MundoTRI Magazine - Janeiro 2011 - nº 5

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MundoTRI

Nº 5 - Jan. 2011

GUIA DE BIKES 2011 UM GUIA COMPLETO PARA VOCÊ ESCOLHER SUA BIKE PARA 2011, BASEADO NAQUILO QUE É MAIS IMPORTANTE EM SUA BIKE: VOCÊ

Entrevista: Fabio Carvalho

Whey Protein

Eritropoetina

Belas e Feras

Ironman


Foto: Eduardo Nascimento


O Melhor de 2010 retorna em 2011 Reinaldo Colucci, triatleta do ano 2010, retornou às competições no Ironman 70.3 Agrosuper Pucón, no Chile.


EDITOR

MundoTRI magazine

Vamos discutir o Triathlon? Neste mês, apresentamos uma aprofundada discussão sobre a distribuição geográfica das provas oficiais da Confederação Brasileira de Triathlon, a CBTri, em nosso portal www.mundotri.com.br.

remos sorte se levarmos quatro.

COLABORADORES

Discutir um determinado assunto é o ponto central para tomarmos decisões melhores. E isso não é diferente em nosso esporte.

No entanto, o que mais chamou atenção não foram nossas conclusões e propostas, mas o total descaso da entidade com a opinião da imprensa, atletas e técnicos.

Por falar nisso, você vai encontrar nesta edição um Guia de Bikes um pouco diferente do que você está acostumado, que vai fazê-lo analisar suas reais necessidades para uma bike de Triathlon.

Amanda Guadalupe Ana Lídia Borba Ciro Violin Cleiton Abílio Felipe Campagnolla Felipe Gomes Márcio Cunha Max - Kona Bikes Vinícius Santana Wagner Araújo Yana Glaser

Poucas semanas depois foram divulgadas as regras de classificação para os mundiais de Triathlon, Aquathlon e Duathlon pela mesma entidade. Mais uma vez, atletas penalizados, sem mesmo terem sido consultados. A CBtri precisa se tornar permeável às demandas da comunidade do Triathlon, ou corre o risco de ver suas provas esvaziadas. Para o mal do Triathlon brasileiro, isso já acontece. O aumento dos recursos do Comitê Olímpico Brasileiro parece que não gerará nenhum crescimento no esporte de base e entre os amadores, o que é lamentável. O acúmulo de funções dos Dirigentes da entidade parece gerar situações de conflitos de interesse. Já levamos 6 triatletas a uma Olimpíada, em Londres 2012, te-

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PUBLISHER Wagner Araújo wagner@mundotri.com.br

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É possível que você descubra que não está com uma bike adequada, mas a consciência é o primeiro passo para a evolução. Provavelmente, você se tornará um triatleta melhor com a bike certa, afinal, acredito que esse seja seu objetivo no esporte: melhorar sempre! Na próxima edição vamos apresentar nosso guia para Mountain Bikes, para você que também pratica o cross Triathlon. Convido ainda a participar de nossas discussões no portal MundoTRI, sua opinião é muito bemvinda e importante para nós. Wagner Araújo Triatleta, fundador e publisher do MundoTRI

REVISÃO Alan Sales Rita de Cássia de Oliveira

FOTOS Eduardo Nascimento Jayhem Linkphoto.com.br Wagner Araújo

PUBLICIDADE midia@mundotri.com.br (11) 3711-8567 ATENDIMENTO AO LEITOR faleconosco@mundotri.com.br

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22 Entrevista: Fabio Carvalho ”E acima de tudo, estou me divertindo demais correndo o circui-

to, isso acima de qualquer dinheiro é o mais importante.”

destaques do mês

jan 2011

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NUTRIÇÃO Whey Protein: vale a pena suplementar?

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GUIA DE BIKES 2011

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IRONMAN

Encontre aqui sua próxima bike

Defina a estratégia para sua próxima prova

74 BELAS E FERAS

Nilma Machado

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OPINIÃO

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IRONMAN 70.3 PUCÓN

Pernada e a natação do Triathlon

Tudo sobre a primeira prova do ano do circuito Ironman

7 REVIEW

K-Swiss K-ona

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ÍNDICE

Edição Digital nº 5. Ano 2. Janeiro de 2011 CAPA: Scott Plasma Premium - catálogo da marca

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Review K-Swiss K-ona

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Buzz

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Mercado

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Notícias do mundo do Triathlon: Lance Armstrong investigado

Atletas assinam com novos patrocinadores

Nutrição Whey Protein: vale a pena suplementar?

Eritropoetina Tudo sobre o EPO, droga usada por Henrique Siqueira

Entrevista Fabio Carvalho fala sobre os Jogos de Londres 2012

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Guia de Bikes 2011 Veja como escolher sua próxima bike de Triatlhon ou estrada

56

Ironman

64

Opinião

73

74

82

Defina a estratégia para sua próxima prova

Erramos: Na última edição, no índice de destaques, inserimos nov/2010, quanto o certo seria dez/2010.

Pernada e a natação do Triathlon

Mundiais Regras de classificação são divulgadas pela CBTri

Cartas para a redação: faleconosco@ mundotri.com.br

Belas e Feras A triatleta Nilma Machado

Ironman 70.3 Pucón A primeira prova do circuito mundial de Ironman

Os artigos dos colunistas são de responsabilidade dos mesmos e não refletem necessariamente a opinião da MundoTRI. Proibida a reprodução de qualquer conteúdo sem autorização. Muitas das atividades citadas e mostradas na Revista envolvem riscos. Não tente realizá-las se não estiver capacitado e com o equipamento correto.

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REVIEW Tênis K-Swiss K-ona Um calçado cujo nome já diz tudo Por Wagner Araújo

A K-Swiss é uma marca ainda muito recente no Brasil, mas no restante do mundo do Triathlon, trata-se de uma das marcas mais conceituadas no esporte. Só para se ter uma idéia, dos vinte atletas que subiram no pódio da elite no Ironman do Havaí em 2010, entre homens e mulheres, cinco utilizaram calçados da marca, inclusive a campeã Mirinda Carfrae. Um dos tênis mais vendidos no mundo pela marca é o K-ona, um tênis extremamente confortável e desenvolvido para triatletas, com detalhes que fazem a diferença nesse segmento.

Apesar de pouco tempo de comercialização no Brasil, o K-ona já é bem conhecido pelos triatletas pela série estilizada com bandeiras de seis países: Brasil, Estados Unidos, Japão, Alemanha, Austrália e Canadá. Além disso, é o tênis oficial da marca Ironman nos Estados Unidos e, em breve, também em nosso país. O visual é interessante e bem moderno. A série das bandeiras é muito atrativa, alguns deles, como o do Japão, possui um visual muito bonito. Mas esse tênis vai muito além do visual.

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REVIEW O primeiro ponto que chama a atenção é o conforto do K-ona, desde a hora de calçálo, pode-se perceber um cuidado com esse aspecto. Na corrida, o conforto vem de placas de diferentes densidades no solado e de um acabamento interno muito cuidadoso. Normalmente, só se encontra esse grau de conforto em um tênis mais pesado, não em um calçado de 255 gramas o par. Com esse peso, também pode-se usá-lo em provas mais rápidas e velozes. Essa combinação de leveza e conforto não o deixa tão próximo do solo quanto um race flat, como alguns que já testamos no portal MundoTRI, mas o coloca como uma das melhores opções para provas de longa distância, como meio Ironman (70.3) e Ironman. O ex-campeão mundial de Ironman 70.3, o neozelandês Terenzo Bozzone, e atletas como Chris Lieto, Luke McKenzie e Belinda Granger, fizeram diversas provas longas com esse modelo. O K-ona é indicado para atletas com pisada neutra ou pronada, o que garante muita estabilidade. O alto grau de amortecimento garante conforto para quem tem pisada tanto com a parte de trás, quanto a parte da frente do tênis.

Detalhe dos furos no solado

K-ona Flag Brasil

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O belo K-ona Flag Japão

Os detalhes relacionados ao Triathlon também merecem ser mencionados. Há furos de ventilação e para vazão da água em praticamente todo o tênis, especialmente no solado e na ponta. O cabedal é envolto de uma mecha bem fina e permeável, que permite boa transpiração e evaporação de suor e água. Para fechar o pacote de Triathlon o K-ona só fica devendo o cadarço de elástico, o que pode ser facilmente solucionado.

Conclusão A melhor palavra para definir o K-ona é versatilidade em termos das possibilidades de utilização. Ela se sai bem em provas e treinos, tanto longos quanto curtos. O casamento de baixo peso com amortecimento na medida, o torna uma opção fortíssima para bons corredores de longa distância, que querem um tênis rápido, mas com um pouco mais de conforto. Se você busca um tênis leve, mas macio, com muita ventilação e boa resposta, vale a pena fazer um teste com o K-ona antes de sua próxima compra. MT

Preço: R$479,00 Modelo Ironman

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BUZZ

novidades do Mundo do Triathlon

Javier Gomez assina com a Zoot O campeão mundiald e Triathlon Olímpico e potencial medalhista em 2012, Javier Gomez fechou contrato com a Zoot por dois anos. Javi, como é conhecido utilizará os wetsuits e o tênis Ultra Race, que testamos na edição de outubro. Seu foco neste ano é garantir sua vaga nos Jogos de 2012, em Londres, o que provavelmente acontecerá.

Lance Armstrong sob investigação O ciclista heptacampeão do Tour de France e, atualmente, aspirante a Ironman, Lance Armstrong, está sendo investigado por um agente da Food and Drug Administration, órgão do governo americano. De acordo com a Revista Sports Illustrated, há novas e importantes revelações sobre o caso. Os agentes investigam se Lance Armstrong estava ou não envolvido com um grande esquema de doping na equipe de ciclismo U.S. Postal Service, de 1999 a 2004. Há meses estão sendo ouvidas testemunhas e pessoas próximas a Lance em diversos países. Os repórteres da revista identificaram uma série de fatos importante em milhares de páginas de documentos, daquilo que seria uma das maiores decepções do esporte: > Nos anos 90, Lance teria tido acesso a uma suposta droga chamada HemAssist, desenvolvida pelo laboratório Baxter Healthcare Corp (que

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não confirmou a existência da mesma). Essa droga é utilizada para casos extremos de perda de sangue, mas pode potencializar o transporte de oxigênio no sangue, sem os riscos do EPO. Lance, por meio de seus advogados, alega nunca ter usado a droga. > O ciclista Floyd Landis, da equipe de Armstrong à época, afirma que os vôos fretados para equipe eram frequentes, e que o rigor alfandegário e de inspeções nesses vôos é menos intenso. Segundo landis, em um vôo em 2003, agentes encontraram seringas e ampolas em uma mala de Lance, que alegou que se tratavam de vitaminas. Em reposta, o ídolo americano alega que tal incidente nunca ocorreu. > Quando a polícia italiana e oficiais da alfândega vasculharam a casa do colega de equipe Yarolslav Popovych em novembro do ano passado, descobriram documentos e e-mails que relacionam Armstrong com o controverso médico italiano


BUZZ

Michele Ferrari até o ano de 2009, mas Lance diz que cortou relações com ele em 2004. > Em uma carta revisada pela Sports Illustrated, as taxas de testosterona de Lance foram relatados como acima do normal em três ocasiões entre 1993 e 1996. Nas três oportunidades, os testes foram descartados pelo especialista do laboratório da UCLA, Don Catlin, que realizou dezenas de exames em Lance entre 1990 e 2000. Em 1999, a Federação Americana de Ciclismo solicitou ao laboratório os resultados de exames passados de um ciclista, identificado pelo número de registro e não pelo nome. Em uma carta resposta ao pedido, Catlin informou que não poderia recuperar cinco dos testes do atleta. Dos cinco resultados que não podiam ser recuperados, três estavam fora dos padrões: 1) Uma taxa de 9:1 em 23/6/ 1993; 2) Uma taxa

de 7.6:1 em 7/7/1994; 3) Uma taxa de 6.5:1 em 4/6/1996. A maioria das pessoas tem uma taxa de 1:1. Até 2005, qualquer taxa acima de 6:1 era indício de doping, desde então esse valor foi reduzido para 4:1. > O ciclista neozelandês Stephen Swart, que foi da quipe Motorola, com Lance Armstrong, em 1995, afirmou que Lance era o responsável por instigar alguns membros da equipe a se doparem com EPO. O próprio Stephen assumiu o uso de EPO. Lance continua alegando sua total inocência e essa novela deve se arrastar ainda por anos. Se for comprovada a acusação será um golpe duríssimo no esporte, já manchado diversas vezes pelo doping, uma vez que Lance é seu maior ídolo nos Estados Unidos e em várias partes do Globo.

Hall da Fama do Triathlon Americano Três personalidades do Triathlon ingressaram no Hall da fama do Triathlon americano: o hexacampeão do Ironman do Havaí, Dave Scott; a triatleta amadora Susan Bradley Cox; e o renomado diretor de provas Dave McGillivray. Os nomes representam as três forças que impulsionam o esporte pelo mundo, congregrando profissionais, amadores e organizadores. Talvez o o triatleta mais conehcido da história, Dave Scott disse sentir-se extremamente honrado por fazer parte desse seleto grupo, que dedicou suas vidas ao Triathlon. No Hall da Fama estão ainda atletas como Paula Newby-Fraser e Karen Smyers. Será que um dia veremos a recordista de Ironmans no Havaí, a brasileira Fernanda Keller, nessa lista?

