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Mundiais Superbike

Jonathan Rea lidera

campeonato com poderosos rivais; WSSP mais próximo de estar decidido

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Assim como o restante mundo desportivo, o Mundial de Superbike não passou despercebido à pandemia por COVID-19. Com o estado de saúde pública mundial, os desportos motorizados também pararam e só retornaram meses depois.

O WSBK arrancou na Austrália em fevereiro e a segunda ronda só aconteceu no final de julho. Desta forma, Jerez acolheu a segunda prova da temporada antes de o paddock regressar a Portimão e, de seguida, Aragão protagonizou dois fins de semana intensos de corrida.

WSBK, RONDA 1: PHILLIP ISLAND RECEBEU INÍCIO DE TEMPORADA ENTUSIASMANTE E INCERTA ATÉ AO ÚLTIMO SEGUNDO

O primeiro fim de semana do campeonato aconteceu na Austrália com Jonathan Rea (Kawasaki Racing Team WorldSBK) a ser o candidato mais forte para este arranque de temporada. No entanto, Scott Redding (ARUBA.IT Racing - Ducati) começou por marcar território ao estabelecer a volta mais rápida de todos os treinos com um tempo de 1m29,896s, ficando à frente de Michael van der Mark (PATA YAMAHA WorldSBK Official Team) e do próprio campeão do ano passado. Na sessão de qualificação, a história foi um pouco diferente, dado que a pole position foi conquistada por um outro piloto. O autor responsável pela melhor volta foi mesmo Tom Sykes (BMW Motorrad WorldSBK Team) que estipulou a melhor volta até então (1m29,230s) com Redding atrás de si por uma diferença de 0,339s. Jonathan Rea foi novamente terceiro com 0,029s de diferença para o piloto da Ducati e campeão do BSB de 2019. A primeira corrida foi alvo de bastante emoção nos instantes iniciais. Rea fez o holeshot e viu-se envolvido num toque com Tom Sykes. Deste incidente, Rea foi parar à gravilha, mas regressando logo de seguida. Van der Mark e Redding perseguiram o piloto da BMW e mais tarde Rea registou uma queda na curva oito após ter perdido a traseira da sua Kawasaki ZX-10RR. Na dianteira, a luta resumiu-se a seis pilotos no qual estavam incluídos Scott Redding, Michael van der Mark, Toprak Razgatlioğlu (PATA YAMAHA WorldSBK Official Team), Alex Lowes (Kawasaki Racing Team WorldSBK) e Álvaro Bautista (Team HRC). No final, Razgatlioğlu venceu a corrida com uma margem quase inexistente para Lowes. Redding foi terceiro e van der Mark fechou o grupo com menos de uma décima de diferença para o vencedor. A Superpole Race abriu o domingo com uma corrida de dez voltas. Rea voltou a fazer o holeshot numa cor-

TEXTO: Simon Patterson FOTOS: Equipas

Créditos: Matteo Cavadini / Alex Photo (c)2020 / Copyright © 2017 Ducati Motor Holding spa a corrida à frente de Jonathan Rea. A diferença entre os dois pilotos da Kawasaki foi de 0,037s com Scott Redding a terminar novamente em terceiro.

