História de Minas Gerais-aluno

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Curso II

HISTÓRIA DE MINAS GERAIS (24 HORAS)

Manual do Professor


SUm谩rio Instrucciones.................................................................................4 Introducci贸n:..................................................................................4 Unidad 1........................................................................................4


1ª SEMANA

Crenças

todas as culturas são fundamentadas em um conjunto de crenças, compartilhando conhecimento e idéias sobre a natureza da vida.

Valores

são concepções coletivas do que é considerado bom, desejável, certo, bonito, gostoso em uma determinada cultura.

Normas

traduzem crenças e valores em regras específicas para o comportamento.

Sanções

são as punições e recompensas que são utilizadas para fazer com que as normas sejam seguidas.

Símbolos

são definidos como qualquer coisa que carrega um significado particular reconhecido pelas pessoas que compartilham uma determinada cultura.

Idioma

conjunto de símbolos que permitem que os membros de uma sociedade comuniquem-se.

Tecnologia

estabelece um parâmetro para a cultura e não só influencia o modo como as pessoas trabalham, mas também como socializam e pensam sobre o mundo.

AULA 01 Objetivo: Discutir a definição de cultura e patrimônio e os principais aspectos inseridos nestes conceitos. MÓDULO I: Cultura dos Povos e História da Cultura Mineira, Aspectos Culturais de Minas Gerais

Capítulo I Patrimônio e cultura: principais considerações Mas afinal, o que é cultura? Dicas: Faça esta pergunta para os alunos e induza uma discussão sobre a forte tendência em caracterizar cultura sob o senso comum, em que há pessoas cultas e outras nem tanto, e que ter cultura é uma característica de povos civilizados. Devemos entender que cultura compreende a totalidade das criações humanas. Inclui idéias, valores, manifestações artísticas de todos os tipos, crenças, instituições sociais, conhecimentos científicos e técnicos, instrumentos de trabalho, tipos de vestuário, alimentação, construções etc. Embora com conteúdos diferentes, todas as culturas apresentam alguns elementos básicos, que são: as crenças, os valores, as normas e sanções, os símbolos, o idioma e a tecnologia.

Patrimônio Cultural A palavra patrimônio tem origem no termo grego pater, que significa “pai” ou “paterno”. De tal forma, patrimônio veio a se relacionar com tudo aquilo que é deixado pela figura do pai e transmitido para seus filhos. Com o passar do tempo, essa noção de repasse acabou sendo estendida a um conjunto de bens materiais e imateriais que estão intimamente relacionados com a identidade, a cultura ou o passado de uma coletividade. Essa atual concepção de patrimônio considera a existência de duas categorias distintas:

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Uma refere-se ao patrimônio cultural material (tangível), que engloba construções, ferramentas, esculturas, patrimônio arqueológico, cerâmica, instrumentos musicais, acervos documentais e museológicos, e outros itens. Dicas: Peça que os alunos deem exemplos locais de patrimônio cultural material.

Os bens patrimoniais constituem, portanto, uma ferramenta educacional importante, pois permitem que as pessoas conheçam seu passado como forma de compreender melhor o presente e, ao mesmo tempo, consolidam valores e fortalecem o processo de construção de uma identidade cultural.

AULA 02 Objetivo: Situar os alunos sobre os principais aspectos que envolvem a relação entre o Turismo e Cultural local.

Capítulo II Turismo e Cultura Figura 1 – Exemplos de Patrimônio Cultural Material 1

Paralelamente, temos o chamado patrimônio cultural imaterial (intangível), que abrange todos aqueles conhecimentos transmitidos, como as tradições, a língua, a música, as dança, os costumes, as festas, as crenças, entre outros. Dicas: Peça que os alunos deem exemplos locais de patrimônio cultural imaterial.

Desses primórdios tempos até a atualidade, a cultura continuou a ser uma das principais motivações que promove os deslocamentos das pessoas. Importante ressaltar: Essa concepção de patrimônio como um recurso econômico, capaz de gerar emprego e renda, está associada ao crescimento do turismo e à necessidade das pessoas em conhecerem cada vez mais a diversidade cultural das regiões, dos territórios nacionais e de todo o planeta. Hoje o patrimônio cultural deve é visto como um recurso econômico de um determinado território – localidade, região ou nação -, de modo a constituir um componente importante da oferta no segmento turístico. Diante da abrangência dos termos turismo e cultura, o Ministério do Turismo – Mtur, em parceria com o Ministério da Cultura e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, e com base na representatividade da Câmara Temática de Segmentação do Conselho Nacional de Turismo, estabeleceu um recorte nesse universo e dimensionou o segmento na seguinte definição: “Turismo Cultural compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura”.

Figura 2 – Queijo do Serro 2

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Pode-se situar a origem da relação turismo e cultura no grand tour europeu, quando os aristocratas e mais tarde a burguesia viajavam principalmente para contemplar monumentos, ruínas e obras de arte dos antigos gregos e romanos.

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A compreensão do significado dos termos empregados neste conceito permite visualizar as características básicas e o dimensionamento atribuído ao Turismo Cultural no país.

materiais e imateriais (arquivos, edificações, conjuntos urbanísticos, sítios arqueológicos, ruínas; museus) e manifestações como música, gastronomia, artes visuais e cênicas, festas e celebrações.

Atividades turísticas

Os eventos culturais englobam as manifestações temporárias, enquadradas ou não na definição de patrimônio, incluindo-se nesta categoria os eventos gastronômicos, religiosos, musicais, de dança, de teatro, de cinema, exposições de arte, de artesanato e outros.

Dicas: Peça que os alunos digam o que entendem por atividade turística. Entende-se por atividades turísticas aquelas realizadas em função da viagem, tais como:· Transporte • Agenciamento

Valorização e promoção dos bens materiais e imateriais da cultura Dicas: Peça que os alunos digam o que entendem por valorização e promoção dos bens da cultura.

• Hospedagem· • Alimentação

A utilização turística dos bens culturais pressupõe a valorização, promoção e manutenção de sua dinâmica e permanência no tempo como símbolos de memória e de identidade.

• Eventos • Recreação e entretenimento

Valorizar e promover significa difundir o conhecimento sobre esses bens e facilitar seu acesso e usufruto a moradores e turistas. Significa também reconhecer a importância da cultura na relação turista e comunidade local, garantindo os meios para que tal relação ocorra de forma harmônica e em benefício de ambos.

• Outras atividades complementares

Vivência Dicas: Peça que os alunos digam o que entendem por vivência. Vivenciar implica, essencialmente, duas formas de relação do turista com a cultura: a primeira refere-se ao conhecimento, aqui entendido como a busca em aprender e entender o objeto da visitação; a segunda corresponde a experiências participativas, contemplativas e de entretenimento, que ocorrem em função do objeto de visitação.

Patrimônio histórico e cultural e eventos culturais

Neste caso, podemos dizer que a relação Cultura e Turismo fundamenta-se em dois pilares: o primeiro é a existência de pessoas motivadas em conhecer culturas diversas e o segundo é a possibilidade do turismo servir como instrumento de valorização da identidade cultural, da preservação e conservação do patrimônio, e da promoção econômica de bens culturais. Praticando esses pressupostos, algumas iniciativas têm despertado o sentimento de orgulho nas comunidades em relação à sua identidade cultural. Práticas culturais, antes esquecidas, vêm sendo resgatadas e o patrimônio preservado, mesmo face às influências da globalização e da tendência à padronização de expressões, bens e serviços culturais e turísticos.

AULAS 03 e 04

Dicas: Peça que os alunos digam o que entendem por patrimônio e eventos culturais e que deem exemplos locais.

Objetivo: Abordar as características peculiares da cultura mineira sobre os diferentes aspectos.

