Revista BEM AMBIENTAL

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Hemerocallis flava, nome popular: lírio amarelo. Família: Liliaceae. Prefere clima ameno e tem mais de 50 variedades em cores, formas e tamanhos.

revista

bem ambiental Uma publicação da MYR Projetos Sustentáveis w w w. r e v i s t ab e m a m b i e n t a l . c o m . b r

Ano 1 - número 01 - março de 2010


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Editorial A MYR tem em sua identidade o compromisso de se dedicar ao desenvolvimento de soluções sustentáveis, o que presume um equilíbrio entre a questão ambiental, social e econômica. Mas aplicar estes conceitos em seu dia a dia tem sido ao mesmo tempo um grande desafio e uma excelente oportunidade. A sociedade se preocupa cada vez mais com a questão ambiental, mas as nossas cidades clamam por soluções que possam resgatar a vida em comunidade e a qualidade de vida. É neste ambiente que atuamos desde o nascedouro da empresa, através de uma equipe multidisciplinar competente e dedicada, capaz de incrementar os conhecimentos a cada novo projeto e incorporando novos parceiros e colaboradores ao longo de todo o processo. A revista BEM AMBIENTAL é um projeto que surgiu da iniciativa dos nossos colaboradores com o intuito de reunir reflexões e estimular discussões. Logo percebemos que esta empreitada vai muito além do nosso ambiente e deveria ser estendida para toda a cidade. Assim, oferecemos a BEM AMBIENTAL a vocês, leitores, contribuindo de alguma forma com o desenvolvimento de uma visão crítica da nossa sociedade, mas também otimista, pois acreditamos nas nossas transformações. Espero que a leitura promova bons momentos, um abraço, Sergio Myssior sergio@myrprojetos.com.br Expediente Bem Ambiental é uma publicação institucional da MYR Projetos Sustentáveis. Coordenação geral Equipe MYR Projetos Sustentáveis Produção e Edição Sensata Comunicação Estratégica Jornalista responsável Isadora Camargos – JP 07449MG Projeto Gráfico e Diagramação Ana Carolina Diniz Fotos Caterina Uxa Jacob Jonas Gerbler Impressão Imprimaset Gráfica Todos os direitos reservados a MYR Projetos Sustentáveis. O conteúdo pode ser reproduzido desde que devidamente citado, sem alteração de sentido ou contexto. A versão digital pode ser acessada no site www.revistabemambiental.com.br

Índice Entrevista: Ronaldo Vasconcellos ..................... 4 Padrão Fifa presenteia belo-horizontinos ........ 8 Vetor Norte ....................................................... 10 Efeito estufa ....................................................... 12 Geoprocessamento ........................................... 14 Futuro mais limpo ............................................. 16 Análise .................................................................18 Lata, pet e papelão ........................................... 19 Normatização ................................................... 20 Jardinagem ......................................................... 22 Aquecimento global ......................................... 24 COP 15 .............................................................. 25 Faça sua parte .................................................... 26 Opinião .............................................................. 27 A arte do lixo ..................................................... 30 Coleta seletiva ................................................... 32 Em busca de uma cultura ambiental ............. 33 Artigo ................................................................ 34


Entrevista O Secretário Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte, Ronaldo Vasconcellos, tem a trajetória política marcada pelas ações e inquietações de um ambientalista. Em entrevista exclusiva à Bem Ambiental, ele fala dos desafios de planejar o desenvolvimento sustentável em uma metrópole prestes a receber jogos da Copa do Mundo. Bem Ambiental: Podemos afirmar que o desenvolvimento sustentável deixou de ser um sonho e passou a ser uma urgência? privado, as construtoras, que façam bons trabalhos de EIA, de Rima, de RCA, de PCA, porque senão os nossos técnicos são competentes e vão criar dificuldades mesmo. A base de um trabalho bem feito, entregue no tempo e à hora, contrata uma empresa de engenharia ambiental boa, que essa questão sai séria aqui da secretaria. Nós estamos nesse processo e estamos avançados. Inclusive já votamos algumas deliberações normativas. Por exemplo: na questão da “Minha Casa, Minha Vida”, hoje de uma maneira geral sem entrar nos detalhes, nós fizemos a junção da LP e da LI na mesma licença, na primeira licença, porque aí quem já tiver a LP e a LI pode começar a construção das casas.

Desenvolvimento sustentável é muito diferente de desenvolvimento econômico, muito diferente de crescimento econômico. É um desenvolvimento que respeita os recursos naturais. Isso é mais do que quase uma obrigação, é uma necessidade de sobrevivência do indivíduo. Se nós não tivermos o

Ronaldo

Vasconcellos:

desenvolvimento sustentável, nós temos o planeta só, não dá para colocarmos um elástico no planeta para tentar repercutir a mesma coisa na cidade. Nós vamos todos piorar cada vez mais a situação do planeta. Nós vamos todos nos arrebentar, a verdade é essa.

Bem Ambiental: Durante um bom tempo o meio ambiente foi visto como uma pasta de governo à parte. No interior do Estado ainda é comum um secretário de obras, desenvolvimento, planejamento e meio ambiente. Hoje, em Belo Horizonte, o meio ambiente é um tema transversal no poder executivo?

Bem Ambiental: Mas, na prática, com a cobrança diária, às vezes não parece um paradoxo crescimento e desenvolvimento sustentável? Ronaldo Vasconcellos: Sempre tem, sempre tem. Nós estamos agilizando o processo de licenciamento ambiental. Mas sempre pedindo ao empreendedor, seja ele público, entenda-se Sudecap, seja ele

Ronaldo Vasconcellos: A questão do meio 4


ambiente ainda é marginal nas prefeituras do interior. Marginal no sentido de ficar à margem, de ser secundário ou terciário. Aqui em Belo Horizonte, nós tivemos um

sustentável, Belo Horizonte poderia ser muito diferente do que é? Ronaldo Vasconcellos: Muito diferente para melhor. Nós perdemos muito tempo nesse nove anos que a secretaria ficou ai como secretaria de segundo nível. Eu acho que, mesmo que nes-

problema entre 2000 e 2009 porque a secretaria ficou subjugada a uma condição de secretaria adjunta durante nove anos. Nós estamos agora em um processo de recuperação. Imagina o trabalho que eu tive. Eu quero até te contar uma vantagem histórica da minha parte, que eu fiz parte da câmara municipal de Belo Horizonte que criou a secretaria municipal de Meio Ambiente em 1983. E agora como Secretário de Esporte e Meio Ambiente conduzi o processo de retorno da secretaria municipal ao status de secretaria de primeiro nível, que a gente fala de secretaria de coordenação. Em Belo Horizonte a pasta de meio ambiente é transversal. Participa das reuniões do secretário e do prefeito, estamos sempre em debate com o prefeito, com os outros secretários, há um envolvimento, há dificuldade, há discussão principalmente com a pasta de políticas urbanas.

sas prefeituras tenham feito umas ações pontuais importantes, nós não criamos uma política municipal de meio ambiente. Agora nós estamos no processo de criar. Por exemplo: uma reunião do Comam não pode ser somente uma reunião de julgar um processo, de dar licença para aquele processo. Uma reunião do Comam, eu já estou fazendo isso na minha administração, vota algumas deliberações normativas. Votei “Minha Casa, Minha Vida”, votei dos hotéis, agora nós estabelecemos a questão de um selo ambiental para aquelas empresas que trabalharam adequadamente com a questão ambiental e já tem gente pleiteando e pedindo esse selo. O que mostra a preocupação da área empresarial com a questão da qualidade do serviço que presta à comunidade. Não vende ali um produto, mas também quer realizar um trabalho adequado na área ambiental.

Bem Ambiental: Se a gente pudesse voltar no tempo, e tivesse o conhecimento que hoje se tem de meio ambiente, de impacto ambiental, de desenvolvimento

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Bem Ambiental: Quando se fala em propor outras alternativas de tráfego, de veículo, de mudança de comportamento, o cidadão está aberto a essas modificações? Ronaldo Vasconcellos: Se fosse assim há 30 anos, a questão do meio ambiente era vista assim como coisa de poetas, sonhadores, qualquer coisas assim, lunáticos. Hoje a sociedade e o cidadão já têm uma noção da questão ambiental. Mas a sociedade e o cidadão individual não têm nenhuma ação propositiva ou pró-ativa em relação à questão ambiental. Alguns poucos fazem o trabalho de coleta seletiva do lixo, alguns poucos deixam de jogar o lixo na rua, ou qualquer coisa assim. Mas hoje pelo menos eles já têm a informação e têm a consciência. O que falta

à sociedade hoje é uma ação efetiva pró meio ambiente, uma ação propositiva.