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BUZZ

novidades do Mundo do Triathlon

Matt Reed assina com a Champion System

Foto: Eduardo Nascimento

O triatleta americano Matt Reed, que disputou as olimpíadas de Pequim 2008, e agora se dedica às provas de meio Ironman, fechou uma parceria com a Champion Systems, que fornecerá roupas de Triathlon personalizadas para o atleta. Matt afirmou: “estou empolgado por fazer parte da família Champion System. Os uniformes são rápidos e de alta qualidade.”

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BUZZ Mirinda Carfrae de Felt de 2011 a 2014

Foto: Wagner Araújo

A campeão mundial de Ironman, a australiana Mirinda Carfrae, fechou uma parceria com a Felt por quatro anos, deixando a Cannondale. A atleta, adepta das rodas de 650c, vai rodar na nova versão da Felt DA aro 26. Esse é mais um passo de Mirinda na busca da vitória sobre Chrissie Wellington.

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SÃO CARLOS . SP

Patrocínio

BALN. CAMBORIÚ . SC

Organização

BALN. CAMBORIÚ . SC

Realização

Apoio


Em breve, seu iPad e seu iPhone ser達o inundados pelo Triathlon. App MundoTRI Magazine na Appstore. Aguarde.


NUTRICÃO Ç Whey Protein: vale a pena suplementar? POR YANA GLASER

O conjunto de proteínas do soro do leite, PSL (mais conhecidas como Whey Protein), é um dos suplementos mais procurados do mundo, muito utilizado pelos freqüentadores de academia por ser pobre em gordura, isento de colesterol, facilmente digerível, e rico em aminoácidos essências (como exemplo a leucina, que ajuda a promover a formação de proteína). Estas proteínas, que são de alto valor biológico, são extraídas da porção aquosa do leite, durante o processo de produção de diversos queijos. Estudos recentes sustentam a idéia de que elas são “matéria-prima” para os glóbulos brancos, agindo como antimicrobianos, anti-hipertensivos, reguladores da função imune e dos fatores de crescimento. Existem quatro tipo de Whey Protein:

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WHEY PROTEIN CONCENTRADA: É a mais barata e a mais tradicional forma de whey. A concentração de whey protein varia de 30 a 90% dependendo da forma como foi extraído e do produto, sendo o restante carboidrato (principalmente lactose) e gordura. WHEY PROTEIN ISOLADO MICROFILTRADO: Esta forma contém concentrações de lactose e gordura extremamente baixas. Além disso, a concentração de whey protein é de cerca de 90%. A digestão e absorção desse suplemento é considerada ótima, porém o preço é mais elevado do que a concentrada. WHEY PROTEIN ISOLADO YON EXCHANGE: Esta proteína isolada é extraída através de um processo chamado de troca iônica, que por sua vez permite que se alcance 95% de whey protein em sua composição. Ela é de alto valor biológico e apresenta teores extremamente baixos de gorduras e carboidratos, inclusive lactose.

WHEY PROTEIN HIDROLISADA: Dentre os tipos, essa é única forma onde a proteína sofreu hidrólise enzimática, garantindo assim a maior velocidade de absorção devido seu alto valor biológico. Contém cerca de 92% de whey protein em sua composição, porém, por necessitar muitos litros de leite para ser confeccionada, esse tipo é mais difícil de ser encontrado e os preços são muito elevados. A vantagem da suplementação é que é uma forma prática e segura de adequar uma ingestão de boa qualidade com uma rápida absorção, especialmente para demandas aumentadas de um atleta em treinamento e competição. Porém, a ingestão de suplementos protéicos sem avaliação pode gerar um gasto financeiro desnecessário. Mesmo sem enfatizar alimentos ricos em proteínas ou em produtos protéicos caros, a maioria dos atletas tem potencial para atender às necessidades do seu corpo ape-

VALOR NUTRICIONAL EM 100gr DO CONCENTRADO DO SORO DO LEITE (em média) Calorias 414 Proteína 80g Gordura 7g Carboidratos 8g Ferro 1,2mg Cálcio 600mg Sódio 170mg Aminoácidos: alanina, arginina, asparagina, ácido aspártico, cisteína, glutamina, ácido glutamínico, glicina, histidina, isoleucina, leucina, lisina, linametionina, fenilalanina, prolina, serina, treonina, triptofano, tirosina e valina.

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ç nutricão nas com uma dieta balanceada contendo uma variedade de fontes protéicas. As melhores fontes protéicas com baixo teor de gordura e alta qualidade são: carne magra, peixes, leite desnatado, queijo branco, ovos e proteínas vegetais. O consumo protéico diário para atletas é variável. De acordo com o JISSN (Journal of the International Society of Sports Nutrition), vários fatores como tipo de exercício praticado, duração, intensidade e horário da ingestão, devem ser observados para determinar a ingestão protéica diária de um individuo. Em média, para esportes de endurance o ideal é consumir de 1.0 a 1.6 g/kg de peso por dia. E para exercícios de força muscular em média 1.6 a 2.0g/kg de peso por dia. Sendo que para a população em geral, a RDA (Recommended Daily Allowance) de proteína é de 0.8g/ kg de peso/dia.

ÍNDICE DE ABSORÇÃO PROTÉICA Tipo de proteína Ovo cru Ovo cozido Leite de vaca Proteína isolada de soja Aminoácidos livres Caseína isolada Whey isolado

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Os atletas devem ser conscientizados de que o aumento do consumo de proteínas na dieta além dos níveis recomendados não promove um aumento de massa muscular, nem promove um aumento de desempenho. Há um limite para o acúmulo de proteínas nos diversos tecidos. Esse aumento da ingestão protéica não traz benefício mas também não costuma ser prejudicial porque aminoácidos em excesso são usados como fonte de energia. Ao contrário do que a “sabedoria popular” diz, ainda não existem evidências que o excesso de proteínas possa gerar algum efeito negativo em pessoas normais . Porém indivíduos com algum histórico de doenças no fígado ou rins, devem tomar cuidado.MT

Absorção (g/hora) 1,3 2,8 3,5 3,9 4,3 6,1 8 a 10


Yana Glaser é Nutricionista e triatleta há 10 anos.

FONTES CONSULTADAS PELA AUTORA *1 AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION DIETITIANS OF CANADA JOINT POSITION STATEMENT. Nutrition and Athletic Performance. Official journal of the American College of Sports Medicine *2 BILSBOROUGH, S. & MANN, N. A review of issue of dietary protein intake in humans. Int J. Sports Nutr. Exc. Metab., 16, 129-152. 2006. *3 Bill Campbell1, Richard B Kreider*2. et al., International Society of Sports Nutrition position stand: protein and exercise. http:// www.jissn.com/content/4/1/8 *4 Chad Kerksick*1,2, Travis Harvey3, Jeff Stout1. et al.; International Society of Sports Nutrition position stand: Nutrient timing. http://www.jissn.com/content/5/1/17 *5 Fred Brouns. NUTRIÇÃO PARA OS DESPORTOS; Guanabara, 2005 *6 HARAGUCHI, F.K.; ABREU, W.C.; PAULA, H. Proteínas do soro do leite: composição, propriedades nutricionais, aplicações no esporte e benefícios para a saúde humana. Rev. Nutr., v. 19, n. 4, p. 479-488, jul./ago., 2006. *7 Jacob Wilson and Gabriel J. Wilson.Contemporary Issues in Protein Requirements and Consumption for Resistance Trained Athletes. Journal of the International Society of Sports Nutrition. 3(1):7-27, 2006. (www.theissn.org) *8 Kreider et al.Nutritional and Functional Characteristics of Whey Proteins in Food Products. Journal of the International Society of Sports Nutrition 2010, 7:7 http://www.jissn.com/content/7/1/7 *9 MODIFICAÇÕES DIETÉTICAS, REPOSIÇÃO HIDRICA, SUPLEMENTOS ALIMENTARES E DROGAS: COMPROVAÇÃO DE AÇÃO ERGOGÊNICA E POTENCIAIS RISCOS PARA A SAÚDE. Rev Bras Med Esporte- Vol 15, no 3- Mai/Jun, 2009. * 10 Ronald J. Maughan & Louise M. Burke. NUTRIÇÃO ESPORTIVA., Artmed 2007. *11 www.rgnutri.com.br


Eritropoetina

Por Márcio Cunha

Após o recente caso do doping de Henrique Siqueira, Márcio Cunha esclarece tudo sobre a droga.

Historicamente, diversas substâncias têm sido utilizadas na intenção de melhorar o desempenho esportivo. Sofisticados métodos de treinamento têm sido desenvolvidos a fim de aumentar o consumo máximo de oxigênio nas modalidades de endurance. O doping sanguíneo pelo uso da eritropoetina, proibido por federações desportivas internacionais, é um dos que induzem o aumento na capacidade de realização de exercícios aeróbios. Conhecida popularmente como EPO, a eritropoetina é um hormônio naturalmente produzido pelos rins e fígado (em menor quantidade) que tem como função principal regular a eritropoiese (produção de hemácias). Atletas envolvidos em provas de longa duração são mais facilmente seduzidos pelo EPO, já que um maior número de glóbulos vermelhos favorece o aumento de transporte de oxigênio. O reforço no fornecimento de oxigênio aos tecidos está associado a uma substancial melhora no desempenho atlético, sobretudo nas modalidades de fundo, como o ciclismo, triathlon, maratona e outras modalidades do atletismo. É fato que este hormônio ou glicoproteína aumenta o nível de glóbulos vermelhos no sangue, melhorando assim a troca de oxigênio e elevando a resistência ao exercício físico por retardar os efeitos da fadiga muscular. Temos ainda a prática do doping sangüíneo, que é bastante comum no mundo dos esportes. Neste caso, uma quantidade de sangue é removida e guardada em condições ideais de higiene e refrigeração, para ser administrada antes de determinada prova. Assim, produz-se, de forma mecânica, um maior número de células vermelhas. Outra estratégia utilizada por atletas, mas que não caracteriza doping é treinar em locais de maior altitude, pois a menor concentração de oxigênio em regiões elevadas estimula a

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produção natural de eritropoetina. Obviamente, os mais “seduzíveis” não se darão ao trabalho de treinar em grandes altitudes, já que podem usar uma substância quimicamente manipulada que promove o mesmo efeito. Essa prática é conhecida como doping sangüíneo químico. Foi a partir da década de 80, com a clonagem do gene responsável pela produção desse hormônio e, consequentemente sua venda, que o medicamento se tornou disponível para atletas. O uso de EPO, entretanto, é ainda algo de difícil detecção. Atualmente, o teste baseia-se na concentração de hemácias no sangue do atleta. Resultados positivos, entretanto, têm sido contestados nos tribunais, por alegação de que a hemácia não é uma substância ilegal. Por outro lado, as técnicas estão em constante adaptação na tentativa e intenção de identificar se as células são produzidas naturalmente pelo corpo ou estimuladas de forma sintética.

na menor do que 500 ul/ml, para fins terapêuticos. Seus efeitos colaterais, potencialmente fatais, incluem toxicidade renal, aumento da pressão arterial sistêmica e pulmonar e comprometimento do sistema imune. Além da eritropoetina, uma nova classe de substâncias pode representar o próximo passo do processo de doping sobre os transportadores artificiais de oxigênio, como as soluções baseadas em hormônios (pode ser encontrado pelo nome de perfluorocarboneto). Federações desportivas internacionais devem estar conscientes desta emergente ameaça de doping. MT

Marcio Cunha é Fisioterapeuta e responsável pela procedimento Kinesio tape nos atletas do EC - Pinheiros - Triathlon. Membro da associação Brasileira dos Fisioterapeutas Quiropraxistas.

A administração sintética da EPO só é permitida para pessoas que possuem concentração endóge-

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ENTREVISTA: FABIO UM DOS MAIORES TRIATLETAS BRASILEIROS ENCA

Foto: Rosana Merino

Fabio Carvalho pedala forte no Internacional de Santos 2010 >


CARVALHO Foto: Wagner Araújo

RA UM NOVO DESAFIO: OS JOGOS OLÍMPICOS A história do triathlon brasileiro não pode ser contada sem um personagem importante como Fabio Carvalho. Tricampeão do Troféu Brasil de Triathlon e um dos melhores pedais do Triathlon mundial, Fabio é inspiração para muitos iniciantes no esporte. Quando todos pensavam que ele iria focar seus treinos no Ironman, ele anunciou uma reviravolta em 2010, declarando a intenção de competir nos Jogos Olímpicos de 2012. Conversamos com esse “monstro” do esporte nacional e descobrimos seus planos para os anos que estão por vir. MundoTRI: Fabio, conte-nos um pouco de sua história no Triathlon. Como começou o interesse pelo esporte? Fabio Carvalho: Eu nadava, mas nunca gostei muito de nadar e também nunca fui nenhum grande nadador. Com 13 / 14 anos fiz meu primeiros triathlon, em Limeira em maio de 1993. Desde então nunca mais parei. Em 1999 fui o atleta mais novo no Ironman do Havaí com 20 anos e em 2000 fui segundo colocado na categoria 20/24 no Havaí. Depois disso me profissionalizei. MundoTRI: Você é um dos maiores Triatletas do Brasil de todos os tempos nas provas olímpicas sem vácuo. No último ano começou o interesse pelas MundoTRI.com [janeiro 2011]

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“Em 1999 fui o atleta mais novo no Ironman do Havaí com 20 anos e em 2000 fui segundo colocado na categoria 20/24 no Havaí..” - Fabio Carvalho

MundoTRI: E falando em Olimpíadas, quais os planos até lá? Fabio Carvalho: Este ano vou praticamente só correr provas do Circuito ITU. Praticamente as únicas duas provas promocionais que irei correr são o Fast Triathlon e o Triathlon Internacional de Santos. MundoTRI: E o que mudou em seu treinamento? Houve mais foco na natação, que tem uma importância relativa maior nas provas sem vácuo? Fabio Carvalho: Com certeza, hoje meu treinamento é muito mais focado na nata-

Foto: Wagner Araújo

Fabio Carvalho: Sempre gostei muito de provas sem vácuo, já que tenho facilidade de pedalar. Em 2009, depois da crise, a situação do esporte aqui no país ficou muito ruim, perdi patrocínios e praticamente passei o ano vivendo de premiações. Depois que o Brasil foi escolhido sede das Olimpíadas 2016, vi uma grande oportunidade de ter grandes projetos aprovados. Ano passado, comecei correr o circuito. Tive bastante dificuldade em me adaptar, mas tive alguns bons resultados. E acima de tudo, estou me divertindo demais correndo o circuito, isso acima de

qualquer dinheiro é o mais importante.

