Pessoal

Blog

Leonor Macedo, 26, é mãe do Lucas, corintiana praticante, adora ganhar trufas, mas, no fundo, alimenta um desejo não muito secreto de ser Bruce Lee. Enquanto não consegue, escreve no blog eneaotil e colabora com a Revista Young

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Gol de placa na rede Postado por Leonor Macedo

No País onde todo mundo é técnico de futebol, em sua blogosfera não poderia ser diferente. Centenas de blogs surgiram nos últimos anos para narrar as partidas dos clubes sem voz de Galvão e sem ter que esperar o fim da novela. Em cada post, os blogs resgatam e disseminam histórias, recentes ou não, de dezenas de clubes brasileiros e estrangeiros, profissionais ou de várzea. Mas a função mais importante de um blog de futebol, pelo menos na humilde visão desta blogueira apaixonada pelo esporte, é ser um espaço alternativo de informação. No Brasil, onde boa parte da imprensa serve para atender aos caprichos de clubes, federações e confederações, os blogueiros escrevem a sua versão do futebol sob o ponto de vista daquele que é peça fundamental nesta história: o torcedor. TOP 5 Melhores Blogs de Futebol Vai, lateral! - http://vailateral.wordpress.com/ - Ele fala da relação que criou com o pai nas arquibancadas do Pacaembu, do escandaloso preço do ingresso, dos motivos que causam a violência no futebol, da crise no futebol internacional, de craque gordo, de craque magro e de perna-de- pau. Ele fala até de como um corinthiano pode admirar e respeitar o goleiro Marcos, guarda-metas do maior rival Palmeiras. O pai dos textos críticos, bem escritos e, muitas vezes, poéticos, é o paulistano, vegetariano, geógrafo, anarquista e alvinegro Kadj Oman. “Porque para o Corinthians, o Inferno foi azul, e o Paraíso vermelho. Com um céu, como sempre, alvinegro. E com mais uma estrela. O título de um time do povo até a alma: onde o peão se tornou rei com a ajuda do presidente que se tornou só mais um”. Por Kadj Oman, no texto O campeão do povo: http://vailateral.wordpress.com/2009/07/03/o-campeao-do-povo/. Anhangüera - http://anhanguera.blogspot.com/ - Nostalgia, cachaça, samba e futebol. É disso que é feito o blog Anhangüera. Uma das equipes mais antigas de São Paulo, o Anhangüera surgiu na década de 20 e atualmente disputa os campeonatos da várzea paulistana. Sua história se confunde com a de um dos principais bairros da capital paulista, a Barra Funda. Quem escreve o blog Anhangüera é Arthur Tirone, paulistano apaixonado pelo clube e pelo bairro. Além dos resultados dos jogos da equipe, Tirone pesquisa e relembra, com um texto delicioso, fatos que ocorreram com jogadores, torcedores e dirigentes do clube desde sua fundação. E mistura em suas histórias a tríplice indispensável para um verdadeiro clássico: futebol, cachaça e samba. 42