Bem Ambiental: Mas as perspectivas para as novas gerações num médio prazo são melhores? Ronaldo Vasconcellos: Eu acho que se a so-

ciedade não tiver uma participação efetiva nós vamos caminhar para o fim do planeta. Não quero ser draconiano ou fim-de-mundista,

mas poder público tem que agir, tem que investir. Tivemos agora a conferência de Cope-nhagen. Embora estivesse muito fria e fosse muito desorganizada a Cope, teve muita coisa positiva. Por exemplo, ficou muito clara a participação das grande lideranças mundiais na questão ambiental, ficou muito claro que esses países todos vão investir na área ambiental inclusive o Brasil. É recurso, você não faz gestão ambiental sem recurso financeiro. Bem Ambiental: E a Copa? Receber a Copa aqui vai mexer no planejamento da cidade. Que oportunidade nós temos agora? Ronaldo Vasconcellos: Oportunidade de ouro para que Belo Horizonte faça sua inserção definitiva no circuito internacional de grandes cidades, de metrópoles, de megalópoles, qualquer coisa nesse sentido. Só que nós temos que preparar, temos que investir. Por exemplo, nós temos que investir de maneira geral, depois eu falo da Copa, na questão da qualidade da água da Lagoa da Pampulha. Lá o in-

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vestimento é da ordem tranquilamente de 300 milhões de reais. Não adianta eu falar em 150 ou 120, se não investir cerca de 300 milhões de reais na Lagoa da Pampulha, seja na retirada dos resíduos que lá estão, seja na questão da qualidade da água, seja na questão de tratamento de esgoto para evitar que o esgoto chegue lá. A água não melhora da noite para o dia, ela demora um ano ou dois, e por isso tem que fazer um processo agora. Do lado da Copa, no Mineirão há um projeto para instalação de painéis fotovoltagens para geração de energia elétrica. Não é para gerar energia para o Mineirão, é para gerar energia para rede elétrica da Cemig. Entrega para a Cemig e a Cemig distribui da maneira que for conveniente, que for preciso. Bom é uma energia mais limpa, tem que aproveitar aquela dimensão enorme que do Mineirão, porque Belo Horizonte tem que ter um diferencial. Nós não podemos de dei-

xar de fazer a neutralização de carbono de todo efeito da Copa do Mundo aqui em Belo Horizonte. Que nós vamos ter gente vindo de avião, vamos ter transporte, vamos ter movimento, nós vamos ter som, vamos ter alimentação, essas coisas todas e então tem que fazer um processo

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de neutralização da Copa do Mundo aqui em Belo Horizonte. Temos que cuidar melhor

das nossa árvores, dos nossos parques, nós temos até 2013 para fazer isso, mas temos que começar agora. Bem Ambiental: Passada a Copa, passada a festa, o que a gente pode ter para a rotina do cidadão belohorizontino? Ronaldo Vasconcellos: Primeiro o pessoal tem que se educar mais no ponto de vista da

educação ambiental, educação de tratar o turista, de Belo Horizonte se transformar efetivamente em uma metrópole, numa megalópole, em qualquer coisa assim, e também os benefícios que vamos ter estruturais. Por exemplo, hoje a pessoa que desce no Aeroporto de Confins passa um vexame quando chega naquele bagageiro, por que na verdade aquilo não é um bagageiro aquilo é um maleiro né, se você pensar bem, na rodoviária deve ter uma maleiro melhor do que aquele, aquilo é uma vergonha, um exemplo pequeno. A reforma do Independência que já começou que não é uma coisa pra frente é uma obra de cerca de 50 milhões de reais.


Copa do Mundo

Padrão Fifa presenteia belo-horizontinos monitores que permitam acompanhar o que se passa no campo, com espaço regulamentado para filas e assentos. E mesmo novos telefones públicos serão exigidos nas novas instalações.

Por Rebeca Iene

O torcedor mineiro tem vários motivos para comemorar. Além de ter jogos da Copa em nossa capital, o freqüentador do Mineirão vai ganhar uma nova arena. Embora o estádio Governador Magalhães Pinto, mais conhecido como Mineirão, seja o segundo maior do Brasil (perdendo apenas para o Maracanã no Rio), ainda precisará de algumas reformas para se adequar às normas oficiais para os jogos da Copa.

A imprensa futebolística mineira também será presenteada com salas amplas equipadas com banda larga e conexões para apalheragem, além de áreas exclusivas para fotógrafos, assentos reservados e diferenciados, um sistema de iluminação anti-reflexo e tanto para a imprensa quanto para os torcedores VIP’s e até mesmo por segurança a Fifa exige um “helipad” um mini heliporto na área de construção do estádio.

Em termos de capacidade não haverá problemas, já que o mínimo exigido pela Fifa é 60 mil pessoas e hoje o Mineirão pode abrigar um pouco mais que 70 mil. Mas, certamente, não como abrigava antes. Para a Fifa, como está descrito no documento Football Stadiums - Technical Recommendations and Requirements não pode existir a famosa “geral”, onde o torcedor senta nos degraus de cimento ou fica em pé, todos os pagantes devem ter um assento individual próprio com recosto e espaçamento mínimo entre as cadeiras. O material deve ser inquebrável, confortável e à prova de fogo. Banquinhos sem recosto não são aceitos. Os pontos de venda de comidas e bebidas também estão presentes nas recomendações, todos inclusos nas dependências do estádio, com

A segurança também será um ponto positivo para os torcedores. Após os jogos da Copa teremos um estádio com câmeras de segurança, salas de centro de controle de segurança com monitores e salas de primeiros socorros equipadas para eventuais acidentes. A Fifa também exige que todo esse aparato de segurança tenha seu próprio gerador, garantindo assim que, mesmo num possível apagão, a seurança não seja prejudicada. Mas com as novas tecnologias e a crescente preocupação com o meio ambiente existem metas mais exigentes, como, por exemplo, as do programa Green Goal da Fifa. Esse programa de preocupação ambiental começou em 2006 e tem como objetivo estabelecer alguns padrões de consumo inteligente para os estádios mundiais. Seguindo as sugestões do programa, os estádios devem ter meios de reduzir o uso de água potável (armazenando água da chuva e utilizando sistemas de descargas inteligentes nos banheiros), evitar ou minimizar o desperdício, estimular o uso de embalagens recicláveis para comidas e bebidas e a coleta própria desse lixo, o uso eficiente de energia (com sistemas inteligentes de uso de energia solar, por exemplo) e especialmente o aumento da utilização de transporte publico para ir aos jogos (com a disponibilidade de trens e ônibus fartamente). Conseguindo alcançar ao menos parte dessas metas do Green Goal, não só os torcedores, mas a comunidade Belo Horizontina estará ganhando. 8


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Vetor Norte

Crescimento acelerado traz o desafio da sustentabilidade Por Sérgio Myssior

O Vetor Norte da Região Metropolitana Belo Horizonte está diante do desafio de promover o equilíbrio entre o aquecimento econômico, a preservação ambiental e cultural, e o desenvolvimento social. Estabelecer o tão almejado desenvolvimento sustentável depende de planejamento ambiental e urbano, bem como do desenvolvimento de uma gestão compartilhada e participativa, capaz de envolver toda a sociedade e municípios nessa complexa discussão. Promover o desenvolvimento sustentável começa por considerar a importância histórica, cultural e ambiental do Vetor Norte, além de seu potencial turístico, de capacitação, e de formação de cidadãos mais conscientes e engajados com a preservação do planeta. A região abriga a APA Carste, a Serra do Cipó, o parque do Sumidouro, o Circuito das Grutas, além de uma diversidade de uso, ocupação, densidade e costumes. Respeitar essas características será fundamental no contexto de um crescimento 10

acelerado da região. Em 2004, com a retomada dos vôos regionais para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, o Vetor Norte iniciou um processo de transformação do tecido urbano. Em seguida, com o anúncio da Linha Verde, do Centro de Manutenção da Gol Linhas Aéreas, e posteriormente do Cidade Administrativa de Minas Gerais, o Vetor Norte passou a apresentar uma nova vocação, com reflexos expressivos em sua dinâmica e nas perspectivas de futuro. O anúncio recente dos diversos empreendimentos polarizadores, incluindo o valor simbólico e político da mudança da sede do Poder Estadual, certamente implicará numa alteração significativa na vocação e dinâmica da região, e consequentemente na forma de organização sócio-espacial e ambiental. Essa tendência tem de ser acompanhada por uma abordagem criteriosa da realidade da região e comprometida com os valores históricos, culturais e ambientais. E será imprescindível que este desafio envolva toda a nossa sociedade.


