Memória e Identidade dos Moradores de Nova Holanda

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couro comia a semana toda e naquele tempo, nós fazíamos muita hora extra. Naquele tempo, a gente saía do Norte, do Nordeste pra vir pro Rio. Cheguei no Rio em maio de 1948. Quando foi em 53, fui embora pro Norte, voltei em 55. Fui pro Norte e me casei em 56 e fiquei até 61. Em 61, voltei pro Rio e já vim com a família, aí, não voltei mais, vim embora pra sempre. Em 1965, teve um grande fogo aqui, queimou 100 casas, 100 barracos, lá na duplex, lá em cima. Em janeiro de 65, deu uma chuvarada, dia 20 de janeiro de 1965, o Rio embaixo d’água, Lacerda saindo do governo, empossando o Negrão de Lima... Uma coisa atrás da outra. Mas Nova Holanda é Nova Holanda. Moro aqui há 49 anos com a família nessa casa. Farreei muito, dancei muito, joguei muito jogo de Ronda, nunca me misturei com bandido, nunca bebi, nunca fumei, nunca cheirei. Fumava, sim, cigarro, mas nunca gostei de cerveja. Agora, negócio de tóxico, respeitou a mim, respeitou minha família, você é meu amigo. Pra mim, o que acho da Nova Holanda é que Nova Holanda é um ótimo lugar de se viver, criei meus filhos na Nova Holanda, porque pra mim é um lugar “cem por cento”. Pra mim isso é um canto bom de viver.

04 // A memória da Nova Holanda por seus moradores

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