WSBK, RONDA 2: REDDING VENCEU AS DUAS CORRIDAS COM JONATHAN REA A MOSTRAR-SE PRESENTE

Após a primeira jornada, os pilotos só voltaram a competir em finais de julho e princípios de agosto. Desta vez, o palco para mais um fim de semana de ação foi o Circuito de Jerez - Ángel Nieto, sendo esta a primeira ronda europeia. Michael van der Mark fechou o FP3 com o melhor tempo combinado, apresentando uma volta em 1m39,639s. Jonathan Rea colocou-se entre os Respeitante à primeira prova do fim de semana, Rea voltou a ser o homem dos holeshots ao conseguir fazer a primeira curva da corrida na liderança da mesma. Toprak Razgatlioğlu colou-se ao piloto da Kawasaki sendo perseguido por um Scott Redding que queria garantir posição no grupo líder, caso o pelotão se separasse. Com o passar das voltas seguintes, o trio de pilotos manteve-se na frente com Loris Baz de perto; o ex-piloto de MotoGP era omelhor independente nesta altura. A 12 voltas do fim, van der Mark terminou prematuramente encostando a sua moto fruto de problemas mecânicos. Com dez voltas para o fim, Alex Lowes – líder do campeonato, lutava pelo décimo lugar sem apresentar um ritmo semelhante ao do seu companheiro de equipa. Rea continuou na liderança e a nove voltas do fim Redding atacou o piloto oficial da Yamaha. Três voltas depois, a dupla dianteira tinha uma ligeira margem para Razgatlioğlu, Baz e Chaz Davies (ARUBA.IT Racing - Ducati) que acompanhava a luta pelo terceiro lugar com uma distância pequena. Na mesma volta, Redding ultrapassou o líder da corrida e começou a construir uma ligeira diferença que acabou por garantir a vitória. Rea acabou por não ter ritmo para o vencedor e contentou-se com o segundo lugar, partilhando opódio também com Razgatlioğlu. Davies e Baz fecharam o top cinco. Arrancando da segunda posição, Rea foi novamente o autor de um holeshot em mais uma Superpole Race. Daqui em diante, o piloto manteve-se na dianteira ao mesmo tempo que o seu companheiro de equipa, Alex Lowes, trocava argumentos com Bautista na luta pelo décimo lugar. Rea foi construindo uma diferença para os restantes até terminar a corrida na primeira posi-

adversários mais diretos também nesta última sessão de treinos com atraso de duas décimas para o piloto da Yamaha. Loris Baz (Ten Kate Racing Yamaha) levou a sua moto ao lugar mais baixo do top três, ficando a 0,001s de Rea sendo, de igual forma, o melhor piloto independente destes treinos livres. A sessão de qualificação foi bem disputada com as duas primeiras linhas a ficarem definidas com vários pilotos dentro de meio segundo de diferença. Scott Redding foi o mais rápido (1m38,770s) e por isso garantiu lugar na pole position. Jonathan Rea continuou com o trabalho até então efetuado e terminou a 0.034s do seu adversário mais direto, sendo Tom Sykes aquele que fechou os acessos à primeira linha de partida.

rida onde a vitória só foi entregue na última volta. Do princípio ao fim, nenhum piloto se conseguiu isolar, mas Rea aparentou controlar a corrida. No entanto, Razgatlioğlu aproximou-se do campeão de tal forma que os dois homens discutiram o triunfo na última curva da corrida. No final, Rea vingou o resultado da primeira corrida com uma vitória. O turco da Yamaha ficou a 0,067s do topo e Redding fechou o pódio com 0,005s para o segundo classificado. Rea voltou a registar o terceiro holeshot do fim de semana no arranque para a Corrida 2. A dupla da Yamaha começou logo a partir da primeira curva a fazer pressão sobre o campeão, com van der Mark a saltar logo para a liderança na segunda curva. O britânico atacou logo de imediato e na mesma volta Leon Haslam (Team HRC) e Michael Rinaldi (Team GOELEVEN) registaram uma queda. As trocas de posições foram sucessivas e a vitória esteve sempre em discussão. No final, Alex Lowes venceu a corrida após ter terminado

Graeme Brown / GeeBee Images / © 2013 Kawasaki Motors Europe N.V.

ção. Redding fez de tudo para apanhar o #1, mas acabou por cruzar a meta com uma diferença de pouco mais de meio segundo. Van der Mark foi o terceiro classificado beneficiando de um problema mecânico existente na moto do seu companheiro de equipa quando este estava a lutar pelo segundo lugar. A Corrida 2 foi um pouco mais entusiasmante com Jonathan Rea a fazer novamente um arranque perfeito. No entanto, a liderança acabou por mudar de mãos a partir do momento que Scott Redding efetivou uma ultrapassagem sobre Rea na volta seguinte. Entretanto, e com o líder um pouco afastado, Chaz Davies chegou ao segundo lugar sendo este perseguido pelos dois homens da Kawasaki e pelo turco da Yamaha. Entretanto, Michael Ruben Rinaldi juntou-se a este trio de homens que batalhava pelo lugar mais baixo do pódio. No final, a Ducati fez a sua primeira dobradinha desde 2012 com Redding e Davies nas primeiras posições. Razgatlioğlu fechou o pódio deixando para trás Rinaldi, Lowes e Rea que fechou os acessos ao top seis. Com o finalizar desta segunda ronda, Scott Redding passou a ser o novo líder do campeonato com 98 pontos assegurados. Jonathan Rea subiu um par de posições detendo menos 24 pontos que o líder. Alex Lowes perdeu a liderança e terminou esta ronda de Jerez no terceiro lugar com menos 26 pontos que o piloto da Ducati.

