Revista InteRural 63

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Nº 63 | NOVEMBRO DE 2013 | ANO 6

Traítuba Bala Traítuba Aviso X Brida do Galiano

Haras Nova Era: O melhor do criatório de Marco Valério. Os mais belos exemplares de Mangalarga Marchador da região de Minas Gerais.

90 ABCCMM: Da origem á história da raça, fique por dentro das principais conquistas e planos da associação para o Mangalarga Marchador, com a palavra do presidente.

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ABCCMTAN e a força dos cavalos Mangalarga Marchador nas cidades do interior. pág.

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expediente

Diretor Comercial: Mário Knichalla Neto

Editorial

Olá Leitor!

mario@interural.com Conselho Editorial: Gustavo Ribeiro Mário Knichalla Neto Editora Chefe: Mara Oliveira jornalismo.interural@gmail.com Revisão: João Paulo Ribeiro revisaointerural@gmail.com Colaboradores: Melina Paixão Paginação: Jonathan Santana jonathan@uberlandia.com Gerente: Liliane Franklin comercialinterural@gmail.com Atendimento: Camilla Zago atendimento@interural.com.br Consultores de vendas: Priscila Felix comercialinterural3@gmail.com Claudia Zardo claudia.revistainterural@gmail.com

Aos amantes do mundo do agronegócio, acaba de sair do forno mais uma edição da sua revista InteRural, transbordando notícias quentes sobre os principais eventos da pecuária de corte e leite, e também da agricultura. Coberturas dos principais eventos do meio, como a Expoinel, Expogenética e Interleite, torneios leiteiros do Camaru de Uberlândia, e de regiões vizinhas. Para os loucos por esportes radicais, vem ai flyboard. Uma nova experiência que, aos poucos, está contagiando quem o conhece e tem a oportunidade de se tornar praticante, podendo até “voar” sobre as águas. Na pecuária, em algumas regiões já começa a estação de monta e, para isso, especialistas do assunto dão dicas e tiram dúvidas sobre essa prática cada vez mais importante e rentável nos criatórios. O exame andrológico de touros também vem se destacando cada vez mais, como o método mais eficaz para selecionar animais antes mesmo da estação de monta, destacando os mais férteis e aptos para reprodução. O Caderno de Agricultura traz aos produtores que já iniciaram ou que estão planejando iniciar a sua safra, dicas de prevenção contra pragas por quem é especialista no assunto, tornando o dia a dia nas lavouras mais próximo da sua casa. Além disso, uma matéria especial que explica o que é e para que servem os condicionadores de água para a produção de grãos, e dicas super importantes para a conservação do patrimônio dos produtores, como máquinas agrícolas, tratores, plantadeiras, dentre várias outras. E, para descontrair, os adoráveis Fox Paulistinha vêm aí, em nosso Caderno de PET. Os cães dessa raça são extremamente amáveis e brincalhões, e agradam a toda a família. Tenha uma ótima leitura, e até a próxima!

Financeiro: Hevellyn Spirandelli financeiro@interural.com Jurídico: Breno Henrique Afonso de Arruda Pré-Impressão: CTP Xpress Digital Impressão: Gráfica Brasil Tiragem: 10.000 exemplares

Praça dos Pioneiros, 02 Daniel Fonseca – Uberlândia MG comercialinterural@gmail.com Telefone: 34 3210-4050 Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião desta revista, assim como declarações emitidas por entrevistados. É autorizada a reprodução total ou parcial das matérias, desde que citada a fonte.

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Mara Oliveira Editora chefe


ÍNdice 24

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Início da Safra

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2º Leilão Nelore É o Amor, Zezé Di Camargo e Amigos

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Expoinel 2013 é sucesso em vendas e crescimento

60 O taurino tropical bom de serviço

68 Primeira vaca holandesa nacional EX 95 é filha de

touro da CRI Genética

46 Fazenda fortaleza

90 Haras Nova Era

94 Mangalarga Marchador: raça, beleza e agilidade

A Estação de Monta

42

Crescendo junto com o Senepol

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Cai o número de produtores

de leite no Brasil

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98 A ACCMMTAN e a força do Mangalarga nas cidades do interior

Fazenda Água Comprida

76 Senepol 3G

112 Casa da terra ure Advent NOVEMBRO de 2013

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Interural News 2º Leilão Nelore É o Amor, Zezé Di Camargo e Amigos o dia 08 de outubro, o Brooks Bar, em São Paulo, SP, foi palco do 2º Leilão Nelore É o Amor, Zézé Di Camargo e Amigos. Na ocasião, se reuniram grandes criadores nacionais, inclusive criadores uberlandenses, além de inúmeros famosos e amigos do cantor Zezé Di Camargo. Para o leilão, Zezé escolheu a dedo os melhores exemplares de seu plantel. A qualidade acima de tudo foi o que também norteou a oferta de seus amigos.“O evento foi recorde de público e a casa ficou linda. Foi um leilão moderno, em uma casa moderna, e fizemos uma grande festa. Eu não faço leilão, faço festa, quero sempre que as pessoas se divirtam”, comenta Zezé di Camargo. Confira a matéria completa!

INTERURAL NEWS

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Expoinel 2013 ntre os dias 19 e 29, o Parque Fernando Costa, em Uberaba, MG, foi palco para um maravilhoso show apresentado pela raça Nelore. A 42ª Exposição Internacional do Nelore – a Expoinel – foi sucesso em vendas e crescimento apresentando uma genética de peso e qualidade. Foram realizados 12 leilões oficiais, sendo eles 10 de Nelore, 01 de cavalos da raça Mangalarga Marchador, e outro de Gir Leiteiro e Girolando, superando as expectativas dos mais otimistas.Um faturamento inédito de R$ 22, 833 milhões mostrou a todos o notório crescimento, quando comparado à edição passada, em 2012, comprovando a força da raça Nelore no mercado leiloeiro e a importância de se ofertar uma genética de ponta, que resulta em carne de qualidade para todo o mundo.

Torneio leiteiro do Camaru Torneio Leiteiro da Exposição Especializada de Gado de Leite de Uberlândia, MG, teve cinco quebras de recordes nacionais entre os dias 02 e 05 de setembro, no Camaru 2013. Participaram da competição cerca de 60 animais das raças Gir Leiteiro e Girolando. A mostra é realizada anualmente pelo Sindicato Rural de Uberlândia e reúne criadores de várias partes do país. De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Uberlândia, Thiago Soares Fonseca, a exposição está entre as principais mostras nacionais. O presidente destacou que animais de grande potencial foram apresentados em Uberlândia neste ano. Acompanhe todos os resultados em uma matéria completa de cobertura do evento.

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Expogenética 2013 Revista InteRural esteve na maior mostra de zebuínos provados pelos principais programas de melhoramento genético do Brasil. Realizada pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), entre os dias 17 e 25 de agosto, a 6º edição da Expogenética reuniu, no Parque Fernando Costa, em Uberaba, MG, milhares de visitantes, que foram em busca de animais de alta genética e porte. Diversos leilões de elite fizeram das noites em Uberaba as mais animadas de todos os tempos.

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ESPAÇO DO LEITOR Nome: Sibele Lina Morais Fazenda: Estudante da UFRRJ

Nome: Reinaldo Gonçalves Fazenda: Recanto do Gir

Matéria: Linfadenite Caseosa (Mal-do-Caroço) em 25 perguntas e respostas

Matéria: Mutum Weekend: orgulho da pecuária leiteira tropical

Mensagem: Muito completa a matéria, me ajudou muito nos meus trabalhos acadêmicos. Obrigada.

Mensagem: Parabéns a Fazenda Mutum, um exemplo de trabalho bem feito, com seriedade e a certeza de que trabalhar com Genética diferenciada dá resultados. Parabéns a Família Machado.

Nome: José Mauro Pereira Silva dos Reis Fazenda: Fazenda Oráculo Matéria: Fazendas do Basa inovam com programa no canal Terraviva

Nome: José Antônio de Sousa Fazenda: Rancho Tamar

Mensagem: Achei a noticia uma maravilha, assisti o programa ontem, foi muito bom mesmo as fazendas do basa juntamente com todos os parceiros estão de parabéns, agora ficou mais fácil e acessível para mim que sou um pequeno produtor de conseguir essa tão maravilhosa e rentável genética. obrigado a todos vocês

Matéria: Medalha de ouro em comercialização de sêmen Mensagem: Gostaria de parabenizar a Alta belo trabalho que vendo desenvolvendo para nos ajudar , sou novo produtor de leite a Alta tem me ajudado muito , com o passar do tempo agente também cresce junto. Obrigado.

Nome: SALVADOR RODRIGUES (DODÔ) Fazenda: SITIO SALVATERRA

Espaço do LEitor

Este espaço é todo seu, que não perde nenhuma edição da Revista InteRural, fica por dentro de tudo que acontece no agronegócio nacional, e ainda pode deixar aqui, as dúvidas, comentários e sugestões! Aproveite!

Matéria: Fazendas do Basa - Selecionando genética e produtividade com o Gir Leiteiro para fazer o Girolando Mensagem: Sou um grande admirador dos animais produzidos pelas Fazendas do BASA, que na minha opinião se já não é será um dos maiores criador em genética GIR do planeta. Gosto muito do cruzamento para fazer o F1, é de encher os olhos. Espero conseguir comprar pelo menos uma bezerra no próximo leilão, pois quero ter matriz de qualidade para fazer um plantel de excelência. Parabéns Evandro, pelo trabalho. Participe você também acessando o site www.interural.com e dê a sua opinião em suas matérias preferidas! NOVEMBRO de 2013

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AGRICULTURA

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Condicionadores

de água para a

produção de grãos Uma trajetória de vitórias. Homem de sucesso

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om a tecnologia e os avanços em testes e pesquisas laboratoriais, o mercado de grãos, hoje, já apresenta inúmeras soluções de combate a pragas e infestações, que podem

acarretar imensuráveis prejuízos ao produtor, se não tratadas. Em alguns casos, essas pragas causam ainda a elevação dos custos na produção, uma vez que são necessárias aplicações de combate às indesejadas infestações. Um fator de grande importância, mas que nem sempre é dada a devida atenção, é a água utilizada para se fazer a calda de aplicação. O gestor comerpág.

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cial Fabiano Sena explica da seguinte maneira: “Levando em conta que a produção se trata de um ser vivo, assim como os seres humanos, a água está para a lavoura como o sangue está para o ser humano, e isso implica dizer que toda vez em que vamos ao médico para identificar alguma doença, é necessário um exame de sangue, e isso teria que ser feito com a água, não somente para um controle de


PH, que se faz com inúmeros produtos, mas precisamos saber qual a realidade desta água, assim como é o caso do sangue. A água também precisa ser analisada em sua totalidade”. O ideal é que se faça a análise da água durante o período em que a utilizamos nas aplicações, podendo ser analisados não somente o PH, mas também as durezas totais da mesma, que servem de porta para desperdícios de produtos ou, em último caso, a diminuição da eficiência da aplicação. Não é comum o produtor usar uma dosagem recomendada para controle de pragas, e outro produtor usar a mesma dosagem e obter resultados diferentes. “Isso se dá porque a água não foi devidamente analisada e nem corrigida, e é aí que se faz necessário o uso dos condicionadores de água. Esses precisam ser de alta qualidade, para fazer o sequestro dos minerais que causam a dureza da água, e influenciam, consequentemente, o resultado final da aplicação”, explica Sena. Os condicionadores precisam fixar melhor cada planta, impedindo a formação de espuma no tanque, bem como o grande volume de deriva, e quebrar a tensão superficial da planta, para que a calda penetre mais fácil e rapidamente na planta, dentre várias outras características que o condicionar precisa. De um modo geral, é recomendado pelas próprias indústrias de químicos que a água seja desmineralizada - ou até deionizada. E mais: existe uma indicação do PH ideal para cada tipo de mistura. Há soluções comercializadas, como adjuvantes e siliconados completos, os quais trazem no rótulo a informação “Adubo Foliar”, que causam certa dúvida ao produtor na seguinte questão: Se o adubo fornece nutrientes para a planta, como ele faz o sequestro de minerais?

O condicionador precisa ser totalmente inerte, pois o seu foco é a preparação da água, além disso, ele não tem que fornecer nada, nem tampouco atuar como insumo agrícola. A prova disso é que os seus componentes, surfactantes, umectantes, silicone, antideriva, redutor de PH, antiespuma, dentre várias outras soluções, são totalmente inertes, ou seja, não causam reações cm nenhum insumo diretamente. A necessidade do uso de condicionadores na produção dos grãos e também da análise de água para saber qual a dosagem certa destes condicionadores a ser usada é algo de fundamental importância para uma melhor aplicação da calda, e traz um grande aproveitamento da calda aplicada à lavoura. Fabiano enfatiza a importância dos condicionadores na preparação do plantio: “Hoje, a utilização de condicionadores de água na preparação da calda é fundamental, principalmente devido à grande variação de estado físico da mesma. Temos casos de água sendo retirada de poço artesiano, rios, represas e tanques de ferro, porém, ao fazermos análises, vemos que cada uma dessas fontes tem um resultado diferente, de forma geral”. Os condicionadores, em dosagem correta, fazem a correção dessa água, padronizando-a para o uso, de acordo com a recomendação feita pelo engenheiro agrônomo ou pelo fabricante do insumo agrícola. Para chegar a essa dosagem, a água precisa ser analisada, e, em casos de irrigações, deve ser analisada duas vezes ao ano (na seca e nas chuvas), pois pode sofrer mudanças nessas estações. “Sem dúvidas, os produtores que fazem o uso regular dos condicionadores têm um melhor aproveitamento dos insumos indicados”, finaliza Fernando Sena.

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AGRICULTURA

Início da Safra

Manejo e controle de pragas para o início do plantio

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m 2013, o início da safra se deu com boas chuvas, bem no início do mês de outubro, prenunciando uma antecipação no plantio de soja e milho. Porém, as chuvas estão muito irregulares e com pouco volume, causando indecisão nos produtores em continuar ou não o plantio. No Triângulo Mineiro, neste ano, grande parte dos produtores estava preparada para iniciar o plantio nas primeiras chuvas, devido a mudanças de planejamento. Mudanças essas que dizem respeito à segunda safra, conhecida safrinha, que, a cada ano, ganha mais força na região. Segundo o agricultor Humberto Guimarães Cardoso, de Tupaciguara, MG, o produtor precisa tomar alguns cuidados antes de iniciar o plantio, como uma boa condição de umidade do solo, para que as sementes germinem por igual, com uniformidade. Uma dessecação bem feita também é essencial, uma vez que não haverá plantas verdes. “Um cuidado muito importante na preparação

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para o plantio, antes mesmo de iniciar-se a dessecação, é observar se existe a presença de lagartas, e, caso haja, se faz necessária a inserção de inseticidas para o seu controle imediato”, alerta Beto. As sementes devem ser tratadas com fungicidas e inseticidas, assim ficarão protegidas, garantindo os primeiros estágios das plântulas, os embriões vegetais que começam a germinar. Para que haja uma boa distribuição das sementes, o importante é que a velocidade de plantio não ultrapasse os 6 km/ h. Apesar da compreensível pressa dos produtores em terminar o plantio, o respeito a essa velocidade é fundamental. “Já iniciamos o plantio em nossa propriedade, com variedades precoces de soja, para poder plantar a segunda safra em tempo hábil, e continuarmos plantando enquanto hou-


ver boa condição de umidade do solo. Essas variedades precoces têm o ciclo entre 98 e 110 dias, e por isso favorecem a plantação da safrinha”, conta o produtor Beto, que já está com a produção a todo vapor em sua propriedade. Não é um caso específico, nem tampouco raro, mas as pragas, caso não combatidas, podem danificar todo um plantio, causando grande prejuízo ao produtor. “A principal praga que atacou o meu plantio no ano passado foi a Helicoverpa Armigera, que, até então, era desconhecida pelos produtores. O seu difícil controle causou muitos danos e fez com que os demais produtores se alertassem desde a implantação da cultura. Por essa praga atacar diversas culturas e plantas infestantes, é muito importante fazer o monitoramento da cultura, para se fazer o controle nos primeiros estágios da praga”, pondera Beto, que sofreu danos com a praga, mas conseguiu remediar o problema a tempo. Entre as principais pragas estão também a mosca branca, outras espécies de lagartas desfolhadoras, como a falsa-medideira, e os percevejos, que

sempre causam danos sérios e, a cada ano, fica mais difícil o seu controle. Esse controle deve ser feito com o Manejo Integrado de Pragas (MIP), e isso significa o uso de vários modos de controle, por exemplo, a própria dessecação pós-colheita deixa essas pragas sem alimento. A rotação de inseticidas de princípios ativos diferentes, e a escolha para que as primeiras aplicações preservem os inimigos naturais dessas pragas é fundamental. Mas o mais importante mecanismo de controle é, sem dúvidas, o monitoramento. Assim como ocorre na cultura do algodão, com a presença de pessoas treinadas, chamadas “pragueiros”, se torna a mais importante ferramenta para a viabilidade das culturas de milho e soja.

“Ainda estamos dentro do período normal de plantio, não estamos atrasados, por isso, devemos plantar nas melhores condições do solo, isto é, umidade, dessecação, controle de lagartas, tudo isso utilizando as melhores tecnologias, sem nos esquecermos dos custos de produção”, finaliza Humberto Guimarães Cardoso. NOVEMBRO de 2013

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Preservação de

Patrimônio

AGRICULTURA

Limpeza e conservação de máquinas agrícolas

A

s maquinas agrícolas estão cada vez mais equipadas com tecnologias de ponta. Logo, o valor agregado a elas é também cada vez mais elevado. A conservação do maquinário auxilia de maneira significante na redução de custos com reformas e reparos. O uso de insumos e sais envolvidos no plantio através do adubo por si só já é responsável por inúmeros estragos nas máquinas e equipamentos. O gestor comercial Fabiano Sena explica que, no processo de limpeza, o produtor busca uma grande redução de custos, utilizando, em alguns casos, produtos que fazem uma falsa limpeza, ou seja, limpa, mas destrói as máquinas, causando ferrugens devido aos resíduos difíceis de ser retirados no enxágue. “É bom ressaltar que, dentre vários os danos causados pelos produtos de baixa qualidade, podem acontecer ainda queimaduras e ressecamentos na pintura de máquinas, muitas das vezes de última geração”, explica Fabiano. Não bastasse isso, os produtos inadequados podem causar incômodo ao aplicador - e até mesmo dano à sua saúde -

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caso exposto ao produto por muito tempo. A conservação das máquinas é algo que preocupa, e muito, os produtores e as agroindústrias, justamente devido ao alto custo, não só da manutenção, mas também da reposição desses equipamentos. Fabiano Sena explica que o mercado, hoje, oferece produtos com uma total preocupação com o bom estado e conservação do maquinário. “Já se encontra à disposição produtos de extrema eficiência em limpeza, ecologicamente corretos, biodegradáveis e que não causam nenhum dano ao ser humano, consequentemente, às maquinas. O que muda apenas um pouco a cultura da limpeza, mas, ao mesmo tempo, aumenta a vida útil de peças e máquinas em geral, soluções inclusive de proteção contra raios UV e UVB, que não permitem à máquina sofrer a ação da ferrugem (trazida pela umidade relativa do ar) e também em contato com a poeira, que tem os sais da terra”. Existem maquinários superando a cifra de R$ 1 milhão, e diversas agroindústrias já adquiriram essas máquinas, o que mostra a necessidade de soluções voltadas exclusivamente para esse mercado. É um mercado com tamanha necessidade de atenção quanto a própria lavoura, pois não existe lavoura sem maquinário especial para aperfeiçoar a produção.


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Emerson Alvarenga Equipe Rehagro

Gestão da Sanidade Período de transição

A pecuária

pecuária leiteira especializada busca constantemente maior produtividade, seja com aumento da produção ou com maior lucratividade. A combinação de melhores práticas de nutrição, reprodução, melhoramento genético, manejo, treinamento e desenvolvimento de pessoas, associados a uma boa gestão, promovem o aumento da produção de leite individual e do número de animais nos rebanhos. Contudo, estas mudanças são sempre desafiadoras. A utilização de tecnologias e ferramentas para melhorar eficiência, a redução de áreas de pastagem e o aumento da densidade animal, impõe maior demanda produtiva e intensificam os desafios sanitários. A necessidade de maior demanda produtiva impõe maior desafio ao metabolismo animal e aumenta o risco sanitário, isto é, há maior probabilidade de comprometimento da saúde do animal. Neste ponto, é importante destacar que saúde não é somente ausência de doença. Na medicina humana, por exemplo, este conceito evoluiu, expandiu para outras dimensões, física, emocional, mental e social do ser humano. Ter saúde é ter equilíbrio entre estas várias dimensões. Já na medicina veterinária, a saúde animal pode ser definida como o estado em que o animal possui condições de realizar suas funções em equilíbrio com o ecossistema no qual se desenvolve. Em uma visão ampliada, saúde animal envolve questões relacionadas a enfermidades dos animais, saúde pública, controle dos riscos em toda a cadeia alimentar, assegurando a oferta de alimentos seguros e bem estar animal. Como é um dos fatores determinantes da saúde, é preciso cuidar da sanidade dos animais, isto é, efetuar um conjunto de ações destinadas a impedir as perdas acarretadas à produção pelas doenças de natureza infecciosa, parasitária e carência. Dentre essas ações, gerenciar a sanidade do rebanho é fundamental. Gestão, de maneira sucinta, é uma organização de pessoas e atitudes em direção a um objetivo comum. Portanto, as pessoas estão organizadas em suas funções e atividades, respeitando os níveis hierárquicos, conhecem a importância de suas atribuições e estão unidas para alcançar um

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único objetivo. O gerenciamento sanitário do rebanho está a todo o momento em conflito técnico, já que costuma superestimado ou negligenciado. Então, ter consciência e metodologia para buscar o equilíbrio entre o técnico e o econômico é importante para tomada de decisão. Programas de saúde efetivos envolvem a prevenção e tratamento de doenças que impactam a viabilidade econômica de um sistema de produção. Pois, a prevenção é, na maioria das vezes, mais econômica que o tratamento. O controle de doenças requer conhecimentos. Para isso, é necessário ter informações: - quais doenças ocorrem e quais necessitam ser prevenidas e controladas? - como as doenças são prevenidas e controladas? - com tratar das doenças se ocorrerem falhas na prevenção? É importante ter uma visão clara da dimensão dos problemas e consequentemente o seu impacto sobre a economicidade do sistema de produção. Algumas enfermidades estão com sua gestão mais evoluída, como por exemplo, a mastite, mas a maioria precisa maior atenção. Faz-se necessário aperfeiçoar o gerenciamento de outras enfermidades (afecções podais, diarréias, pneumonias, tristeza parasitária, etc.) da mesma maneira que evoluímos com a mastite, trabalhando o curativo e o preventivo, com atenção para o clínico e o subclínico, monitorando diariamente e avaliando as informações mensais.

Dentre as doenças mais comuns nos rebanhos leiteiros, a mastite é a que mais teve evolução em termos de gerenciamento e prevenção


Assim, observa-se a uma abordagem ampla, mas ao mesmo tempo pontual e específica. Ou seja, devemos avaliar todos os aspectos do sistema de produção, características técnicas, operacionais e econômicas. Definir tecnicamente o que deve ser feito, o que é operacionalmente realizável e o viável economicamente. Pois, o gerenciamento da sanidade impacta na saúde animal e reflete na capacidade produtiva. O momento de maior desafio sanitário para vacas de aptidão leiteira é durante o pré-parto até o pós-parto imediato, conhecido como período de transição, que compreende de 21 dias antes do parto até 21 dias pós-parto. Neste período, o risco de ocorrência das enfermidades metabólicas e infecciosas é intenso. Aproximadamente 75% das doenças ocorrem no primeiro mês após o parto, associado principalmente às mudanças que ocorrem das três últimas semanas de gestação até as três semanas posteriores ao parto. A transição da vaca gestante não lactante para não gestante lactante é marcado por intensas mudanças hormonais e metabólicas, associadas à diminuição da ingestão de alimentos, ao grande crescimento do concepto e consequentemente ao balanço nutricional negativo (energético, protéico, mineral e vitamínico). Todas estas mudanças deste período apresentam profunda relação entre si e impactam na saúde, produção e rentabilidade de vacas de aptidão leiteira.

Monitoramento periódico de vacas nas primeiras semanas pós-parto permite rápida intervenção ao constatar alterações clínicas

As fazendas que possuem falhas nos processos operacionais, técnicos, gerenciais, administrativos e pessoais, durante o período de transição, podem experimentar problemas em seus animais como: hipocalcemia, cetose, deslocamento de abomaso, retenção de placenta, acidose metabólica, laminite, metrite e mastite, com consequente perdas econômicas significativas. O que é feito pela maioria das propriedades é o monitoramento de ocorrências clínicas das enfermidades e a intervenção curativa. Enquanto algumas fazendas já realizam o acompanhamento nutricional e do conforto animal, ação esta de grande avanço quando comparado às primeiras. Outras propriedades e de maneira crescente buscam contínuo monitoramento dos animais, gerenciando a sanidade e seu impacto produtivo e econômico. Práticas de manejo e monitoramento de vacas durante o período de transição visando o controle de enfermidades devem observar, registrar e avaliar o consumo do animal, a disponibilidade de alimento, condição corporal, escore de locomoção (cascos), condições de ambiente e instalações em relação ao conforto animal. É importante começar pelo básico, busque amenizar o estresse físico e ambiental, ofereça alimento e água frescos e de fácil acesso, evite superlotação e trabalhe o agrupamento dos animais. NOVEMBRO de 2013

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por Mara Oliveira

Exame Andrológico

de Touros D

Conheça os benefícios que somente este teste pode oferecer

pecuária

entre as várias facilidades que a tecnologia vem oferecendo a produtores e criadores, o exame andrológico de touros é uma das maiores já vistas. Com esse exame, é possível avaliar a capacidade reprodutiva do touro, realizado justamente antes da estação de monta, com os touros em descanso, bem dizer em repouso sexual. Já os touros que são ativos durante todo o ano, é recomendado que sejam deixados em descanso por oito dias para que a avaliação seja mais exata. Segundo o veterinário Wanderley Polo, o exame é feito em etapas. “A primeira etapa é a avaliação física geral e clínica do sistema reprodutor dos touros, como a circunferência escrotal, integridade física do prepúcio, glândulas e aprumos. Na próxima etapa é realizada a retirada do sêmen do animal, chamado de espermiograma, no qual ele é avaliado física e morfologicamente”, explica. Quanto às características físicas do sêmen, são avaliados o volume, o aspecto, a aparência, a motilidade (que é a movimentação dos espermatozoides), o vigor e o turbilhonamento. No tocante às características morfológicas, são classificadas as

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patologias espermáticas e a classificação dos defeitos mais ou menos importantes, de acordo com o dobramento da cauda, ou pouch formation. Existem três métodos para a coleta do sêmen: por meio do eletro-ejaculador, que é o método mais utilizado, massagem retal ou pela vagina-artificial. Wanderley Polo explica ainda que o exame andrológico é muito importante para a produtividade do rebanho, e sua lucratividade depende exclusivamente da sua eficiência reprodutiva. “Mensuramos a eficiência reprodutiva de um rebanho através do número de bezerros nascidos e desmamados anualmente, e este número depende diretamente de fêmeas saudáveis, cobertas e fecundadas por touros que também sejam saudáveis e aptos à reprodução, que é justamente a função desse exame”, completa. “É muito importante, na avaliação do exame andrológico, antes de condenar um animal, saber quais touros podem passar por períodos de alterações devido à qualidade nutricional, idade ou época do ano, se tornando interessante a repetição do exame. Torna-se muito importante também a realização do exame de brucelose, que completa o exame andrológ ic o ” , finaliza Wanderley.