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Entrevista Fabio Carvalho

provas com vácuo da ITU, visando as Olimpíadas de Londres, 2012. De onde veio essa mudança em sua carreira?


“E acima de tudo, estou me divertindo demais correndo o circuito, isso acima de qualquer dinheiro é o mais importante.” - Fabio Carvalho

ção e corrida. Na bike pedalo 1/3 do que pedalava antes. Mas estou trabalhando demais em minha corrida, preciso correr na casa dos 31 em todas as provas. MundoTRI: No ano passado, você começou sua adaptação para o circuito ITU, qual foi a maior diferença para você, seja no dia-a-dia de treinos, seja nas competições? Fabio Carvalho: A maior dificuldade de tudo é o grande numero de provas e viagens. Esse ano vou praticamente passar 6 meses do ano fora. No começo parece ser divertido, mas quando você começa a viajar, não vê a hora de voltar para casa.

Foto: Wagner Araújo

Entrevista: Fabio Carvalho

MundoTRI: Como você vê o cenário olímpico brasileiro atualmente para o Triathlon? Acredita que possamos levar 3 homens e 3 mulheres, como já fizemos? Fabio Carvalho: Hoje temos bons atletas correndo o circuito no masculino, e o Reinaldo já está praticamente classificado. Acredito também que vamos conseguir abrir mais uma vaga. Eu, Diogo (Sclebin) e Bruno (Matheus) vamos brigar por essa outra vaga. Já no feminino, a Carla, com certeza, entra. Já para a segunda vaga, a Flávia (Fernandes) e a Pâmella (Oliveira) terão que encaixar ótimas provas para que ela seja aberta. MundoTRI: Podemos dizer que não veremos o Fabio no Ironman até MundoTRI.com [janeiro 2011]

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“O mais importante de tudo é se divertir, quando isso acaba, treinar passa a ser um martírio. ” - Fabio Carvalho

Fabio Carvalho: Com certeza verão, na TORCIDA (risos). MundoTRI: Também vai abrir mão da disputa pelo circuito do Troféu Brasil ou brigará por mais um título esse ano? Fabio Carvalho: Ano passado já tinha aberto mão, fiz provas em época de férias, tudo para focar nesse ano. Infelizmente esse ano não vai ser diferente, o Troféu Brasil é um circuito muito difícil e disputado e conciliar com o Circuito Mundial é praticamente impossível. Devo entrar em algumas provas caso caiba no meu calendário. MundoTRI: Você está morando em Balneário Camboriú há alguns meses, sentiu muita diferença em relação a Santos? Acredita que essa mudança foi melhor para seus treinos? Fabio Carvalho: Só o fato de pedalar e não se preocupar em ser roubado na estrada já vale a pena. Aqui é super legal para treinar, principalmente quando o Igor Amorelli está por aqui. A prefeitura de Balneário Camboriú dá uma super força para mim, coisa que eu nunca tive em nenhum lugar que morei. Além de ter a oportunidade de morar e treinar em um lugar paradisíaco. Quando quero fazer alguns treinos

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MundoTRI.com [janeiro 2011]

mais fortes, vou para São Paulo treinar com a equipe do Pinheiros, onde “o bicho pega” com o Bruno Matheus , Juraci Moreira, Tirinho e os outros atletas. MundoTRI: Fabio, sabemos que o apoio e o material é fundamental para um triatleta que almeja estar nos Jogos Olímpicos. Quais marcas e apoios você tem utilizado? Fabio Carvalho: Há sete anos corro com os tênis Mizuno, há seis anos uso bikes Merida, ano passado passei a usar o componente Shimano DI2. A BrasiMaxi (empresa de logística) me patrocina desde 2010, ano quando também entrei para o Esporte Clube Pinheiros. Uso roupa de borracha da AquaSphere, óculos Oakley, 6 EnergyShot (energético e suplementos importado pela WW). Quem mexe na minha bike é o pessoal da Officina, treino na academia CPH e represento a cidade de Balneário Camboriu - SC. MundoTRI: Finalizando, o que diria para seus fãs, muitos dos quais começaram no esporte vendo você competir? Fabio Carvalho: Que o mais importante de tudo é se divertir, quando isso acaba, treinar passa a ser um martírio. Dinheiro e reconhecimento são conseqüência. Trabalhe firme, mas não se esqueça de viver e aproveitar os bons momentos da vida. Forte abraço e obrigado.MT

Entrevista Fabio Carvalho

2013?


Faรงa o que milhares de triatletas jรก estรฃo fazendo, acompanhe o MundoTRI nas redes sociais:

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GUIA DE BIKES 28

MundoTRI.com [janeiro 2011]

2011


Um guia completo para escolher sua bike de Triathlon baseado no que é mais importante: você e suas características como atleta. MundoTRI.com [janeiro 2011]

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Todos os anos, centenas de inovações e modelos de novas bikes chegam no mercado internacional, com diversos tipos de apelo para o público consumidor: design, aerodinâmica, conforto, exclusividade, facilidade de ajuste, peso etc. Dados de túnel de vento são divulgados e é criado um verdadeiro alvoroço no mercado.

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O Triathlon parece ser o esporte onde os atletas mais se importam com as inovações tecnológicas, talvez por acreditarem que seu rendimento pode melhorar muito com elas. Você já deve ter escutado a frase: “preciso trocar minha bike”. Ou então, “nossa, preciso de um grupo eletrônico” ou “tenho que conseguir uma roda fechada”. Mas será que essas pessoas precisam disso mesmo para ter um melhor desempenho? A resposta a essa pergunta é complexa e envolve a análise de diversos aspectos do atleta. Por exemplo, se você é um atleta amador de elite, brigando por uma vaga no Mundial de Ironman no Havaí, um equipamento de ponta pode fazer a diferença. Por outro lado, um equipamento sofisticado utilizado de forma inadequada pode prejudicar o atleta. Por exemplo, o uso de rodas fechadas, para velocidades médias inferiores a 34km/h (alguns argumentam 36km/h) é contraproducente. Da mesma forma, de nada adianta a bike mais aerodinâmica do mundo se você tem que colocar meia dúzias de espaçadores para se sentir confortável, matando assim toda a van-

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tagem da bike (lembre-se que a área do seu corpo é bem maior do que a da sua bicicleta). E o mesmo vale para atletas que pedalam de joelho aberto, qualquer ganho de desempenho da bicicleta será neutralizado pela posição inadequada, que gera muito arrasto aerodinâmico. Em 2010, publicamos no Portal MundoTRI.com.br um artigo intitulado “Onde investir seu dinheiro no Triathlon” (clique aqui para ver a matéria). Nesse artigo avaliamos quais equipamentos traziam maior retorno por cada Real investido. Nossa conclusão foi que para cada R$1,00 investido, o maior benefício viria com um capacete aerodinâmico. Um quadro aerodinâmico pode ter o custo mais de 100 vezes o capacete, portanto é importante certificar-se que os benefícios serão usufruídos. Essa visão ilustra nosso conceito de compra consciente. Este guia está baseado na idéia de ajudá-lo a escolher uma bike que se adéque às suas características como atleta. Eventualmente, isso pode significar uma super bike do modelo mais sofisticado, da mesma forma que pode ser um modelo mais simples, porém mais flexível pode se adequar a você. Aproveite nosso guia, consulte um bom bike fitter e seu técnico e faça uma ótima escolha!


Você precisa ter uma bike de estrada? A maioria dos triatletas começa no esporte com pouco ou nenhum feedback no ciclismo. Apesar de ser uma disciplina que não costuma decidir provas de Triathlon tanto quanto a corrida, você vai passar o maior tempo de qualquer competição de em cima de uma bicicleta, desde o Short Triathlon até o Ultraman.

Faça uma análise sincera de sua base no ciclismo: Sua técnica de pedal aproveita bem todo o ciclo da pedalada? Você saber desviar de obstáculos, pular e se equilibrar em situações de desespero? Consegue identificar o timing e a marcha correta na hora de cambiar? Sabe fazer curvas com agilidade, mesmo as mais fechadas? Você sabe andar em um pelotão sem provocar acidentes, mas mantendo um ritmo forte? Você consegue pedalar em uma competição de 40km acima de 36km/h? Você consegue ficar mais de 80% de uma competição “clipado”? Você é alongado o suficiente para permanecer aero? Há apenas um ou dois espaçadores abaixo de seu aerobar? Você está no peso ideal? Se você respondeu “Não” a alguma das perguntas acima, provavelmente você deve começar comprando uma bike de estrada. Essa base do ciclismo é fundamental. Temos observado muitos acidentes em provas de Triathlon por “barbeiragem” de atletas que não sabem pedalar. E não se

Em segundo lugar, as bikes de estrada são mais versáteis, você pode disputar provas com ou sem vácuo, pode colocar ou tirar o clip, pode andar bem em serras, planos, pelotões etc. A maioria dos triatletas da elite entre os amadores e profissionais possuem bikes de estrada para alguns treinos e provas com vácuo, até mesmo aqueles que disputam provas de longa distância, como o Ironman e o Ironman 70.3. Se você não possui condições de comprar duas bikes, tenha uma de estrada, é mais fácil chegar a uma posição de Triathlon em uma bike de estrada do que adaptar uma bike de Triathlon para estrada e provas com vácuo. A versatilidade conta muito nessa hora, pois uma bike de estrada vai lhe permitir ir até a padaria mais próxima ao mesmo tempo que pode lhe conduzir muito bem em um Ironman. Além disso, as bicicletas de estrada são, na média, mais baratas que as de Triathlon.

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Apesar do ímpeto para se começar no esporte com uma bike específica de Triathlon, alguns pontos devem ser analisados antes de você abandonar a idéia de uma bicicleta de estrada.

aprende a pedalar em bikes de contrarelógio ou de Triathlon. Se você está começando no esporte, se reúna com seu técnico e avalie os pontos acima e abra sua mente para uma bike de estrada, ela vai lhe dar base que precisa para, posteriormente, encarar uma bike de contra-relógio e tirar todo o proveito dela.

Terceiro, diversos atletas não usufruem dos benefícios de uma bicicleta de contra-relógio. Se você gosta de uma posição mais alta, com vários espaçadores abaixo do guidão, vai se sentir bem melhor em uma bike de estrada. Outra situação que isso se aplica são treinos leves de recuperação, para quê uma bike de Triathlon nessa situação? MundoTRI.com [janeiro 2011]

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Qual bike de estrada?

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A escolha de uma bike de estrada para um triatleta é algo bem mais simples do que uma bike específica para Triathlon, isso porque a variação de geometria é muito menor e as principais características que variam afetam muito pouco os triatletas. As principais características que variam entre as bikes de estrada são aquelas relacionadas a bikes para escalada e bikes para uso geral. Tirando umas poucas provas no mundo, não há competições de Triathlon

com escalada, portanto, esqueça essa opção e se concentre em bikes para uso geral. Bikes de estrada não tem muita preocupação com a aerodinâmica, embora diversos fabricantes estejam se atentando a isso, como a Felt, Willier e a Specialized. Essas podem ser opções interessantes de bikes multiuso, embora alguns modelos ainda não estejam disponíveis no Brasil. Desde as bikes de entrada até as top bikes, há modelos interessantes, que selecionamos como boas escolhas para triatletas.

MODELOS DE ENTRADA Caloi Strada Quadro: Alumínio Garfo: Carbono Grupo: Shimano Tiagra Preço sugerido: R$2.799,00 www.caloi.com.br

Soul Ventana Pro Quadro: Alumínio Garfo: Carbono Grupo: Shimano Tiagra Preço sugerido: R$2.799,00 www.soulcycles.com.br

* Preços e características baseados em pesquisas com revendedores no Brasil, sujeitos a alterações. Imagens meramente ilustrativas.

