Alto Padrão - Ed. 42

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R$ 4,90

arquitetura | decoração | design | engenharia

ano 05 | agosto/2010

UM TAPETE PARA CADA

AMBIENTE

MILENARES, OS TAPETES GANHARAM ESPAÇO FUNDAMENTAL NA DECORAÇÃO. ARTESANAIS OU INDUSTRIAlIzados, O MERCADO OFERECE VÁRIAS OPÇÕES







/editorial

Amauri Alberto Buzzi, Ângela Ferrari, Carla Back, Daniela Garcia, Danielle Fuchs, Jorge Luiz Strehl, Margareth Volles, Marli Rupp, Maurilio Bugmann, Odete Campestrini, Patrícia Serafim, Sidnei dos Santos, Silvana Silvestre e Valter Ros de Souza.

Expediente

CONSELHO EDITORIAL

Do exagero à sustentabilidade Banco de imagens

/Editor-Executivo: Sidnei dos Santos 1198JP (MTb/SC) - sidnei@mundieditora.com.br /Editora-Assistente: Gisele Scopel /Repórteres: Beatriz Roberta Alves Gaviolli e Mariana Tordivelli /Gerente de Arte e Desenvolvimento: Rui Rodolfo Stüpp rui@mundieditora.com.br /Projeto Gráfico: Ferver Comunicação /Foto de Capa: Daniel Zimmermann /Editora-Chefe: Danielle Fuchs danielle@mundieditora.com.br /Gerente Comercial: Eduardo Bellidio 47 3035.5500 - eduardo.bellidio@mundieditora.com.br /Gerente-Geral Comercial: Denilson Mezadri 47 3035.5500 - denilson@mundieditora.com.br /Diretor-Executivo: Niclas Mund niclas@mundieditora.com.br /TIRAGEM: 3.000 exemplares

/Presidente: Amauri Alberto Buzzi /Vice Pres. para Assuntos Estratégicos e Materiais: Clemar Fernandes de Souza /Vice Pres. para Assuntos da Indústria Imobiliária: Valter Luiz Torresani /Vice Pres. para Assuntos de Rel. Trabalhistas e Sindicais: Adalberto José da Silva /Vice Pres. para Assuntos de Obras Públicas: Jorge Luiz Strehl /Vice Pres. para Assuntos de Economia e Estatística: Guilherme Augusto Mattos Voltolini /Vice Pres. para Assuntos da Administração: André Marin d´ Iglesias Y Vieira /Vice Pres. Para Assuntos de Loteamento: Ricardo Vasselai

/Coordenadora: Odete Campestrini /Vice-coordenador: Osmar Pedro Schramm /Membros: Florense – Euroluce, Formabella, Inter Design, Julia Decoratus - Gesso e Acabamento, Raffinare Louças e Metais, Phelipe Mendes Design, Sempre Viva, Tapetes Persas Orientais, Verde Vale Piscinas, Imaq Movéis para Escritório, Vivenda Decore, Novara Iluminação, Lusair Colchões, Interativa Home Cine, Dellano Movéis, Berlim Ambientes e Engetel Soluções Automação e Segurança

No limiar dos anos 2000, uma nova indústria vinha pedindo passagem ante o tradicional modelo de evolução ditado nos moldes da revolução industrial do Século 19: a indústria do lazer, da arte, da gastronomia, do esporte e da cultura, dos valores estéticos. Enfim, com foco no bem-estar e na realização do homem. Nas sociedades com melhores índices gerais de desenvolvimento, isso estabeleceu o consumo exagerado no embalo e na esperança de que essas mudanças representam a melhoria do padrão de vida. Uma estatística revela agora que somos os mais obesos do Brasil – Santa Catarina – por conta da melhoria econômica e do estímulo sempre presente, ao consumo como idéia de bem-estar e até de felicidade, de saúde e mostra de poder aquisitivo. Já conhecíamos essa história no modo de vida americano, porém... Uma nova indústria pede passagem e se mistura às ideias existentes como que a mostrar a necessidade de pouparmos e, com isso, preservarmos todo o conjunto de coisas que nos cercam: a da sustentabilidade. Seus reflexos estão nas escolhas que definem os projetos, a decoração, a arte pós-industrial, a beleza e a estética, as coisas naturais e simples e, o mais importante, o aproveitamento ou reaproveitamento do que já foi rejeitado. Por isso, a prática da sustentabilidade pode melhorar nossa vida em todos os aspectos numa mostra de que poupar pode significar abundância e bem-estar.

Boa leitura! Amauri Alberto Buzzi Presidente do Sinduscon 7




/sumário Fotos Daniel Zimmermann

/especial Daniel Zimmermann

Sejam persa ou ocidental, os tapetes são coadjuvantes de luxo em ambientes de alto padrão. Saiba como combinar as cores e formas e como fazer a manutenção e limpeza.

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/16 /espaço urbano Beco é revitalizado para abrigar loja /20 /projeto residencial Balneário terá condomínio vertical com marina /22 /24 /tecnologia As vantagens da construção a seco /projeto comercial Exclusividade e conforto em casa noturna

/gastronomia Uma noite para desfrutar os prazeres do Mediterrâneo

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/clic Alto Padrão

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/dicas Alto Padrão

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/diário de viagem A preservação do patrimônio na Toscana

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/paisagismo Árvores com mais de 20 anos são transplantadas para praça pública em homenagem aos 150 anos de Brusque

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/especial

Um coadjuvante de respeito Das joias orientais às peças nacionais de alto padrão, os tapetes têm a capacidade de transformar ambientes Ivan Schulze/Especial Mundi Editora