Considera-se patrimônio histórico e cultural os bens de natureza material e imaterial que expressam ou revelam a memória e a identidade das populações e comunidades. São bens culturais de valor histórico, artístico, científico, simbólico, passíveis de tornaremse atrações turísticas os espaços destinados à apresentação ou contemplação de bens

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Capítulo III Inhotim

Formação da cultura mineira

Aspectos gerais da cultura mineira A miscigenação ocorrida em Minas Gerais entre povos indígenas, africanos e o colonizador português deixou marcas características na cultura mineira, influenciando as artes, a culinária e o folclore.

O barroco e o rococó O arquiteto e escultor Antônio Francisco Lisboa, conhecido por Aleijadinho, é o nome mais importante do barroco mineiro, tanto por esculturas avulsas quanto por realizações de maior vulto, como os profetas em pedra sabão e os passos da Paixão em Congonhas, e a concepção arquitetônica de igrejas como a de São Francisco de Assis em Ouro Preto. Suas obras estão presentes em diversas cidades da região do ouro. Também no século XVIII, o pintor Manuel da Costa Ataíde destacou-se pela ornamentação em estilo rococó de forros das igrejas da região do ouro. Sua obra mais importante é a pintura em perspectiva Glorificação da Virgem, na igreja São Francisco de Assis em Ouro Preto.

Figura 44 –- Inhotim Inhotim Figura

O Instituto Inhotim foi idealizado pelo empresário Bernardo Paz em meados da década de 1980. Em 1984, o local recebeu a visita do renomado paisagista Roberto Burle Marx, que apresentou algumas sugestões e colaborações para os jardins. Desde então, o projeto paisagístico cresceu e passou por várias modificações.A área é formada por 486 mil m² de jardins, com 4 mil espécies em cultivo, e está cercada por mata nativa, com 30% de todo o acervo em exposição para o público. Em reconhecimento à necessidade de preservar os 145 hectares de reserva, o instituto no dia 5 de abril, recebeu o título de Jardim Botânico pela Comissão Nacional de Jardins Botânicos (CNJB).Neste jardim, estão cerca de 1,5 mil espécies catalogadas de palmeira, a maior coleção do tipo do mundo. Há ainda um restaurante cinco estrelas. Aberto de quinta a domingo e aos feriados, o Inhotim oferece visitas temáticas, com monitores, além de visitas educativas para grupos escolares, que devem ser agendadas previamente.

Museus Minas Gerais é um dos estados com maior número de museus do país, dedicados não apenas à história mineira, mas também às artes e às ciências. Destacam-se o Museu Mariano Procópio, o primeiro fundado no estado, o Museu da Inconfidência, com importante acervo do século XVIII, o Museu de Arte da Pampulha, o Museu do Escravo em Belo Vale (o único museu dedicado à cultura negra no Brasil) entre muitos outros.

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Literatura

• Carlos Drummond de Andrade - um de seus poemas mais conhecidos é “Itabira é só um retrato na parede, mas como dói.”, referindo-se a ele estar morando no Rio.

A literatura floresce em Minas Gerais já na época do ouro, principalmente através de poetas árcades como Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Cláudio Manoel da Costa. Modernamente, Minas Gerais deu sua contribuição à literatura brasileira através de escritores famosos, dentre eles: • João Guimarães Rosa - autor de Grande Sertão: Veredas, Sagarana, entre outros.

Figura 6 – Carlos Drummond de Andrade 4

• Ziraldo - humorista e criador do Menino Maluquinho.

Figura 5 – João Guimarães Rosa 3

• Fernando Sabino - autor de O Encontro Marcado, O Grande Mentecapto e diversos livros de contos e crônicas.

Figura 7 - Ziraldo 5

• Darcy Ribeiro - autor de romances como Maíra, Migo e de diversas obras voltadas à Educação, Antropologia e Etnologia. • Roberto Drummond - autor de Hilda Furacão, O Cheiro de Deus, Hitler manda lembranças, dentre outros. • Frei Beto - autor de: Hotel Brasil e Entre todos os homens, Batismo de sangue, entre outros.

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• Fernando Morais – autor de: A Ilha, Olga, Chatô, Rei do Brasil, entre outros. • Fernando Gabeira - escreveu O Que É Isso, Companheiro? • Ruy Castro - autor de: Chega de Saudade, O Anjo Pornográfico, Estrela Solitária, além de outras importantes biografias e adaptações de obras estrangeiras.

e Mucuri com Tadeu Franco, Paulinho Pedra Azul, Saulo Laranjeira e Rubinho do Vale. A banda instrumental “Uakti” liderada pelo instrumentista Marco Antônio Guimarães, inovam ao fabricar seus próprios instrumentos e encantam o mundo todo. Nos anos 1990, surgiram diversas bandas de pop rock em Minas, como “Skank”, “Jota Quest”, “Oddie”, “Pato Fu” e “Tianastácia”. Mais recentemente merecem destaque o cantor e compositor Vander Lee, a cantora de MPB Ana Carolina, o violeiro Chico Lobo, Tambolelê e Maurício Tizumba, com uma mistura de congado e pop.

Música Minas Gerais tem uma rica tradição musical. No século XVIII destaca-se a obra barroca de Lobo de Mesquita. A partir do século XIX, as bandas de música se desenvolvem a ponto de serem hoje um dos marcos de identidade cultural do Estado. Na primeira metade do século XX destacam-se o samba, o chorinho e as marchinhas com os compositores Ary Barroso, Ataulfo Alves e Rômulo Pais. Nos anos 1970, surge em Belo Horizonte o movimento “Clube da Esquina”, cujas maiores influências eram a bossa nova, e os “Beatles”. Também nessa época, Clara Nunes firmase como intérprete de grande sucesso principalmente de samba e Nelson Ned com sua potência vocal se torna o maior brasileiro vendedor de discos no mercado estadunidense. Nos anos 1980, a banda de Heavy Metal “Sepultura” tornou-se a primeira banda brasileira a fazer sucesso no exterior, enquanto a banda “Sarcófago” tornava-se uma das mais influentes Black Metal mundial.

Figura 9 - Skank

O estado também é conhecido por cativar públicos específicos e fiéis como o da música eletrônica e do Rock Progressivo. Esse último gênero ficou marcado pela criação de bandas que se tornaram expoentes nacionais na década de 1970 e 80, como o “Sagrado Coração da Terra”, de Marcus Viana, “O Terço” e “14 Bis” de Flávio Venturini. Atualmente, bandas como “Cartoon” e “Cálix” continuam propagando o estilo com músicas e discos autorais para platéias de todo o país, enquanto o “Tuatha” de Danann se destaca mundialmente no estilo Folk Metal. Na música eletrônica, destaque para o DJ Anderson Noise, que foi o precursor do estilo no estado. Em 2008, ele foi o único brasileiro a figurar na lista dos 100 melhores DJs do mundo, divulgado pela respeitada revista DJ MAG, ocupando o 26º lugar. Há, recentemente, uma cena bastante obscura de novas bandas que mantêm a cena underground viva no estado, sendo bandas como “Escarlatina Obsessiva”, “Posthuman Tantra”, “Lua Nigra”, “Papyri”, “Marmorium Crucis” entre outras, cujos temas versam sobre o oculto, o surreal, o taciturno.

Figura 8 - Sepultura

Nesta época, ocorre também uma revalorização da cultura dos Vales do Jequitinhonha

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Clube da Esquina: um dos movimentos mais importantes da música popular brasileira

Artes cênicas Desde o final dos anos 1970 até os dias atuais, Minas Gerais passou a se destacar na cultura nacional através da formação de diferentes grupos teatrais, de dança e de teatro de bonecos. No cenário da dança, ganharam grande projeção o Grupo Corpo, que todos os anos excursiona a sua temporada por diferentes países, a Cia de Dança do Palácio das Artes e o 1º Ato, ambos com projeção nacional. Grupos de teatro como o Grupo Galpão e o Espanca! também são referências do teatro nacional, além do Grupo Giramundo e Armatrux, que atuam no teatro de bonecos.