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Specialized Alez Quadro: Alumínio Garfo: Carbono Grupo: Shimano 2300 Preço sugerido: R$2.990,00 www.specialized.com.br

Scott Speedster S40

KHS Flite 500 Quadro: Alumínio Garfo: Carbono Grupo: Shimano 105 Preço sugerido: R$3.599,00 www.khsbikes.com.br

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Quadro: Alumínio Garfo: Alumínio Grupo: ShimanoTiagra / FD Preço sugerido: R$3.339,00 www.scott.com.br

Jamis Ventura Comp Quadro: Alumínio Garfo: Carbono Grupo: Shimano Sora/Tiagra Preço sugerido: Até R$4 mil www.ltdimports.com.br

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Bianchi Nironi 7 Quadro: Alumínio Garfo: Alumínio/Carbono Grupo: Shimano Tiagra Preço sugerido: Até R$4 mil bianchibrasil@terra.com.br

Kona Zing

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Quadro: Alumínio Garfo: Carbono Grupo: Shimano Tiagra/Sora Preço sugerido: Até R$4 mil kona@mscomex.com.br

Merida Road Race 880 Quadro: Alumínio Garfo: Alumínio Grupo: Shimano Sora Preço sugerido: Até R$4 mil www.merida.com.br

Orbea Aqua T23 Quadro: Alumínio Garfo: Carbono Grupo: Shimano 2300 Preço sugerido: Até R$4 mil www.orbea.com.br

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CUSTO-BENEFÍCIO Cannondale Caad 8 Quadro: Alumínio Garfo: Carbono Grupo: Shimano 105 Preço sugerido: R$4.990,00 www.cannondale.com.br

Schwinn S9 Le Tour Ultra

KHS Flite 850

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Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano Ultegra Preço sugerido: R$6.999,00 www.schwinnbike.com.br

Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano 105 Preço sugerido: R$6.999,00 www.khsbikes.com.br

Colnago Ace Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano 105 Preço sugerido: R$7.650,00 www.avantisports.com.br

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TOP BIKES Giant TRC Advanced 1 Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano Ultegra Preço sugerido: ND www.cicloleiriense.com.br

Argon 18 Gallium Pro

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Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano Dura Ace Preço sugerido: N/D www.3adistribuidora.com.br

Trek Madone 6.7 SSL Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano Dura Ace Preço sugerido: Até R$30 mil www.trekbikes.com.br

Scott CR1 SL Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano Dura Ace Preço sugerido: Até R$25 mil www.scott.com.br

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Litespeed C1 Force Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: SRAM Force Preço sugerido: Até R$13 mil www.m2trends.com.br

Specialized Tarmac Expert

Look 695

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Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano Ultegra Preço sugerido: Até R$13 mil www.specialized.com.br

Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: SRAM Red Preço sugerido: Até 18 mil www.cyclemotion.com.br

Pinarello FP4 Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Campagnolo Athena Preço sugerido: Até R$ 13 mil

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Bikes de Triathlon A escolha de uma bike para Triathlon é bem mais complexa, isso porque aqui a geometria passa a fazer muita diferença entre as marcas. As geometrias para Triathlon são desenvolvidas a partir do aerobar e da posição que o atleta ficará nele. Isso muda tudo, pois todo o posicionamento é alterado.

Nas bicicletas de estrada, o projeto da geometria é criado para fazer com que você se apóie somente na parte de trás, no selim. Já as bicicletas de Triathlon precisam distribuir seu peso entre a parte de trás e a parte da frente, já que estará com seus cotovelos apoiados no aerobar.

Segundo Dan Empfield, fundador da marca Quintana Roo (de bikes exclusivas para Triathlon) e considerado o pai da geometria específica para o esporte, mais de 85% da aerodinâmica depende da sua posição na bike. Assim, mais importante que um quadro aerodinâmico é um quadro que o deixe aerodinâmico.

Você já deve ter percebido que as formas dos quadros de Triathlon e contra relógio variam muito, daí a dificuldade de comparar tamanhos. Para tentar resolver esse problema, Dan Empfield criou os conceitos de stack (altura) e reach (alcance), que permitem comparar quaisquer bikes. Veja a figura abaixo: Reach (alcance)

Clique para acessar a tabela completa de stack e reach de diversos fabricantes >

Stack (altura)

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A medida do reach é o alcance de um quadro, definido por uma linha imaginária horizontal que parte do eixo do movimento central, até cruzar com outra linha vertical imaginária que intercepta o eixo da parte superior do head tube (sem contar a tampa da caixa de direção). Já o conceito de stack é a altura do quadro, definida por uma linha vertical imaginária que sobe a partir do eixo do movimento central e intercepta outra horizontal, também imaginária, que parte do eixo da parte superior do head tube (sem contar a tampa da caixa de direção).

Em grande parte, escolher uma bike de Triathlon envolve analisar com calma essas medidas para cada um dos modelos nos quais estamos interessados. Pessoas mais flexíveis e com troncos grandes, vão preferir bikes com maior reach e menor stack, já pessoas com troncos mais curtos (normalmente pessoas mais baixas) vão preferir bikes com o reach um pouco menor.

Marcas focadas no Triathlon A mãe das bicicletas de Triathlon é a Quintana Roo, uma das poucas marcas no mundo que, até hoje, só fabrica bicicletas e quadros para o multisporte. Seu slogan continua o mesmo desde o início da empresa: “True to the Tri”. Outra marca que se destaca no Triathlon é a Cervélo, há anos a vencedora disparada no bike count no Ironman do Havaí e em quase todos os Ironmans do mundo. E o modelo preferido é a mais do que testada P3C.

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A partir dessas medidas, podemos entender melhor como funciona uma geometria para o Triathlon. Como os triatletas não tem as limitações de posicionamento impostas pela União Ciclística Internacional (UCI), a posição tende a ser o mais para frente possível. Talvez o melhor exemplo seja a posição do banco. De acordo com as normas da UCI, a ponta do selim deve ficar, no mínimo, 5cm atrás de uma linha vertical imaginária que sobe a partir do eixo do movimento central. Já no Triathlon, essa limitação não existe, então os atletas tendem a jogar o selim o mais para frente possível, já que fica mais fácil alcançar o aerobar (motivo pelo qual existem bikes de Triathlon); e músculos importantes são economizados para corrida. Assim, entendemos porque há bikes para Triathlon e bikes para contra-relógio, que seguem as regulamentações da UCI em relação a vários aspectos da geometria.

ele e o aerobar (maior reach) ou reduzir a altura do aerobar (menor stack) ele ficará mais aerodinâmico, pois ficará mais “deitado” na bike.

O que a Cervélo e a Quintana Roo tem em comum? Ambas tem uma geometria muito parecida, com stack pequeno e reach grande, o que coloca o atleta em uma posição muito aerodinâmica. No gráfico abaixo, plotamos o stack e o reach dos modelos de nosso guia para o tamanho M (ou 54), o mais vendido no mercado brasileiro:

Agora, imagine um ciclista sentado em uma bike com aerobar, com a ponta do selim em cima do eixo movimento central. Se você aumentar a distância entre

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Como você pode perceber, a Cervélo P3 tem praticamente as mesmas medidas do modelo top de linha da Quintana Roo, a CD01. São bikes baixas e mais alongadas, que deixam os atletas em uma posição mais agressiva. Isso significa que são as bikes certas para você? Não. Como foi dito anteriormente, seus atributos pessoais contam muito. Vamos supor que você tenha um histórico de corrida e nehuma natação, com o tronco pouco desenvolvido e menor em relação às pernas. Será difícil conseguir uma posição adequada nessas bikes. O mesmo acontece para atletas de baixa estatura e mulheres, que usualmente preferem bikes mais altas (stack maior). No geral, podemos separar as bikes em dois grandes grupos: as longas e baixas (quadrante da direita no gráfico) e as altas e curtas (quadrante na esquerda no gráfico). Claro que essa divisão é bem clara quando comparamos a Cervélo P3 e a Quintana Roo CD 01 com a Specia-

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lized Transition, a Fuji D6 e a Cannodale Slice. Mas essa divisão não é tão evidente com as bikes da Felt e da Argon 18. Uma medida ideal pode ser estabelecida com um bom bike fitter, ANTES da compra da bike. Muitos atletas descobrem que compraram a bike errada depois que já o fizeram. Você também pode usar os parâmetros de stack e reach, com os tipos de geometria que fornecemos e sua percepção da bike atual. Por exemplo, você possui uma Cervélo P3 tamanho M com diversos espaçadores abaixo do guidão. O que significa isso? Que você precisa de uma bike mais alta (maior stack). Se você sente que não há problemas com o alcance (reach), pode migrar para uma Argon 18 E-112 ou E-114, que possuem o mesmo reach, mas são mais altas. O importante é escolher uma bike que sirva para você, e não porque um determinado atleta usa ou porque o quadro tem uma forma bonita.


Uma observação para atletas menores de 1,60m Como destacamos na edição de setembro/2010, atletas com menos de 1,60m devem esquecer bikes com rodas 700c e procurar por opções com rodas 650c (aro 26). Dadas as limitações na construção dos quadros é virtualmente impossível chegar em uma boa posição aerodinâmica com rodas 700c. Se você faz parte desse grupo de atletas, esqueça o preconceito e seja feliz com uma aro 26 (Se ainda não está convencido, leia nossa edição de setembro aqui). Fique atento com os quadros tamanho S (Small - Pequeno)

O que muda nas bikes femininas? Diversas marcas oferecem modelos de bikes específicas para mulheres, mas o que realmente muda nessas bikes? Em geral, não há alteração de geometria do quadro, mas as peças costumam ser menores, em especial o cockpit (avanço, guidão e clip). A relação também costuma ser mais leves. Normalmente, as bikes de Triathlon saem de fábrica com uma relação de coroas 53/39 dentes. As bikes específicas para mulheres, usualmente,

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Quanto menor o quadro de uma bicicleta de Triathlon, menores as limitações geométricas em suas construções. Para os quadro tamanho S, a grande maioria com rodas 700c, você deve estar atento às dimensões do quadro em termos de stack e reach para vários modelos da mesma marca. Vamos pegar como exemplo a Cervélo P2 e a Cervélo P4. Para o tamanho 51, o stack e o reach de ambas são exatamente iguais. Ou seja, pagar milhares de dólares a mais na P4 não vai melhorar sua posição e não vai te tornar muito mais rápido. Isso acontece com a diversos fabricantes , portanto é bom ficar atento, pois o dinheiro gasto com o quadro mais caro poderia ser destinado a algo mais útil, como uma roda ou um capacete aerodinâmico. Claro que estamos ignorando aqui o aspecto visual, pois entendemos que sua preocupação maior é o desempenho.

são vendidas com a relação 50/34 e ainda com catracas maiores. Portanto, é bom ficar se atentar ao equipamento que você utiliza antes de comprar sua próxima bike. Outras diferenças são itens que adicionam mais conforto, como selins especiais e espumas dos pads dos clips. Para terminar, a pintura dessas bikes costuma ser bem especial, um atrativo a mais para as triatletas.

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Baixas e longas

Cervélo P2 Ultegra

Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano Ultegra Preço sugerido: R$7.990,00 www.alldistances.com.br

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O melhor custobenefício

Uma das bikes de melhor custo benefício do mercado, com excelente aerodinâmica e geometria idêntica (em termos de stack e reach) da P3 e da P4 no tamanho 51.

Stack 46.1 48.2 51.2 53.1 55.0 57.7

Reach 38.9 40.5 41.8 42.9 44.0 44.7

Rodas 650C 700C 700C 700C 700C 700C

Quintana Roo Seduza Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano Ultegra Preço sugerido: R$9.190,00 www.m2trends.com.br

Bons componentes em uma bike full carbon de geometria exclusiva para Triathlon, essa é a proposta da Quintana Roo Seduza, uma das melhores opções do mercado.

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Tamanho 48 51 54 56 58 61

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Tamanho XS S M L

Stack 45.3 48.6 51.4 55.0

Reach 39.4 38.8 40.7 43.0

Rodas 650C 700C 700C 700C


Baixas e longas Jamis Xenith T2 Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: SRAM Red Preço sugerido: Até R$30 Mil www.ltdimports.com.br

Tamanho Small Medium MedLrg Large

Stack 49.6 50.9 53.1 55.6

Reach 40.5 41.7 43.2 45.7

Rodas 700C 700C 700C 700C

Felt B12 Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: SRAM Red Preço sugerido: N/D www.barcellosbike.com.br

A Felt possui todas as suas bikes de Triathlon com a mesma geometria, independente do modelo. É também uma das poucas marcas preparadas para os câmbios eletrônicos Dura Ace Di2. A partir daí é uma questão de escolher quais componentes você deseja. A B12 é a opção intermediária da marca.

Tamanho 48 50 52 54 56 58 60

Stack 46.5 48.5 50.0 51.0 52.5 54.5 56.0

Reach 37.0 39.0 40.5 41.5 42.5 45.0 46.0

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Essa bike já vem de fábrica com rodas Zipp 808 e o melhor grupo mecânico do mercado, o SRAM Red. Pronta para competir.

Rodas 650C 650C 700C 700C 700C 700C 700C MundoTRI.com [janeiro 2011]

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Baixas e longas

Cervélo P3C Dura Ace

Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano Dura Ace Preço sugerido: R$14.290,00 www.alldistances.com.br

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A melhor bike longa e baixa

Essa é a bike de Triathlon mais usada no mundo, e não é à toa. Geometria baixa e longa, peças de alta qualidade, quadro leve. Trata-se da bike à toda prova e que vai permanecer anos em provas de Ironman e longa distância em todo o mundo.

Stack 46.1 48.2 49.8 51.6 53.5 56.4

Argon 18 E-112

Irmã mais nova da E-114, possui a mesma geometria, mas sem a frente integrada, porém com ajuste mais flexível. Boa relação custo-benefício. As rodas mostradas não estão inclusas no preço sugerido.