Mariana Tordivelli mariana@mundieditora.com.br Muito se esconde embaixo de um simples tapete. Elemento funcional e, ao mesmo tempo, de decoração, bem aos nossos pés, a peça aquece e define o ambiente. Para a coordenadora de cursos do Instituto Brasileiro de Design de Interiores (IBDI), arquiteta Marli Rupp Kosilek Lopes, os tapetes devem concordar com o restante da decoração e, por essa razão, é um dos últimos itens a serem definidos. Marli acrescenta que, muito mais que complementar a estética do ambiente, juntamente com cortinas e objetos decorativos,

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os tapetes ocasionam a sensação de aconchego e aquecimento. Segundo a arquiteta, antes de colocar o tapete no chão, é importante considerar outros elementos do ambiente. “Os modelos estampados, por exemplo, devem ficar livres de objetos sobre eles para não comprometer o desenho. Já as peças lisas conferem mais mobilidade e aceitam até que os móveis fiquem dispostos sobre elas”, ensina. Em salas de jantar, Marli diz que o tapete deve ser dimensionado para que a mesa fique totalmente em cima dele e que sobre, pelo menos, 60 centímetros em todos os lados, para possibilitar a movimentação das cadeiras.

Já nos quartos, o acessório deve ser pequeno e deve ficar ao lado da cama. “Em ambientes maiores, o tapete pode ficar sob a cama, porém, com o cuidado para que a peça seja colocada da metade da cama para a parte dos pés e que avance pelo menos 50 centímetros nas laterais e na frente. Para esse tipo de colocação, o tapete precisa ser liso”, explica Marli. Ambientes externos pedem tapetes de pelos curtos, que facilitam a aspiração e a lavagem. De forma geral, as peças devem ser aspiradas semanalmente. Ela ressalta que se deve ter atenção especial com a limpeza de tapetes que estão em ambientes de refeição, como salas de jantar.


O comerciante Shervin Manoutchehri e a arte milenar persa, que surgiu há mais de 4 mil anos na região onde hoje fica o Irã

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Arte milenar Verdadeiras obras artísticas e até uma forma de investimento, os tapetes persas são o que existe de mais precioso para se colocar no ambiente. “Acredito que essas peças são as únicas obras de arte que são pisadas o tempo todo”, brinca Shervin Manoutchehri, proprietário da loja Tapetes Persas Orientais. Shervin conta que os tapetes surgiram na antiga Pérsia, região onde hoje fica o Irã, há quase 4 mil anos. Com a função de aquecer o ambiente ao invés de enfeitá-lo, desde então as peças são feitas manualmente em aldeias onde a tradição é passada de mãe para filha. As obras de arte milenar, durante muito tempo, serviram como cobertores, foram para cima de mesas e até para paredes, fazendo a vez de quadros. Para Shervin, tapetes persas são muito mais que simples forrações, são como joias que duram a vida inteira. As peças são sempre feitas com materiais nobres, como lã, algodão e seda. Já os desenhos, variam de acordo com a região. No entanto, formas geométricas e elementos da natureza estampam com frequência os tapetes persas, que muitas vezes demoram anos para ficarem prontos. “Por se tratar de uma região cercada por deserto, os artesões costumam ilustrar as peças com flores, árvores e pássaros para compensar a falta de um jardim em casa”, explica. Para tornar durável um objeto tão valioso, Shervin ensina que peças feitas com materiais finos devem ficar em áreas íntimas, como no quarto do casal. Já ambientes de grande circulação pedem tapetes persas mais resistentes, visto que o brasileiro não tem o mesmo costume do oriental de deixar os sapatos na porta de casa.

Tapeçaria exclusiva Não tão nobres, mas que dão conta do recado são as forrações feitas sob medida e gosto do cliente. Na Tapeçaria Italiana é possível encontrar produtos que valorizam a sensação de conforto e movimento, sem abrir mão da estética. A tapeçaria oferece também a linha Textura Fina para ambientes internos com materiais nobres, que conferem requinte aos espaços. “Levando em conta os aspectos como durabilidade, beleza, conforto, movimento e saúde do cliente, os melhores materiais que temos hoje são os fios de poliamida, de poliéster tratado e de polipropileno extrusado”, informa o proprietário da Tapeçaria Italiana, Edson Jorge Fandaruff. O lado bom de encomendar um tapete é a exclusividade. Fandaruff explica que todos os produtos que saem da fábrica seguem as especificações do cliente, desde medidas, formato, espessura, cor, materiais e até a estampa do tapete a ser confeccionado. “A proposta não é vender um produto pré-fabricado e, sim, algo que realmente leve diferencial ao usuário deste produto. Mais do que apenas posicionar um tapete em um espaço, o objetivo é, principalmente, fazer com que este tapete se integre à proposta do ambiente, tanto em seu aspecto prático quanto decorativo”, ressalta.

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/especial

Daniel Zimermann

Tapetes sem estampas e sem muita cor são indicados para ambientes sóbrios

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Para todos os gostos Na mesma linha de decoração e praticidade, as duas lojas da Inter Desing em Blumenau oferecem modelos para todos os perfis de clientes, tanto para ambientes internos quanto externos. Os tapetes fabricados em teares são os destaques. Outros materiais, como cizal, fibras naturais ou sintéticas, chenille e couro também são encontrados na Inter Design para revestir o chão dos mais exigentes clientes. Já quem precisa montar o ambiente completo e não sabe por onde começar, pode contar com o serviço de venda casada da Vivenda Decor. Segundo a gerente Edinaura Borba de Souza, a equipe da loja vai até a casa do cliente e estuda elementos como cor do piso e estilo da cortina, além de pesquisar sobre o perfil do cliente. É com o resultado dessas considerações que é montado o ambiente, sendo o tapete o último elemento a ser escolhido. Para Edinaura, todo espaço deve ter pelo menos um item clássico, por mais moderno que seja. Quanto à tapeçaria, a gerente alerta que estampas pedem cautela. Tapetes lisos e com cores neutras vão bem com sofás estampados, por exemplo. Para quem gosta de mudar sempre a decoração dos ambientes, Edinaura sugere o inverso: móveis discretos, tapetes com desenhos e muita cor nos adornos. AP