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por Marcelo Pereira de Carvalho

A elevação dos preços do leite e a política de importações

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pecuária

m média, nos últimos 15 anos, a produção inspecionada de leite no primeiro semestre do ano normalmente é 5,0% maior do que a produção no mesmo período do ano anterior. Contudo, os dados do primeiro trimestre de 2013 apontam queda na produção inspecionada de 1,4% sobre o mesmo período do ano anterior e embora não tenhamos os dados do segundo trimestre ainda, a expectativa é que o acréscimo da produção do primeiro semestre de 2013 sobre 2012 tenha sido mínimo - se é que houve. A disponibilidade de produtos lácteos por pes-

soa (considerando importações e exportações, além da produção) caiu ainda mais no primeiro semestre de 2013. Nosso cálculo indica que cada habitante teve à sua disposição no primeiro trimestre -4,3% de leite em comparação a 2012, mostrando que há escassez de leite no mercado. Essa escassez é que estimulou a forte elevação dos preços no atacado e no varejo, conforme visto no gráfico 1, que traz os amostrados pelo Cepea/USP. Os valores não estão corrigidos pela inflação, mas fica evidente que houve recuperação.

Gráfico 1. Evolução dos preços dos lácteos no atacado

Fonte: Cepea/USP, elaboração MilkPoint Mercado

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A menor disponibilidade de leite resultou em aumento de preços. Na realidade, a situação atual é reflexo de três fatos pontuais: 1) Crise de 2012, com preços em queda a partir de junho e custo de alimentação nas alturas; 2) Escassez de leite no mercado internacional; 3) Correção cambial, dificultando as importações. Nesse sentido, o governo parece considerar a redução ou eliminação da Tarifa Externa Comum, de 28%, para produto de fora do Mercosul, como uma tentativa de reduzir os valores. Uma questão importante a discutir é se a eventual redução das tarifas irá resultar em entrada de

leite nesse momento, reduzindo os preços e aliviando a inflação como supostamente pretende o governo. Se considerarmos os valores do leilão gDT, bem como o patamar de câmbio, em R$ 2,25 para julho, constataremos pelo gráfico 2 que nos últimos meses o valor do produto no mercado internacional ficou acima do preço médio pago ao produtor brasileiro, de forma que o fim da TEC não resultaria em maior entrada de leite nesse momento, gerando, por outro lado, insegurança ao produtor brasileiro, que não conta com as políticas públicas de vários países que poderiam exportar para cá sem impostos.

Gráfico 2. Preço teórico do leite no leilão GDT; preço do leite efetivamente importado pelo Brasil e preço pago ao produtor, em R$/litro.

Fonte: Cepea, gDT e MDIC, elaboração e concepção MilkPoint Mercado.

Os efeitos poderiam vir justamente quando não seria mais necessário importar: a partir de novembro/dezembro, quando espera-se uma maior oferta no mercado mundial, com redução de preços, no momento em que por aqui também a oferta aumenta. Por outro lado, pode-se argumentar que embora as cotações no leilão gDT estejam mais elevadas do que o leite nacional, o valor do produto que efetivamente entra no país tem resultado em custo abaixo do valor pago ao produtor. Em julho, por exemplo, a diferença teórica foi de R$ 0,05/litro a favor do leite importado, mais barato que as cotações internacionais. A diferença, portanto, existe, mas não é significativa no momento. Assim, além de pouco efetiva, o fim da TEC iria gerar insegurança e desestímulo para os meses e anos seguintes, criando um efeito cascata

e tornando o setor dependente das importações, piorando a balança comercial brasileira. Melhor seria estabelecer um programa de redução gradual das tarifas, caso o objetivo seja de fato inserir o Brasil em um ambiente de mercado mais livre – o que concordo plenamente. Esse processo, porém, teria de ser acompanhado por uma série de medidas de apoio, inclusive o fornecimento de infraestrutura básica para que possamos competir em condições de igualdade com quem não tem nesses fatores básicos uma fonte de limitação ao crescimento da produção.

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por Mara Oliveira

Cai o número de produtores pecuária

de leite no Brasil Motivo da queda está relacionado a custos de insumos e descontinuidade do trabalho dos pais por parte dos filhos

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tualmente, o Brasil está entre os maiores produtores de leite do mundo, uma vez que sua produção é praticamente o dobro da produção da Nova Zelândia, e mais do que o dobro da produção da Argentina, países considerados referência na produção mundial. Segundo dados do IBGE, no ano de 2006 nosso país reunia cerca de 930 mil produtores de leite, que entregavam sua produção diariamente aos laticínios credenciados pelo Serviço de Inspeção Federal – SIF. Mas no ano de 2012, o número de produtores caiu para 415 mil. Cenyldes Moura, Presidente da CALU (Cooperativa Agropecuária Ltda. de Uberlândia), explica que esse fenômeno se deu por conta dos seguintes fatores: • O aumento nos custos de produção; • As fortes importações, que diminuíram a lucratividade dos produtores; • A diminuição da mão de obra disponível para a atividade; • A concorrência de outras commodities agrícolas; • O aumento no preço inicial do insumo para produzir, ou seja, a terra. “Todos esses fatores, em conjunto, têm contri-

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buído para que a atividade leiteira se torne menos atrativa, e, consequentemente, muitos produtores tiveram dificuldades para continuar na produção. O resultado de tudo isso, é que grande parte dos produtores de leite não tem conseguido fazer sequer a sucessão familiar de seu negócio, pois seus descendentes buscam melhores oportunidades de renda nas cidades ou até mesmo em outras atividades rurais”, afirma Cenyldes Moura. Até mesmo o arrendamento de propriedades, ou parte dela, tem sido objeto de atividade para os produtores. Citando ainda os dados do IBGE, é possível verificar que, em 2006, havia apenas 8792 pecuaristas com produção superior a 500 litros por dia. Hoje em dia, esse número é de 35600 produtores, mostrando que, embora o número de produtores tenha diminuído, a produtividade aumentou, verificando-se também uma menor área utilizada para a atividade, isto é, a relação litros por área, indicando melhoria na produtividade e melhor aproveitamento da terra.


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pecuária

por Mara Oliveira

A Estação de Monta Período destinado à reprodução garante maior controle e rentabilidade de animais.

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estação de monta objetiva juntar os touros reprodutores às matrizes, com o objetivo de acasalamento em um determinado período do ano, variável em cada região do País.

Geralmente, o período da estação de monta de-

pende do clima e de diversos fatores temporais. Em lugares onde a chuva se antecede, como o sudeste, por exemplo, o período de novembro e dezembro se alonga até fevereiro e março. Já em regiões nas quais a chuva atrasa ou acontece em um pequeno período, como o Norte, a estação de monta inicia-se nos meses de janeiro e fevereiro, estendendo-se até maio e pág.

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abril. Este processo pode ser dividido em duas etapas. A primeira é considerada uma pré-avaliação das vacas e novilhas que entrarão para a estação. Nesta etapa, os touros também são avaliados mediante exames andrológicos. Posteriormente, realiza-se a segunda etapa, caracterizada pela junção das vacas e dos touros por um período de quatro meses. Esta etapa é organizada na proporção de um touro para cada 30 ou 40 vacas, dependendo da quantidade do rebanho geral. Segundo o veterinário Wanderley Pólo, apesar


de muito importante, a estação de monta não é realizada por todos os produtores rurais. E ele explica: “A realização da estação de monta exige grande controle do rebanho, como aplicação de vacinas, medicamentos e exames, e nem todos os criadores fazem isso. Além disso, é necessário o melhoramento de pastagens, qualidade da água, e, principalmente, mão de obra especializada. Todo esse controle se faz necessário porque nascem muitos bezerros seguidos, e caso falte algum desses fatores, há grandes chances de epidemias, levando à mortalidade do rebanho”. Muitos dos produtores optam por deixar os seus touros o ano inteiro com as vacas, acreditando que esse é o melhor sistema, proporcionando menos risco e maior comodidade. A estação de monta proporciona ao produtor simplificar a mão de obra, facilitando o manejo do rebanho devido ao nascimento de inúmeros bezerros em uma mesma época. Com isso, o desmame uniforme em um único período de tempo proporciona a avaliação do rebanho e, consequentemente, o melhoramento do gado. Neste período, o gado pode passar a estação da seca sem o bezerro “ao pé” da mãe, ação que impos-

sibilita o animal adulto de sentir o período seco. Comercialmente falando, a estação de monta proporciona ao criador ter uma noção precoce do que a fazenda irá produzir durante o ano, podendo, consequentemente, fazer um calendário de atividades, ou seja, um maior planejamento. E, finalmente, auxilia no descarte das vacas que não ficam prenhas, fazendo com que a propriedade consiga chegar ao nível máximo de produção. A estação de monta, sendo bem realizada e nas épocas determinadas a cada região, propicia inúmeras vantagens ao produtor. Quanto ao bezerro, oferece a concentração de nascimentos em uma época boa, na seca, relacionado à incidência de menos ecto e endoparasitas. Além da uniformidade dos bezerros, isso gera maior liquidez nas vendas. É garantida também uma alimentação adequada, pois quando o bezerro iniciar a pastagem aos 3 meses de idade, será no período de chuva, no qual o pasto é considerado ótimo. Quanto às matrizes, a estação de monta coincide com o período de melhor qualidade de pastagens e proporciona melhoramento da atividade produtiva, aumentando, assim, o índice de prenhez. No tocante aos touros, a estação propicia um descanso para os reprodutores, garantindo a sua recuperação e manutenção para a próxima estação. Além de facilitar a identificação dos touros inférteis ou subférteis, por meio dos exames andrológicos durante o período de descanso. NOVEMBRO de 2013

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CALU é Top Of Mind

Cooperativa está sempre em primeiro lugar na pesquisa encomendada pelo jornal Correio de Uberlândia, desde a primeira edição.

A Informe Publicitário

CALU recebeu, na noite desta terça-feira (13/11), no Castelli Hall, em Uberlândia-MG, o prêmio Top Of Mind. Essa é a 16ª edição da pesquisa realizada pelo jornal Correio de Uberlândia e pela 16ª vez consecutiva a Cooperativa conquista o título. Cerca de 400 pessoas, entre empresários, publicitários e executivos de diversos segmentos de negócios estiveram no evento. No total, 93 marcas foram as mais citadas pelos consumidores uberlandenses em 70 categorias. Neste ano, para eleger os mais lembrados do mercado, o instituto de pesquisa Expertise, de Belo Horizonte (MG), entrevistou 504 pessoas com idade entre 16 anos e 65 anos das classes A, B, C, D e E. A premiação foi dividida em três categorias: Premium, para a qual foram necessárias pelo menos

50% de citações espontâneas; Líderes, que receberam pelo menos 20% de lembranças espontâneas; e Destaque, que foram lembradas por pelo menos 10% dos entrevistados. A CALU ficou classificada na categoria Premium. A marca está em primeiro lugar na lembrança dos consumidores, quando o assunto é leite pasteurizado. “Esse prêmio é resultado do trabalho contínuo que a Cooperativa desenvolve para manter a qualidade dos seus produtos e a confiança dos consumidores. O título vem coroar as nossas ações e nos motivar a manter o crescimento da marca”, comenta presidente da Cooperativa, Cenyldes Moura Vieira. Mais informações: Assessoria de Comunicação CALU Érica Magalhães MF Comunicação (34) 9199-9944 www.mfcomunica.com.br

CALU dá início às obras da nova indústria de laticínios

Serviço de terraplanagem começou nesta segunda-feira.

A

s obras da nova indústria de laticínios da CALU começaram a todo vapor, nesta segunda-feira (23), com o início do serviço de terraplanagem, cujo término está previsto

para daqui a 20 dias. Uma comitiva formada pela diretoria da Cooperativa, cooperados representantes dos Comitês de Entrepostos e alguns colaboradores visitou, hoje, pela manhã, o terreno para conferir as obras de perto. “Agora o nosso sonho começa ser concretizado. A nossa expectativa é que, dentro de um ano, inauguraremos a nossa nova fábrica. Um desejo de mais de 3 mil associados da CALU. Estamos muito felizes

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de estarmos cumprindo com o nosso papel, tendo a responsabilidade de realizar essa obra”, comemora o presidente da CALU, Cenyldes Moura Vieira. A nova indústria será instalada no Distrito Industrial de Uberlândia, num espaço de 64 mil metros quadrados, com aproximadamente 10 mil metros de área construída. A CALU utilizará as mais avançadas tecnologias para a industrialização do leite, em um layout moderno e funcional, garantindo produtos de qualidade para o consumidor. Com o investimento superior a R$ 36 milhões, a nova planta terá a capacidade de processamento de 300 mil litros de leite por dia. AUTOR: Ascom CALU


CALU realiza seminário técnico sobre gestão e qualidade na pecuária leiteira Cooperativa trouxe consultor da Nova Zelândia para falar sobre gestão da qualidade de leite aos cooperados.

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entro das atividades anuais promovidas pela Divisão de Apoio ao Cooperado e Departamento de Assistência Técnica da Cooperativa Agropecuária Ltda de Uberlândia – DAC/ DAT - CALU, foi realizado, nesta terça-feira (12/11), no Hotel Parati, em Uberlândia – MG, o “Seminário técnico sobre gestão e qualidade na pecuária de leite”. O evento contou com a participação de mais de 60 cooperados que fazem parte do programa de assistência técnica da Cooperativa. A CALU preparou um dia de palestras técnicas com o objetivo de atualizar os produtores na atividade leiteira, focando, especialmente, a questão da qualidade. Pela manhã, o presidente da CALU, Cenyldes Moura Vieira, e o diretor administrativo, Marino Santos de Resende, falaram sobre a produção de leite, o mercado e a competitividade. Foram apresentados o cenário econômico da pecuária leiteira e como a Cooperativa está preparando-se para o crescimento, em função da construção do novo laticínio. Em seguida, o administrador de empresas, diretor e consultor da Antares Consultoria, Walmes Mendonça, fez uma apresentação sobre excelência na gestão rural. “O produtor tem que se ater ao planejamento, organização, à direção e ao controle da atividade leiteira. Só assim ele terá condições de desenvolver o seu negócio, encontrando estratégias para atingir resultados de acordo com os indicadores de desempenho desejados”, ressaltou. Após o intervalo do almoço, o gerente da Divisão de Apoio ao Cooperado e Departamento de Assistên-

cia Técnica da CALU, Robin Rodrigues, apresentou o novo plano de assistência técnica da Cooperativa. Por fim, o diretor e consultor da Quality Consultants of New Zealand – Qconz, Bernard Woodcock, conduziu uma palestra, na qual apresentou a potência da atividade leiteira na Nova Zelândia e discorreu sobre as questões que envolvem a qualidade do leite. Ele detalhou o manejo da ordenha, exemplificando os pontos em que o produtor peca e perde na qualidade e deixou algumas dicas técnicas importantes para obter sucesso na produção leiteira. “Não importa como se faz a ordenha, o essencial é que seja feita de forma higiênica, sempre respeitando as boas práticas agropecuárias”, acentuou. O produtor André Parreira de Castro, cuja propriedade está localizada em Monte Alegre de Minas, ficou satisfeito com o evento. “Para mim foi excelente, proporcionando-nos a ter uma visão geral de gestão. Acredito que encontros como esse devem ser constantes na Cooperativa, pois quando assimilamos a teoria e colocamos em prática, conseguimos ótimos resultados. Na minha avaliação, a perspectiva de mercado é animadora, mas temos que estar prontos para enfrentar os problemas que possam eventualmente aparecer, e a preparação técnica é essencial nesses momentos de incertezas”, ponderou. Mais informações: Assessoria de Comunicação CALU Érica Magalhães MF Comunicação (34) 9199-9944 www.mfcomunica.com.br

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CALU e Senar encerram mais uma etapa do programa GQC Produtores aprenderam a gerir a atividade leiteira com qualidade.

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Cooperativa Agropecuária Ltda. de Uberlândia – CALU e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Minas realizaram, na manhã desta sexta-feira (25/10), na sede da CALU, em Uberlândia – MG, o encerramento de mais uma etapa do programa “Gestão com qualidade em campo” – GQC. Essa é a sexta turma formada pela Cooperativa, da qual fizeram parte 10 propriedades rurais representadas pelos seus proprietários, cooperados da CALU. Desde agosto, os produtores participaram do curso que foi conduzido pelo consultor do Senar, Walmes Mendonça. No programa, eles têm a oportunidade de aperfeiçoar a gestão com qualidade dos processos, nas propriedades, para atender às exigências do mercado. O objetivo do treinamento é estimular uma mudança cultural, transformando o produtor em “empresário rural”. “O GQC amplia conhecimentos das variáveis dentro e fora da porteira, difunde conhecimentos de gestão e qualidade para o produtor e sua aplicabilidade na fazenda, além de fomentar a importância de gerenciar processos e implementações de indicadores de desempenho. Ele dissemina ainda ferramentas da qualidade para solucionar problemas, promover melhorias contínuas e estimular a adoção de técnicas que permitam a rastreabilidade dos produtos, segurança alimentar e certificação”, explica Walmes Mendonça. Segundo o consultor, os participantes saem do

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curso com um planejamento estratégico para os próximos cinco anos. “Eles aprenderam que gerenciar com qualidade é uma opção de vida e com isso a empresa só tende a lucrar. Para dar certo, é preciso paixão, disciplina e determinação. A partir de agora, eles devem continuar, aperfeiçoar, gostar e sentir mais a filosofia da qualidade”, orienta Mendonça. O gerente regional do Senar Minas, Flávio Henrique Silveira, participou do encerramento do curso. Ele ficou satisfeito com os depoimentos e falou sobre a iniciativa da Cooperativa e dos cooperados participantes. “A CALU sempre foi parceira do Senar e temos obtido resultados muito importantes junto aos produtores da região, por meio dessa parceria. Acredito que os produtores rurais, assim como qualquer profissional, devem investir algumas horas no ano em treinamento, reciclagem, busca de novos conhecimentos. Esse curso somou-se 80 horas de aulas práticas e teóricas. Portanto, vocês fizeram um grande investimento”, destacou. Sobre os resultados do GQC, Silveira salientou a importância de uma administração profissional na pecuária leiteira. “A visão empresarial é o que nos falta para o sucesso na atividade e foi isso que o GQC ofereceu a vocês. É preciso agora lançar mão das anotações, aprender a melhor forma de fazê-las e interpretá-las. A atividade rural é cheia de altos e baixos, entretanto, quando se está preparado, com as rédeas firmes do negócio nas mãos, não há oscilação de mercado que prejudique a atividade. Parabéns a todos vocês por essa formação”, declarou.


O presidente da CALU, Cenyldes Moura Vieira, também deixou sua mensagem aos participantes. “Parabenizo pela sábia atitude dos produtores cooperados que atenderam ao chamado da CALU para participarem dessa 6ª turma do GQC. Meu muito obrigado a todos por aceitarem o nosso convite. Esse é um curso de elite. Já participei do programa, em 2006, na segunda turma formada pela Cooperativa, e sei como ele é um divisor de águas na gestão da atividade leiteira. O GQC tira a venda dos nossos olhos, trazendo uma visão de oportunidade. No meio rural, a evolução das técnicas vem muito rápida e temos que acompanhá-la. O mercado hoje exige muito a qualidade e temos que nos profissionalizar para atender a essa demanda”, reiterou. A participação das mulheres no curso foi outra questão que foi ressaltada pelo presidente. “Já diz o ditado que, justamente, foi atualizado: ao lado (não atrás) de um grande homem há sempre uma grande mulher, então, vocês produtores, valorizem suas esposas e filhas. Elas têm uma melhor visão das oportunidades e ajudam os homens a buscarem o sucesso. Parabéns a todos”, finalizou. O vice-presidente da CALU, Hamilton Wagner, também manifestou a admiração pelo programa GQC e deixou seu recado aos participantes. “Eu também participei do GQC e posso afirmar que ele foi para mim a maior porta de entrada para participar das atividades da Cooperativa. Fui incentivado pela

minha esposa e, por isso, acredito que a família deve estar sempre presente. A mensagem que deixo é que pratiquem o que aprenderam, porque as mudanças são constantes e temos que nos adaptar. Eu melhorei muito na minha atividade, colocando em prática o que aprendi no GQC. Vamos desfrutar mais da área técnica da Cooperativa. Temos que estipular metas e objetivos. Muitas vezes nem é necessário investimentos para crescer na atividade, mas trabalhando melhor o que temos em mãos, pode nos trazer ótimos resultados. A nossa fazenda é a nossa empresa, por isso, vamos trabalhar com satisfação e motivação”, disse. Todos os produtores participantes agradeceram à CALU e ao Senar pela oportunidade e aprovaram o curso. Para o casal, Carlos Galeno de Almeida e a esposa Fátima, o GQC foi a oportunidade de recomeçar pela terceira vez na atividade. “O curso nos motivou e nos deu nova visão de futuro. Passamos encarar a gestão com mais seriedade, implementando técnicas administrativas dentro de um plano de negócios. Estamos entusiasmados e prontos para nos tornamos grandes, daqui para frente”, concluiu o cooperado.

Mais informações: Assessoria de Comunicação CALU Érica Magalhães MF Comunicação (34) 9199-9944 www.mfcomunica.com.br

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Holandês

por Melina Paixão

Fonte: Arquivo Pessoal Fazenda Cipó

Primeira vaca holandesa nacional EX 95 é filha de

touro da CRI Genética

Classificação anunciada em setembro demonstra a importância da Central na evolução do melhoramento genético brasileiro

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primeira vaca holandesa brasileira a receber classificação Excelente 95 (EX 95) é uma filha de Wil-Tel Alvin, touro americano contratado e provado em rebanhos da CRI Genética. A avaliação de Chácara Cristalina Gelada Alvin, feita no dia 11 de setembro, aconteceu na Fazenda Cipó, em Castro (PR). A vaca foi criada por Egon Kruger, e os atuais proprietários são Luiz Godói, Regine Noordegraaf e seus filhos. De acordo com Francisco Aragão, gerente comercial e supervisor de vendas da CRI Genética, Alvin era um touro de “bastante produção leiteira, que aliavaaltas características de tipo”. Durante quatro anos, foram comercializadas doses de sêmen do re-

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produtor, que sempre pertenceu à central. Antes dessa classificação para tipo concedida à Gelada, apenas fêmeasestrangeiras eram portadores do EX 95. De acordo com o superintendente substituto do Serviço de Registro Genealógico (SRG), da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH), doutor Pedro Guimarães Ribas Neto, a Análise da Conformação ou Classificação para Tipo são programasde avaliação linear das características biológicas do tipo, ou seja, do fenótipocorpo do animal. Para chegar-se à pontuação final, são avaliados atributos isolados, pela observação de um extremo a outro. Estatura, largura de úbere e comprimen-


to de tetos entram nessa medição. Características de potencial econômico e importância funcional, como a profundidade de úbere, também são determinadas com as mensurações, indicando indivíduos mais produtivos, longevos e saudáveis. Os padrões a serem utilizados são aprovados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que, posteriormente, recebe os dados da análise e encaminham para realização do Teste de Progênie. “As classificações tornam os rebanhos holandeses mais competitivos, pois, identificando os pontos fortes e fracos, os criadores podem direcionar a aquisição de sêmen e obter melhores progênies. Consequentemente, a raça também melhora sua longevidade e se fortalece enquanto concorrente de outras raças leiteiras”, resume o superintendente. Mais que indicar uma nota, o procedimento agrega valor comercial, auxilia nos acasalamentos, corrigindo os pontos negativos, e fornece informações determinantes para o descarte de animais. A Fazenda Cipó Chácara Cristalina Gelada Alvin foi adquirida pelos atuais proprietários, em 2007, assim que se iniciou a pecuária leiteira na Fazenda Cipó, de Dona Regine Hana Noordegraaf e seus filhos. Luiz Godói, seu genro, é quem está à frente da atividade leiteira na fazenda. A união do manejo diário na Cipó com as características naturais do animal fez com que Gelada se consolidasse como uma fêmea de referência nacional. De acordo com Luiz Godói, desde a chegada de Gelada à fazenda, notou-se que ela se destacava no rebanho. Confirmação disso,em 2009, a holandesa foi classificada EX 90. Posteriormente, no ano de 2011, obteve a pontuação EX 93 e, enfim, em setembro de 2013, consagrou-se como uma EX 95. Luiz Godói enumera as premiações de Gelada. “Na ExpoCarambeí 2010, foi a Campeã Vaca Adulta. No ano de 2012, na mesma exposição, levou título de Campeã Vaca Vitalícia, Campeã Úbere Adulto e Grande Campeã. Ainda em 2012, na Agroleite, foi Reservada Úbere Adulto, 3ª Melhor Fêmea e Campeã

Vaca Vitalícia. Em 2013, foi novamente Campeã Vaca Vitalícia na Agroleite e Campeã Vaca Vitalícia, agora na Expoleite”. Hoje, na Fazenda Cipó, são mantidas 176 vacas em lactação, sendo que todos os animais são registrados na Associação e estão em Controle Leiteiro Oficial, de acordo com o superintendente substituto do SRG da APCBRH. “As vacas da propriedade são 100% classificadas para Análise da Conformação, e os dados de produção estão entre os melhores da bacia leiteira da região”, explica o doutor Pedro Guimarães Ribas Neto. A criação O criador da primeira EX 95 brasileira foi Egon Kruger, que tem sua propriedade em Palmeira (PR). A genética materna vem de outra criação de Egon, a Chácara Kruber Eflora da Jardon MB 88, que foi inse-

Julgamento Vaca Vitalícia Agroleite 2013 - Gelada foi a Campeã

minada com sêmen do touro Alvin, uma indicação da equipe da CRI. O nome escolhido foi devido à Gelada ter nascido “em um dia de muito frio aqui na fazenda”, comenta o criador, como curiosidade. Egon Kruger diz ter ficado feliz pelo proprietário de Gelada e também “por ver uma vaca de 11 anos ainda saudável. Luiz Godói divide comigo os bons resultados dela, faz com que eu participe dos acontecimentos. Gelada é um animal fora de série”, acrescenta. A atual EX 95 nacional teve oito partos e tem quatro filhas registradas, nascidas por Transferência de Embrião (TE). No decorrer de suas lactações, somou mais de 80 mil quilos de leite produzidos. NOVEMBRO de 2013

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por Mara Oliveira

Girolando

Girolando inicia testes com tablets para registro de animais

Bicampeã na Megaleite, Mila Carvalho lidera ranking nacional de criadores de Girolando

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s procedimentos de campo, executados pelos técnicos da Girolando durante a inspeção de animais para obtenção do registro genealógico, que antes eram feitos de forma manual, passarão a ser executados através de equipamentos do tipo Tablet. As primeiras simulações foram feitas no Centro de Performance Girolando e em rebanhos de criadores. Testes também foram feitos durante alguns atendimentos técnicos e serão intensificados nos próximos dias, até que o sistema seja validado pela Superintendência Técnica e pelo Departamento de Tecnologia da Informação, sendo posteriormente liberado aos técnicos da Girolando. O sistema recebeu o nome de PureM, um dos módulos integrantes do sistema PureGH, que engloba todos os serviços disponibilizados pela Girolando. Com a utilização do Tablet nos serviços de campo será possível também incluir a fotografia no certifipág.

