Uma viagem ao tempo dos descobrimentos

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Uma viagem ao tempo dos Descobrimentos – Ainda bem que hoje começaram as férias do verão! - exclamou o João. – Porquê?- perguntou a Ana. Não te lembras?- perguntou o João-fomos ao castelo e lá conhecemos o Orlando e, com a máquina do tempo, e lá fomos ao tempo dos castelos. – Ah, pois foi! Foi mesmo divertido. – Eu tenho uma ideia- disse o João- vamos outra vez à casa da tia e dizemos que gostámos muito. Então representamos outra vez e a tia deixa-nos ir de novo fazer um “piquenique” ao pé do rio. – Oquêoquêoquê??? Representar outra vez? Eu é que não vou representar outra vez!! – Porquê? Imagina: assim podemos ir de novo ao castelo do Orlando e vamos de novo a outra época.- informou o João. Então pediram pelo telefone à tia deles e, a tia deixou. Quando chegaram lá, começaram logo a representar. E passado alguns dias, pediram de novo à tia Júlia para irem fazer um “piquenique” no rio. – Sim, podem! Podem porque no ano passado portaram-se muito bem como neste ano. Por isso, deixo-vos ir. Adeus, e tenham cuidado. Lá foram eles de novo, outra vez de farnel às costas, foram de novo até ao castelo do “lobisomem”. Quando já estavam lá perto sentiram de novo aquele medo que sentiram quando foram lá a primeira vez. – Bbbbbbbb... - cacarejou a Ana. – O que é que foi? Estás com medo? - perguntou o João. – Claro bbbb... que não! - respondeu a Ana. – Não te preocupes que não há lá nenhum lobisomem. Só está lá o Orlando. Ou não te lembras? – Ah! Pois é. Já me ia esquecendo. Então eles continuaram a andar em direção ao castelo. Bateram à porta “truz truz”. Do castelo, ouviu-se sair uma voz: – Digam a palavra- passe. Eles responderam: – Máquina do Tempo! E a porta do castelo abriu-se. – Olá, amigos! - disse o Orlando – Entrem, entrem. – Ainda bem que inventámos essa coisa da palavra-passossol ou lá como se diz, não foi? - perguntou o João. – Pois foi! - respondeu o Orlando, dando uma das suas gargalhadas roucas. Foram todos outra vez até à cave do castelo onde estava a famosa máquina do tempo. – Querem andar nela outra vez? - perguntou o Orlando.


Eles responderam em coro: – Claro que queremos!!! – Então para começar, querem ir para que época? - perguntou-lhes o Orlando. – Humm... Já sei! Quero ir para os descobrimentos! - disse o João, agora que já estava a prestar mais atenção às aulas de história. – Está bem. - concordou a Ana. – Ainda bem. Mas, como querem ir para uma época diferente da do ano passado, há instruções muito diferentes. - disse o Orlando. – Por isso é assim: 1 dia tem 24 horas, multiplicando a raiz quadrada de 24 dá 6 e então 6 x 60 = 360 ou seja 360º para a esquerda e mais 153º para a direita... informava o Orlando, e o João e a Ana ali de boca aberta à espera que ele se despachasse. Quando acabou lá entraram eles na máquina do tempo depois de uma hora e meia de explicações. Então, o Orlando sentou-se na sua cadeira e carregou numa série de botões e disse: – Sentem-se nos vossos lugares e apertem os cintos e não se esqueçam: sigam sempre as instruções. “Ok”? – Sim! - responderam, apesar de não terem percebido nada das instruções. Então lá foram eles para o ano de 1491 ou 1492. Quando chegaram, saíram e viram o barco de Vasco da Gama quase a partir. Então, eles foram a correr para esse barco. Quando chegaram lá perto, viram Vasco da Gama prestes a embarcar. Mas, o Orlando parou de correr e disse: – Esperem temos de novo as nossas roupas. E o João parecia estar a rasgá-las com prazer. – Espere Sr. Vasco! - gritava Orlando. O Vasco da gama virou-se, e perguntou: – Que quereis de mim? – Podemos trabalhar para vossa senhoria nesta viagem Senhor? – Claro que podeis, e deixo-vos com muito gosto! – Obrigado, vossa excelência. - agradeceu o Orlando. Então entraram todos no barco, mas o João perguntou: – Desculpe, excelência. Vasco da Gama disse a João: – Sim, que quereis? – É também neste barco que vai o Sr. Luís de Camões, senhor? – É sim. Mas, porque quereis saber? - perguntou também Vasco. – Era só por, hum... por curiosidade, excelência. - apressou-se João a responder. Depois, o Vasco da Gama ordenou a todos os marinheiros: – Todos aos seus postos! Desfraldem todas as velas! Icem a âncora porque vamos partir!... Enquanto Vasco da Gama dava essas ordens, o João, a Ana e o Orlando foram espreitar o camarote de Luís de Camões.


