Amerindios

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Moara Brasil (Belém/ PA, 1983) - vive e trabalha entre Belém do Pará e São Paulo. Atua como ilustratora desde 2012. A artistarealizou em 2015 - na Galeria Sala, com curadoria de Mariana Nacif e orientação da artista Catarina Gushiken - a sua primeira exposição solo decorrente de pesquisas sobre grafismos ameríndios e visita a aldeia Asuriní, de Trocará (afluente do Rio Tocantins, Tucuruí). Nesta primeira série "Ameríndios" apresenta o "homem indígena" expresso por meio ilustrações e pinturas que focam índios e curumins. Dentre as mídias que utiliza, algumas são: jutas, redes, cuias de cabaça, sementes de açaí, vídeos, fotografias documentais, madeira e projeção artística. Sua pesquisa propõe uma conexão com o universo da própria raíz cultural da artista, na busca de preservação e memória de suas origens. Em 2015 participou da exposição coletiva Sala Ilustrada, na Mono Galeria - Superloft (São Paulo). Moara brasil Belém, PA, 1983 Vive e trabalha em Belém e São Paulo Formação Processo Criativo, Sala Ilustrada - SP Comunicação, UFPA- PA Exposição Individual 2015 Galeria Sala “Ameríndios” Exposições Coletivas 2015 Mono Galeria- Superlof 2014 Exposição Coletiva do “Menos 30” na Pinacoteca de São Paulo - SP Exposição Coletiva do “Menos 30” na Fundição Progresso do Rio de Janeiro - RJ


TEXTO CRÌTICO EXPOSIÇÃO “AMERÍNDIOS” Mariana Nacif Na busca de suas origens, a artista Paraense, Moara Brasil (Belém, 1983), resgata também a memória de uma cultura em extinção. Em seus estudos e visitas a aldeias no Pará ela busca compreender melhor a cultura e tradições indígenas, tal como suas relações com a natureza e com a vida. Com uma estética de caráter onírico, procura fomentar a reflexão sobre identidade e memória de seus ancestrais para que possamos, junto a ela, mergulhar neste universo e voltar às nossas próprias raízes. A série Ameríndios reúne pinturas e ilustrações em torno da ideia de alteridade e identidade ameríndia, trabalhos que a artista tem desenvolvido nos últimos dois anos junto a sua orientadora Catarina Gushiken, na Sala Ilustrada. Suas figuras têm uma presença forte e cativante que nos envolve e nos transporta, por vezes é como se os personagens nos “encarassem por dentro”, demandando uma atenção para além do olhar. Traços soltos nos transmitem movimento e uma presença mística, quase sombria, de um povo em extinção. A ligação inerente entre os indígenas e a natureza é representada em sua forma pura, no tradicional costume de pintar o próprio corpo e compor artefatos “vestuais” que imitam vidas e formas naturais. Sendo assim, na obra de Moara, os personagens aparecem como que fundidos à natureza inumana. Algumas figuras são representadas com pássaros na cabeça, em vez do cocar, de forma a substituir o símbolo pelo seu significado, ou seja, a imitação pela própria natureza. A artista traz elementos esteticamente coesos e fortes no desenho e na pintura, que constroem a poética de seu imaginário. Materiais e objetos dão vida à série tornando-a mais orgânica e “palpável”. A artista mergulha também no universo dos grafismos ameríndios. Recentemente, visitou a aldeia Asuriní, da reserva indígena de Trocará no Pará – os Asuriní do Tocantins são ameríndios da família linguística Tupi-Guarani – e, atualmente, dois grupos residem nessa aldeia: os Pacajá e os Asuriní. Nos estudos de Lúcia de Andrade, a artista descobre que a pintura do povo Asuriní sofreu algumas modificações de representação cultural ao longo do tempo. Hoje eles raramente pintam o próprio corpo, só o fazem em situações especiais como rituais, luto/morte e menstruação, ocasiões atribuídas ao sobrenatural. Vemos a influência disso nas cores que predominam no trabalho da artista: vermelha (urucum) e preta (jenipapo). Elas representam a separação entre vida e morte física nos rituais dos Asuriní, como uma alegoria ao possível decesso sócio-cultural dos povos da floresta. Outros elementos, como a instalação sonora que estará presente - elaborada por Low Moraes - são utilizados para transportar e acomodar os ouvintes no cenário proposto de forma sinestésica. A inspiração certamente vem da natureza. Acredita-se que a música provém de uma esfera para além daquela pertencente aos homens. A busca é a sintetização de sons puros, neste caso, por meio de um casamento entre música tonal e experimentação sonora que modifica sons originais de elementos da floresta de forma a produzir uma total imersão na mata equatorial.



Título: Menina Asuriní Tamanho: 40 x 29,5 Técnica: Nanquim em papel craft e madeira.


Título: Sakamíramé Tamanho: 40 x 29,5 Técnica: Nanquim em papel craft e madeira.


Título: Serewiá Tamanho: 65 x 48 cm Técnica: Nanquim em papel craft e madeira.


TĂ­tulo: Kossesinga Tamanho: 40 x 29,5 TĂŠcnica: Nanquim em papel craft e madeira.


Título: Iranoá Tamanho: 40 x 29,5 Técnica: Nanquim em papel craft e madeira.


Título: Harpia Tamanho: 65 x 48 cm Técnica: Nanquim em papel craft e madeira.


Título: A dança Tamanho: 40 x 29,5 cm Técnica: Nanquim em papel craft e madeira.


Título: Menino Asuriní Tamanho: 40 x 29,5 cm Técnica: Nanquim em papel craft e madeira.


Título: Murupí Tamanho: 29,5 x 40 cm Técnica: Nanquim em papel craft e madeira.


Título: Menina Asuriní II Tamanho: 40 x 29,5 cm Técnica: Nanquim em papel craft e madeira.


Título: O olhar do Asuriní Tamanho: 80 x 1,15 m Técnica: Acrílica sobre juta


Título: Olhar de Asuriní II Tamanho: 80 x 1,15 m Técnica: Acrílica sobre juta, com sementes de açaí.


Título: A esperança Tamanho: 1,27 x 1,27 m Técnica: Acrílica sobre juta, com raízes.


Título: Ritual de passagem Tamanho: 1,70 x 1,30 m Técnica: Acrílica sobre juta, com sementes de açaí.



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