Concurso poema ao 25 de abril

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EB Alto do Moinho 3º ano – turma A


Concurso - 25 de Abril de 1974 a Revolução da Liberdade 40 anos depois Texto escrito - Poesia

EB Alto do Moinho Alunos da turma A - 3º ano Prof. Fátima Soares 31.03.2014

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Turma: 3º A

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Concurso - 25 de Abril de 1974 a Revolução da Liberdade 40 anos depois Texto escrito - Poesia

Poema ao 25 de Abril Poema ao 25 de Abril? Como? Foi há tanto tempo!? 40 anos é uma eternidade, mas alguns de nós já sabiam que era o DIA da LIBERDADE. Poema ao 25 de Abril? Como o vamos fazer? A maioria dos nossos pais Ainda estava p’ra nascer.

Poema ao 25 de Abril? Sim - diz a professora – vamos conseguir. Aceitámos o desafio, receosos mas a sorrir. Poema ao 25 de Abril? Definimos uma estratégia. Tudo planeado e bem organizado: Perguntamos aos avós, aos amigos, aos vizinhos, a quem passar. Vamos à biblioteca, vamos pesquisar, ver filmes, ler histórias, livros poemas que fazem pensar.

Fizemos uma nuvem de palavras E as ideias começaram a fervilhar.

Poema ao 25 de Abril. Na sala, fechado? Ninguém estava concentrado. Papel e lápis na mão Corremos para o Banco dos Sonhos... E voámos com a imaginação. EB Alto do Moinho

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Concurso - 25 de Abril de 1974 a Revolução da Liberdade 40 anos depois Texto escrito - Poesia Cabeças e lápis sem parar Isto é que é rimar... Métrica , vamos ignorar. Temos a história de um país p’ra contar.

Portugal é o nosso país Portugal cheio de luz e cor Em Portugal quero ser feliz Portugal é o nosso amor. Portugal de antes, Portugal após Sem o 25 de Abril... Que seria de nós?!

Tanto ano de pobreza Tanto ano de injustiça Tanto ano de ditadura Destruía a nossa cultura.

Nessa ditadura havia um país Com nome de Portugal. Nessa ditadura havia um país em que a expressão não tinha razão, na cabeça de Salazar que só nos dava tristeza e muita pobreza. As pessoas viviam cheias de medo No lugar do coração, Salazar tinha um rochedo.

Portugal é o nosso país Portugal cheio de luz e cor Em Portugal quero ser feliz Portugal é o nosso amor.

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Concurso - 25 de Abril de 1974 a Revolução da Liberdade 40 anos depois Texto escrito - Poesia Portugal de antes, Portugal após Sem o 25 de Abril... Que seria de nós?!

Diz-se que antes do 25 de Abril Havia muita, muita, muita censura. Havia muita, muita, muita tortura. Contra o regime ninguém falava o que pensava ninguém lia ou fazia o que queria. Livros proibidos, só bem escondidos. A professora tinha um, numa panela, na prateleira da despensa, bem guardado. Ler e ficar informado, só com cuidado Se a PIDE descobrisse, era torturado.

As crianças, como nós, iam à escola Pé descalço e uma sacola. Uma escola para os rapazes Outra para as raparigas. Professores de régua sempre pronta a trabalhar Eram obrigados a instruir e educar Com o Salazar ou o Marcelo a ordenar. Ou era obrigatório ou era proibido Ou se obedecia ou se era sacudido.

Portugal é o nosso país Portugal cheio de luz e cor Em Portugal quero ser feliz Portugal é o nosso amor. Portugal de antes, Portugal após Sem o 25 de Abril... Que seria de nós?!

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Concurso - 25 de Abril de 1974 a Revolução da Liberdade 40 anos depois Texto escrito - Poesia

Diz-se que antes do 25 de Abril Nas famílias mais abonadas, as raparigas liam livros que ensinavam a apresentar-se bem em sociedade. Para falar com um rapaz não tinham liberdade. Aprendiam a ser boas donas-de-casa, a limpar, Cozinhar, costurar, bordar, obedecer, ouvir e calar... Nas famílias mais pobres, as raparigas mais velhas não iam à escola da casa e dos irmãos mais novos ficavam a cuidar, lavadeiras ou criadas de servir por uma esmola era melhor do que ir para o campo trabalhar.

