CATÁLOGO M.C.1 | MOVIMENTOS CONVERGENTES

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Governo do Estado de S達o Paulo e Secretaria da Cultura apresenta


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M.C.1 - MOVIMENTOS CONVERGENTES Com curadoria de Cecilia Stelini, o M.C.1 foi uma investigação e aplicação de ações artísticas, multimeios e fotografia. Pinturas e imagens e ações executadas em espaços e formas urbanas dispersas, descentralizadas, típicas da cidade-colagem em que vivemos hoje, reuniram-se em uma arquitetura não convencional numa mistura de estilos, uma espécie de ecletismo contemporâneo fragmentado, que leva funções sociais e comunicativas numa transitoriedade de coisas. Ancorados numa época global, marcada pelas mudanças tecnológicas e midiáticas, em que a comunicação derrubou as fronteiras do tempo e espaço, foram apresentadas instalações que evidenciaram que a ordem não é racionalista por excelência, mas sim uma ordem da continuidade, uma coisa depois da outra. Houve intervenções em que o artista era participador, não apenas criava e inventava como também integrava a obra, deslocando a autoria da obra também ao espectador, pois experimentava e atestava sua existência. Um evento marcado por happenings e performances em que o corpo executava sua ação, com sua sensação de brilho e de prazer participativo transitório, de exibição e de efemeridade dessa sociedade do espetáculo, em que a perenidade da obra determina a necessidade de usar meios de registro e de documentação como o vídeo ou a fotografia para depois numa espécie de entropia tornar a ser a própria obra. Artistas fazendo uso de um exercício experimental da liberdade, explorando a arte numérica, ou seja, as novas tecnologias digitais, como representações de uma poética na forma de um programa operacional. Multimeios em que a fotografia não se reduz à imagem fotográfica, mas sim ao visual e, ainda, a apenas um único sentido privilegiado, a visão. Um movimento explorando o tempo da hibridização, das intermídias, da fusão do fotográfico com ações artísticas em lugares heterodoxos e fora do suporte tradicional. O outdoor, suporte utilizado para aproximar, interagir e compartilhar o trabalho do fotógrafo com o público que passa pelas ruas e consome a imagem como um site specific art. Fotógrafos explorando uma nova fotografia, de base eletrônica, em que desaparece a materialidade do filme, tornando-se signo de multiplicidade e ubiquidade, deixando de ser produção e armazenamento de imagens para tornar-se distribuição e gerenciamento de informações, não podendo ser mais pensada isoladamente em sua pureza, pois ela está ligada a outros usos do sistema numérico tais como vídeo, música, texto, imagem.


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O discurso fotográfico convergindo em performances em que a ação do corpo é o próprio suporte fotográfico, bem como uma nova escala de observação que discute foco, profundidade de campo, nitidez, elevando a fotografia à categoria de teatralidade, e evidenciando o caráter fluido, ruidoso e multifacetado de suas relações com a arte contemporânea. Assim o coletivo M.C.1 produziu leituras contemporâneas, foi operador da visualidade interferindo no campo da cultura com um projeto plástico interdisciplinar, afirmando as criações como resultados de trabalhos, em que a obra não é fruto de uma grande ideia localizada em momentos iniciais do processo, mas sim espalhada por todo o percurso. Militando no conceito de que arte hoje são momentos, presentes em todos os lugares e ao mesmo tempo em lugar nenhum; mostrando que a invenção da regra é simultânea à produção da obra, e que a própria obra vai sendo inventada enquanto vai sendo feita, fazendo a invenção coincidir com a produção, a idealização com a realização e a concepção com a execução. Um manifesto de que as criações artísticas não são lineares, pois a interatividade aparece como uma propriedade de rede, em que objetos artísticos tornam-se objetos de comunicação, pensamentos que se constroem nas inter-relações, nas simultaneidades de ações e na ausência de hierarquias com intensos estabelecimentos de nexos. O que sobrou de tudo isso? Resíduos! Que atestam a democratização causada pelas convergências presentes neste catalogo.