WSBK, RONDA 3: JONATHAN REA NÃO PERDOOU E FEZ UM ‘HAT-TRICK’ EM PORTIMÃO

Finalizada mais uma jornada, o paddock viajou para Portimão para a realização de mais um fim de semana animado de corridas. Toprak Razgatlioğlu abriu as hostilidades ao concretizar o melhor registo

Matteo Cavadini / Alex Photo (c)2020 / Copyright © 2017 Ducati Motor Holding spa

(1m41,658s) de todos os treinos, ficando este à frente de Michael van der Mark por 0,186s de diferença. Jonathan Rea voltou a estar entre os melhores ao realizar a terceira melhor volta com o campeão do ano passado a deter um diferencial de 0,212s para o topo. No que à Superpole diz respeito, o campeão do ano passado foi rei e senhor ao realizar a melhor volta com um registo de 1m40,676s. Razgatlioğlu foi o melhor aos comandos de uma Yamaha ficando a quase três décimas de diferença da pole position. Por sua vez, Alex Lowes terminou em terceiro a, aproximadamente, quatro décimas do seu companheiro de equipa. Com o apagar das luzes, Jonathan Rea voltou a assinar mais um holeshot antes de ter conseguido fugir aos restantes pilotos. Com o passar das voltas, a diferença entre Rea e o segundo classificado foi aumentando e diversos foram aqueles que lutaram pelo lugar intermédio do pódio. Dando seguimento ao ritmo mostrado nos treinos, Razgatlioğlu conseguiu distanciar-se dos seus concorrentes sem nunca ter conseguido alcançar a primeira posição. Assim, a Yamaha colocou os seus pilotos oficiais no segundo e terceiro lugar com van der Mark a fechar o pódio. No arranque da Superpole Race, o #54 atacou Jonathan Rea logo na primeira curva e Loris Baz não perdeu tempo também para desferir uma ultrapassagem sobre Alex Lowes na curva três. Na volta seguinte, a vitória passou a ser discutida entre os dois homens da frente enquanto o francês da Ten Kate Racing Yamaha assistia de perto a esta batalha. Chaz Davies e Eugene Laverty (BMW Motorrad WorldSBK Team) caíram na curva cinco já na terceira volta da corrida. Nas voltas seguintes, Rea e Razgatlioğlu continuaram envolvidos na disputa, mas o piloto da Kawasaki acabou por se conseguir afastar do seu adversário da Yamaha. Até ao final, não se verificou mudanças e Rea foi o vencedor de mais uma corrida. O turco conquistou a segunda posição e Baz foi terceiro sendo, de igual forma, o melhor independente em pista. A última corrida do fim de semana viu Rea a conquistar mais um holeshot com Razgatlioğlu a colar-se novamente ao líder. Laverty voltou a cair, desta vez sozinho, na mesma curva cinco antes de Baz ter também adicionado o seu nome à lista de quedas perdendo o controlo da sua moto na última curva do traçado de Portimão. A 14 voltas do fim, o #54 perdeu a frente da sua moto na curva cinco e na volta seguinte foi a vez de Alex Lowes que, por sua vez, caiu no mesmo local. Já na última volta, Rea estava isolado e assim permaneceu até cruzar a bandeira de xadrez. Por outro lado, Redding e van der Mark discutiram até ao fim o segundo lugar com o piloto da Ducati a sair por cima da situação. Em termos de campeonato, a liderança do mesmo voltou a mudar… Jonathan Rea despediu-se do Autódromo Internacional do Algarve sendo o novo líder das contas gerais detendo 136 pontos. Do lado oposto, Redding perdeu as rédeas do campeonato descendo uma posição. Ainda assim, o piloto da Ducati fechou este fim de semana com apenas quatro pontos de atraso para o #1 enquanto Toprak Razgatlioğlu ascendeu um lugar, sendo agora o terceiro classificado da geral.