Os rapazes já sabiam o que os esperava Era a guerra, a guerra colonial Tantas, tantas vezes fatal. Falámos com um senhor que esteve Na guerra em Angola e em Timor Não gosta de falar desse terror. Contou-nos que eram obrigados Todos os rapazes a ser soldados. Usar as armas e até matar Nas colónias, pela vida, guerrear. As mães, as namoradas, as mulheres e os filhos Tristes, amarguradas, ficavam a chorar Os homens novos iam lutar Podiam-se magoar, Podiam não voltar...

Portugal é o nosso país Portugal cheio de luz e cor

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Concurso - 25 de Abril de 1974 a Revolução da Liberdade 40 anos depois Texto escrito - Poesia Em Portugal quero ser feliz Portugal é o nosso amor. Portugal de antes, Portugal após Sem o 25 de Abril... Que seria de nós?!

Diz-se que antes do 25 de Abril Era uma tristeza com tanta pobreza Não se tinha dinheiro no mealheiro. Diz-se que antes do 25 de Abril Só os ricos tinham notas de mil. No tempo do Salazar Não se tinha dinheiro para o cabelo cortar E até pulga e piolho os meninos podiam apanhar. Era um tempo, tão mau, tão mau Que só se comia metade de um carapau. Era o dia inteiro a trabalhar no campo, ao sol, ao frio, à chuva, ao vento na fábrica, ritmo acelerado, até a sirene entoar na escuridão da mina, a picareta a martelar na escuridão da alma, quase sem alento luta-se, dia a dia, pelo sustento.

Portugal é o nosso país Portugal cheio de luz e cor Em Portugal quero ser feliz Portugal é o nosso amor. Portugal de antes, Portugal após Sem o 25 de Abril... Que seria de nós?!

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Concurso - 25 de Abril de 1974 a Revolução da Liberdade 40 anos depois Texto escrito - Poesia

Diz-se que antes do 25 de Abril O povo não vivia contente Era má, era muito má A vida de toda a gente. Que feia miséria De triste desigualdade Líamos livros, sem felicidade. Gente triste. Que feia esta tristeza. Tristeza maldita Que não deixa ver a beleza. Havia poetas que pensavam: “pés descalços no chão a brincar com um balão, realmente sem emoção”. Com proibição As pessoas não tinham direito à opinião.

Portugal é o nosso país Portugal cheio de luz e cor Em Portugal quero ser feliz Portugal é o nosso amor. Portugal de antes, Portugal após Sem o 25 de Abril... Que seria de nós?!

Diz-se que antes do 25 de Abril A vida era mesmo complicada Muitos achavam que com tanta pouca sorte A vida não era muito melhor que a morte.

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Concurso - 25 de Abril de 1974 a Revolução da Liberdade 40 anos depois Texto escrito - Poesia Os amigos não se podiam reunir, não podiam falar, não podiam segredar, não podiam protestar, não se podiam manifestar! Era tanta proibição. Proibição e mais proibição. Uma pequena distração e o destino era a prisão. A prisão era real, dura, cruel, muito cruel. Muita crueldade para impedir a liberdade. A prisão não era ilusão. A prisão era real, amargamente real Caxias, o Forte de Peniche ou o Tarrafal.

Portugal é o nosso país Portugal cheio de luz e cor Em Portugal quero ser feliz Portugal é o nosso amor. Portugal de antes, Portugal após Sem o 25 de Abril... Que seria de nós?!

Diz-se que antes do 25 de Abril Muitas pessoas estavam fartas, cansadas Cansadas de tanta pobreza, tanta incerteza Cansadas de serem injustiçadas, maltratadas O medo, o silêncio não eram solução Aquela dor permanente feria-lhes o coração. Tantos anos de sofrimento Nunca lhes deixava o pensamento.