Rogério Entringer, novembro/2012


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A Oficina Cultural Carlos Gomes, unidade do Projeto Oficinas Culturais do Estado de São Paulo, vem desempenhando um importante papel ao longo dos seus 15 anos, transformando-se em referência cultural, onde se destaca a formação de público e profissionais para o setor cultural, valorizando a pesquisa, a experimentação e o fomento das dinâmicas criativas e produtivas da Arte e da Cultura. O projeto M.C.1 - Movimentos Convergentes é resultado de um conjunto de investigações artísticas, e também a comemoração dos 15 anos da Oficina Cultural Carlos Gomes, de Limeira, cidade situada no interior paulista, e partiu das experiências compartilhadas e referencias do PS1 de Nova Iorque, um projeto não convencional que perdura até hoje em grandes dimensões na linguagem das artes visuais, onde foi feita uma ocupação numa antiga escola abandonada. A aproximação se deu pelos mesmos fatores e palavras chave: escola, prédio abandonado, intervenções artísticas, arte, espaço não convencional. O evento caracterizou-se pela ocupação da maioria dos espaços dessa antiga escola, que abrigou temporariamente a sede da OC Carlos Gomes e a Secretaria Municipal de Cultura de Limeira, com propostas de intervenções, performances, instalações, objetos, pintura, desenho, vídeo, fotografia, além de workshops e palestras, com a participação de artistas convidados de Brasília (DF), Campinas (SP), Limeira (SP), Piracicaba (SP), Rio Claro (SP), São Carlos (SP), São Félix (BA), São Paulo (SP) e Nova Iorque (USA), incluindo as participações especiais de Guto Lacaz e Rubens Espírito Santo. Toda essa mobilização, ocupação e transformação do espaço, foi organizada na intenção de compartilhar com o público a descoberta de outras possibilidades de “fazer acontecer” a arte contemporânea em espaços alternativos até então não imaginados e fora dos padrões, sob suas diversas óticas e de como entende-las diante de seus olhos. Estabelecer esse diálogo entre objeto/artista/experiência, possibilita ao público ir além do simples contato e participar diretamente do mundo de cada artista, bem como de sua poética. Os trabalhos criados ativaram a percepção, a observação, a interpretação e o devaneio. Para entender a arte precisamos estar preparados para o desconhecido, para as situações “surpresa”, para o estranhamento, pois nela residem a energia, os valores artísticos e o novo. O intuito desse movimento foi apoiar e propiciar a experimentação da arte para o público através das diversas manifestações artísticas da cena contemporânea. Robson Trento, coordenador OC Carlos Gomes


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ADRIANA DA CONCEIÇÃO


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Adriana da Conceição Estruturas Invisíveis Intervenção Urbana


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ZÉH PALITO


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Zéh Palito Futuro Onírico Pintura


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FUMERO


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Fumero Retrato Pintura


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ROBSON TRENTO


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Robson Trento Artéria Intervenção


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RUBENS ESPÍRITO SANTO


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Rubens Esp铆rito Santo Workshop: Laborat贸rio do Artista


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DYNORÁH INAYÊ


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Dynoráh Inayê Penélope Instalação


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ANA ROLAND


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Ana Roland Linhas Urdidas Performance


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GUTO LACAZ


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Guto Lacaz Paralelas Paraelas Ocupação


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ROSANA TORRALBA


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Rosana Torralba Pisando em ovos, não deixe a peteca cair Instalação


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DANIEL VIANA


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Daniel Viana O Baile Performance


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ANDRÉ LAFETÁ


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André Lafetá Série Memorial do Ser Instalação


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NATÁLIA IVANOV


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Natália Ivanov O Elefante Rosa Instalação


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FERNANDO TOSKO


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Fernando Tosko Shamantismo Pintura


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DOROTHEA FREIRE


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Dorothea Freire Des-Ordem Instalação Interativa


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ALZIRA BALLESTERO


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Alzira Ballestero Urbanas Desenho e Livro de Artista


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MAGNES


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MAgnes Receita de Sonho Objeto e Performance