Lavagem completa Um dos principais causadores da alergia, os ácaros, não se alimentam de fibras sintéticas. Os aracnídeos alimentam-se de escamas da pele humana que acabam ficando entre as fibras dos tapetes. A falta de limpeza adequada provoca a proliferação dos ácaros, daí a necessidade da utilização do aspirador de pó com frequência como complemento da limpeza. Em caso de necessidade de lavação do tapete, o proprietário da Tapeçaria Italiana, Edson Jorge Fandaruff, recomenda encaminhar a peça para empresas especializadas. Caso opte por lavação doméstica, ele sugere os seguintes procedimentos: • Diluir o detergente líquido (neutro e incolor) em água; • Aplicá-lo uniformemente na superfície do tapete; • Não utilizar nenhum tipo de alvejante para lavação e nem escova rotativa tipo enceradeira; • Utilizar escova de cerdas macias; • Enxaguar retirando todo resíduo de detergente; • Retirar o máximo de água com aspirador de líquido; • Não torcer e nem colocar em varal para não vincar o tapete; • Secar ao sol com a base exposta, protegendo a superfície dos raios solares; • Assegurar-se de que esteja completamente seco antes de reutilizar.

Trate com carinho

Elimine as manchas

• Limpe seu tapete todos os dias com uma vassoura macia. Passe o aspirador uma vez por semana; • Evite colocar plantas em cima dos tapetes, pois a água dos vasos provoca mofo; • Mude a posição do tapete a cada três meses. Isso evita que um lado fique mais desbotado que outro; • Deixe o tapete com cheiro novo usando bicarbonato de sódio. É só jogar o pó, deixar agir por 15 minutos e passar o aspirador; • Elimine aquelas marcas de móveis aplicando o vapor do ferro de passar sobre o tapete. Em seguida, esfregue com uma escova; • Enrole o tapete no sentido do comprimento sempre que for guardá-lo. Se precisar deixar guardado por muito tempo, primeiro espalhe sal em toda a peça. Esse truque ajuda a afastar cupins e traças.

• Para vinho ou frutas, esfregue álcool ou vinagre branco. Outra opção é usar suco de limão; • Para água ou refrigerante, enxugue imediatamente o excesso com papel absorvente. Em seguida, passe um pano úmido com sabão neutro ou de coco; • Para marcas de batom ou de molho, basta limpar com um pano limpo molhado em solvente, como removedor. Mas, atenção: primeiro, faça o teste em uma pontinha do tapete para ter certeza de que as cores não desbotarão; • Café e chocolate saem facilmente se você enxugar o quanto antes com um pano seco. Em seguida, esfregue bem com outro pano, molhado em água quente misturada a gotas de detergente. Outra opção é esfregar uma pedra de gelo até a mancha sumir. Isso só funciona em manchas novas.

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/projeto comercial

Ampla e democrática Casa noturna ganha espaços amplos e equilíbrio na união de madeira, metal e painéis exclusivos Daniel Zimmermann

Ponto conhecido da noite blumenauense, o Obs Concept passou por uma reformulação completa, que trouxe ares modernos e arrojados ao espaço. A arquiteta responsável pelo projeto de reestruturação, Jodeli Laurindo Florenço, conta que a ideia inicial era que a casa noturna tivesse uma entrada ampla e convidativa. O resultado contemporâneo e elegante foi conseguido através da mescla entre o branco e a madeira, permitindo que a fachada se destaque na paisagem urbana. Para atender o público variado sem restringir 16

o ambiente a apenas um estilo musical, a arquitetura foi equilibrada com a união de materiais como madeira, metal e com cores em preto e branco. Alguns detalhes se sobressaem, como os painéis criados pelo cenógrafo Leandro Robson Galm, da Scena Estrutura e Cenografia. A transformação foi total, desde a estrutura da casa até o conceito com uma decoração mais moderna e aconchegante. O pé-direito baixo e o layout desorganizado deram lugar a uma grande boate, com espaço amplo e dinâmico. O espaçamento entre os pilares, que era de três metros e

inviabilizava uma pista de dança, passou para 10 metros. Do pé-direito baixo e sufocante surgiu um charmoso mezanino com para-peito de metal. Com perfil delineado em ondas, a estrutura dá a ideia de movimento. Cortinas pretas foram colocadas ao redor desse espaço, criando um clima de teatro. Os objetos de decoração foram feitos especialmente para a casa e brincam com as formas da marca Obs. Além da beleza e originalidade, como nas luminárias, alguns itens são funcionais, como as mesinhas de apoio.