Milton Nascimento já era Milton Nascimento e morava no Rio de Janeiro. Mas sempre voltava a Belo Horizonte para rever os amigos. Certa tarde, em 1969, chegou à casa dos Borges, no bairro Santa Tereza, e não encontrou ninguém. Desceu para a esquina das ruas Divinópolis com Paraisópolis, e lá estava Lô, com seus 16 anos, sentado na calçada tocando violão, sem qualquer pretensão de se tornar um músico profissional. Nessa mesma tarde, os dois compuseram a primeira música em parceria e batizaram-na de Clube da Esquina, com letra do irmão de Lô, Márcio Borges. A música virou nome de um disco que Milton dividiu com Lô em 1972 e que contou com a participação dos amigos Ronaldo Bastos e Fernando Brant. Algumas canções tornaram-se grandes sucessos, como Trem Azul e Paisagem da Janela. Outros músicos mineiros participaram das gravações, como Toninho Horta, Wagner Tiso e Beto Guedes. E o Clube da Esquina, que nasceu como título de disco, acabou conhecido como um movimento que marcou a música popular brasileira nos anos 70. Os participantes do disco seguiram carreira profissional. Alguns moram em Belo Horizonte, outros no Rio de Janeiro. Mas todos sempre se encontram, nas esquinas do mundo. A esquina onde tudo começou continua lá com uma placa que simboliza o nascimento do Clube.

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Figura 11 – Grupo Galpão

Regularmente, acontecem em Belo Horizonte grandes eventos que têm o objetivo de difundir as artes-cênicas produzidas no estado, bem como trazer grandes atrações para apresentações nos palcos locais. Dessa forma destacam-se a “Campanha de Popularização do Teatro e da Dança”, o “Festiva Mundial de Circo”, “FID - Fórum Internacional da Dança”, “FIT - Festival Internacional de Teatro”, “FAN - Festival de Arte Negra” e o “Verão ArteContemporânea”.

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Cinema

Artesanato

Os nomes de Humberto Mauro e João Carriço se destacam na história do cinema mineiro, sendo pioneiros do cinema nacional. Humberto Mauro inicia suas primeiras filmagens em 1925, fundando a Phebo Sul América. Após suas primeiras filmagens em Cataguases, vai em 1929 trabalhar no Rio de Janeiro. Seu contemporâneo João Carriço, com o lema “Cinema para o povo”, lançou a Carriço Filmes, em Juiz de Fora, produzindo cinejornais e documentários no início do século XX. Fundou em 1927 o Cine Teatro Popular, com 500 lugares, com exibições a preços populares. No período do Cinema Novo e do Cinema Marginal, desponta o nome de Carlos Alberto Prates Correia, um dos principais realizadores da história do estado, autor de filmes evocadores da paisagem, da cultura e do povo mineiro, como os inventivos Perdida, Cabaret Mineiro, Noites do Sertão e Minas Texas. Recentemente, dirigiu Castelar e Nelson Dantas no País dos Generais, um balanço da trajetória do cinema mineiro, de Humberto Mauro ao período da ditadura militar. Sem ainda deixar de citar Grande Otelo, no cinema contemporâneo destacam-se os cineastas Cao Guimarães produtor de curtas premiados no mundo inteiro, e Helvécio Ratton, diretor de, entre outros filmes, O Menino Maluquinho, Uma Onda no Ar, Batismo de Sangue e Pequenas Histórias e o premiado ator Selton Mello, que após atuar em filmes como: Lavoura Arcaica, O Que É Isso, Companheiro?,Guerra de Canudos, O Auto da Compadecida, O Cheiro do Ralo, Meu Nome Não é Johnny e, Os Desafinados; estreou como diretor em 2008 com o filme Feliz Natal.

Figura 12 – Artesanato de cerâmica do Vale do Jequitinhonha

O artesanato está presente em diversas regiões de Minas Gerais, com produção baseada em pedra-sabão, cerâmica, madeira e fibras vegetais. De Diamantina são famosos os tapetes arraiolos, de Tiradentes destacam-se os objetos em prata, e da região do Vale do Jequitinhonha as peças em madeira e principalmente cerâmica

Culinária

Na cozinha mineira a carne de porco é muito presente, sendo famosos o tutu com lombo de porco, a costelinha de porco e o leitão a pururuca. Também são apreciados a vaca atolada, o feijão tropeiro com torresmo, lingüiça e couve, o frango ao molho pardo com angu de fubá, o frango com quiabo ensopado e arroz com pequi. São famosos os doces mineiros, especialmente o doce de leite, a goiabada, a ambrosia. O pão-de-queijo é uma das principais referências da cozinha mineira.

Folclore A religiosidade tem influência marcante nas principais manifestações culturais do povo mineiro, principalmente nas festas folclóricas. Além das tradicionais festas juninas e da folia de reis, destacam-se a Festa do Divino, o congado e a cavalhada.

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2 ª SEMANA AULA 01 Objetivo: Apresentar informações e dados sobre Minas Gerais e iniciar a apresentação dos principais destinos turísticos de Minas Gerais. Módulo II: Turismo em Minas Gerais, Principais Destinos Turísticos, Infraestrutura do Estado

Figura 13 – Pão de queijo

Você sabe qual é a origem do pão de queijo? A história da origem do pão de queijo tem várias versões, embora historiadores especulem que ele exista desde o século XIX. No Brasil tornou-se efetivamente popular a partir da década de 1960. Registros mais específicos indicam que ele tenha sido tradicionalmente desenvolvido no estado de Minas Gerais. Estudos dizem que o pão de queijo surgiu na época dos escravos. A mandioca era o pão do índio brasileiro. O ovo e o leite são heranças dos portugueses, que com o com o polvilho, reinventaram o pão de queijo. Há outros indícios de que a receita tenha aparecido nas fazendas de Minas , quando as cozinheiras preparavam para servir seus senhores, na época em que havia grande oferta de leite, ovos e queijos, em função da expansão da pecuária.Naquela época, não se imaginava que o pão de queijo fosse ultrapassar as fronteiras “das Minas Gerais”, muito menos que ganharia o mundo. Comer queijo após as refeições era hábito antigo, mas no século XIX, o queijo sobrava e endurecia. Como a farinha que chegava até as fazendas era de baixa qualidade, as cozinheiras passaram a substituí-la por polvilho nas receitas dos pães.Somente na década de 1960, o pão de queijo expandiu sua carreira de sucesso, principalmente em Minas Gerais. Coincidentemente nessa época aconteceu o desenvolvimento das quitandas. Rapidamente, em todo o país se consumia e apreciava essa iguaria, que tornou-se tipicamente mineira. Por que o pão de queijo é tradicionalmente conhecido como mineiro?Pesquisadores dizem que comida e identidade são universais, e que a última coisa que um migrante se esquece é a língua e sua culinária. A origem do pão de queijo se confunde com a própria origem da culinária mineira, porque acompanha a evolução de seus ingredientes: primeiro surgiu a goma, vinda da mandioca sob a forma do polvilho doce ou azedo; depois a gordura de porco, o sal, o ovo, o leite, a nata, a manteiga e por último o queijo, que aos poucos incorporou-se ao biscoito de goma (precursor do pão de queijo) moldados sob a forma de pequenas bolinhas e finalmente assados.Basta visitar várias casas de famílias mineiras para ver que em todas elas irão te oferecer nem que seja um café, acompanhando de que? Pão de queijo (de preferência), claro! Daí o motivo das pessoas dizerem que os mineiros são hospitaleiros e apaixonados pela receita.