Algumas arriscavam e conseguiam fugir A salto, a monte para o exílio partir. Partir para longe, para um país qualquer distante Partir sem rumo, sem família, sem o desejar Partir para se preparar porque um dia iria voltar.

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Concurso - 25 de Abril de 1974 a Revolução da Liberdade 40 anos depois Texto escrito - Poesia

Portugal é o nosso país Portugal cheio de luz e cor Em Portugal quero ser feliz Portugal é o nosso amor. Portugal de antes, Portugal após Sem o 25 de Abril... Que seria de nós?!

Diz-se que antes do 25 de Abril Há muito, muito tempo, havia Tristeza, silêncio, medo Há muito, muito tempo, havia Pobreza, fome, opressão Ai, ai... que grande confusão! Quarenta e oito anos de pura ditadura, ditadura pura Era uma pura tortura.

Quarenta e oito anos é demais BASTA. Não queremos mais. Não queremos mais esta vida oprimida. Não queremos mais este horrível medo Não queremos mais só falar em segredo. Não queremos mais sair desta terra Não queremos mais a morte e a guerra. Não queremos mais esta tristeza Não queremos mais esta pobreza. Não queremos mais a fome, não ter pão Não queremos mais esconder a emoção.

Havia de chegar, chegar o dia Em que todo o Portugal iria

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Concurso - 25 de Abril de 1974 a Revolução da Liberdade 40 anos depois Texto escrito - Poesia enfrentar o seu pior inimigo o medo, o terror, o pavor a proibição à expressão Não queremos mais esta vida NÃO, NÃO, NÃO, NÃO e NÃO!

Portugal é o nosso país Portugal cheio de luz e cor Em Portugal quero ser feliz Portugal é o nosso amor. Portugal de antes, Portugal após Sem o 25 de Abril... Que seria de nós?!

Diz-se que antes do 25 de Abril No maior secretismo, planeou-se o fim do fascismo. Um grupo de capitães insatisfeitos, queria um país novo Sentia-se na obrigação de trazer a alegria ao povo. Um grupo de militares criou o Movimento das Forças Armadas Às escondidas, definiu estratégias altamente articuladas.

No dia 24 de Abril de 1974, às 22:55h ouve-se a voz de Paulo de Carvalho “E depois do Adeus” , era o primeiro sinal ninguém desconfiou, era a canção do festival. Nos quartéis os militares sabiam que aquela era uma canção vencedora, era muito especial.

O grande dia nasceu forte e bem cedo, Agora era avançar, avançar sem medo. À meia-noite e vinte, chega a confirmação A rádio passa a “Grândola Vila Morena” É o segundo sinal para iniciar a REVOLUÇÃO.

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Concurso - 25 de Abril de 1974 a Revolução da Liberdade 40 anos depois Texto escrito - Poesia

No Regimento de Engenharia nº1 no quartel da Pontinha Localizava-se o posto de comando da Revolução E a revolução crescia enquanto o povo dormia. Enquanto a PIDE dormia...

A revolução começou Lá foram os capitães Fortes e contentes Foram competentes.

Portugal é o nosso país Portugal cheio de luz e cor Em Portugal quero ser feliz Portugal é o nosso amor. Portugal de antes, Portugal após Sem o 25 de Abril... Que seria de nós?!

A coluna de militares da Escola Prática de cavalaria de Santarém não veio em visita de estudo ao cavalo de D. José. Veio posicionar-se no Terreiro do Paço E até resolver tudo não arredou pé. Sob comando do sensato e jovem capitão Salgueiro Maia que soube tomar a decisão.

O MFA - Movimento das Forças Armadas Sabia bem o que fazia, não estava a brincar Na sua planificação inventaram códigos Desta forma, à vontade, podiam comunicar E ainda... Ih! Ih! Ih!... A PIDE enganar.

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Concurso - 25 de Abril de 1974 a Revolução da Liberdade 40 anos depois Texto escrito - Poesia

A Rádio Televisão Portuguesa Foi uma ocupação estratégica primordial Às 3:59h o capitão Teófilo Bento, triunfal Comunicou ao Posto de Comando “Acabámos de ocupar Mónaco sem incidentes” Se lá estivesse o homem da censura Tinha levado um murrito nos dentes.

