Mitsp2015_Tabloide

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ministĂŠrio da cultura e itaĂş apresentam


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Cenas em Luta

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O Construir de uma Mostra como Ato Coletivo

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Patrocinadores e correalizadores

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Cartografia MITsp

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Espetáculos

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A Gaivota

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Arquivo

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As Irmãs Macaluso

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Canção de Muito Longe

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E se Elas Fossem para Moscou?

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Olhares Críticos

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Programação

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Julia

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Matando o Tempo, Primeiro Ato Inevitável: Nascer

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Morrer de Amor, Segundo Ato Inevitável: Morrer

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Opus No 7

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Senhorita Julia

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Stifters Dinge

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Woyzeck

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Encontros Formativos

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Minibiografias

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Endereços

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Ficha técnica e agradecimentos

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Parceiros

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Informe ao público e contatos

índice

Apresentação

fotos: Freepik (céus) e villy ribeiro (calçada de são paulo).

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A

Mostra Internacional de Teatro de São Paulo - MITsp realiza sua segunda edição nos dias 6 a 15 de março de 2015, com espetáculos da Alemanha, Brasil, Colômbia, Holanda, Israel, Itália, Rússia, Suíça e Ucrânia. Idealizada por Antonio Araujo, diretor do Teatro da Vertigem e professor da ECA-USP, e Guilherme Marques,

diretor do Ecum - Encontro Mundial das Artes Cênicas e diretor geral do CIT-Ecum – Centro Internacional de Teatro Ecum, a primeira edição trouxe à capital paulista, em 2014, alguns dos trabalhos mais significativos da cena contemporânea internacional, desdobrados em debates críticos e inter-

apresentação

câmbios artísticos. Em 2015, a MITsp reafirma seu compromisso com a inovação e a pesquisa de ponta nas artes cênicas investindo em três eixos norteadores: Mostra de Espetáculos A mostra convida você para doze experiências artísticas de qualidade, realizadas por criadores de relevância internacional. São espetáculos comprometidos com a investigação das potencialidades da linguagem teatral, seus hibridismos e contaminações por outras artes, e com questões urgentes do nosso tempo, tanto as estéticas, quanto as éticas e políticas. Obras capazes de deflagrar reflexões críticas em diálogo com os mais variados campos artísticos e do conhecimento, para que a experiência estética propiciada pelo teatro gere reverberações insuspeitadas. Olhares Críticos A MITsp propõe uma série de ações de reflexão crítica para potencializar o encontro entre o espectador e a obra. Nos Diálogos Transversais, artistas e pensadores de outros campos do conhecimento lançam olhares transversais sobre os espetáculos. Nos Percursos em Perspectiva, pesquisadores das universidades brasileiras apresentam as trajetórias artísticas dos criadores dos espetáculos presentes na mostra. No Pensamento-em-Processo, os artistas convidados pela mostra falam sobre seus processos de criação. A Prática da Crítica reúne críticos convidados a escrever sobre os espetáculos da programação. E as Reflexões Estético-Políticas promovem mesas de discussão sobre zonas de conflito geopolítico, contaminações entre teatro e cinema e as matrizes da cena atual. Encontros Formativos O eixo Encontros Formativos prevê ações de intercâmbio entre artistas internacionais e brasileiros para a troca de experiências. As iniciativas permitem que os profissionais das companhias convidadas partilhem seus métodos de criação e suas concepções sobre a cena contemporânea. Aos artistas brasileiros, oferecem a oportunidade de reciclagem profissional e de um diálogo intercultural com figuras de destaque no cenário artístico mundial.

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cENAS EM LUTA

C

hegamos, não sem desafios que nos tiraram o fôlego e o sono, à 2ª edição da MITsp. Procuramos, contudo, dar continuidade ao pensamento curatorial de uma programação centrada em espetáculos e artistas arrojados, comprometidos com a pesquisa cênica, radicais em suas expe-

rimentações e posicionamentos, além de antenados com sua época e lugar. Como na edição anterior, estamos trazendo a São Paulo alguns encenadores e companhias relevantes que nunca haviam aqui se apresentado. Nosso intuito, desde o surgimento da mostra, foi justamente reunir nomes significativos da cena mundial – preenchendo, assim, lacunas de suas incompreensíveis ausências nos palcos da cidade – ao lado de outros artistas ainda com menor visibilidade ou reconhecimento em nosso país. Porém, alguns outros eixos se destacam este ano, a fim de que possam ser olhados e examinados com mais atenção. Primeiramente, o diálogo teatro-cinema,

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relação não exatamente nova, que já atravessa mais de um século. Confrontamos nesta edição vários espetáculos nos quais o corpo presencial e a imagem audiovisual se interceptam e se redimensionam, onde o documento fílmico se torna corpo, e este, por sua vez, suporte. Diálogo atravessado por tensões e embates, quase sempre bastante profícuos, teatro e cinema aqui se tornam territórios híbridos ou povoados por confluências e dissonâncias, capazes de alterar as percepções do visível e de ampliar os limites de ambas as artes. Outro eixo importante diz respeito às zonas de conflito bélico que temos acompanhado nos últimos meses – e anos –, sem perspectivas de resolução a curto prazo. Como nos posicionamos diante delas? Ou, ao menos, como refletimos suas contradições e complexidades diante de discursos oficiais que, muitas vezes, se mostram manipuladores ou omissos? Os confrontos Ucrânia-Rússia e Palestina-Israel são exemplos disso, os quais encontrarão reverberações artístico-políticas nesta segunda edição da mostra. Se o teatro talvez não tenha o poder de pôr fim a guerras de escala mundial, quem sabe não consiga, ao menos, criar zonas efêmeras de coabitação, imaginando outras geografias possíveis? Ainda que não ensejemos apaziguamentos nem territórios neutros na geopolítica da cena, uma convivência temporária entre oponentes pode criar outros modos de experimentar – ou de partilhar – o conflito. Não seria essa uma das missões de uma mostra internacional, na qual o teatro – arte tão local – seja capaz de refletir e de reescrever o mundo à sua volta? Por fim, a releitura de obras clássicas configura outro aspecto relevante da atual


edição. A re-visão e desconstrução de peças-ícone da dramaturgia talvez estejam, aqui, menos interessadas em abrir novas leituras e sentidos para essas obras do que em desestabilizar tais textos como forma de olharmos de modo mais agudo para o nosso próprio tempo. Woyzecks, Julias, Treplevs e Irinas se tornam habitantes provisórios de Kiev, Rio de Janeiro ou Berlim, tanto faz. Instaura-se, então, uma cena migratória, deslocamentos no espaço e no tempo, nomadismos do sensível (não seria essa, também, outra razão de ser de um festival?). Três eixos, três modos de embate, nenhum armistício à vista. A mostra, sem se reduzir apenas a estes eixos, traz um conjunto de espetáculos que procura não cair na armadilha do “genérico da diversidade”, capaz de agradar indiferenciadamente a gregos, troianos e brasileiros, nem teme obras difíceis, que exigem um esforço maior por parte dos espectadores. A um festival cabe a tarefa de expandir os limites do conhecido e do confortável, nos expondo a experiências artísticas que, ainda que as refutemos, deixem fissuras e cicatrizes em nossas percepções. Outro aspecto ainda merece destaque: esta segunda edição da mostra apresentará uma estreia mundial (Canção de Muito Longe), em coprodução realizada pela primeira vez entre a MITsp e o Toneelgroep Amsterdam. O espetáculo acabará de ser gestado em São Paulo, com o acompanhamento de estagiários locais, colocando-nos a todos, curadoria e público, diante de uma obra inédita. Iniciativa arriscada, por certo, porém inspiradora de possíveis parcerias futuras entre a mostra e outros artistas/grupos na realização de suas obras. Cabe ainda ressaltar que as atividades reflexivas, críticas e pedagógicas não foram pensadas como “paralelas”, mas sim como ações de igual peso ao das obras apresentadas. É por esse motivo que convidamos o público não apenas a um mergulho em desconhecidos oceanos estéticos, mas também a uma imersão reflexiva de alta intensidade. Olhares multifocais se atravessam, atravessam as obras e, esperamos, combatem as miopias dos sentidos e da razão anestesiada. A foto: Patrícia Cividanes

experiência teatral, tanto por seu poder agregador na criação de ágoras temporárias quanto por sua capacidade de mobilização do imaginário e do desejo, é, sem dúvida, um meio potente de fomento à atitude crítica. A MITsp propõe, nesse sentido, uma luta artística, seja por uma pedagogia do encontro, por um pensamento desestabilizador ou por um teatro sem territórios. Que tenham todos uma mostra sem trégua!

Antonio Araujo idealizador e diretor artístico

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o CONSTRUIR DE UMA MOSTRA COMO ATO COLETIVO


foto: Everson Romito

E

m sua 2a edição, a MITsp é um ato de cora-

segunda edição. Os eixos Olhares Críti-

gem e de persistência. A busca por um te-

cos e Encontros Formativos se renovam

atro que se traduza como ação social e po-

na intenção de potencializar o encontro

lítica, lançando um olhar revelador, reflexivo

entre o espectador e a obra criativa, fo-

e indagador sobre o mundo, no qual são indissociáveis

mentando, assim, a experiência e o pen-

as dimensões ética e estética.

samento sobre os trabalhos.

A mostra surgiu do meu encontro com Antonio Araújo, diretor

A MITsp veio para ficar, encantar, desestabilizar, promover

do Teatro da Vertigem, em 2008, logo após a 6ª edição do

o encontro, a troca, o diálogo, reaproximar “cultura e vida”,

Ecum – Encontro Mundial das Artes Cênicas, que aconteceu

resgatar no palco o espaço do “perigo”, do combate, do

em Belo Horizonte, entre os anos de 1998 a 2011. Nesse

movimento dialético, das formas e das forças, das vita-

ano, a convite da Companhia da Memória, o Ecum transferiu-

lidades criadoras. Foi um logo caminho, perpassado de

-se para São Paulo, dando origem ao Centro Internacional de

muitos companheiros e colaboradores que acreditaram

Teatro Ecum (CIT-Ecum). Em pouco tempo de existência, foi

no poder da arte como meio de transformação. Portanto,

indicado ao Prêmio Shell 2013, na categoria Inovação, pela

neste momento em que se inicia a 2a MITsp, gostaria de

realização plural de seu projeto artístico-pedagógico, e ao

agradecer aos nomes “escondidos” atrás das logomarcas.

Prêmio Aplauso Brasil 2013, na categoria Destaque, por sua

Mais do que patrocinadores, foram parceiros e interlocu-

programação artística de espetáculos.

tores sensíveis, inclusive nos momentos mais difíceis de

Em 2014, o CIT-Ecum correalizou a edição da 1ª Mostra In-

construção da atual mostra. São eles Eduardo Saron e

ternacional de Teatro de São Paulo – MITsp, cinco anos

Sonia Sobral; Danilo Santos de Miranda e Rosana Cunha;

após meu encontro com Antonio Araújo, quando a idealiza-

Juca Ferreira e Guilherme Varella, Marcelo Araújo e Rodri-

mos. A mostra ocupou diversos teatros na cidade com uma

go Mathias, e Roberto Guimarães. Sem vocês, essa mos-

programação totalmente gratuita, incluindo apresentações

tra jamais teria vindo à cena!

de espetáculos internacionais (11 peças de diversos países

Agradeço também o trabalho incansável e engajado da

– Argentina, Chile, Uruguai, Brasil, Holanda, Turquia, Itália,

equipe da MITsp: coordenadores de área, produtores-exe-

Lituânia, Espanha, França e África do Sul); diálogos críticos;

cutivos, receptivos, técnicos, tradutores e um sem fim de

fórum de encontros e espaço para intercâmbio artístico. Em

outros colaboradores. Somente a determinação, coragem

oito dias de programação (de 8 a 16 de março de 2014),

e o esforço coletivo podem nos conduzir para realizar um

ocorreram 35 apresentações e 45 ações artísticas pedagó-

evento dessa magnitude. E foi com esse espírito que ideali-

gicas, vistas por um total de 14 mil espectadores e distribu-

zamos, criamos e estamos realizando a 2a MITsp.

ídas em nove espaços culturais da cidade.

Tenham todos uma potente MOSTRA.