e a década d e d s e D . a politan s da ção metro apolando os limite olada a c o v A a I m R contr senta u o, extr HISTÓ ansão des no intens onte apre p a iz x b r e r o u a H e e l , isagem lo a 0 a nova pa douro, Be imento populacion rtir da década de 4 e m c u s a m n a r u a e r nfigu , a pa larizaDesde o s presenta um cresc trialização ra a baixa renda, co preendimentos po s u d a in e d e a d om em dos pa ocesso 30, a cid a capital c jada. O pr pecial aqueles volta d e io n te la s e p o e r d es eto ida Antôn cida v n m . e o e v d m , a s e s a g to d io ta n nicíp lame para ntação em Con dos parce a, integrada por mu te, a impla a ampliado de oeste ndustrial s I e e o r d a o n id n o C ta regiã for m metropoli a Fiat em Betim e a pulha, na i de certa o m f a antes. P to a n d o e o m * im x o de habit olv ple ã v m h n il o e s C dores, co m e publicado d o 1 o d e e g d d o ti ã r o a ç a ir ix u e e m r tr ns ,o lica e a bar s Com a co strada para Brasília -Mór, exp ltrapassou As grande te u . n a l c a o o it M p p e é a a lo c vea e uís de M Carlos e d na década de 70, a eiros ness indústrias, seus pro L il s a to r r b e b s o io rR da icíp ar as es norte. Ain da UFMG/Cedepla do em alguns mun a acomod m as regiõ a o r d a o n r m to a e r v d e o r obse que s ue car iferias O profess u entorno e áreas urbanas, e q fenômeno ram sobre suas per e s m u m i e o s f is a e que ess ém a práx u iões urban s cidades e estende b s a g e d m r is ta s ia m o la tr lé s p a m u o m d ve ra cidades in lhadores, gerando a ão que ocorreu pa ão (e reprodução) c o extensiva”, escre izaç aba duç izaçã dores e tr as. “É a essa urban iais de pro ado urban tr s m a u d h c in o o n h ta e ten urban metropoli adania, qu condições id s c a . e la e e d a m eiro, 2005 modernid regou co e Rio de jan d . a o c li d b ti ú n P e s s de saúde urbana e o . Caderno o e n râ o p r. m ndo conte o professo *MONTE

-MÓ

O que é R, R.L.M.

o mu

urbano, n

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Efeito Estufa

Hoje percebemos os ciclos da Terra e sabemos que temos que aprender a lidar com eles Por Thiago Metzker

Segundo nossos geólogos a Terra possui cerca de 4,6 bilhões de anos de história. Apenas nas últimas décadas da humanidade paramos para avaliar os ciclos naturais climáticos do planeta, até porque não dava mais para não ver. Em toda a história, foram períodos de frio – como as eras glaciais – e de muito calor devido principalmente as altas emissões provenientes das atividades vulcânicas. Estas mudanças aconteciam conforme os ciclos naturais do planeta, que duravam milhares de anos, e eram acompanhadas por diversas mudanças na estrutura e composição da Terra. Entretanto, a preocupação hoje está voltada para a velocidade e a intensidade com que ocorrem as mudanças no sistema climático da Terra, principalmente a partir da Revolução Industrial do século XVIII. Durante a “Cúpula da Terra”, ou ECO-92 12

como ficou conhecida, uma convenção sobre as mudanças climáticas foi assinada por representantes de mais de 154 países do mundo, além da Comunidade Europeia. Esta convenção declara uma preocupação internacional sobre as consequências dos altos índices de Gases de Efeito Estufa na atmosfera para a economia, para o meio ambiente e para toda a humanidade.

O efeito estufa e o aquecimento global Na atualidade lidamos com o termo “Efeito Estufa” de maneira muito negativa, com uma ideia de que é prejudicial para o planeta. A princípio, devemos lembrar que a vida no planeta Terra só é possível graças ao calor que este efeito estufa retém. Em outras palavras, o problema não está no efeito estufa e sim no aumento exacerbado dos gases na atmosfera. Nossa humanidade, com o aumento da utilização de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural),


ele volte para o espaço. Sem este efeito, teríamos noites muito geladas e dias extremamente quentes, uma vez que os gases que formam a camada do efeito estufa também devolvem para o espaço parte do calor que é emitido pelo sol durante o dia.

fez com que a concentração dos gases formadores do efeito estufa aumentasse muito, tornando-a hoje uma séria preocupação para a humanidade. O efeito

estufa é um processo natural no planeta que dependeu de milhões de anos e diversas condições naturais para se formar.

É uma camada constituída por gases chamados normalmente por gases de efeito estufa (GEE).

A Lua, por exemplo, não possui uma camada de gases protetora e as variações de temperatura em sua superfície são enormes, podendo chegar a extremos de –150ºC à noite e 100ºC na sua superfície exposta ao sol. A partir da Revolução Industrial no século XVIII, os índices de gás carbônico na atmosfera tiveram um expressivo aumento, passando de 260 ppm (partes por milhão) ao índice atual de cerca de 388,6 ppm – recorde dos índices de CO2 já registrados. As emissões antropogênicas durante a industrialização, somadas à grande emissão de gases pelas queimadas florestais (sendo o Brasil o maior emissor na atualidade), fizeram com que a atmosfera retivesse mais calor.

Muito se fala do dióxido de carbono (CO2), este gás é o que mais contribui para o aquecimento do planeta, porque representa cerca de 55% do total das emissões mundiais dos gases de efeito estufa. O tempo de sua permanência na atmosfera é cerca de 100 anos, com impactos no clima ao longo de séculos. Mas existem outros gases formadores desta camada, como o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), hidrofluorcarbonos (HFCs), perfluorcarbonos (PFCs) e os hexafluoreto de enxofre (SF6), porém esses gases, ao contrário do CO2, têm suas emissões resultantes em boa parte pelas atividades humanas.

Esta maior taxa de calor acumulado pelos gases do efeito estufa faz com que as temperaturas médias subam causando graves desequilíbrios ecológicos e sociais.

Co2

Os gases formadores do efeito estufa são um dos responsáveis por termos temperaturas agradáveis durante a noite, pois retêm o calor que chega à superfície da Terra impedindo que todo

Figura 1: Aumento das taxas de carbono na atmosfera com o passar dos anos (esquerda) Aumento das temperaturas médias (direita). Fonte: Adaptado do Observatório de Mauna Loa e Robert A. Rohde / Global Warming Art. 13


Geoprocessamento

Tecnologia para o planejamento urbano Por Daniel Sampaio, Eduardo Araújo e Michel Jeber

As técnicas de geoprocessamento, processamento digital de imagens de alta resolução espacial e de métodos de inferência espacial de áreas urbanas podem ser usadas para atingir as metas de diagnóstico e produção de informações sobre a cidade, com vistas ao seu desenvolvimento sustentável e à melhoria da qualidade de vida de seus habitantes.

A área urbana é um dos sistemas mais dinâmicos e variados do nosso planeta por ser resultado da ação humana em um ambiente natural. A interação das atividades hu-

manas com a natureza agrega à urbe características complexas que demandam um estudo detalhado dos vários componentes deste sistema. A dificuldade de diagnosticar os problemas dos centros urbanos, prin-

cipalmente nas grandes metrópoles, deve-se ao fato de que estes ambientes são bastante heterogêneos e com múltiplas atividades simultâneas. Problemas como as enchentes, o desaparecimento ou o rebaixamento do lençol freático, o trânsito congestionado e poluição, além da falta de energia, água, saneamento e serviços públicos adequados são exemplos das conseqüências de uma urbanização desordenada e voltada freqüentemente a interesses econômicos. O espaço urbano, normalmente fragmentado, necessita ser mapeado para se realizar ações locais e, assim, melhorar as características de cada um destes segmentos.

O uso das técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento auxilia na obtenção de informações sobre o uso do

Cruzamento de planos de informações

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solo e na elaboração de um diagnóstico que subsidia o planejamento e a solução de problemas. Estas técnicas são utilizadas para a

coleta e integração de informações por várias razões: são normalmente mais baratas e rápidas e proporcionam um melhor entendimento espacial das relações entre os objetos vistos de cima. Técnicas de processamento digital de imagens de alta resolução espacial possibilitam a realização de estudos e mapeamentos temáticos detalhados em escalas de até 1:5000. Além disso, a aplicação de métodos de inferência espacial, a partir da integração dos dados de sensores remotos de alta resolução e seus produtos derivados com dados originados de outras fontes (como dados censitários, geológicos, ambientais, legais, etc) em um Sistema de Informações

Geográficas (SIG), permitem a geração de informações relevantes aos governos e à população para tomadas de decisões sobre a cidade, tais como expansão urbana, ocupações

irregulares, áreas com aptidão a receber empreendimentos e áreas susceptíveis a eventos, como deslizamento/erosão de encostas, que podem causar danos à propriedade e aos indivíduos.