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cado dos animais com genealogia desconhecida (GD), conhecidos como LA, além de agilizar o cadastro das informações do registro, que serão enviadas diretamente ao banco de dados da Girolando. A medida possibilitará ainda a impressão dos certificados logo após a visita do técnico. Como o sistema funcionará em modo off-line, o atendimento com o Tablet poderá ser realizado em qualquer localidade, mesmo que não haja sinal de internet. “Após o atendimento, assim que o técnico conectar o equipamento à internet, os dados serão enviados à Girolando e já estarão à disposição do criador no sistema Web Girolando. O PureM é mais uma etapa do projeto de modernização e informatização do registro de animais Girolando”, esclarece o superintendente Técnico da associação Leandro Paiva. FONTE: ABCG


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Girolando

Fazenda fortaleza

R FORTALEZA

www.rfortaleza.com.br

Uma nova marca alicerçada em basesR FORTALEZA de tradição. A evolução de genética Girolando através de gerações de pai para filho, ou por que não dizer também, em termos animais, de avô (Netuno) para neto(Lux). pág.

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tradicional criatório de Girolando São Marcos está localizado em São Gabriel do Oeste, MS, fundado em 1989, por Rubens Belchior da Cunha, que sempre primou pelo uso de genética superior, desde quando compradas as primeiras matrizes, adotando o uso de tecnologias como a inseminação artificial. Em 2003, vendo o sucesso dos animais produzidos na fazenda, o seu filho, Rubinho, decidiu participar pela primeira vez de uma exposição com animais de seu criatório. O sucesso foi tanto que em sua primeira participação, sem qualquer experiência, Rubinho foi contemplado com o prêmio de Melhor Criador da Exposição de sua cidade Campo Grande a capital do estado, em 2004. Entusiasmado com o teste de progênie de touros da raça Girolando, Rubinho passou a viver o sonho de transformar o criatório em um grande produtor de touros, com genética superior, para cristalizar a genética da raça e consolidar o touro Girolando no plantel dos criadores que nele ainda não acreditavam. Em 2007, nasceu a amizade e a identidade de sonhos com o criador Denilson Lima de Souza. No ano seguinte, chegou o animal que mudaria o destino do criatório São Marcos: contratado pela Alta Genetics e admitido e ingressado no teste de progênie da raça Girolando, o touro Netuno naquele mesmo ano

Sr Rubens e Netuno em Uberaba 2006

alcançou o título de Reservado Campeão Nacional, e sua primeira filha, Vênus, obteve o título de 3ª Melhor Bezerra Sênior, da Exposição Nacional, em Uberaba, MG. E mais: a fêmea foi o primeiro animal premiado nacionalmente, oriundo do estado de MS, ainda conjugando com o resultado do teste de progênie, na mesma exposição, em Uberaba, comprovando o pai de Netuno como o 2º melhor touro para leite da raça Girolando ⅝ com o maior número de filhas.Netuno touro já bastante conhecido na raça Girolando é responsável por um grande número de doses já comercializadas nacionalmente e tambem exportadas para outros países . Todas esses resultados serviram como impulso para a São Marcos, que adquiriu a vaca Urik Vista Alegre, mãe de Netuno, para produção de touros e doadoras, além da doadora Estufa Belwood Três Passagens, Recordista Nacional de Lactação e Novilha ⅝. Ainda em 2008, a São Marcos adquiriu em preço recorde para uma aspiração na raça girolando então na época da vaca Laranja Santa Luzia, a mais importante doadora ¼, com filhas recordistas nacionais de torneio leiteiro, novilha e de lactação, também na categoria Novilha. A aquisição da aspiração da Laranja foi feita juntamente com o criador Denilson Lima de Souza do NOVEMBRO de 2013

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Girolando

Conjunto de filhos de NETUNO

Girolando DLS Pantanal, produzindo o animal mais importante de ambos os criatórios hoje: o touro Rocky Goldwin FIV RDMS, um touro ⅝, filho do espetacular Braedale Goldwyn. Rocky é um dos touros Girolando com pedigree dos mais consistentes da raça, tanto que, ainda bezerro, foi contratado pela Alta Genetics. Quando foi inscrito no teste de progênie, foi prontamente aprovado, participando da 13º bateria, com resultado previsto para 2018. O ano de 2010 presenciou um novo marco: na primeira participação em torneios leiteiros, a fêmea Gil São Marcos, de ¼ de sangue, venceu o torneio leiteiro da Expogrande. No ano seguinte, com o encerramento da sua lactação oficial, controlada com todas as pesagens realizadas por técnicos da Associação, A vaca que era crioula da seleção da fazenda São Marcos tornou-se a SEGUNDA maior lactação da raça Girolando, no grau de sangue ¼. Fato que perdura até os dias de hoje, conforme o último relatório divulgado pela Associação. Ainda em 2011, os touros Rocky e Júpiter ingres-

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saram no teste de progênie da raça Girolando, sendo contratados pela Alta Genetics.E ambos contribuindo hoje para grande parcela de venda de sêmen da raça Girolando , trilhando mesmo caminho de Netuno e também exportando material genético para outros países. No ano de 2012, o já tradicional Girolando São Marcos se mudou para as margens da BR 262, próximo à capital do Estado de MS, e Rubinho ficou responsável pelo controle total dos animais, dando início a um novo trabalho. Um novo lugar, com a marca R da Fortaleza, em localização privilegiada, agora com uma vitrine para a raça e estrutura para manter o que já havia de bom e tradicional na antiga marca, agora, impulsionada pelo novos planos. Neste ano, o touro Mark ingressou com sucesso no teste de progênie da raça. No ano de 2013 o touro Evoque foi convocado pela Associação para participar da primeira prova de pré-seleção de touros da raça Girolando no IFTM. Ainda neste mesmo ano nasceu o animal que deve dar continuidade ao sucesso do ⅝ Puro Sintético,


neto materno de Netuno e filho de Júpiter: o touro LUX JÚPITER R DA FORTALEZA. O Condomínio RDMS surgiu da união dos grandes criadores Rubens e Denilson (formadores da sigla RD), proprietários da marca, aliada à sigla MS, respectivo Estado onde estão os criatórios. O Girolando DLS Pantanal surgiu há 10 anos, com foco na busca pelo melhoramento genético. Foi o primeiro criatório de Girolando de Mato Grosso do Sul a participar de um torneio leiteiro nacional, com a vaca Saudade, que produziu 64,3 kg/ dia, na Megaleite 2009. No ano seguinte, o touro Girolando ¾ Jordan Goldwyn foi selecionado para o teste de progênie da raça, contratado pela ABS PecPlan. Já em 2012, a novilha ¼ Alícia Radar DLS Pantanal foi Recordista Nacional da raça em torneio leiteiro, durante a Feileite/ SP, com produção média de 43,1 kg/ dia. A bateria de animais da DLS Pantanal tem conquistado inúmeros prêmios em exposições regionais e nacionais. E para se destacar ainda mais nesse mercado, em 2009 surgiu a união da Girolando DLS Pantanal e Girolando São Marcos, dois criatórios tradicionais, com foco no melhoramento genético de seu rebanho, dando início a Girolando RDMS. Se a união faz a força, a conseqüência é sempre muito pesada. No balde, na evolução genética, no reconhecimento.

Rubinho e Denílson com o touro Rocky

Denilson e Alícia Radar

Netuno

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TABAPUÃ

Mufla FIV de Tabapuã, Grande Campeã, da Fazenda Água Milagrosa. Boina FIV Cabo Verde, Reservada Grande Campeã, da Fazenda Santa Lúcia.

Grande Campeonato Tabapuã na Exposição de São José do Rio Preto

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O Presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Tabapuã – ABCT, Sr. Paulo Brom, esteve presente na 52ª Exposição de São José do Rio Preto para prestigiar mais

um evento da raça Tabapuã. O julgamento da raça aconteceu nos dias 04 e 05 de outubro no parque de exposição agropecuária da cidade e contou com a participação dos seguintes expositores associados: Fazenda Água Milagrosa, Sarita Junqueira Rodas, Antonio Guerino Ortence, Bruno Henry Gregg, Marcelo Ártico, Marcos Germa-

Marco FIV de Tabapuã, Grande Campeão da Água Milagrosa

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no, Francisco Sijavan, Armando Visioli, Renato Fernandes, Valmor Stofela e Carlos Otto Laure e Condomínio. A ABCT, parabeniza a todos os expositores pela preparação de seus animais e em especial à Grande Campeã Fhada Fiv Zein e ao Grande Campeão Fusion Fiv Zein, ambos, de propriedade do Sr. Antônio Guerino Ortence. Parabeniza ainda, pela organização e acolhimento na casa do Tabapuã em S. J. Rio Preto à Fazenda Água Milagrosa e Terras da Ártico. FONTE: WWW.tabapua.org.br

Concord FIV da NGT, Reservado Grande Campeão da Buona Sorte


3210-1500 jdsilagens@hotmail.com (34)

Juliano (34)9664-7000

(34)9219-7000 (34)9988-7000 NOVEMBRO de 2013

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Exposição substitui antiga Feileite que era realizada no Agrocentro em São Paulo. Esta será a 5ª e última etapa do Ranking do Torneio Leiteiro da Raça Simental

A SIMENTAL

qualidade do Simental de dupla aptidão no Brasil experimenta um grande salto genético nos últimos anos. Essa evolução na herança biológica e produtiva será apresentada durante a SP Interlactea 2013 - Exposição Internacional do Agronegócio do Leite, evento que substitui a Feileite que acontecerá de 11 a 16 de novembro, no parque de exposições Dr. Fernando Cruz Pimentel, em Avaré - SP. O melhor dos exemplares top premium dos nossos selecionadores estará na pista de julgamento e na última etapa do Ranking do Torneio Leiteiro da Raça Simental. A exposição da raça é organizada em conjunto pela Associação Brasileira de Criadores das Raças Simental e Simbrasil (ABCRSS) e o Centro Paulista da Raça Simental (CPRS). O juiz será Plínio Paganini Filho, técnico com experiência no mercado nacional e internacional. Investimentos recentes em controle leiteiro oficial das vacas (convênio da ABCRSS com o PARLPR – Programa de Acompanhamento do Rebanho Leiteiro do Paraná) permitiu alavancar o Programa de Melhoramento Genético conduzido pela Associação, respondendo pelo rápido crescimento do plantel da raça no País. “Na Agroleite (Castro/PR) apresentamos oficialmente ao mercado a raça Simlandês, um cruzamento que leva 5/8 de sangue Simental. O Simlandês torna-se uma excelente alternativa para a pecuária leiteira brasileira em função do alto teor de sólidos e baixa contagem de células somáticas (CCS), pois com o pagamento por qualidade de leite, estes fatores rendem ao produtor hoje, um acréscimo em torno de R$ 0,06 por litro de leite pago pelo laticínio”, lembra Alan Fraga, criador e presidente da ABCRSS. Para este ano ABCRSS/CPRS preveem inscrever 80 animais da mais alta qualidade genética. O torneio leiteiro terá oito ordenhas distribuídas entre os dias 12 e 14 de novembro. Os julgamentos acontecem nos dias 15 e 16 de novembro. Além dos excelentes resultados que todo ano a raça alcança no torneio leiteiro e na pista de julgamento, os criadores de Simental de dupla aptidão (carne e leite) deverão com-

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putar bons negócios e o interesse de muitos pecuaristas. Como em 2012, acontecerá a final do Ranking Nacional do Torneio Leiteiro da Raça Simental - após as etapas de Itapetininga/SP, Uberaba - MG, Batatais - SP e Castro - PR. “Vamos trazer a nata do leite para este evento”, finalizou Alan. Sobre a SP Interlactea 2013 - A Exposição Internacional do Agronegócio do Leite, a SP Interlactea 2013, mantém a tradição de um dos maiores eventos da cadeia produtiva de leite da América Latina. O evento acontecerá de 11 a 16 de novembro, no parque de exposições Dr. Fernando Cruz Pimentel – Avaré (SP). A SP Interlactea 2013 substitui a extinta Feileite, que era realizada no Agrocentro (SP). A exposição é organizada pela Companhia Paulista de Eventos e Turismo - CPETUR, pelo Sindicato Rural de Avaré contando com a colaboração técnica e institucional direta da Secretaria da Agricultura e Abastecimento e das associações nacionais de criadores de pecuária leiteira.

Informações e atendimento à imprensa: ContatoCom | (15) 3326-3331 / 3332 / 3334 Miro Negrini | (15) 98159-9000 | miro.negrini@contatocom.com Sandra Lima | (15) 98159-8000 | sandra.lima@contatocom.com FONTE: SimentalSimbrasil


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por Mara Oliveira

2º Leilão Nelore É o Amor, Zezé Di Camargo e Amigos

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NELORE

o dia 08 de outubro, o Brooks Bar, em São Paulo, SP, foi palco do 2º Leilão Nelore É o Amor, Zézé Di Camargo e Amigos. Na ocasião, se reuniram grandes criadores nacionais, inclusive criadores uberlandenses, além de inúmeros famosos e amigos do cantor Zezé Di Camargo. Para o leilão, Zezé escolheu a dedo os melhores exemplares de seu plantel. A qualidade acima de tudo foi o que também norteou a oferta de seus amigos. Segundo Murilo Canedo, diretor do Nelore É o Amor, organizar um leilão que carrega o nome de um dos maiores artistas do Brasil é uma grande responsabilidade. “Sem dúvida nenhuma, temos a responsabilidade de carregar e mostrar um material de excelência, e também uma grande responsabilidade pela parte da música. O Zezé sempre trabalhou com muito profissionalismo, e nós temos que trazer isso do palco para o leilão”. Superando as expectativas, e com animais rigorosamente selecionados para apresentação, o leilão É o Amor foi sucesso total. “Toda a seleção dos animais é feita na fazenda, em Araguapais, GO, no vale do Araguaia. Fazemos a seleção baseada nos animais Nelore, sempre tripé de seleção. Procuramos sempre ter as melhores doadoras num trabalho muito forte em produção de animais de campo, e o que mais temos buscado na região são touros avaliados. É uma região multiplicadora, por isso, temos que estar bastante intensificados em avaliações genéticas, em cima, principalmente, dos touros, não deixando de lado o melhoramento genético das doadoras, que por sua vez, irão melhorar as nossas bases”, conta pág.

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Canedo, que ainda completa: “O nosso diferencial é o profissionalismo e a seriedade, que o Zezé tem em tudo que faz”. Segundo Nilo, gerente e zootecnista da Fazenda Mata Velha, o trabalho de Zezé Di Camargo é definido pelo próprio nome É o Amor. Sua dedicação no trabalho, ano após ano, cada investimento e parceira transformam muito amor em trabalho e raça. “Toda vez que vejo o trabalho do Zezé, sou surpreendido com a qualidade, precocidade e beleza racial. O ponto forte do Nelore É o Amor, sem dúvidas, é a genética, pois o Zezé não mede esforços em buscar as melhores genéticas da atualidade, de todo o país, e, com isso, seu gado está cada vez mais forte geneticamente. O criador também vem melhorando a cada dia o seu manejo, equipe, e o seu gado extraordinário”. A Fazenda Mata Velha levou ao leilão uma grande estrela: a filha de Marrarachi II com o Bitelo, em condomínio com a Unimar (Universidade de Marília), uma doadora nova que já proporcionou grandes alegrias a essa parceria. A Fazenda Nova Trindade também marcou presença na grande noite de remates, representada por Paulo Afonso Trindade Frias. Fazendo uma avaliação da seleção Nelore é o Amor, Paulo Afonso é só elogios. “Antes mesmo do leilão, fiz ao Zezé três elogios: um grande artista, um grande ser humano e um grande criador de gado zebuíno. Ele vem se destacando com um tra-


balho importante. Não se trata de um mero comprador, por ser uma personalidade, mas sim, um amante do Zebu, em especial, do Nelore. Zezé desenvolve um grande trabalho, e acredito que, em breve, estará despontando nas pistas entre os grandes criadores, o que fatalmente, lhe trará grandes prêmios, por ser uma personalidade importante para a raça”. Paulo também salienta que a qualidade é sem dúvidas o ponto crucial do Nelore É o Amor. “São animais recheados de qualidade, vindos da Mata Velha, de propriedade do Sr. Jonas, que encara a fazenda com grande profissionalismo, além de ter uma cabeceira fantástica. Animais do Sr. Cícero de Souza, outro grande criador, também fazem a diferença. Foi uma noite de muita qualidade apresentada em pista, uma forte disputa e uma homenagem aos zebuínos, em especial ao Nelore”. Esteve presente na grande noite de remates o criador Ricardo Tannus, da Nelore Fato, de Santo Antônio do Monte Alegre, mais novo sócio de Zezé Di Camargo. “É muito bom trabalhar com a genética e com pessoas extremamente profissionais. Estamos desenvolvendo um projeto muito especial. Já conheço a família Nelore É o Amor, inclusive fomos sócios em algumas vacas - a Sula, por exemplo -, mas é a primeira vez que compro.” Não bastasse as estrelas na pista, o cantor e criador Zezé Di Camargo contou-nos um pouco da sua vida de artista e criador, além da sua percepção do Leilão É o Amor.

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InteRural: Como conciliar a vida de artista com a pecuária? Zezé: “É complicado. É preciso ter uma equipe, assim como na música. Na pecuária acontece da mesma maneira. São equipes distintas, mas, quando acionadas, trabalham em conjunto. Por exemplo: nos dois últimos dias trabalhamos em conjunto, pois tive que conciliar show e leilão.” InteRural: O que lhe proporciona mais alegria ao criar Nelore? Zezé: “Ver um animal, na fazenda, crescendo e ganhando corpo. Eu vi uma bezerrinha há dois anos, e hoje é uma vaca. Sempre fui idealizador, tanto que sou compositor da maioria das minhas

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músicas, então idealizei a minha carreira, minhas músicas, e também a pecuária. É como montar um time de futebol. Eu queria criar primeiro a base, até montar todo o time, e não comprar jogadores prontos. Com a pecuária, é mais ou menos isso: você começa comprando para fazer a base e, depois disso, você vai se tornando criador”. InteRural: Qual foi a sua percepção geral do leilão? Zezé: “A melhor possível. O evento foi recorde de público e a casa ficou linda. Foi um leilão moderno, em uma casa moderna, e fizemos uma grande festa. Eu não faço leilão, faço festa, quero sempre que as pessoas se divirtam”.


Expoinel 2013 é sucesso em vendas e crescimento

Genética de peso e qualidade foi apresentada na feira internacional do Nelore.

A

vEntre os dias 19 e 29, o Parque Fernando Costa, em Uberaba, MG, foi palco para um maravilhoso show apresentado pela raça Nelore. A 42ª Exposição Internacional do

Nelore – Expoinel - realizou 12 leilões oficiais, sendo eles 10 de Nelore, 01 de cavalos da raça Mangalarga

Marchador, e outro de Gir Leiteiro e Girolando, superando as expectativas dos mais otimistas. Um faturamento inédito de R$ 22, 833 milhões mostrou a todos o notório crescimento, quando comparado à edição passada, em 2012, comprovando a força da raça Nelore no mercado leiloeiro e a importância de se ofertar uma genética de ponta, que resulta em carne de qualidade para todo o mundo. Os principais leilões Começando com o Leilão Linhagem Favacho Mangalarga Marchador pelo C2Rural, faturando R$ 1,5 milhão em comercializações, em uma noite de grandes estrelas desfilando em pista. Em seguida foi a vez de a Fazenda Terras de Kubera e Convidados, que ofertaram 34 lotes das raças Gir Leiteiro e Girolando, chegando a um faturamento de R$ 732 mil, com uma média geral de R$ 21 mil. Entre animais de porte singular, o touro Fargo TE Kubera foi o grande destaque, com 50% de sua propriedade vendida por R$183 mil. Em meio a tanta raça e qualidade, os leilões de Nelore foram abertos com o tradicional Aliança & Convidados, que, neste ano, comemorou a sua décima edição, e, pela primeira vez, realizou o seu pregão durante a noite, faturando R$ 918 mil, com a média de R$ 34,64 mil por lote. A prenhez da Hematita da HRO com ZERO TE J foi a grande atração da noite, sendo arrematada por R$ 98 mil. A edição do Brumado, promovido por Tinoco de Carvalho, ofertou somente animais Nelore POI. O pregão rendeu um total de R$ 714 mil, com uma média de R$ 17 414, 63 - pelos 41 lotes ofertados. O evento apresentou uma alta de 77% se comparado à edição passada. No domingo, o Qualidade Futurity mostrou a todos diferenciadas prenhezes e bezerras de tradiNOVEMBRO de 2013

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cionais criadores, com o melhor da genética das Fazendas Baluarte, Carpa Serrana, Nelore Colorado, Guadalupe, HVP Agropecuária e Mata Velha, apresentando crescimento de quase 97% no faturamento, quando comparado com a edição anterior, com receita total de R$ 986 mil e média de R$ 29 mil. O grande destaque da noite foi a prenhez de Rani com Bitelo da SS, ofertada pela fazenda Mata Velha e Terramata Agropecuária, e arrematada por R$ 100 mil pelos criadores em condomínio Eduardo Biagi, Ronan Eustáquio da Silva, José Carlos Prata Cunha e Gustavo Barros. O criatório Nelore Colorado, tradicionalíssimo na raça, estreou e abriu mais uma semana de leilões ofertando 73 lotes e faturando R$ 722.160,00 - e média de R$ 10. 243,40. O animal com maior valorização foi a Talina Colorado, bezerra de quatro meses, vendida por R$ 72 mil. Pela primeira vez dentro da Expoinel, a Fazenda Sabiá superou as expectativas. A nova geração da Sabiá mostrou toda a tradição e genética de um dos criatórios mais premiados do ranking nacional. Foram 31 lotes ofertados e 29 animais vendidos. O Leilão Sabiá Genética Nova Geração registrou receita de R$ 709,2 mil, com uma média de R$ 24,45 mil. O lote mais bem valorizado foi 50% da Brant FIV e da Bridgite FIV do Sabiá, arrematado por R$ 48 mil, pelo criapág.