Em 2015, a programação da 2ª MITsp nos faz um convite

PS. Para colocar na agenda: a próxima edição da MITsp

à reflexão e à troca de experiências em torno da arte que

ocorrerá de 04 a 13 de março de 2016.

se coloca abertamente nas zonas de conflitos interculturais, onde o diálogo parece impossível. O forte viés crítico e pedagógico observado na primeira MITsp se repete nesta

g u i l h e r m e ma r q u e s

Idealizador e diretor-geral de produção

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Inspirar e ser inspirado pela sensibilidade e pela criatividade para gerar experiências transformadoras no mundo da arte e da cultura brasileiras. Tendo em vista essa missão, o Itaú Cultural busca valorizar manifestações que fortalecem a identidade brasileira, implementando ações de preservação e propagação de informações sobre arte e cultura, acervos de artistas e eventos culturais. Dessa forma, o Itaú Cultural dá continuidade, pelo segundo ano, ao apoio à MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, que promove a circulação de importantes espetáculos internacionais na cidade e uma série de ações – debates e intercâmbios – que contribuem enormemente para as artes cênicas brasileiras. As atividades da primeira edição da mostra no Itaú Cultural e no Auditório Ibirapuera foram de grande sucesso. Essa programação, unida a eventos como o Dez Vez em Quarta, Teatro e os projetos relacionados ao Rumos Teatro (2010-2012), consolidou em 2014 a atuação do instituto nas artes cênicas. Em 2015 o espaço direcionado ao teatro e à dança tende a crescer, começando com a abertura da mostra, que será realizada pela segunda vez no Auditório Ibirapuera, e se estendendo pelo ano com os espetáculos do Toda Terça Tem Teatro e com as ocupações do Grupo Corpo e de João das Neves. Inaugurado em 1987, o Itaú Cultural tem sede em São Paulo e abriga uma diversidade de atividades, sempre gratuitas, de exposições a cursos, que ultrapassam a marca de 5 mil 8

e contabilizam a frequência de mais de 6 milhões de pessoas. As ações exploram diversas possibilidades, a exemplo do programa Rumos, que selecionou nos últimos 15 anos 1.130 artistas e em 2013 passou por um processo de renovação apontando para novos caminhos no campo do fomento à produção artística e cultural brasileira. O instituto mantém ainda uma enciclopédia virtual que contempla todas as áreas de expressão – uma obra de referência com 6 mil verbetes e 12 mil imagens e cerca de 13 milhões de acessos ao ano. Desde 2011, o Itaú Cultural é gestor do Auditório Ibirapuera, onde promove semanalmente espetáculos, gratuitos ou com ingressos populares, e mantém uma escola de música para jovens.


Dramaturgias do enfrentamento. A história tem demonstrado que as experiências humanas, não raro, assumem estados de tensão ocupando territórios que atravessam o cotidiano, desde as dimensões mais concretas àquelas menos prováveis no campo da subjetividade. Mas são situações como estas em que é possível vigorar processos criativos que rompem barreiras e vitalizam esferas do sensível. Essa força expansiva, própria de ações que transcendem o sentido da estabilidade, longe de ser apaziguadora, poderia nomear uma das facetas do teatro contemporâneo. Manifesta-se, assim, uma dramaturgia que põe à prova a tessitura já fragmentada do mundo atual, deixando fruir o diálogo entre aspectos aparentemente dissonantes, por meio das possibilidades estéticas geradas a partir das linguagens das artes cênicas. São desafios como estes que orientam a realização da 2ª MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo. Mas sua relevância não se encerra nesse aspecto. Por meio do recorte curatorial, a mostra toma para si a questão geopolítica, tanto pelo seu caráter fundamental no correr dos tempos quanto pelo recrudescimento dos cenários de lutas e controvérsias travadas entre povos em razão da ocupação de determinados territórios. Nada mais urgente, portanto, que refletir acerca de um dos temas que, talvez, permita compreender as origens, as mudanças, os embates e os dilemas da sociedade contemporânea. Diante das potencialidades dramatúrgicas que ora avançam, o Sesc pactua das intenções e anseios dessa proposta, tomando parte como um de seus correalizadores, em conjunto com o Centro Internacional de Teatro Ecum e demais instituições parceiras. E o faz acreditando ser uma oportunidade de manter o compromisso da instituição com a difusão cultural, a circulação de ideais e o intercâmbio artístico. Aliás, esse movimento de expansão externalizado pela 2ª MITsp encontra na cidade de São Paulo um palco profícuo, na medida em que estimula a ocupação de espaços urbanos e culturais, por meio da manifestação artística. Sublinha-se que o público terá a oportunidade de entrar em contato com alguns dos principais nomes da dramaturgia contemporânea, usufruir de obras internacionais inéditas e de processos de discussão sobre a linguagem cênica, ampliando as formas de acesso às artes e de democratização cultural. Por fim, ao colaborar com o fomento de ações que tematizam o exercício crítico diante do mundo, o Sesc, por meio dessa experiência, encontra na arte teatral um ponto de convergência onde valores como educação e cultura ganham expressão e, ao cabo, são capazes de propagar novas formas de lidar com os modos de viver na atualidade. Danilo Santos de Miranda - Diretor Regional do SESC São Paulo

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A ampliação e a diversificação do acesso à cultura são duas das mais importantes diretrizes de atuação do Governo do Estado de São Paulo para o setor, missão que coincide com a proposta da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo. Por isso, a Secretaria da Cultura tem a honra de apoiar novamente a realização do evento, que chega a sua segunda edição com grande potencial de se firmar no calendário cultural do Estado. Além do aporte financeiro por meio da 10

ProAC ICMS, nosso programa de incentivo à cultura, e do patrocínio da Cesp e Sabesp via Lei Rouanet, a Secretaria disponibilizou o Teatro Sérgio Cardoso para a realização de espetáculos, que acontecem também em vários outros espaços da cidade. O envolvimento dessas diversas casas em um evento único, que conecta a cidade por meio da criação teatral, é um dos grandes pontos fortes da MITsp. Além disso, ao escolher como tema central as tensões no espaço geográfico, a mostra se propõe a problematizar nos palcos uma questão absolutamente contemporânea e global, oferecendo ao público a diversidade de olhares de companhias com as mais diferentes origens e histórias. Somando-se a isso a realização de atividades pedagógicas e discussões críticas, a MITsp se configura um acontecimento transversal, como deve ser a cultura. Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo


A Secretaria Municipal de Cultura apoia novamente a Mostra Internacional de Teatro – MITsp 2015. A iniciativa, realizada pelo segundo ano ano na cidade de São Paulo, ampliou seu espaço de atuação e trará diversos espetáculos e artistas internacionais ao público brasileiro. A temática da mostra, sobre as zonas de conflito que envolvem Rússia e Ucrânia, Israel e Palestina, considera não apenas as tensões nos espaços geográficos, mas também nas relações humanas. Este recorte é fundamental para que possamos, por meio do teatro, da arte, compreender as relações construídas por esses povos. A dinâmica do conflito modifica a vida e a rotina daqueles que vivem nessas regiões e traz problemáticas que, em nossa realidade, compreendemos muito pouco. Por reconhecer a importância e relevância dessa reunião de espetáculos tão significativos, a Secretaria Municipal de Cultura, além do copatrocínio, oferece também seus teatros como palco para que eles sejam encenados, uma forma de acolhimento ainda maior dos trabalhos que serão apresentados em São Paulo. Um sucesso da primeira edição da MITsp e outra vez na programação, as ações formativas dialogam com a crítica e oportunizam espaços de intercâmbio artístico provocando reflexões sobre os trabalhos apresentados e as temáticas envolvidas. Convidamos a todas e todos para prestigiarem a mostra e contribuírem para difusão da cultura na nossa cidade. Nabil Bonduki

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espetáculos

mi ts p ca rt og ra fia 12

A Gaivota (Rússia) Direção: Yuri Butusov Companhia: Theatre “Satiricon” named after A. Raykin As Irmãs Macaluso (Itália) Direção: Emma Dante Companhia: Compagnia Sud Costa Occidentale Woyzeck (Ucrânia) Direção: Andriy Zholdak Companhia: Svoboda Zholdak Theatre Matando o Tempo, Primeiro Ato Inevitável: Nascer (Colômbia) Direção: Jorge Hugo Marín Companhia: Fundación La Maldita Vanidad Teatro Morrer de Amor, Segundo Ato Inevitável: Morrer (Colômbia) Direção: Jorge Hugo Marín Companhia: Fundación La Maldita Vanidad Teatro Julia (Brasil) Direção: Christiane Jatahy. Companhia: Cia. Vértice E se Elas Fossem para Moscou? (Brasil) Direção: Christiane Jatahy. Companhia: Cia. Vértice Canção de Muito Longe (Holanda) Direção: Ivo van Hove Companhia: Toneelgroep Amsterdam Stifters Dinge (Suíça/Alemanha) Direção: Heiner Goebbels Companhia: Theatre Vidy-Lausanne Arquivo (Israel) Direção: Arkadi Zaides. Companhia: Arkadi Zaides Opus no 7 (Rússia) Direção: Dmitry Krymov Companhia: Dmitry Krymov Laboratory at Moscow Theatre School of Dramatic Art Senhorita Julia (Alemanha/Inglaterra) Direção: Katie Mitchell e Leo Warner Companhia: Schaubühne am Lehniner Platz


olhares críticos

Diálogos Transversais Percursos em Perspectiva Pensamentoem-Processo Prática da Crítica

Crítica Performativa Reflexões Estético-Políticas

Zonas de Conflito II: Palestina-Israel Zonas Liminares: Teatro-Cinema Zonas de Intersecção: Matrizes da Cena Atual Vida sem Teatro ou Teatro sem Vida: conferência-performance de Andriy Zholdak Entrevista aberta com Simon Stephens A Cena Russa Contemporânea

encontros formativos

Zonas de Conflito I: Ucrânia-Rússia

13 Estágio com a companhia Toneelgroep Amsterdam

Acompanhamento dos Ensaios Finais com Ivo van Hove Workshop com Simon Stephens: Aspectos do Drama Contemporâneo Workshop com Mark Eitzel: Criação Musical no Diálogo com a Cena Conferência com Wouter van Ransbeek: Processos de Gestão no Teatro Europeu – o Caso da Toneelgroep Amsterdam

O Teatro da Ausência: workshop com Heiner Goebbels A Relação Ator-Diretor no Processo de Criação: masterclass com Yuri Butusov O Método Emma Dante: workshop prático com artistas da Cia. Sud Costa Occidentale O Teatro do Risco: Como Matar o Mau Ator. Workshop prático com Andriy Zholdak. A Criação da Cena e o Ator: workshop prático com a companhia La Maldita Vanidad Laboratório DocumentaCena de Crítica de Teatro


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espetรกculos


a h n ia a msil mb a e albra lôand Choolaelia r s i itálssiaa ia rúsuíçrân c u



a gaivota Yuri Butusov

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direção

Yuri Butusov companhia

Theatre “Satiricon” named after A. Raykin ficha técnica

sinopse

“A Gaivota”, de Tchekhov, mostra os conflitos de um grupo numa propriedade rural da Rússia no fim do século XIX. Numa tarde de verão, o jovem artista Treplev apresenta uma peça protagonizada por Nina, atriz por quem está apaixonado. As opiniões dos convidados sobre a obra divergem e a mãe de Treplev, atriz renomada, desencoraja-o a criar novas formas artísticas. Logo, Nina decide ir a Moscou atrás de fama e de um célebre romancista, Trigorin.

