Muros de Ar - Pavilhão do Brasil, Bienal de Veneza 2018 [Português]

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tanto o espaço público, quanto a paisagem urbana, de maneira que a ociosidade dessas áreas residuais fosse minimizada e as ocupações ilegais, prevenidas. A proposta desenvolvida para o viaduto Fulgêncio considera a situação crítica de degradação e abandono do seu entorno, gerada pela justaposição da avenida dos Andradas, do ribeirão Arrudas e do trem da cidade. O viaduto permite a continuidade viária da avenida Francisco Sales, que conecta dois bairros equipados com instituições de saúde e ainda amplia ligação com o transporte público. Como estratégia de intervenção, a passarela conecta

os dois lados da avenida, promovendo a integração do tecido urbano e propondo rotas acessíveis para pedestres e ciclistas. A travessia elevada se desenvolve por baixo do viaduto existente, através de elementos metálicos fixados à estrutura original de concreto que evidenciam os diferentes usos, além de permitirem uma execução bastante simples. Nas extremidades da passarela, onde a estrutura metálica encontra o nível da rua, a inclinação necessária acomoda arquibancadas para a realização de eventos e apresentações culturais. Ao contrário de um vazio urbano,

a área sob os viadutos se torna ponto de atração de pessoas e incentiva a promoção de outro tipo de vida urbana. Para isso, novos programas são propostos de maneira a criar variados usos, que incentivem, assim, a ocupação desses locais como espaços de convivência, comércio e lazer. Travessias retrata a arquitetura como instrumento capaz de fomentar a discussão sobre as relações presentes nas cidades brasileiras e visa demonstrar as possibilidades de requalificação do ambiente público urbano através de espaços multiusos, com o intuito de minimizar as barreiras físicas e sociais.


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