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dor Eros Carraro, da Nelore Carraro. No Leilão Lírio do Vale, Edson da Silva Torres recebeu os seus convidados no Tatersal Rômulo Kardec. Na ocasião, foram ofertados 28 lotes da Fazenda Lírio do Vale. Entre os principais destaques, o lote 1, no qual foi ofertado um casal de prenhez, irmãos próprios do AMARME EDTO – Grande Campeão Nacional ExpoZebu 2012, vendidos por R$ 76.800,00. Outro grande negócio realizado foi 50% da novilha Devassa EDTO, novilha premiada que se consagrou 1ª Prêmio Novilha Menor ExpoZebu 2013, vendida por R$ 96 mil para a Agropecuária Modelo. Um crescimento de 25,72% foi notado da edição passada do Leilão Lírio do Vale para esta, com faturamento de R$ 944, 40 mil. Um dos leilões mais aguardados da feira foi o tradicional Leilão Pérolas do Nelore, realizado na Fazenda Nova Trindade, onde foram ofertados 29 lotes com a melhor genética Nelore de pista. Neste ano, o leilão contou com mais dois promotores de peso:a Agropecuária Vila dos Pinheiros e a Agropecuária Modelo. Lotes de grande destaque no cenário nacional foram ofertados, como a grande doadora Bromélia TE Bar, 5º lugar no ranking nacional na categoria Fêmea Jovem. A fêmea, ofertada pela Fazenda Nova


Trindade e Baronesa, foi arrematada por R$ 312 mil, por Reinaldo e Márcia Caravelas, da RM Nelore. Outro grande destaque da noite foi KAIRA Port, bezerra de pista, filha do Bitelo da SS X Dhumini TE Port, que conquistou 1º prêmio, ainda em sua estreia na Expoinel Paulista 2013 (Feicorte). KAIRA Port foi arrematada por R$ 384 mil, pela Agrozurita. O lote mais disputado e de maior cotação da noite foi 50% da Sérvia 9 TE J. Galera, vendida por R$ 372 mil para a Nelore Curió. A doadora está entre as dez do ranking da ACNB e já se consagrou campeã progênie de mãe cinco vezes em 2013. O Leilão Pérolas do Nelore apresentou crescimento de 90% (R$ 2,596 milhões) quando comparado com o remate do ano passado. Já a média dos animais vendidos subiu 22,92%, para R$ 118,521 mil. O Leilão Terras do Nelore, em sua segunda edição, levou muita emoção a todos os presentes com uma homenagem dos promotores da Fazenda Pau D’Arco, Rima Agropecuária, Ipê Ouro e Revemar a Francisco José Diamantino, e cumpriram a promessa de trazer genética de qualidade, unida à produtividade. O leilão conseguiu triplicar seu crescimento para R$ 3,153 milhões, se comparado a 2012. A média de animais também subiu: R$ 161,08 mil, significando uma alta de 207,11%. O lote de maior cotação foi a Dijany do Carmo, da RM Nelore, vendida por R$ 435 mil, para o condomínio formado por Cássio e Eduardo Lucente Cleo-

non de Barros Loyola Filho, e Mundial Agropecuária. O Leilão Joias da Raça também foi um dos mais aguardados da Expoinel, já que é tradicional há quase dez anos. Assim como nas últimas edições, o pregão aconteceu em duas etapas: uma com animais de elite com doadoras e animais de pista, e outra com fêmeas jovens de produção. Neste ano, o Grupo Monte Verde, promotor do Leilão Jóias da Raça, inovou com prenhezes de doadoras que fizeram do grupo o melhor criador do ranking carioca 2012/ 2013. O remate cresceu 54,94% quando comparado com a edição passada, faturando R$ 1,884 milhão, com uma média de R$ 4.831,38 e crescimento de 17,60%. A venda de destaque foi MAYANA 17 TE M. VERDE, arrematada pela Nelore Nova Trindade por R$ 95,99 mil. Encerrando os leilões oficiais com chave de ouro, o 4º Leilão Prenhezes EAO & Guadalupe ofertou 50 embriões das melhores doadoras da raça, além de vender 33% do elegantíssimo e fabuloso MISSONI TE GUADALUPE, arrematado por R$ 1,08 milhão, para a Nelore Colorado, de Marcelo Ribeiro e Mendonça e Irmãos Cond. Os promotores EAO Empreendimentos e Fazenda Guadalupe mais uma vez registraram o maior faturamento de toda a Expoinel, com R$ 7,874 milhões e crescimento de 64,38% se comparado com 2012. Também houve aumento na média para R$252,72, alta de 56,52%. NOVEMBRO de 2013

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taurino tropical

bom de serviรงo pรกg.

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O Senepol resgata uma importante ferramenta para o desenvolvimento da pecuĂĄria de corte brasileira atravĂŠs da sua funcionalidade

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por Gustavo Ribeiro

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pecuarista de gado de corte brasileiro tem motivos para comemorar a chegada de mais uma primavera. Primeiramente, pelas chuvas, que voltam a dar o tom verde aos

nossos pastos. Em segundo plano, o fim da entressafra, e, principalmente, a chegada do período de preparar sua próxima seara de bezerros.

Na pecuária bovina, neste período do ano, é iniciada a estação de monta (EM), temporada em que ocorre a exposição, aos machos, das fêmeas que estarão em reprodução. Trata-se de uma prática de baixo custo e de fácil implementação, que tem por objetivo: • Otimizar os trabalhos de inseminação artificial (IA) e de monta natural; • Determinar melhores épocas para o nascimento e o desmame de bezerros, pois animais que nascem em épocas inadequadas acabam sofrendo mais, devido a parasitas, pastagens de baixa qualidade para as matrizes, dificuldade de nascimento e manejo; • Facilita o controle zootécnico e sanitário do rebanho, devido à uniformidade do lote de bezerros; • Permite selecionar as fêmeas e machos que permanecerão no rebanho.

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A adoção de uma estação de monta bem definida e de curta duração facilita as atividades zootécnicas em qualquer sistema de produção. A escolha do período e da duração da estação de monta depende de diversos fatores, como por exemplo, o clima, a disponibilidade de pastagens, a finalidade da produção (animais puros ou comerciais), boa época para o nascimento dos bezerros e, também, da idade das matrizes. Mas o principal fator que determina a qualidade dos bezerros é escolher um bom reprodutor para cobrir a vacada.

Um novo e exigente mercado O agronegócio brasileiro caminha para a próxima década com foco na competitividade e na modernidade, fazendo da utilização permanente da tecnologia um caminho para a sustentabilidade. Em um cenário promissor, os resultados das projeções do Mapa nos permitirão, nos próximos 10 anos, abastecer anualmente um total de 200 milhões de brasileipág.

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ros e gerar excedentes exportáveis para algo em torno de 200 países. O saldo é um mercado agrícola e pecuário interno forte e uma balança comercial que gera mais de 100 bilhões de dólares a cada ano. Na pecuária contemporânea, se faz necessário atentar-se às demandas de um mercado cada vez mais exigente, que disputa e valoriza a carne de boa qualidade. Com o aumento da renda familiar da população mundial, especialmente dos países emergentes, como Rússia, Índia, Brasil, China, África do Sul, entre outros, o consumo de proteína animal aumentará significativamente. Simultaneamente, as ditas “carnes especiais” ganham espaço no prato dos brasileiros e em restaurantes internacionais. Dentre os fatores que determinam a qualidade


da carne estão os atributos organolépticos e, dentre esses, a maciez é o mais valorizado pelo consumidor. Sabe-se que o genótipo do animal é um dos fatores que atuam sobre a maciez da carne e que, em razão do clima predominante no País, cerca de 80% do rebanho bovino do Brasil é de gado Zebu ou de animais azebuados que, reconhecidamente, apresentam níveis inferiores de qualidade de carne, especialmente maciez, quando comparados com gado taurino (Bostaurus). Vários trabalhos indicam que a maciez da carne diminui com o aumento da proporção de Zebu nos animais. A existência de raças taurinas adaptadas abre perspectivas de se aumentar a proporção de

Bostaurus nos animais sem reduzir a adaptação às condições das regiões de clima tropical e subtropical, para produzir um produto que satisfaça os anseios do mercado consumidor. Para isso, é necessário avaliar estratégias de utilização de recursos genéticos para as várias regiões e os diversos sistemas de produção do País.

Cruzamento Industrial (Zebu x Taurino) O cruzamento industrial entre raças bovinas de corte tem como objetivo produzir animais precoces, de carne macia de boa qualidade, adaptados às condições tropicais e subtropicais. No caso do Brasil, onde praticamente 90% do rebanho é reproduzido através da monta natural, a histórica barreira era encontrar um taurino adaptado que conseguisse cobrir a vacada a campo. Diversas raças taurinas foram introduzidas no País para preencher essa lacuna, mas o clima quente, e muitas vezes úmido, dificultava a adaptação. Nos anos 2000, através da importação pioneira de João Arantes, 72 matrizes Senepol, com provas fantásticas, e 4 touros de central, sendo dois líderes genéticos da raça, desembarcaram no Brasil. A proposta era tornar o taurino “adaptado” capaz de dar um novo gás ao cruzamento industrial a campo. O Senepol, por ser 100% taurino e ter boa adaptabilidade aos trópicos, é a melhor alternativa para o cruzamento industrial, agregando benefícios ao longo da cadeia. Veja: NOVEMBRO de 2013

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Eficiência do touro a campo, acompanhando a vacada, com altas taxas de prenhezes; • Desmama mais pesada e uniforme, gerando animais altamente produtivos, com machos de terminações precoces e fêmeas férteis; • Suas qualidades raciais favorecem na docilidade, caráter mocho e não transmissão do excesso de pelos, como outros taurinos; • No abate, produz carcaça uniforme e peças padronizadas; • O peso e a precocidade para abate são características economicamente rentáveis com a utilização do Senepol. A raça trouxe de volta a possibilidade de se recuperar a dimensão e o valor desta indispensável ferramenta da pecuária de corte, seja pela perspectiva da monta natural a pasto, ou mesmo pela inseminação artificial. Vale destacar que a heterose adquirida através do cruzamento industrial será mais pronunciada se quanto maior for a distância genética entre as raças

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envolvidas no cruzamento, com benefício máximo quando se cruza um taurino e um zebuíno. Cláudio Naviraí, proprietário da tradicional seleção do Nelore Naviraí, começou a utilizar Senepol na vacada branca. “Nós fazemos animais F1 para recria e engorda. Os machos, vendemos para frigoríficos, e a qualidade da carne tem despertado o interesse de restaurantes e churrascarias, possibilitando um sobre-preço na venda. As fêmeas, vendemos para serem receptoras. Quando o pasto está bom, os animais conseguem atingir 18 arrobas, que é o peso para abate, de 20 a 22 meses”, avalia o criador. Acrescenta ainda que o Senepol é muito eficiente para cobrir a vacada no campo. “Faz o trabalho igual, ou melhor, que o Nelore. Tenho utilizado um touro para cada trinta vacas”. ABCB Senepol A Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol) foi fundada em 2002, em São Paulo (SP), por João Arantes, o pioneiro na


• •

importação do Senepol para o Brasil. Atualmente, a sede da entidade se encontra em Uberlândia (MG) e é presidida, desde 2012, por Gilmar Goudard. Diversos trabalhos foram realizados pela Associação visando a promover a raça Senepol, dar agilidade aos serviços prestados e maior segurança aos criadores, com procedimentos 100% homologados pelo MAPA. Dentre as ações realizadas, Goudard destaca: • Trabalho de continuidade ao melhoramento e modernização do serviço de registro genealógico (SRG); • Implantação do sistema online dos serviços prestados pela Associação;

Criação do Manual do Criador; Desenvolvimento do Manual Técnico e das características da raça. Os números da Associação atestam que o trabalho realizado e o que vem sendo feito pela ABCB Senepol estão no caminho certo. Entretanto, há alguns desafios a serem conquistados nos próximos anos, como: • Manter a credibilidade dos registros concedidos; • Dar ao mercado a garantia de que animais com registro definitivo estão dentro das especificações da raça; • Divulgar a raça Senepol e suas características ao mercado; • Manter o índice de crescimento que se apresenta nos últimos anos; • Crescer com sustentabilidade e solidez; • Colocar a raça Senepol como uma das possíveis soluções para melhoria da pecuária. Pensando nesses desafios, e em alavancar a raça no mercado, a Associação já iniciou diversos trabalhos no biênio 2012-2013. Confira alguns desses trabalhos/estratégias de divulgação: • Elaboração de DVD e livreto sobre a raça; • Participação em feiras e eventos da raça; • Participação nas principais feiras e exposições do Brasil; • Planejamento de marketing, feito por empresa de comunicação.

Segundo Gilmar Goudard, os principais planos para 2013-2014 são os de “trabalhar estrategicamente o marketing da raça, divulgar as qualidades do Senepol, modernizar o programa da ABCB, melhorar o suporte aos criadores e buscar novos criadores, para dar continuidade ao crescimento da raça no Brasil”. Vale destacar que, para 2014, há planos para que seja realizada a primeira Convenção Internacional do Senepol.

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Números do Senepol no Brasil Senepol no Camaru 2013 • Nos anos 2000, 72 matrizes e 4 touros de central desembarcaram em território nacional; • Hoje, o número total do rebanho puro é de 23.700 animais (PO, PC2 e PC1); • 179 associados à ABCB Senepol; • Número de animais nascidos e registrados em 2012: 4786 (PO, PC2 e PC1); • Número de animais nascidos e registrados em 2013: 1634 (PO, PC2 e PC1) + Previsão de nascimento até o final de 2013: 8476 animais. • Presente em 14 Estados, mais o DF.

CAPA

A apresentação da raça Senepol, durante a 50a Exposição Agropecuária de Uberlândia (Camaru), demonstrou, mais uma vez, como a raça segue crescendo de forma sólida. O Camaru 2013 aconteceu en-

tre os dias 30 de agosto e 8 de setembro, e foi o ponto de encontro da raça Senepol. Ao todo, 14 criadores, de diversos Estados brasileiros, apresentaram 156 animais, configurando a Feira como a maior exposição da raça neste ano. O “Espaço do Senepol”, ambiente preparado pela ABCB Senepol para receber os associados e ou-

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tros criadores e investidores interessados no animal, recebeu centenas de visitantes, de diversas partes do Brasil, e também do exterior - destaque para uma comitiva internacional com representantes da China, Vietnã, Holanda, Estados Unidos, Canadá e Emirados Árabes. Além da ilustre visita dos cantores Léo Chaves e Almir Sater, ambos criadores de Senepol e membros da Associação. I Simpósio Brasileiro da Raça Senepol O I Simpósio da Raça Senepol foi realizado no dia 5 de setembro, no anfiteatro do Sindicato Rural de Uberlândia. O Simpósio foi organizado pela S+ Senepol e Vine, com apoio dos Parceiros do Senepol. Com uma programação diversificada, que se estendeu durante todo o dia, o evento encerrou as atividades com saldo positivo. “Para nós, foi uma grande satisfação, pela resposta do público. Foi o primeiro ano de Simpósio. Tivemos 120 inscrições, entre criadores e interessados na raça, que participaram e fizeram questionamentos. Trouxemos palestras que navegaram desde a área de genética a trabalhos de avaliação, e terminamos com o programa de avaliação”, declara Júnior Fernandes, organizador do evento.


O taurino tropical Viajando pelo cerrado brasileiro, além das extensas lavouras, se observa nos pastos, em meio a vacada branca, indivíduos de cor vermelha. É o Senepol colorindo os pastos e resgatando a importante ferramenta para produção de carne de melhor qualidade e encurtamento do ciclo de produção: o cruzamento industrial. Suas características de adaptabilidade aos trópicos rotularam esses animais como “bons de serviço”. Bons de serviço, pois são dóceis e não precisam de manejo especial, além de as fêmeas terem excelente habilidade materna. São eficientes e bons de monta, capazes de cobrir de 30 a 50 vacas a campo, com alta taxa de prenhezes. É um taurino rústico e adaptado, criado a pasto e com alta longevidade. É bom de serviço na hora de converter alimento em carne de qualidade, com precocidade no acabamento e expressivo rendimento de carcaça. É também, bom de mercado, com cenário de compra e venda extremamente favorável. O Senepol está consolidado na pecuária nacio-

nal. São 13 anos de crescimento vertiginoso, alicerçado por pesquisa técnica e, principalmente, por resultados práticos, que refletem a realidade da pecuária brasileira. Utilize o Senepol no seu rebanho e experimente todas essas vantagens econômicas e de manejo no seu negócio. O Senepol vai bem com vaca Nelore, produzindo os animais S1 (F1). Vão bem a matrizes S1, produzindo bezerros S2 excepcionais, que desmamam com peso aproximado de 280kg. O que deve ser destacado é que o Senepol está a serviço da pecuária de corte nacional. Ele chegou em boa hora, pois o cruzamento industrial passava por momentos críticos, devidos, principalmente, à falta de adaptabilidade dos taurinos aos trópicos. Os desafios foram enormes para se provar, como se fez, que seria realmente o taurino dos trópicos. O aumento da população Senepol no Brasil afirma que a raça vem conseguindo superar obstáculos e paradigmas, muito graças a sua principal característica: a funcionalidade.

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por Mara Oliveira

Fazenda

Criatório Senepol - Faz, Água Comprida

Senepiol

Água Comprida

Um trabalho contínuo que transforma evolução em genética produtiva

N

o ano de 1995, Mário Camilo Leal e Lucimar Gomes adquiriram uma propriedade no município de Uberlândia, MG, e a nomearam Fazenda Água Comprida. Com o decorrer do tempo, resolveram produzir uma pequena quantidade de leite, e para isso adquiriram animais de vários rebanhos da região. Tal ação os encheu de entusiasmo: aumentaram o número de animais da fazenda, sempre adquirindo exemplares geneticamente me l ho rado s , como touros da raça Gir e Holandês, de planteis de genética superior. Assim iniciou-se a evolução genética, passando pela

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inseminação artificial e, hoje, realizando a fertilização in vitro. Ao longo dos quase 20 anos de trabalho, a atividade leiteira passou por vários momentos significativos. No início, a maioria do rebanho era constituído de vacas cruzadas, que produziam, em média, 7 litros de leite diários – considerados, na época, animais de bom potencial. Mas o casal, como todos aqueles que possuem olhar visionário, acreditaram e investiram no crescimento da atividade através de animais melhoradores. As crias desses animais, somadas ao melhoramento certeiro, são hoje as responsáveis pela produção leiteira da fazenda. A Fazenda Água Comprida fica localizada a 14 km de Uberlândia, na MG 455, sentido Campo Florido. Conta hoje um rebanho com mais de 400 animais, gerando 8 empregos diretos. Sua produção é de 2 mil litros/dia, mas projeta atingir a produção de 3 mil litros de leite já no próximo ano. O casal Mário e Lucimar sempre se dedicou aos trabalhos da fazenda, e essa dedicação os colocou como um dos maiores produtores de leite da CALU (Cooperativa Agropecu-


“Desde o ano passado iniciamos o trabalho de FIV, através de parceria com a Tropical Genética e In Vitro Brasil. A totalidade de nossos animais em idade reprodutiva são fecundados através da FIV, visando à produção de animais com elevado valor genético”, conta Camillo Leal

ária de Uberlândia). Senepol, como Lucas Naves, Como todo empresário da Fazenda Kona Senepol, de visão não se estagna no e outros criadores, tendo tempo, viram que era chegadespertado interesse pela da a hora da diversificação. raça devido às qualidades Sabedores do grande poevidentes do gado vermelho tencial do taurino adaptado, adaptado. Foi assim que Cainvestiram no gado Senepol millo adquiriu doadoras de no ano de 2012, através de alto valor genético e iniciou uma parceria do filho do caos trabalhos de multiplicasal, Camillo Gomes Leal (que ção e melhoramento genéservia o Exército Brasileiro, tico, com a utilização de FIV em Brasília, DF) com os ami(Fertilização In Vitro). gos Eduardo Flávio Sanches Comprometida com o Albino, proprietário LS Saúprocesso evolutivo, a Fazenda Água Comprida semde, e com Leonardo Silva Borges, funcionário público. pre participa dos maiores leilões e eventos de genéA parceria gerou um condomínio. tica, em busca das principais matrizes para compor Camillo Gomes Leal sempre conviveu com o seu plantel de doadoras, multiplicando-as para o meio rural, antes participando da atividade no ramo mercado. metalúrgico e de pecuária leiteira, mas, após passar 5 anos em Brasília, retornou à Uberlândia para dedicar-se inteiramente aos negóDoadoras Senepol originárias de grandes criadores, cios da família. O filho do casal, ainda em como a Genetropic, Senepol 3G, Senepol Nova Vida e Brasília, teve contatos com criadores de

Grama Senepol, filhas diretas de touros consagrados, como Hercules 6801J, CN 933 e SCR 6001S.

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Equipe da Faz. Água Comprida

Plantel de Doadoras da Fazenda Água Comprida Filhas Dos Principais Touros Gir:

Senepiol

C.A Sansão, Facho Te Kubera, Urânio TE da Silvânia, Modelo TE Brasília, Meteoro de Brasília, Vaidoso da Silvânia, Nobre da CAL, Major TE Dos Poções, Fardo F Mutum, Jaguar TE do gavião, dentre outros.

Camillo Gomes Leal “Temos uma responsabilidade na sociedade, que é oferecer animais de maior produtividade, o Gir e o Girolando para leite, e o Senepol para carne. Apesar de o Senepol ser uma raça considerada nova, apresenta melhor qualidade de carne, aliada à precocidade. Isso traz um bom reflexo para a economia e produtividade em toda fazenda.”

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Todas as doadoras Senepol da Fazenda Água Comprida passaram pelo programa SAFIRAS, em que foram analisadas e aprovadas em vários critérios. Tal procedimento comprova a qualificação da Água Comprida no setor pecuário de elite. Ainda assim, todas as doadoras são registradas e podem ser conhecidas no site www.fazaguacomprida.com. br, onde criadores, produtores e investidores têm oportunidade de conhecer o projeto e adquirir genética de ponta.

Eduardo Flávio Sanches Albino “Nosso objetivo é conceber um centro de referência em genética. Temos uma visão diferenciada e, ao somarmos com o conhecimento do Sr. Mário, com certeza alcançaremos um lugar de destaque no mercado.”

“A Fazenda Água Comprida tem hoje um alto valor genético, tanto para produção de carne quanto para leite. E isso gera benefícios não só para a Fazenda, mas também para o nosso país. Nossa missão é fazer com que os produtores melhorem a média de produção de seus animais, aliando qualidade com tecnologia.”


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por Pedro Crosara Gustin

Genética Aditiva melhorando o peso dos bezerros à desmama e ao sobreano Benefício do Choque sanguíneo em Programas de Cruzamento Industrial

Senepiol

Neste artigo técnico demonstramos que o animal oriundo do cruzamento industrial, é superior aos animais convencionais das raças puras nos sistemas de recria e engorda bovina. A raça Senepol neste processo é essencial para quie o produto gerado pelo cruzamento com o nelore forneça a necessária rusticidade a campo. O Senepol abranda e equilibra os reflexos secundários de outros taurinos, que tradicionalmente apresentam pelo comprido, sofrem com o stress calórico, tem problema de adaptabilidade e certa agressividade. A raça Senepol corrige isto tudo e portanto é muito recomendada para fechar nos cruzamentos industriais dirigidos as fêmeas F1. Estudos feitos pela Agrocestalto comprovaram após trabalhos práticos de cerca de 10 anos a essencialidade revolucionária da raça Senepol ao retorno com sucesso dos programas de cruzamento industrial, em especial com monta exclusivamente a campo. Agregar valor ao plantel de fêmeas bovinas este é o objetivo dos programas de cruzamento industrial mais modernos. Fatores ligados diretamente ao caixa do pecuarista como redução do ciclo de vida dos animais na fazenda, aumentando o giro, maiores pesos dos animais vendidos à desmama, item correlacionado à qualidade do produto comercializado eleva o valor para quem quer comprar animais diferenciados economicamente para o negócio de recria e engorda de bovinos. Eficiência é a palavra que merece maior atenção ao pecuarista do setor de cria. Hoje existem inúmeras tecnologias que podem ser utilizadas, de forma adequada e adaptada para cada sistema de produção de cria para melhorar resultados, no âmbito da genética, do manejo, da nutrição e da sanidade. Aqui neste artigo tratamos do aspecto melhoramento genético que o pecuarista do setor de cria pode e deve utilizar para ganhar eficiência em seu sistema de produção de bezerros com potencial de produção superiormente diferenciado. A incorporação de genes de diferentes raças em um mesmo indivíduo através de cruzamentos, promove ganhos por dominância,

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cujo efeito é denominado efeito da heterose (Fries et al., 2000). A superioridade de animais produtos de cruzamentos está comprovada por inúmeros estudos disponíveis na literatura especializada. Barbosa & Alencar (1995), sintetizando resultados de estudos de cruzamentos conduzidos no Brasil de 1934 a 1994, relataram o melhor desempenho dos animais mestiços obtidos do cruzamento entre raças taurinas e zebuínas, em relação aos zebuínos puros. Recente estudo feito pelo departamento de zootecnia da Universidade de Santa Maria, conduzida por Rorato et al, 2008 estimaram os valores de heterose para as características de peso a desmama ajustado para 205 dias de idade, ganho de peso médio diário do nascimento à desmama, ganho de peso diário da desmama ao sobreano e peso ao sobreano ajustado para 550 dias de idade para os diferentes genótipos que originam animais compostos por sangue ⅝ taurino sob zebuínos (nelore). Os dados foram consistentes uma vez que os pesquisadores trabalharam com uma base de dados de peso e de ganho de peso de 34.060 bezerros, filhos de 560 touros e de 28.409 vacas (pré-desmama) e de 14.370 animais, fi-


lhos de 281 touros e de 10.432 vacas (pós-desmama), de uma população multirracial formadora de animais ⅝ europeu e ⅜ nelore, nascidos entre 1986 e 2002, em 37 fazendas em vários estados brasileiros. O grupo de contemporâneos a desmama (GCD), reuniu animais nascidos na mesma fazenda, ano e estação, pertencentes ao mesmo

sexo e grupo de manejo até a desmama e o de sobreano (GCS), oriundos de monta dirigida, com touros com mais de 10 filhos e vacas com idade ao parto entre três e quinze anos. A heterose foi calculada como a superioridade percentual do grupo genético em questão, em relação à média dos genótipos puros (Nelore). Os resultados obtidos pelos pesquisadores evidenciaram o efeito benéfico da heterosigose, contrariamente a depressão causada pelos efeitos epistáticos, corroborando os resultados de Fries et al. (2000). Além disso, os efeitos maternos significativos demonstram a importância da mãe para a expressão das características pré-desmama. Os resultados dos efeitos genéticos, de acordo com o grupo genético envolvido na formação do cruzamento industrial estão apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1 – Número de observações, co-variáveis para os efeitos genéticos e médias ajustadas por regressão de cumeeira para os grupos genéticos envolvidos na formação de cruzamento industrial (nelore x taurino).