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Tamanho 48 51 54 56 58 61

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Reach 38.9 40.5 41.9 43.3 44.5 45.4

Rodas 650C 700C 700C 700C 700C 700C

Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano Ultegra Preço sugerido: Até R$12 mil www.3adistribuidora.com.br

Tamanho XS S M L

Stack 48.5 49.5 51.5 53.6

Reach 39.8 41.1 41.9 42.8

Rodas 700C 700C 700C 700C


Baixas e longas Quintana Roo CD 01 Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano Dura-Ace Preço sugerido: R$23.990,00 www.m2trends.com.br

Tamanho S M ML L

Stack 49.7 49.7 51.7 54.5

Argon 18 E-114

Bike imortalizada por Torbjorn sindballe no Ironman do Havaí, muito leve e ágil. Um dos melhores quadros do mercado, com a primeira frente integrada de série. As rodas mostradas não estão inclusas no preço sugerido.

Reach 39.6 42.0 43.8 45.2

Rodas 650C 700C 700C 700C

Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano Dura Ace Preço sugerido: Até R$20 mil www.3adistribuidora.com.br

Tamanho XS S M L

Stack 48.5 49.5 51.5 53.6

Reach 39.8 41.1 41.9 42.8

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A bike top de linha da marca mais focada em Triathlon de todo mundo. Trata-se de um dos melhores quadros do mercado, com geometria quase imbatível.

Rodas 700C 700C 700C 700C

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Altas e curtas

Cannondale Slice 5

Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano 105 Preço sugerido: R$6.990,00 www.cannondale.com.br

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O melhor custobenefício

A bike de Chrissie Wellington em uma versão acessível, mas completa. O melhor custo-benefício entre as bikes altas e curtas.

Stack 47.8 49.4 50.9 52.9 54.8 57.2

Fuji D-6 3.0

O mesmo quadro top da marca, mas com componentes mais modestos, uma ótima bike para pessoas de baixa estatura ou de troncos grandes.

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Tamanho 47 51 54 56 58 60

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Reach 36.5 37.1 39.8 40.7 41.7 42.5

Rodas 650C 700C 700C 700C 700C 700C

Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano Ultegra/105 Preço sugerido: Até R$11 mil www.fujibikes.com.br

Tamanho XS S S/M M M/L L XL

Stack 48.1 49.0 50.0 50.9 52.5 52.5 53.8

Reach 35.4 37.2 39.0 40.2 42.4 44.5 46.0

Rodas 700C 700C 700C 700C 700C 700C 700C


Altas e curtas Specialized Transition Comp Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: SRAM Rival Preço sugerido: R$9.990,00 www.specialized.com.br

Tamanho XSmall Small Medium Large XLarge XXLarge

Stack 48.7 50.5 51.6 52.6 54.2 55.4

Trek Speed Concept 7.0

Reach 36.5 38.0 39.5 40.5 42.1 45.0

Rodas 700C 700C 700C 700C 700C 700C

Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: SRAM Apex Preço sugerido: Até R$11 mil www.trekbikes.com.br

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Bike de entrada da série Transition, especialmente feita para a geometria alta e curta. Macca venceu o Ironman do Havaí em 2007 com esse mesmo quadro. É um dos poucos quadros com o tamanho XXLarge.

A melhor bike alta e curta

Na edição de outubro, testamos essa máquina no Havaí. É uma opção incrível, rápida e ágil. Sua grande vantagem sobre ao modelo 9.0 (mais caro) é a facilidade de ajuste da frente tradicional. Com a troca de alguns componentes você vai voar com essa bike.

Tamanho XS S M L XL

Stack 37.0 49.2 51.7 54.1 56.5

Reach 46.8 39.0 40.8 42.6 44.5

Rodas 650C 700C 700C 700C 700C

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Altas e curtas

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Orbea ordu SLT

Com angulação do seat tube variável, é uma bike que pode ter seu reach reduzido, tornando-a uma opção interessante para pessoas de baixa estatura.

Tamanho 48 51 54 57

Stack 49.7 51.2 52.0 53.0

Scott Plasma 10

Uma das bikes mais altas do mercado. Se você está usando muitos avanços para levantar seu guidão, sua opção de bike pode estar aqui.

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Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano 105 Preço sugerido: Até R$20 mil www.orbea.com.br

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Reach 37.5 39.5 40.9 42.2

Rodas 700C 700C 700C 700C

Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano Dura Ace Preço sugerido: Até R$20 mil www.scott.com.br

Tamanho XS S M L XL

Stack 50.4 51.5 52.7 54.8 58.1

Reach 37.9 39.2 40.4 41.6 42.7

Rodas 700C 700C 700C 700C 700C


Altas e curtas Fuji D-6 1.0 Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano Dura Ace Di2 Preço sugerido: Até R$40 mil www.fujibikes.com.br

Tamanho XS S S/M M M/L L XL

Stack 48.1 49.0 50.0 50.9 52.5 52.5 53.8

Trek Speed Concept 9.5

Versão com a frente integrada, mais aerodinâmica, mas com ajuste mais complicado. É necessário escolher entre diversos tamanhos de mesas e espaçadores disponíveis antes de comprá-la.

Reach 35.4 37.2 39.0 40.2 42.4 44.5 46.0

Rodas 700C 700C 700C 700C 700C 700C 700C

Quadro: Carbono Garfo: Carbono Grupo: Shimano Ultegra Preço sugerido: Até R$30 mil www.trekbikes.com.br

Tamanho XS S M L XL

Stack 46.8 49.2 51.7 54.1 56.5

Reach 37.0 39.0 40.8 42.6 44.5

GUIA DE BIKES 2011

Uma das top bikes do mundo. Completa e com a assinatura de Matt Reed. A Fuji se destaca por fazer bikes pequenas com rodas 700c e boa geometria. O canote integrado exige um case especial.

Rodas 650C 700C 700C 700C 700C

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As super bikes 2011

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Você deve estar se perguntando, onde estão as super bikes que foram lançadas na última temporada: Scott Plasma Premium, Specialized Shiv, Giant Trinity Advanced, Felt DA, Storck Aero 2 etc.? Considerando que este é um guia de bikes para Triathlon, temos que fazer algumas considerações antes de apresentar essas bikes. Primeiro, são bikes extremamente agressivas, que na maioria das vezes foram desenvolvidas para contra-relógios de 40km e ciclistas de nível de Tour de France. Segundo, as bikes precisam seguir as regulamentações da já citada UCI, o que as tornam praticamente inviáveis para o Triathlon. Terceiro, a manutenção e ajuste dessas bikes, com peças integradas e proprietárias dificulta muito para atletas no Brasil.

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Vamos observar uma das primeiras dessas bikes, a Giant Trinity Advanced SL nas fotos abaixo dos testes da própria marca. O avanço do lado esquerdo é o que vemos nos atletas do Pro Tour de ciclismo, com a frente praticamente reta (veja a bike na página seguinte). O avanço do lado direito está com espaçadores. Você, provavelmente, utilizaria três ou quatro deles para se manter em uma posição suportável por 90km ou 180k. Mesmo triatletas profissionais não utilizam essas bikes com o clip reto. Simplesmente não funciona para quem tem que correr depois. Consultamos dois especialistas em bike fit, e ambos foram unânimes em recomendar prudência ao se comprar uma bike desse tipo:


Você costuma ver essas bikes assim, com as frentes totalmente retas e muito aerodinâmicas.

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Mas é bem provável que você utilize a bike assim, com 4 ou até mais espaçadores.

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A “

falta de ajuste dessas bikes compromete o conforto de tal maneira que as características favoráveis (estabilidade, firmeza e até mesmo estética) deixam de ser relevantes.

frentes é muitas vezes complexa (vide carenagem da Shiv), fazendo com que o atleta necessite sempre de mão-de-obra qualificada para mexer na bike (o que, dependendo do local da prova, nem sempre é possível).

O grande ponto de ajuste nas bicicletas para Triathlon é justamente a frente (altura, largura e comprimento das extensões, comprimento do avanço, altura do guidão); sem essas possibilidades de ajuste (principalmente na altura do guidão), o triatleta que participa de provas de média e longa distância passa a ter um problema sério em potencial.

Acredito que nos próximos anos veremos soluções diferentes para Triatlon e contrarelógio na mesma bike, se não me engano a Trek Speed Concept já oferece essa possibilidade. E sei que de fato um grande fabricante de peças está bem adiantado em uma solução genérica que irá permitir alterações e regulagens de grande amplitude, independente do fabricante da bike.”

Adicionalmente, a manutenção dessas

Max, Diretor da Kona Bikes

O que dizem os especialistas sobre as super bikes de contra-relógio?

À

primeira vista são lindas, lembram carros de corrida, porém não atendem todos os seus potenciais compradores, principalmente quando se faz um bike fit adequado. Na maioria dos casos são bikes feitas para profissionais, respeitando o seu biotipo e suas características na bike, para determinar sua geometria e a posição e angulação da frente integrada. É muito importante lembrar que o número de posições possíveis é uma grande vantagem em uma frente convencional, pois atende todas as categorias de atletas, de amadores aos profissionais.

Para aqueles que realmente quiserem uma bike com frente integrada ou até mesmo um guidão com mesa integrada, a melhor opção é consultar um fitter para que aconselhe qual é a melhor opção. Em alguns casos, a bike não atenderá o ciclista,

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e o mesmo deve ter consciência de que não atingirá o melhor rendimento, mesmo sendo em uma bike de última geração e repleta de novas tecnologias. Acredito que o próximo passo da indústria são frentes integradas que tenham algum modo de adaptação para todos os níveis de atletas. Algumas marcas já investem em algo do tipo, mas ainda muito longe das opções que uma frente tradicional pode proporcionar. É bom lembrar que essas bikes fantásticas são feitas especificamente para um atleta, e, às vezes, não atendem nem mesmo os outros integrantes de sua equipe.” Felipe “PIPO” Campagnolla, Diretor da Vélotech, habilitado Retul bike fit


Super bikes

Scott Plasma Premium

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CervĂŠlo P4

BMC Time Machine

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Giant Trinity Advanced SL

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Storck Aero 2

Felt DA 2011

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Sabe quantas ĂĄrvores foram derrubadas para que vocĂŞ pudesse ler a MundoTRI Magazine? Nenhuma. Pense verde.

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Foto: Wagner AraĂşjo

Ironman

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Defina a estratégia para sua próxima prova por Vinícius Santana

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Estratégia: Ironman Recentemente, um atleta que utiliza nossas planilhas prontas postou uma pergunta em nosso fórum sobre qual estratégia utilizar em seu próximo Ironman. Era um atleta com média experiencia em provas longas, que estaria fazendo seu segundo Ironman, sendo o primeiro completado em menos de 11 horas. Para a prova em específico, o atleta queria quebrar a barreira das 10h30. Por ter utilizado nossa planilhas e ter treinado pelo Método, é esperado que alguns conceitos básicos aprendido nos treinos sejam bem utilizado nas provas. Isso se aplica a conceitos práticos, como: 1) fazer uma prova em esforço e ritmo progressivo; 2) utilizar técnicas específicas no ciclismo e na corrida. Mas também se aplica a conceitos mentais, que envolve a utilização da habilidade desenvolvida de deixar a percepção de esforço e auto-conhecimento do seu corpo determinarem quais decisões tomar quando algo não ocorra como o esperado. Isso, geralmente, acontece em uma prova longa, afinal 10h+ é muito tempo para tudo sair perfeito. Porém, como entrar em detalhes sobre qual estratégia utilizar? Quais fatores você precisa considerar para executar a prova com seu potencial máximo?

Objetivos Definir seus objetivos para o Ironman é seu primeiro passo. Qual o motivo de sua participação? Terminar seu primeiro Ironman ou arriscar tudo para ter aquela prova perfeita e beliscar uma vaga para o Havaí? Como uma analogia de fácil visualização, definir uma estratégia de prova não é diferente de um investimento financeiro. Caso você seja um iniciante, é aconselhável que não se arrisque tanto até ter mais ex-

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periência sobre o “mercado”, para então pensar em tomar decisões mais arriscadas, que trarão melhores retornos. No Ironman não é diferente, o atleta iniciante deve sempre traçar uma estragégia segura, pois geralmente terminar a prova já é o grande desafio. Encare a prova como um treino, pois é exatamente isso que ela é para quase todos atletas. Tenha dois mantras em sua cabeça: “comer e beber” e “devagar e sempre”. Isso lhe levará até o final. Já aquele atleta que está em busca de um resultado mais expressivo, pódio em sua categoria, vaga para o Havaí, inevitavelmente irá se arriscar mais, entendendo que o resultado pode variar desde a prova de sua vida, até o pior tempo de toda sua carreira como atleta de Ironman. Mesmo se isso acontecer, você sabe que fez seu melhor e correu o risco. Afinal, você não está mais interessado em “apenas completar”, portanto, quebrar é parte dos riscos e você se sente confortável em relação a isso


Foto: LInkphoto.com.br

Por Vinícius Santana

Histórico esportivo Quais esportes (se algum!) você praticou antes de iniciar no Triathlon que tem um forte impacto em sua estratégia de treino? Para o atleta iniciante, é uma maneira de encarar treinos “sérios” enquanto aos poucos deselvolve sua estrutura física nas outras duas disciplinas. Já para o atleta de rendimento, isso pode virar seu ponto de ataque no dia da prova. Tivemos um atleta que se inscreveu para um Ironman sem nunca ter praticado Triathlon antes! E por ser uma pessoa dedicada, não conseguia ter paciência para progredir lentamente nos treinos, o que envetualmente poderia gerar uma lesão. Para acalmarmos o atleta, incluímos uma sessão de “treking” de 3-5h pelas trilhas da região onde morava, a única regra era “não vale correr”, poderia apenas caminhar rápido!