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Fotos Daniel Zimmermann

Entradas e sala de estar

A madeira confere aconchego ao ambiente. Abaixo, os painéis exclusivos criados pelo cenógrafo Leandro Robson Galm

Duas entradas distintas foram criadas para receber o público. Uma delas é destinada aos visitantes VIPs, que têm um lugar garantido, subindo direto para o mezanino. A outra, dá acesso à pista de dança que segue para o palco onde acontecem os shows. Dois volumes mais elevados foram colocados em volta da pista, um nos fundos e outro na lateral oposta ao bar, para dar melhor visão para quem fica mais afastado do palco, que tem 1,05 metro de altura para atender às necessidades de som e iluminação. A entrada dos sanitários masculino e feminino foi contemplada com uma charmosa sala de estar. O sofá roxo contrasta com a parede branca e o papel de parede listrado que emoldura dois grandes espelhos formam um ambiente de descontração. Para os homens, o painel de melamina com aspecto de madeira foi usado na entrada. Já para as mulheres, que fazem do banheiro um espaço social, os sanitários ficam separados dos lavatórios. A entrada é marcada pela parede revestida de pedra São Tomé, onde uma janela dá vistas para o jardim de Inverno. Segundo a arquiteta, a visão para o espaço externo evita a sensação de clausura. O vermelho ajuda a quebrar a frieza dos azulejos e também remete à cor da marca da casa. 17


/projeto comercial

Fotos Daniel Zemmermann

Ficha técnica Alto Padrão

A arquiteta

Projeto: Obs Concept Profissionais: Jodeli Laurindo Florenço (projeto arquitetônico)/ Eng. Hélcio Orlando Sauer (projetos complementares) Área construída: 1.584,83m² Área do terreno: 1.200m² Início da obra: dezembro de 2009 Término da obra: maio de 2010 Fornecedores: Acabamentos em pedra são Tomé - Pedras & Estyllo; estrutura metálica na cobertura fachada - Serralheria Tony; estrutura e telha metálica da cobertura - Tonon - Soluções Metálicas; vidraçaria, cobertura da fachada e demais acabamentos em vidro - Wippel Vidros Temperados e Decorados

Jodeli Laurindo Florenço é arquiteta e urbanista formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), especializada em Gestão Empresarial de Projetos pela FGV. Nos últimos cinco anos, vem estudando e atuando em estabelecimentos assistenciais de saúde. Atuou durante um ano no Hospital Santa Catarina, de Blumenau, intervindo e contribuindo para melhorias da arquitetura e participando da criação do Plano Diretor da instituição. Também trabalhou para o Escritório de Arquitetura Madrigano Hospitalar – Planejamento e Arquitetura de Hospitais. Há um ano, criou o escritório Spazio Arquitetura e atualmente é gerente de projetos arquitetônicos da Prefeitura Municipal de Blumenau. Paralelamente, tem como principal atuação projetos no ramo da saúde para consultórios, clínicas e hospitais. Elabora projetos também para estabelecimentos comerciais e residenciais. jodeli@spazio.arq.br www.spazio.arq.br (47) 99486800

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/espaço urbano

Para trás e avante Espaço antes degradado no Centro é revitalizado para abrigar loja multimarcas Fotos Daniel Zimmermann

Afastar para crescer. Este foi o mote que impulsionou a proprietária Vera Marcellos a revitalizar um beco na Rua XV de Novembro para expandir a loja que leva seu nome. O estabelecimento, que antes tinha 45 metros quadrados, foi recuado 10 metros para ocupar um espaço com dois andares e 194 metros quadrados. 20

No início, a mudança trouxe preocupação para Vera, uma vez que a antiga loja tinha a vitrine voltada para uma das ruas mais movimentadas da cidade. Contudo, a proprietária conta que se encheu de coragem e repaginou a loja, ao mesmo tempo em que revigorou um espaço antes pouco explorado. O responsável pelo projeto foi o marido de

Vera, o engenheiro civil Cesar José Buschermöhle, que trouxe a solução para o funcionamento da loja durante os 60 dias de obras. Segundo Vera, contâineres utilizados em obras deram conta do recado. “Equipamos com ar-condicionado, computador, colocamos vidro na a parte frontal do container e trabalhamos como sempre, a todo vapor”, conta.


Silenciosa e arejada De acordo com a proprietária, o recuo não afetou no movimento de clientes na loja. Melhor ainda: eles foram beneficiados com uma loja maior, visualmente agradável e com estacionamento. O passo para trás resultou ainda em uma loja mais silenciosa e arejada. Para Vera, o cliente até se esquece de que está na Rua XV de Novembro. Vidros foram colocados nos dois lados da fachada e nos dois andares. O material permite que o estabelecimento receba luz natural e economize energia com iluminação. A publicidade é feita através da própria loja. A vitrine do segundo piso foi pensada para funcionar como um outdoor. Lá, grandes banners indicam as novidades encontradas na Vera Marcellos. Ainda para o piso superior, a proprietária encomendou de São Paulo margens de isopor para arrematar o teto externo. O material, que substitui o gesso, é mais barato e, ao contrário do que se imagina, é resistente. Quem passa pela rua se lembra que a loja Vera Marcellos está lá através de placas que anunciam os produtos. A proprietária revela que tem planos de colocar um painel de LED informando a hora e a temperatura – informações que todos gostam de ter. “O letreiro também vai divulgar as promoções e as novidades da loja”, diz. O estabelecimento vende as marcas Melissa, Crocs, Converse All Star, Lacoste (a linha esporte fino e infantil), entre outras. A expansão trouxe novas grifes como a LeSportsac e as badaladas bolsas ecológicas Envirosax. AP

O beco foi revitalizado para abrigar uma loja mais ampla e com estacionamento (página ao lado). Nos dois pisos, um layout arejado e funcional facilita a exposição dos produtos

Na fachada do prédio, isopor no lugar do gesso. A proprietária Vera Marcellos conta que, durante a obra, a loja funcionou dentro de dois contâineres, uma solução criativa encontrada pelo emgenheiro civil Cesar José Buschermöhle

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/projeto residencial

O mar é o limite Construtora lança em setembro o primeiro condomínio vertical com marina própria da América do Sul Imagens Divulgação

Você olha pela janela e vê que o trânsito em Balneário Camboriú está caótico. Sem problemas, é só interfonar para o zelador e pedir para ele colocar seu barco na água. Pode parecer luxo demais para o Litoral Catarinense, mas a cena descrita acima acontecerá no Marina Beach Towers, o primeiro empreendimento vertical com marina privativa da América do Sul. O serviço completo de marina garante a colocação e retirada da embarcação da água, limpeza e manutenção, acompanhamento do estado do motor e acionamento periódico nos meses de Inverno. Para as embarcações maiores, são reservadas as 16 vagas molhadas. O espaço conta com 5 mil metros quadrados de marina e um pátio de manobras com 2 mil metros quadrados.