Medida de Heterose

Bovino Taurino

⅜ sangue Taurino

½ sangue Taurino

1/4 sangue Taurino

Bovino Zebuíno

Quantidade de Análises

10.800

4.713

17.883

560

104

Peso aos 205 dias - Kg

164

179

178

176

162

GMD na cria – g/dia

647

726

721

718

655

Medida de Heterose

Bovino Taurino

⅜ sangue Taurino

½ sangue Taurino

1/4 sangue Taurino

Bovino Zebuíno

Quantidade de Análises

5043

1635

7476

130

86

Peso aos 550 dias - Kg

305

322

334

313

301

GMD na cria – g/dia

401

413

401

407

389

As menores médias foram observadas nas raças puras, tanto taurinas como zebuínas. O maior desempenho dos produtos dos cruzamentos em relação às raças puras, concorda com o relatado por Paschal et al. (1994), os quais, para produtos do cruzamento entre vacas nelore e touros das raças taurinas, na pós-desmama, relataram maiores pesos para produtos de cruzamentos entre zebuínos e taurinos. Em cruzamentos zebuínos com taurinos qualquer raça que seja aplicada em fêmeas matrizes nelore, sempre serão melhores que nelore x nelore. A raça Senepol neste processo é essencial para que o produto gerado pelo cruzamento com o nelore forneça a necessária rusticidade a campo ao mesmo tempo em que a progênie desfruta dos benefícios da heterose com a base genética taurina, já reconhecida tecnicamente. As estimativas de heterose, na pré-desmama, variaram de 8% (¾ taurino) a 9,8% (⅜ taurino), para

P205 é de 10,3 (¾ taurino) a 11,5% (⅜ taurino) para GMD na cria, decrescendo com o aumento da proporção de genes da raça nelore; para a pós-desmama, variaram de 3,3% (¾ taurino) a 13,5% (½ taurino) para P550 e de 1,5% (½ taurino) a 4,6% (⅜ taurino) para GMD na recria. A heterose na pós-desmama foi mais baixa do que na pré-desmama, com exceção para o grupo genético ½ europeu para P550, o que, provavelmente, seja devido ao fato destes animais possuírem heterozigose direta máxima. Senepol foi uma das melhores opções entre muitas outras raças taurinas que trazem benefícios à progênie nos programas de cruzamento industrial dirigidos. O Senepol abranda e equilibra os reflexos secundários de outros taurinos, que tradicionalmente apresentam pêlo comprido, sofrem com o stress calórico, tem problema de adaptabilidade e certa agressividade. A raça Senepol corrige isto tudo e portanto é muito recomendada para fechar nos cruzamentos NOVEMBRO de 2013

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industriais dirigidos as fêmeas F1 fazendo assim o tricross. Qualquer filho (F2) deve ser verificado o tamanho do pelo, pois qualquer taurino puro colocado sob as fêmeas F1 gerará prole com muito pelo. Controlar carrapato em F2 peludo é muito complicado nestes cruzamentos industriais. A solução encontrada é a absorção obrigatória nos cruzamentos industriais da raça Senepol, pois é o único taurino que retira o pelo denso de suas proles, ou voltar com o nelore, perdendo heterose. Utilizando Senepol se consegue manter sangue taurino acima de 75% preservando os 25% de rusticidade. Se voltar o nelore nas F1 se aumenta a rusticidade em 75% de forma desnecessária contra 25% de heterose, quando apenas 25% de rusticidade nos cruzamentos com taurinos já é suficiente para uma boa adaptabilidade. Estas fêmeas F1 não podem ser perdidas, pois são excelentes matrizes (mães), muito precoces, produzem muito leite o que contribui com o desempenho da progênie aos 205 dias, gerando filhos com peso à desmama entre 50 a 60% do peso corporal de sua mãe. Geralmente apresentam a primeira cria aos 24 a 26 meses de idade, e fornecem ao criador pelo menos 1 bezerro a cada 12 a 13 meses de ciclo. Estudos feitos pelo consultor em pecuária José Manuel Mesquita em seus trabalhos práticos de cerca de 10 anos colhendo dados práticos de suas mensurações em Mato grosso do Sul na Agrocestalto foi

possível obter a essencialidade revolucionária da raça Senepol ao retorno com sucesso dos programas de cruzamento industrial, em especial com monta exclusivamente a campo. As estimativas de heterose obtidas evidenciam a maior capacidade de desempenho dos animais produtos de cruzamentos entre raças taurinas e zebuínas, comparados a animais de raças puras, ocorrendo as maiores respostas nas características de desempenho na pré-desmama.

Senepiol

Literatura Citada BARBOSA, P.F.; ALENCAR, M.M. Sistema de cruzamentos em bovinos de corte: estado da arte e necessidades de pesquisa. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 32., 1995, Brasília. Anais... Brasília: Sociedade Brasileira de Zootecnia, 1995. p.681-683. FRIES, L.A. et al. Evidence of epistatic effects on weaning weight in crossbred beef cattle. Asian-Australasian Journal of Animal Sciences, v.13, supl. B, p.242, 2000. PASCHAL, J.C. et al. Postweaning and feedlot growth and carcass characteristics of Angus-, Gray Brahman-, Gir-, Indu-Brazil, Nellore-, and Red Brahman sired F1 calves. Journal of Animal Science, v.73, p.373-380, 1994. ROSO, V.M.; FRIES, L.A. Avaliação das heteroses materna e individual sobre o ganho de Tabela 2 – Avaliações práticas da eficiência do uso do cruzamento industrial feitas na Agrocestalto com Machos: peso do nascimento ao desmame em Cruzamento: Peso Desmama bovinos Angus x Nelore. Revista BrasiBovino Taurino Macho x Fêmea Macho leira de Nelore x nelore 638 181,72 Zootecnia, v.29 n.3, p.732-737, 2000. Red Angus x nelore 728 193,85 Simental x nelore

720

187,77

Angus x nelore

726

191,83

Senepol x Nelore

738

196,56

Blonde x nelore

697

194,14

Piempntês x nelore

686

191,8

Wagyu Black x nelore

650

157,87

Caracu Mocho x nelore

585

174,21

Autor: Pedro Crosara Gustin Médico Veterinário formado pela UFU, especializado em Produção animal pela UFLA, finanças empresariais pela UFU e MBA em MKT pela FGV. Senepol Santa Luzia (31) 9995-1135 pedrocrosara@senepolsantaluzia.com.br WWW.senepolsantaluzia.com.br

Tabela 3 – Avaliações práticas da eficiência em custo na produção de Bezerros desmamados:

Nível de Tecnologia empregada em Sistemas de Produção de Cria

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Custo do Bezerro – Cruzamento Convencional

Custo do Bezerro – % Ganho na Cruzamento Senepol redução do custro com Nelore de produção

Alta Tecnologia

R$ 557,34

R$ 402,88

27,71%

Média Tecnologia

R$ 580,55

R$ 453,02

21,90%

Baixa Tecnologia

R$ 602,77

R$ 492,67

18,27%

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Senepiol

por Mara Oliveira

Senepol 3G A marca forte que dá expoentes ao concorrido cenário do gado de corte nacional

A

Senepol 3G pertence à tradicional Família Garcia, do Sr. Paulo Garcia, Sra. Wilma Brunini Garcia e seus filhos Paulo Eduardo Garcia Júnior e Sebastião Garcia Neto. Localizada na cidade de Barretos, SP, a família Garcia está na criação de Senepol desde 2009, e hoje conta com um rebanho de 250 animais, dentre esses, 50 doadoras de embriões das mais diversas e raras genéticas, escolhidas à dedo por Neto Garcia. Além de sua sede em Barretos, a Senepol 3G também conta com uma central própria de receptoras no município de Itapagipe, MG, onde são realizadas todas as transferências de embriões e feita a cria e recria dos produtos Senepol 3G. Foi por isso que a Senepol 3G surgiu: para disponibilizar ao mercado o que há de melhor dentro da raça Senepol. A grande prova disso está no fechamento anual do criatório, que encerrou o ano de 2013 pág.

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com satisfação e grande contentamento perante os trabalhos realizados no ano. A Senepol 3G esteve presente em grandes eventos em que foram comercializados animais do mais alto padrão de qualidade e beleza. Animais avaliados e selecionados com alto rigor técnico. - Leilão Senepol 3G & Nova Vida, promovido durante a Feicorte em São Paulo; - Leilão Virtual de Touros Senepol 3G & Nova Vida, com a venda de 60 touros e uma média de R$ 9 500,00, e mais de 25 novilhas, com a média de R$ 38 000,00. Os animais comercializados na ocasião passaram por testes de avaliação, sendo que um deles foi realizado dentro da própria fazenda da 3G, onde foram avaliados machos e fêmeas do mesmo grupo contemporâneo. Nos machos, foram avaliados peso, carcaça por ultrassonografia, AOL (Área de Olho de


Lombo), EG (Espessura de Gordura) e avaliação fenotípica, pela qual se avalia a parte racial, aprumos e conformação dos touros. Nas fêmeas, foram feitas basicamente as mesmas avaliações, incluindo a avaliação reprodutiva, em que se medem a espessura do útero, tamanho do ovário, e se o animai já está ciclando, além da quantidade de folículos presentes nos ovários. Outro teste também foi realizado pela CRV Lagoa, que foi o Centro de Performance, e o outro teste é realizado no Mato Grosso do Sul, que é a PADS (Prova de Avaliação de Desenvolvimento de Senepol), teste que tem a coordenação da EMBRAPA Gado de Corte - MS. Além de todos esses testes, a Senepol 3G faz parte da avaliação GENEPLUS, realizada pela EMPRAPA Gado de Corte de Campo Grande, MS, na qual são avaliados todos os animais com a geração da DEP’S (Diferença Esperada na Progênie). A Senepol 3G avalia 100% dos animais produzidos, com o objetivo de fornecer qualidade ao mercado. “Estamos com uma produção média de 300 prenhezes ao ano, das quais sairão os futuros touros e matrizes comercializadas nos próximos eventos. A Senepol 3G trará muitas surpresas em 2014”, garante

Neto Garcia. Hunter da 3G “Desde que nasceu, Hunter sempre teve pinta de campeão. Em seus primeiros dias de vida, já se mostrava um excelente animal, com boa conformação e desenvolvimento de carcaça, e, como foi sempre o mais atrevido do lote de bezerros e também o mais esperto deles, logo recebeu o nome de Caçador. Caçador de prêmios”, conta, entusiasmado, o veterinário Neto Garcia, responsável pela Senepol 3G. Nascido em 15 de agosto de 2012, Hunter da 3G é filho do touro importado WC 112N, com uma mãe que traz na linha alta Sol 31 e, na linha baixa, WC 754-A, grandiosos genearcas da raça Senepol. Hunter da 3G é a grande estrela da bateria de touros da 3G. Foi campeão do Teste de Performance da CRV Lagoa em 2013. Com apenas 12 meses, o touro já havia alcançado os seus 500 kg, sendo consagrado o Grande Campeão do teste, com destaque para ganho de peso médio diário para área de olho, de lombo e espessura e gordura. “Em meu ponto de vista, é o que a pecuária moderna precisa: ganho de peso rápido, carcaças volumosas e cobertura de gordura na carcaça”, explica Neto Garcia. NOVEMBRO de 2013

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Senepiol

Robison Carreira – CP CRV Lagoa – Centro de Performance “O criatório 3G, em sua primeira participação no Centro de Performance, obteve um excepcional desempenho durante o CP CRV Lagoa 2013, classificando 2 fêmeas entre as 50% melhores e 7 machos entre os 50% melhores. HUNTER TE da 3G se destacou alcançando o primeiro lugar na categoria Machos, sendo então contratado pela CRV Lagoa. O touro terá 50% ofertados para venda no Leilão CP, que acontecerá no dia 7 de dezembro, a partir das 14h, com exibição pelo Canal do Boi.”

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Cristiano Leal – Gerente Taurinos de Corte CRV Lagoa “O Teste de Performance da raça Senepol acontece desde 2008, e nele buscamos avaliar os animais para as características produtivas de maior importância econômica, com o objetivo de identificar os de maior potencial para atender a demanda da pecuária moderna. Atualmente, 100% da bateria de reprodutores da raça Senepol da CRV Lagoa é composta por reprodutores oriundos do Centro de Performance. O Senepol 3G classificou 5 animais entre os Top 30% da prova no seu primeiro ano de participação, o que mostra a qualidade dos animais enviados para a prova, dentre eles, o campeão do CP, o touro HUNTER TE da 3G. HUNTER é um touro que impressiona, principalmente por suas características de ganho de peso e carcaça, mostrando ser um animal de muito ganho de peso sem perder precocidade. Com certeza, HUNTER vai contribuir muito para a pecuária nacional.”


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por Gustavo Ribeiro

Senepiol

Senepol Branda Mundo

Quando uma raça predestinada confunde-se com o virtuosismo dos artistas.

A

rte e campo andam juntos. Gado e viola são um só. O Senepol consolidou-se na pecuária nacional como se fosse música. Tudo isso, graças às suas características fundamentais para o desenvolvimento da pecuária moderna. Os animais são precoces, férteis, funcionais, padronizados,de pelo zero, produzem carne com maior índice de maciez e sem marmoreio, maior aproveitamento de carcaça, entre outros predicados que fazem do Senepol um excelente investimento. No mercado musical, não há receitas infalíveis de sucesso. Na pecuária de corte, sim. É realmente um grande negócio. Não somente pelo seu bom momento de mercado, no qual a demanda por animais é maior que a oferta e os números da raça avançam na casa de 50% ao ano. O Senepol é bom de criar. Sua rusticidade possibilita a criação de forma extensiva, a pasto, sem necessidade de cuidados ou manejo especiais. Além disso, a docilidade está arraigada no Senepol. Mesmo quando criado sem muito contato com homens e máquinas, mantêm temperamento dócil. Almir Sater, ícone da música sertaneja brasileira, é criador de Senepol há mais de três anos. Além

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de compositor consagrado, seus aforismos sobre a criação de gado o colocam no rol dos entendedores do campo. Exemplo disso é a célebre frase do artista: “Se um vaca ou touro Senepol pegar alguém, eles perdem o registro”, referindo-se à docilidade da raça. Fazenda Branda Mundo – Senepol BRM Sater cria Senepol na Fazenda Morraria, no município de Maracaju, no Mato Grosso do Sul, onde faz seleção e melhoramento da raça.Também tem parceria com o pecuarista Guilherme Bumlai, visando ao desenvolvimento da raça, com doadoras de alto desempenho. Esse trabalho carrega o nome de genética Brandamundo (BRM). A escolha pela raça foi devido à rusticidade, docilidade e precocidade do animal. “Eu buscava um animal precoce, que conseguisse cobrir a vaca a campo, na região das serras de Maracaju e planícies pantaneiras”, conta Almir. Negócio promissor Quando buscou o Senepol, a intenção de Almir era utilizá-lo em seu próprio rebanho. No entanto, a


“Eu buscava um animal precoce, que conseguisse cobrir a vaca a campo, na região das serras de Maracaju e planícies pantaneiras”

A seleção BRM já produziu 300 prenhezes Senepol PO

tecnologia da FIV, que permite a reprodução em escala, a alta fertilidade do Senepol e o mercado em expansão fizeram os negócios tomarem outro rumo. Almir já estava na raça quando o parceiro Bumlai tornou-se criador. Em pouco tempo, a parceria amadureceu, simultaneamente com os negócios. A primeira doadora que adquiriram juntos é protagonista nesta história: Sampa (Sol 31), uma das principais matrizes da raça Senepol, que, através da sua alta produção, deu novos rumos ao trabalho de criação e melhoramento genético da BRM. O plantel Senepol BRM é formado por 40 doadoras de ótima qualidade. Dessas, 25 ficam na Fazenda Morraria, e outras 15, em parceria com Bumlai, na Cabanha BRM. As fêmeas são multiplicadas aos principais touros da raça, nacionais e importados. Ao todo, já foram produzidas 300 prenhezes Senepol PO, sendo que 150 animais já nasceram. Com o crescimento do negócio e o volume de animais de alta qualidade, Sater e Bumlai decidiram abrir as porteiras da Branda Mundo para o mercado.

Com o intuito de disseminar a genética BRM para todo o Brasil, a dupla está preparando o 1o Leilão Senepol BRM, marcado para agosto de 2014, em São Paulo (SP). Alicerçados pela base genética das principais famílias do Senepol e estudando criteriosamente cada acasalamento, a BRM vem construindo um plantel forte, que alia precocidade, fertilidade e docilidade. Um valioso tripé de características que podem contribuir para o desenvolvimento da pecuária de corte nacional, seja na seleção de animais PO, seja na utilização de touros para o cruzamento industrial. O virtuosismo da música sertaneja nacional já é reconhecido. Suas canções primam pela poesia, pelo sentimento, e até mesmo pela nostalgia. Apesar de virtuoso como a moda de viola, o Senepol não vive no passado. Ele transforma o presente. É um precursor da funcionalidade. Enquanto o violeiro canta as alegrias e tristezas que viveu, o Senepol é o menino que nasceu predestinado, fruto do sonho e da certeza de futuro. Almir Sater é protagonista no que faz. O Senepol também já provou sua maioridade. Se a performance do Senepol BRM igualar-se a do artista, o Pantanal ficará pequeno para tanta qualidade.

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Senepol Paraíso

Trabalho técnico e arrojado de seleção e aprimoramento da raça, focados em animais economicamente rentáveis pág.

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Senepol continua avermelhando os pastos brasileiros. Em sua ascensão irremediável, o taurino adaptado virou febre, e não é por acaso. Nem normal. Por suas características únicas, a raça atende aquilo que se buscou por muitos anos: rusticidade, peso, baixo custo. Entusiasmados por conferir mais um criatório afamado, fomos até a Fazenda Paraíso, em Uberlândia (MG), conhecer o trabalho de um ilustre criador da raça: o cantor e compositor Léo Chaves, da dupla Víctor e Léo. Na chegada à Fazenda, foi notória a organização dos pastos, divididos em piquetes de capim Mombaça, que mostravam que ali a pecuária não é hobby. O trabalho de manejo é feito em sistema de pastejo rotacionado em piquetes de 4 hectares, aumentando a capacidade de lotação de UA (unidade animal/hectare), buscando agregar valor na atividade. Fomos recebidos por Rodrigo Debossam, técnico em pecuária com especialização nos EUA, onde teve seu primeiro contato com a raça Senepol. Rodrigo nos conta que é amigo de Léo há mais de 20 anos. Tamanha confiança entre as partes fez com que Rodrigo, após retornar dos EUA, se tornasse o responsável pela gestão dos negócios agropecuários de Léo. Uma parceria de resultados. Segundo Léo, a escolha do Senepol foi feita pela necessidade de se buscar resultados a partir de um animal precoce, rústico e com um amplo mercado a ser explorado. “Nós começamos a criar

Senepol em 2008, de maneira inusitada. Eu estava na estrada, fazendo shows, e minha esposa, Tatiana, em um leilão de Senepol. Ela me ligou dizendo que iria comprar um touro. Assustei-me de início, mas a apoiei. Hoje, esse touro é o número 1 em vendas de sêmen, o Torá!”, conta Léo. Com esse trabalho, Léo e Rodrigo buscam disponibilizar ao mercado touros e matrizes Senepol de genética superior, animais prontos para atuar no cruzamento industrial ou no melhoramento genético da raça. Seleção Senepol Paraíso Rodrigo conhece de boi. O olho clínico e os comentários que tece a respeito da raça, pautados em experiências de campo, mostram que ama o que faz e que o seu trabalho é muito bem focado. “Nós queremos produzir touros funcionais, que sejam eficientes na pecuária extensiva. A fixação de uma raça precisa ser focada no biotipo animal, que está extremamente ligada ao fenótipo racial das matrizes de base. Dessa forma, você terá um produto que irá transmitir as características que possui às progênies, padronizando a produção”, avalia Debossam. A Fazenda tem o nome de Paraíso não por acaso. Localizada às margens da represa Capim Branco II, no distrito de Cruzeiro dos Peixoto, desfruta de uma vista exuberante, com mata nativa, poucos vizinhos e pastos muito bem formados sob o relevo acidentado. A seleção do Senepol leva o nome da Fazenda: Senepol Paraíso. O foco da propriedade em Uberlândia é multiplicar a genética das doadoras Senepol PO. De acordo NOVEMBRO de 2013

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com Rodrigo, o objetivo é produzir animais compactos, com alta conformação de carcaça e bons aprumos.Animais aptos a andar atrás das matrizes a campo. Os embriões são produzidos através de FIV e transferidos a receptoras F1 (Senepol x Nelore). A escolha das receptoras F1 é acontece devido à docilidade e maior capacidade de produzir leite desses animais. Fernando Eber de Carvalho Souza trabalha com a pecuária de corte nas Fazendas Veluma e São Cosme e Damião, no município de Cumaru do Norte (PA). Fernando faz o ciclo completo do boi gordo: cria, recria e engorda. Recentemente adquiriu 10 touros Senepol para iniciar o trabalho de cruzamento industrial com pág.

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touro a campo. O criador está muito satisfeito com o resultado e destaca a resistência do Senepol. “É o primeiro taurino que eu vi que consegue acompanhar a vacada a campo, no Pará, que faz muito calor e é úmido. O Senepol trabalhou durante 120 dias no período da estação de monta (EM). Utilizamos 1 touro para cada 40 vacas e, mesmo assim, ele ainda continuou ganhando peso”, pondera Fernando Eber. Eber acrescenta ainda que quando utilizou o Senepol nas fêmeas F1 (Nelore x Aberdeen ou Simental), o resultado foi excelente. “Nós abatemos uma boiada ½ sangue (Senepol x Nelore) aos 23 meses, pesando mais de 18 arrobas, na unidade do JBS, em Santana do Araguaia (PA)”. De olho no futuro A origem da raça Senepol, nas Ilhas Virgens do Caribe, fez com que a seleção genética do rebanho fosse fechada, com pouca influência externa, garantindo maior pureza à raça. No entanto, o número de animais de famílias distintas é reduzido, trazendo como consequência (provisória) grande consanguinidade entre os animais. Visando a abrir um leque de opções para a raça


e melhorar aspectos fenótipos e morfológicos do Senepol, Rodrigo e Léo apostam na seleção através dos cruzamentos absorventes. O grande diferencial desses cruzamentos é a base absorvente que potencializa os animais. Todos os animais produzidos são chancelados pela Associação Brasileira dos Criadores de Senepol, respaldados pelo MAPA, que faz uma rigorosa avaliação técnica dos produtos e só os registra quando se enquadram no perfil fenótipo e racial desejado. As avaliações abordam características como: pelagem (coloração e pelo zero), umbigo, caráter mocho, musculosidade e temperamento dócil. São necessários cinco cruzamento absorventes para se obter o certificado de registro genealógico de PO. Esse trabalho de seleção, já num futuro próximo, será muito importante para a evolução da raça Senepol, graças ao refrescamento de sangue que o cruzamento absorvente proporcionará. É um trabalho focado e com certeza de resultados. Se Léo nunca havia visto ninguém tão feliz no sertão, é chegada a hora de acrescentar mais um personagem nesse enredo tão conhecido. Um personagem vistoso, vermelho e vigoroso. E nada normal.

Contatos: Rodrigo Debossam: 34 9169-9800 | 94 9154-9004 rodrigosenepol@hotmail.com

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Crescendo junto com o Senepol Em um ano, a marca Senepol Canaã dobrou seu volume de animais e cresce em ritmo acelerado para atender a forte demanda por touros e matrizes Senepol

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arece uma façanha o crescimento do Senepol em território brasileiro. A raça encontrou aqui condições e ideias para multiplicar-se, se desenvolver e exercer seu nobre papel de bovino melhorador. Melhorador no sentido de produzir bons filhos, de ser precoce e encurtar o ciclo do boi gordo; de elevar a qualidade da carne, de ser mocho,pelo zero e extremamente dócil, transmitindo essas características às progênies. Mas o que alavancou sua rápida ascensão foi a virtude de ser melhorador da renda e da qualidade de vida dos criadores que acreditaram e investiram na raça. Ricardo Magnino, titular do Senepol Canaã, em Uberlândia (MG), é um desses. É entendedor das raças taurinas e, antes de conhecer o Senepol, enfrentava obstáculos para obter sucesso no cruzamento industrial. Em uma de suas visitas à Mato Grosso, pág.