“Nonno Ercole era assíduo frequentador de um clube de futebol de várzea da Barra Funda, o velho bairro operário paulistano em que a família vivia, e quase todos os seus filhos passaram pelo lendário esquadrão do Anhangüera, presença imprescindível nos torneios matutinos do CMTC Clube”. Por Arthur Tirone, no texto Ê, ô, ê, ô, o Anhanguera é um terrô: http://anhanguera.blogspot.com/2008/11/ o-anhanguera-um-terr.html. Impedimento - http://impedimento.wordpress.com/ - Criado por cinco torcedores sulistas, que vivem no Rio Grande do Sul, o Impedimento cobre o futebol Sul Americano de países como o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Apesar de o blog ter sido idealizado por gaúchos, existem outros sete colaboradores de outras regiões do país. Com textos bem escritos e bem-humorados, o Impedimento ressalta a importância da torcida para um clube e é um dos blogs independentes de futebol mais lidos e comentados da internet brasileira. “Sou guri novo nesse negócio de secar o Inter. Até porque, convenhamos, nunca foi lá muito necessário. Por muito tempo, ver o coirmão atuar era como assistir a uma videocassetada: todo mundo alegre e feliz, segundos antes de quebrar a cara. E se tu não assistes, eles irão quebrar a cara mesmo assim. Logo, pouco importa”. Por Cauê Fonseca, um dos blogueiros, no texto Confesso que sequei – Até que o vermelho fique marrom: http://impedimento.wordpress.com/2009/07/01/confessoque-sequei-%E2%80%93-ate-que-o-vermelho-fique-marrom/. Futepoca - http://www.futepoca.com.br/ - Sai o samba e entra a política. A tríade futebol, política e cachaça, do blog Futepoca, cresceu tanto que virou site com domínio próprio. Para mostrar que futebol e política se discutem, sim, oito jornalistas (e outros tantos colaboradores) se uniram e transformaram essa página em mesa de boteco. Também são publicadas entrevistas imperdíveis com personalidades como o cineasta Zé do Caixão e o dirigente de futebol e economista Luiz Gonzaga Beluzzo. O Futepoca é imperdível. “O time de futebol de Santa Rita Velha estava jogando na vizinha cidade de Presépio, contra seu adversário, o Presépio Sport Club. A bola, velha e meio torta, meio oval, não atrapalhava em nada a qualidade de jogo. Combinava bem com a forma de jogar dos dois times”. Do texto publicado no blog O Salomão do Futebol: http://www.futepoca.com.br/2009/07/o-salomao-do-futebol.html. As mil camisas - http://asmilcamisas.wordpress.com/ - Com base em uma lenda antiga que nasceu na China do século III, na época da dinastia de Han, o blogueiro Mau, torcedor fervoroso do Santo André, pensou em reunir no blog histórias relacionadas a mil camisetas de times de futebol. Segundo a lenda, escrita por um militar secreto que descreveu também o exercício que se tornaria o futebol, “a verdade sobre os poderes de Tshu Kuh somente fará sentido quando não 11, ou 100, mas 1.000 mantos de clãs diferentes forem reunidos sem guerras e sem competição. Somente pelo amor ao Tshu Kuh”. Somente pelo amor ao futebol. Além de contar as histórias das camisas, Mau conta fatos sobre o clube, os escudos, os mascotes e não só isso: também enriquece o blog com partidas e personagens atuais. “É a segunda vez que vamos até São João da Boa Vista. Da primeira vez, conhecemos o campo da tradicional Esportiva Sanjoanense. Dessa vez fomos atrás da beleza dos estádios menores, mas confesso que o mais bonito foi o azul do céu em frente a uma das várias igrejas da cidade que eu e a Mari conhecemos”. Do texto Em Busca do Estádio Perdido, em São João da Boa Vista: http://asmilcamisas.wordpress.com/2009/07/03/em-busca-do-estadio-perdido-em-sao-joao-da-boa-vista/.

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Fotos Divulgação

Voluntariado

Nicolau Kietzmann, é jornalista e assessor de imprensa especializado em gastronomia, literatura e ecoturismo. Viajou durante 10 anos pelo Brasil escrevendo matérias de ecoturismo. Agora vive feliz em São Paulo onde “sentou poeira”.

Iniciativa show de bola Jogadores aproveitam a popularidade do futebol para fazerem verdadeiros golaços na área social. Conheça o trabalho da Fundação Gol de Letra e do Instituto Ronaldinho Gaúcho Sempre se noticia por aí as “derrapadas” dos jogadores de futebol. E nossa “pátria de chuteiras” acompanha cada caso com interesse e debates mil. Mas no país do futebol alguns jogadores aproveitam a fama e o sucesso para marcarem verdadeiros gols de placa na contribuição pela melhoria do nosso país. Uma bola que chega cruzada. O jogador com força, presença e ousadia toca com o calcanhar, por trás da outra perna, deixando o goleiro no chão, a bola a balançar a rede e uma torcida eufórica. Isso é um gol de letra, nome apropriado para a Fundação criada em 1998, pelos exjogadores de futebol Raí de Oliveira (São Paulo Futebol Clube, Paris Saint Germain e Seleção Brasileira) e Leonardo Nascimento Araújo (Flamengo, São Paulo Futebol Clube, Milan e Seleção Brasileira). A instituição é reconhecida pela UNESCO como modelo mundial no apoio às crianças em situação de vulnerabilidade social. “Nossa missão é contribuir para a formação educacional e cultural de crianças e jovens, para que possam atuar com autonomia na transformação de suas realidades”, diz Raí de Oliveira, presidente da Fundação Gol de Letra. A psicóloga Valéria Donófrio, coordenadora do Programa de Jovens da Fundação Gol de Letra, iniciou o projeto em 2001 e já atendeu mais de 800 jovens entre 14 a 21anos. O objetivo é um só: oferecer a estes meninos uma reflexão sobre a sociedade e melhorar o espaço em que vivem através de atividades culturais como o grafite, oficinas de leitura e vídeo. 44


Com a autoestima desenvolvida, os jovens tem maior possibilidade progredir na vida

Mais um golaço Driblou um, dois, três, correu para a lateral, o goleiro saiu da pequena área, driblou o goleiro e entrou com bola e tudo no gol. Este gol fictício foi marcado em dezembro de 2006, por Ronaldinho Gaúcho quando inaugurou o instituto que leva seu nome e atende atualmente cerca de 1000 crianças dos 7 aos 17 anos. Fotos: Divulgação/ Arquivo Pessoal