Direção:

Yuri Butusov Elenco:

Steklova Agrippina, Sukhanov Denis, Tribuntsev Timofey, Yuri Butusov, Nifontova Liana, Bolshov Vladimir, Kuznetsov Anton, Ursulyak Daria, Osipov Artem, Drovosekova Marina, Raykina Polina, Bubnov Sergey Design:

Alexander Shishkin Compositor:

Faustas Latenas Luz:

Anatoly Kuznetsov Som:

Ekaterina Pavlova e Daria Posevina Assistente de direção:

Elena Persiyantseva

histórico

Yuri Butusov nasceu na cidade de Gatchina, na Rússia, em 1961, e formou-se no Departamento de Direção da Saint Petersburg State Theatre Arts Academy. Em 2011, assumiu o Lensovet Academic Theatre, em São Petersburgo. Ganhou notoriedade por seus primeiros trabalhos, como “Casamento” (1995), de Nikolai Gogol; “Paradoxographer” (1996), inspirado em “Notas do Subterrâneo”, de Fiodor Dostoievski; e “Esperando Godot” (1996), de Samuel Beckett. É professor na universidade onde se graduou e na Russian University of Theatre Arts. Com o sucesso da montagem de “Makbett”, de Eugène Ionesco, Butusov chamou a atenção de produtores moscovitas, abrindo as portas para encenar “Ricardo III” (2004) e “Rei Lear” (2006) no Tchekhov Moscow Art Theatre, em colaboração com o cenógrafo Aleksander Shishkin. Juntos, eles valorizaram os elementos primordiais do teatro no palco quase vazio, sem definições de tempo ou espaço, e deixando correrem os fluxos de imagens metafóricos que evocam uma dimensão mitológica. Ainda em Moscou, Butusov conquistou o prêmio Máscara de Ouro por “A Gaivota”, em 2011, no Satiricon Theatre, espaço sob a direção de Konstantin Raikin. Fora da Rússia, criou espetáculos na Noruega e na Coreia do Sul, onde encenou outra versão de “A Gaivota”. www.satirikon.ru

fotos das páginas anteriores: ekaterina tsvetkova e vera rodman

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olhares críticos

rússia

com legenda

4h45 3 intervalos

*Abertura oficial para convidados

05.03 qui 19h*

para maiores de 14 anos

06.03 sex 16h

07.03 sab 16h

DIÁLOGOS TRANSVERSAIS DATA: 06/3, após o espetáculo. DURAÇÃO: 30 a 40 minutos LOCAL: Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer PALESTRANTE: Norval Baitello Júnior

Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer

MEDIAÇÃO: Valmir Santos INGRESSOS: aberto ao público em geral de acordo com a disponibilidade de lugares no teatro.

fortuna crítica

“Nas mãos desse diretor o texto se expande a proporções que nunca imaginei. Butusov faz parecer que a peça realmente ganha forma diante dos nossos olhos no palco do Satiricon Theater. Como se as palavras de Tchekhov estivessem sendo escritas, ou reescritas, bem ali à vista (...). O próprio Butusov entra em cena diversas vezes para liderar danças, manipular adereços ou desencadear clamores apaixonados quando, por um momento, assume o papel de Treplev”. John Freedman, “The Moscow Times”, 2011 *** “Podemos dizer que essa ‘A Gaivota’ talvez seja ainda mais surpreendente por causa da autorreflexão do diretor. O fracasso da peça de Konstantin Treplev aqui é principalmente o fracasso do diretor em frente de seus próprios atores”. Alexandra Shestopalova e Alexandra Platushchikhina, Russian University of Theatre Arts, 2011 *** “Na produção, cinco atores e cinco atrizes encenam a peça de Tchekhov trocando repetidamente de papel, como se no decorrer dos ensaios o diretor estivesse experimentando vários tratamentos da peça e de seus personagens. Que tipo de Nina ou Arkadina ele preferiu? Mais jovem ou velha? Treplev deveria ser animado ou ansioso? O texto da peça foi consideravelmente reduzido a cenas-chave ou proverbiais. Mas cada cena é feita duas, três, quatro vezes com diferentes atores em diferentes interpretações”. “The Moscow News” *** “Em ‘A Gaivota’, Butusov expressa sua opinião sobre tudo de uma vez: traição, imaginação, que é mais valorosa do que escravizante, medo da própria inaptidão. Não é apenas uma encenação sobre teatro – é também uma antologia do teatro. O teatro psicológico é seguido por expressionismo, do qual se ri, a paródia é seguida pela autoparódia (...) – e vale a pena sofrer quase cinco horas na cadeira pelo bem da cena final: Butusov sempre guarda a cena principal para o fim”. Elena Kovalkaya, crítica russa

PENSAMENTO-EM-PROCESSO DATA: 07/3, sábado, às 11h DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Yuri Butusov INGRESSOS: retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

PERCURSOS EM PERSPECTIVA DATA: 07/3, sábado, às 14h DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Maria Helena Werneck (Unirio) INGRESSOS: retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

Norval Baitello Junior é autor dos livros “O Pensamento Sentado” (2012) e “A Era da Iconofagia” (2014). Professor de Teoria da Cultura e Teoria da imagem na PUC-SP. Foi professor convidado nas universidades de S. Petersburg, Viena, Barcelona, Sevilha e Évora. Doutor pela Universidade Livre de Berlim. Maria Helena Werneck é professora de Teoria do Teatro e do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Unirio. Organizou os livros “Texto e Imagem. Estudos de teatro” (2009) e “Rotas de Teatro entre Portugal e Brasil” (2012). Colabora com o Projeto Global Theatre Histories, da Universidade Ludvig Maxmilians, de Munique. É pesquisadora do CNPq.

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arquivo Arkadi Zaides

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Arkadi Zaides companhia

Arkadi Zaides ficha técnica

voluntários do Projeto Câmara de B’Tselem – Centro de Informações Israelense pelos Direitos Humanos nos Territórios Ocupados: Iman Sufan, Mu’az Sufan, Bilal Tamimi, Udai ‘Aqel, Awani D’ana, Bassam J’abri, Abu ‘Ayesha, Qassem Saleh, Mustafa Elkam, Raed Abu Ermeileh, Abd al-Karim J’abri, Issa ‘Amro, Ahmad Jundiyeh, Nasser Harizat, Abu Sa’ifan, Oren Yakobovich, Nayel Najar Concepção e coreografia: Arkadi Zaides Consultor de vídeo: Effi & Amir (Effi Weiss and Amir Borenstein) Arte sonora e dramaturgia da voz: Tom Tlalim Consultoria artística: Katerina Bakatsaki Coreógrafo assistente: Ofir Yudilevitch Diretor técnico: Pierre-Olivier Boulant Desenho de luz: Thalie Lurault Operador de luz: Yoav Barel Produção: Yael Bechor Representante: Julia Asperska Materiais de arquivo:

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sinopse O olhar de um palestino. Que tipo de corpo produz uma sociedade repleta de violência na vida cotidiana? Para abordar essa questão, o coreógrafo israelense Arkadi Zaides empresta o olhar que os palestinos lançam sobre os colonos nos territórios ocupados e transforma o próprio corpo em arquivo. A coreografia baseia-se em imagens filmadas por voluntários palestinos do Projeto Câmera de B’Tselem (o Centro de Informações Israelense pelos Direitos Humanos nos Territórios Ocupados), que documentaram suas vidas em áreas de conflito. histórico Arkadi Zaides nasceu na Bielorússia, em 1979, e mudou-se para Israel em 1990, quando ingressou no grupo de dança contemporânea Batsheva Dance Company. Atualmente, vive e trabalha em Tel Aviv como coreógrafo independente. Seus espetáculos já percorreram França, Itália, Grécia, Alemanha, Suíça, Noruega, Canadá, Chile, Japão e China, entre outros países. Em 2013, apresentou “Quiet” no Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte – primeira coreografia na qual reuniu bailarinos judeus e árabes. No mesmo ano, recebeu o prêmio The Emile Zola Chair for Human Rights. Como curador, vem desenvolvendo plataformas para encorajar a produção contemporânea, como o projeto Movimentos sem Fronteiras, realizado em 2012 com o Instituto Goethe, que convidou coreógrafos internacionais de vanguarda para darem workshops e se apresentarem em Israel. Zaides trabalha com diferentes comunidades e setores da sociedade de modo a aproximá-los, sempre buscando no corpo a fonte de material autêntico para o movimento. www.arkadizaides.com

fotos das páginas anteriores: gadi dagon

direção


olhares críticos

israel gratuito:

retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes

1h05 11.03 qua 19h

12.03 qui 19h

com legenda para maiores de 14 anos

13.03 sex 19h

14.03 sab 19h

15.03 dom 19h

DIÁLOGOS TRANSVERSAIS DATA: 12/3, após o espetáculo. DURAÇÃO: 30 a 40 minutos LOCAL: Itaú Cultural Diálogo entre Bernardo Carvalho e Arkadi Zaides

Itaú Cultural

INGRESSOS: aberto ao público em geral de acordo com a disponibilidade de lugares no teatro.

fortuna crítica

“O objetivo dessa criação é mostrar o papel do artista como observador de uma realidade violenta e incorporá-la no próprio corpo de bailarino, como um arquivo. Daí o título do espetáculo. Para isso, o coreógrafo não recorre a imagens sensacionalistas e deixa o espectador penetrar aos poucos na tensão em que vivem os habitantes dessa região, através de cenas banais do cotidiano dessas pessoas”. Maria Emilia Alencar, Festival d’Avignon, 2014 *** “É uma coreografia dura e seca, sem música. Zaides apenas imita as posturas e os movimentos daquela gente e, assim, descontextualizando os gestos, esvaziando-os dos seus objetivos e expondo sua ‘essência’ mecânica e repetitiva, ele ao mesmo tempo isola e ressalta o horror e a violência aos quais eles servem (ou serviam). Ao mesmo tempo em que os priva de propósito, de utilidade e de continuidade, Zaides lhes insufla um sentido crítico e distanciado.”. Bernardo Carvalho, “Instituto Moreira Salles”, 2014 *** “Embora o arquivo de B’Tselem foque na realidade local, Zaides pretende discutir uma questão mais abrangente e universal: qual é o potencial para violência embutido em cada corpo individual e qual o preço que o coletivo paga para controlar o outro. Zaides se compromete e se identifica com os materiais e gradualmente os incorpora. Questões sobre participação e responsabilidade se abrem quando seu corpo se transforma em um arquivo vivo”. Stuk, 2014 *** “Essa sucessão de interrupções no vídeo, depois das integrações pela apreciação de sua posição corporal no seio das imagens projetadas, opera como a fabricação de um idioma. Ela dá ao público as chaves de compreensão sobre o que, afinal, torna-se uma coreografia da qual o espectador pode sentir todo o poder, porque sabe os gestos de decodificação que a compõem. A emoção que prende o público à medida que ele aprende o idioma e adere aos propósitos do artista é de uma potência terrível”. Lise Facchin, “Les Trois Coups”, 2014

PENSAMENTO-EM-PROCESSO DATA: 10/3, terça, às 16h30 DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Arkadi Zaides INGRESSOS: retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

PERCURSOS EM PERSPECTIVA DATA: 10/3, terça, às 14h DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Christine Greiner (PUC-SP) INGRESSOS: retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

Bernardo Carvalho é escritor, autor de “Nove Noites”, “O Filho da Mãe” e “Reprodução”, entre outros. Christine Greiner é professora da PUC-SP, dirige a coleção Leituras do Corpo da editora Annablume e é autora de diversos livros e artigos publicados no Brasil e no exterior. Foi professora e pesquisadora visitante da New York University, Universidade Paris 8, Universidade Rikkyo, Universidade de Tóquio e Centro Nichibunken de Quioto.