Outros pontos estratégicos Outros nomes-de-código Era importante não ser localizado Ninguém queria ser apanhado. Terreiro do Paço – Toledo Banco de Portugal – Bruxelas Rádio Marconi – Viena Cristo-Rei – Londres Viagem gigante numa só noite fascinante. Na Rádio Clube Português, Joaquim Furtado Lia com voz clara e emocionado, vindo do MFA, o seguinte comunicado “Aqui posto de comando das Forças Armadas...”

O MFA tudo está a controlar. Agora já não há volta a dar. É pelo povo. É por Portugal. Pelo nosso país lutar.

Portugal é o nosso país Portugal cheio de luz e cor Em Portugal quero ser feliz Portugal é o nosso amor. Portugal de antes, Portugal após

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Concurso - 25 de Abril de 1974 a Revolução da Liberdade 40 anos depois Texto escrito - Poesia Sem o 25 de Abril... Que seria de nós?!

No dia 25 de Abril de 1974 Pelo major Silva Pais, diretor da PIDE, avisado Marcelo Caetano ficou no Quartel do Carmo, refugiado. Para lá se dirigiu a coluna de militares Salgueiro Maia, era o capitão e do presidente obteve a rendição. Mantendo a calma, no meio da agitação Salgueiro Maia conseguiu a rendição. E o povo veio p’ra rua Veio p’rá rua gritar. Gritar VIVA A LIBERDADE Liberdade da nossa história Uma bela poesia Andavam todos na rua Como gente vadia! E o povo veio p’ra rua Veio p’rá rua gritar. Gritar “VITÓRIA” E o povo veio p’ra rua Veio p’rá rua gritar. Gritar “O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO” E o povo veio p’ra rua Veio p’rá rua cantar. Cantar “Grândola Vila Morena, terra da fraternidade o povo é quem mais ordena...”

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Concurso - 25 de Abril de 1974 a Revolução da Liberdade 40 anos depois Texto escrito - Poesia

E o povo veio p’ra rua Veio p’rá rua cantar. Cantar “Avante camarada, avante junta a tua à nossa voz...” E o povo veio p’ra rua Veio p’rá rua cantar. Cantar “Uma gaivota voava, voava, asas de vento coração de mar como ela somos livres, somos livres de voar...”

O 25 de Abril chega e tudo muda A DITADURA morre Nasce a DEMOCRACIA Nasce uma coisa chamada LIBERDADE Em que a paz e a esperança nascem E com elas trazem o antídoto Para a exterminação da opressão. Os soldados ajudaram as pessoas Na procura da libertação. Todos deviam saber que O 25 de Abril de 1974 foi o melhor dia Foi o dia em que o pai de uma colega Soube que não ia mais para a guerra. Abriram-se as portas da Liberdade Fecharam-se as portas da maldade.

OBRIGADO soldados OBRIGADO capitães Trouxeram-nos a LIBERDDE Com muita solidariedade.

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Concurso - 25 de Abril de 1974 a Revolução da Liberdade 40 anos depois Texto escrito - Poesia

Depois do 25 de Abril Muitos artistas se inspiraram no grande acontecimento Na pintura, no teatro, na música... Todos quiseram gritar LIBERDADE.

Uma florista distribuiu cravos vermelhos E os cravos vermelhos surgiam em todo o lado. Somos o único país que tem uma REVOLUÇÃO DOS CRAVOS Que nos faz orgulhar Com amor, paz, carinho. do cravo é preciso cuidar. Com o 25 de Abril toda a vida mudou Ao tempo antigo não queremos voltar É a alegria de ter uma Democracia é a felicidade de viver em Liberdade

Portugal é o nosso país Portugal cheio de luz e cor Em Portugal quero ser feliz Portugal é o nosso amor. Portugal de antes, Portugal após 25 de Abril... SEMPRE.

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