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no clima quente da região teve seu primeiro contato com o gado vermelho. Naquela ocasião, era estação de monta e os animais enfrentavam uma temperatura muito quente, e caminhavam atrás da vacada em meio a uma fazenda de lavoura, fator que exige ainda mais resistência dos animais, principalmente dos cascos.Depois disso, teve a certeza de que estava


diante de um taurino realmente adaptado e que poderia proporcionar um novo horizonte para a pecuária de ciclo curto através do cruzamento industrial. Atividade rural com gestão empresarial A Estância Canaã fica praticamente dentro de Uberlândia. São aproximadamente 20 km do centro da cidade até a propriedade de 5 alqueires, às margens da BR-365. Porteira adentro, a saúde dos pastos, divididos em piquetes individuais, salta aos olhos. E o vermelho do Senepol está em cada canto da fazenda. Ali, o gado vive a pasto, e cada metro de terra é rigorosamente cuidado para garantir maior volume de produção de alimento. Ao todo, são 22 piquetes individuais. No período das águas, Ricardo trabalha com 2 vacas em cada piquete. Na seca, um animal. Poderia até colocar mais animais, mas o objetivo do criador é manter os animais sem grandes perdas de peso durante o ano todo. “Nós trabalhamos com nutrição específica para cada animal, evitando perdas de score corporal quando o

alimento é mais escasso. No período das águas o alimento é 100% capim”, conta Ricardo. No último período de seca, a propriedade passou a temporada com 180 animais PO na propriedade, utilizando suplementação no coxo. Em 2012, através da fertilização in vitro (FIV), a Senepol Canaã produziu 140 bezerros (as) Senepol PO. Ricardo foi extremamente criterioso na hora de fazer os acasalamentos. Utilizou suas principais doadoras, adquiridas em diversos rebanhos tradicionais, com intuito de aumentar a distância de parentesco entre as famílias, evitando a consanguinidade. Importou sêmen do banco genético norte americano e, quando utilizou os touros nacionais, escolheu os líderes do Sumário Embrapa. A bezerrada nasceu diferenciada, com muito vigor, padronizada e saudável. Parceiro de peso: expansão dos negócios O crescimento do mercado de touros e matrizes Senepol tem atraído diversos investidores. Empre-

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sários, artistas, produtores rurais, todos visualizando na raça uma oportunidade de ganhar dinheiro, fazer relacionamentos e, é claro, trabalhar em contato com a natureza, que, acima de tudo, proporciona prazer e alegrias ao ver os frutos semeados se desenvolverem. Foi justamente isso que o empresário Otahyde Gomide de Souza buscou ao procurar Ricardo para fazer uma parceria na criação de Senepol “Para entrar em uma raça que vem sendo trabalhada e selecionada no Brasil há mais de 100 anos, por mais que você invista dinheiro, que seja uma pessoa reconhecida, você demora muito para chegar ao topo. E o Senepol está no Brasil faz pouco mais de 13 anos, então, quem começa agora, em um futuro próximo, seremos uma referência”. Acrescenta ainda que as biotecnologias de reprodução, o processo de multiplicação e melhoramento genético dos animais ficou acelerado. “Com projetos e foco na atividade, você percebe grande evolução quantitativa e qualitativa no rebanho. Isso nos motiva a investir e crescer ainda mais. Entrei no negócio com uma pessoa que entende, que já conhece e tem metas de trabalho. Estou muito feliz, satisfeito de ter entrado na atividade”, declara Otahyde. Com a parceria, os negócios da Canaã aumentaram. Adquiriram parte do plantel do criador Celso

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Martins. Um excelente plantel, com grandes matriarcas da raça, como a família Arena. Aspiraram as fêmeas e fizeram acasalamentos dirigidos. Em 2013, foram feitas 300 prenhezes, sendo que mais de 60 bezerros já nasceram. Com tantos animais, foi necessário ampliar a área para criação. Para isso, o condomínio investira em uma propriedade de 36 alqueires, onde será feita a cria e recria dos animais. Com isso, a Estância Canaã, graças a sua localização privilegiada, tornou-se a vitrine de touros e matrizes Canaã. Aberta aos interessados em conhecer e investir nesse taurino adaptado que vem conquistando seu espaço através de suas características inapeláveis de funcionalidade e precocidade. Visão empresarial da fazenda: Implementar gestão dentro das propriedades, porque tempo é dinheiro. Mais de 95% dos problemas de uma fazenda estão relacionados à gestão. Não tem informação, não tem dados, não sabe o que ganha, gerencia um todo. Não tem ação estratégica sobre o que é investimento. Se for investimento, não sabe quando retorna. Não consegue fazer essa leitura. Busca técnica, e de um profissional prático para fazer a fazenda funcionar como uma empresa. E não há como ficar fora de foco hoje em dia, mesmo com a infalibilidade do Senepol.


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Conheça o melhor do criatório de Marco Valério:

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os mais belos exemplares de Mangalarga Marchador da região de Minas Gerais.

Raça de cavalos cuja origem remonta à coudelaria Alter-Real, o Mangalarga Marchador chegou ao Brasil por meio de nobres da Corte Portuguesa que, após cruzado com cavalos de lida, em sua maioria oriundos das raças ibéricas, que chegaram ao Brasil na época de sua Colonização. Com o seu andar sublime e macio, a raça foi disseminada e conhecida em todo o País, até que então, em 1934, foi fundada a ABCCM - Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Mangalarga Marchador.

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que todos pudessem montar nos fins de semana na riador mineiro Marco Valério mescla criação, profissionalismo e paixão por cavalos. fazenda. E o negócio foi feito! Não é tradição de família, nem tampouco “As crianças montavam a cavalo, passeavam, simples convivência com o meio. Com o e eu também gostava, passava pelo córrego, andava passar do tempo, após constituir fapela propriedade, era diversão para tomília e ter filhos, o criador adquiriu dos”, afirma. seus primeiros hectares de terra, Em 2007, foi criado o núcleo A Copa de Marcha onde passava os fins de semana do Mangalarga Marchador, onde é um desfile com a família e os amigos. Na Fafoi realizada também uma Copa de de Mangalarga zenda Nova Era, nas proximidades Marcha, na cidade de Uberlândia, Marchador na qual de Uberlândia - MG, havia apenas MG. Marco participou, levando alos animais são dois cavalos, sendo que um deles gumas éguas, mas não conseguiu já estava velho e sem condições de nenhum prêmio. “Com a derrota, julgados por sua monta. pensei: para permanecer neste marcha e beleza. Em uma viagem à Brasília, a meio, tenho que comprar animais convite de seu sogro, Marco Valée fazer investimentos e modificario teve a oportunidade de participar ções em minha propriedade”, conta o a uma cavalgada. O sogro também sugeriu a Marco criador. Logo que idealizou o novo projeto, Marco Valério comprar algumas éguas do tio de sua esposa, para pág.

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já começou as reformas e ajustes necessários para hospedar a nova tropa de cavalos de elite. Lazinho, gerente da parte de cavalos, auxilia o criador já há alguns anos, e teve uma participação decisiva para o então Haras Nova Era, ajudando diretamente na produção de novos animais, cada vez melhores para as competições. Marco Valério afirma seguir um conselho que recebeu de dois amigos criadores já bastante experientes: “Se você quer virar criador, comece do meio para cima, nunca faça nada do meio para baixo.” Esse foi o seu grande incentivo para buscar sempre os melhores animais, mais bem marchados e bonitos para apresentação no mercado. “Além de aprender a investir nos melhores animais, fiz também melhoria em todo o haras, melhorias essas que nunca acabam. É um melhoramento constante nas baias, barracão, alojamentos para os funcionários, baias para potros, caminhão para transporte e muito mais”, pondera. Além disso, o criador foi-se espelhando em

pessoas experientes e de renome na criação de cavalos. Tais medidas levaram Marco Valério a tornar-se o grande criador que é hoje. O Haras Nova Era terminou em 5º lugar em Minas Gerais, região onde existe a maior concentração de criadores de Mangalarga Marchador. “Participei, com meus animais, de provas funcionais e de marchador ideal e exposições, que revelam a aptidão da marcha e a morfologia do animal. Para mim está ótimo, pois sou um criador que começou há pouco tempo, e, se tratando de competidores que criam há 30, 40 anos, consegui me sair bem na competição”, afirma o selecionador, que já possui uma tropa com cerca de 110 animais, sendo 35 voltados para exposições e pista, e cerca de 50 matrizes e receptoras. Sem dúvidas, para este homem a criação de cavalos é uma grande paixão. Ele observa, acompanha, está sempre de olho em tudo o que acontece no Haras. Durante o ano, parte da tropa de Marco Valério participa e é liquidada em diversos leilões, principalmente os virtuais. Os animais a

A pontuação equestre é calculada anualmente, de julho a julho

Nesse ano de 2013 o Haras está na posição 48 do Ranking Nacional, e em 2º do Ranking Mineiro em copas de marcha., mas se tivesse participado do Campeonato Nacional da CBM, estaria, hoje, entre os 20 primeiros.

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”Para criar cavalo é preciso paixão. Sem isso, não há continuidade. É preciso gostar para investir de verdade na raça”

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serem ofertados são tratados nas baias de forma diferenciada, 3 a 4 meses antes do leilão, até que o animal esteja “no ponto” e bonito. Além da qualidade, ele tem que mostrar beleza, um dos principais atributos do animal na hora da avaliação e da compra. “Participo, em média, de 23 exposições especializadas da raça Mangalarga Marchador por ano, sem contar as Copas de Marcha, que devem ser umas 20. Tento, ao máximo, minimizar e selecionar a quantidade de eventos, participando apenas dos que irão valorizar os meus animais” A tropa do Nova Era é dividida em dois times: o Time 1 é escalado para disputas mais pesadas, campeonatos da CBMM e exposições como a de Ribeirão Preto, Goiânia, Brasília, Uberlândia, dentre outras. Já o Time 2 é destinado exclusivamente à Copa de Marcha.

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Principais animais: Fêmeas: Joia da Nova Tradição, Selva Silvestre, Urna do Passo Fino, Thaí do Passo Fino Machos: Aru, Gabiru, Gabarito, Querubim do Rancho Pablo, Haru das Águas JM, Gabiru das Águas JM, Gabarito do Brasil, Aladin Mapa Um time de 10 animais disputa as exposições mais pesadas, revezando-se entre si, para não causar stress a todos os animais com viagens e mudanças na rotina, água e alimentação, o que interfere no bem estar e na qualidade do animal. MERCADO “O mercado é sazonal, por isso, somente quem realmente ama cavalos investe 50, 100 mil reais ou até valores maiores - em um único animal. As oportunidades existem, e o criador tem que mostrar constantemente o seu plantel em exposições, fazer o que eu chamo de “campanha do animal”. A campanha irá mostrar se o animal é bom, se sua mãe, seu pai e seus filhos são bons. É um trabalho de muita paciência. Quem trabalha e cria cavalos vai pouco ao cardiologista”, enfatiza, em tom de brincadeira Além da promoção dos animais, o criador afirma ser preciso muita paciência de esperar os frutos do negócio. Afirmando sua vocação e amor pelo Mangalarga Marchador, Marco Valério guarda um vasto acervo de troféus de nível nacional, dignos de muito orgulho. Ressaltemos que muitos deles ainda são da época em que o criador ainda não possuía animais


registrados, o que evidencia um aprendizado já vias chamadas “peladas”. Na época, ainda não havia torioso. Era um tempo em que criaprofissionalismo com cavalos ainda dores apaixonados, de diversas sem registro, mas são exatamente cidades vizinhas, juntavam-se a os prêmios que conseguiu nessas “Espero que os Marco e levavam consigo seus primeiras competições o motivo cavalos me deem animais para disputas amadoras, do seu maior orgulho.

alegria. O resto é consequência”

Paula Caroline Pereira veterinária responsável pelo Haras Nova Era Veterinária, especialista em reprodução de equinos, Paula trabalha com Marco Valério há 4 anos, auxiliando-o na administração, mas, principalmente, no manejo preventivo de toda a tropa, com a melhor alimentação e manejo de potros. Uma das suas principais funções é a transferência de embriões, feitas de setembro à janeiro no próprio Haras, que dispõe de uma estrutura adequada para isso. “De 2009 até hoje, o Marco passa por um boom em seu negócio: lapidou toda a sua tropa, adquirindo novos animais de excelência, comprovados e ranqueados nas provas, mostrando uma grande diferença, claro, para melhor. Acredito que nos próximos 5 anos nos tornaremos um dos melhores criatórios do Brasil, tanto em termos de infraestrutura, como de animais. A tropa, já muito boa, concebe, a cada dia, animais cada vez mais superiores. Não fosse apenas isso, ainda te-

“Eu, junto ao Marco, Paula, Bené e Vinícius fazemos de tudo para que o Nova Era esteja sempre em crescimento, sempre um ajudando o outro todos os dias. Todo no nosso esforço é pela tropa, pois fazemos questão de vestir a camisa do haras”. Lázaro Vieira da Silva (Lazinho) – Gerente Haras Nova Era mos a felicidade de contar com uma equipe de trabalho excepcional. Somos uma família. Os treinadores e tratadores Vinícius, Baiano, Lazinho e Bené são fantásticos. O trabalho diário - e os méritos conquistados a partir dele -, são divididos entre nós. A cada dia, surgem novas ideias, aprimorando ainda mais a qualidade, em todos os sentidos. A marca Haras Nova Era se fortalece e faz-se mais conhecida. Às vezes, até brinco que quero me aposentar aqui. Tudo que fazemos no Haras, até hoje, deu muito certo. É um lugar aconc he ga nte , até porque adoro trabalhar com as éguas e cavalos.” NOVEMBRO de 2013

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Mangalarga Marchador: raça, beleza e agilidade Conheça mais sobre esta raça forte e os principais projetos que a ABCCMM apresenta

A origem do Mangalarga Marchador ipicamente brasileira, a raça de cavalos Mangalarga Marchador surgiu há cerca de 200 anos na Comarca do Rio das Mortes, no Sul de Minas, através do cruzamento de cavalos da raça Alter, trazidos da Coudelaria de Alter do Chão, em Portugal, com outros cavalos selecionados pelos criadores daquela região mineira. A base de formação dos cavalos Alter é a raça espanhola Andaluz, cuja origem étnica vem de cavalos nativos da Península Ibérica, germânicos e berberes. Os cruzamentos dessas raças deram origem a animais de porte elegante, beleza plástica e temperamento dócil, perfeitos para a montaria. Em 1808, chegaram ao Brasil os primeiros exemplares da raça Alter, através de D. João VI, que se transferiu para a Colônia com a família real. Os

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cavalos dessa raça eram muito valorizados em Portugal, e a família real investia em coudelarias (haras) para o aprimoramento da raça. A Coudelaria de Alter foi criada em 1748 por D. João V e viveu momentos de glória durante o século XVIII, formando animais de grande procura por príncipes e nobres europeus, destinados a atividades de lazer e serviço. Os cavalos Mangalarga Marchador tiveram como berço a fazenda Campo Alegre, no Sul de Minas, de Gabriel Francisco Junqueira, o Barão de Alfenas, a quem se dá a responsabilidade pela formação da raça. A fazenda era herança de seu pai, João Francisco Junqueira. Outro fazendeiro importante na história do Mangalarga Marchador foi José Frausino Junqueira, sobrinho de Gabriel. Exímio caçador de veados, José Frausino aprendeu a valorizar os cavalos marchadores por serem resistentes e ágeis para transportá-lo em suas longas jornadas.


Existem várias versões para o nome Mangalarga Marchador, porém a mais consistente está relacionada à Fazenda Mangalarga, localizada em Pati dos Alferes, no Rio de Janeiro. O nome da fazenda era o mesmo de uma serra da região.

Curiosidades do Mangalarga Marchador Uma das principais funções do Mangalarga Marchador é a sua marcha, o que o diferencia das outras raças de marchadores encontradas no mundo. A marcha, que é o passo acelerado, se caracteriza por transportar o cavaleiro de maneira cômoda, pois não transmite nele os impactos ocorridos com os animais de trote. O andamento genuíno do Mangalarga Marchador é acompanhado de outras importantes características. Temperamento ativo e dócil, podendo ser montado por pessoas de qualquer faixa etária e nível de equitação; resistência, pois apresenta grande capacidade para percorrer longas distâncias e enfrentar desafios naturais; inteligência, seu adestramento é fácil e rápido em relação as outras raças de sela; rusticidade, opção de ser criado somente em regime de pasto, diminuindo seu custo de produção e manutenção, facilitando o seu manejo. A rusticidade é observada também na facilidade de adaptação a quaisquer terrenos e climas como o tropical, temperado ou até mesmo o frio. Os cavalos da raça Mangalarga Marchador têm aptidões para passeios, cavalgadas e diversas modalidades esportivas como Prova de Tambores, Baliza, Team Penning, Cavalgada Planilhada, Salto e Enduro, além de auxiliar na lida com o gado. A ABCCMM e seu amor à raça A Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador foi fundada por criadores da raça em 16 de julho de 1949, em Belo Horizonte, MG. Ela ostenta o título de maior entidade de criadores de equinos de uma mesma raça da América Latina. A ABCCMM é autorizada pelo Ministério da Agricultura a fazer o controle e registro dos animais da raça Mangalarga Marchador. Atualmente, a Associação conta com 8 mil associados, dentre eles contribuintes, usuários e sócios mirins, formando um plantel de 615 mil animais. Essa forte raça vem conquistando o mundo, pois já está difundida em diversos países como Es-

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tados Unidos, Alemanha, Holanda, Áustria, Bélgica, Angola, Peru, Uruguai, Canadá, Portugal, Argentina, Israel, Nova Zelândia e Dinamarca. A ABCCMM conta ainda com o importante apoio de 63 núcleos regionais espalhados pelo País, além dos núcleos oficiais na Alemanha, Estados Unidos, Itália e Argentina.

Projetos para o Mangalarga Marchador Em entrevista, o atual presidente da Associação Nacional de Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador, o sr. Magdi Saat, conta os principais projetos para a raça. “A Associação se destaca por realizar, além de exposições, copas de marcha, eventos culturais e de confraternização entre os criadores. Além deles, temos projetos ambientais, sociais e culturais.” O Projeto Sela Verde é um projeto ambiental, no qual o Mangalarga Marchador será a primeira raça de equinos no mundo a ter um selo ambiental. Com o conceito da sustentabilidade, o Sela Verde é um estímulo para a preservação ambiental e para o fortalecimento das propriedades no âmbito econômico. Já o Projeto Fazenda Esperança é voltado para o lado social, para a reintegração sócio familiar de associados, trabalhadores rurais e dependentes químicos por uso de drogas e álcool. Há, ainda, o Projeto de Formação de Competência Profissional para Jovens Trabalhadores Rurais, com o objetivo de inseri-los no mercado de trabalho; o Projeto de Equoterapia trabalha com a utilização do cavalo Mangalarga Marpág.

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chador para pessoas com deficiências físicas e mentais. E, por fim, o Projeto Cultural, com a manutenção do Museu Nacional Mangalarga Marchador, em Cruzília, MG, posicionado estrategicamente em um dos mais belos trechos do Caminho Velho da Estrada Real e que faz parte do circuito cultural e turístico de Minas Gerais. O Museu traz reflexões sobre o presente, passado e futuro em seu Programa Educativo tem como objetivo promover visitas mediadas, contribuindo efetivamente para a consolidação do espaço como importante centro de valorização, guarda, prevenção e difusão do universo que envolve o cavalo Mangalarga Marchador. “A associação conta, ainda, com o Projeto Mangalarga Marchador para Todos. Com o objetivo de levar conhecimento àqueles que estão iniciando-se no cavalo, o projeto oferece aprimoramento para os que já estão na atividade há mais tempo, além de formação técnica para peões e tratadores, e também para aqueles que desejam entrar no mercado de trabalho”, conta Magdi Saat. Já foram contabilizados pela Associação 219 cursos para novos criadores, formação de mão de obra, equitação básica, doma, casqueamento e ferrageamento, com a participação total de 4.149 alunos. Outro projeto bastante interessante é o Formação por Competência em Equideocultura, que capacita jovens e trabalhadores rurais de baixa renda, assegurando-lhes profissionalização, geração de renda e melhoria da qualidade de vida. Já foram realizados cursos nas cidades mineiras Cruzília, Barbacena e Itabira, em parceria com o SENAR/ MG.


Metas da ABCCMM A Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador já traçou inúmeras metas para 2014. Uma delas é a conclusão do Centro de Excelência M.M., em Jaboticatubas, MG, local destinado à conclusão de programas e cursos de profissionalização e capacitação de mão de obra, utilizando a raça Mangalarga Marchador, além de realizar exposições, eventos esportivos e leilões. A ABCCMM tem o intuito de internacionalizar ainda mais o Mangalarga Marchador. Para isso, assinou convênio com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e investimento (APEX Brasil). O objetivo do convênio é promover a exportação de cavalos de sela brasileiros, consolidando a imagem do Brasil como origem do melhor cavalo de sela do mundo, agregando valor ao produto brasileiro, através da demonstração das habilidades e da adaptabilidade do animal brasileiro às diferentes condições ambientais, gerando oportunidade para a continuidade e o aprimoramento da raça no mundo. Existe uma previsão de que a raça esteja presente nos próximos anos em feiras como Equitana, Pferdemesse, Eurocheval, Americana, Pferd Internacional, todas na Alemanha. Além dos Caminhos do Marchadr USA, nos Estados Unidos, Paard & Koets, na Holanda, Nuestros Caballos, na Argentina, Fiera Cavali na Itália e Salon Du Cheval, na França. A ABCCMM almeja dar continuidade às ações que vêm desenvolvendo em comunicação e marketing. Nos últimos anos, a associação fez um forte investimento em política de comunicação com os seus associados, revitalizou o site da entidade e, ainda, reestruturou a periodicidade da revista, lançada em 20 de setembro de 2009. O primeiro programa sobre o Mangalarga Marchador em rede nacional de televisão, o MMTV, começou com meia hora de duração e é exibido desde agosto de 2010 com uma hora de duração. A boa audiência do programa, que vai ao ar pelo Canal Rural, semanalmente, tem atraído novos usu-

ários e criadores para a entidade. Estima-se que o público potencial atingido pelo MMTV seja de 78 milhões de brasileiros, via TV a cabo e sistema de parabólicas. Palavra do Presidente “O Mangalarga Marchador vive um momento extraordinário, com crescimento de 20% ao ano, sobretudo a Associação, em número de associados. Só no último ano crescemos 40%. O pessoal começou a descobrir as qualidades e o forte potencial da raça. Um cavalo bonito, dócil, rústico e extremante cômodo. Para o lazer, não tem coisa melhor. Mas é na nossa união, na iniciativa de cada um e no poder de todos, que nos estamos tornando uma referência mundial. Vivemos hoje uma euforia sem precedentes. Ampliamos a cada dia as fronteiras já inexistentes de nossa nação Mangalarga Marchador. Surfando nesta grande onda de crescimento, com cerca de 8 mil sócios ativos, devemos preparar a Associação - e seus futuros dirigentes - para o desafio de adequar seu modelo de gestão a um novo momento histórico. Novos desafios surgem em cada instante. Precisamos estar sempre um passo à frente, num tempo marcado pela agilidade nas comunicações e pelas transformações ultrarrápidas. Deixamos um legado, uma base sólida. Mas o trabalho não acabou.” Magdi Shaat, presidente da ABCCMM

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Equinos

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A ACCMMTAN e a força do Mangalarga nas cidades do interior Unidos por uma única causa: a paixão pela raça.

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dores associados, formando, juntos, um grande time. esde 2007, ano em que foi fundada, a Associação de Criadores do Cavalo Mangalarga A cada dia projetos são colocados em prática, Marchador do Triângulo Mineiro, Alto Pae novas metas são traçadas, para melhoria e aperranaíba e Noroeste Paulista (ACCMMTAN) feiçoamento constante, não só da associação, mas vem desenvolvendo inúmeros projetos e melhorias, também dos seus associados, que podem usufruir tanto aos animais quanto aos associados. de benefícios especiais. E agora, em seu segundo mandato, o atual pre“Para esta nova gestão, já temos novos projetos sidente e também criador Marco Valério vem deem andamento, como cursos para apresentadores, senvolvendo diversos projetos de expansão da raça. tratadores e criadores, e fomento de exposições junto Hoje, o Mangalarga Marchador já pode contar com ao MAPA. Recentemente fechamos uma importante 14 Copas de Marcha e 5 Exposições Especializadas, parceria com a FAZU – Faculdade de Uberaba, para sendo que as Exposições de Uberlândia e Araguari cursos de extensão e atendimento médico veterináestão entre as 5 maiores do País, em se tratando de rio a animais de grande pornúmero de animais e exte, e fazemos tudo isso positores. pensando em nossos “Aos amigos criadores e Marco Valério concriadores e associados”, apresentadores, usuários do cavalo ta que nem sempre as explica o presidente. em geral e parceiros, deixo aqui o coisas foram fáceis. E a ACCMMTAN meu agradecimento em nome da Enfrentou - e ainda ennão se cansa de visar diretoria ACCMMTAN, e a certeza de frenta - muitos desafios, ao progresso para todos. que estaremos fazendo sempre o principalmente por seu Membros já começam grande amor à raça. “Em melhor, para que, ao final do nosso a se dedicar, principalqualquer gestão de uma mandato, tenhamos deixado para mente no aprimoraassociação, sempre eno núcleo um caminho de progresso mento da raça, quanto contraremos desafios, para a raça que escolhemos criar” à qualidade dos animais mas, unidos às fortes na região e a sua consoliparcerias e com os assodação no mercado regional do ciados, criadores e sindicatos, chegamos ao sucesso. Mangalarga Marchador. Somos hoje, dentro da raça de cavalos Mangalarga Marco Valério encara a presidência de uma Marchador, o núcleo com maior número de eventos associação tão importante como a do Mangalarga realizados por temporada, e isso, sem dúvidas, é um Marchador, como um desafio, e, principalmente, uma grande feito, destacando os nossos cavalos em todo doação de si mesmo em prol do que gosta e acredita, o território nacional”. sempre tentando repassar o seu melhor aos criadoMarco Valério faz parte da CCMMTAN desde que a associação foi fundada, e hoje conta com 85 criares e associados dessa grande raça. NOVEMBRO de 2013

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O Procedimento de Certificação

de Imóveis Rurais

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DIREITO

m O INCRA informou em meados de fevereiro de 2013 que o procedimento de certificação de imóveis rurais, documente este exigido para toda alteração de área ou de seu titular em Cartório de acordo com os prazos estabelecidos no Decreto n° 5.570/05, passaria a ser realizado de forma automatizada, por meio do Sistema de Gestão Fundiária. A certificação serve basicamente para impedir a grilagem de terras e os conflitos entre proprietários por falhas na demarcação. A implantação do referido sistema é um importante passo para viabilizar a informatização do procedimento, que esbarrava na equivocada necessidade do INCRA conferir a titularidade e as confrontações, atividade esta de competência do registrador imobiliário. Entretanto, em razão da falta de infraestrutura do INCRA, os objetivos da Norma de Execução nº 105, de 26.11.2012, não vêm sendo alcançados, situação esta que obriga os proprietários de imóveis rurais a recorrerem ao Poder Judiciário para conclusão do procedimento da certificação. Leia mais O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (“INCRA”) por meio da Norma de Execução nº 105, de 26.11.2012, simplificou as regras para a certificação de imóveis rurais, documente este exigido para toda alteração de área ou de seu titular em Cartório de acordo com os prazos estabelecidos no Decreto n° 5.570/05. O objetivo do INCRA foi não só regulamentar o § 5º do art. 176 da Lei nº 6.015/73, de 31.12.19731 , que trata do georreferenciamento, mas também diminuir o passivo de processos de certificação esperando por análise. Com a Norma de Execução nº 105, de 26.11.2012, o INCRA verificará se a poligonal objeto de análise não se sobrepõe a nenhuma outra constante do cadastro georreferenciado do órgão e se o memorial descritivo atende às exigências técnicas. pág.