A inferência espacial considera diversos planos de informação para gerar o dado necessário

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Futuro mais limpo

Novas leis sobre resíduos estimulam mudança de comportamento Política Estadual dos Resíduos Sólidos, publicada em 2009, deixa claro que a questão do lixo envolve todos os cidadãos Por Isadora Camargos

Até pouco tempo atrás, lixo era aquilo que a gente descartava em casa, aquilo que sobrava, aquilo que fedia, aquilo que a gente colocava num saco e nunca mais queria ver. Lixo ainda pode ser isso para alguns. Mas isso vem mudando, e, em 2009 houve um marco legal em Minas para estimular uma forte mudança de percepção. A Lei Estadual 18.031, de janeiro de 2009 e seu decreto 45.181, de setembro de 2009, definem a Política Estadual de Resíduos Sólidos e deixam claro que lixo urbano é aquilo tem valor

agregado e, por que não, diz muito sobre a população que o produz.

sólidos é “o conjunto articulado de ações políticas, normativas, operacionais, financeiras, de educação ambiental e de planejamento desenvolvidas e aplicadas aos processos de geração, segregação, coleta, manuseio, acondicionamento, transporte, armazenamento, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos”. Essa definição aponta para algumas mudanças

de comportamento que são esperadas e vêm sendo estimuladas. A primeira delas, e também mais importante, é que resíduo é uma questão de todos. Mesmo que alguém

alegue que não é político, nem técnico ambiental, nem funcionário da prefeitura, nem banco financiador, nem professor da escola básica, nem estudioso

Pela definição legal, gestão integrada dos resíduos

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da área, não tem como fugir do fato de estar implicado no processo da geração e nos impactos que seus atos provocam desde a segregação até a destinação final. Outro destaque deste pequeno trecho da lei é a quantidade de processos que existem entre a geração e a destinação final: segregação, coleta, manuseio, acondicionamento, transporte, armazenamento e tratamento. Isso sem falar no reaproveitamento e na reciclagem, nem das detalhadas normas para escolher a área que abrigará a destinação final e os contínuos processos de tratamento e acompanhamento que devem ser feitos nos aterros sanitários e unidades de triagem e compostagem. Mas o convite à participação popular vai além dos processos. Vale destacar três das 14 diretrizes da Lei. A primeira é “a participação da sociedade

no planejamento, na formulação e na implementação das políticas públicas, bem como na regulação, na fiscalização, na avaliação e na prestação de serviços, por meio das instâncias de controle social”.

Somada a essa está a diretriz de “responsabilidade socioambiental compartilhada entre poder público, geradores, transportadores, distribuidores e consumidores no fluxo de resíduos sólidos”. E ainda “a integração, a responsabilidade e o reconhecimento da atuação dos catadores nas ações que envolvam o fluxo de resíduos sólidos, como forma de garantirlhes condições di-gnas de trabalho”.

lítica m a Po a t n e i r s que o rincípio ólidos: p o ã S uos S Ar t. 6º e Resíd d l a u d ; Esta -geração o; I - a não nção da geraçã e ; ev II - a pr ção da geração veitamento; u d p e r a e r ro III - a ação e o iz il t u e r IV - a ; a; ciclagem adequad e t n e V - a re amento; lm bienta rat VI - o t tinação final am uos sólidos. es esíd VII - a d lorização dos r a v a VIII -

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Análise

“Vinte anos depois o conceito de gestão integrada do lixo chegou à legislação” tratamento de resíduos, além de prever alterações de acordo com os fatores geológicos, climáticos e estruturais. “Hoje as leis começam a ser coerentes, viáveis, aplicáveis. Muitas vezes as normas são importadas da Europa, e de repente repetimos receitas sem conhecer os nossos ingredientes”, diz. Cássio, que por muito tempo teve poucos interlocutores para discutir de maneira criteriosa a gestão de resíduos, avalia as novas leis como promissoras, mas ainda vê um longo caminho a ser percorrido. “Não tenho a ilusão de ver uma revolução, mas a inércia vem sendo rompida”, diz.

Por Isadora Camargos

Quando o engenheiro arquiteto Cássio Velloso Versiane, de 65 anos, começou a trabalhar na recém fundada Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) de Belo Horizonte, na década de 70, havia poucas normas balizadoras das ações, mas a certeza de que era necessário agir para controlar o lixo urbano. Apenas na década de 90 que o conceito de gestão integrada dos resíduos começou a ser entendido e agora – 20 anos depois – que chegou à legislação. Cássio fazia parte da equipe que desenvolveu a primeira célula do aterro sanitário da capital, em 1974. “O rigor técnico não passava de uns 5% do que temos hoje”, afirma. “O negócio era manter a cidade limpa. Tanto a percepção, quanto a identificação de problemas e busca de soluções eram muito recentes em todo o mundo”, lembra o engenheiro. A legislação atual tem como avanço o fato de começar a respeitar as características brasileiras da geração e

Ele enumera dois pontos da lei que são avanços muito importantes. O primeiro é ter clareza que o resíduo não é homogêneo e por isso é possível fazer tratamento e reaproveitamento. O segundo avanço é registrar que os geradores têm parcela de responsabilidade pelo lixo produzido. Para o futuro, Cássio afirma que a eficiência da gestão depende diretamente da ação de todos os cidadãos, governos e empresas, para que toda a cadeia – geração, segregação, tratamento, reaproveitamento, reciclagem e mercado – possa ser integrada. “O mercado de recicláveis só se justifica com a participação da indústria, o que atualmente é um processo restrito. Temos que criar um novo mercado consumidor”, afirma o engenheiro.

edade

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as lixo, m o u i z u d o ã r mpre p Com a for maç am e s e d a a. nid çar A huma ra um problem úmulo e come Duac te. oe isso nã s, começou o olar o ambien one r t ec d de cida ções para con aria foi capaz d cada sa dé nh alguma os anos, a enge s. Mas desde a o it u u cebidos rante m pacto dos resíd aram a ser per eç im trolar o os resíduos com iplinar. e isc de 90 qu questão interd ma como u

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Foto: Divulgação

Lata, pet e papelão

Unidades prisionais reciclam pensamentos Por Érica Maruzi

Nas 104 unidades prisionais de Minas, cerca de seis mil presidiários segregam o alumínio, vindo das embalagens das quatro refeições diárias, além de garrafas pet e papelão. Em cada unidade prisional há um espaço para triagem desses materiais que é utilizado diariamente pelos presidiários. São recicladas cerca de 20 toneladas mensais em todas as unidades, que posteriormente são vendidas para indústrias que utilizam esse material como insumo. O dinheiro arrecadado com a venda é direcionado para melhoria e manutenção das unidades, como explica o sub-secretário de administração prisional, Genilson Ribeiro Zeferino. Como contrapartida, os presidiários que participam da reciclagem recebem três quartos de um salário mínimo, em que 50% é recebido em mãos, 25% é depositado como pecúlio e os 25% restante é devolvido para o estado como forma de indenização pelo gasto com o preso. Além disso, a cada três dias trabalhados o presidiário recebe um dia na redução de sua pena. A quantidade de detentos que participam desta e outras ações ainda é pequeno, tendo em vista que 19

o sistema prisional do estado abriga 39 mil detentos, mas, segundo Zeferino, para que medidas como esta sejam ampliadas é necessário mais parcerias entre o Estado e o setor privado. “Ainda estamos caminhando timidamente nas ações de ressocialização, para que isto mude é necessário mais parcerias entre os setores público e privado, hoje temos cerca de 164 parceiros, mas, para ampliar essas ações é necessário muito mais, e o estado está totalmente aberto para essas parcerias”, conclui o sub-secretário. O programa de reciclagem é uma das medidas que compõem a política prisional, que compreende diversas ações, como a plantação de mudas em unidades prisionais, a poda de árvores e jardins nos municípios onde as penitenciárias estão instaladas, entre outras. O objetivo da política, adotada em 2003 pelo Estado, é buscar a humanização do sistema prisional e a ressocialização do presidiário. “A política prisional é estruturada em três eixos que compreende a construção e ampliação de unidades, a modernização da administração e a humanização do sistema prisional, que se dá em relação ao trabalho, a saúde e a educação dos presidiários”, diz o subsecretário.