Outro exemplo seria o ex-nadador, que mesmo fazendo uma natação relativamente forte, irá gastar muita pouca energia dentro da água, se comparado com uma natação extremamente devargar (ex: 10min mais lento). Para esse atleta, o ritmo na natação pouco interfere com o resultado final.

Condições e circunstâncias para treinos Atletas amadores tem certas limitações para fazerem seus treinos. Seja por uma questão de tempo, onde compromissos profissionais e familiares sempre tem prioridade, ou até por locais para execução do treinamento. O ciclismo, geralmente, é o mais difícil de ser treinado, principalmente pelos atletas que moram em grandes cidades. Entenda e trabalhe junto a essas limitações ao invés de ignorá-las.

“Definir seus objetivos para o Ironman é seu primeiro passo. Qual o motivo de sua participação? Terminar seu primeiro Ironman ou arriscar tudo para ter aquela prova perfeita e beliscar uma vaga para o Havaí? “ MundoTRI.com [janeiro 2011]

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Foto: Wagner Araújo

Estratégia: Ironman

Lesões Problemas com lesões são uma realidade para alguns atletas de nosso esporte. É importante definir o motivo pela qual as lesões aparecem, seja intensidade ou volume em excesso, técnica errada em algumas das disciplinas, ou recuperação muscular devagar, devido a um desequilíbrio hormonal (testosterona, cortisol, hormônio do crescimento). Caso você não tenha problemas com lesões, continue com seu senso de bem estar e saúde ligado, pois isso é seu seguro de saúde no futuro. Porém, se você tem um histórico de uma ou mais lesões sérias, considere-as para definir a estratégia de seus treinos e provas. Por exemplo, alguns atletas tem enorme chance de se machucarem com grandes volumes de corrida, mesmo em intensidade baixa. Nesse caso, você vai precisar desenvolver sua endurance no ciclismo, fazendo mais volume do que um atleta que pode correr longos sem problemas.

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Já outra situação, são atletas que entram em overtraining hormonal com qualquer aumento no volume, mas não tem lesões musculares ou estruturais. Nesse caso, você sabe que seu treinamento será baseado em intensidade.

Pontos fortes e fracos Esse é o ponto mais importante de como definir sua estratégia para o dia da prova. Como exemplo, trabalho com um atleta que, por uma combinação de razões, nunca será um corredor de maratona, mesmo que corra uma maratona pura, não conseguirá baixar de 3h30, e esse atleta já se classificou para o Havaí por duas vezes. Até chegarmos a sua estratégia ideal, a qual resultou nas classificações, buscávamos melhorar sua corrida no dia da prova. Mas nada parecia dar certo, mesmo fazendo um pedal muito aquém do seu potencial, ele tinha problemas em correr rápido, até que tentamos uma estratégia arriscada, “dar tudo” no ciclismo, e utilizar o método “walk:run” na corrida.


Por Vinícius Santana Com uma natação razoável, esse plano resultou em um pedal de 5h16, seguido de uma corrida de 4h12, no Ironman da China, onde é extremamente quente. Isso foi suficiente para uma vaga na categoria M45-49 Em compensação, alguns corredores tem dificuldade em pedalar forte e em seguida correr bem. Se esse for o seu caso, é interessante segurar no ciclismo. No final o saldo será positivo em 15min se você pedalar 15 minutos mais lento do que pode, e conseguir correr 30min mais rápido do que de costume. Uma vez analisada sua estratégia de treinos, trabalhe nos detalhes do dia da prova.

Nível dos demais atletas Quanto mais avançado for o atleta, mais importante é o papel dos demais competidores em sua estratégia. Por exemplo, veja os atletas profissionais no Ironman do Havaí. Alguns excelentes ciclistas e corredores como Rutger Beke ou Ronnie Schildknetch, seriam campeões mundiais caso conseguissem nadar com o grupo da frente. Aqueles 3-4 minutos de déficit na natação lhe custam muita energia, pois os líderes sempre pedalam em grupo. Outro exemplo é o caso do Bi-Campeão mundial Craig Alexander, que só ganha provas quando o grupo fica junto durante o ciclismo, sem nenhum ataque nessa etapa. O atleta amador não precisa se preocupar

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tanto com esses detalhes, principalmente o iniciante. Porém, à medida que você melhora, é interessante você poder utilizar dos demais competidores para atingir seu potencial. Por exemplo, caso você tenha um histórico como nadador, ou até mesmo seja um nadador abaixo de uma hora, vale a pena ter uma largada muito forte, para nadar na esteira de atletas experientes, que são mais consistente com o ritmo de prova. Além disso, você sai para pedalar com menos trânsito. Outro exemplo acontece em percursos muito técnicos no ciclismo, onde é interessante deixar um atleta a 1015seg de distância encontrar todas as surpresas para você, o que resulta em melhor antecipação de curvas, buracos, descidas, pontos de freagem etc.

Percurso Alguns fatores que você deve entender e que fazem parte de sua estratégia, são as condições encontradas no dia da prova. Se seu biotipo é pesado, você deve atacar no ciclismo nas su-

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bidas ou no plano? E se o dia estiver quente? Isso muda sua estratégia de ritmo em cada disciplina ou somente na corrida? E se ventar, é melhor se poupar para a corrida ou usar o vento como uma oportunidade de ganhar tempo sobre os corredores? Essas são algumas das perguntas que você precisa entender ao chegar na linha de largada de um Ironman, pois as condições no dia podem sempre ser diferentes das previsões ou dos outros anos. Nesse caso, é fundamental saber fazer o melhor jogo com suas cartas! Boas provas e treinos em 2011! MT

Vinícius Santana é técnico da Ironguides, empresa oferece soluções esportivas para atletas e praticantes de atividade física de todos os níveis, com treinamento online ou presencial, planilhas espefícas por eventos, training camps, curso para treinadores, programas de incentivo a promoção da saúde em empresas, e produtos para a saúde e o bem-estar que propiciam um estilo de vida saudável aos atletas. http://www.ironguides.net/br


Foto: Eduardo Nascimento

Não perca nenhum detalhe das principais competições do país. Acompanhe nossas transmissões ao vivo no site ou pelo nosso canal no Twitter @mundotrive

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< Daniel Fontana, vencedor do Ironman 70.3 Pucón


Pernada e a natação do Triathlon > Cleiton Abílio >

[p.66]

Ciro Violin [p.68]

> Ana Lídia Borba [p.70]

OPINIÃO * A coluna “Opinião” traz a visão de atletas experientes, mas que não necessariamente possuem conhecimento técnico e formal sobre o assunto abordado.

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Foto: Wagner AraĂşjo

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Opinião: Pernada no Triathlon

Cleiton Abílio

F

eliz o triatleta que nunca sofreu com a natação. Esse esporte, mais do que os outros que compõem o Triathlon, cobra um preço elevado em razão da falta de técnica e condicionamento físico. É um meio completamente diferente do que vivemos e treinamos, onde Força e Resistência podem ser facilmente vencidas pela ausência de técnica.

Foto: André Souza

Os desgastes advindos dos estímulos dados durante a corrida e o ciclismo, ao longo do treinamento, impedem (e muito) um estímulo eficiente às pernas durante a natação. A amplitude e a qualidade do movimento são sacrificadas, em razão do cansaço que acompanham os grupos musculares da perna. Percebese, então, que há um ágil movimento das pernas sem amplitude e eficiência, fatores fundamentais para o bom desenvolvimento dessa modalidade.

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A perna que deveria ter um movimento similar a uma vara de bambu, na verdade, acaba tendo um movimento repartido, aonde se consegue identificar os pontos de “dobras”, que são os pontos das articulações. Esse movimento de vara de bambu, dificilmente será alcançado pelo triatleta, e até porque, toda essa flexão – que resulta em eficiência – não é muito positiva para ele, em razão do aumento excessivo de amplitude do movimento das articulações, resultando também no aumento da elasticidade dos tendões.

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Ok! Mas e aí? O que fazer? Eficiência. Eficiência. Eficiência. Essa é a palavrachave. Treinar pouco e treinar bem, porque as pernas precisam pedalar e correr. Na natação, as pernas possuem duas funções: Propulsão e Equilíbrio. Normalmente, nadadores de fundo utilizam as pernas como elemento de equilíbrio do nado, poupando-as para uma chegada ou um momento mais crítico da prova. Mas isso não é regra, como bem demonstrou um dos maiores nomes da natação brasileira, o nadador Ricardo Prado, que utilizava muito bem a pernada para compensar a sua baixa estatura em relação aos outros competidores. Voltando ao tema, no Triathlon, é mais indicado poupar as pernas e saber utilizá-las para os momentos críticos da natação, como por exemplo: a largada, a virada da bóia, a busca de um grupo logo à frente, ou até mesmo, quando você erra e acaba saindo da esteira e precisa retornar. Eu não creio que, entre os triatletas, seja necessário grande planejamento para saber como encaixar o treinamento de pernada, mas acredito que o estímulo deve sempre existir e buscar variações de posicionamento do tronco, como por exemplo: pernada lateral e pernada de costas, além, é claro, de estímulos de potência combinados com movimentos amplos e eficientes.


Foto: Wagner Araújo

Sabendo que as pernas, possuem essas duas funções, vamos passar para o resto do corpo. Sem dúvida alguma, não há um esporte tão completo em termos de ativação muscular quanto a natação. E, como já mencionei, técnica por aqui é fundamental. Simploriamente, vamos dividir o corpo, em: Tronco, Abdômen e Pernas.

Finalizando e respondendo o tema principal. O importante é a existência periódica do estímulo e a sua execução correta, somada a suas variações. Não é necessário elevado volume de pernada, porque um exercício bem feito já vale por muitos mal feitos. Aproveite para fazer um bom treino de perna no dia em que elas estiverem mais descansadas, aproveitando esse raro momento! Em busca da linha de chegada, “pernas para que te quero”! Cleiton Abílio é triatleta há mais de dez anos, e possui um blog sobre o esporte: cleitonabilio.wordpress.com

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Opinião: Pernada no Triathlon

A sincronização do movimento dos braços, incluindo a fase aérea e submersa, deve ser trabalhada para que você consiga usufruir de sua própria evolução técnica da pernada. Então, educativos e a observação do treinador, farão a diferença neste momento. Entretanto, a transição da energia gerada pelas pernas, deve ser bem feita. Por isso, o abdômen não pode ser negligenciado. É preciso um quadril estável, ou você corre o risco de perder todo o tempo e gasto calórico colocados sobre os educativos e treinamento de pernada. Procure, durante o exercício

da pernada, concentrar não apenas no movimento das pernas, como também, na estabilização do quadril contraindo e ativando o abdômen.

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Opinião: Pernada no Triathlon

Ciro Violin

Q

uando fiquei sabendo que o tema deste mês para a Revista MundoTRI seria “a frequência de pernadas na natação para o Triathlon”, gostei muito. No mesmo momento, lembrei-me de um treino que fiz no ano passado com os atletas do Triathon do clube Pinheiros. Naquele dia, aquecemos 400 metros livres, 400 metros só braço e, quando eu pensei que iríamos para a série principal, o Luís Gandolfo (técnico do Pinheiros) falou: “Agora 400m perna” Eu disse: “O quê?! 400m perna?! Eu nunca fiz isso!” Juro... eu não conseguia... Lembro do pessoal, em particular o Alexandre Takenaka, me infernizando e tirando o maior sarro porque eu não conseguia chegar do outro lado da piscina. Foi horrível!

Foto: André Souza

Quando todos já tinham terminado, para o Ciro aqui, ainda faltava 200m, e eu já estava completamente “morto”. Ou seja, não terminei para não atrapalhar a continuidade do treino.

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Depois disso, entramos na série principal: 15 x 200m a cada 3 minutos. A média dos tiros ficou em 2’28”. Consegui acompanhar muito bem os atletas, ótimos nadadores, e ainda puxei uma

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das 5 raias. No final, fiz meus 200m de perna que estava devendo. Mas, por que eu, que sou “um zero à esquerda” para batimentos de pernas, consegui acompanhar os atletas do Triathlon do Pinheiros na série principal, sendo que eles fazem muitos exercícios de perna durante os treinos? Minha verdadeira questão é: se eu treinasse mais perna na piscina eu nadaria melhor e sairia na frente deles em uma prova de Triathlon? Para a natação no Triathlon, eu diria que a resposta é não. Na minha opinião, baseada totalmente em minha própria experiência, as pernas não influenciam na performance dessa modalidade. Neste caso, a propulsão esta totalmente nos braços. A natação em piscina é um esporte extremamente técnico. É o único esporte que equipara, por meio da técnica, homens e mulheres saudáveis, e até pessoas que estejam fora de forma (acima do peso), desde que saibam realmente nadar. A natação é pura técnica, e as pernas fazem parte desta técnica. Mas, na natação em águas abertas, não basta apenas ter a técnica para piscina! Os triatletas têm outras variáveis importantes para se preocuparem. Com certeza, você perderá tempo e energia se não conseguir nadar na direção correta. Saber navegar é fundamental! Se o atleta não tirar a cabeça para fora da água, ele não saberá para onde está


O atleta precisa ainda se preocupar com os outros atletas, se preocupar com a correnteza, com as ondas, com o sol e com a possibilidade de perder a esteira do atleta da frente. Além disso, bater muito as pernas eleva absurdamente a freqüência cardíaca, ou seja, é muito diferente da piscina. Na natação tradicional em piscina, concordo plenamente que o atleta deva ter a obrigação de bater as pernas. Mas, na natação em águas abertas, não. Algumas pessoas podem até perguntar o porquê não treinar perna se nadamos quase 100% dos treinos em piscina. Minha resposta vem com outra pergunta: Por que treinar o que você não vai usar nas competições? Isso não faz sentido para mim.