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Desta forma, a certificação servirá para impedir os conflitos entre proprietários por falhas na demarcação. Necessário salientar que as modificações aqui apontadas surgiram da grande interação institucional havida entre o INCRA e o Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (“IRIB”) para sanar a grave falha existente na Lei nº 6.015/73 que ao dispor o rito procedimental confundiu as competências destes órgãos, situação esta que criou diversos entraves para cumprimento das exigências legais. A certificação passará a ser realizada de forma automatizada, por meio do Sistema de Gestão Fundiária (“SIGEF”) que é capaz de analisar sobreposição com o cadastro georreferenciado do INCRA e gerar planta e memorial descritivo de forma automática. Segundo informações contidas no site do INCRA, os dados levantados deverão ser submetidos ao SIGEF por meio de planilha eletrônica (formato “.ods”), para certificação . Preferencialmente, os dados deverão ser enviados por profissional credenciado que acessará o sistema por interface Web e será autenticado por meio de certificado digital (token). Após o envio dos dados e caso não seja detectada sobreposição ou qualquer outra falha técnica, poderá existir a solicitação da certificação pelos proprietários de terras. Neste momento, serão gerados os documentos (planta e memorial descritivo) os quais serão assinados digitalmente, podendo ser impressos e levados ao registro de imóveis. Em que pese já ter sido iniciado o procedimento da certificação dos imóveis rurais em razão dos prazos definidos pelo Decreto nº 4.449/02, e pelo Decreto nº 7.620/2011, o que se vê é que o INCRA não vem conseguindo concluir os processos já iniciados, circunstância esta que vem causando grande prejuízo aos proprietários que não podem desmembrar ou praticar qualquer transação, por exemplo, destes bens. Assim, os proprietários são obrigados a impetrarem mandado de segurança alegando que não


vem sendo garantida a razoável duração do processo no âmbito administrativo, e, por conseguinte, requerendo que o INCRA conclua a análise do pedido de certificação expedindo tal na hipótese da regularidade da documentação apresentada, uma vez que a demora do órgão fere o direito do proprietário exercer plenamente os direitos de usar gozar e dispor de seu bem. Portanto, o que se vê é que apesar do esforço do INCRA e IRIB em corrigir as imperfeições das legislações e tentar viabilizar a implementação da certificação de imóveis rurais, os proprietários de terras acabam esbarrando na falta de estrutura do órgão para exercerem os direitos que já detém, tendo em vista que não podem desmembrar, arrendar, hipotecar, vender ou prometer em venda o imóvel rural e para homologação de partilha amigável ou judicial (sucessão causa mortis), por exemplo, enquanto não for finalizado este procedimento elencado na Norma de Execução nº 105. Art. 176 - O Livro nº 2 - Registro Geral - será destinado, à matrícula dos imóveis e ao registro ou averbação dos atos relacionados no art. 167 e não atribuídos ao Livro nº 3. § 5º Nas hipóteses do § 3o, caberá ao Incra certificar que a poligonal objeto do memorial descritivo não se sobrepõe a nenhuma outra constante de seu cadastro georreferenciado e que o memorial atende às exigências técnicas, conforme ato normativo próprio. 2 Incra informa sobre mudança na certificação de imóveis rurais. Disponível em http://www.incra.gov.br/index.php/noticias-sala-de-imprensa/noticias/12653-incra-informa-sobre-mudanca-na-certificacao-de-imoveis-rurais. Acessado em 24/06/2013. 1

ÁREAS DE ATUAÇÃO AMBIENTAL Contratos - Societário - Investimento Internacional Administrativo - Bancário - Proprietário Intelectual Tributário - Civil - Trabalhista - Imobiliário Consumidor - Securitário - Solução de Controvérsias Regulatório - Medicamentos Av. Brig. Faria Lima 1478, 19º andar, cj.1909 a 1916 CEP 01451-001 São Paulo/SP - Brasil Tel.: 55 (11) 3097-9991 | Fax: 55 (11) 3097-9903 fialdiniadv.com.br fialdiniadv@fialdiniadv.com.br

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Brasília Rio de Janeiro Uberlândia São Paulo


Congresso mantém vetos presidenciais;

multa do FGTS não é extinta

Para manter o veto ao projeto que acaba com a multa de 10% sobre o FGTS, governo apresentou proposta vinculando recursos ao programa Minha Casa, Minha Vida.

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CONTABILIDADE

demoraCongresso decidiu manter todos os vetos da presidente Dilma Roussef a projetos em análise. Uma nova sessão conjunta para exame de vetos presidenciais está convocada para o dia 15 de outubro, às 19 horas. O tema mais polêmico da sessão foi o veto ao Projeto de Lei Complementar 200/12, que extingue a multa adicional de 10% sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), paga pelos empregadores ao governo nas demissões sem justa causa. Para assegurar a manutenção do veto, o governo, que desde a semana passada vinha mantendo entendimentos com sua base no Congresso, apresentou projeto para garantir a utilização do dinheiro da multa no financiamento exclusivo do programa Minha Casa, Minha Vida. O objetivo é bancar a construção de mais de dois milhões de moradias populares em 2014. O PLP 328/13 já tramita na Câmara em regime de urgência constitucional. O governo alegava que a extinção da cobrança da multa geraria um impacto de R$ 3 bilhões, o que afetaria ações de infraestrutura e programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida. Por sua vez, empresários e representantes da indústria sustentam que a contribuição já cumpriu a função de corrigir desequilíbrio na correção dos saldos das contas individuais do FGTS. A última parcela

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das dívidas geradas com os planos econômicos foi paga em junho de 2012. A multa rescisória de 10% foi criada em 2001 para cobrir rombos nas contas do FGTS provocados pelos Planos Verão e Collor 1, de combate à inflação, em 1989 e 1990. Além da multa rescisória de 10%, o empregador que demite sem justa causa paga ainda ao empregado indenização equivalente a 40% do saldo do FGTS. Rito de apreciação Essa foi a segunda deliberação dos parlamentares com base nos novos critérios para análise de vetos presidenciais, estabelecidos em resolução aprovada em julho. Pela norma, o Legislativo passa a cumprir o prazo constitucional de 30 dias para votação dos vetos, a partir da sua publicação. Caso isso não ocorra, a pauta do Congresso fica obstruída. A primeira sessão para exame de vetos sob as novas regras foi realizada em 20 de agosto. Na ocasião, o Congresso manteve todos os quatro vetos presidenciais em análise, incluindo os dispositivos da Lei do Ato Médico. Para um veto ser rejeitado, é preciso maioria absoluta tanto na Câmara (257 votos) quanto no Senado (41 votos). A votação é secreta, feita em cédula. Fonte: Câmara dos Deputados.


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Amaru perfilado: Mercado

acabamento, resistência e durabilidade

Futuras instalações do escritório da Cerca Forte em Uberlândia-MG

A Cerca Forte é pioneira na utilização de eucalipto tratado e perfilado, além de prestar serviços rápidos e economicamente viáveis

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mercado da construção civil contemporânea demanda por materiais renováveis, que respeitem o ambiente e tenham alta durabilidade, garantindo um progresso susten-

tável. A cada dia, as construções à base de madeiras reflorestadas ganham mais espaço no Brasil, seja em construções residenciais, rurais (cercas, currais, fruticultura e outros), ou industriais. Além do apelo sustentável, essas construções encantam pela beleza e funcionalidade. A Cerca Forte Eucalipto Tratado & Construções encontrou em Uberlândia, MG, um mercado em franca expansão, composto por empresários de vários setores, que têm como característica a busca por inovação e utilização de recursos funcionais, duráveis e que sejam economicamente viáveis. Percebe-se que essas premissas são preceitos de qualquer investidor atento às necessidades de um mercado cada vez mais exigente e com normas ambientais mais severas.

Visão de mercado Natural de Montes Claros, Erick Teixeira de Souza, 36, é o idealizador da empresa e também foi o responsável pela escolha de Uberlândia para ser a sede da empresa. O empresário é técnico agrícola formapág.

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do no Núcleo de Ciências Agrárias da UFMG - Campus Montes Claros, cursou o ensino superior na Faculdade de Agronegócio da Politécnica de Uberlândia e fez pós-graduação em gestão de pessoas na Universidade Católica de Uberlândia. Desde 2005 morando e trabalhando no segmento de eucalipto tratado em Uberlândia, Erick enxergou na cidade a possibilidade de estabelecer seu negócio e contribuir para o desenvolvimento do munícipio em franca expansão. “O produto sempre teve uma saída muito grande aqui na região. A cidade traz em seu histórico a grande utilização do eucalipto tratado na construção civil e rural”, comenta. Mas o que fez a Cerca Forte se tornar uma referência no mercado foi o pioneirismo em trabalhar com a espécie de eucalipto Amaru, tratado e perfilado. O Amaru é uma madeira de eucalipto exclusiva da PLANTAR, desenvolvida após décadas de pesquisas de melhoramento genético, que assegura maior

durabilidade e resistência se comparada com outras madeiras de reflorestamento disponíveis no mercado. O que possibilita a garantia de 15 anos com um certificado de garantia. O seu processo de produção é baseado na clonagem de indivíduos rigorosamente selecionados, que tenham baixa incidência de tortuosidade e rachaduras. O Amaru perfilado pode ser adquirido em 6 diâmetros, disponíveis nas seções roliça ou arco. Os perfis roliço e arco constituem a base do Sistema Construtito Amaru perfilado, que permite uma infinidade de combinações entre as peças, não impondo restrições construtivas para o uso em projetos. “O eucalipto tratado e perfilado começa a cair no gosto dos uberlandenses, que têm reconhecido a funcionalidade do produto e o alto padrão de acabamento. O nosso sistema construtivo é muito interessante, não faz sujeira nem barulho, e fica pronto rapidamente”, declara Souza. O eucalipto tratado e perfilado é de fácil manejo e alto padrão de acabamento

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Produtos Cerca Forte

Mercado

O produto é distribuído em Uberlândia exclusivamente pela Cerca Forte, que fez o seu lançamento durante a Exposição Agropecuária de Uberlândia (Camaru 2013). A empresa preparou um stand feito a partir do eucalipto o que atraiu a atenção do público. A Cerca Forte executa diversos tipos de projetos, como tablados, pergolados, redondel, curral de manejo, etc... em qualquer lugar do Brasil. Em parceria com a Plantar, desenvolvem e oferecem projetos prontos ou de acordo com a necessidade e realidade do cliente. Concepções que visam à simplicidade executiva e à otimização do custo final da obra.

Natural da Oceania Eucaliptos, em termos gerais, são árvores e, em alguns raros casos, arbustos, nativas da Oceania, onde constituem, de longe, o gênero dominante da flora. São mais de 700 espécies conhecidas, quase todas originárias da Austrália. Há ainda diversas espécies de eucaliptos híbridos e clonados. Adaptados a praticamente todas as condições climáticas, os eucaliptos caracterizam a paisagem da Oceania de uma forma que não é comparável a qualquer outra espécie, em outro continente. A madeira utilizada pela Cerca Forte foi desenvolvida pela Plantar. É uma variedade de eucalipto exclusiva da empresa, de crescimento rápido, baixa conicidade e extremamente resistente a fendas e trincas. Depois de tratada e perfilada, essa madeira

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é disponibilizada no mercado em vários tamanhos, com medidas que vão até 6m de comprimento e diâmetro de 4 a 15cm. Bom e bonito Utilizar eucalipto tratado e perfilado em construções, além dos ganhos em estética, é um produto renovável, procedente de floresta plantada e com selo internacional de manejo TSC. É uma forma de garantir que não seja cortado nenhum tipo de madeira nativa, preservando a natureza. Outra vantagem é que quem utiliza esse material está desestimulando a produção de amianto, concreto, cimento... produtos altamente poluentes. O bem estar e o conforto que a madeira proporciona também merece destaque. As obras de concreto, metal e derivados são obras “frias”. Quando se utiliza madeiras, torna-se o ambiente muito mais aconchegante e agradável. “Nosso maior desafio é conseguir mostrar para as pessoas as inúmeras vantagens do eucalipto perfilado. Queremos estar mais perto de engenheiros, arquitetos, paisagistas, e mostrar que existem muitas obras hoje, principalmente no Nordeste, Rio de janeiro e outros grandes centros, de altíssimo padrão, todas feitas com o Amaru”, comenta Erick. Porteira adentro Os principais clientes da Cerca Forte são os produtores rurais. Aproximadamente 90% do eucalipto tratado vendido na empresa tem como destino o campo. Pode ser utilizado como mourão para cercas, curral de manejo, tablado, pergolado, etc... A empresa tem contato intenso com esse segmento, seja em Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso, Pará ou Goiás, Estados nos quais a Cerca Forte conta


com representantes comerciais. No escritório de Uberlândia, são três pessoas no departamento de vendas, uma no financeiro, três encarregados das entregas nos pátios e quatro profissionais que cuidam das obras. Erick é o mestre que comanda toda a equipe. Além do time próprio da Cerca Forte, a empresa conta ainda com uma assistência extra da Plantar. A empresa disponibiliza uma equipe de suporte técnico voltada para a capacitação de profissionais de arquitetura e de engenharia para a elaboração de projetos com o Sistema Construtivo Amaru Perfilado, com Acabamento em Osmocolor, para o treinamento de mão de obra executiva e para o acompanhamento de obras. A mesma equipe também se dedica ao de-

senvolvimento de Projetos Modelos de diferentes portes, e para fins variados, com a finalidade de demonstrar toda a versatilidade do Sistema Construtivo. Os projetos são fornecidos gratuitamente e aceitam adaptações para melhor atender às necessidades dos clientes. Veja nos sites da Montana e Plantar. Buscando sempre novas formas de aperfeiçoar os seus projetos com madeiras renováveis, tratadas e perfiladas, oriundas de florestas plantadas, com total garantia de procedência e qualidade, a Cerca Forte se propõe a ser uma importante ferramenta para auxiliar na construção dos seus sonhos. Além de garantir a eles, 15 anos de vida útil. Equipe Cerca Forte - Uberlândia-MG

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DESTINOS

Casa da e terra r u t n Adve

Hotel fazenda ĂŠ palco de eventos empresariais, educativos, religiosos, e lazer familiar pĂĄg.

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ioneiro em acampamento educativo de Uberlândia, sendo hoje o único especializado na região, e também considerado pela secretária de turismo de Uberlândia, a melhor estrutura para eventos em grupo em seu segmento, a Casa da Terra Adventure há sete anos oferece os seus serviços a grupos empresariais, escolares, familiares e amigos, ou igrejas com retiros religiosos, para momentos únicos em um espaço totalmente natural. Com fácil acesso para quem sai de Uberlândia - MG, a Casa da Terra está localizada às margens da Represa de Miranda, a 22 km do trevo, sentido Araxá - MG. A facilidade de chegar até a pousada proporciona aos moradores de Uberlândia e região estarem em minutos, em um local com vasta área verde, clima agradável e contato direto com a natureza. Carmen Candelori, proprietária do local, conta que a Casa da Terra foi construída exclusivamente

para receber grupos de pessoas. “Depois de uma carreira publicitária bem sucedida, a ideia foi fazer o que eu já fazia na W Candelori: eventos empresariais. Posteriormente, surgiu a ideia de ampliarmos nossa atuação incluindo nos serviços oferecidos eventos educativos, religiosos e sociais. Mas a proposta inicial foi toda construída para as empresas fazerem treinamentos e dinâmicas outdoor”, conta Carmen. A Casa da Terra dispõe de uma estrutura completa, com alojamento para 120 pessoas, salão de eventos com sala de equipamentos, sala de apoio e capacidade para até 300 pessoas, além de restaurante com vista para a represa, piscinas, quadra de vôlei, campo de futebol, quadra de areia, trilha ecológica, tirolesa, quiosque com churrasqueira e variadas possibilidades de adaptação do espaço para atividades outdoor training, atendendo as necessidades de variados públicos: NOVEMBRO de 2013

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DESTINOS

- Empresarial: Eventos indoor, outdoor training, workshops, convenções, confraternizações, treinamentos em geral, reuniões estratégicas, reuniões de liderança, entre outros; - Escolas: Acampamento educativo, com organização própria e atividades monitoradas por uma equipe especializada, com formato de 1 a 3 dias de evento; - Igrejas: Acampamentos, encontros, retiros, dentre outros; - Social: Casamentos, aniversários, reuniões familiares, entre outros. Antes de contratar os serviços desse maravilhoso espaço, o cliente tem a opção de visitar o local antecipadamente, para conhecer tudo que a sua estrutura oferece. Acampamento CTA - Pioneira Em Acampamento Educativo Na Região Quando se fala em Acampamento Educativo, os programas são criados e orientados por uma equipe de profissionais especializados e são aplicados por monitores qualificados e certificados. Segundo os Coordenadores de Eventos Escolares da Casa da Terra, Marcio Ribeiro (Nuca) e Liza Candelori, todas as atividades desenvolvidas visam o crescimento pessoal, intelectual e social dos alunos. Através de gincanas, atividades recreativas, esportes radicais e culturais desenvolvidos com total interação com o meio ambiente, os jovens são motivados no processo de descoberta do pág.

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saber, desenvolvendo aprendizados práticos para a vida. “Para as escolas, por exemplo, esta é uma possibilidade de abrir as paredes da sala de aula complementando e reforçando o conteúdo”, conclui Liza. Sua empresa alcança mais resultados quando o ambiente é verde e livre Hoje, as empresas necessitam oferecer treinamentos, informações, e estratégias de motivação para manterem seus funcionários envolvidos e engajados com os objetivos corporativos. Os métodos tradicionais de reuniões e treinamentos muitas vezes não atendem mais esta necessidade, e esse é um grande desafio para as áreas de treinamento e de recursos humanos, que precisam inovar e criar programas e estratégias de alto impacto, buscando capacitar constantemente suas equipes. Segundo Virgínia Silva, Coordenadora de Eventos Corporativos da Casa da Terra, as atividades desenvolvidas e oferecidas no espaço se tornam uma solução para as empresas diante essa mudança de cenário. “As diferentes opções de atividades Outdoor Training são adaptáveis ao tema e objetivos das empresas”. Todo o clima de fazenda, com muito verde, pássaros, e represa faz com que os participantes saiam da rotina empresarial, o que torna os eventos marcantes e surpreendentes. “Os eventos realizados na Casa da Terra são personalizados de acordo com o briefing do cliente, para serem sempre atrativos e produtivos. O resultado é um retorno positivo


Margeado por 1.000 metros de água para atividades aquáticas

para as empresas obtido através de muita satisfação dos participantes”, conclui Virgínia. Cada evento é considerado único. A personalização dos serviços não é um diferencial da Casa da Terra apenas para eventos empresariais. Essa é uma filosofia da empresa para todos os tipos de eventos oferecidos, baseada em sua missão de oferecer momentos inesquecíveis e que apresentem resultados significativos. Segundo Carmen Candelori, considerando a rotina atual do ser humano, interagindo intensamente com o mundo digital, todas as atividades que podem

ser desenvolvidas na Casa da Terra saem dessa rotina e visam o relacionamento interpessoal, interação com a natureza e crescimento pessoal. “O foco na interação do ser humano com o meio ambiente é o ponto de partida para despertar sociabilidade, autoconfiança e criatividade”, afirma Carmen. Para o próximo ano, a Casa da Terra já tem novidades: a ampliação do atendimento de lazer e turismo, onde, além dos eventos em grupo, serão disponibilizados os serviços de restaurante, aos fins de semana, e hospedagens individuais. A Casa da Terra já está com esses projetos em andamento, mais não nos deu a data certa das novidades.

Os interessados em realizar eventos neste lugar rodeado de natureza podem acessar o site www. casadaterraadventure.com.br ou mesmo enviar email através do contato eventos@ casadaterraadventure.com.br. O telefone para contato é 34 3234 0884.

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PET

por Mara Oliveira

O PET da vez é... Fox Paulistinha,

o queridinho das crianças

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enominados cães caçadores de ratos, o Fox Paulistinha atracou no Brasil junto aos navios portugueses e holandeses, durante o século XIX. Assim, o cruzamento entre Terriers Europeus com cães já existentes no Brasil deu origem ao Terrier Brasileiro. É possível que os Terriers europeus tenham cruzado com o Pincher, o Chihuahua e outros cães nativos no Brasil. Esse lindo cãozinho vem de uma raça que une muita energia a uma grande capacidade de aprendizado. Além de ser de uma ótima companhia para todas as idades, o Fox Paulistinha também é guarda de alerta, e até mesmo caçador de pequenos animais, como no caso dos ratos. João Venceslau é criador de cavalos Mangalarga Marchador da Fazenda, e, há 20 anos, ganhou o seu primeiro filhote de Fox Paulistinha. O presente veio pág.

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de um primo que criava alguns exemplares da raça em sua fazenda no Mato Grosso.

Hoje, João se tornou um amante da raça, compondo em sua fazenda uma matilha de 14 cães adultos, sendo 7 fêmeas e 7 machos. “Sempre


gostei de animais, mas principalmente cachorros. Em minha infância, tive alguns animais de estimação maiores, mas os meus preferidos sempre foram os cães da raça Terrier Brasileiro, conhecidos como Fox Paulistinha, e os cavalos Mangalarga Marchador”, afirma o criador. Quando criança, João sentiu forte atração pelos cães dessa raça devido à lealdade e companheirismo deles. Ao longo do tempo, se surpreendeu com as inúmeras características que o Terrier Brasileiro apresenta. São cães muito ativos e inteligentes, estão sempre atentos ao que acontece ao seu redor, e, justamente por esse motivo, são excelentes cães de alerta, defendendo o seu território com coragem, jamais se intimidando com adversários, mesmo que maiores. O Fox Paulistinha não exige muita preocupação com a sua saúde, além dos cuidados básicas que qualquer animal necessita. Por ser uma raça muito resistente a doenças, desde que tomem as devidas vacinas e o controle parasitário esteja em dia, além de ter higiene e uma boa alimentação, não há com o que se preocupar. Apesar de lindos e fofos, são animais rústicos e que se adaptam com facilidade à diversos ambientes. Seu porte pequeno e pelo curto o ajuda bastante em questões como transporte e banho, por isso é uma excelente raça para se ter em fazendas e locais mais próximos à natureza. Segundo João Venceslau, os Terriers são cães muito dóceis e alegres. “Como vivem na fazenda,

meus cães passam a maior parte do tempo ao ar livre, onde há bastante espaço para brincar, correr, explorar tudo que há na propriedade, e até mesmo caçar pequenos animais. Além de proteger o ambiente, se divertem o dia todo”. Apesar de não ter filhos, João afirma que seus sobrinhos adoram brincar com os cães, principalmente com os filhotes, e isso é recíproco, pois os Terriers amam crianças e são extremamente protetores. “Há anos atrás, presenciei um caseiro de certa fazenda com um Terrier Brasileiro, que vigiava e protegia o seu neto em um carrinho de bebê, deixando apenas os pais se aproximarem da criança. São animais muito dóceis com as pessoas próximas, e sempre desconfiam de estranhos. Foi uma cena bonita de se ver”, conta João, comprovando a lealdade da raça. O criador ainda conta que, diante de tantos cães dóceis e amáveis, seria injusto dar preferência a apenas um, considerando toda a competitividade entre eles para receberem carinho e atenção. Mas confessa ter um cuidado maior com os mais velhos e os filhotes, que sempre precisam de um pouquinho mais de atenção. João Venceslau cria o Terrier Brasileiro principalmente pelo amor que tem à raça, mas, devido ao trabalho de seleção, às despesas e, principalmente, não poder ficar com todos os filhotes que nascem, a comercialização se faz necessária.

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CURIOSIDADES DO CRIADOR “Há anos atrás, um tatupeba - animal muito comum em nosso cerrado -, havia furado um buraco e se instalado nele, a uma distância estratégica da horta. Com água em abundância e comida farta, a princípio, o tatu não teve uma má ideia. Naquele dia, eu estava na companhia de uma das minhas cadelas, a Boneca, que explorava o ambiente de maneira habitual, quando de repente seu faro identificou a presença de algo novo na área. Talvez um ratinho. Colocou o focinho no chão e começou a seguir o rastro. Não foi preciso farejar muito para deparar com o intruso, do lado de fora da horta. Em posição de alerta, Boneca estudou o seu alvo atentamente: um tatupeba adulto de porte aproximado ao dela. A cadelinha estava posicionada entre a horta e o buraco do tatu, não lhe deixando (ao bicho) muitas opções de fuga. Numa fração de segundo, ele percebeu o perigo e se pôs a correr, começando assim a caçada. Assisti àquela cena me lembrando dos leões e gnus da National Geografic. Salvo o locutor e os efeitos de câmera lenta, o instinto selvagem era o mesmo. Com as pernas curtas, o tatu estava em grande desvantagem. A Boneca logo o alcançou e agarrou, mas, com a sua carapaça dura e resistente, ele parecia não sentir muito os ataques investidos por ela, o que lhe deu confiança suficiente para continuar a fuga. O tatupeba disparou em direção ao seu refúgio e a cadela o perseguiu até lá. Imediatamente o tatu sumiu no buraco, jogando terra na cara da Boneca, que ficou muito furiosa, rosnando do lado de fora. Infelizmente, para ela, era o dia da caça, e não do caçador. Foi muito engraçado ver a minha cadelinha lidando com toda a sua frustração. Ela só não contava com um adversário tão casca grossa...”

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Uma nova

prancha no ar

LAZER

O flyboard começa a migrar do verão europeu para o calor brasileiro. O esporte aquático vem crescendo e ganhando o seu espaço no país.

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Para praticar o flyboard, é preciso, além do equipamento, um curso específico para noções básicas e aperfeiçoamento.