Desafio arquitetônico “O lançamento será em setembro, mas o projeto arquitetônico já coleciona duas premiações”, gaba-se a diretora comercial da incorporadora Mendes Sibara, Nathalia Mendes Schaadt. Na fachada, a mistura de cores clássicas dá vida ao design contemporâneo, que é claramente observado no desenho das sacadas, que não segue nenhum de padrão. De acordo com Nathalia, os 50 mil metros quadrados de área construída receberão duas torres: a Pacific e a Atlantic. Para ocupar o máximo do espaço do terreno em L, os dois prédios serão erguidos de acordo com este formato. Outra exclusividade do Marina Beach Towers é o salão de festas feito inteiramente de vidro. Localizado no décimo sétimo andar, além de ser completamente panorâmico, o espaço servirá como conexão entre as duas torres. Para os que querem ficar em casa nos dias chuvosos, espaço gourmet, piscina, bar, sauna, salas de cinema, de jogos, academia, minigolfe e playground completam os 4 mil metros quadrados de área de lazer. 22


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Apartamentos luxuosos tam com churrasqueira. Segundo a diretora, o layout foi pensado para isolar a área de serviços da área de estar e da área íntima. “Neste empreendimento, os detalhes também impressionam. Elevadores privativos, esquadrias que garantem isolamento acústico nos apartamentos, acabamentos com materiais de alto padrão e segurança total do condômino são elementos indispensáveis no Marine Beach Towers”, acrescenta, lembrando que os moradores vão dispor de quatro vagas para carros e duas para jet ski.

Daniel Zimmermann

Se a área externa ostenta luxo, os apartamentos não poderiam ser diferentes. Segundo Nathalia, são 35 andares, 103 apartamentos e quatro coberturas. As duas torres contam com dois apartamentos em cada andar, que ocupam até 240 metros quadrados. A planta consiste de três ou quatro suítes, escritório, home theater, sala de estar, sala de jantar, cozinha, lavanderia e dependência de serviços. A suíte máster possui banheiro amplo com hidromassagem e sacada para o convívio do casal. As salas também ficam de frente para as sacadas que, por sua vez, con-

Nos fundos do prédio, voltado para a Rio Camboriú, estão as vagas molhadas e secas para as embarcações

Nathalia Mendes Schaadt ressalta que o Rio Camboriú passará por um importante processo de despoluição

Público crescente Nathalia conta que a iniciativa partiu da percepção de que faltavam empreendimentos para a classe AA, especialmente para os interessados em esportes náuticos. “A classe mais alta do País vem crescendo e, com ela, o mercado de luxo. O Marina Beach Towers veio no melhor momento para acompanhar este crescimento”, celebra. Para colocar o projeto em prática, a incorporadora escolheu a dedo a equipe que é composta por quatro arquitetos, mais de 10

engenheiros e inúmeros projetistas de todas as áreas. Prédios similares em Miami e Dubai serviram como inspiração. A marina fica a 400 metros do mar, nas margens do Rio Camboriú, que, para Nathalia, receberá uma das melhores estações de tratamento de esgoto do Brasil. “Balneário Camboriú tem hoje capacidade de tratamento para 86 mil habitantes e um sistema com baixa eficiência, em que grande parte dos efluentes é despejada diretamente no

Rio Camboriú. Assim que receber a estação, o rio terá águas limpas e sem odor”. Ela garante que o empreendimento também terá tratamento de esgoto próprio e que questões legais relacionadas ao uso da marina já estão devidamente acertadas. O condomínio fica pronto em dezembro de 2013, no entanto, a marina estará disponível para os barcos um ano antes. Sendo assim, é só escolher o destino e navegar com tranquilidade pelas águas do Atlântico. AP 23


/tecnologia

rapidez e durabilidade Velocidade de execução, precisão dimensional e redução de desperdícios são algumas características do Steel Framing Fotos Divulgação

Desde que o Light Steel Framing desembarcou no Brasil, há 20 anos, vindo dos Estados Unidos, o mercado tem visto avanços que ajudaram o sistema a fincar raízes em território brasileiro. Entre os exemplos estão a definição dos requisitos mínimos para financiamento de habitações erguidas com o sistema pela Caixa Econômica Federal, a publicação de dois manuais (um de engenharia e outro de arqui24

tetura) pelo Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), que servem de subsídio para as especificação, uso, e a normatização de todos os componentes do sistema. O sistema é composto por perfis de aço leves e estruturais e vedações externas em placas cimentícias impermeabilizadas. Barreiras de vapor dentro da parede fazem com que o sistema não acumule

umidade e, internamente, o revestimento é feito com gesso acartonado (drywall). De acordo com o engenheiro civil da Sermontec Serviços e Montagens Técnicas (empresa especializada em construção a seco), Davi Eduardo Zimmermann, o Light Steel Framing é um sistema construtivo estruturado em perfis de aço galvanizado estrutural formado a frio, projetados para suportar as cargas da edificação e trabalhar em conjunto com outros sub-sistemas industrializados, garantindo os requisitos de funcionamento da edificação. “O Steel Framing traz velocidade, menores custos, limpeza, melhor desempenho termo-acústico e menor desperdício na construção. Essa tecnologia visa a industrializar a construção civil, mantendo um alto rigor de qualidade e permitindo maior durabilidade”, afirma Zimmermann.


