Estudo Histórico de Coruche

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ESTUDO HISTÓRICO DE CORUCHE

D. João I, dada em Lisboa a 2 de Outubro de 1433 (1395 A.D.), deu por finda esta demanda de 38 anos, originada pelos gados e direitos de pastagem, considerando o rei por bem julgada a sentença dos juízes a favor do concelho. D. João I, por carta dada em Lisboa a 21 de Novembro de 1442 (1404 A.D.) (doc. n.º 13), dá conhecimento aos juízes de Coruche e a todos os outros juízes e justiças dos seus reinos que o concelho e homens-bons daquela vila lhe apresentaram prova de que, há mais de um século, o concelho tinha na sua posse a cadeia e os presos, dos quais se encarregava um homem morador e acreditado na vila, que não fosse criado dos comendadores. Queixava-se o concelho contra a intromissão do comendador, Diogo Lopes de Brito, de lhe querer tomar a cadeia, afirmando que esta pertencia à Ordem. Tal exigência desonrava os homens bons de Coruche, pelo que se pedia ao rei algum remédio para esta demanda. D. João I despachou favoravelmente, declarando que o concelho continuasse na posse da cadeia e não consentisse que o comendador, por qualquer forma, fizesse desaguisado. Se ele, comendador, via ter algum direito sobre a cadeia e os presos, que expusesse esse direito, como convinha. Em 6 de Janeiro de 1457 (1419 A.D.), no adro da igreja de São João, estando presentes os juízes da vila, Afonso Anes e Lopo Dias, e o procurador do concelho, João Afonso da Gonça, foi pedido um traslado de umas escrituras antigas feitas em pergaminho, sobre a passagem da barca, e de um capítulo escrito num livro já muito danificado (doc. n.º 15). O tabelião, João Afonso, fez o traslado pedido em pública-forma, por ordem dos juízes. A primeira escritura, datada de 18 de Dezembro de 1423 (1385 A.D.), continha os seguintes dizeres: No adro da igreja de São João, em presença do comendador Álvaro Gonçalves, fora posta uma razão de queixa pelo juiz, Afonso Martiz; pelo vereador, Afonso Peres; e pelo procurador, Giral Martis. Essa queixa era motivada por não verem os moradores da vila e seu termo razão alguma para o comendador levar mais caro do que o que fora estipulado pelo rei na passagem da barca do Sorraia. O comendador replicou que bem deviam ver como o ano era caro e que, por consequência, não podia manter o barqueiro

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