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as irm達s macaluso Emma Dante

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direção

Emma Dante companhia

Compagnia Sud Costa Occidentale

sinopse História de uma família formada por sete irmãs, Gina, Cetty, Maria, Katia, Lia, Pinuccia e Antonella, e encenada como uma espécie de cortejo macabro, que reevoca acontecimentos passados no núcleo familiar, recorrendo a memórias, sonhos, choros, risos, sacrifícios e revelações do que impede uns e outros de avançar. Vida e morte mescladas inextricavelmente.

ficha técnica

Emma Dante Elenco: Serena Barone, Elena Borgogni, Sandro Maria Campagna, Itália Liga do Norte, David Celona, Marcella Colaianni, Alessandra Fazzino, Daniela Macaluso, Leonarda Saffi, Stephanie Taillandier Iluminação: Cristian Zucaro Armaduras: Gaetano Lo Monaco Celano Organização: Daniela Gusman Coproduzido pelo Teatro Stabile de Nápoles, Théâtre National (Bruxelas) e Festival d’Avignon, Folkteatern (Gotemburgo), com o apoio do Programa Cultura da União Europeia em colaboração com Atto Unico/ Compagnia Sud Costa Occidentale, em parceria com Teatrul National Radu Stanca – Sibiu. Direção:

O espetáculo faz parte do projeto europeu Città in scena/Cities on stage e foi financiado com o apoio da Comissão Europeia. Coordenação e distribuição:

Aldo Miguel Grompone

histórico Emma Dante é encenadora, dramaturga, romancista e atriz, nascida em 1967, em Palermo, na Itália. Formou-se em arte dramática e encenação pela Academia Nacional Silvio D’Amico, em Roma. Em 1999, fundou a Compagnia Sud Costa Occidentale. Recebeu o Prêmio Gassman e o Prêmio da Crítica por “Carnezzeria” (2004), o Golden Graal por “Medea” (2005) e o Prêmio Cultural Sinopoli (2009), entre outros. Entre seus livros publicados estão “Carnezzeria. Trilogia dela Famiglia Siciliana” (2007) e “Trilogia degli Occhiali” (2011). Seu primeiro filme, “Via Castellana Bandiera” (2013), baseia-se no seu romance de estreia, homônimo. Suas obras vinculam-se fortemente à identidade cultural e geográfica de Palermo e exploram questões relativas à família e à exclusão, empregando humor e poeticidade. www. emmadante.it

fotos das páginas anteriores: carmine maringola

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olhares críticos

itália 06.03 sex 21h

07.03 sab 21h

1h10 08.03 dom 21h

com legenda para maiores de 14 anos

09.03 seg 20h

10.03 ter 20h

DIÁLOGOS TRANSVERSAIS DATA: 07/3, após o espetáculo. DURAÇÃO: 30 a 40 minutos LOCAL: Teatro João Caetano PALESTRANTE: Renato Mezan

Teatro João Caetano

Teatro Flávio Império

MEDIAÇÃO: Valmir Santos

gratuito: retirar 01 ingresso 01 hora antes.

INGRESSOS: aberto ao público em geral de acordo com a disponibilidade de lugares no teatro.

fortuna crítica

“Com essa crônica íntima, Emma Dante mergulha-nos no coração de irmãs do Mediterrâneo, onde os laços familiares são mais fortes do que tudo, onde as tradições permanecem, onde a religião sufoca. Fábula social de acentos trágicos. (...) Nesse drama que contorna o grotesco, convocamos os mortos para enlaçar melhor a vida”. Léna Martinelli, “Le Parisien”, 2014 *** “Se bem há no teatro de Emma Dante um trabalho sobre a palavra muito forte como meio de expressão, o lugar em que ela se torna protagonista é na sua relação com o corpo. Os atores são levados permanentemente a uma zona expressiva de alta intensidade e demanda física, porque o que lhe interessa não é a palavra ‘dita’ mas a palavra ‘gerada’. Essa caracterização implica para a criadora um gesto fundamental em seu teatro. Porque é o corpo quem deve produzir essa palavra e não a história nem a psicologia dos personagens”. FIBA, 2009 *** “Emma Dante, de Palermo, produziu um teatro social, visceralmente enraizado na realidade sociológica de uma cidade muitas vezes miserável, que, como Nápoles e uma parte da Itália profunda, sofreu o impacto da crise financeira e da máfia generalizada. (...) Sua encenação é frontal, nua e crua, alinhando imediatamente de frente para o público um muro de atrizes poderosas”. Marc Roudier, “Inferno Magazine”, 2014 *** “Um teatro que não se compreende numa ideia simplificada de feminismo, porque o uso que Emma Dante faz das calças, sendo político, não é menos humanista do que o desejo de abolir o estereótipo. Um teatro que, afinal, é político porque não pode ser outra coisa, nem de outra forma”. Tiago Bartolomeu Costa, “Público”, 2014 *** “Os personagens que compõem as peças de Emma Dante não se encaixam bem nos nossos padrões modernos europeus e globalizados, mas, em vez disso, desesperadamente agarram-se e prendem-se ao seu tempo e suas tradições. (...) Inspiradas nas formas tradicionais teatrais, como a ópera popular ou shows de bonecos, as peças de Emma Dante mostram um sutil equilíbrio entre melancolia e um humor frequentemente amargo, entre as maiores mitologias e as menores vitórias cotidianas”. Renan Benyamina, Festival D’Avignon, 2014

PENSAMENTO-EM-PROCESSO DATA: 08/3, domingo, às 16h30 DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Elenco de “As Irmãs Macaluso” INGRESSOS: retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

PERCURSOS EM PERSPECTIVA DATA: 08/3, domingo, às 14h DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Maria Lucia Pupo (USP) INGRESSOS: Retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

Renato Mezan é doutor em Filosofia pela USP e professor titular da PUC-SP. Atua na área de Psicologia, com ênfase em Tratamento e Prevenção Psicológica. É autor de “O Tronco e os Ramos” (2014), “Freud, Pensador da Cultura” (2006), “Interfaces da Psicanálise” (2002) e “Tempo de Muda” (1998), entre outros livros. Maria Lucia Pupo é docente do Departamento de Artes Cênicas da USP e bolsista de produtividade do CNPq. É autora de livros e artigos sobre pedagogia do teatro. Desenvolveu pesquisas sobre a relação entre teatro e educação em várias cidades brasileiras, na França e no Marrocos.

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canção de muito longe Ivo van Hove

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Espetáculo coproduzido pela MITsp, com estreia mundial durante a mostra.

Ivo van Hove companhia

Toneelgroep Amsterdam ficha técnica

Ivo van Hove Autor: Simon Stephens Ator: Eelco Smits Música: Mark Eitzel Cenografia e iluminação: Jan Versweyveld Dramaturgia: Bart van den Eyden Produzido por: Toneelgroep Amsterdam em coprodução com a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo Coprodutor em Londres: Young Vic Produtor privado: Joachim Fleury Cenógrafo assistente: Ramón Huijbrechts Direção:

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Chefe da técnica e do departamento de produção:

Wolf-Götz Schwörer Diretor de produção: Michiel van Schijndel Diretor de palco: Sebastiaan Kruijs Técnico de som: Erwin Sterk Técnico de luz: Martijn Smolders Chefe do departamento de figurino: Wim van Vliet Publicidade: Mette Raaphorst

sinopse Um jovem banqueiro (Eelco Smits) retorna de Nova York para sua cidade natal, Amsterdã, para assistir ao funeral do seu irmão mais novo. Ele lê uma série de cartas em vários tons – nostálgico, desafiante e desinibido – que havia escrito na tentativa de reconquistar o contato com o irmão, que nunca realmente conheceu. O monólogo é um processo de luto pelo qual o jovem banqueiro mergulha na sua angústia para redescobrir a esperança e o otimismo. “Eu quis reconstruir o passado vivo dos dois irmãos por meio de suas correspondências. As suas cartas nos levam diretamente à intimidade da relação deles, aos laços comuns, mas também exploram as questões que ficam sem resposta depois da morte de alguém amado. Essa é uma peça sobre a perda e o fato de o passado ser um país estrangeiro para o qual nós nunca poderemos retornar”, diz o autor Simon Stephens. histórico A companhia Toneelgroep Amsterdam (TA) é liderada por Ivo van Hove, diretor que tem sido fundamental para atrair encenadores internacionais para o grupo, como Thomas Ostermeier, Johan Simons e Krzysztof Warlikowski. O trabalho da companhia é caracterizado por abordagens contemporâneas inovadoras do repertório clássico e moderno. Convidada por festivais internacionais como RuhrTriennale, Wiener Festwochen, Festival de Edinburgh e Festival d’Avignon, a companhia já se apresentou também nos Estados Unidos, Canadá, Rússia e Austrália. Van Hove foi curador de teatro, música, ópera e dança no festival anual da Holanda, de 1997 a 2004, e dirigiu companhias alemãs como Deutsches Schauspielhaus, Schaubühne e Münchner Kammerspiele. Entre os prêmios recebidos pela carreira estão dois Obie Awards, da off-Broadway em Nova York, o Flanders Oeuvre Prize (1995), o prêmio Archangel, no Festival de Edinburgh (1999), entre outros. Nos últimos anos, o encenador tem investido em versões de obras cinematográficas, obtendo pela primeira vez os direitos de adaptação dos roteiros de John Cassavetes e Michelangelo Antonioni, entre outros. www.tga.nl

fotos das páginas anteriores: jan versweyveld

direção


olhares críticos

com legenda

holanda 10.03 ter 21h

para maiores de 14 anos

11.03 qua 21h

12.03 qui 21h

13.03 sex 21h

14.03 sab 21h

DIÁLOGOS TRANSVERSAIS DATA: 11/3, após o espetáculo. DURAÇÃO: 30 a 40 minutos LOCAL: Sesc Consolação PALESTRANTE: José Miguel Wisnik

Sesc Consolação

Mediação: Valmir Santos INGRESSOS: aberto ao público em geral de acordo com a disponibilidade de lugares no teatro.

fortuna crítica

PENSAMENTO-EM-PROCESSO

*Sobre o repertório do encenador: DATA: 11/3, quarta, às 11h

“Ivo van Hove, o encenador, juntou os silêncios inquisitivos de ‘Lágrimas e Suspiros’ (Bergman) aos desencontros afetivos de ‘Noite de Estreia’ e ‘Husbands’ (Cassavetes), prolongou o olhar sobre o homem em perda – de poder (‘Ludwig’, de Visconti), de identidade (‘Teorema’, de Pasolini), de afirmação da masculinidade (‘Rocco e os Seus Irmãos’, novamente Visconti) – e, tal como fizera com ‘Anjos na América’ (Tony Kushner), abriu o ventre da América profunda pelo seu lado mais racional, desapossando-a do sonho americano, em que o individual sucumbe ao coletivo”. Tiago Bartolomeu Costa sobre “Brokeback Mountain”, “Público”, 2014 *** “Limites entre os jogadores e as peças do jogo, público e privado, vida e morte, loucura e sanidade, amor e ódio e – oh, sim – quem se vê em carne e osso e quem se vê numa tela (em várias telas) ao mesmo tempo: Van Hove faz seu caminho através dessas distinções, como uma criança travessa com uma borracha mágica”. Ben Brantley sobre “Opening Night”, “The New York Times”, 2008 *** “Van Hove está tentando fazer uma observação sobre o casamento ser uma exibição pública tanto quanto atuar o é. Os performers falam frases inspiradas em Bergman, mas o texto que interessa ao seu diretor imensamente talentoso é aquele que não é tanto falado quanto dançado; os atores raramente param de se mover, como se eles estivessem correndo sempre alguns passos à frente das revelações que têm e não querem compartilhar. Van Hove desenvolveu uma coreografia strindbergiana pós-moderna: por meio dos corpos no palco, transmite a intimidade e a convenção assim como a força de vida e morte”. Hilton Als sobre “Cenas de um Casamento”, “New Yorker”, 2014 *** “Van Hove é um praticante da nudez teatral extrema. Ele apresenta clássicos por completo, sem as distrações de figurinos extravagantes ou, frequentemente ao que parece, revestimentos externos. Ele já comparou seu estilo ao de um técnico de raio-X, radiografando o que realmente se encontra abaixo do corpo visível”. Ben Brantleyoct sobre “Angels in America”, “The New York Times”, 2014

DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Ivo van Hove INGRESSOS: retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

PERCURSOS EM PERSPECTIVA DATA: 09/3, segunda, às 11h DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Josette Féral (Paris 3) INGRESSOS: Retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

José Miguel Wisnik é músico e escritor. Lançou CDs como “José Miguel Wisnik” (1993), “Pérolas aos Poucos” (2003) e “Indivisível” (2011), e os livros “O Som e o Sentido”, “Sem Receita” e “Veneno Remédiol”. É professor da USP e atuou como professor convidado nas universidades da Califórnia e de Chicago. Recebeu os prêmios Jabuti de Literatura e da Associação Paulista de Críticos de Arte. Josette Féral é professora da Sorbonne-Nouvelle (Paris 3). Anteriormente, lecionou na Universidade do Québec, em Montreal. Publicou diversos livros, incluindo “Théorie et Pratique du Théâtre, au-delà des Limites” (2011) e “Encontros com Ariane Mnouchkine” (1995). Foi presidente da International Federation of Theatre Research (1999-2003).