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Especificação O Steel Framing é um sistema construtivo aberto, que permite a utilização de diversos materiais. Segundo o engenheiro, a tecnologia é flexível e não apresenta grandes restrições aos projetos, racionalizando e otimizando a utilização dos recursos e o gerenciamento das perdas. “O sistema é customizável, ou seja, permite total controle dos gastos já na fase de projeto, além de ser durável e ecologicamente correto. Apresenta ótima resistência à incêndio, pois é revestido por placas de gesso acartonado na face interna, material com elevada resistência ao fogo”, explica. A tecnologia, que existe há 75 anos, originou-se a partir da construção em madeira, conhecida como Wood Framing. O engenheiro acrescenta que cerca de 30% das construções na Europa e a maioria das construções nos EUA são feitas com Steel Framing, isso porque são mais resistentes a terremotos e mudanças climáticas. “Um exemplo disso foram os dois mais recentes terremotos ocorridos no mundo: Haiti e Chile. Como o Chile optou por construções mais adequadas ao risco de terremotos – muitas das construções são em Steel Framing desde 1964 –, os impactos, se comparado com os do Haiti, foram bem menores”, afirma.

Os prédios erguidos com o Steel Framing têm ambientes que não diferem em visual de obras feitas com outras técnicas construtivas

Mercado No Brasil, os técnicos, arquitetos e engenheiros, assim como a indústria e empresas que possuem produtos para o Light Steel Framing, encontram-se totalmente preparados para o desenvolvimento e crescimento desse sistema construtivo. A preparação do mercado nacional para a chegada do sistema passa, necessariamente, por três vertentes de desenvolvimento: normatização, cadeia produtiva e agente financiador. “O sistema é uma proposta de construção que alia rapidez com o diferencial competitivo técnico, mercadológico e de negócios. No momento em que a mão de obra convencional está escassa, lenta e cara, o sistema passa a ser extremamente viável”, garante Zimmermann. Outro passo importante na consolidação do Light Steel Framing foi o comprometimento do setor siderúrgico, juntamente com os demais fabricantes de materiais para o sistema, no desenvolvimento da tecnologia através do aprimoramento das técnicas construtivas e da aplicação dos materiais para a realidade do mercado brasileiro. Além de ações como o desenvolvimento de montadores e o treinamento de mão de obra técnica, arquitetos e engenheiros. O sistema atende as principais normas brasileiras de durabilidade, resistência e desempenho. AP 25


/diário de viagem

Prédios que exalam história Florença, na Toscana, Itália, dá exemplo de como conciliar cultura milenar com modernidade

Fotos Divulgação

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Resgatando os pesados livros de história, tem-se a certeza de que, na Itália, particularmente a Província da Toscana, com foco na capital Florença (Firenze), teve início o Renascimento, um dos períodos mais profícuos, criativos e geniais da história ocidental. Fazem parte da província, ainda, Lucca, Pisa, Vinci, Arezzo, San Gimignano, Pistóia, Chianti e outras. Florença é uma das mais belas do mundo. Muitos gênios, como Leonardo da Vinci, Galileo Galilei, Michelangelo Buonarrotti, Dante Alighieri, Filippo Brunelleschi, Nicolau Maquiavel, Lucca Paccioli, Ticiano, Rafael e Giotto contribuíram para essa grandeza. Famosa pelo patrimônio arquitetônico e cultural, Florença foi um dos destinos, em julho, de férias por alguns países europeus, do engenheiro civil, empresário e presidente do Sindicato da Indústria da Construção de Blumenau (Sinduscon), Amauri Alberto Buzzi e família. Foram percorridos 2,8 mil quilômetros de carro durante 24 dias. O engenheiro sempre teve inclinação por conhecer as origens e, em especial, as raízes da história ocidental e, isso, a Itália oferece em abundância, em especial, Florença. Segundo Buzzi, lá se vê nitidamente e de forma enfática a conservação do patrimônio arquitetônico e cultural, além da rica gastronomia. “É fascinante estar lá, respira-se arte o tempo todo. Cada lugar, cada objeto é um retorno ao passado, extremamente hipnotizante”.


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Florença recebe turistas de todo o mundo. O turismo é a principal fonte de renda. Por isso, o cuidado com a preservação dos espaços urbanos é tão forte. “A Itália é um museu a céu aberto. As leis na Itália proíbem a demolição e incentivam a preservação do patrimônio. Quase não se vê edifícios novos e os que existem não são frequentes como vemos aqui”, conta. De acordo com Buzzi, a preservação do patrimônio histórico e arquitetônico é uma questão econômica na Itália. “Essa preservação faz com que a cidade não se desenvolva de forma desenfreada. Eles têm a preocupação com a história. Essas edificações preservadas, às vezes, até velhas e desgastadas demais, quando não são públicas, oficiais, na maioria das vezes são hotéis, restaurantes ou abrigam atividades comerciais em geral, nas quais ao adentrarmos descobrimos a parte interna remodelada e moderna, apresentando os recursos e o conforto dos grandes empreendimentos. O processo de restauração é tão intenso e contínuo que ocupa mais espaço de trabalho que as novas obras; e ainda assim é insuficiente”, afirma. O centro da cidade pouco mudou desde seu período áureo. Conserva-se o traçado das antigas ruas medievais, que cruzavam o núcleo urbano. Desde o Século 13, o centro político é a Praça da Signoria, antiga sede dos governos de Florença. Para Buzzi, a cultura da preservação é pratica usual daquelas comunidades, demonstrada no cuidado com a arquitetura e história. “A Itália é considerada patrimônio da humanidade. Pelos decretos da Unesco, isso ocorre na grande maioria dos espaços urbanos. Além disso, há, permanentemente, estudos acadêmicos e pesquisas em torno dessa arquitetura e que, por isso mesmo, acaba sendo copiada em suas concepções em todo o mundo”, finaliza.