Nor matização

Maioria dos municípios agora poderão adotar aterros sanitários de pequeno porte Por Cynthia Fantoni

Foi aprovada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a norma para aterros sanitários de pequeno porte. São diretrizes para localização, projeto, implantação e operação de aterros simplificados que poderão atender cerca de 70% dos municípios. O aumento da quantidade de resíduos sólidos urbanos (RSU) associados à crescente preocupação com a qualidade ambiental, a saúde da população e a inexistência de um modelo adequado de gestão nas prefeituras, tem induzido a busca de tecnologias que atendam um padrão de sustentabilidade econômica, ambiental, técnica e social. No Brasil, 73% dos municípios apresentam uma população inferior a 20.000 habitantes. Nesses municípios, 68,5% dos resíduos gerados são dispostos em locais inadequados (IBGE, 2009). Em muitos desses municípios faltam recursos humanos especializados e critérios técnicos, econômicos e sociais com programas específicos para tratar a questão dos resíduos sólidos. Este fato tem conduzido a sérios problemas ambientais e de saúde pública. A grande quantidade de resíduos sólidos gerados não é compatível com as políticas públicas, com o desenvolvimento tecnológico e com os investimentos para o setor, tornando-se imprescindível a participação ativa e cooperativa do governo, iniciativa privada e sociedade civil.

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O depósito de resíduos sólidos a céu aberto ou lixão é uma forma de disposição desordenada sem compactação ou cobertura dos resíduos, o que propicia a poluição do solo, ar e água, bem como a proliferação de vetores de doenças. Por sua vez, o aterro controlado é outra forma de deposição de resíduo, tendo como único cuidado a cobertura dos resíduos com uma camada de solo ao final da jornada diária de trabalho com o objetivo de reduzir a proliferação de vetores de doenças. Para reversão desta situação uma das ações possíveis é a busca por alternativas tecnológicas de disposição final sustentável entendida como aquela que atente para as condições peculiares dos municípios de pequeno porte quanto às dimensões: ambiental, sócio cultural, política, econômica e financeira e que, simultaneamente, seja integrada as demais etapas do GIRSU. Com este objetivo aborda-se a alternativa tecnológica para município de pequeno porte denominada ATERRO SUSTENTÁVEL. A concepção desta tecnologia, busca: o manejo ambientalmente adequado de resíduos sólidos urbanos; capacitação técnica das equipes responsáveis pelo projeto, operação, monitoramento e encerramento do aterro; geração de emprego e renda; custos adequados à realidade sócioeconômica dos municípios e o efetivo envolvimento dos atores políticos, institucionais e da população local.


stado aria de E it e r c e S ntabil es, da S em Lixõ el (SEMAD) co s s Minas a us in põem se rama M tentáv is s g d u o a r S d P o t in o en ue ea is, as Gera ípios qu icípios q envolvim Em Min mbiente e Des 35% dos munic úmero de mun s metas A e on .A de Meio 06, a redução d nto de 200% n dos RSU ada para l a n fi 0 o e u 2 e o aum ara a disposiçã ição final adeq dual de zou, até s e õ x li p em das Esta ispos resíduos aneiras adequa xões e d ca-se a Política ue define li s o d m q % ta utilizam são o fim de 80 o Estado. Des neiro de 2009, n ja omo o 1 o c 1 para 20 síduo produzid ), publicada em anos (GIRSU) e 31 re rb ceiras, d 60% do ólidos (Lei 18.0 uos Sólidos U acionais, finan s aos da sS esíd per Resíduo ntegrada dos R , nor mativas, o olvidas e aplica mento, na as nv oI a Gestã de ações polític nejamento dese useio, acondicio esíduos la an to sr “conjun mbiental e de p ação, coleta, m inação final do est oa reg educaçã de geração, seg tratamento e d , s o t o process , ar mazenamen e t r o transp . sólidos”

ões em Lix

Experiê

ncia

Por meio d e a UFM o PROSAB (P rograma G d Altas- M /DESA (2001 -2004) f e Pesquisa em G (4500 S oi impla habitant a dispos ntado n aneamento Bás ição de es), o at o ico) m s e e r u técnica, u r econôm s resíduos sólid o sustentável, e nicípio de Cata s ic m o cional a s trinch a e ambientalm s urbanos de m escala real par e a e a ir n ne a operac as, as qu te. Utiliz ais io ou-se co ira sustentável mo mét pament nalização da áre foram dimens o os ionadas a de for m do operacomo: c e procedimento do aterro e pro a lo ompact a otimiz s ngar a s alternat ação, dr ar u de cobe iv a o v s id f o e a nagem d ram des útil. Equ rtura, en e e n itr g v como u ma análi e outros. Os re ases e líquidos olvidos para aç sultados percolad ões se econ estudad ômic de to os, s ot Melhoria em grande sust a preliminar de das essas aplic istemas en ações be monstra s ra m e pelas b ambientais efet tabilidade para municíp m que o aterro uadas n oas ope aá ios de p ra etc.; sus equeno tentabil ções de drenag rea previament p id e e m a d trazidas de sanit , e g c o r a m dada pe orte. pactação ária atra aos seus lo , co lixã vé o a susten tabilidad peradores e a p s das melhorias bertura do resíd o o e e u p resgate da cons técnica por me ulação como u m saúde públic o, ciência c a io da ca m todo pacitaçã e finalm idadã. o de um e corpo té nte; cnico e

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Jardinagem

Como cuidar dos vasos que você tem em casa Por Cândida Campolina

aquela que veio só para embelezar. Seguindo alguns passos, dá para ter um belo espécime o ano todo.

Quando as pessoas compram ou ganham um vaso de flores, pretendem, antes de tudo, conferir beleza e elegância ao ambiente, seja em sua casa ou no trabalho. Entretanto, na maioria das vezes, isso trata-se de uma grande “rata” com a planta: são colocadas em espaços que não são ideais para as características da espécie, o que acaba comprometendo a beleza da folhagem e da floração. Sem poder desenvolver adequadamente, a planta acaba morrendo mesmo seguindo à risca os cuidados necessários.

Vamos a eles: > Definir o local onde a planta ficará, levando-se em conta a luminosidade e espaço. Se a planta é florífera, coloque-a em um lugar ensolarado pois elas precisam de pelo menos quatro horas de ensolação por dia para garantir boas floradas. Se é uma folhagem, observe a cor das folhas: verdes claras, precisam de maior exposição á claridade, verdes escuras podem ficar nos locais mais sombreados. Na medida do possível, evite o vento para todos os tipos de plantas, o que não significa impedir a corrente de ar.

Porém, é muito simples não incorrer nesse erro, bastando para isso entender que existem dois tipos de plantas. As perenes florescem numa determinada estação e depois voltarão a florescer se tiverem os cuidados necessários. As anuais duram até um ano e depois do florescimento morrem. Sendo assim, o primeiro passo é saber qual o tipo da planta que se tem: perene ou anual? Sabendo isso, o segundo passo é conhecer os cuidados básicos que se deverá ter com

> As plantas perenes voltarão a florescer se tiverem um mínimo de cuidado. Regas: Cada planta tem uma característica própria. Mas há um modo bastante simples para saber se a 22


sua está precisando de água ou não: Basta pressionar o solo com os dedos e sentir a umidade da terra. Se seus dedos ficarem úmidos, as raízes também estarão. Aí não molhe até que ao fazer esse mesmo teste seus dedos não apresentem umidade. Excesso de água é tão prejudicial quanto a falta dela. Adubação: As plantas que vivem em área restrita como vasos ou canteiros, dificilmente encontrarão todos os nutrientes que necessita para viver. Mas isso pode facilmente ser resolvido com os adubos químicos (NPK) adquiridos nas casas especializadas e que basta seguir as instruções contidas na embalagem. > Muitas vezes a planta se desenvolve e a embalagem fica apertada para ela. Aí é conveniente replantá-la num vaso maior. Não mude nunca de um vaso muito pequeno para um muito maior. Você alcançará um resultado melhor utilizando um vaso médio. A seguir os passos para um reenvasamento: 1. Forre o fundo do vaso com pedrinhas e cacos de cerâmica. 2. Coloque sobre esse material um pouco da seguinte mistura: Para as plantas ornamentais: * 7 partes de terra comum de jardim * 3 partes de esterco curtido ou composto orgânico * 2 partes de areia grossa. Para cactos e suculentas: * 2 partes de terra comum de jardim * 1 parte de esterco ou composto orgânico * 2 partes de areia grossa * 1 parte de material de drenagem (areia, pedriscos, etc) 3. Retire a muda do vaso com bastante cuidado para não quebrar o torrão de terra e instale o torrão com a muda no centro do vaso.

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4. Preencha com a terra restante todo o espaço em torno da muda e vá apertando com os dedos de modo a fixar o torrão ao novo espaço. 5. Regue generosamente.