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Figura 14 – Mapa de Minas Gerais 6

Minas Gerais é uma das 27 unidades federativas do Brasil, sendo a quarta maior em extensão territorial, que é de 586.528 km², superior à da França. Localiza-se no Sudeste e limita-se a sul e sudoeste com São Paulo, a oeste com o Mato Grosso do Sul e a noroeste com Goiás, incluindo uma pequena divisa com o Distrito Federal, a leste com o Espírito Santo, a sudeste com o Rio de Janeiro e a norte e nordeste com a Bahia. O estado é o segundo mais populoso do Brasil, com quase 20 milhões de habitantes. Sua capital é a cidade de Belo Horizonte, que reúne em sua região metropolitana cerca de cinco

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milhões de habitantes, sendo, assim, a terceira maior aglomeração populacional do país. Minas Gerais possui o terceiro maior Produto Interno Bruto do Brasil, superado apenas pelos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, embora em um importante indicador de capacidade econômica, a arrecadação de ICMS, Minas tenha superado o Rio de Janeiro na classificação nacional.

Capítulo III Principais destinos turísticos de Minas Gerais

Circuitos Turísticos Dicas: Pergunte aos alunos qual o circuito turístico sua cidade pertence e através da análise do mapa peça para que apontem quais outras cidades fazem parte do mesmo circuito.

Os Circuitos Turísticos são associações sem fins lucrativos, que caracterizam a política pública de Regionalização do Turismo de Minas Gerais, implantada pelo Governo de Minas em 2003, por meio de Decreto de Lei n° 43.321. As associações abrigam um conjunto de municípios de uma mesma região, com afinidades culturais, sociais e econômicas que se unem para organizar e desenvolver a atividade turística regional de forma sustentável, consolidando uma identidade regional. Hoje, de acordo com a Resolução 008/2008, Minas Gerais conta com 42 Associações de Circuitos Turísticos certificados, envolvendo todas as regiões do Estado. As Associações de Circuitos Turísticos certificados pela Secretaria de Estado de Turismo Minas Gerais são contemplados com sinalização turística rodoviária, cursos de capacitação e melhoria do serviço turístico. As ações da Secretaria de Estado de Turismo, dentro da política fortalecimento destas associações, também incluem sensibilização, mobilização, elaboração plano estratégico de desenvolvimento, roteirização, indo até a promoção do destino turístico.

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Figura 15 – Mapa de distribuição dos Circuitos Turísticos

Cidades históricas Uma viagem pelo túnel do tempo para conhecer parte da história do Brasil e vivenciar pessoalmente tudo aquilo que está nos livros e se aprende na escola. As cidades históricas de Minas Gerais possuem um rico e incomparável acervo artístico e arquitetônico, encontrados nas suntuosas igrejas, museus, ruas e casas que preservam toda a tradição e cultura. Marcadas pelo ciclo do ouro, escravidão e ideais revolucionários como a Inconfidência Mineira, as cidades históricas guardam relíquias como a arte barroca, conhecida no mundo inteiro pelas obras de artistas como Aleijadinho e Ataíde. O estado possui o maior acervo barroco do Brasil e algumas cidades como Diamantina e Ouro Preto receberam o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. A religiosidade de Minas está expressa nas belíssimas igrejas e festas populares que atraem turistas de todas as partes, que se encantam com a hospitalidade de um povo tão acolhedor. Além de toda riqueza desse patrimônio as cidades históricas possuem várias atrações como festivais de cinema, de inverno, de gastronomia, os carnavais e principalmente as paisagens exuberantes das montanhas de Minas.


Congonhas

Mariana

Figura 16 – Profetas de Aleijadinho

Figura 17- Mariana

A obra escultural dos doze profetas de pedra-sabão, de Antônio Francisco Lisboa – o Aleijadinho-, no adro da Basílica do Bom Jesus de Matosinhos, é o principal cartão postal de Congonhas. As seis capelas com imagens que contam a Via Sacra de Jesus Cristo, uma obra de arte que representa os passos da Paixão de Cristo, completam a paisagem.

Fundada em 1745, Mariana foi a primeira capital do estado e a primeira sede do bispado de Minas Gerais. De arquitetura colonial, sofre grande influência da música e das artes plásticas.

Ouro destaque a ser visitado é a Romaria, uma edificação que conta um pouco da história da cidade e abriga os museus, o centro cultural e a loja de artesanato local. Sua história remete a outra história: a dos romeiros que chegam à cidade para uma das festas religiosas mais importantes de Minas, a do Bom Jesus. O nome da cidade vem de uma planta típica da região, a planta de congonha, muito usada pela comunidade para fazer chá. Além das propriedades digestivas e diuréticas, o chá é estimulante e anti-reumático.

O importante acervo histórico, representado por suas igrejas e museus, convive harmonicamente com o comércio frenético. A Praça do Coreto é o ponto de encontro da comunidade e dos visitantes. Os ateliês dos artistas, sempre abertos à visitação, proporcionam um encontro com a paisagem e os fazeres locais. A música está presente nos concertos da Catedral da Sé, nas manifestações populares e religiosas, nos corais, bandas e orquestras, que se apresentam nos eventos do vasto calendário de festas do município.

Visitar Congonhas e seus profetas inconfidentes é obrigatório para quem quer conhecer Minas Gerais.

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Ouro Preto

São João del-Rei

Figura 18 – Ouro Preto

Figura 19 – São João del Rei

Há séculos, Ouro Preto conserva sua história. Nos seus casarios, nas igrejas, nas ruas, nos becos, no cotidiano. Não é atoa que foi o primeiro bem brasileiro inscrito no patrimônio cultural humanidade pela Unesco (1980). Obra de arte a céu aberto, por suas ladeiras estão distribuídas igrejas, casarões e outras edificações que compõem o maior conjunto arquitetônico barroco do país. Entre os destaques do roteiro histórico estão a igrejas São Francisco de Assis, projetada por Aleijadinho e com pinturas de Mestre Athayde, e a Nossa Senhora do Pilar, decoradora com 434 quilos de ouro. Mas a cidade não vive apenas do passado: tem um circuito artístico efervescente, com eventos como a Mostra de Cinema, o Festival de Inverno e o badalado festival Tudo é Jazz. Caminhar por essa cidade do século XVIII, precisamente de 1711, sempre nos transporta ao nosso interior. É preciso aguçar todos os sentidos e vivenciar com um novo olhar a sua arquitetura, tocar o artesanato, provar a gastronomia, escutar o som das ruas e sentir o cheiro dos caminhos. Muitos são os segredos que poderão ser descobertos durante sua estada na cidade.

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São João del Rei, um cenário fascinante que integra religiosidade, história e natureza. A cidade se desponta por sua tradição através da linguagem dos sinos, dos santeiros, das músicas do século XVIII, dos casarios, dos museus e de personalidades da política brasileira. Em plena efervescência cultural, São João del-Rei recebe, em 2007, o título de “Capital Brasileira da Cultura”, por causa de sua produção em todas as expressões artísticas. Caminhar pela cidade propicia o encontro com o patrimônio material e imaterial, vislumbrando a beleza do patrimônio natural: a serra de São José. Impossível esta em São João del-Rei sem se emocionar com a religiosidade e a força da musicalidade do povo. A igreja de São Francisco de Assis encanta não somente por sua edificação barroca, mas, sobretudo, por ser palco de apresentações musicais, realizadas por orquestras e coros da cidade. É também dessa igreja que se ouve um dos mais bonitos sons dos sinos de Minas, que se comunicam com a comunidade através de um linguagem própria, em dias de comemorações religiosas, festivas ou cerimônias fúnebres.

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Tiradentes

Figura 21 – Catas Altas

Figura 20 – Tiradentes

Cidade charmosa, Tiradentes conserva seu estilo de “Vilas do Rei”, com seu trajeto urbano, suas imponentes edificações e suas manifestações na gastronomia, no artesanato e na natureza.

Santa Bárbara

Tiradentes não apenas se conhece, vive-se, caminhando em suas ruas de pedras, seus passeios de charretes, seus festivais de cinema e gastronomia, seus artistas e sua história. Emoldurando a cidade, encontra-se a majestosa serra de São José, que convida o visitante a desvendar suas belezas, nas caminhadas que possibilitam ver Tiradentes por outros ângulos.

