MUSEU GOELDI -150 ANOS DE CIÊNCIA NA AMAZÕNIA

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geralmente não são congruentes ao longo dos ecossistemas terrestres. Nesse caso, torna-se difícil estabelecer áreas que possam abranger todas as espécies. O estudo mais famoso nesse viés é o de Myers et al. (2000), com a definição de hotspots, onde seriam identificadas áreas de endemismo que tenham perdido 70% da população de plantas. Assim, a definição de áreas prioritárias seria a de que as espécies devem estar representadas por um número significativo de indivíduos, para garantir a diversidade genética. Pontos como especificidade geográfica e vulnerabilidade são fundamentais na escolha de áreas. Albernaz (2014) define uma série de critérios para a conservação biológica na Amazônia, sendo necessária a inclusão de outros fatores que ameaçam a biodiversidade, como mudanças climáticas (ZANIN et al., 2016). A biologia da conservação compreende, então, uma série de temas e de problemáticas que necessariamente estão ligadas com questões de escala espacial, temporal e com as diferentes dinâmicas envolvidas desde os sistemas naturais até as pressões antrópicas. Segundo Primack e Rodrigues (2010), a biologia da conservação sintetiza disciplinas consagradas, como a Antropologia, a Biogeografia, a Ecologia, a Biologia Evolutiva, a Biologia das Populações, a Taxonomia Animal e Vegetal e a Sociologia, integrando-as por meio de problemáticas ligadas a processos e a efeitos antrópicos, como a agricultura, o desenvolvimento regional, o gerenciamento de recursos, o planejamento de uso do solo, o manejo de populações, o manejo de unidades de conservação, os processos de desenvolvimento sustentável, entre outros. Podemos acrescentar aspectos importantes de geologia histórica a estas questões, como já apontado por Rossetti e Toledo (2006). Segundo esses autores, há um crescente consenso entre os biólogos sobre as vantagens de usar vários conjuntos de dados fornecidos por diferentes campos de pesquisa para discutir modelos e cenários de especiação. Os avanços efetivos em nosso conhecimento sobre eventos de especiação na Amazônia exigem uma compreensão mais abrangente dos fatores causais, considerando a integração de estudos abióticos e bióticos (SMITH et al., 2014; RIBAS et al., 2012). A apresentação de propostas viáveis e coerentes, que possam ajudar a entender os mecanismos de controle envolvidos na evolução das espécies, também para evitar suas extinções, deve basear-se em uma abordagem multidisciplinar, incluindo: (i) história geológica, (ii) processos ecológicos (iii) conhecimento de


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