Terras de Antuã - Histórias e Memórias do Concelho de Estarreja

Page 35

TERRAS DE ANTUÃ | HISTÓRIAS E MEMÓRIAS DO CONCELHO DE ESTARREJA

Depois de ter explanado o que tinha chegado até mim, sobre decoração de moliceiros, uma palavrinha apenas para a decoração da maior embarcação da laguna, de que vi a última construção no Mestre Esteves, em Pardilhó, em 2001, para exibição no Museu Marítimo de Ílhavo. Ao contrário do moliceiro, revela uma grande sobriedade na pintura, nas suas caras brancas, à proa e a ré, a bombordo e a estibordo. Embeleza-as uma suave decoração, um elemento floral singelo, duas bandeirinhas cruzadas, ou, menos frequentemente, uma pequena âncora. Interiormente, são as antepararas de ré e do castelo da proa que se apresentam mais pujantemente decoradas.

Foto 36 - Dois dos últimos mercantéis. Aveiro. Anos 70.

As ditas bateiras caçadeiras de pesca sobressaem pelo seu garridismo, liso, mantendo, apenas, as caras da proa, brancas. Aquelas que já exigem alguma arte pictórica, são as chinchorras, de que se mantém na Torreira, uma boa dezena. Chinchorras ou bateiras de bicas são de uma policromia esfusiante, listadas, decoradas à proa, com figuras humanas simples, santidades, sereias, animais ou emblemas desportivos, envolvidos por pequenos círculos.

Foto 37 - Zé Manel repinta a chinchorra Santa Luzia. Pardilhó, 2013

[ 35 ]


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.
Terras de Antuã - Histórias e Memórias do Concelho de Estarreja by Municipio Estarreja - Issuu