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e se elas fossem para moscou? Christiane Jatahy

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Christiane Jatahy companhia

Cia. Vértice ficha técnica Direção, adaptação e roteiro: 34

Christiane Jatahy, baseada em “As Três Irmãs”, de Anton Tchekhov Atrizes: Isabel Teixeira, Julia Bernat, Stella Rabello Elenco de apoio no filme:

Paulo Camacho, Felipe Norkus e Thiago Katona Direção de fotografia e câmera ao vivo: Paulo Camacho Concepção do cenário:

Christiane Jatahy e Marcelo Lipiani Direção de arte e cenário:

Marcelo Lipiani Figurino: Antonio Medeiros e Tatiana Rodrigues Direção musical:

Domenico Lancelotti Músico em cena:

Felipe Norkus

Projeto de som: Denilson Campos Diretor de palco: Thiago Katona Coordenação técnica de vídeo e pintura de arte cenário: Felipe Norkus Operação de luz: Leandro Barreto Operação de som: Pedro Montano Mixagem ao vivo (cinema): Francisco Slade Contrarregra: Anderson Berne Assistente de direção e interlocução artística: Fernanda Bond Assistente de cenário e produção de objetos: Paula Vilela Consultoria de vídeo: Julio Parente Projeto gráfico: Radiográfico Assistente de produção: Nathalia Athayde Gestão: Tatiana Garcias Direção de produção e tour manager: Henrique Mariano Colaboração no roteiro: Isabel Teixeira, Julia Bernat, Stella Rabello e Paulo Camacho Coprodução: Le Centquatre-Paris e Sesc

sinopse E se Moscou pudesse ser o que quiséssemos imaginar? Se Moscou fosse o passo em direção à mudança? Fosse o salto no abismo que nos leva ao novo? Fosse de alguma forma nascer de novo? A partir do texto “As Três irmãs”, de Anton Tchekhov, fazemos essas perguntas e as levamos para o teatro, para o cinema e para as cidades, desdobrando-as em múltiplos olhares e pontos de vista. Camadas e mais camadas para falar sobre a utopia. Sobre o não lugar. Sobre o “lugar” que imaginamos mas onde nunca estamos. “E se Elas Fossem para Moscou?” é uma peça, mas também é um filme. Dois espaços diferentes entrelaçados. Um é a utopia do outro, mas cada um é completo em si. No teatro, filmamos, editamos e mixamos ao vivo o que se vê no cinema no mesmo instante. Simultaneamente as duas artes coexistem. E o público escolhe de qual ponto de vista quer ver essa história sobre três mulheres de hoje, três irmãs em diferentes fases da vida desejando a mudança. histórico Christiane Jatahy é autora e diretora de teatro e cinema, nascida em 1968, no Rio de Janeiro. Desde 1996, desenvolve uma pesquisa voltada para a exploração de novos territórios cênicos. Começou com espetáculos em espaços não convencionais, que propunham novas interações do público com a cena, e a partir de 2003 radicalizou a investigação transitando entre as fronteiras tênues da realidade e da ficção, do ator e do personagem, do aqui e agora e da cena marcada. Sempre com o objetivo de criar uma relação viva e dinâmica com o espectador. Em trabalhos recentes, inclui a linguagem audiovisual, como em “Conjugado”, com uma videoinstalação integrada à dramaturgia da cena; “Corte Seco”, com câmeras de segurança revelando ao vivo o entorno do teatro e os bastidores, e com o filme “A Falta que Nos Move”, transposição cinematográfica a partir da peça homônima. Com “Julia” (2011), a companhia se apresentou em festivais europeus, como Kunstenfestivaldesarts (Bruxelas), Wiener Festwochen (Viena) e Temps d’Images (Paris), e recebeu o Prêmio Shell 2012 de Melhor Direção. “E se Elas Fossem para Moscou?” (2014) está indicado ao Shell nas categorias Direção, Inovação, Atrizes e Cenário. www.christianejatahy.com.br

fotos das páginas anteriores: aline macedo

encenação


olhares críticos

brasil

1h40

em português para maiores de 14 anos

14.03 15.03 sab dom 18h e 21h 18h e 21h

DIÁLOGOS TRANSVERSAIS DATA: 14/3, após o espetáculo das 18h. DURAÇÃO: 30 a 40 minutos LOCAL: Teatro Sérgio Cardoso PALESTRANTE: Ismail Xavier

Teatro Sérgio Cardoso

Sala Sérgio Cardoso (peça) e sala Paschoal Carlos Magno (filme)

MEDIAÇÃO: Beth Néspoli INGRESSOS: aberto ao público em geral de acordo com a disponibilidade de lugares no teatro.

fortuna crítica

“O novo trabalho de Christiane Jatahy é um grande passo na sua pesquisa sobre as fusões e complementaridades entre cinema e teatro. Ela já brincou com o ponto de vista do espectador teatral em ‘Carícias’ (2001), combinou documentário e performance na peça ‘Conjugado’ (2004), duplicou com um filme a experiência semidocumental de ‘A Falta que Nos Move’ (2005/2011), editou ao vivo e a cada dia de maneira diferente a ação da peça ‘Corte Seco’ (2009) e fundiu cinema e teatro no palco de ‘Júlia’ (2011). Em ‘E se Elas Fossem para Moscou?’, a proposta é menos de fusão que de rompimento, trânsito e simultaneidade”. Carlos Alberto Mattos, “Críticos”, 2014 *** “Como em outras de suas montagens, Christiane Jatahy procura atuação coloquial do elenco, contornando os limites da realidade e da ficção, propondo uma naturalidade que permite aproximar-se da plateia e servir-lhe bolo, champanhe e vinho. É essa mesma ‘espontaneidade’ que incorpora as intervenções de tantas outras presenças em cena, das múltiplas trocas de cenário e de câmeras, sem tornar secundária a tensão dramática”. Macksen Luiz, “O Globo”, 2014 *** “Cenas que se desenvolvem à nossa frente provocam um olhar coletivo que, sem saber ao certo do que se trata essa sensação, se vê confrontado pela modalidade contemporânea de teatro do real, performativa e fragmentária. Jatahy cria lugares de ‘desvio’ na obra de Tchekhov. Porém, como já dito, ainda está lá o autor, que provoca o espectador a experiências sociais e existenciais, éticas e poéticas, reais e ficcionais, destinadas ao reconhecimento de si e de sua condição humana”. Desirée Pessoa, “Questão de Crítica”, 2014 *** “‘E se Elas Fossem para Moscou?’ só pode ser completamente apreciado vendo a versão para o palco em uma noite e a versão em filme na seguinte. As lacunas de uma versão tornam-se os volumes da outra”. Julius Purcell, “Financial Times”, 2014 *** “No espetáculo, os personagens masculinos são interpretados – com muito acerto – pelos técnicos da montagem, o que ressalta ainda mais o protagonismo das irmãs. A diretora sublinha que o filme não é teatro filmado, mas que completa de alguma maneira a sessão teatral e é completado por ela.” Jacinto Antón, “El Pais”, 2014

PENSAMENTO-EM-PROCESSO DATA: 13/3, sexta, às 16h30 DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Christiane Jatahy INGRESSOS: retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

PERCURSOS EM PERSPECTIVA DATA: 13/3, sexta, às 14h DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Silvana Garcia (EAD) INGRESSOS: Retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

Ismail Xavier é crítico de cinema e autor dos livros “Alegorias do Subdesenvolvimento” (1993) e “Sertão Mar” (1983), entre outros. Coordena as coleções Cinema, Teatro e Modernidade e Glauberiana na Cosac Naify. É graduado em Cinema, mestre e doutor pela USP, com PhD em Cinema pela Universidade de Nova York. Integra o Conselho Consultivo da Cinemateca Brasileira. Silvana Garcia é professora da Escola de Arte Dramática da USP; diretora do grupo lasnoias & Cia., responsável pelos espetáculos “Lesão Cerebral” (2007), “Há um Crocodilo Dentro de Mim” (2009) e “Não Vejo Moscou da Janela do meu Quarto” (2014); e coordenadora da revista A[L]BERTO, da SP Escola de Teatro.

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A crítica teatral pode potencializar o encontro entre o espectador e a obra criativa: pistas, chaves, brechas, conexões. Por isso, a MITsp propõe uma série de ações que buscam promover a formação do olhar dos espectadores, sob uma perspectiva crítica e provocadora.

Curadoria: Fernando Mencarelli e Silvia Fernandes Organização e pesquisa: Luciana Romagnolli

Percursos em Perspectiva

Pensamento-em-Processo

pesquisadores de universidades

os artistas da mostra são convidados a

brasileiras apresentam as trajetórias

falar sobre seus processos de criação,

criativas dos artistas convidados

evidenciando texturas e arquiteturas

para a

MITsp, explorando caminhos

presentes na mostra.

Bya Braga (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG)

Dmitry Krymov Christine Greiner

Diálogos Transversais

(Pontifícia Universidade Católica

críticas realizadas logo após uma

de São Paulo – PUC-SP)

apresentação de cada espetáculo

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olhares críticos

campos do conhecimento.

a ideia é trazer olhares transversais que ultrapassem fronteiras e ampliem

Cláudio Cajaiba (Universidade

Andriy Zholdak

Arthur Nestrovski Opus No 7, de Dmitry Krymov

(Universidade Federal do Estado

Flora Süssekind do Rio de Janeiro – Unirio)

Heiner Goebbels Bernardo Carvalho e Arkadi Zaides Arquivo, de Arkadi Zaides Eder Santos Woyzeck, de Andriy Zholdak Francisco Foot Hardman Matando o Tempo, de Jorge Hugo Marín Morrer de Amor, de Jorge Hugo Marín Ismail Xavier E se Elas Fossem para Moscou?, de Christiane Jatahy

Maria Beatriz Medeiros (Universidade Federal de Brasília – UnB)

Katie Mitchell Maria Helena Werneck (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – Unirio)

Yuri Butusov Maria Lucia Pupo (Universidade de São Paulo – USP)

Emma Dante José Miguel Wisnik Canção de Muito Longe, de Ivo van Hove Luiz Camillo Osorio Stifters Dinge, de Heiner Goebbels Maria Rita Kehl Senhorita Julia, de Katie Mitchell e Leo Warner

Silvana Garcia (Escola de Arte Dramática – EAD – USP)

Christiane Jatahy Walter Lima Torres Neto (Universidade Federal do Paraná – UFPR)

Jorge Hugo Marín

Norval Baitello Júnior A Gaivota, de Yuri Butusov

pesquisadora internacional

Raquel Rolnik Julia, de Christiane Jatahy

Ivo van Hove

Renato Mezan As Irmãs Macaluso, de Emma Dante

Espaço de Ensaios

convidada: Josette

Andriy Zholdak (Svoboda Zholdak Theatre) Woyzeck

Dmitry Krymov (Laboratory at Moscow Theatre School of Dramatic Art) Opus No 7

Federal da Bahia – UFBA)

leituras das obras, renovando assim a própria atividade crítica.

Arkadi Zaides (Arkadi Zaides) Arquivo

Christiane Jatahy (Cia. Vértice) E se Elas Fossem para Moscou?

Arkadi Zaides

da mostra por artistas e pensadores

provenientes, em sua maioria, de outros

internas das obras.

para a leitura dos espetáculos

Féral

Heiner Goebbels (Theatre Vidy-Lausanne) em entrevista de Luiz Felipe Reis Stifters Dinge Ivo van Hove (Toneelgroep Amsterdam) Canção de Muito Longe Jorge Hugo Marín (Fundación La Maldita Vanidad Teatro) Matando o Tempo e Morrer de Amor Yuri Butusov (Theatre “Satiricon” named after A. Raykin) A Gaivota EQUIPE ARTÍSTICA E ELENCO DA Compagnia Sud Costa Occidentale As Irmãs Macaluso Elenco da Schaubühne am Lehniner Platz Senhorita Julia

(Université Nouvelle-Sorbonne – Paris 3)

Mediação: Valmir Santos e Beth Néspoli

textos produzidos pelos pesquisadores convidados para apresentar os artistas participantes da

MITsp, seus materiais

e procedimentos criativos, compõem um programa-livro.