Por isso, minhas dicas são: 1. Concentre-se nos seus braços, tanto a parte aérea, quanto a parte submersa. 2. Mantenha a freqüência das pernas leve, apenas próximas da superfície da água – o que facilita a flutuabilidade para evitar o arrasto. 3. Tente ao máximo não cruzar os braços na frente da cabeça. 4. Faça força e bons treinos com a pullboy e o palmar! Abraço do Ciro Violin.

Ciro Violin é atleta New Balance, PipaDesign, TopTelha, Cia do Móvel, Energético 220V, Madeirani, Academia AcquaCenter – Leme e Lemefarma. cirotriatleta.blogspot.com

Opinião: Pernada no Triathlon

Meus tempos em séries de 200m, quando estou próximo de uma prova objetivo, ficam sempre entre 2’20” e 2’30” para cada tiro. Tenho como melhor tempo 2’09” nos 200m livres. Para abaixar isso, não há outra maneira: precisaria, e muito, bater pernas. Contudo, esse não é meu objetivo.

máximo de tempo em uma boa esteira, mantendo minhas pernas soltas, sem me cansar muito, pois tenho ainda 180km de bike e 42km de corrida pela frente (no caso de um Ironman).

Foto: Wagner Araújo

indo.

Meu objetivo é o Triathlon, é a natação no Triathlon. Digo mais, meu objetivo não é sair da água na frente em uma prova, e sim conseguir permanecer o

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Opinião: Pernada no Triathlon

Ana Lídia Borba

A

principal função das pernadas no nado crawl é manter o corpo do nadador em equilíbrio e em streamline, ou seja, alongado e alinhado em um eixo no sentido do deslocamento. Elas também contribuem para a rotação do corpo em torno de seu eixo longitudinal, importante para melhorar a propulsão gerada pelas braçadas e minimizar o arrasto hidrodinâmico.

Foto: André Souza

Embora possa parecer estranho, a propulsão gerada pelas pernadas no nado crawl é pouco significativa. Mesmo para nadadores velocistas de Elite, elas representam apenas cerca de 10 a 15% da propulsão total. Nadadores fundistas, maratonistas aquáticos e triatletas obtêm percentuais irrisórios nessa avaliação – e isso não é necessariamente um problema. Em primeiro lugar, devemos considerar que o tempo de treino exigido para que se consiga uma propulsão representativa das pernadas é tão extenso que se torna inviável para nós, que já temos que nos preocupar com três modalidades. Além disso, muito da importância das pernadas para a natação advém das golfinhadas executadas nas saídas e viradas das provas de piscina, que não têm nenhum valor para 99.99% dos triatletas (as exceções são os triatletas de Elite que competem nas provas da ITU e podem tirar proveito das saídas de plataformas).

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Mas isso não quer dizer que podemos ignorar as pernadas! As pernadas promovem a elevação do corpo na água, melhorando a posição do nadador, minimizando o arrasto hidrodinâmico e melhorando a eficiência (e, consequentemente, a velocidade) do nado. Além disso, quando executadas corretamente, facilitam a rotação do tronco e economizam energia, não desgastando músculos que serão exigidos no ciclismo e na corrida. Com relação à técnica das pernadas, há três itens fundamentais que devem ser observados: o eixo da alavanca, a posição dos pés e o ritmo. O eixo é representado pela articulação que é flexionada e estendida para gerar o movimento: ao contrário do que muitos pensam, deve ser o quadril (e não o joelho) o pivô da pernada. Os chutes devem ser executados com a perna quase estendida, sempre a partir do quadril, pois a flexão exagerada do joelho faz com que a coxa afunde, aumentado consideravelmente o arrasto. Uma das formas de corrigir este problema é realizar séries de pernadas laterais, que melhoram a percepção do atleta sobre o movimento. Outro educativo pode ser realizado ligandose as duas pernas do atleta com uma faixa elástica (aproximadamente 30 centímetros de comprimento) presa na altura dos tornozelos do atleta, que nada normalmente ou realiza séries de pernadas. A faixa impede que os pés


No que diz respeito à posição dos pés, é fundamental que eles fiquem em flexão plantar (ponta), jamais apontando para o fundo. Preferencialmente, devem ser também levemente girados para dentro – como se os dedões fossem se tocar, mas com os calcanhares afastados normalmente. Essa posição melhora a propulsão ao aumentar a área de empuxo, além de minimizar o arrasto através da elevação das pernas.

A posição dos pés também pode ser corrigida com a utilização de nadadeiras, em séries de pernadas ou durante séries específicas (tiros, por exemplo) de nado completo. São recomendadas nadadeiras curtas ou médias e flexíveis, que provocam menor sobrecarga nas articulações e permitem que o movimento seja realizado com maior naturalidade.

Foto: Jayhem

Para que os pés fiquem na posição correta e, ao mesmo tempo, relaxados, é necessário que o atleta tenha boa flexibilidade dos tornozelos – fato raro em corredores, mas não tanto

em ciclistas. Para isso, podem ser executados alongamentos estáticos e/ ou dinâmicos, por exemplo: girando os pés nos dois sentidos, em torno dos tornozelos, buscando a maior amplitude de movimento possível.

Foto: Wagner Araújo

se afastem muito, ajudando o nadador a encontrar a amplitude ideal do movimento.

Opinião: Pernada no Triathlon MundoTRI.com [janeiro 2011]

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Opinião: Pernada no Triathlon

Ana Lídia Borba Por último – e mais importante – o triatleta deve observar o ritmo das pernadas. O correto é que quando uma mão encostar na água, à frente do corpo do atleta, a perna oposta execute o chute. Esse movimento pode ser alternado uma, duas ou até três vezes a cada ciclo de braçadas (pernadas de dois, quatro ou seis tempos, respectivamente), promovendo o equilíbrio e facilitando a rotação do tronco.

Foto: André Souza

A perna de dois tempos é a mais eficiente em termos de economia de energia e, por isso, a mais utilizada por nadadores fundistas, triatletas com boa natação e atletas com roupa de borracha (que aumenta a flutuabilidade, facilitando o equilíbrio na água e minimizando a importância das pernadas para este fim). No entanto, não é fácil de ser executada por nadadores novatos, cujas pernas acabam afundando em função do ritmo lento dos chutes. Para melhorar o equilíbrio do atleta na água, forçando a mobilização das musculaturas abdominal e lombar e diminuindo a exigência sobre as pernas, um bom exercício é utilizar uma faixa elástica justa (cerca de 30 centímetros de diâmetro) para prender as duas pernas do nadador, que pode realizar séries com ou sem pull-buoey, dependendo do nível em que se encontre. No começo, as pernas parecem arrastar no fundo da piscina, mas depois de algum tempo de prática o exercício se torna mais fácil.

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É importante ressaltar que em fases específicas da natação de um triathlon, como largadas e contornos de bóias, é necessário um ganho extra de propulsão e velocidade, casos em que as pernadas de quatro ou seis tempos podem ser utilizadas. Para trabalhar essas frequências podem ser realizadas séries de tiros curtos de perna, com prancha ou em streamline, sem nadadeiras. Séries curtas de nado completo em intensidade igual ou superior ao VO2 máximo também promovem esta adaptação. Enfim: trabalhe as pernadas para melhorar a eficiência do seu nado, mas não perca tempo fazendo séries quilométricas com nadadeiras, que só vão minar suas pernas antes do próximo treino de ciclismo. Foque na qualidade e na técnica e, no próximo Ironman, você ficará agradecido quando tiver um pouquinho de energia extra nas subidas de Canasvieiras.

Ana Lídia Borba é atleta Asics, com apoio de Aqua Sphere, Pacific Health, Clínica 449, Velotech e Cia Athletica. RM Elite Team. triborba.blogspot.com


Mundiais

Regras de classificação são divulgadas pela CBTri

REGULAMENTO DE CLASSIFICAÇÃO PARA OS CAMPEONATOS MUNDIAIS DE 2011 1. FINALIDADE a. Definir o sistema de classificações para os diversos Campeonatos Mundiais; 2. ELEGIBILIDADE a. Somente atletas confederados poderão participar das etapas classificatórias para o campeonato mundial; b. Somente serão aceitas inscrições feitas através das federações filiadas a CBTri; c. Os atletas das categorias de idade que ficaram entre os seis primeiros colocados no ranking de 2010 têm suas vagas garantidas para os respectivos Mundiais de 2011. 3. CAMPEONATO MUNDIAL DE LONGA DISTÂNCIA a. Data: 05 Nov b. Local: Henderson, Nevada (EUA) c. Elite e Sub23: Os 06 (seis) primeiros colocados do Ranking Brasileiro de Longa Distância, em cada categoria, estão automaticamente classificados. d. Categoria de Idade: Os 20 (vinte) primeiros do Ranking Brasileiro de Longa Distância em 30 Mar 2011 e. Data da convocação: 02 Abr 2011 4. CAMPEONATO MUNDIAL DE DUATHLON a. Data: 24 Set b. Local: Gijón (ESP) c. Elite, Sub23 e Junior: Os 06 (seis) primeiros colocados do Ranking Brasileiro de Duatlon, em cada categoria, estão automaticamente classificados. d. Categoria de Idade: Os 20 (vinte) primeiros do Ranking Brasileiro de Duathlon em 10 Mai 2011 e. Data da convocação: 16 Mai 2011

5. CAMPEONATO MUNDIAL DE TRIATHLON OLÍMPICO E SPRINT a. Data: 10 e 11 Set b. Local: Pequim (CHINA) c. Elite, Sub23 e Junior: Seguem as regras da ITU. d. Categoria de Idade: Os 20 (vinte) primeiros do Ranking Brasileiro de Triathlon em 07 Jun 2011 e. Data da convocação: 13 Jun 2011 6. CAMPEONATO MUNDIAL DE AQUATHLON a. Data: 08 Set b. Local: Pequim (CHINA) c. Elite, Sub23 e Junior: Os 06 (seis) primeiros colocados do Ranking Brasileiro de Aquathlon, em cada categoria, estão automaticamente classificados. d. Categoria de Idade: Os 20 (vinte) primeiros do Ranking Brasileiro de Aquathlon em 17 Mai 2011 e. Data da convocação: 23 Mai 2011 7. CAMPEONATO MUNDIAL DE CROSS TRIATHLON a. Data: 30 Abr b. Local: Extremadura - Espanha c. Os atletas que quiserem participar deverão solicitar a sua inscrição via Federação. d. Data da convocação: 23 Mar 2011 8. CONSIDERAÇÕES GERAIS a. O atleta que conquistar sua classificação para o Mundial de Triathlon Olímpico ou Sprint, caso queira, pode solicitar inscrição para o Mundial de Aquathlon; b. No ato da solicitação de inscrição para o Mundial o atleta declara conhecer e concordar com o Manual Formação de Delegação da CBTri disponível no site www.cbtri.org.br.

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“Na minha opinião, treino e competição devem andar juntos, você precisa ter um objetivo, uma motivação para treinar melhor. Além disso, a competição é como uma “celebração” de tudo que você fez durante meses!”

Belas e Feras Em mais uma edição da série especial sobre grandes mulheres no Triathlon, conversamos com a Engenheira Agrônoma Nilma Machado, praticante do Triathlon desde 2005. Fotos: arquivo pessoal da atleta

MundoTRI: Nilma, como foi seu começo no esporte? Veio de alguma modalidade específica antes do Triathlon? Nilma Machado: Como a maioria dos triatletas, iniciei com a natação na infância. Naquela época, nadar era minha vida! Na faculdade, o esporte ficou esquecido por algum tempo, mas não foi totalmente abandonado. Como moro em Botucatu/SP, região montanhosa e de esportes outdoor, fazia trilhas de mountain bike e participava de corridas de aventura. Em 2002, a paixão pelas corridas de rua apareceu, resolvi correr a São Silvestre com

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um grupo de amigas e não parei mais, foram 5 anos seguidos, participando de muitas provas por todo o Brasil. Isso me trouxe muita experiência, mas, ao mesmo tempo, as lesões começaram a aparecer, o que me deixou bastante desanimada. Um dia minha instrutora de musculação me sugeriu o Triathlon, daí pensei: “Por que não?!” Já admirava o esporte e tinha muita vontade de experimentar, então era a hora certa de arriscar. Foi a melhor escolha que eu fiz! Voltei para as piscinas e, depois de muitos anos, senti de volta todo aquele prazer de na-


dar. Troquei de bike, me adaptei a rodar em estradas, encaixei a corrida e finalmente me inscrevi na primeira prova de Triathlon.

camos por email e telefone.