WSBK, RONDA 4: REDDING E REA PARTILHARAM VITÓRIAS EM ARAGÃO

Ao longo das três sessões de treinos existentes, os pilotos tiveram diversas oportunidades para encontrar as afinações base para mais um fim de

semana de ação. Foi no FP3 que a maioria estabeleceu o seu melhor registo, sendo o melhor exemplo conseguido por Jonathan Rea. O campeão do ano passado estabeleceu uma volta rápida em 1m50,287s ficando à frente de Loris Baz por 0,189s de diferença. Michael van der Mark foi terceiro a duas décimas e meio do topo. Chaz Davies e Michael Ruben Rinaldi fecharam os acessos ao top cinco após terem registado os tempos de 1m50,543s e 1m50,601s, respetivamente, na primeira sessão de treinos livres. A luta pelo melhor tempo continuou a acontecer na sessão de qualificação. No entanto, Rea voltou a ser o melhor sendo o único a conseguir rodar no segundo 48. Com uma volta em 1m48,860, o piloto da Kawasaki ficou a 0,171s de Loris Baz que voltou a ser o piloto independente de referência nesta Superpole. A terceira posição foi parar às mãos de Scott Redding que terminou a três décimas do líder do campeonato. Ao contrário do que tem vindo a ser hábito, Jonathan Rea fez um arranque negativo cruzando a primeira curva na quarta posição. Por outro lado, Baz foi o autor do holeshot desta primeira manga. Ainda na primeira volta, com 18 para a bandeira de xadrez, Alex Lowes atacou o piloto da Tem Kate e Rea não perdeu tempo para fazer o mesmo que o seu companheiro de equipa. Antes do final da primeira volta, Rea voltou para a liderança e tentou de tudo para fugir. Sem se consegui isolar, Lowes perseguiu o seu companheiro de equipa e Redding aproximou-se da dupla da Kawasaki. O piloto da Ducati atacou Lowes na tentativa de, mais tarde, repetir a proeza sobre o campeão de 2019. Entretanto, o #22 perdeu os controlos da mota na quarta volta da corrida. Daqui em diante, a luta pela vitória ficou entre os dois sobreviventes da dianteira. Com Redding na frente, Rea alargou trajetória na abordagem à curva 12 e o líder acabou por ficar sozinho. Davies aproximou-se então de Rea e nas voltas finais ainda alcançou o seu companheiro de equipa sem o conseguir derrotar até ao fim. Desta forma, a Ducati voltou a fazer uma dobradinha com Rea a ocupar o lugar mais baixo do pódio. Loris Baz voltou a ser o autor de mais um holeshot em plena Superpole Race. No entanto, Rea, que se colocou praticamente ao lado do francês, saiu melhor da primeira curva e saltou para a dianteira na segunda curva do traçado de Aragão.

Matteo Cavadini / Alex Photo (c)2020 / Copyright © 2017 Ducati Motor Holding spa

Ainda nesta primeira volta houve drama entre Tom Sykes (que sofreu um toque de Davies na entrada da curva oito) e Leandro Mercado (Motocorsa Racing) que foi o único a não conseguir completar a primeira volta. Rea começou a ganhar distância dos demais onde Baz e Redding eram as ameaças mais próximas. Até ao fim a liderança permaneceu nas mãos do britânico que conquistou mais uma vitória para a Kawasaki. Redding foi segundo e van der Mark terceiro numa corrida onde Baz foi perdendo posições até ao final da corrida. A Corrida 2 começou de forma ideal para o vencedor da Superpole Race no qual Redding assumia a responsabilidade de não largar o #1. Com o líder a quase dois segundos de diferença, a vitória parecia estar parcialmente entregue… até Jonathan Rea ter cometido um pequeno erro na curva 16. Alargando trajetória e perdendo tempo essencial, o piloto foi apanhado por um Chaz Davies ansioso por voltar às vitórias. Os dois homens começaram, então, a batalhar quando restavam dois pares de voltas para a bandeira de xadrez. Com trocas de posições consecutivas, Álvaro Bautista ainda sonhou em lutar pela vitória acabando por não conseguir concretizar a sua vontade. Ainda assim, terminou na terceira posição partilhando o pódio com Rea, o vencedor da corrida, e Davies que conquistou o terceiro top três da temporada. Finalizado mais um fim de semana, as contas do campeonato não sofreram alterações. Rea manteve-se na frente com 189 pontos, mas a diferença para Redding aumentou de quatro para dez pontos. Toprak Razgatlioğlu permaneceu, também, na mesma posição, mas o turco acabou por perder terreno essencial na disputa pelo título. O piloto da Yamaha chegou a Aragão com 33 pontos para o líder e despediu-se desta ronda com 65 pontos de atraso para Rea.