* As ações de Pensamento-emProcesso acontecem no Itaú Cultural; retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes


Prática da Crítica

Reflexões Estético-Políticas

a documentacena, plataforma de crítica

serão realizadas quatro mesas

teatral composta pelos blogs horizonte da cena e satisfeita, yolanda?, do site

de discussão sobre os temas seguintes:

quais são as raízes do teatro? como

teatrojornal e da revista eletrônica

questão de crítica, e outros críticos produzirão diariamente, ao longo da

mitsp, críticas sobre os espetáculos para veiculação impressa e eletrônica

DocumentaCena Horizonte da Cena Soraya Belusi e Daniel Toledo Questão de Crítica Daniele Avila Small

Zonas de Conflito I: Ucrânia-Rússia Com: Eduardo Jorge, Fabiano Mielniczuk e Vitorio Sorotiuk

críticos convidados Beth Néspoli Daniel Schenker Michel Fernandes Ruy Filho Welington Andrade

Crítica Performativa escrever uma crítica na frente de todos?

período de dez horas ininterruptas, em

tempo real. o público poderá observar,

ler, sugerir, interferir e participar. uma busca conjunta pelo desenho de uma nova possibilidade de crítica.

Idealização: revista antro positivo

Dia 13/3, sexta-feira, das 8h às 18h Local: Itaú Cultural

questões serão debatidas pelo diretor

Local: Sesc Consolação – Espaço Beta.

Zonas de Conflito II: Palestina-Israel

Dramaturgia de tons carregados

Com: Arlene Clemesha e Sílvio Tendler Mediação:

no formato de uma entrevista aberta, o premiado dramaturgo britânico simon stephens conversará com o público sobre as características e os rumos da dramaturgia contemporânea e sobre sua

Maria Fernanda Vomero

produção artística, da qual fazem parte

Dia 14/3, sábado, às 11h

obras como pornography

Local: Sesc Consolação

Zonas Liminares: Teatro-cinema Com: Ricardo Fabbrini e Tata Amaral. Mediação:

Local: Sesc Consolação

(2007), punk rock (2009) e o estranho caso do cachorro morto (2012), que já ganhou montagem no brasil sob direção de moacyr góes. dono de uma escrita intensa, stephens destaca-se pela reflexão sombria, mas com nuances esperançosas, sobre o mundo. o entrevistador será o também premiado diretor e dramaturgo brasileiro leonardo

moreira, da cia. hiato.

Dia 06/3, sexta-feira, das 10h às 12h Local: Sesc Consolação - Sala Delta.

A Cena Russa Contemporânea um artista russo de destaque (krymov),

Zonas de Intersecção: matrizes da cena atual Com: Josette Féral, José Antonio Sánchez, Kil Abreu e Luiz Fernando Ramos.

um dos principais críticos e curadores moscovitas e duas estudiosas do teatro russo traçam um panorama e refletem sobre os rumos e tendências atuais da cena russa. com: dmitry krymov, roman dolzhansky e elena vássina. mediação: arlete cavaliere

Mediação:

Dia 12/3, quinta-feira, às 10h

Fernando Mencarelli

Local: Sesc Consolação - Sala Ômega.

Dia 15/3, domingo, às 11h

Resenhistas: Ruy Filho e Ana Carolina Marinho

tem alguma importância? essas e outras

Local: Sesc Consolação

mundial do espetáculo canção de muito

participações de convidados durante o

são mortais ou imortais? o teatro ainda

(duração: 90 minutos)

uma escrita dialógica sobre a estreia

amsterdam), por meio de conversas e

no teatro contemporâneo? os atores

Dia 10/3, terca-feira, às 23h

Dia 13/3, sexta-feira, às 10h

MITsp e toneelgroep

para dá-lo aos humanos, está tão em falta

Dia 10/3, terça-feira, às 10h

Luciana Eastwood Romagnolli

longe (coprodução

aquele que roubou o fogo dos deuses

Maria Fernanda Vomero

do pensamento crítico é o desafio

a revista antro positivo cria espaço para

ator? por que o ímpeto de prometeu,

ucraniano andriy zholdak.

abrir o processo da escrita e da construção proposto pela ação crítica performativa.

transformar um ator-robô em um humano-

Mediação:

Satisfeita, Yolanda? Ivana Moura e Pollyana Diniz Teatrojornal – Leituras da Cena Valmir Santos e Maria Eugênia Menezes

Vida sem teatro ou teatro sem vida: conferênciaperformance de Andriy Zholdak

Local: Itaú Cultural

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04.03

05.03

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07.03

08.03

encontros formativos

encontros formativos

entrevista aberta

pensamento em processo

encontros formativos

quarta

Workshop prático com Andriy Zholdak Sesc Consolação

11h-15h

quinta

Workshop prático com Andriy Zholdak Sesc Consolação

11h-15h

ABERTURA OFICIAL da 2a MITsp para convidados +

a gaivota yuri butusov

19h

sexta

simon stephens

+ leonardo moreira

Sesc Consolação

programação

yuri butusov Itaú Cultural

11h - 13h

10h - 12h

percurso em perspectiva

encontros formativos

masterclass com Yuri Butusov Sesc Consolação

11h - 14h

auditório ibirapuera

38

sábado

encontros formativos

Workshop com Simon Stephens Centro de Pesquisa e Formação – Sesc SP

14h - 17h

Maria Helena Werneck (Yuri Butusov)

Itaú Cultural

14h

encontros formativos

workshop cia. sud costa occidentale Sesc Consolação

11h - 14h

a gaivota yuri butusov

16h

encontros formativos

auditório ibirapuera

14h - 17h

As irmãs macaluso emma dante

Workshop com Mark Eitzel Sesc Consolação

a gaivota yuri butusov

teatro joão caetano

auditório ibirapuera

diálogos transversais com Renato Mezan

diálogos transversais com Norval Baitello Júnior

As irmãs macaluso emma dante

21h

estágio com ivo van hove Sesc Consolação

10h30 - 14h encontros formativos

workshop com heiner Goebbels Instituto Goethe

11h - 14h

percurso em perspectiva

Maria lucia pupo (emma dante)

Itaú Cultural

14h

pensamento em processo

elenco de as irmãs macaluso Itaú Cultural

16h30

21h

16h

domingo

woyzeck andriy zholdak

21h

sesc consolação ( ginásio )

morrer de amor Jorge Hugo Marín casa

16h

1

woyzeck andriy zholdak

18h

sesc consolação ( ginásio ) diálogos transversais com Eder Santos

teatro joão caetano

As irmãs macaluso emma dante

21h

teatro joão caetano


09.03

10.03

11.03

12.03

13.03

14.03

encontros formativos

encontros formativos

encontros formativos

encontros formativos

olhares críticos

reflexões estético-políticas

reflexões estético-políticas

11h

11h

segunda

estágio com ivo van hove Sesc Consolação

10h30 - 14h encontros formativos

workshop com heiner Goebbels Instituto Goethe

11h - 14h

terça

workshop com la maldita vanidad CCSP

10h - 13h

reflexões estético-políticas

Zonas de conflito i: Ucrânia e rússia Sesc Consolação

10h

percurso em perspectiva

josette féral (ivo van Hove)

Itaú Cultural

11h - 13h

percurso em perspectiva

christine greiner

(arkadi zaides)

Itaú Cultural

14h

percurso em perspectiva

cláudio cajaiba

(andriy zholdak)

Itaú Cultural

14h

quarta

workshop com la maldita vanidad CCSP

10h - 13h

encontros formativos

laboratório de crítica Centro de Pesquisa e Formação – Sesc SP

10h - 14h

pensamento em processo

ivo van hove (Canção de muito longe)

Arkadi zaides (arquivo)

Itaú Cultural

16h30

workshop com la maldita vanidad ccsp

percurso em perspectiva

flora süssekind (heiner goebbels)

Itaú Cultural

encontros formativos

laboratório de crítica Centro de Pesquisa e Formação – Sesc SP

Andriy zholdak (woyzeck)

Itaú Cultural

conferência com Andriy Zholdak Sesc Consolação

23h

casa

16h

1

diálogos transversais com FRANCISCO FOOT HARDMAN

morrer de amor Jorge Hugo Marín casa

1

16h e 18h

julia

Christiane jatahy

julia

diálogos transversais com Raquel Rolnik

Itaú Cultural

a cena russa contemporânea Sesc Consolação

10h

stifters dinge heiner goebbels

17 e 21h

sesc ipiranga

julia

Christiane jatahy

As irmãs macaluso emma dante

20h

teatro flávio império

teatro sérgio cardoso

arquivo arkadi zaides

19h

itaú cultural

As irmãs macaluso emma dante

canção de muito longe ivo van hove

teatro flávio império

sesc consolação

20h

woyzeck andriy zholdak

21h

sesc consolação ( ginásio )

21h

percurso em perspectiva

walter lima torres neto (jorge hugo marín)

Itaú Cultural

14h

21h

sesc ipiranga diálogos transversais com Luiz Camillo Osorio

reflexões estético-políticas

Zonas liminares: teatro-cinema Sesc Consolação

10h

conferência Wouter van Ransbeek

entrevistado por ricardo muniz fernandes

(morrer de amor + matando o tempo)

Itaú Cultural

16h30

casa

17h

2

17 e 21h

sesc ipiranga

arquivo arkadi zaides

19h

itaú cultural

pensamento em processo

dmitry krymov

(opus no 7)

Itaú Cultural

matando o tempo Jorge Hugo Marín

silvana garcia

pensamento em processo

christiane jatahy (julia + e se elas fossem para moscou?)

Itaú Cultural

matando o tempo Jorge Hugo Marín casa

casa

17h

2

e se elas fossem para moscou? Christiane jatahy

18h e 21h

teatro sérgio cardoso sala sérgio cardoso (peça) - sala paschoal carlos magno (filme) diálogos transversais com Ismail Xavier

canção de muito longe ivo van hove

21h

diálogos transversais com José Miguel Wisnik

arquivo arkadi zaides

19h

arquivo arkadi zaides

19h

itaú cultural

itaú cultural

canção de muito longe ivo van hove

canção de muito longe ivo van hove

21h

sesc consolação

21h

21h

sesc consolação

pensamento em processo

elenco de senhorita julia Itaú Cultural

percurso em perspectiva

maria beatriz medeiros (katie mitchell)

Itaú Cultural

16h30

matando o tempo Jorge Hugo Marín casa

17h

2

diálogos transversais com FRANCISCO FOOT HARDMAN

39 e se elas fossem para moscou? Christiane jatahy

18h e 21h

teatro sérgio cardoso sala sérgio cardoso (peça) - sala paschoal carlos magno (filme)

opus n.7 dmitry krymov sesc consolação ( ginásio )

senhorita julia katie Mitchell e leo warner

21h

sesc pinheiros diálogos transversais com Maria Rita Kehl

opus n.7 dmitry krymov

18h

sesc consolação ( ginásio )

senhorita julia katie Mitchell e leo warner

18h

opus n.7 dmitry krymov

21h

canção de muito longe ivo van hove

Zonas de Intersecção: matrizes da cena atual Itaú Cultural

2

sesc consolação

diálogos transversais com Bernardo Carvalho e Arkadi Zaides

15.03

domingo

14h

percurso em perspectiva

17h

stifters dinge heiner goebbels

bya braga (dmitry krymov)

16h30

16h30

matando o tempo Jorge Hugo Marín

percurso em perspectiva

11h - 13h

14h

jorge hugo marín

Zonas de conflito iI: Palestina e israel Sesc Consolação

14h

Itaú Cultural

pensamento em processo

sábado

Itaú Cultural

(christiane jatahy)

sesc consolação

stifters dinge heiner goebbels

8h - 18h

Centro de Pesquisa e Formação – Sesc SP

16h30

19h

Christiane jatahy teatro sérgio cardoso

(stifters dinge)

19h

teatro sérgio cardoso

18h

heiner goebbels

entrevistado por luiz felipe reis

16h30

morrer de amor Jorge Hugo Marín

pensamento em processo

crítica performativa Itaú Cultural

10h - 14h

14h

pensamento em processo

sexta

10h - 13h

Itaú Cultural

11h - 13h

pensamento em processo

quinta

21h

sesc consolação

( ginásio )

diálogos transversais com Arthur Nestrovski

senhorita julia katie Mitchell e leo warner

21h

sesc pinheiros

sesc pinheiros

arquivo arkadi zaides

19h

itaú cultural


40


41

Christiane Jatahy


Christiane Jatahy companhia

Cia. Vértice ficha técnica Autor: a

42

partir do texto “Senhorita Julia”, de August Strindberg Direção e adaptação: Christiane Jatahy Elenco: Julia Bernat e Rodrigo dos Santos Cenário: Marcelo Lipiani e Christiane Jatahy Direção de arte: Marcelo Lipiani Câmera ao vivo: Paulo Camacho Diretor de palco: Thiago Katona Coordenação técnica de vídeo: Felipe Norkus Operador de som: Pedro Montano Operador de luz: Leandro Barreto Projeto gráfico: Radiográfico Gestão: Nathalia Atayde Direção de produção: Henrique Mariano A CIA. VÉRTICE DE TEATRO é patrocinada pela Petrobras.