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riginário da Europa, mais especificamente na França, e criado por Frank Zappata, um veterano do jet-ski de competição, o Flyboard nada mais é que uma prancha que voa sobre a água por meio da propulsão de um jato, cuja potência é fornecida por um jet-ski. O esporte europeu vem se tornando conhecido mundialmente, inclusive no Brasil, país tropical e totalmente adepto dos esportes aquáticos. O equipamento funciona por meio de uma turbina da moto aquática, que é desmontada, sendo removido o direcionador. Em seu lugar, é adaptada uma peça metálica semelhante a um sifão de pia, com uma mangueira de alta pressão de 10 metros. Na outra extremidade temos o equipamento que permite sobrevoar a água, uma base com botas de wakeboard, de onde saem os hidrojatos que podem levá-lo a até 8 metros de altura. Nas mãos do praticante são atadas mangueiras com direcionadores, que garantem o equilíbrio necessário. Seja no ar ou na água, as manobras surpreendentes proporcionadas pelo flyboard já conquistam

os amantes dos esportes radicais. Mas como todo e qualquer esporte, é preciso cautela. Os movimentos para frente, trás, giros e curvas fascinam os praticantes, que voam como “foguetes” sob as águas, exigindo maior força nos pés, braços e abdome. O jet-ski funciona exatamente como uma bomba d’agua, enquanto o piloto comanda o acelerador, evitando que o flyboard caia sobre a moto aquática. Caso o praticante venha em direção ao jet-ski, o piloto desacelera imediatamente, fazendo com que o praticante caia na água. Fazendo os movimentos corretos, é possível se mover para qualquer lado, arrastando o jet-ski e o piloto. No entanto, para se chegar perto da sensação de voar não sai tão barato. Para adquirir o equipamento é preciso um investimento de aproximadamente R$ 30 mil. Na Europa, onde o esporte surgiu e já se tornou um grande sucesso nos verões, essa quantia cai para menos da metade. O valor considera que o praticante já tenha um jet-ski de modelos mais novos, de quatro tempos, fundamental para a prática, pois, caso contrário, os custos sobem para cerca de R$ 70 mil.

Em Uberlândia, MG, alguns frequentadores de represas e lagos já possuem o equipamento, e começam a praticar o flyboard.

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EVENTOS

Expogenética 2013

A maior mostra de zebuínos provados pelos principais programas de melhoramento genético do Brasil

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ealizada pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), entre os dias 17 e 25 de Agosto, a 6º edição da Expogenética reuniu, no Parque Fernando Costa, em Uberaba, MG, milhares de visitantes, que foram em busca de animais de alta genética e porte. Para dar início aos pregões, no dia 17 de agosto, sábado, aconteceu, no Cupim Grill, o Leilão Virtual Terra Brava, onde foi ofertada ao público uma gama de touros melhorados. No dia 18, domingo, o Rancho da Matinha foi palco para o Leilão Mega Touros Matinha. Logo após, houve a Abertura Solene da Expogenética e do Simpósio Brasileiro de Melhoramento Animal. Na sequência, o Lançamento do Sumário de Touros PMGZ. No dia 19 de agosto, aconteceu o Lançamento do Sumário Geneplus e, ainda, o Leilão Projeto Boi com Bula, no Tatersal Rubico Carvalho. No dia seguinte, 20 de agosto, aconteceram o

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lançamento do Sumário ANCP, O Leilão Virtual União do Gir e o Leilão Virtual Seleção Guzerá. Já na quarta-feira, 21, houve avaliação dos animais do PNAT (Programa Nacional de Avaliação de Touros) e lançamento do Sumário PAINT. Na quinta-feira, dia 22 de agosto, houve a avaliação dos animais que estavam à mostra, entrega dos prêmios “Matrizes Cláudio Sabino Carvalho” e divulgação dos animais escolhidos pelo PNAT. E mais: lançamento do Sumário IZ e o Leilão Top CEN, que aconteceu no Tatersal Rubico Carvalho. O final de semana foi fechado com muitos leilões. Sexta-feira, realizado na Leilopec, o Leilã Nelore Jandaia e Convidados; sábado, no Tatersal Rubico Carvalho, foi a vez do Leilão Touros Melhoradores Colonial. E, para finalizar, domingo, 25, Leilão Virtual Zebu de Ponta a Ponta e Leilão Naviraí Camparino, realizado na Leilopec.


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Quebra de recorde nacional no

Torneio Leiteiro do Camaru

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EVENTOS

Torneio Leiteiro da Exposição Especializada de Gado de Leite de Uberlândia, MG, teve cinco quebras de recordes nacionais entre os dias 02 e 05 de setembro, no Camaru 2013. Participaram da competição cerca de 60 animais das raças Gir Leiteiro e Girolando. A mostra é realizada anualmente pelo Sindicato Rural de Uberlândia e reúne criadores de várias partes do País. De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Uberlândia, Thiago Soares Fonseca, a exposição está entre as principais mostras nacionais. O presidente destacou que animais de grande potencial foram apresentados em Uberlândia neste ano. A apuração dos resultados do torneio das duas raças confirmou a avaliação de Fonseca. Entre as fêmeas da raça Girolando que concorreram, houve recorde nas categorias Novilha ⅝, Vaca 1/4 e Vaca ⅝. A novilha Portuguesa I Wildman FIV Mutum teve produção total de 221,180 kg, atingindo média de 73,727 kg. O recorde anterior, registrado em julho, na Megaleite 2013, era de 66,047 kg. A fêmea pertence a João Domingos Gomes dos Santos. O outro recorde no grau de sangue ⅝ foi da vaca Hevita Wildman FIV Alegre, de propriedade de Minoro Hélio Maurício Yamamoto Jr e Ricardo Barbosa. Ela teve produção total de 263,360 kg e média de 87,787 kg, superando os 70,973 kg do recorde de 2012. A categoria teve disputa acirrada com outras duas vacas, superando a média de 80 kg. A Reservada Campeã Bariloche Shotle FIV da Xapetuba, do expositor José Antônio da Silveira, atingiu média de 85,107 kg, enquanto a terceira colocada Máxima Harmonia FIV da Prata JAC, de Roberto Peres/ Rogerio O. pág.

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Corrêa, alcançou a média de 84,597 kg. Já a vaca ½ Dirce S. Reis, do expositor Dimas de Castro, teve média de 87,323 kg e produção total de 261,970 kg. Ela bateu o recorde nacional, registrado na Megaleite 2012, que era de 86,850 kg/ leite. O animal Gir Leiteiro JIBA FIV DE BRASILIA, do expositor José Coelho Vitor, bateu o recorde da Categoria Vaca Jovem - acima de 36 até 48 meses - com média de 55,947 kg. O recorde anterior teve média de 53,233 kg, obtido durante a 7ª EXPOSIÇÃO ESTADUAL MINEIRA DO GIR LEITEIRO DE SETE LAGOAS. O outro recorde da raça foi na Categoria Vaca Adulta – acima de 48 meses - do expositor Estância Leiteira Pedra Fundamental, com a vaca PALAS TE DO GAVIAO, com média de 64,283 kg. Sendo o recorde anterior também obtido durante a 7ª EXPOSIÇÃO ESTADUAL MINEIRA DO GIR LEITEIRO DE SETE LAGOAS, a média de 53,233 kg. Para Gabriel Villa Verde, proprietário da vaca recordista PALAS TE DO GAVIÃO, vencer esta prova em Uberlândia é importante para qualquer criador. “Todos se preparam para este campeonato, que certamente está entre os três principais do país”, afirmou. Os criadores das grandes campeãs das raças, Palas TE do Gavião (Gir Leiteiro), e Hevita Wildman FIV Alegre (Girolando), receberam, cada um, uma moto nova como prêmio pelo campeonato. Já o carro zero quilômetro foi para a Campeã Geral do torneio, Hevita Wildman FIV Alegre, que registrou média diária de 87.787 Kg de leite, superando em 29,15 por cento (o parâmetro estabelecido em 2012). FONTE: ABCGIL e Associação Brasileira dos Criadores de Girolando


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Monte Alegre de Minas é palco da Feira de Sucesso 2º Torneio Leiteiro e 1º Feira de Agronegócios movimentam e atraem visitantes de toda a cidade

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ntre os dias 9 e 14 de setembro, o Parque de Exposições Alysson Paulinelli foi palco do 2º Torneio Leiteiro e da 1º Feira de Agronegócios da cidade de Monte Alegre de Minas. Dois grandes eventos que reuniram cerca de 600 visitantes de toda Monte Alegre e também cidades vizinhas. Organizado pelo veterinário Rafael Sábia, o Torneio Leiteiro chega à sua segunda edição com 27 animais (de 12 proprietários locais) no recinto.

As vacas foram ordenhadas no dia 11 de setembro. Para sua alimentação, foi liberado o uso apenas de bisnagas de probióticos. Soro, medicamentos e demais complexos foram proibidos, sendo que todos os animais passaram por antibiograma. Os animais foram divididos em 2 classes, por grau de sangue: até ⅝ Girolando, e ¾ acima. Também foram divididos novamente segundo a idade: Novilha Dois Dentes, Novilha e Vaca.

RESULTADOS Até ⅝:

Melhor Novilha 2 dentes: Bohemia Sylvester Tamanduá Média: 30,39 Kg Proprietário: José Henrique Alves Trindade – Fazenda Tamanduá

Melhor novilha: Vitória Vida Nova Média: 49,34 Kg Proprietário: Edio Albino e Ângela Antonelli - Sítio Vida Nova

Melhor novilha: Estreia Valinhos Média: 46,67 Kg Proprietário: Daniel da silva e Magnólia M. Silva - Fazenda Valinhos

2ª Melhor Novilha: Delegada WL Média: 40,91 Kg Proprietário: Luiz Augusto Borges - Fazenda Santa Terezinha

Melhor vaca: Pink Boa Esperança Média: 53,67 Kg Proprietário: Anderson Quirino de Souza - Fazenda Boa Esperança 2ª Melhor vaca: Daniela Guanabara Média: 46,79 Kg Proprietário: Rodolfo Engel Cahy - Fazenda Guanabara

¾ acima:

Melhor Novilha 2 dentes: 463 da Vitória Média: 32,83 Kg Proprietário: Juvenal Pinto da Rocha - Fazenda Vitória 2ª Melhor Novilha 2 dentes: Maravilha Vida Nova Média: 32,48 Kg Proprietário:Edio Albino e Ângela Antonelli - Sítio Vida Nova

Idealizada pelo engenheiro agrônomo Rodrigo Alves, a 1º Feira de Agronegócios da cidade não deixou por menos, se tornando também um grande sucesso. Para isso, foram montados inúmeros estandes, nos quais empresas como Dedeagro, Cooprata

Melhor Vaca: Castanha Frederick Boa Esperança Média: 59,52 Kg Proprietário: Anderson Quirino de Souza – Fazenda Boa Esperança 2ª Melhor Vaca: Paçoca Valinhos Média: 56,39 Kg Proprietário: Daniel da Silva e Magnólia M. Silva - Fazenda Valinhos Melhor Novilha Geral: Vitória Vida Nova Média: 49,34 Kg Proprietário: Edio Albino e Ângela Antonelli - Sítio VidaNova Melhor Vaca Geral: Castanha Frederick Boa Esperança Média: 59,52 Kg Proprietário: Anderson Quirino de Souza – Fazenda Boa Esperança

e Calu ofereceram aos visitantes a oportunidade de realizar os melhores negócios. A organização prevê para o ano que vem cerca de 50 empresas participantes, superando o sucesso de 2013. NOVEMBRO de 2013

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Interleite Brasil 2013 Milk Point realiza evento sobre a cadeia leiteira nacional e traz palestrantes renomados para a discussão

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EVENTOS

os dias 11 e 12 de setembro, o Center Convention de Uberlândia, MG, foi palco de um grande evento da pecuária leiteira: a 13º edição do Interleite. Esse grande sucesso foi realizado pelo MilkPoint. O evento reuniu centenas de estudantes, dirigentes de laticínio, membros do governo e pesquisadores envolvidos com políticas públicas para o leite, além de técnicos, consultores e produtores de leite de todo o País, para tratar de temas como a produção de leite nacional, todos com a participação de palestrantes nacionais e internacionais. Na ocasião, também foi divulgada uma pesquisa inédita, realizada pelo MilkPoint, em parceria com a Associação Leite Brasil, referente ao número de produtores de leite no País. O engenheiro agrônomo, mestre em Ciência Animal, diretor executivo da AgriPoint, coordenador do MilkPoint e do Interleite Brasil 2013, Marcelo Pereira de Carvalho, fez um balanço do Interleite Brasil 2013. “A avaliação é bastante positiva. Tivemos sucesso na proposta dos temas, dos palestrantes e dos participantes. Um grande público presente e qualificado, com muita gente da indústria, técnicos, lideranças e, principalmente, de produtores. Acho que isso repercute no momento do leite, que é bem positivo”,avaliou Marcelo, que também destacou a boa aceitação de uma novidade no Interleite Brasil 2013: a transmissão via internet. “Pela primeira vez, fizemos a transmissão pela internet e 900 pessoas assistiram parte do evento. Foi uma boa experiência, que ampliou o acesso ao público”, completou. pág.

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Pesquisa Milk Point: produção leiteira no Brasil O Interleite Brasil 2013 foi marcado por um dos momentos mais esperados: a divulgação de uma pesquisa realizada pelo MilkPoint e pela Associação Leite Brasil, apontando aproximadamente 250 mil produtores de leite no Brasil, produzindo, em média, 244 litros por dia, comercializados no mercado formal, ou seja, com a devida inspeção e regularidade. Os números mostram a queda do número de produtores de leite, uma vez que no último Censo do IBGE, em 2006, apontou-se a existência de 1,35 milhão de produtores em todo o País, sendo que 930 mil comercializavam leite nos mercados formal e informal. A pesquisa teve como base um levantamento feito entre junho e agosto de 2013, a partir de amostra com 50 laticínios país afora, que, juntos, processam cerca de 30% do leite adquirido pelas indústrias.

Prêmio Impacto 2013 Criado pelo MilkPoint, em sua 4º edição o Prêmio Impacto homenageou um técnico de destaque no setor leiteiro, sendo o mais disputado e votado da história, com mais de 1500 votos (se computados so-


mente os da fase final). O grande vencedor foi o zootecnista e mestre em Produção de Ruminantes pela Universidade de Viçosa, Christiano Nascif, atualmente coordenador técnico do Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa (PDPL – RV) e do Projeto Educampo/ Sebrae Minas. Christiano atua como consultor do Sebrae Ceará e Senar Nacional, além de coordenar o Projeto de Gestão Econômico Financeira do Sebrae Minas, nos segmentos da apicultura, hortifruticultura e suinocultura. Christiano é ainda sócio proprietário da empresa Labor Rural Serviços e Empreendimentos Ltda., e atua como consultor autônomo de empresas rurais e projetos agropecuários. Além disso, é professor no módulo de Gestão da Empresa Rural nos Programas de Pós Graduação da Univiçosa e PUC Poços de Caldas. Com mais de 100 nomes indicados pela comunidade MilkPoint, o Prêmio Impacto 2013 levou os 5 mais votados a participarem da etapa final de votações: Christiano Nascif, Edmundo Beneditti, Fernando Viana Nobre, José Luis Moraes Vasconcelos e Marcos Neves Pereira. Circuito de Palestras

Em dois dias de evento, foram realizadas 14 palestras com grandes nomes nacionais e internacionais do setor leiteiro. Dentre os palestrantes internacionais, o evento contou com a presença do francês Benoit Rouver, chefe de Serviços Econômicos da Organização CNIEL (Centro Nacional Interprofissional de Economia Leiteira), que hoje é um dos grandes

especialistas mundiais em investimentos, fusões e aquisições no setor lácteo. Benoit Rouver falou sobre as “Mudanças estruturais na produção do leite mundial e a competitividade entre os países”. Rouver participou ainda do II Encontro para Indústria de Laticínios, que reuniu cerca de 60 empresas do setor, totalizando 100 pessoas. O professor da Universidade de Wisconsin, nos EUA, Victor Cabrera, ministrou a palestra sobre “Planilhas de apoio da tomada de decisão”. Antes do Interleite, Victor ministrou ainda um curso para 40 profissionais do setor. Entre os palestrantes nacionais, se destacaram

Marcelo Cabral, da ReHAgro, que tratou do tema “O colaborador comprometido: como aumentar a produtividade através de mudanças comportamentais”; Sandro Luiz Viechnieski, da Fazenda Iguaçu, mostrou “Como atrair melhores funcionários e formar uma grande equipe em sua fazenda”; Rodolfo Araújo, consultor, falou sobre “Estratégia e negociação”; Marcelo Pereira de Carvalho discorreu sobre “Transformações na produção de leite mundial e nacional”; Paulo Carmo Martins, da Embrapa Gado de Leite, ministrou palestra sobre “Índices financeiros empresariais aplicados a fazendas de leite”; o professor Paulo Machado, da ESALQ/ USP, falou sobre “Planejamento estratégico anual como ferramenta de gestão do negócio”; o advogado e consultor Gustavo M. de Sá tratou das “Considerações entre contratos de longo prazo entre produtores e laticínios”; Bernard Woodcook, da consultoria neozelandesa CQONZ, apresentou a palestra sobre “Manejo hídrico para fazendas de leite”; Fernando Campos Mendonça, da ESALQ/ USP, tratou sobre o tema “Dimensionamento de projetos de irrigação” e, para finalizar, Adriano Seddon, da Alcance Rural, apresentou o “Compost Barn como alternativa para instalações confinadas”. FONTE DE DADOS: G.A. Comunicação.

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Os números comprovam

Seja você também parceiro da Programa Leilões

Patrocinadores oficiais

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Nos últimos 5 anos dobramos nossa participação em quantidade de leilões realizados, nos consolidando no mercado de gado de leite no Brasil. São mais de 150 leilões de gado leiteiro realizados por ano com mais de 10 mil animais comercializados! Em nossos remates são ofertados desde animais de produção até as grandes Campeãs Nacionais de Lactação. Realizamos grandes eventos das raças Gir, Girolando e Holandês com recordes na comercialização de animais e de médias individuais! Somos pioneiros na realização de leilões virtuais para a raça leiteira, aplicando toda nossa experiência e estrutura para realizar os melhores negócios para investidores e produtores garantindo transparência e confiabilidade para seu leilão. Contamos com a parceria dos principais canais de transmissão do agronegócio: Canal Rural, AgroCanal, Canal do Boi, Terra Viva e AgroBrasil TV. Dispomos de 5 mesas operadoras especializadas na captação de lances para cada segmento da pecuária: leite, corte, produção e seletiva de todas as raças. Em leilões virtuais, A PROGRAMA LEILÕES criou espaços exclusivos ao produtor leiteiro em horário especial no Canal Rural: o Programa do Leite aos domingos das 10h às 13h e o Terceira Ordenha, também aos domingos a partir das 21h, ambos com audiência significativa no segmento leite.

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EVENTOS

por Gustavo Ribeiro

Mutum Weekend: orgulho para apecuária leiteira tropical

Evento evidencia o grande momento da pecuária leiteira e que animais de alta qualidade, sempre proporcionaram grandes espetáculos.

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Mutum Weekend foi muito mais que leilão. O evento realizado de 13 a 15 de setembro, na Fazenda Mutum, em Alexânia (GO), foi o ponto de encontro da pecuária leiteira seletiva nacional e internacional. A definição de leilão no dicionário Aurélio é: venda pública feita a quem ofereça o maior preço, dê o maior lance. O leilão organizado pela família do Sr. Leonídio, Léo e Bruno Machado foi mais que uma licitação de animais de alto valor genético. A família Mutum, com pág.

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maestria, teve a felicidade e competência de mostrar para o mundo, a pujança do Gir Leiteiro e do Girolando para a pecuária leiteira tropical. O Mutum Weekend apresentou ao mercado os melhores animais da Fazenda Mutum e dos seus convidados especiais. Em quatro leilões, foi proporcionado aos investidores, oportunidades de adquirir animais rigorosamente selecionados, com carga genética apropriada para construir ou evoluir planteis.


Leilão Baby e Prenhezes Gir Leiteiro Na sexta-feira (13), ocorreu o primeiro leilão do final de semana de grandes emoções. O Leilão Baby e Prenhezes Gir Leiteiro disponibilizou filhas da Folia, Hídrica, Fase, Hirsuta, Fada, Haxila, Fécula, Garra, Filipina, Palma, Iname, além de prenhzes da Hássia, Fita, Fábrica, Palas entre outras, que na teoria, em breve, serão superiores às mães, correspondendo ao que conhecemos como melhoramento genético. Para Luiz Ronaldo de Paula, titular da Leite Gir, empresa responsável pela assessoria de Gir Leiteiro do Mutum Weekend “os animais jovens trazem o princípio básico de serem melhores que seus pais. Muitas ofertas trouxeram em seus pedigrees cinco gerações de touros provados, seis gerações de vacas com lactações aferidas, então, o animal jovem, é a modernidade, o progresso, é o próprio melhoramento genético”, pondera. Com transmissão do Canal Rural e organização da Programa Leilões o leilão teve faturamento de R$ 888 mil reais e média de R$ 33.509,43 por lote, dando o ponta pé inicial do Mutum Weekend em grande estilo. Leilão Matrizes Gir Leiteiro O Leilão de sábado (14) era o mais aguardado do

fim de semana, afinal, o que estaria em oferta eram as grandes doadoras da Fazenda Mutum, que em 15 anos de seleção de Gir Leiteiro, originou sete grandes campeãs nacionais e inúmeras recordistas de torneio leiteiro. Os convidados que venderam no leilão, em deferência à Mutum, abriram suas porteiras para a assessoria do Luiz Ronaldo selecionar os melhores exemplares do plantel. “Este evento para nós foi uma história de vida. Quando fui recebendo as noticiais dos animais que a assessoria técnica havia selecionado, aumentou ainda mais nossa responsabilidade. O mais gostoso é que vieram animais belíssimos e o mercado soube valorizar suas qualidades”, declara Léo Machado.

Na abertura do leilão um momento inesquecível. A Mutum ofertou 50% das cotas de Galio TE F Mutum (Modelo TE de Brasília x Condessa TE F Mutum) – Bi Grande Campeão Nacional Megaleite e ExNOVEMBRO de 2013

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EVENTOS

pozebu 2010/2012 e Melhor Touro do Ranking ABCGil 2009/2010. Galio protagonizou uma emocionante disputa e acabou sendo adquirido pelos Venezuelanos da Bubras, que optaram por dobrar a oferta e arrematar 100% do animal, avaliado em R$ 1.140.000,00. O leilão estava repleto de grandes animais. Enquanto os participantes ainda comentavam o sucesso na venda do Galio, entrou no palco a extraordinária Fase TE F Mutum (Teatro da Silvania x Quércia TE F Mutum), um dos maiores valores genéticos da Fazenda Mutum, com 11.456 kg de leite em sua 1a lactação. Fase foi Grande Campeã Nacional, Melhor Úbere Jovem e Recordista Mundial Fêmea Jovem no Torneio Leiteiro Megaleite 2009. Mais uma vez, os Venezuelanos da Bubras, assessorados por Lucyana Queiroz, arremataram essa grande doadora. Desta vez, o investimento foi de R$1.206.000,00. Carlos Fernandes, um dos diretores da Bubras, declarou que essa genética será multiplicada na região sul da Venezuela, imprimindo no rebanho local muito leite e caracterização racial.

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O Leilão Matrizes Gir Leiteiro comercializou R$ 5.474.500,00 e obteve a maior média da história da raça Gir Leiteiro: R$293.224,42, demonstrando que a raça continua em um grande momento, assim como a pecuária leiteira brasileira. Leilão Girolando Completando a programação de sábado, a partir das 21h, com transmissão do canal Terra Viva e assessoria da Boi/BeefMilk Brasil aconteceu o Leilão de Girolando do Mutum Weekend. Mais um momento especial, pois era a reestreia da Mutum como promotora de leilão Girolando. Pela primeira vez o mercado teria a oportunidade de investir em filhas ½ sangue da Fécula, Hássia, Fita, entre outras matrizes referência do Gir Leiteiro. O destaque máximo da noite do Girolando foi a comercialização da atual Grande Campeã Nacional e Melhor Úbere Girolando ½ sangue - Megaleite 2013. Arma FIV Megaton Mutum (Megaton-ET x Palma F. Mutum) – 10.909,66 kg de leite em 365 dias. “Arma possui pedigree incontestável e com certeza, é um dos ani-


mais mais completos da atualidade”, avalia Celso Menezes. Arma foi adquirida por Agelus Cruz Figueira, proprietário da Fazenda Terras de Kubera, por 30 parcelas de R$12.500,00. Consagrando mais uma vez a Fazenda Mutum e demonstrando a confiança que o mercado tem nessa marca, o leilão faturou R$1.286.100,00 e média de R$ 20.828.57 por lotes, quebrando o recorde mundial de faturamento em um leilão da raça Girolando. Leilão Programa do Leite No domingo (15), de 10h às 13h, aconteceu o último leilão do Mutum Weekend. O leilão colocou em oferta animais de produção, criados a pasto, mas que carregam a mesma genética das grandes matrizes Mutum. Uma maneira democrática que a Mutum encontrou para que sua genética seja acessível para todos os criadores do Brasil, contribuindo para desenvolvimento da pecuária extensiva nacional. Criadores e investidores de diversos Estados brasileiros, principalmente do Nordeste, incorporaram genética MUT em seus planteis. O Leilão Programa do Leite faturou R$294.300,00 com média de R$8.918,18 por lote. NOVEMBRO de 2013

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O fim de semana das grandes conquista O Mutum Weekend quebrou o paradoxo de que a raça Gir Leiteiro não vivia um bom momento, mesmo com o leite em seu melhor patamar nos últimos seis anos. Foi como um “tapa de luva” aos especuladores que depreciam a raça, ou a maneira como ela vem sendo selecionada. Quem participou do evento presencialmente, ou acompanhou pelas lentes do Canal Rural e do Terra Viva, desfrutaram de um grandioso evento. Não é só a Mutum que sai mais fortalecida desse evento, os criadores, as associações do Gir Leiteiro e Girolando, e a pecuária como um todo estará mais motivada, mais otimista com o presente e futuro dos negócios: leite e genética. A lição que fica do Mutum Weekend, é que em um mercado cada vez mais exigente, a seleção qualitativa é mais desejada que a quantitativa, e, que os bons animais, sempre terão destaque e valor de mercado. Quem está inserido na nobre atividade de produção de leite e/ou seleção genética pode se sentir orgulhoso de fazer parte do segmento que dará ao Brasil saúde e reconhecimento.

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