WSBK, RONDA 5: MICHAEL RINALDI ESTREIA-SE NAS VITÓRIAS; REA E REDDING TAMBÉM FORAM PRESENÇA ASSÍDUA NO PÓDIO

Neste arranque do segundo fim de semana em Aragão, Rinaldi meio que surpreendeu tudo e todos ao estabelecer o melhor tempo de todos os treinos combinados. O italiano já tinha mostrado um bom desempenho na ronda anterior, no mesmo traçado espanhol, e começou esta quinta jornada de forma perfeita. O piloto da Team GOELEVEN estabeleceu o melhor registo com uma volta em 1m49,574s no FP3 batendo o tempo de 1m49,841s que Jonathan Rea tinha estabelecido na primeira sessão. Scott Redding foi terceiro ao marcar uma volta em 1m49,963s, ficando quase a quatro décimas do seu colega de marca. A sessão de qualificação já sofreu uma ‘pequena’ alteração no topo da classificação. Com vontade de estar novamente no topo, Jonathan Rea fez a melhor volta sendo o único a rodar, novamente, no segundo 48, apresentando um tempo de 1m48,767s. Rinaldi, sem possi-

bilidades de apresentar uma volta igualmente boa, ficou a duas décimas e meia do piloto da Kawasaki, enquanto Scott Redding terminou a uns míseros 0,005s do italiano. Sykes, Bautista e Haslam fecharam o top seis com este último a terminar a 0,565s de Rea. Com a pole assegurada, Rea comandou desde o primeiro segundo a liderança da primeira corrida com Redding e Rinaldi junto ao #1. Logo no final da primeira volta, Rinaldi ultrapassou o líder estando na liderança pela primeira vez na sua carreira de WSBK. Focado em fugir do campeão mundial, Rinaldi assegurou uma vantagem de dois segundos para Rea ao mesmo tempo que Redding, na terceira posição, era incomodado por um Álvaro Bautista ansioso por ultrapassar. A 11 voltas do fim, Redding cometeu o seu primeiro erro da temporada ao perder a frente da sua Panigale na entrada para a curva cinco. Até ao fim, Rinaldi permaneceu sozinho e conquistou a sua primeira vitória no Mundial de Superbike, enquanto Jonathan Rea se contentou com o segundo posto. A terceira posição acabou por ir parar às mãos de Chaz Davies depois de Bautista ter perdido os controlos da sua moto quando perseguia o #7 no quarto lugar. Tal como na primeira corrida, Rea voltou a fazer mais um holeshot com Redding e Rinaldi atrás de si. Na curva que antecede a reta anterior, Redding atacou o líder sem lhe dar oportunidade de fugir nesta corrida de dez voltas. Os dois pilotos trocaram argumentos na volta seguinte, mas o piloto oficial da Ducati manteve-se na liderança. A meio da corrida, o top três estava inalterado e assim permaneceu até à bandeira de xadrez. Redding venceu e Rea terminou a menos de um segundo do seu compatriota. Rinaldi foi o melhor independente ao terminar novamente no pódio. O arranque da Corrida 2 foi uma cópia a papel químico da Superpole Race com Rea a conseguir mais um holeshot. Redding voltou a não perder tempo para perseguições ao ultrapassar o adversário ainda nas lides iniciais desta corrida. Na volta seis, com 13 para o fim, Rinaldi ultrapassou Rea na saída da curva nove para suplantar Redding na curva 12, momentos depois. Rea, que estava em terceiro, ultrapassou o piloto oficial da Ducati para se colar a Rinaldi que aparentava uma velocidade bastante forte. Com três voltas para o fim, o piloto da Kawasaki desferiu um ataque final sobre Rinaldi que acabou por lhe garantir a vitória. O italiano, que se manteve na liderança durante boa parte da corrida, cruzou a linha de meta em segundo à frente de Redding que fechou o pódio. Findada mais uma jornada, as contas do mundial mantiveram-se iguais entre o top cinco. Rea aumentou a diferença de 10 para 36 pontos para Redding, liderando o campeonato com 243 pontos totais. Toprak Razgatlioğlu passou dos 65 pontos para os 96 pontos de atraso para o líder e Chaz Davies foi o primeiro a estar a mais de 100 pontos do #1 da Kawasaki. Michael van der Mark era quinto com 110 pontos para o topo da classificação e Ruben Rinaldi era a primeira alteração da tabela ao subir ao sexto lugar da geral com 112 pontos para Rea.