Seguindo esses cuidados básicos, as plantas de interior são muito fáceis de cuidar, e é bom saber: além da beleza e ornamentação, as plantas tem outras vantagens: dão vida ao ambiente, reduzem o estresse e renovam o ar que você respira. 23


Aquecimento Global

Aumento da temperatura ameaça bemestar humano Por Thiago Metzker

O aquecimento global, (temperaturas médias mais elevadas), é um fato comprovado cientificamente e constitui uma das mais sérias ameaças ao bem-estar humano e aos ecossistemas naturais no século que se aproxima. Para se ter uma ideia, a temperatura média da Terra já subiu pelo menos 0,5°C no último século e segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, (Intergovernmental Panel on Climate Change – IPCC), a temperatura média do planeta deverá subir de 1ºC a 3,5°C até o fim do século XXI, sendo o maior aumento de temperatura registrado desde o aparecimento da civilização na Terra. O IPCC, que reúne mais de dois mil cientistas de todas as partes do mundo, afirma que o aumento da

temperatura na Terra causará efeitos diretos e sinérgicos ao meio ambiente, à agricultura, à saúde pública, para o bem-estar humano global e consequentemente para a economia mundial. Derretimento de calotas polares com elevação do nível do mar provocando inundação de zonas costeiras e ilhas, mudanças geográficas de larga escala nos ecossistemas, mudanças de tempo e maior frequência de tempestades, furacões, secas e outros eventos climáticos extremos são realidades esperadas até o final do século XXI. Para o Brasil especificamente, que possui uma vasta biodiversidade, os prejuízos podem ser ainda mais altos, uma vez que toda a diversidade de espécies animais e vegetais estão relacionadas através de complexas interações ecológicas. Para exemplificar, sabe-se hoje que as formações florestais (como a Floresta Amazônica e Mata Atlântica) estão intimamente relacionadas aos ciclos hidrológicos regionais e que aumentos de temperaturas e mudanças no uso do solo (como o desmatamento) vêm acompanhados de alterações nos índices pluviométricos durante o ano. Isso quer dizer que com o aumento da temperatura e com mudanças no regime de chuvas áreas florestais tendem a estar mais quentes e secas no futuro. Mudando o padrão abiótico destes

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locais, a comunidade biótica responderá à altura mudando seus padrões pré-existentes, principalmente padrões de distribuição, crescimento e composição de espécies. Bom, para a vida na Terra essas mudanças não são necessariamente um problema, pois na verdade já aconteceram várias vezes nestes milhões de anos. O problema consiste é na velocidade

em que tais mudanças estão ocorrendo.

Para estes mesmos cientistas a questão agora não é se haverá mudanças no sistema climático – pois já estamos passando por elas. O mais importante

é sabermos a magnitude dos impactos que estas mudanças trarão com o passar do tempo e trabalhar no desenvolvimento de adequadas ações e políticas públicas locais, regionais e internacionais de mitigação e adaptação climática.

A lógica é simples: Recentemente a National Geografic chamou de “Dinâmica da Banheira” – Ima-ginemos uma torneira aberta despejando carbono em uma banheira em que a Terra está dentro (isso se compara a queima de combustíveis fósseis, queimadas e mau uso da terra). Pelo ralo da banheira está saindo parte deste carbono (função das florestas, do solo, captação pelos oceanos, por sedimentos e pelas rochas).

Fonte: National Geografic Brasil

Com o aumento da vazão da torneira (após a Revolução Industrial) e a diminuição das florestas (sumidouros), o ralo não está conseguindo eliminar todo o carbono fazendo com que ele acumule gradualmente na atmosfera tornando a Terra cada vez mais quente.


Ponto de Vista

COP-15

15a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas nos fiquem satisfeitos com a cobertura ambiental da mídia e que, como de costume, logo nos envolva com fatos e notícias supérfluas, mudando o foco de um assunto que precisa urgentemente ser melhor debatido.

Por Thiago Metzker

No final de 2009 tivemos a realização de um dos maiores eventos ambientais do planeta. A 15a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas realizada em Copenhague – Dinamarca, reuniu mais de 190 nações de todo mundo para que juntas firmassem um acordo convincente de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Apesar do término dramático da Conferência sem a definição precisa de um novo acordo climático (premeditado ou não!), a COP-15 teve sim sua importância e relevância para o planeta, através da inserção de uma nova dinâmica na política do clima global.

Iniciativas como a Lei 12.187 de 2009 que institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima (meta de redução das emissões nacionais de GEE entre 36,1 e 38,9% até 2020), o Decreto 44.042 de 2005 que institui o Fórum Mineiro de Mudanças Climáticas e mesmo o Decreto 12.362 de 2006 que cria o Comitê Municipal sobre Mudanças Climáticas e Ecoeficiência de Belo Horizonte (do qual já realizaram até o Inventário de Gases de Efeito Estufa do município), são bons exemplos de como o poder público pode se comprometer com responsabilidade frente as questões climáticas.

Um fato é que nunca na história da mídia televisiva e jornalística um evento ambiental possuiu uma cobertura de tamanha dimensão e repercussão. Para se ter uma ideia o site oficial da COP-15 recebeu cerca de 1,65 milhões de acessos durante a conferência. A publicidade dada ao meio ambiente refletiu ainda em programas, matérias, entrevistas que provocaram o espectador a pensar sobre suas atitudes, refletindo assim em pequenas mudanças de pensamento e consequentemente de comportamento. Além disso, este novo segmento da sociedade, que agora passa ao menos a pensar no assunto, pressiona seus governantes a fiscalizarem os grandes emissores, exigindo um sério posicionamento quanto as questões relativas as emissões de carbono.

Com a saída da presidente da COP-15, Connie Hedegaard e depois de reuniões intermináveis que varavam madrugadas a COP acabou mesmo deixando a desejar, sem a formalização de BOM acordo multilateral climático. Segundo alguns especialistas o desafio maior agora é transformar o pouco que foi acordado em Copenhague em algo real, mensurável e verificável durante a COP-16. A recente renúncia de Yvo De Boer, ex-Secretário Executivo da ONU, trouxe ainda mais ansiedade para o este próximo encontro climático.

Outro fato que chama atenção é que as economias emergentes formadas por países como o Brasil, a Índia, a China e a África do Sul, ao contrário dos encontros anteriores, desempenharam um papel fundamental em Copenhague, principalmente face à pressão inexorável expressa pelos países ricos. Exemplo este que fará com

A opinião pública aliada às lideranças locais e regionais têm um papel decisivo para a COP-16, pois a continuidade da formulação e implemen-

tação de políticas públicas municipais, estaduais e nacionais é um pré-requisito para que gradualmente possamos migrar para uma economia de baixo carbono imergido no conceito de eficiência energética internacional. Somente uma

que outros países menores se encorajem e que, organizados, reivindiquem por seus direitos na próxima reunião climática da ONU em 2010 (COP-16, Cancun - México). Contudo, não basta que agora os Gover-

forte pressão da POPULAÇÃO pode garantir esforços reais dos políticos e lideranças mundiais. 25


Faça sua parte Por Thiago Metzker

O planeta agora está em ritmo diferente e neste momento não podemos nos dar ao luxo de mantermos na inércia do passado. O desenvolvimento contínuo da nossa sociedade é certo e necessário, contudo mudanças nos padrões de produção e consumo são fortes demandas atuais. O uso de energias alternativas provenientes de fontes renováveis como a eólica e solar podem se tornar uma forte realidade a partir do momento que ganhem visibilidade e escala de produção, gerando juntamente com outros produtos de menor emissão, uma economia realmente sustentável. Se você acha que já está fazendo alguma coisa repense suas atitudes e tente sair um pouco mais da sua “Zona de Conforto”. Abaixo pequenos detalhes que podem fazer a diferença: > Busque a eficiência energética (uso de fontes de energias alternativas ou renováveis, alternativas tecnológicas de processos menos poluentes);

> Dê preferência para o uso de matéria prima reciclada; > Influencie o poder público na elaboração de

políticas públicas para viabilizar ações referentes ao

assunto das mudanças climáticas escrevendo cartas para editores, imprensa e políticos cobrando posicionamento e ações efetivas; > Reduza o consumo de energia: apague a tela do computador quando não estiverem em uso, feche as portas e janelas quando o ar condicionado estiver ligado, utilize dispositivos automáticos para a luz em locais onde não há necessidade de lâmpadas acesas o dia todo; > Pratique a carona: sugira vagas prioritárias no estacionamento para aqueles que oferecerem carona aos colegas de trabalho ou da escola; > Consuma alimentos produzidos em sua região: eles não precisam ser transportados de longa distância e, por isso, a emissão de gases de efeito estufa é menor; > Seja um consumidor responsável: durante as compras, evite produtos com excesso de embalagens, compre somente o necessário, prefira produtos de empresas socialmente responsáveis e utilize sua própria sacola; > Pense sempre em suas emissões e formas de minimizá-las – neutralize as demais emissões com investimentos em plantio de florestas nativas; > Reduza seu consumo e do desperdício de água (o tratamento da água é caro e promove emissões de GEE); > Plante árvores. Pode acreditar: você irá se sentir melhor; > Caminhe mais ou ande de bicicleta!