Entreda de uma hospedaria em prédio histórico (acima); abaixo, Buzzi em frente a uma plantação de oliveiras, em Florença. Na página ao lado, a famosa Torre de Pisa, um dos manumentos mais visitados da Toscana

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/diário de viagem

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Cultura e modernidade Florença tem muitos museus, dos quais o mais importante é a Galleria degli Uffizi. “Nesse museu, é possível conhecer famosos quadros e esculturas da época Renascentista”, conta. A cidade abriga também a Biblioteca Nacional Central, onde é possível encontrar exemplares de todos os livros publicados na Itália desde 1870. Não menos famosa é a Ponte Vecchio, sobre o Rio Arno, no centro de Florença, sobre a qual se encontram dezenas de pequenas lojas que vendem finos artigos de ourivesaria. “Olha-se ao longe e parece uma ponte habitada”, conta. Dezenas de restaurantes localizados em um raio de 80 quilômetros fazem da Toscana um imenso bufê. Isso porque muitos lugares ocupam espaços abertos, como que a harmonizar a gastronomia com a bela natureza de colinas e prados cobertos com oliveiras centenárias. A arquitetura religiosa florentina é um dos principais centros de interesse da cidade. O edifício mais antigo é o Batistério de San Giovanni, em estilo romano, com planta octogonal, decorado exteriormente em mármore verde. “É uma viagem emocionante. Estando ali, tem-se a sensação de ter voltado no tempo”, finaliza Buzzi. AP

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Acima, plantação de lavanda, em Chianti. Abaixo, a arquitetura medieval de San Gimignano, em Florença


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/gastronomia

Os prazeres do Mediterrâneo Uma noite por semana, restaurante oferece o que há de melhor nessa rica e tradicional culinária Fotos Gilberto Viegas/Especial Mundi Editora

A receita de vida longa no Mediterrâneo está no prazer de degustar calmamente os alimentos que a natureza oferece. Rica e diversificada, a culinária daquela região é composta de frutas e hortaliças, cereais (arroz, pães, massas), leguminosas (lentilha, feijão, grão de bico), oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas), iogurtes desnatados, peixes, vinho tinto, além do azeite, rico em antioxidantes e ácidos graxos monoinsaturados que favorecem a taxa do colesterol bom (HDL). Longe daquele mar, por aqui também é pos30

sível prestigiar esses sabores. Com uma proposta inovadora e instigante, o Espaço Blumenau Moda e Gastronomia realiza a Noite Mediterrânea, uma proposta diferenciada baseada na cozinha gourmet. O deleite noturno acontece apenas nas quintas-feiras, também com sistema de bufê, e traz uma mesa de antepasto, a paella valenciana acompanhada de massas, peixes, carnes, aves e sobremesas que variam toda semana após uma pesquisa gastronômica. “Os clientes ficam à vontade para degustar de tudo um pouco, har-

monizando com vinhos, espumantes ou o chope artesanal”, explica a chef de cozinha e bacharel em Gastronomia Rachel Goldfeder Krieck. Rachel explica que a alta gastronomia do restaurante é sustentada por uma cozinha modelo de última geração. Equipamentos que aliam tecnologia na manutenção da qualidade nutritiva dos alimentos, a utilização de ingredientes frescos e de primeira linha e boas práticas no preparo, que formam a base das receitas servidas aos clientes.


Paixão e empreendedorismo O Espaço Blumenau Moda e Gastronomia mescla dois temas igualmente deliciosos. A ideia do investimento surgiu pela vocação empreendedora do empresário Roberto Krieck e pela paixão por gastronomia. Cozinhar para a família, os amigos, para a equipe de trabalho e para clientes na Operacional Têxtil é um dos prazeres que fazem parte da vida do empresário. A filha Rachel também se identificou com a arte e formou-se chef de cozinha e bacharel em Gastronomia pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Formada também em Estilismo, ela agregou um diferencial ao espaço e hoje pai e filha são sócios do empreendimento. O comando do Espaço Blumenau está a cargo da chef Rachel e a área administrativa sob responsabilidade da irmã Sarah Goldfeder Krieck. Segundo a chef, o nome do local retrata a intenção de criar um espaço de encontro Rachel e Roberto Krieck: a paixão pela gastronomia virou um excelente negócio confortável, aconchegante e de bom gosto. Além da boa gastronomia, o cliente encontra produtos de cama, mesa e banho de marcas conhecidas da cidade em num cenário amplo e sempre bem decorado. São artigos da moda casa com produtos direto de fábrica. A loja também trabalha com tecidos de decoração com desenhos jacquard exclusivos, lingeries, pantufas e linha completa de produtos para banho.

Boa música e eventos O Espaço Blumenau foi projetado para ser versátil. Com alternativas para o dia, o local também tem opções de entretenimento para a noite. O ambiente climatizado permite receber até 170 pessoas, basta escolher o estilo da festa, reunião ou um jantar. A casa também promove eventos próprios em conjunto com chefs da região e convidados, enaltecendo a arte e a paixão pela cozinha. As apresentações de Blues e Jazz, organizadas pelo irmão Thiago Goldfeder Krieck, responsável pelo Espaço Blumenau Produções, têm agendas frequentes e eventos exclusivos, sempre com venda de mesa antecipada. Reunindo em um só lugar boa música, bebida e gastronomia, o Espaço Blumenau já foi palco das apresentações de James Wheeler, Bob Stroger, da Muddy Waters Reunion Band e Donny Nichilo. AP

Espaço Blumenau Moda e Gastronomia (47) 3234-3014 Rua Itajaí 3003, Vorstad www.espacoblumenau.com.br


/paisagismo

Que presente!