WSSP: LOCATELLI SEM MISERICÓRDIA ATACA EM TODAS AS FRENTES NO MUNDIAL DE SUPERSPORT

Ao contrário do que foi acontecendo no WSBK, com alguns pilotos a lutar pela vitória, o WSSP de 2020 está a ser marcado apenas por um nome: Andrea Locatelli (BARDAHL Evan Bros. WorldSSP Team). O italiano que fez apenas dois pódios em Moto3 – esteve em Moto2 também, mas sem nenhum top três em seu nome – está este ano a dominar por completo a concorrência, sendo ele o candidato mais forte a ganhar o título. Este controlo absoluto começou em Phillip Island com Locatelli no topo das sessões de treinos e também na qualificação. Na corrida, Lucas Mahias (Kawasaki Puccetti Racing) fez o arranque perfeito relegando o italiano para o segundo lugar. No entanto, Locatelli regressou à liderança e começou a construir uma diferença que lhe viria a dar a vitória mais tarde. Sem ninguém para o parar, Locatelli terminou a sua corrida com uma vantagem de quase sete segundos para Jules Cluzel (GMT94 Yamaha) que, por sua vez, subiu uma posição após a desclassificação de Raffaele de Rosa (MV Agusta Reparto Corse). De Rosa foi desclassificado, assim como Randy Krummenacher e Federico Fuligni, devido ao facto de a equipa ter retirado o selo dos motores usados para uma verificação visual. Retirando esses selos, a equipa viu os seus três pilotos desclassificados segundo indicam os regulamentos. Graças a essa decisão, Corentin Perolari (GMT94 Yamaha) subiu a terceiro. Após o domínio apresentado, Lucas Mahias tentou impedir Locatelli de ir mais além nos treinos livres em Jerez de la Frontera. Em termos combinados, o francês da Kawasaki acabou por realizar o melhor tempo combinado de 1m43,011s, terminando à frente de Perolari por uma diferen-

Yamaha Motor Europe N.V.