Figura 1: Mapa de emissões de Gases de Efeito Estufa. Países que mais emitem são os mais gordinhos no mapa. Fonte: Word Mapper.

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Opinião

Revolução ambiental: origem econômica, cognitiva ou biológica? texto econômico global podem ter origem diversa. A primeira seria puramente econômica, pois se não mudarem perderão clientes. A segunda seria cognitiva, pois os cientistas do clima e da esfera biológica estão dando alarmes concisos baseados em fatos e mostrando o potencial arrasador das mudanças ambientais sobre grandes massas populacionais e em futuro próximo. A terceira seria de origem biológica, pelo fato da espécie lutar instintivamente pela redução geral nas emissões de GEE, poluição das águas, resíduos sólidos domésticos e industriais, manutenção de florestas para regularização dos regimes de chuvas sazonais. Preservar a qualidade do ambiente para o futuro, para a perpetuação de seus genes. Uma pequena viagem pela História Biológica da nossa espécie ajuda a refletir sobre o tema.

Por Marcela Camargo Matteuzzo

Depois de passar pela Revolução Cultural e Revolução Industrial, o que falta à espécie humana é a Revolução Ambiental. Acredito que os primeiros passos já foram dados, ainda tímidos e de pouco impacto sobre a estrutura econômica global. Assumindo que a revolução já começou, os processos de minimização de impactos e maximização de favores ambientais estão pouco a pouco ganhando espaço, ainda lentos, pois as ações funcionam no âmbito do capital. As empresas investem nessa faceta do negócio por exigência do cliente. É oneroso manter “selos verdes”, todos sabem. E o que impulsiona

a exigência do cliente e o comprometimento das empresas seria o fato das alterações ambientais estarem afetando mais significativamente suas vidas?

Aspectos evolutivos da espécie Homo sapiens

As primeiras espécies hominídeas surgiram a partir de primatas do passado dotados de hábitos arbóreos, em que apresentavam mãos e pés preênseis, aptidão

Os aspectos comportamentais das massas neste con27


sensorial com olhos voltados para frente, que diferentemente dos outros grupos conferiu-lhes visão bastante desenvolvida, resultado de seleções naturais que favoreceram seu estilo de vida. A linguagem foi uma das primeiras revoluções que trouxe muitas vantagens para espécie, pois somente através dela que os indivíduos poderiam trocar as “experiências do raciocínio individual” e somarem seus benefícios para o bem do grupo. Esta ferramenta só foi possível depois de estabilizar a passagem da linguagem de pais para filhos, dentro do núcleo familiar. O desenvolvimento da escrita, entremeados por símbolos e figuras, permitiu ao homem registrar seu conhecimento, seus sentimentos e suas histórias vividas. Isto só foi possível pelo fato da nossa espécie possuir o movimento do polegar contra o dedo indicador (movimento de pinça) somado a um senso artístico, que desde cedo apareceu de modo rudimentar e também de modo apurado. A manipulação do fogo trouxe mudanças em alguns aspectos da espécie, entre eles a mudança de dieta. Com o cozimento da carne a digestão se tornou mais satisfatória melhorando a nutrição. A alimentação com carne deixava os indivíduos saciados por mais tempo. Percebendo esta qualidade da carne passaram a se alimentar mais da caça. Com o passar dos tempos a contínua saída dos homens para a caça e a permanência das mulheres nas proximidades dos abrigos trouxe a essas comunidades o domínio da agricultura. A descoberta da reprodução das plantas foi oriunda da observação destas mulheres, que ao se alimentarem de frutas acabavam por jogar suas sementes nas imediações dos abrigos, observando então que a partir das sementes nasciam novas plantas. Paralelamente, alguns animais buscavam junto às famílias humanas os restos de frutas, ou carcaças de animais, dando a oportunidade de, com o tempo, desenvolverem tolerância à presença humana, tornando mais fácil a sua domesticação. Animais domesticados e agricultura familiar resultam no estabelecimento de condições mínimas à subsistência. Os núcleos familiares tornaram-se sedentários deixando aos poucos o hábito nômade. A revolução agropecuária trouxe novos padrões no comportamento do grupo, exigindo soluções criativas a problemas simples, como a construção de cabanas, de fogões a lenha, objetos para transporte e armazenamento de água, e outras ferramentas que poderiam 28


aumentava a velocidade de produção e garantiam melhor qualidade. O oferecimento de empregos tinha um lado bom: era uma opção à sobrevivência. O ofício traria um retorno em moedas para o empregado. Mais tarde, as máquinas a vapor aceleraram as linhas de produção substituindo parte dos empregados, o que causou a primeira grande crise econômica quando as taxas de desemprego subiram estrondosamente.

facilitar o trabalho de tratar os alimentos duros, como os moinhos para moer trigo. A busca de soluções práticas resultaram no aprendizado e manipulação de metais e confecções de novas ferramentas, panelas, a roda, entre outros objetos.

O desmatamento para estabelecimento de culturas de cereais, utilização da madeira para construções e móveis, e a concentração de pessoas foram aumentando.

O grande volume de transformações na forma de se trabalhar com as novas ferramentas deu início entre a idade média e a idade moderna, entretanto as transformações continuam aceleradas até os dias atuais. Em cada povo do planeta isso ocorreu de uma forma ou de outra. As linguagens multiplicaram-se exponencialmente.

A aglomeração humana estimulou o desenvolvimento da organização social, para garantir proteção, troca de mercadorias, troca de serviços, induzindo à obtenção de recursos variados. Este comércio primitivo entre aglomerados foi se tornando mais promissor, e a busca por novos produtos permitiu o estabelecimento de relações entre populações cada vez mais distantes. Surge neste contexto as moedas, que possuem o poder de comprar, ao invés de trocar mercadorias.

Hoje não basta a linguagem de origem (língua escrita e falada). O mundo globalizado inseriu na rotina do homem linguagens eletrônicas, culturais, escritas, compartilhadas por telefones celulares, em mensagens de internet, em programas de TV, sem as quais se fica desatualizado e já não acompanha mais o ritmo global.

As nações foram se estabelecendo, e as relações de comércio intensificadas. Frotas de comerciantes ferviam e surgiam opções de transporte de gente e de mercadorias cada vez mais sofisticadas. A organização de sistemas de empregos para realizar trabalhos em linha de produção (ainda de forma artesanal) foi uma grande sacada, fazendo de seus idealizadores e executores pessoas dotadas de poder econômico superior (moedas) aos agricultores, ferreiros, marcineiros. O trabalho especialista em um setor da produção

E é nesta dança globalizada que estamos inseridos. Já não é mais a música a linguagem universal. É na rotina global que vivemos envolvidos, e precisamos dançar “conforme esta música”. Porém a pista de dança está ficando perigosamente escorregadia, e corremos o risco de cair para não dançar mais.

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São Francisco é feito de várias garrafas Pet. As cores são tiradas de sacos de papel de padaria. Um Detalhe: os olhos foram tirados de uma revista. Segundo o Oceano Cavalcante, este São Francisco é bem brasileiro, pois em um de seus braços está pousado um papagaio. Esta obra ficou exposta na Casa Cor 2008.

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Artesanato

A arte do lixo

para suas obras. O processo de criação das obras é feito minuciosamente e cada detalhe é extremamente valorizado pelo artista, como a escultura de São Francisco de Assis de quase dois metros de altura, em que o artista foi além dos tradicionais pombos que acompanham a imagem, e colocou um papagaio verde e amarelo pousado em um dos braços do santo. Cavalcante conta que não costuma utilizar tinta nas suas obras e que as cores são feitas a partir de colagens de papéis coloridos, como a imagem de Nossa Senhora feita em tons de azul e vermelho. Entre diversas exposições, confecção de troféus e cenários, Cavalcante conta que o dinheiro ganho com sua arte é o suficiente para se manter, mas que ainda hoje, trabalha como cuidador de idosos por amor aos seus pacientes. “Meu plano é trabalhar somente com as esculturas, mas continuo trabalhando como enfermeiro porque meus pacientes são idosos e tenho muito carinho por eles. Gosto muito do meio ambiente, penso até em fazer uma faculdade na área ambiental” relata. O preço das esculturas do artista variam de R$ 500,00 a R$ 2.500,00 dependendo do tamanho e da complexidade da obra. Desde que começou a realizar este trabalho, Cavalcante já confeccionou cerca de 500 peças, entre Dom quixote, São Francisco de Assis e mais recentemente, o presépio que enfeitou o natal do Parque Municipal.