sinopse “Julia”, adaptação da peça “Senhorita Julia”, de August Strindberg, dá seguimento à pesquisa da diretora Christiane Jatahy. O teatro se faz cinema e as estruturas cinematográficas são expostas. Com cenas pré-gravadas e outras filmadas ao vivo, o filme será construído na presença do público a cada dia. Uma fricção permanente entre o clássico e o contemporâneo. Entre o que pode ser visto e o que só pode ser entrevisto na presença real do ator em cena e no enquadramento dos detalhes do cinema. O texto de Strindberg se mantém presente, atualizado pelo olhar da câmera e pela adaptação da trama criada no século XIX, trazendo à cena questões sociais e políticas sobre o Brasil de hoje.

histórico Christiane Jatahy é autora e diretora de teatro e cinema, nascida em 1968, no Rio de Janeiro. Desde 1996, desenvolve uma pesquisa voltada para a exploração de novos territórios cênicos. Começou com espetáculos em espaços não convencionais, que propunham novas interações do público com a cena, e a partir de 2003 radicalizou a investigação transitando entre as fronteiras tênues da realidade e da ficção, do ator e do personagem, do aqui e agora e da cena marcada. Sempre com o objetivo de criar uma relação viva e dinâmica com o espectador. Em trabalhos recentes, inclui a linguagem audiovisual, como em “Conjugado”, com uma videoinstalação integrada à dramaturgia da cena; “Corte Seco”, com câmeras de segurança revelando ao vivo o entorno do teatro e os bastidores, e com o filme “A Falta que Nos Move”, transposição cinematográfica a partir da peça homônima. Com “Julia” (2011), a companhia se apresentou em festivais europeus, como Kunstenfestivaldesarts (Bruxelas), Wiener Festwochen (Viena) e Temps d’Images (Paris), e recebeu o Prêmio Shell 2012 de Melhor Direção. “E se Elas Fossem para Moscou?” (2014) está indicado ao Shell nas categorias Direção, Inovação, Atrizes e Cenário. www.christianejatahy.com.br

fotos das páginas anteriores: marcelo lipiani

encenação


olhares críticos

brasil

em português

1h30 09.03 seg 18h

para maiores de 16 anos

10.03 ter 19h

11.03 qua 19h

DIÁLOGOS TRANSVERSAIS DATA: 09/3, após o espetáculo. DURAÇÃO: 30 a 40 minutos LOCAL: Teatro Sérgio Cardoso PALESTRANTE: Raquel Rolnik

Teatro Sérgio Cardoso

MEDIAÇÃO: Valmir Santos INGRESSOS: aberto ao público em geral de acordo com a disponibilidade de lugares no teatro.

fortuna crítica

“Bela descoberta. Contemporânea e convincente. Dupla revelação por essa Julia brasileira: uma realizadora, Christiane Jatahy, que joga habilmente com os códigos do cinema, do vídeo, do palco e do teatro. E atores que rasgam a tela e existem sobre o palco”. Christian Jade, “RTBF” *** “A diretora e autora da nova versão dá voo para o conflito original: quando Julia pede a Jelson, na zaragata sexual, que diga que a quer, entendemos que o considera uma parte da sua riqueza e que necessita se sentir também dono dos sentimentos dele; e quando a cozinheira, sua noiva, observa que se os senhores não são moralmente melhores nada justifica que eles ocupem um status inferior, produz-se no casal uma súbita consciência social”. Javier Vallejo, “El Pais”, 2013 *** “‘Julia’ está muito além do uso habitual de projeções em montagens teatrais com vocação multimídia. Nossa atenção e deleite são atraídos por algo que não é bem cinema, nem é bem teatro, mas pontes entre os dois”. Carlos Alberto Mattos, “Rastros de Carmattos”, 2012 *** “Julia Bernat e Rodrigo dos Santos têm interpretações de ímpeto físico, projetando nos personagens crescente intensidade que se desvia do dramatismo para criar um confronto, em que o distanciamento entre atração e negação se expõe numa circularidade de imagens e atuações convergentes. Um trabalho consistente de diretora em permanente inquietação”. Macksen Luiz, 2011 *** “A opção por abrasileirar o conflito de classes do original, acrescentando a negritude do empregado como fator de atração e repulsa no transporte amoroso, confere ao espetáculo uma força excedente. Ela remete à dialética erótica entre sinhazinhas e escravos no Brasil colonial, descrita por Gilberto Freyre (1900–1987) em ‘Casa Grande e Senzala’. (...) ‘Julia’ atualiza um texto já clássico com singularidade e contundência, além de explorar novas possibilidades de narrativa espetacular”. Luiz Fernando Ramos, “Folha de São Paulo”, 2012

PENSAMENTO-EM-PROCESSO DATA: 13/3, sexta, às 16h30 DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Christiane Jatahy INGRESSOS: retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

PERCURSOS EM PERSPECTIVA DATA: 13/3, sexta, às 14h DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Silvana Garcia (EAD-USP) INGRESSOS: Retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

Raquel Rolnik é arquiteta e urbanista, professora da FAU/USP. Entre 2008 e 2014 foi relatora especial para o Direito à Moradia Adequada do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Foi diretora de Planejamento da Cidade de São Paulo (1989–1992), secretária Nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades (2003– 2007) e coordenadora de Urbanismo do Instituto Pólis (1997–2002). Silvana Garcia é professora da Escola de Arte Dramática da USP; diretora do grupo lasnoias & cia., responsável pelos espetáculos “Lesão Cerebral” (2007), “Há um Crocodilo Dentro de Mim” (2009) e “Não Vejo Moscou da Janela do meu Quarto” (2014); e coordenadora da revista A[L]BERTO, da SP Escola de Teatro.

43


44


MATANDO O TEMPO,

PRIMEIRO ATO INEVITÁVEL: NASCER Jorge Hugo Marín

45


direção

Jorge Hugo Marín companhia

Fundación La Maldita Vanidad Teatro ficha técnica Texto e direção:

Jorge Hugo Marín

A obra acontece em meio a um tradicional almoço familiar de domingo, no qual onze personagens revelam a cobiça e o abuso do poder herdado. Tradicionalmente nas mãos de umas poucas famílias, o poder converte-as em donas do país. É hora de celebrar, de matar o tempo enquanto chega um novo plano. A árvore genealógica comprova: o filho que nasce deve continuar a tradição do avô, mas deve ser mais astuto, pois a vigilância se intensifica, e deve ser melhor educado para saber controlar um povo enfurecido. O espetáculo é fruto de uma bolsa de criação para diretores com trajetória IDARTES 2013 e uma coprodução com o XIV Festival Iberoamericano de Teatro de Bogotá 2014.

Produtor executivo:

Wilson L. García D

histórico

Atuações:

Carmenza Cossio (Matilde) Ella Margarita Becerra (Isabel) Fernando Arroyave de la Pava (Rafael) María Luna Baxter (Esther) Juan Manuel Lenis (Miguel) María Adelaida Palacio (Luna) Adriana Angélica Prieto (Margarita) Santiago Reyes (Gabriel) Daniel Camilo Díaz (Felipe) Miguel González (Manuel)

La Maldita Vanidad é um laboratório de artistas do ofício teatral, que se apropria de histórias cotidianas e encaixa-as em espaços não convencionais para expressar-se por meio de outras linguagens cênicas. Em sua primeira etapa criativa, “Sobre Algunos Asuntos de Familia”, o grupo questiona diferentes problemas do núcleo familiar, obtendo conteúdo suficiente para criar uma trilogia apresentada em espaços reais: uma sala, uma cozinha e um salão de festa. O primeiro espetáculo, “El Autor Intelectual”, confronta três irmãos que não sabem como assumir o envelhecimento da mãe; o espectador vê a obra na sala de uma casa através das janelas. O segundo, “Los Autores Materiales”, é uma obra de suspense que se desenrola na cozinha do apartamento de jovens estudantes. O ciclo completa-se com “Cómo Quieres Que Te Quiera”, que se passa em um salão de festas durante a preparação de uma celebração de quinze anos. A obra mostra o impacto do fenômeno do narcotráfico dentro da sociedade. A estas, seguiram-se “Matando el Tiempo”, “Morir de Amor” e “Paisaje Fracturado”. Fundado em 2009, o grupo veio ao Brasil pela primeira vez em 2012, quando participou do Festival de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte – FIT-BH, e retornou no mesmo ano para o Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos e para o Zona de Transição, em Fortaleza. Também participou de festivais na Argentina, Espanha, Grécia, Áustria e Alemanha.

www.lamalditavanidadteatro.com

fotos das páginas anteriores: maria paulina gonzalez

46

sinopse


olhares críticos

Colômbia

com legenda

1h10 13.03 sex 17h

para maiores de 14 anos

14.03 sab 17h

15.03 dom 17h

DIÁLOGOS TRANSVERSAIS DATA: 15/3, após o espetáculo. DURAÇÃO: 30 a 40 minutos LOCAL: consultar no site www.mitsp.org PALESTRANTE: Francisco Foot Hardman

consultar local de apresentação no site www. mitsp.org

Mediação: Valmir Santos INGRESSOS: aberto ao público em geral de acordo com a disponibilidade de lugares no teatro.

fortuna crítica

“De realismo levado aos limites da concretude cênica (cenário detalhado, alimentos preparados no palco, interpretação que persegue o naturalismo), os colombianos expõem fraturas sociais com meios próprios da fotografia narrativa.” Macksen Luiz, 2012 *** “La Maldita Vanidad prossegue em sua linha de teatro hiper-realista e, como se de um filme com um único plano se tratasse, apresenta aos espectadores, sentados em U em torno do palco, a depravação de seres carregados de preconceitos e ambições. (...) Parte de ‘Ricardo III’, de William Shakespeare, para atacar com libérrima escrita a corrupção em nossos dias”. Carlos Be, 2013 *** “Esse jogo de insinuações, de palavras e silêncios que se dão mediante à ironia que evoca o que os diálogos em princípio calam, retrata à perfeição a hipocrisia e a falsidade das classes mais altas: sorrisos fingidos, excesso de elogios tolos, mensagens ocultas e ostentação. Marín parece ter pegado emprestado a sutileza com que Marcel Proust (...) retratou as dinâmicas das classes sociais parisienses da época, compartilha o ponto a partir do qual o narrador mordaz e crítico de ‘Pelo Caminho de Swann’ apresenta os personagens e parece levar ao teatro o ridículo da família Verdurin, inscrita agora no contexto de Bogotá”. Sara Llano, “El Espectador”, 2013

PENSAMENTO-EM-PROCESSO PENSAMENTO-EM-PROCESSO DATA: 12/3, quinta, às 16h30 DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Jorge Hugo Marín INGRESSOS: retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

PERCURSOS EM PERSPECTIVA DATA: 12/3, quinta, às 14h DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Walter Lima Torres (UFPR) INGRESSOS: Retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

Francisco Foot Hardman é doutor em filosofia pela USP e professor na área de Literatura e Outras Produções Culturais na Unicamp. Foi professor e pesquisador visitante em universidades em Bolonha, Berkeley, Berlim e Paris. É autor, entre outros livros, de “Nem Pátria, Nem Patrão!” e “A Vingança da Hileia”. Walter Lima Torres Neto é formado em Interpretação e direção teatral pela Unirio, e doutor pela Sorbonne Nouvelle – Paris III. Foi coordenador do Curso de Interpretação e Direção Teatral da ECO/UFRJ (2000-2003). É professor da UFPR na área dos Estudos Teatrais no curso de graduação e pós-graduação em Letras e editor colaborador da Revista Folhetim.