Minha estréia foi em 2005, no short Triathlon em Santos. Mesmo sem treinar especificamente para isso, e nunca ter nadado no mar, fui bem e peguei pódio na minha categoria, o que me deixou empolgada a fazer o campeonato inteiro, não só naquele ano, mas nos 3 anos seguintes, na distância olímpica. Em 2007, já comecei a me imaginar em um Ironman. Pesquisei várias assessorias esportivas em SP, escolhi o Kim Cordeiro, da BKsports, que me acompanha até hoje! Na ocasião eu estava ansiosa para fazer meu primeiro Iron, e ele me pediu calma, disse que eu ainda era uma “criança” no Triathlon e tinha muito que aprender (risos). Essa paciência só durou 2 anos, já que em 2009 encarei meu primeiro Ironman! Foi uma experiência indescritível e muito positiva !!!

Nilma Machado: É impossível ficar sem treinar! Meu dia sempre começa muito cedo, com uma sessão de corrida ou bicicleta. No horário de almoço, ou final de tarde, faço mais um treino, de natação ou musculação. Adoro me sentir exausta quando acabo um treino difícil, aquela sensação de bem estar me acompanha o dia todo!

Meu treinamento é a feito à distância, por planilhas enviadas toda semana. Faço os treinos sozinha, mas ele está sempre disponível quando preciso, e nos comuni-

MundoTRI: Você compete muito ou prefere treinar?

Na minha opinião, treino e competição devem andar juntos, você precisa ter um objetivo, uma motivação para treinar melhor. Além disso, a competição é como uma “celebração” de tudo que você fez durante meses! Muitas pessoas não gostam de competir, mas ter uma meta é realmente motivante. Já fui de fazer muitas provas, principalmente no início, quando não selecionava, fazia tudo o que tinha vontade, viajava demais, me desgastava muito e não tinha um objetivo concreto. Hoje, amadureci.


Tenho outras prioridades e minha competição é comigo mesma, busco sempre um melhor resultado nas provas que escolho. MundoTRI: O que sua família, seus amigos e colegas de trabalho que não são atletas pensam de suas atividades? Isso já atrapalhou você algumas vezes? Nilma Machado: As pessoas que não estão no nosso meio não conseguem entender tanta dedicação e amor ao esporte. Não há lugar onde esse amor se encaixe melhor do que no esporte amador. Podemos parecer desinteressados às vezes, mas, na verdade, estamos altamente comprometidos com os treinos. No começo, a família achava um exagero, perda de tempo. Ficavam preocupados com alguns tombinhos de bike... mas agora já se acostumaram! Quando chego com um troféu ou bom resultado, eles ficam orgulhosos das minhas conquistas. Sempre tive muitos amigos, uma vida social agitada, e isso diminuiu um pouco. Não deixei de sair para jantar com o namorado, encontrar os amigos, tomar uma cervejinha ou vinho de vez em quando. Eles cobram minha presença, mas já se acostumaram com algumas ausências e com meu novo estilo de vida. De modo geral, causamos uma certa curiosidade e ao mesmo tempo despertamos olhares de admiração das pessoas. Muitos me pedem dicas, perguntam onde eu faço academia, isso acaba sendo um bom exemplo até para quem pouco conhecemos.

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MundoTRI: Quais são seus objetivos para a vida esportiva? O que vai fazer este ano? Nilma Machado: Acabei de chegar do Chile, fiz o 70.3 de Pucón, que foi minha prova mais difícil até hoje. Em maio farei meu terceiro Ironman Brasil, e esse será o maior objetivo do ano. Quero que seja o melhor de todos. Tenho 4 meses de treino até lá, e vou me dedicar ao máximo, usando algumas provas olímpicas, como o Internacional de Santos e Troféu Brasil, como treino. Penso em correr outro 70.3 para tentar a classificação para o mundial de Las Vegas, em setembro. Muitas provas de Triathlon são em lugares paradisíacos, e acho incrível você poder conciliar o esporte com o turismo!


Além disso tenho algumas curiosidades para o futuro. Gostaria de conhecer as provas da CBTri e arriscar um XTerra. MundoTRI: Vamos falar um pouco da vaidade. Muitas leitoras reclamam que estão ficando sem tempo para o cuidado pessoal, você acha que esse é um caminho que toda triatleta tem que seguir? Nilma Machado: Estamos em um esporte predominantemente masculino e os treinos são bem desgastantes, mas acho importante as mulheres encontrarem um tempo para se cuidar. Eu Sempre fui vaidosa e o Triathlon não diminuiu em nada essa tendência. Pelo contrário, hoje em dia estou até mais atenta a isso, sigo minha planilha à risca e tenho uma nutricionis-

ta que me orienta. Adoro me cuidar, sou louca por cremes e curto me arrumar para sair. Até quando estou treinando, capricho no visual! Tenho uma mania de usar cor de rosa, por isso os amigos me apelidaram de “Penélope” do Triathlon, mas isso não impede que eu leve os treinos a sério! No Chile, sai para pedalar na véspera da prova com um grupo de amigos e outros atletas que nem conhecia. Sei que quando eles me viram com a bike, cheia de detalhes rosa, e única mulher do grupo, logo pensaram, “o que ela está fazendo aqui...” (risos) No final do treino, elogiaram meu ritmo e comprovaram que ser feminina não impede em nada sua performance. MundoTRI: E se você pudesse mudar algo em sua rotina, o que seria? Nilma Machado: Tenho uma rotina de vida e treinos bem organizada, além dos treinos de natação, bike e corrida ainda faço Pilates e musculação. Moro em um ótimo lugar, com ar puro, estrada quase na porta da minha casa. Posso correr tanto em asfalto como em ruas arborizadas e calmas. Tenho academia e clube com piscina aquecida ao meu lado, isso me permite nadar ao meio dia e ainda voltar para casa almoçar. Apesar disso, sou a única triatleta mulher da cidade! Até gosto de treinar sozinha, mas sinto falta dos amigos e do técnico me acompanhando de perto. Gostaria de aparecer mais em São Paulo, para treinar com o pessoal da assessoria. Adoro encontrar a turminha de Santos e pedalar nas estradas de lá.

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“Eu Sempre fui vaidosa e o Triathlon não diminuiu em nada essa tendência, pelo contrário, hoje em dia estou até mais atenta a isso, sigo minha planilha à risca e tenho uma nutricionis-ta que me orienta. Adoro me cuidar, sou louca por cremes e curto me arrumar para sair. Até quando estou treinando, capricho no visual!” Nilma Machado, triatleta >

Outro dia estive no Rio para participar de uma travessia e um amigo carioca me deu ótimas dicas de como entrar e sair do mar, me ensinou técnicas para correr na areia fofa, e até a pegar jacaré. O contato com pessoas ligadas ao Triathlon mais experientes que eu é excelente, pois aprendo muito quando estou com eles. Fico triste em morar longe dos amigos de treino, essa vivencia é a única coisa que falta em minha rotina! MundoTRI: Você já vivenciou alguma situação onde teve que escolher

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entre o esporte e algo de sua vida profissional? Como lidou com isso? Nilma Machado: Considero o maior desafio do triatleta amador conciliar o lado profissional com os treinos. Sou Agrônoma e trabalho com Paisagismo e Plantas ornamentais. Tenho sorte de fazer meus próprios horários. Trabalho muito no computador e tenho tempo disponível para treinar, mas constantemente vivencio situações onde preciso visitar um viveiro, ter uma reunião com cliente, ou uma obra complicada bem na hora do treino. Isso me deixa bastante chateada,


mas, por outro lado, tento compensar depois, quando estou com mais tempo livre. Sou bastante observadora e minha profissão exige uma criatividade constante. Já tive minhas melhores idéias em um treino solitário de bike ou durante a natação. Aproveito os treinos longos de corrida para experimentar novos trajetos, e tendo um extenso horizonte à minha frente, observo as paisagens e vegetações. Quando preciso de uma idéia nova, isso tudo me vem a cabeça, e daí saem os melhores projetos paisagísticos que já fiz. De certa forma, o esporte me ajuda na profissão! Outro dia pensei em trocar de carro e ter uma caminhonete, seria perfeito para eventualmente transportar plantas e vasos, mas depois pensei bem e vi que o que eu queria mesmo era ter mais espaço para a bike! (risos)

Sempre deixo todos os acessórios no carro, a roupa de corrida, tênis, garrafinhas, barrinhas e material de natação. Sobrando um tempinho, corro para a academia. O Triathlon virou minha “segunda profissão” e já faz parte da minha rotina. MundoTRI: E o que você diria para as pessoas, em especial as mulheres, que tem vontade de praticar o Triathlon, mas ainda não começaram? Nilma Machado: Comecei no Triathlon pelo desafio, mas achava que só os loucos conseguiriam completar uma prova longa como um Ironman. Com o tempo, vi que isso não é verdade, é perfeitamente possível ser triatleta, superar seus limites e chegar onde você quiser. Meu conselho para quem está começando, é iniciar pelas provas curtas e avaliar se realmente se encaixa nesse estilo de vida.


Se for o caso, só depois pense em longas distâncias. Se você ainda não domina os três esportes, comece com um duathlon, aquathlon, ou então entre em um revezamento com outras pessoas, apenas para sentir o clima do esporte e fazer novos amigos. No início você não precisa ter um super equipamento, ou a bike mais leve,

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mas a presença de um técnico para lhe orientar é imprescindível! O Triathlon é um esporte apaixonante, de muita energia, onde se pode testar seus limites e aprender diversas coisas sobre você mesmo. Não se intimide! Não somos muitas mulheres nos treinos e com-


petições, mas temos um jeito de competir bem amistoso e companheiro. E os amigos viram verdadeiros parceiros, festejamos e comemoramos cada conquista com intensa alegria. Quando perceber que tem uma identidade com esse formato de vida, você passa a ter uma rotina organizada, consegue encaixar os horários de treino, de lazer, de trabalho e isso lhe faz uma pessoa mais feliz. Esse clima contagiante é transportado para todas as áreas da nossa vida! Li uma frase no meu primeiro Ironman, que diz tudo:”Dream, Believe, Become... !” MT


Ironman 70.3 Pucón Daniel Santana e Linsey Corbin venceram na prova que se tornou Duathlon, com muito frio e chuva. Fotos por Eduardo Nascimento

Muita chuva e ventos fortes marcaram o último domingo em Pucón, Chile, para a disputa do Ironman 70.3 Agrosuper Pucón. A prova foi transformada em um Duathlon, com os 1.900m de natação substituídos por 5km de corrida. Na prova masculina, cinco atletas saíram forte e juntos nos primeiros 5km, incluindo os brasileiros Reinaldo Colucci e Santiago Ascenço, o argentino radicado no Brasil Oscar Galindez e o argentino naturalizado italiano Daniel Fontana. Os atletas permaneceram juntos no ciclismo, mas Santiago teve problemas na bike e acabou abandonando a prova. A etapa de ciclismo foi bastante irregular devido a grandes variações do clima. Em um pouco mais de 2 horas aconteceu de tudo: sol, chuva, granizo e principalmente muito vento e muito frio. Com tantas dificuldades, não houve muito que fazer e os atletas acabaram se preocupando mais em vencer os 90km com

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segurança do que pedalar mais rápido que os adversários. Por isso, praticamente não houve mudanças nas posições para o início dos últimos 21km de corrida. No final do montanhoso percurso do ciclismo, Colucci e Fontana conseguiram abrir um pouco sobre Galindez, saindo para correr juntos. Todos os atletas tiveram muita dificuldade para fazer coisas simples antes do início da corrida, como por exemplo, colocar os tênis e abrir a fivela do capacete, pois as mãos e os pés estavam muito congelados. Logo no início da corrida, Colucci percebeu que seria difícil manter seu título contra o vice-campeão do ano passado, Daniel Fontana: ”já sentia minhas pernas muito pesadas e doloridas. Creio que pela falta de adaptação em correr provas de duathlon, uma vez que, essa foi a segunda prova desse tipo durante toda a minha carreira”, disse o brasileiro. A partir do km7, Fontana começou abrir, deixando Colucci em


segundo e Galindez em terceiro, posições que não se alterariam mais. “Sem dúvida essa foi uma prova muito atípica com muitas dificuldades que acabaram me forçando a mudar minha estratégia de prova a qual eu havia treinado. Mas um segundo lugar numa prova de tanto prestígio, como Pucón, acredito ser de grande importância para minha carreira. Deixo aqui os meus parabéns ao Daniel Fontana que conseguiu

fazer um prova fantástica e vencer pela segunda vez aqui no Chile”, disse Reinaldo Colucci após a disputa. Já entre as mulheres, a americana Linsey Corbin continua mostrando uma ótima forma, vencendo a prova sem maiores dificuldades, com sua compatriota Kim Loeffer em segundo e Heather Gollnick em terceiro. A brasileira Mariana Borges terminou em 5º lugar.

Ironman 70.3 Agrosuper Pucón Pucón, Chile – 16 de janeiro de 2011 5km de corrida / 90km ciclismo / 21km corrida Masculino

Feminino

1. Daniel Fontana (ITA) 3:52:59

1. Linsey Corbin (EUA) 4:15:42

2. Reinaldo Colucci (BRA) 3:56:24

2. Kim Loeffler (EUA) 4:21:17

3. Oscar Galindez (ARG) 3:57:17

3. Heather Gollnick (EUA) 4:33:38

4. Mario de Elías (ARG) 3:58:11

4. Valentina Carvalho (CHI) 4:35:33

5. Balazs Csoke (HUN) 4:06:31

5. Mariana Borges (BRA) 4:52:28

< Verdadeira tempestade durante a prova.

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MundoTRI NA PRÓXIMA EDIÇÃO: Triathlon Internacional de Santos

Foto: Eduardo Nascimento

Circuito ITU Temporada 2011


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