O projeto também tem a função de inserir o jovem no mercado de trabalho. “Com a autoestima desenvolvida, os jovens tem maior possibilidade de progredir na vida. Incentivamos a melhoria do aprendizado e ajudamos na inserção deles no mercado”, ressalta Valéria. A psicóloga diz ainda que o interesse pela WEB é utilizado para manter uma lista de oportunidades que são enviadas a ele. “Mantemos também um mural para que eles possam consultar as novas vagas e ainda temos parcerias com empresas para absorver esses jovens”, complementa. Angel Silvia Souza, 16 anos, entrou para a Fundação Gol de Letra com apenas sete anos de idade, no projeto Virando Jogo, para crianças de 7 a 14 anos, e nunca mais se desligou da fundação. “Aqui é muito legal, tenho amigos, tiro dúvidas da escola e ainda sou diretora de vídeos há mais de 1 ano”, conta, orgulhosa. Hoje, incluída no projeto Menor Aprendiz, faz um estágio no Banco do Brasil de meio período na área administrativa há três meses: “Estou no 2º ano do ensino médio, mas já penso na faculdade que vou fazer. Ainda não sei se quero administração ou seguir carreira em direção de cinema” afirma. A Fundação Gol de Letra atua com a educação integral de cerca de mil crianças, adolescentes e jovens, além

de ajudar suas famílias. Em São Paulo está situada na Vila Albertina e, no Rio de Janeiro, no bairro do Caju. Em parceria com a Instituição Francesa Sport Dans la Ville, 12 alunos da entidade brasileira com idade entre 13 e 16 anos viajaram para Paris, em julho. Foram acompanhados por três educadores, onde desenvolveram atividades culturais e passeios turísticos para conhecer melhor a cultura francesa. “Em abril de 2009 recebemos um grupo de adolescentes franceses e foi uma experiência incrível. O intercâmbio entre jovens de países tão diferentes como Brasil e França, vindos de comunidades socialmente vulneráveis, possui um valor inestimável na formação desses futuros cidadãos do mundo. É a possibilidade de uma aproximação que seria impossível por outros meios”, complementa Raí.

Os jogadores Rai de Oliveira e Leonardo Nascimento de Araújo

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Voluntariado

Para ajudar a transformar a vida destas crianças, o Instituto Ronaldinho Gaúcho oferece a dupla dinâmica do sucesso: esporte e cultura para ajudar na inserção social. E vai além oferecendo também assistência médica, odontológica, psicológica, nutricional, assistencial e projetos culturais de reforço educacional, de desenvolvimento pessoal em áreas como pedagogia, filosofia, empreendedorismo e educação ambiental. O Instituto é um sonho de Ronaldinho Gaúcho e de sua família. As oportunidades e os resultados oferecidos dão sentido para a frase do jogador, dita entre lágrimas em sua inauguração. “É o maior gol da minha vida”. A coordenadora geral Magela Lindner, com 25 anos de experiência na área educacional, à frente do projeto chamado de Letras e Gols Jogos-Gaúchos de Verão, conta que o objetivo do trabalho é atingir as crianças em situação de vulnerabilidade social, além de proporcionar transporte, alimentação e assistência médica imediata. Em julho de 2009 a Positivo Informática doou seis mesas educacionais e treinamento para os educadores, além do uso do software livre. “Com isso nossas crianças podem ter desde o primeiro contato com a computação até aprender inglês e matemática de forma lúdica”, comemora Magela. A ação do Instituto não só engloba a região de Porto Alegre, sede da instituição, como ultrapassa fronteiras. Em Salvador foi inaugurado o Projeto Jogos da Cidadania que irá beneficiar duas mil crianças e adolescentes, a partir de julho, com cursos de qualificação profissional na área de tecnologia da informação, além do uso constante do esporte em treinos de futebol de campo, futebol de salão, vôlei e basquete. O programa será voltado para educação, trabalhará no combate à violência juvenil através de atividades culturais e oportunidades de lazer e encaminhará os jovens mais preparados para o mercado de trabalho. “Deus me deu tanta coisa na vida que hoje acho importante retribuir”, finaliza Ronaldinho. Você trabalha em um programa voluntário? Conhece uma instituição que dá história? Escreva para nós: revistayoung@gmail.com.