Figura 22 – Santuário do Caraça

Catas Altas Chegar a Catas Altas já vale a viagem. A Matriz de Nossa Senhora da Conceição e a serra do Caraça desenham uma paisagem única para a contemplação. O artesanato, o vinho de jabuticaba produzido na região e a culinária também são famosos na cidade. Assim como na cidade vizinha, Santa Bárbara, o Santuário do Caraça atrai visitante para o município. Aqui, trilhas e cachoeiras são destaques para um passeio inesquecível.

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Porta de entrada do Parque Natural e Santuário do Caraça, a cidade, fundada em 1704, preserva ladeiras com calçamentos pé-de-moleque e casario antigo. Na chegada da cidade, a Matriz de Santo Antônio recebe o visitante com a opulência de seus altares dourados e, no teto da capela-mor, a primorosa pintura do mestre Athaíde. Destaque para a produção de mel da região, os quitutes mineiros e o artesanato.

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Visitar o Santuário do Caraça é estar integrado com a natureza, cultura e religiosidade. Um passeio histórico que nos traz paz e harmonia.

Serro

Itabira

Figura 24 – Serro

Serro foi e é uma cidade majestosa. Antiga Vila do Príncipe a cidade foi a primeira inscrita nos livros de tombo do Patrimônio Nacional (IPHAN), em 1938, graças a autenticidade e homogeneidade que o conjunto urbano ainda conserva, de maneira impactante.

Figura 23 – Museu do Tropeiro

Terra consagrada pelo poeta e escritor Carlos Drummond de Andrade, Itabira reserva momentos de muita emoção. Passear pela cidade ao som dos poemas musicados e dramatizados de Drummond é mergulhar de corpo e alma na história da cidade. Os passos do poeta por Itabira, aliás, podem ser refeitos em passeios guiados nos quais é possível visitar a casa onde o poeta passou a infância, um memorial em sua homenagem, e conhecer algumas das mais de 40 placas onde estão grafados versos de sua autoria. No distrito de Ipoema, o encontro com a natureza se faz através dos “clicks” fotográficos, ampliando os olhares e registrando momentos únicos. O canto das lavadeiras e a história dos tropeiros no remete aos antigos fazeres, transmitindo as sabedorias populares passadas de geração a geração.

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Em 1817, o naturalista Saint-Hilaire assim descreveu a cidade: “a vila está dedicada sobre a encosta de um morro alongado e suas casas dispostas em anfiteatro, os jardins nelas se vêem; suas igrejas disseminadas formam um conjunto de aspecto muito agradável, visto das elevações próximas”. O Serro guarda casarios belíssimos e igrejas de refinada simplicidade e ainda mantém o charme do passado com seus lampiões e ruas a meia luz. Nos arredores, uma dinâmica rural com grande significância: saberes e ofícios do período colonial. O queijo produzido na cidade foi registrado pelo IPHAN como patrimônio imaterial nacional. A visita ao Serro se completa em São Gonçalo do Rio das Pedras e Milho Verde, onde se pode admirar a beleza emocionante da paisagem, junto às mais altas cabeceiras do rio Jequitinhonha. São vilarejos encantados, que lembram a voz de Milton Nascimento e os segredos da história de Minas.

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Diamantina A pedra mais preciosa e cobiçada do mundo emprestou seu nome a uma das cidades mais preservadas do ciclo histórico de Minas Gerais. Não fosse o comércio atuante, os restaurantes e pousadas, a vida fluindo normalmente, alguém poderia pensar que Diamantina parou no século 18, quando os garimpos começaram a frutificar e o seu lucro deu origem a casarões imponentes e grejas belíssimas. No século 19, a fama da cidade chegou a naturalistas e exploradores europeus, como Spix, Martius, Saint-Hilaire e Richard Burton, entre outros, que não se incomodaram com a viagem desconfortável no lombo de burros até alcançar o Arraial do Tijuco, como era chamado na época.

Uma serra chamada Sabarabuçu despertou o espírito explorador dos homens e a cobiça por suas entranhas de ouro e pedras. A lenda transformou-se em realidade e Sabará tornou-se uma das mais importantes cidades auríferas do período barroco mineiro. O ouro descoberto trouxe glórias, riquezas, guerras, intrigas e paixões. Trouxe a arte, transformando a cidade em expressão barroca, barroco este que se revela nas sombras, nas formas sem razão, na rebeldia da matéria. Em Sabará, o convite é desvendar a riqueza das lavras; o encontro dos rios das Velhas e Sabará, o teatro, que encena a mortalidade dos homens, as igrejas e suas imagens, o casario imponente. Ao mesmo tempo, a cidade cresceu, modernizou-se, recebeu influências da proximidade com a capital do estado. Surgiram novos caminhos e estradas de tropeiros e, hoje, essas vias estão sendo resgatadas para caminhadas e passeios. Na atualidade, a história, cultura e arquitetura são particularidades mais valiosas, esperando para serem garimpadas e redescobertas. É a proposta deste roteiro: conhecer Sabará sob a ótica do ouro barroco e seus novos caminhos.

AULA 02 Figura 25 – Vesperata

Momento inesquecível acontece na Vesperata. Trata-se de uma criação local, já que Diamantina, desde os tempos da colônia, é marcada pela vocação musical. Os músicos aparecem nas sacadas e janelas do casario da rua da Quitanda e apresentam um grande concerto para o público que se concentra no local. O espetáculo ocorre regularmente, pois se transformou num sonho para quem chega a Diamantina.

Sabará

Objetivo: Dar sequência na apresentação dos principais destinos turísticos de Minas Gerais. Dicas: Utilize o CD Rom da Estrada Real e da Setur/MG para complementar a apresentação.

Estrada Real A Estrada Real era o caminho trilhado pelos colonizadores durante o ciclo do ouro em Minas Gerais. Inicialmente, o caminho ligava a antiga Villa Rica, hoje Ouro Preto, ao porto de Paraty, mas pela necessidade de uma via de escoamento mais segura e mais rápida ao porto do Rio de Janeiro e, também por imposição da Coroa foi aberto um “caminho novo”. A rota de Paraty passou a ser o “caminho velho”, a partir do século XVIII. Com a descoberta das pedras preciosas na região do Serro, a estrada se estendeu até o Arraial do Tijuco (atual Diamantina), deixando Ouro Preto como o centro de convergência da Estrada Real. Figura 27 – Mapa da Estrada Real

Figura 26 – Sabará

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Belo Horizonte

Figura 28 – Belo Horizonte

Abraçada pelas montanhas da Serra do Curral, Belo Horizonte e uma das maiores cidades do Brasil, com dois milhões e trezentos mil habitantes. Aos 109 anos, a jovem capital mineira se destaca pela mistura da tradição com a modernidade, do crescimento com a qualidade de vida, do desenvolvimento urbano com a preservação ambiental. Belo Horizonte é uma das primeiras cidades planejadas do país e ocupa hoje o lugar onde, até 1897, ficava o antigo arraial de Curral del-Rei. A história da capital está retratada no Museu Histórico Abílio Barreto, instalado em um casarão do século XIX, no bairro Cidade Jardim. O Museu conta com um rico acervo de documentos, esculturas, objetos decorativos, mobiliário, mapas, fotografias e livros, entre outros. Figura 27 – Mapa da Estrada Real

Com o objetivo de preservar e valorizar este patrimônio histórico-cultural, foi criado um projeto em 2001 transformando a estrada em atração turística. São 1.512 km formados por 177 municípios, sendo 162 em Minas Gerais, oito no Rio de Janeiro e sete em São Paulo. O percurso é composto de três caminhos- Caminho Velho, Caminho Novo e Rota dos Diamantes- que surgiram em momentos diferentes do período de exploração das pedras preciosas no Brasil.