Praça com árvores exóticas replantadas homenageia os 150 anos de Brusque Daniel Zimmermann

O aniversário de 150 anos de Brusque, celebrado em 4 de agosto, foi marcado pela inauguração da Praça do Sesquicentenário, repleta de consciência ambiental. À frente do projeto de paisagismo está o engenheiro agrônomo e paisagista Haro Kamp. Ele conta que foi convidado a colaborar com a equipe na concepção da área verde da praça, também conhecida como Espaço Buettner. Ele lembra que, por coincidência, no mesmo dia da reunião com a equipe, surgiu um pedido de corte de árvores em um terreno completamente arborizado. Na tentativa de preservar o patrimônio paisagístico da cidade, Kamp apresentou no mesmo dia a ideia para salvar as árvo32

res, transplantando-as para o novo espaço. Transplante solidário Após um rápido estudo de viabilidade e levantamento de custos, a equipe entrou em contato com o proprietário do terreno que, compreendendo a importância da proposta, concordou em atrasar a obra em semanas para que os preparativos da ação fossem feitos. “Estas árvores, na grande maioria, são exóticas, mas, mesmo assim, faziam parte da paisagem urbana de Brusque e estavam condenadas a alimentar as caldeiras das indústrias. Como não há registros precisos, estimamos que as árvores

tinham entre 18 anos até aproximadamente cem anos”, calcula o paisagista. Sem orçamento disponível para a execução do transplante de árvores, a equipe sugeriu à comunidade uma parceria para viabilizar a operação. Dessa forma, pessoas físicas e empresas doaram valores em dinheiro e ajudaram a cobrir os custos do trabalho. Assim, foram transplantadas diversas árvores, ficando no aguardo de mais contribuições um dos maiores espécimes encontrados no terreno, um pinheiro-do-banhado, de aproximadamente 22 metros de altura e com mais de 80 anos. Em outro terreno, um pinheiro-alemão e um pau-brasil também aguardam doações.



/paisagismo Fotos Daniel Zimmermann

Centro arborizado O trabalho exigiu muita dedicação, maquinário pesado, esforço físico e apurada técnica de arborismo. Além de oferecer um paisagismo diferenciado, a ação deve despertar uma maior consciência ecológica nos cidadãos. Para o paisagista, as árvores no centro urbano precisam ser tratadas de forma diferente do que é feito comumente em nossas cidades. “Elas são testemunhas silenciosas de nossa história, de nossas memórias, de nossas lembranças. Todo este trabalho permite criar uma maior identidade cultural, um maior sentimento de que pertencermos a esta cidade”, defende Kamp. “Cada arvore desta é uma obra de arte da natureza, mas que agora, em parceria com o humano, se torna também uma testemunha de nossa responsabilidade e compromisso com a preservação ambiental”, acentua.

Moldura

O paisagista

O foco principal da praça são as árvores adultas, principalmente pelo forte apelo, maior que canteiros de flores, arbustos floríferos, ou forrações. Como coadjuvantes, foram utilizadas plantas para criar efeitos de cores, texturas e diferentes alturas para, assim, dar maior riqueza de detalhes para quem circula pela praça. O espaço total da praça chega a aproximadamente 16 mil metros quadrados, sendo que apenas 3,8 mil deles são ajardinados. A praça conta com equipamentos como pista de patinação, academia da terceira idade, playground, chafariz, palco para eventos culturais, estacionamento, alameda com palmeiras-imperiais e um memorial aos 150 anos da cidade. Há também uma área reservada que, em breve, será ajardinada e receberá uma quadra esportiva e mais estacionamentos. AP

Em mais de 20 anos de atividade profissional, Haro Kamp executou uma grande quantidade de obras em jardins residenciais, hotéis, pousadas, clubes, condomínios residências, empresas, praças, espaços públicos, chácaras e fazendas. São mais de 1,8 mil obras concentradas ao redor de Brusque, no Vale do Itajaí e também no Litoral, entre Florianópolis e Joinville. No Extremo-Oeste do Estado, em Brasília e até na Alemanha, onde morou por um tempo, é possível encontrar trabalhos do paisagista. (47) 3399-0264 / 9983-4543 haro@kamp.org

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Imponência católica

Arquitetura da Igreja Matriz de Brusque reforça a fé de uma das cidades mais promissoras de Santa Catarina

No início da colonização, a cidade chamava-se Colônia Itajahy e Príncipe Dom Pedro. Com a emancipação política, passou a ser chamada de São Luiz Gonzaga, em 1881. O nome atual – que foi adotado em janeiro de 1890 – é uma homenagem ao presidente da Província de Santa Catarina, Francisco Carlos de Araújo Brusque. A cidade mudou de nome, contudo, mantém o mesmo padroeiro: São Luiz Gonzaga. Em 1954, o antigo templo destinado ao santo foi demolido, inclusive com a remoção do cemitério que existia aos fundos da igreja. 36



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ALTOpadrão rmann Fotos Daniel Zimme

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Torre tem 32 metros Das mãos do arquiteto alemão Gottfried Boehm, o mesmo que projetou a Catedral São Paulo Apóstolo, de Blumenau, foi lançada a pedra fundamental da Igreja Matriz São Luiz Gonzaga, em 1955. A imponente obra foi inaugurada em 1962 e tornou-se um marco na cidade. Construída em uma área de 1.375,05m², a nave central tem 40,90 metros e a cobertura central conta com 72,90 metros de comprimento. Em termos de altura, a torre dos sinos atinge 32 metros e proporciona uma visão grandiosa a partir da Praça Barão von Schnéeburg, no coração de Brusque. AP 38




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