Por Érica Maruzi

Reciclando garrafas pet, papel, papelão, saco cimento e, principalmente idéias. É assim que o pernambucano Oceano Cavalcante, de 48 anos, faz suas esculturas. Enfermeiro de profissão, Oceano conta que sua relação com materiais recicláveis começou em 2006, quando ele cuidava de um idoso no bairro Serra. Ecologista desde que nasceu, como Oceano define seu paciente Luiz Carlos de Portilho, que foi o seu principal incentivador. “Aos 99 anos, ele conseguiu mudar meu conceito sobre meio ambiente” afirma Cavalcante. No condomínio em que morava Luiz Carlos existia coleta seletiva e entre conversas e notícias relacionadas ao problemas do meio ambiente, como o aquecimento global e o lixo urbano, Cavalcante decidiu que iria contribuir de alguma maneira com a causa ambiental, “como sempre gostei de arte, eu resolvi fazer alguma coisa, mas queria fazer algo diferente, ai decidi fazer esculturas usando como matéria prima coisas que eu retirava do lixo”, conta o artista. Seu primeiro trabalho foi feito a partir de um filtro de barro que ele encontrou jogado fora, desde então Cavalcante utiliza garrafas pet, papel, saco de cimento, madeira, caixa de papelão e diversos outros materiais como matéria prima

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Relato pessoal

Coleta seletiva Por Fabiana Lima

teriais plásticos como pet, embalagens e sacolas.

“Quando eu era criança não entendia porque o meu pai me pedia para segurara o lixo até chegar em casa.”

Como dar destino correto a esse material 100% reciclável? Ao buscar informações, descobri que na minha regional não tem coleta seletiva da prefeitura, a única maneira era levar o lixo até os Locais de Entrega Voluntária – LEVS espalhados pela cidade. Então, todo final de semana passei a levar o lixo para a reciclagem, sendo a primeira coisa do dia, não que eu quisesse me livrar logo, não era essa a intenção. O fato de depositar o lixo no local correto me dá um prazer enorme, eu me sinto muito feliz por fazer a minha parte perante as necessidades que uma cidade como Belo Horizonte.

Quando se é criança muitas coisas não tem a importância que deveria ter, algo simples como segurar, guardar, reservar em algum lugar as embalagens dos produtos que consumimos, e não simplesmente abrir janela é arremessa-lo para bem longe, sem preocupação. A coleta seletiva faz parte da minha vida e a minha qualidade de vida mudou desde que comecei a fazer coleta seletiva. Não tem muito tempo que separo o lixo em casa. Um dia vi a minha irmã separando o lixo, eu tinha vontade de implantar na minha casa, só não tinha encontrado o método correto de fazer isso.

Atualmente, BH não possui um local próprio para o destino final do lixo. As toneladas que são geradas aqui são encaminhadas a um aterro sanitário particular em outro município.

Descobri que a maneira mais fácil é aquela que se adequa melhor ao seu perfil. O meu perfil é de como muitas pessoas, trabalho o dia todo é só estou em casa a noite e nos finais de semana, como poderia fazer para que a minha coleta seletiva desse certo? Além de tudo, eu não tinha espaço para depositar o lixo no meu apartamento. Comecei com uma pequena e simples caixa de papelão, apenas isso. Encontrei um local estratégico para coloca-la e nela que deposito todos os materiais recicláveis que produzo.

Não é apenas para cidade que a coleta seletiva é necessária, contribui também com as pessoas que tiram do lixo o seu sustento, então falar de realização era pouco, eu me sinto útil. Pensando bem, o meu pai me criou, sem saber, uma gestora de resíduos. Sei que ele nunca pensou que essa área fosse me interessar um dia, como de fato aconteceu. Sei que ele tem muito orgulho de me ver atuar na área ambiental e da minha preocupação e interesse pelo meio ambiente.

Observei que a minha geração é de muitas embalagens recicláveis, tais como: longa vida e ma-

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Educação Ambiental

Em busca de uma cultura ambiental Por Carla Pereira Silva

Os desequilíbrios ambientais são um conjunto de alertas à humanidade e um questionamento aos paradigmas existentes. Para tentar resolver ou pelo menos amenizar os problemas ambientais algumas mudanças são imprescindíveis, tanto na estrutura das sociedades, quanto na cosmovisão dos indivíduos. A relação entre homem e natureza está diretamente ligada à cultura à qual esse faz parte. Em cada civilização a cultura exerce o papel de mediadora na relação do ser humano com a natureza. Assim, para a preservação ambiental, não basta apenas o uso de tecnologias sustentáveis, mas também, uma alteração na forma como percebemos o meio ambiente. A percepção ambiental pode ser alterada pela educação ambiental, que deverá inter-relacionar aspectos históricos, culturais, econômicos, ecológicos e políticos, visando alcançar objetivos comuns para a melhoria da qualidade de vida de toda a população. O Brasil possui uma política nacional específica para a Educação Ambiental, dispondo de importantes instrumentos para sua efetivação. Hoje, as políticas públicas em educação ambiental são conduzidas pelo MEC e pelo MMA por meio dos seus setores especializados em educação ambiental, baseados no PRONEA – Programa Nacional de Educação Ambiental. A Educação Ambiental também deve fornecer conhecimentos fundamentais que contribuam para a sensibilização e o desenvolvimento de habilidades em relação aos problemas ambientais e, conseqüentemente, incentivar a participação e o surgimento de novas formas de comportamento frente ao meio ambiente. A Educação Ambiental é essencial não apenas em locais onde há uma demanda por preservação e conservação dos recursos naturais, seu desenvolvimento é fundamental também, em locais onde existam necessidades de melhoria do ambiente e de suprimento de diferentes carências. 33


Artigo

Alergias Urbanas Por Edézio Teixeira de Carvalho

Para operar sistemas complexos René Déscartes separou componentes, criando o método analítico; aplicados conceitos da área de conhecimento correspondente à parte, restariam solucionados os problemas do todo. A engenharia é domínio típico de aplicação da filosofia cartesiana. Não restam dúvidas de que o método cartesiano levou o homem à lua e realizou façanhas como a descoberta do pré-sal, primor de cooperação interprofissional entre geologia e engenharias executivas. Não obstante, a ruptura da barragem de Tetum, EEUU, anos 70, constituiu alerta quanto a possibilidades de que a soma das partes não equivalha ao todo; uma parte pode funcionar como elo da corrente e, rompendo, comprometer o todo. De modo muito simplificado teria ocorrido o seguinte no caso citado: consta que geóloga recomendara não se usar certo tipo de solo local no sistema de drenos e filtros da barragem e, não sendo atendida, pedira demissão; mais tarde a ruptura foi debitada exatamente ao mau funcionamento desse sistema. A comissão nomeada por Carter concluiu ter faltado coordenação entre setores especializados, que teriam agido de forma estanque, sem a intercomunicação essencial ao bom resultado esperado.

Déscartes, elas separaram problemas, e assim separaram suas soluções; não só separaram soluções, mas também estruturas administrativas destinadas a construí-las. Não foi sem razão que Moynihan, assessor de Nixon para assuntos urbanos, dizia que os planejadores urbanos estavam perplexos com o fato de que no meio urbano “tudo se relaciona com tudo”. Embora tenha posto o dedo na ferida, ele não achou solução para seu próprio país, com problemas insolutos em cidades como New Orleans e Los Angeles, por exemplo. Pedindo vênia aos médicos: As cidades podem ter problemas com alergias ou infecções localizadas e aí certo especialista poderia resolvê-los, mas quando o especialista, no corpo humano ou na cidade, não percebe os arredores da parte, ele pode contaminar o todo com as ramificações emanadas de uma solução desastrada. Está nesta linha o famoso piscinão de São Paulo, que apenas organiza a fila do apressado retorno da água ao mar. Depois de passada a chuva e esgotado o piscinão, fica lama, fica gato morto, ficam miasmas da podridão. É uma função urbana que socorrerá a cidade por 30 dias por ano, evidentemente substituível pela coleta disseminada telhado a telhado, anulando no nascedouro o descontrole das águas. Esta não afeta o arredor, enquanto o piscinão tira um problema e põe outros no lugar. É por esta razão que infecções urbanas assumiram o caráter de verdadeiras septicemias. Quanto ao seu trato, sistêmico, exatamente, então, com a palavra os médicos, que, quando podem agir, controlam a tempo e horas epidemias e pandemias. Cartesianamente: O edificado sobre terra ignorada não faz cidade.

Mais que qualquer barragem, a Cidade é um todo feito de partes construídas por diversos agentes em épocas distantes sob escassa e imperfeita coordenação da lei. Lei não necessariamente escrita foi adotada na maioria das cidades eurocêntricas, algo tácito: inspiradas em

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