ça de 0,074s. Andrea Locatelli foi o terceiro mais rápido. Na qualificação, a história foi um pouco diferente já que o piloto da BARDAHL envergonhou a concorrência ao fazer uma volta de 1m42,214s, ficando a mais de meio segundo de Jules Cluzel e a oito décimas de Philipp Öttl (Kawasaki Puccetti Racing). Ao contrário da primeira ronda do campeonato, as provas decorridas na Europa tinham duas corridas asseguradas. Na Corrida 1, Locatelli imprimiu um ritmo único tal como o fez na qualificação, cruzando a bandeira de xadrez no topo da classificação. Cluzel foi segundo a mais de três segundos e Öttl terceiro já com um diferencial de quase oito segundos para o vencedor. Assim como na primeira corrida, a segunda manga deste fim de semana não foi muito diferente. Locatelli partiu na frente e por aí permaneceu até ao fim. O italiano triunfou com quase dois segundos para o segundo classificado, sendo Locatelli o primeiro italiano da história da categoria a vencer três corridas consecutivas. Cluzel voltou a ser segundo e Mahias terminou na terceira posição. Portimão era a terceira ronda da temporada e o local onde Locatelli viria a dominar novamente. Apesar de Cluzel ter sido o mais rápido nos treinos e do italiano ter estabelecido o quarto tempo mais competitivo, Locatelli fez a pole position com 0,266s para o segundo classificado. A restante primeira linha de partida ficou, então, entregue à dupla da GMT94 Yamaha com Cluzel a sair por cima do seu companheiro de equipa. Nesta primeira corrida, a dupla da Yamaha saltou para a dianteira relegando Locatelli para terceiro. No entanto, foi uma questão de tempo até Locatelli se isolar e terminar a corrida na primeira posição. Cluzel, que vinha a lutar pelo pódio com o seu companheiro de equipa, terminou em sexto depois de ter registado uma queda na curva cinco, possibilitando a Mahias e De Rosa a conquista dos restantes lugares do pódio. A segunda corrida começou marcada pela queda de Mahias no primeiro setor da pista, numa fase em que Perolari fez o holeshot. Mesmo com Cluzel na liderança, o piloto natural de Alzano Lombardo controlava a diferença para o seu adversário antes de o ter ultrapassado. Com a liderança em sua posse, Locatelli aplicou a mesma receita de sempre ao se isolar da concorrência terminando a corrida com quase três segundos de diferença para o piloto da GMT94 Yamaha. Isaac Viñales (Kallio Racing) foi terceiro com 5.5s de atraso para o vencedor. Cluzel voltou a ter o protagonismo no arranque da quarta jornada da temporada, em Aragão, mas em qualificação as atenções foram todas novamente para Locatelli. O piloto fez uma volta em 1m53,205s ficando a três décimas de Öttl e a outras seis décimas de Mahias. Mesmo com a pole position garantida, Locatelli perdeu o holeshot para Mahias. Envolvido numa luta com Mahias, Cluzel e Öttl, Locatelli estava entre os candidatos à vitória. Ainda assim, e com estes três nomes em luta, o italiano saiu por cima com uma vantagem de três segundos para Cluzel. Öttl fechou os acessos ao pódio com outros cinco segundos para o topo. A segunda corrida desta primeira passagem por Aragão começou com outro holeshot de Mahias. Locatelli assegurou a segunda posição nos instantes iniciais, mas sempre com a intenção de atacar o seu adversário. Essa espera não durou praticamente tempo nenhum, dado que Locatelli ultrapassou o líder na curva quatro. Daqui em diante, nada demoveu o italiano de vencer novamente e foi isso mesmo que acabou por acontecer. Cluzel voltou a ser segundo a pouco mais de dois segundos de atraso, com De Rosa a fechar o pódio. Ao contrário das jornadas mais recentes, Locatelli terminou os treinos no segundo fim de semana de Aragão com o melhor registo, falhando o segundo 52 por 0.031s. Sendo o mais rápido a rodar no segundo 53 (1m53,030), o piloto de 23 anos ficou a 0.725s de Philipp Öttl e a outros 0.803s de Raffaele de Rosa. Na Qualificação, a pole position foi parar novamente ao italiano que se mostrou imbatível apresentando um registo bem similar ao dos treinos (1m53,003s). Por outro lado, Isaac Viñales estabeleceu o segundo melhor tempo (1m53,213s) e De Rosa foi terceiro novamente, fechando os acessos à primeira linha de partida. Atrás deste trio ficaram Jules Cluzel, Lucas Mahias e Philipp Öttl. Logo a partir do primeiro momento, Locatelli assumiu a liderança e quis encontrar uma diferença que lhe viria a ser benéfica mais tarde. Nesta primeira volta, Öttl caiu antes da reta interior com Viñales e Cluzel a fechar o pódio provisório antes de o espanhol ter registado, também ele, uma queda. Ninguém conseguiu parar Locatelli em conquistar um triunfo mais, com o piloto a apresentar um diferencial de seis segundos para De Rosa que foi segundo. Jules Cluzel terminou em terceiro após não ter ritmo para o piloto da MV Agusta. Com o arranque da segunda corrida, Cluzel e Viñales trocaram argumentos na liderança da corrida. Locatelli era, nesta altura, terceiro classificado. A 12 voltas do fim, a liderança estava a ser discutida entre Cluzel e De Rosa até os dois pilotos caírem na travagem para a primeira curva. Perante o sucedido, o francês fraturou a tíbia e o perónio o que lhe prejudicou a restante temporada. De seguida, Locatelli assumiu as rédeas da corrida e controlou-a até à bandeira de xadrez, enquanto a segunda posição ficou ao encargo de Lucas Mahias. A terceira posição foi discutida até à última volta com Isaac Viñales a triunfar sobre Öttl; triunfo esse que ficou decidido num belo photo finish. Com esta vitória, Locatelli tornou-se, oficialmente, o piloto com mais vitórias (9!) na história do campeonato, suplantando Eugene Laverty (8 vitórias - 2010) e Kenan Sofuoğlu (8 vitórias - 2007). Em termos de contas gerais, o top três permaneceu igual. Locatelli era líder inquestionável com 225 pontos enquanto Cluzel era segundo com menos 79 pontos. Mahias fechava o pódio com 106 pontos a menos que o líder e principal candidato ao título.

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