As tradições do interior de Minas, que caracterizam os costumes da nova capital ganharam contornos de vanguarda quando, na década de 40, a visão empreendedora do prefeito Juscelino Kubitschek conheceu o modernismo dos projetos de Oscar Niemeyer. O resultado deste encontro está refletido na orla da Lagoa da Pampulha, em monumentos que marcaram a história da cidade, de Minas Gerais e da arquitetura brasileira. Composto pelo Museu de Arte, a Casa de Baile, o Iate Tênis Clube e a Igreja de São Francisco de Assis, o Conjunto Arquitetônico da Pampulha revela a genialidade, não só de Niemeyer, mas de outros artistas como Cândido Portinari, Burle Marx e Alfredo Ceschiatti.

Uma viagem que reúne diversas atrações como construções coloniais, igrejas, museus, reservas ecológicas, ecoturismo, esportes radicais e muitas surpresas pelo caminho. Seja a pé, a cavalo, de jipe ou bicicleta, vale a pena realizar esse roteiro de aventura pelas corredeiras de rios, cachoeiras, trilhas e matas fechadas, se deparando com vilarejos jamais imaginados, assim como faziam os bandeirantes e tropeiros. Conhecer a Estrada Real é reviver a história descobrindo lugares fascinantes.

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A apenas 100 quilômetros da capital mineira, a região abriga o Parque Nacional da Serra do Cipó, um dos mais importantes do país, com uma das floras mais ricas do mundo – são mais de 1600 espécies de flores. As várias pousadas que se espalham em volta da MG-010, costumam ficar lotadas nos fins de semana. O grande objetivo dos visitantes é percorrer as diversas trilhas do Parque Nacional seja a pé, a cavalo ou de bicicleta, fotografar e nadar nas cachoeiras e rios. Um das cidades-base para desbravar a região é Santana do Riacho, com boas opções de acomodação.

Parque Nacional do Pico da Bandeira

Figura 29 – Belo Horizonte

Quem visita Belo Horizonte não pode deixar de experimentar também a variedade de sua gastronomia e de usufruir de sua animada vida noturna, com centenas de bares e restaurantes de boa qualidade. Dicas: Destaque que a gestão dos Parques Nacionais que serão apresentados a seguir é de responsabilidade do Governo Federal através do Instituto Chico Mendes.

Figura 31 – Pico da Bandeira

Parques

Criado em 1961, recebe em média 50 mil visitantes por ano. Sua principal atração é o Pico da bandeira (2892 m), o terceiro mais ato do país. Apesar das temperaturas baixas, que podem chegar a 4ºC negativos em junho e julho, muitos visitantes fazem a caminhada até o pico à noite, para assistir ao nascer do sol. Há quatro áreas para acampamento. A mata Atlântica domina a vegetação, com árvores de menor porte nas áreas mais altas. É possível avistar quatis, pacas, tatus, siriemas e pássaros em abundância.

Parque Nacional da Serra do Cipó

Figura 30 – Juquinha da Serra

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Parque Nacional da Serra da Canastra

Rio São Francisco

Figura 33 – Nascente do Rio São Francisco Figura 32 – Cachoeira Casca d’Anta

As nascentes do rio São Francisco motivaram a criação do Parque Nacional, que se espalha por vários municípios. Além da bela vegetação, é possível ver no parque, sem grande dificuldade, animais típicos do cerrado, como tamanduás, tucanos, o lobo-guará e, com sorte, o pato-mergulhão, ave em risco de extinção. O cenário inspira aventura: inúmeros paredões e cachoeiras ideias para rapel, escalada e cachoeirismo. A área de preservação divide-se em duas. Na parte alta, São Roque de Minas concentra a maioria das pousadas, a melhor estrutura de serviços e o acesso às nascentes. Na parte baixa, há duas localidades. Vargem Bonita tem as pousadas mais fáceis de se alcançar, mas a cidade de São José do Barreiro fica mais próxima da cachoeira Casca d’Anta, principal atração do parque e um dos cartões-postais de Minas Gerais.

O São Francisco é um dos rios mais importantes do Brasil e o maior em extensão, com cerca de 2800km. Nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, percorre 1130 quilômetros do território mineiro, banha Pernambuco e vai desembocar entre Alagoas e Sergipe. Pelos povos ribeirinhos, é apelidado de “Velho Chico”. Por Guimarães Rosa, de “Sertão das Águas”. Há anos o rio sofre com a degradação. Mas existem passeios de barco que revelam suas maravilhas ainda preservadas. O Vapor Benjamim Guimarães, único movido à caldeira a lenha do mundo, leva a um passeio de quatro horas, de Pirapora até o encontro do São Francisco e o Rio das Velhas.

Figura 34 – Vapor Benjamim Guimarães

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AULA 03 Objetivo: Dar sequência na apresentação dos principais destinos turísticos de Minas Gerais. Dicas: A gestão dos Parques Estaduais é de responsabilidade da Secretária Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento de Sustentável-SEMAD através do Instituto Estadual de Florestas-IEF. IMPORTANTE: Estão sendo apresentados somente aqueles parques que estão oficialmente abertos para visitação pública.

A fauna é bastante diversificada. São mamíferos, anfíbios, aves e repteis típicos do bioma mata Atlântica, alguns ameaçados de extinção. A vegetação inclui candeias, orquídeas, bromélias, samambaias e liquens como a “barba-de-velho” que cresce sob árvores frondosas, formando uma paisagem típica.

Parque Estadual do Itacolomi

Utilize o CD Rom da Setur/MG para complementar a apresentação.

Parque Estadual do Ibitipoca Figura 36 – Pico do Itacolomi

Para preservar a biodiversidade da região em 1967 foi criado o Parque Estadual do Itacolomi, entre Ouro Preto e Mariana. A maior parte dos seus 7543 ha – incluindo seu principal atrativo, o Pico do Itacolomi, ponto mais alto do Parque com 1772 m – está localizado em Mariana. Itacolomi (ita = pedra, kuru’mi = menina: Pedra Menina – numa referência à pequena rocha disposta ao lado de outra, muito maior) era como os indígenas chamavam o morro existente e que durante longo período foi uma importante referência geográfica para os exploradores de ouro que adentravam os sertões de Minas.

Figura 35 – Janela do Céu

O Parque Estadual do Ibitipoca situa-se na Zona da Mata mineira, que teve grande importância regional em diversas épocas, desde a Colônia até meados do século 20, primeiramente com a exploração de minérios e depois com a atividade cafeeira. O nome do Parque vem da palavra tupi-guarani ibitipoca, (ybytira – montanha, serra; pok – estalo, estouro = Montanha que Estala), possível às tempestades elétricas comuns na região.

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No século 20, a região do Parque foi uma das maiores produtores de chá preto do Estado de Minas Gerais – o chá Edelwiss, que era exportado para a Alemanha. O Parque conta hoje com uma infraestrutura com centro de visitantes, banheiros, auditório, restaurante, área de camping, alojamentos, casa de hóspedes e duas casas onde residem seus administradores.

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Parque Estadual da Serra do Brigadeiro

Parque Estadual do Rio Preto

Figura 37 – Serra do Brigadeiro

Figura 38 –Cachoeira Cachoeirado do Crioulo Crioulo

O Parque Estadual da Serra do Brigadeiro tem 14.984 hectares de onde predominam a Mata Atlântica, montanhas, vales, chapadas, encostas além de diversos cursos d’água que integram as bacias dos rios Paraíba do Sul e Doce. O Parque abriga vários Picos: o do Soares (1.985 metros de altitude), o Campestre (1.908 m), o do Grama (1.899 m) e o do Boné (1.870 m). A altitude e o relevo amenizam a temperatura local e a neblina cobre os picos durante quase todo o ano, formando uma das mais belas imagens do Parque. Um paraíso botânico, o Parque constitui um ecossistema rico em espécies vegetais como bromélia, peroba, ipê, orquídea, cajarana, jequitibá, óleo-vermelho e palmito doce. A neblina que, durante quase o ano todo, cobre os picos onde se localizam os campos de altitude, propicia as condições para a formação de um ecossistema rico em orquídeas, samambaias, liquens, bromélias, variedades de gramíneas, arbustos e cactus, dentre outras espécies.

