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Plantaginaceae PLANTAGINACEAE
Vinicius Castro Souza, Maria José Gomes de Andrade & Ana Maria Giulietti
Ervas, raramente arbustos, anuais ou perenes. Folhas geralmente opostas, raramente alter
nas ou rosuladas, simples, sem estípulas. Flores geralmente monoclinas, zigomorfas ou menos freqüentemente actinomorfas, di-, mono- ou aclamídeas; cálice 4- ou 5-mero (raramente trímero), geralmente dialissépalo; corola 4- ou 5-mera (raramente trímera), gamopétala; androceu com 4 estames (raramente de 1 a 3 ou 5), às vezes com estaminódio, epipétalos e com anteras rimosas; ovário súpero, bicarpelar, bilocular, raramente tetralocular pelo desenvolvimento de um falso septo, com placentação axial, uni- a pluriovulado. Frutos geralmente cápsulas septicidas, loculicidas ou circuncisas. O conceito de Plantaginaceae alterou-se profundamente com os recentes estudos filogenéticos. Tradicionalmente, a família era constituída por três gêneros, dos quais apenas Plantago possuía ampla distribuição geográfica. No conceito atual, ela inclui cerca de 2.500 espécies e 200 gêneros, englobando uma grande variação morfológica, principalmente floral, relacionada aos tipos de polinizadores. No Brasil, são nativas cerca de 120 espécies e 19 gêneros, sendo mais comuns em áreas abertas, nos campos sulinos e em áreas periodicamente inundadas da caatinga (Souza & Lorenzi, 2008). Neste trabalho, são apontadas 10 espécies raras.
Achetaria latifolia V.C.Souza Distribuição: RIO DE JANEIRO: Cabo Frio (22º52’S,
42º01’W).
Comentários: Erva ereta, de 7 a 20 cm de altura, sim-
ples ou ramificada. Folhas largo-ovadas; ramos e folhas com indumento não glandular. Flores com cálice pubescente e corola roxa ou violácea, com tubo externamente subglabro, em espigas terminais densas. Ocorre nas dunas litorâneas. (Souza & Souza, 2005; Souza, inéd.)
Angelonia crassifolia Benth. Distribuição: MINAS GERAIS: Datas (18º20’S, 43º39’W);
Diamantina, Conselheiro Mata (18º17’S, 43º58’W).
Comentários: Erva subereta a ascendente, de 10 a 40
cm de altura, geralmente pouco ramificada. Folhas (sub) sésseis, oblanceoladas, obovadas ou elíptico-oblongas, glanduloso-pubescentes. Flores solitárias, axilares, concentradas nas terminações dos ramos; corola glabra, roxa ou violeta, com giba e tubo amarelados a esverdeados e apêndice alvo. Ocorre nos campos arenosos do Planalto de Diamantina. (Souza, inéd.)
Comentários: Erva ereta a prostrada, de 25 a 50 cm de
altura, ramificada. Folhas sésseis ou pecioladas, elípticas, (ob)ovadas ou lanceoladas, com tricomas esparsos. Flores solitárias, axilares, concentradas nas terminações dos ramos; corola violácea, alva na giba, (sub)glabra externamente no tubo, com apêndices lineares de ápice bífido, giba arredondada e lacínios obovado-espatulados. Ocorre nos campos rupestres da Chapada dos Veadeiros. (Souza, inéd.)
Ildefonsia bibracteata Gardner Distribuição: RIO DE JANEIRO: Rio de Janeiro, Ja-
carepaguá (22º55’S, 43º21’W); Rio de Janeiro, Parque Nacional da Tijuca (22º57’S, 43º14’W). Comentários: Erva (sub)ereta, de 30 a 40 cm de altura, ramificada. Folhas ovadas a ovado-lanceoladas, híspidoescabras. Flores com 2 bractéolas lineares inseridas junto ao cálice e corola azul ou lilás, glabra externamente, exceto pelo ápice do tubo e pelos lacínios, que são esparsamente pubérulos. (Souza, inéd.)
Mecardonia pubescens Rossow
Angelonia pratensis Gardner
Distribuição: RIO GRANDE DO SUL: Vacaria
Distribuição: GOIÁS: Cavalcante (13º55’S, 47º30’W);
Comentários: Erva rastejante a ascendente, ramifica-
Formoso (13º38’S, 48º53’W).
(28º30’S, 50º55’W).
da principalmente próximo à base. Folhas pubescentes,