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MEU ESTILO? TORCEDOR

Fotos Divulgação

clássicas

Por Denise Camargo

Garimpo

Ser torcedor é muito mais que vibrar durante os 90 minutos de um jogo de futebol. É também questão de estilo, por isso, escolhemos alguns produtos para você que gosta de moda do esporte

Camisa inspirada nos modelos utilizados pelo Corinthians no início dos anos 90, com a assinatura do craque Neto; preço sugerido: R$ 109,90 Camisa retrô Santos do campeonato de 1980; preço sugerido: R$179,90 Versão da camisa de 1991, do São Paulo; preço sugerido: R$ 179,90

para elas Jaqueta feminina do Corinthians, alusiva a origem do clube, com um dos seus primeiros símbolos; preço sugerido: R$ 219,90 Camisa Oficial de jogo São Paulo feminina; preço sugerido: R$: 149,90

oficiais Camisa do Santos para a temporada 2009; preço sugerido: R$169,90 Agasalho de viagem, do São Paulo 2009; preço sugerido: R$ 359,00 Camisa oficial do Palmeiras para o 2º semestre de 2009 e 1º semestre de 2010; preço sugerido R$ 159,90 48


PARA SOCIETY Design exclusivo, a chuteira Topper Society Flex tem solado com sistemas que garantem maior flexão e movimentação. Protege o atleta contra lesões e sistema de amortecimento; preço sugerido: R$ 159,99. Outra opção é o modelo Light, com solado de borracha, próprio para jogar em grama sintética; preço sugerido: R$ 89,00

VERSÁTEIS Mochila oficial do São Paulo, Reebok, modelo 2009; preço sugerido: 139,90 Mochila Adidas, em tecido inspirado na linha F50, com diversos compartimentos e espaços para colocar acessórios de futebol. Tiras ajustáveis para adaptação de altura; preço sugerido: R$ 129,90

OLHO NO LANCE As camisas Goleiro Marcos tem duas opções: uma manga longa e outra curta. Em poliéster, têm o autógrafo e o número da sorte (12) do goleiro tanto na frente como na parte de trás. Todos os títulos da carreira de Marcos também são lembrados na camisa. Modelo manga longa (adulto); preço sugerido – R$ 109,90 Camisa de manga curta (adulto); preço sugerido – R$ 94,90

Para saber mais: SAC adidas do Brasil (11) 2161-2961 (Para São Paulo e outros estados) 0800 - 55 62 77 (Não atende São Paulo) www.adidas.com.br

NO CAMPO Adidas homenageou a África do Sul com a bola oficial da Copa das Confederações FIFA 2009; preço sugerido R$ 399,99, réplica por R$ 49,90 e a minibola por R$ 39,90. Chuteira F50 i Tunit modelo usado por Leonel Messi na final da Liga dos Campeões da UEFA; preço sugerido: R$ 599,90

Todos os produtos podem ser encontrados nas lojas Roxos e Doentes Museu do Futebol. Telefone: (11) 3662-1656 www.roxosedoentes.com.br/museudofutebol Topper- Atendimento Master ao Cliente São Paulo: (11) 3045 5522 Outras localidades: 0800 70 70 566 www.topper.com.br

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Fotos Divulgação

Hi-tech Por Denise Camargo

CELULARES ECOLÓGICOS Já é possível utilizar o sistema de telefonia móvel com aparelhos que respeitam o meio ambiente A Samsung, em parceria com a TIM, apresentou o primeiro telefone móvel com energia solar. O aparelho oferece, além da bateria normal, uma placa traseira que é formada por células solares. Porém, ainda não é possível falar ao telefone usando somente a energia solar. Cada hora de carregamento ao sol equivale de 5 a 10 minutos de conversação. Segundo o fabricante, a tecnologia funciona em situações de emergência como, por exemplo, quando a bateria está acabando. O aparelho conta ainda com o uTrack, um sistema que envia mensagens em formato SMS para um número pré-determinado, alertando o usuário sobre a utilização do aparelho, o que facilita seu rastreamento em caso de perda ou roubo. Outra novidade é o SOS Message, que permite enviar uma mensagem para contatos pré-selecionados em caso de emergência, com o toque de apenas um botão.

Na onda dos recicláveis Nos Estados Unidos, outra novidade ficou por conta da operadora 50

Sprint que inovou com o Samsung Reclaim. O diferencial ecológico deste aparelhinho é que 40% de suas peças são feitas com um bioplástico à base de milho e 80% de todos os componentes são recicláveis.Imagine que até a tinta usada na pintura da caixa é à base de soja. Outro diferencial é o manual, que pode ser baixado do site da Samsung para economizar papel. O aparelho é bem simples e barato, custa US$ 50. Aqui no Brasil, já existem outros aparelhos com essa preocupação ecológica. Em março, a Motorola apresentou o W233 Eco, fabricado com material reciclado de garrafas plásticas e com certificado de neutralização de carbono emitido pelo CarbonFund. org. O produto também possui um kit 100% reciclável, incluindo a embalagem e o manual e uma bateria com maior vida útil.


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