Figura 38 –

O primeiro a receber o marco de referência da Estrada Real, está localizado no município de São Gonçalo do Rio Preto, a 56km de Diamantina. Na área, segundo relatos, se escondiam escravos fugidos que conheciam bem as matas por haverem trabalhado na construção da Estrada Real. Muitos conseguiram escapar das perseguições dos capitães-do-mato e se juntaram a quilombos no interior da Bahia. O Parque Estadual do Rio Preto está inserido no complexo da Serra do Espinhaço, onde a abundância dos recursos hídricos favorece a formação de cachoeiras, piscinas naturais, corredeiras, sumidouros, cânion e praias fluviais com areais brancas. Entre os inúmeros atrativos turísticos, destacam-se as cachoeiras do Crioulo e da Sempre Viva, e os mirantes naturais que permitem aos visitantes observar toda a área do Parque e do seu entorno. Os visitantes podem se hospedar-se em alojamentos e também utilizar a área de camping. Ainda há quiosques, churrasqueiras, vestiários e fonte de água potável.

A infraestrutura do Parque é composta por centros de pesquisa, posto da polícia ambiental, laboratórios, alojamentos para pesquisadores, Centro de Visitantes e de Administração, residências, além das residências de funcionários. A sede da ‘Fazenda Neblina’, antiga construção colonial, sede da Fazenda onde hoje se localiza o Parque, foi reformada e transformada em casa de hóspedes.

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Parque Estadual do Rio Doce

Serra do Espinhaço – Um pouco sobre a Cordilheira do Brasil

Figura 40 – Parque Estadual do Rio Doce

Figura Travesão.Serra SerradodoCipó Cipó Figura3939––Vale Vale do do Travesão. Defendendo de maneira exclusiva a denominação de Cordilheira Brasileira, a Serra do Espinhaço começa agora, 300 anos depois dos primeiros relatos de naturalistas europeus, a ser foco de atenção e cuidado em todo o mundo. Foi justamente de um alemão, o geólogo Ludwig von Eschwege, que ela recebeu este nome, numa referência explícita a sua pequena variação longitudinal. Uma espinha, uma linha quase reta, apontando Norte-Sul, Minas-Bahia, Ouro Branco-Xique-xique, conservando ao longo de seus mais de 1000 km características semelhantes e absolutamente singulares. Uma ode ao endemismo, espécies únicas de um só lugar, e também um universo plural, repleto de diversidades e imponência.Para quem se inicia no assunto, a Serra do Espinhaço pode ser melhor entendida por suas partes. Serra do Cipó, Chapada Diamantina, Serra dos Cristais, Serra de Ouro Branco, Serra Geral são alguns de seus trechos popularmente conhecidos. Sim, o Espinhaço são todas estas montanhas, serras, montes, vales reunidos por um mesmo motivo natal: dobramentos geológicos acontecidos no final do período proterozóico, ou seja, há mais de 2,5 bilhões de anos. Hoje todo este conteúdo acadêmico resultou numa das mais belas paisagens do planeta Terra. São cachoeiras, rios, cânions, lagos e pequenos riachos distribuindo, dividindo e abastecendo mais de 50 milhões pessoas em todo o território brasileiro. E é exatamente por conta desta importância que nossos olhares devem estar ainda mais atentos para os eminentes riscos que a Serra do Espinhaço está sujeita. Superpopulação, mineração predatória, monoculturas e extração ilegal de plantas e animais despontam no pior cenário.

Abriga a maior floresta tropical de Minas Gerais, que pode ser contemplada a partir de um mirante. Situado na porção sudoeste do estado, na região do Vale do Aço, o parque apresenta um notável sistema lacustre, composto por quarenta lagoas naturais. A maior atração é a lagoa Dom Hevélcio, com 6,7km² e profundidade de até 32,5 metros. Nessa e outras lagoas, durante o dia é permitida a pesca das seguintes espécies exóticas: piranha, tucunaré e cará. Não é permitida, no entanto, a utilização de embarcações. Os turistas contam com infraestrutura completa: alojamentos, vestiários, restaurante e centro de visitantes. Há ainda estacionamentos para carro e ônibus.

Parque Estadual do Rola Moça

Figura 41 – Serra do Rola Moça

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Situado na região metropolitana de Belo Horizonte, é o terceiro maior parque em área urbana do país. Seu curioso nome foi contado em “causo” e imortalizado pelo escritor Mário de Andrade, em um poema que relata a história de um casal que, logo após a cerimônia de casamento, cruzou a Serra de volta para casa. No caminho, o cavalo da moça escorregou no cascalho e caiu no fundo do grotão. O marido, desesperado, esporou seu cavalo ribanceira abaixo e “a Serra do Rola-moça, Rola-Moça se chamou”. Situado numa zona de transição de Cerrado para Mata Atlântica, não tem área de camping e a visitação deve ser feita no período diurno, quando se pode vislumbrar a bela paisagem das redondezas, atração principal do lugar. O mirante principal, no Morro dos Veados, tem vista para a cidade de Ibirité e a lagoa da Petrobrás. Os vilarejos próximos, de Casabranca e Macacos, são muito procurados pela estrutura de charmosas pousadas e restaurantes.

Grutas Dicas: Utilize o CD Rom da Estrada Real e da Setur/MG para complementar a apresentação.

Mar de Minas

Figura 43 – Gruta de Maquiné Figura 43 – Gruta de Maquiné

Cachoeiras, cânions e passeios de barco por um lago de águas cristalinas. Tudo isso a menos de 300 quilômetros de Belo Horizonte. A região do lago de Furnas, conhecida localmente como mar de Minas Gerais, é uma fuga para os dias de sol de verão. E, melhor, sem os congestionamentos da volta da praia. Dos 34 municípios que ladeiam a represa (quatro vezes maior que a Baía de Guanabara), Capitólio e Guapé são os de melhor infraestrutura turística.

Engana-se quem pensa que explorar cavernas é só para aventureiros. Não, pelo menos, as grutas do Maquiné, da Lapinha e do Rei do Mato, todas com passarelas, iluminação e guias que explicam as curiosas formações rochosas. Gruta do Maquiné – Descoberta em 1825 e aberta ao público desde 1908, tem sete galerias, 650 m de extensão, 80% de umidade e acesso facilitado por passarelas e iluminação artificial. O Salão do Trono, amplo, alto e com duas grandes formações do tipo cortina, é o mais imponente. Na entrada da gruta há uma pequena pintura rupestre estimada em 6 mil anos.

Figura 42 – Escarpas do Lago. Capitólio

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Circuitos das Águas Uma combinação de cidades grandes com charmosas estâncias hidrominerais faz do Circuito das Águas um roteiro especial. A paisagem da Serra da Mantiqueira é a responsável por cobrir o cenário na divisa entre São Paulo, Minas e Rio. Não é à toa que as fontes e os balneários bem estruturados atraem famílias e grupos de terceira idade pra Caxambu, São Lourenço, Cambuquira e Poços de Caldas. Para trilhas e atividades ao ar livre, siga até Aiuruoca, São Tomé das Letras e Andradas. Figura 44 – Gruta da Lapinha

Gruta da Lapinha – Passarelas, escadarias , corrimões e iluminação facilitam o acesso de crianças e idosos. Um guia explica os diversos tipos de formação calcária (espeleotemas), a exemplo das vistosas estalactites, estalagmites e colunas. São 16 galerias e 511m de extensão, sob uma temperatura ambiente de 20ºC.

Figura 46 – Sinfonia das Águas. Poços de Caldas

Trens de Minas

Figura 45 – Gruta Rei do Mato

Gruta do Rei do Mato – Como as demais grutas da região, tem passarelas, escadas e iluminação artificial que facilitam a vida do visitante. São apenas quatro galerias abertas para visita. O ponto alto do passeio fica no Salão dos Castelos, onde suntuosas estalagmites se prolongam até ficar a poucos centímetros do teto, conferindo uma beleza misteriosas às formações.