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Tatiana Alves, Edu de Paula, Lechat, MĂĄrcio Lambais, Nelson Shiraga e RogĂŠrio Entringer Fotoperformance


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ALCIONE BELLON


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Alcione Bellon Todos os corpos, todas as dores Intervenção Fotográfica


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DANILLO BARATA


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Danillo Barata Passarela Video Instalação


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ANJONEGRO


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AnjoNegro ...Os meios... Desenho


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Mateus Fantelli Vem do Canto Objeto Sonoro


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MATEUS FANTELLI


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ALMA


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Alma M.E.T.A.M.O.R.P.H.O.S.E. 04 Desenho e Colagem


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BA


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Ba Video Ocupação 1 Video Instalação


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MARCOS FMNO


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Marcos FMNO Ex-Voto Suscepto Performance


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CECILIA STELINI


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Cecilia Stelini Planto Performance


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LEA MORAES


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Lea Moraes Ortus Performance


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GILIO MIALICHI


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Gilio Mialichi Ação Asséptica Performance


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Edu de Paula, Lechat, Márcio Lambais, Nelson Shiraga e Rogério Entringer Efemeridades, Convergência e Resíduos Instalação


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MARCELO GANDHI


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Marcelo Gandhi Palestra: “A Performance Hoje”


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SECHI + VJ SKYLAR


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Sechi + VJ Skylar Cartografia CĂ­brida Video Mapping e Performance


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RogĂŠrio Entringer Outdoor Fotografia


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Nelson Shiraga Outdoor Fotografia

Mรกrcio Lambais Outdoor Fotografia


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Lechat Outdoor Fotografia

Edu de Paula Outdoor Fotografia


118 M.C.1 MOVIMENTOS CONVERGENTES 1

PATROCÍNIO

17 a 31 de agosto de 2012, Limeira/SP

AT | AL | 609 - Lugar de Investigações Artísticas

Programação:

FAAL - Faculdade de Administração e Artes de Limeira

Workshop “A Performance Hoje”, com Marcelo Gandhi

Fixa Ponto Outdoor

Workshop: “Laboratório do Artista: Processo de Construção de uma Obra Instalativa”, com Rubens Espírito Santo

APOIO

Palestra: “Site-specific – A Arte Fisicamente Acessível”, com Rubens Espírito Santo

Patrícia Soares | Cozinha Criativa

Palestra: “O Extraordinário na Fotografia de Três Fotógrafos Contemporâneos”, com Sidney Tamai Workshop: “A Arte da Performance - Suporte prático para Elaboração de Ações”, com Cecilia Stelini

Akazzus Acoustic Band

Prefeitura Municipal de Limeira Secretaria Municipal da Cultura e Demais Secretarias EXECUÇÃO Organização Social de Cultura: POIESIS Oficinas Culturais do Estado de São Paulo

www.movimentosconvergentes.wordpress.com Coordenação Geral: Cecilia Stelini e Robson Trento Curadoria: Cecilia Stelini

REALIZAÇÃO Governo do Estado de São Paulo Secretaria de Estado da Cultura

Montagem: Robson Grinberg Assistentes: Matheus Alecci, Wesler Machado Captação de Imagens e Edição: Lucas Vega Coordenação de Fotografia: Nelson Shiraga Fotografias: Edu de Paula, Lucas Vega, Márcio Lambais, Marcos FMNO, Matheus Alecci, Renê Mainardi, Ricardo Pompeu, Robson Trento, Rogério Entringer, Rosana Torralba, Valéria Branco de Miranda Design Gráfico: Marcos FMNO Monitoria: Marcos FMNO, Robson Trento

Matheus Alecci,

Limpeza: Daniele de Oliveira Amorim OFICINA CULTURAL CARLOS GOMES Equipe: Robson Trento, Tatiana Alves, Marcos FMNO, Antonio Carlos de Oliveira

Oficina Cultural Carlos Gomes Palacete Levy Largo da Boa Morte, 11 Centro - 13480 188 Limeira - São Paulo - Brasil 55 19 3495 1028 carlosgomes@oficinasculturais.org.br www.oficinasculturais.org.br




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