– Olhem! - disse o João – O poeta Luís de Camões está a escrever o seu livro “Lusíadas”. E quando deram conta, já era de noite. Então, foram para o porão dormir com os outros marinheiros, porque não havia outro sítio para dormir. – Ah... Não gosto nada deste sítio para dormir. - comentou a Ana. Mas logo passado um minuto, adormeceram todos profundamente. Na manhã seguinte, o Orlando, a Ana e o João levantaram-se, tomaram o pequeno-almoço e, já a meio da manhã ouviu-se um marinheiro a gritar: – Terra à vista! Depois ouviu-se outro: – O mar está muito agitado! – Eu vou avisar Vasco da Gama e Luís de Camões! - disse o Orlando. – Deve ser o cabo do Bojador! - exclamou a Ana. – Pois é! - disse o João. Depois, Vasco da Gama ordenou a todos os marinheiros: – Todos para o porão e para a adega, rápido! Quando acabaram de passar o cabo do Bojador, toda a gente ficou muito mais calma. Passado exactamente duas semanas, chegaram ao cabo das Tormentas. Aí, é que foi o desastre! – O problema nosso – dizia o Orlando. - É que na História, umas naus afundam-se, e nós vamos numa dessas naus que se vão afundar! O João e a Ana ficaram cheios de medo! Mas, o Orlando disse-lhes: – Não se preocupem! Eu tenho uma ideia. Vamos até ao mastro mais alto e... – E depois o mastro cai e nós ficamos todos esborrachados nas rochas, não é? comentou o João. – Não! - explica o Orlando. - agarramo-nos a cordas penduradas no navio e … – E depois mergulhamos para o mar e ficamos todos esborrachados nas rochas, não é? - comenta o João de novo. – Não! - explica outra vez o Orlando. - Agarramo-nos nessas cordas e … – E depois... – Deixam-me falar? - irritasse o Orlando. - Agarramo-nos nessas cordas e vamos pendurados nessa corda até chegarmos à caravela que na História de Portugal não se afunda. – Ah! - disse o João. - Está bem. Finalmente vou imitar o Tarzan! Boa !!!!! – Humm... Mas isso não será um bocadinho perigoso??? - questionou a Ana. O Orlando respondeu: – Sim. Mas, ou é assim ou, como o João diz, ficamos todos esborrachados nas rochas. – Está bem. - disse a Ana – Mas é só desta vez. E lá foram eles, todos com um bocadinho de medo e inseguros, subiram o mastro mais alto da caravela. E, agarraram-se todos na mesma corda, deram balanço eeeeeeeeeeee... o João disse: – Iiiiiiiáááááááááu!!!!!!!!!! Agora é que sou mesmo o Tarzan! Iiiiiiiáááááááááu!!!!!!!!!!


E eles conseguiram chegar à caravela mas, quando estavam a passar por cima dela, a corda rebentou, e, em vez de ficarem esborrachados nas rochas, ficaram esborrachados no convés da caravela!!! Enquanto estavam especados no convés da caravela o João disse: – Eu sei porque é que a corda se rebentou. O Orlando perguntou: – Porquê? O João explicou: – Foi por causa da Ana! – De mim? - perguntou ela. O João respondeu firmemente: – Sim, lá em casa engordaste uns quarenta e tal quilos porque comeste a lasanha inteira e por isso a corda se rompeu! Passado uma semana, já tinham chegado à Índia. Lá, só viam comerciantes indianos e, quando estes viram os portugueses a pôr um pé na Índia , um deles disse: – Ah. São aqueles palermas dos portugueses; agora vêm invadir-nos!! E começaram todos à porrada e à luta com os portugueses. E alguns indianos, quando viram a Ana, capturaram-na enquanto o resto dos portugueses iam embora nas naus e nas caravelas. Mas tinha sobrado uma nau, então o Orlando e o João deram socos nos indianos que tinham capturado a Ana e resgataram-na. Depois, foram os três a correr e a correr e a correr e, finalmente chegaram à nau. Embarcaram rapidamente e lá foram eles. O João avistou os portugueses que iam nas outras naus mas depois perdeu-as de vista. Tiveram que passar de novo o cabo das Tormentas, mas antes disso, o João foi para o mastro mais alto da nau e gritou: – Orlando, ali ao fundo há uma ilha! – Estamos salvos! - gritou o Orlando. Quando desembarcaram nessa ilha, o Orlando disse ao João e à Ana: – Esta ilha deve ser a Ilha de Madagascar. – A sério? - perguntou a Ana. – Sim – respondeu o Orlando. - Por isso é melhor sairmos daqui. – Não, por favor; quero ficar aqui um pouco, vamos explorar. - dizia o João. - Está bem? – Está bem. Mas não nos podemos demorar. - disse o Orlando. Passado algum tempo de marcha, a Ana disse: – Já estou farta! Vamos descansar um pouco, está bem? – Está bem. Eu também estou um pouco cansado. - respondeu o Orlando. Quando eles estavam a descansar, o João estava com um pau, lá ao pé, a destruir as folhas, a fingir que lutava contra verdadeiros cavaleiros: – Iá! Iá!! Iá!!! Agora vais ter de te render perante mim e pela minha poderosa espada! Iá! Iá!! Iá!!! Quando acabou de destruir uma folha, ouviu um barulho, olhou para a esquerda e viu uns olhos brilhantes e disse:


– Orlando! Ana!! Olhem ali; estão ali uns olhos brilhantes!!! Depois, esses olhos brilhantes desapareceram e logo a seguir saiu de lá um jaguar verdadeiro! Depois, o João esticou o seu pau para o jaguar e disse: – Pensas que eu tenho medo de ti mas eu não tenho me... E antes que ele pudesse acabar a frase, o jaguar agarrou no pau com a boca e fez tanta força com ela que passado exactamente um milésimo de segundo, o João olhou para o chão e viu o pau todo partido em mil bocadinhos! A seguir, o João disse: – Agora va-va-va-vamos... fugir !!!!! Foram a correr a correr e a correr até à nau deles, subiram e partiram de novo. Passado uma semana, quando já tinham passado o cabo da Boa Esperança, a Ana que estava na proa da nau, avistou qualquer coisa e disse: – Olhem ali! Está ali qualquer coisa! Orlando, está ali qualquer coisa! O Orlando foi ao seu camarote, e voltou de lá com um “trá-los para perto”, olhou para dentro dele e exclamou: – Pois é! É uma caravela portuguesa! Vamos mudar de rumo e segui-la. O João disse: - Está bem, Orlando! E o João foi mudar de rumo. Quando chegaram ao pé dessa caravela, o comandante dela perguntou: – São de que nacionalidade? O João respondeu: – Somos de nacionalidade portuguesa. E vocês? O comandante respondeu: – Nós também. Depois, viram uma terra lá ao fundo. A caravela dos outros ia à frente enquanto que a nau do João, da Ana e do Orlando ia a segui-los. Quando atracaram, a Ana olhou para o comandante da outra caravela e depois é que descobriu: era Pedro Álvares Cabral! A Ana chamou o Orlando e disse: – Aquele comandante é o Pedro Álv... – É, vamos explorar esta floresta tropical ali ao fundo, pode ser, Orlando? Sim? Hum? Sim? Sim? - perguntou o João. O Orlando respondeu: – Está bem, mas não nos podemos demorar, está bem? – Sim. - respondeu o João. Enquanto eles estavam a entrar na floresta tropical, o Pedro Álvares Cabral levou a sua caravela e a nau do Orlando pensando que eles estavam lá dentro. O João estava armado com um pau, viu uma coisa a rastejar e disse: – Olhem! Essa coisa rastejante aproximou-se e viram que era uma anaconda. O Orlando disse ao João:


– Dá-me o teu pau!! O João obedeceu e o Orlando conseguiu matar a anaconda. Quando voltaram à praia, não viram nenhuma embarcação. – Oh não! - disse a Ana. - E agora como é que vamos voltar? – Tenho uma ideia. - disse o Orlando. - Vamos construir uma jangada. Só que assim vamos andar à deriva. Mas amanhã pensamos nisso. Vamos para a floresta tropical e quando anoitecer construímos um abrigo. Eles iam sempre até que, viram uma gruta. O João disse: – Porque é que não entramos na gruta? Talvez vá dar a uma povoação. Não é? O Orlando respondeu: – És capaz de ter razão. Vá; vamos entrar. Aquela gruta era escura, húmida e sombria. Até que o João disse: – Olhem! Está ali uma luz, veem? Foram todos a correr, e, quando chegaram lá, ficaram espantados e pasmados!!! Á frente deles estava uma cidade enorme feita de pedras esculpidas e no meio delas estava um templo do tamanho de um prédio. As ruas estavam cheias de pessoas, e, o João disse para si: – Já ouvi falar desta... E depois disse para o Orlando e para a Ana: – Já sei! Esta é uma cidade de índios. – Pois é, já tinha reparado nisso. - disse o Orlando. - Os índios são perigosos com forasteiros, por isso é melhor sairmos daqui. Depois fizeram um abrigo com paus e ramos, e na manhã seguinte, construíram uma jangada, remos, canas de pesca e, na jangada tinham posto uma vela para navegarem mais rápido. Passado duas semanas com muito custo e como por milagre tinham chegado aos Açores. Arranjaram lá comida e água e, continuaram a viagem na sua jangada. Passado uns três dias chegaram a Portugal. Foram para a máquina do tempo e, quando chegaram o João e a Ana disseram: – Gostámos muito!! Foi uma grande aventura! Adeus Orlando! – Adeus, amigos! Até para o ano!! - disse ele. E foram para casa.

Fim --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------João Pedro da Cruz Ferreira Barbosa Fevereiro de 2013


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