Figura 47 – Maria Fumaça de Ouro Preto

Viaje pelos trilhos de aço em uma das marias-fumaça que fazem parte do turismo ferroviário mineiro

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De Belo Horizonte a Vitória – O trem que percorre o trecho Belo Horizonte a Vitória, no Espírito Santo, é o único do Brasil com viagens diárias para passageiros – são 14 horas sobre 664 quilômetros de rilhos. Mas se a idéia é apenas fazer um passeio, você não precisa ir até a capital capixaba. Faça o trecho de 80 quilômetros até Barão de Cocais. O trem parte todos os dias de Belo Horizonte às 7h30 e retorna às 18h (mas a volta pode ser de ônibus). São Lourenço a Soledade de Minas – São Lourenço faz parte do circuito das águas de Minas Gerais. Mas além do parque das águas, a cidade oferece como atração o Trem das Águas, na ativa desde 1935. São 10 quilômetros até Soledade De Minas, um percurso que dura cerca de meia hora e acompanha o leito do rio Verde. Nos vagões, os viajantes podem provar o queijo e a cachacinha da terra. De Passa Quatro e Manacá – Em Passa Quatro, o passeio de trem tem um encanto a mais, já que a maria-fumaça percorre a serra, revelando os segredos da Mantiqueira até Manacá. São 12 quilômetros de trilhos que vão até 1080metros de altitude. De São João del Rei a Tiradentes – É um dos passeios mais conhecidos de Minas Gerais, a locomotiva que percorre os 12 quilômetros entre as históricas São João del Rei e Tiradentes é a única no Brasil que nunca parou de funcionar. Em São João fica também o Museu Ferroviário.

AULA 04 Objetivo: Apresentar as perspectivas de Minas Gerais para a Copa do Mundo de 2014 e as ações que estão sendo implementadas pelo Governo de Estado. Dicas: Inicie a aula apresentando os resultado da pesquisa implementada pela SETUR/MG que define o perfil do visitante do Estado.

Circuitos Turísticos

Capítulo IV Minas Gerais e a Copa do Mundo de 2014

De Ouro Preto a Mariana – De todos, é o passeio mais recente. Restaurado pela Vale do Rio Doce em 2006, o “Trem da Vale” percorre 18 quilômetros de estrada de ferro entre as cidades vizinhas. As estações ferroviárias também foram restauradas e tornaram-se palcos de atividades culturais e de resgate da memória da história ferroviária no país.

Figura 48 – Projeto Mineirão Figura 48 – Projeto Mineirão

Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, é uma das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. A escolha foi anunciada no dia 31 de maio de 2009, quando a Federação Internacional de Futebol (Fifa) divulgou a lista com as 12 capitais brasileiras escolhidas para sediar o campeonato mundial de futebol no Brasil. Além de Belo Horizonte, integram a lista da Fifa: Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP).

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A capital mineira também poderá sediar, em 2013, a Copa das Confederações, torneio igualmente organizado pela Fifa e com a participação das seis seleções campeãs continentais, do país-sede e do último campeão mundial, perfazendo um total de oito países. Para receber os dois torneios, será necessário uma série de intervenções e obras, entre elas a modernização do Mineirão e dos estádios Raimundo Sampaio, Independência (Belo Horizonte), e Joaquim Henrique Nogueira, conhecido com Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. O “Gigante da Pampulha”, como é conhecido o mais importante estádio do Estado e o segundo maior do país, será o palco principal das copas em Minas Gerais. Além do projeto de modernização do Mineirão, será também necessário a expansão do setor hoteleiro e turístico, a revitalização do Aeroporto Internacional Tancredo Neves; investir em de obras de infraestrutura, no reforço nas unidades de saúde e na segurança pública, entre outros projetos estruturais.

Legados para a sociedade A expectativa dos setores público e privado é de que a Copa do Mundo crie oportunidades concretas de projeção internacional para o Brasil, atraindo novos negócios, gerando renda e trabalho. Por exemplo, em 2014, espera-se uma audiência cumulativa superior a 30 bilhões de telespectadores (Fonte: Final Report of Federal Government - Relatório do Governo Alemão). A realização dos torneios de futebol irá acelerar uma série de melhorias, por meio de obras de infraestrutura e projetos estruturantes, que visam proporcionar benefícios permanentes para a população e para o turista, nacional e internacional. De acordo com a Match Event Services, empresa contratada pela FIFA para tratar das acomodações, bilheterias e centros de hospitalidade da Copa do Mundo de 2014, em média, os torcedores ficam dois dias na cidade onde jogo acontece e depois é comum que aproveitem por mais 3 ou 4 dias em outras localidades com atrativos turísticos no próprio Estado.

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O turista estrangeiro de eventos gasta diariamente o dobro do turista estrangeiro que vem ao País a negócio. Pesquisa do Impacto Econômico dos Eventos Internacionais, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (2008), a pedido da Embratur, indica que o gasto médio do turista estrangeiro de eventos no Brasil, por dia, é de US$ 314,70. A pesquisa aponta ainda que os principais gastos de turistas internacionais no Brasil são em hospedagem (45,04%), alimentos e bebidas (13%), compras e presentes (11,95%), transporte (7,62%) e cultura e lazer: (7,48%). De olho neste mercado, já estão em fase de implantação em Belo Horizonte e região, com vistas a Copa 2014, novos empreendimentos em hotelaria em Belo Horizonte, em Jaboticatubas e em Brumadinho, com o incremento de mais de 600 leitos.

Planejamento estratégico Sediar uma Copa do Mundo é mais trabalhoso do que se imagina. São necessários obras e empreendimentos que resultem em melhorias permanentes para a sociedade nos quesitos mobilidade urbana, meio ambiente, estádios etc. A Copa do Mundo Fifa é o segundo maior evento desportivo do mundo, ficando atrás apenas dos Jogos Olímpicos. O torneio acontece a cada quatro anos, tendo a última competição, em 2010, acontecido na África do Sul e, em 2014, o Brasil será o país sede, conforme anúncio da Fifa no dia 30 de novembro de 2007. Desde a Copa do Mundo de 1998 a competição é realizada com 32 seleções. O grau de complexidade da Copa do Mundo Fifa exige esforço diferenciado de organização e gestão da União, dos Estados e das cidades-sede. Em outras palavras, planejar é preciso. É fundamental avaliar criteriosamente o evento, alinhando realidade local, demandas da Fifa e estratégias de execução factível. Minas Gerais possui uma Secretaria de Governo específica para cuidar dos assuntos relacionados à Copa do Mundo de 2014, a Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo – Secopa. No sentido de estabelecer responsabilidades, cronograma, previsão de investimento e origem do financiamento, foi definida a Matriz de Responsabilidade de Minas Gerais para a Copa. O documento reúne 117 ações, para 2011, que envolvem a participação de 19

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órgãos do governo, incluindo Cemig, Copasa e BDMG. O documento consolida todos os compromissos estabelecidos com a Fifa para a realização da Copa de 2014 em Minas Gerais e também estabelece prioridades. Essas ações serão desenvolvidas por meio de parceiras entre a Secopa e demais secretarias, prefeituras e também Governo Federal. Entre os compromissos, estão a conclusão da modernização do Mineirão, do Independência e do Mineirinho; promoção turística de Minas, com destaque para o Circuito Cultural da Praça da Liberdade, criação do Portal do Turismo de Minas Gerais, estruturação de parques ecológicos e outros roteiros e garantia de infraestrutura hoteleira; ampliação do Aeroporto Internacional Tancredo Neves; elaboração de Plano de Segurança e de Urgência e Emergência para a Saúde; criação do Centro de Comando e Controle Integrado; expansão da oferta de energia; implantação de internet sem fio em pontos turísticos públicos; capacitação de profissionais de diversas áreas; revitalização da Lagoa da Pampulha, entre outros.

Bibliografia

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