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48


MORRER DE AMOR,

SEGUNDO ATO INEVITÁVEL: MORRER Jorge Hugo Marín

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Jorge Hugo Marín companhia

Fundación La Maldita Vanidad Teatro ficha técnica Texto e direção: 50

Jorge Hugo Marín Assistente de direção:

Fernando de la Pava Produtor executivo:

Wilson L. García D. Atuações:

Carmenza Cossio (Gladis) Andrés Estrada (Raul) Juan Pablo Urrego (Estevão) Daniel Díaza (Dieguito) Juanita Cetina (Olga) Erik Joel Rodríguez (Leonardo) Miguel González (Luís)

sinopse Luís Eduardo morreu. Sua família se vê obrigada por seus poucos recursos econômicos a improvisar um velório no meio da casa. Gladis (mãe de Luís), Dieguito e Estevão (seus irmãos), Raul (seu vizinho), Olga (amiga da família) e Leonardo (companheiro de Luís) se reúnem para despedirem-se, pois o jovem acaba de morrer em circunstâncias confusas. A ignorância, a evasão, a incomunicabilidade dentro do núcleo familiar, a intolerância diante da diferença, os tabus sobre o corpo, a morte, as preferências sexuais, a doença: são comportamentos e situações que em diferentes setores da sociedade se exaltam por falta de acesso à informação e por padrões morais, religiosos e culturais impostos e herdados, deformados pelo tempo. histórico La Maldita Vanidad é um laboratório de artistas do ofício teatral, que se apropria de histórias cotidianas e encaixa-as em espaços não convencionais para expressar-se por meio de outras linguagens cênicas. Em sua primeira etapa criativa, “Sobre Algunos Asuntos de Familia”, o grupo questiona diferentes problemas do núcleo familiar, obtendo conteúdo suficiente para criar uma trilogia apresentada em espaços reais: uma sala, uma cozinha e um salão de festa. O primeiro espetáculo, “El Autor Intelectual”, confronta três irmãos que não sabem como assumir o envelhecimento da mãe; o espectador vê a obra na sala de uma casa através das janelas. O segundo, “Los Autores Materiales”, é uma obra de suspense que se desenrola na cozinha do apartamento de jovens estudantes. O ciclo completa-se com “Cómo Quieres Que Te Quiera”, que se passa em um salão de festas durante a preparação de uma celebração de quinze anos. A obra mostra o impacto do fenômeno do narcotráfico dentro da sociedade. A estas, seguiram-se “Matando el Tiempo”, “Morir de Amor” e “Paisaje Fracturado”. Fundado em 2009, o grupo veio ao Brasil pela primeira vez em 2012, quando participou do Festival de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte – FIT-BH, e retornou no mesmo ano para o Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos e para o Zona de Transição, em Fortaleza. Também participou de festivais na Argentina, Espanha, Grécia, Áustria e Alemanha.

www.lamalditavanidadteatro.com

fotos das páginas anteriores: divulgação

encenação


olhares críticos

colômbia

com legenda

1h 09.03 seg 16h

para maiores de 14 anos

10.03 ter 16h

11.03 qua 16h

DIÁLOGOS TRANSVERSAIS DATA: 09/3, após o espetáculo. DURAÇÃO: 30 a 40 minutos LOCAL: consultar no site www.mitsp.org PALESTRANTE: Francisco Foot Hardman

consultar local de apresentação no site www. mitsp.org

MEDIAÇÃO: Beth Néspoli INGRESSOS: aberto ao público em geral de acordo com a disponibilidade de lugares no teatro.

fortuna crítica

“Em Morir de Amor, o espectador acompanha um velório como se fizesse parte da cena. Está dentro da sala de uma casa de periferia, muito próximo a uma mãe, que chora ao lado do caixão do filho. E virá a acompanhar cada um dos personagens – sete pontos de vista distintos – em suas crenças sobre quem era verdadeiramente esse que já está morto”. Maria Eugênia Menezes, “O Estado de S. Paulo”, 2014 “Visão crua das relações humanas, sem dissimular, confrontadas diretamente com contundência. Recriadas em espaços cotidianos que à maneira de um espelho permite ao espectador ver-se refletido com uma nitidez que chega a doer”. Norka Chiapusso, “Artezblai”, 2014 “Dificilmente ao espectador passará despercebido que por trás dessa peça de só aparente comédia de costumes há outro objetivo, o verdadeiro: uma reflexão sobre temas tabus, não ditos nem enunciados no interior das famílias, particularmente nessas em que reina o machismo e faltam manifestações afetivas por considerá-las inúteis ou fragilidades indesejáveis”. Fernando Fernandez, 2013

PENSAMENTO-EM-PROCESSO DATA: 12/3, quinta, às 16h30 DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Jorge Hugo Marín INGRESSOS: retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

PERCURSOS EM PERSPECTIVA DATA: 12/3, quinta, às 14h DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Walter Lima Torres (UFPR) INGRESSOS: Retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

Francisco Foot Hardman é doutor em filosofia pela USP e professor na área de Literatura e Outras Produções Culturais na Unicamp. Foi professor e pesquisador visitante em universidades em Bolonha, Berkeley, Berlim e Paris. É autor, entre outros livros, de “Nem Pátria, Nem Patrão!” e “A Vingança da Hileia”. Walter Lima Torres Neto é formado em Interpretação e direção teatral pela Unirio, e doutor pela Sorbonne Nouvelle – Paris III. Foi coordenador do Curso de Interpretação e Direção Teatral da ECO/UFRJ (2000-2003). É professor da UFPR na área dos Estudos Teatrais no curso de graduação e pós-graduação em Letras e editor colaborador da Revista Folhetim.

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52


opus no 7 Dmitry Krymov

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Dmitry Krymov companhia

Dmitry Krymov Laboratory at Moscow Theatre School of Dramatic Art ficha técnica 54

Concepção, composição e direção:

Dmitry Krymov Produção:

Moscow Theatre School of Dramatic Art, TERRITORIЯ Festival Elenco:

Anna Sinyakina Maxim Maminov Mikhail Umanets Maria Gulik Natalia Gorchakova Vadim Dubrovin Arkady Kirichenko Sergey Melkonyan

sinopse Numa encenação de proporções operísticas, com bonecos imensos, pianos em duelo e rápidas transformações de cenário, mas usando materiais simples, o espetáculo revisita o legado de perseguição aos judeus soviéticos no século XX e a opressão sob o regime de Stálin. A primeira parte, “Genealogia”, traça um retrato do Holocausto; a segunda, “Shostakovich”, trata da censura sofrida pelo compositor russo Dmitry Shostakavich (1906–1975). histórico Dmitry Krymov é um encenador, cenógrafo, artista gráfico e pintor russo, nascido em 1954, em Moscou. Dirige um laboratório teatral vinculado à Escola de Arte Dramática de Moscou, em colaboração com estudantes de design oriundos da Academia Russa de Artes Teatrais (Rati-Gitis), da qual é professor no Departamento de Direção Dramática. Juntos, ganharam diversos prêmios, entre eles o Quadrienal de Praga para cenografia mundial. Krymov recebeu também o Prêmio Stanislavski de Inovação. Começou sua carreira em 1976 como cenógrafo. Nos anos 1990, dedicou-se a pinturas neoimpressionistas e instalações imaginativas. Em 2002, estreou como diretor com “Hamlet”, no Teatro Stanislavski, em Moscou. Em 2005, Krymov fundou o laboratório com seus estudantes-artistas e recebeu apoio do diretor Anatoly Vasiliev‚ então à frente da Moscow Art Theatre Drama School. Seguiram-se espetáculos como “The Demon: the View from Above” (2006), premiado com o Golden Mask Award; “Opus Nº 7” (2008); “Death of Giraffe” (2009)”; e “Tararabumbiya” (2010). Juntos, criaram um “teatro de pintores”, também conhecido como “design de ação”, no qual o design é tão importante quanto os atores e capaz de transformar-se durante o espetáculo. www.krymov.org

fotos das páginas anteriores: natalia cheban

encenação


olhares críticos

rússia

com legenda

2h30 1 intervalo

13.03 sex 21h

14.03 sab 21h

para maiores de 14 anos

15.03 dom 18h

DIÁLOGOS TRANSVERSAIS DATA: 14/3, após o espetáculo. DURAÇÃO: 30 a 40 minutos LOCAL: Sesc Consolação (Ginásio) PALESTRANTE: Arthur Nestrovski

Sesc Consolação (Ginásio)

MEDIAÇÃO: Valmir Santos INGRESSOS: aberto ao público em geral de acordo com a disponibilidade de lugares no teatro.

fortuna crítica

“Ele cria um teatro de designer que postula o elemento – e o próprio ato – do design como equivalente à performance e à direção”. James M. Thomas, “Contemporary Theatre Review”, 2011 *** “‘Genealogia’ arrepia com a sensação que às vezes experimentamos ao passar por caixas de recordações de uma família antiga, quando tentamos sentir o que as pessoas nas fotografias desbotadas sentiram quando as fotos foram tiradas. Se todos nós tivéssemos a iniciativa e a desenvoltura de Krymov e companhia, poderíamos chegar um pouco mais perto de alcançar essa comunhão (...). Ele nos lembra que, na tentativa de recapturar o passado, a empatia pode ser a ferramenta mais essencial de todas”. Ben Brantley, “The New York Times”, 2013 *** “Como encenar uma catástrofe sem sentimentalismo ou ornamentos? O Laboratório de Dmitry Krymov, em Moscou, encontrou uma maneira. (...) Ele oferece uma sucessão – mais ou menos livre de palavras – de imagens terríveis, mas fascinantes. A perseguição soviética a judeus é evocada em uma sequência hipnotizante. Atores, espirrando tinta preta contra uma parede branca lisa, evocam imagens de homens com cachos e casacos longos. Figuras reais de carne e sangue cortam caminho através da parede”. Susannah Clapp, “The Guardian”, 2014 *** “Cada fragmento conta uma pequena parte da história de alguém – mas é impossível montar uma frase completa, e muito menos uma vida coerente. É difícil pensar em uma imagem mais adequada para o turbulento século XX russo”. Jonathan Bastable, “The Kompass”, 2014 *** “A imobilidade e o silêncio são usados de forma brilhante, como se soubesse que é nas lacunas aparentes entre as palavras, a música e as ações dos artistas que os mortos sussurrando ainda podem ser ouvidos, caso ouçamos com empenho suficiente”. Lyn Gardner, “The Guardian”, 2014

PENSAMENTO-EM-PROCESSO DATA: 14/3, sábado, às 16h30 DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Dmitry Krymov INGRESSOS: retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

PERCURSOS EM PERSPECTIVA DATA: 14/3, sábado, às 14h DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Bya Braga INGRESSOS: Retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

Arthur Nestrovski é o diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Autor de “Notas Musicais”, “Outras Notas Musicais” e “Palavra e Sombra”, entre outros livros, incluindo várias obras de literatura infantil. Lançou os CDs “Jobim Violão” e “Chico Violão” e o DVD “TatitWisnikNestrovski: O Fim da Canção”, entre outros. Bya Braga é atriz e diretora. Professora e pesquisadora na área de atuação na UFMG. Autora do livro “Étienne Decroux e a Artesania de Ator. Caminhadas para a Soberania” (2013). Co-organizadora do livro: “Treinamentos e Modos de Existência (2013)”. É diretora da Escola de Belas Artes da UFMG.

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senhorita julia Katie Mitchell e Leo Warner

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encenação

Katie Mitchell e Leo Warner companhia

Schaubühne am Lehniner Platz ficha técnica Autor:

August Strindberg

Em “Senhorita Julia”, de August Strindberg, a aristocrática Julia envolve-se com o servo Jean na cozinha do Solar, apesar da presença de Cristina, a noiva dele. Após consumarem o ato sexual, os papéis entre Julia e Jean invertem-se, e ele, o mais forte, convence-a a roubar dinheiro do pai. Na perspectiva cinematográfica forjada pela diretora Katie Mitchell com o teatro Schaubühne para o clássico de 1887, o ponto de vista narrativo altera-se, dando voz a Cristina. Mitchell e o codiretor Leo Warner, seu colaborador regular, reinventam o drama clássico com uma encenação multimídia, na qual convergem performance teatral, efeitos sonoros e filmagem ao vivo.

Direção:

Katie Mitchell, Leo Warner

histórico

Elenco:

Jule Böwe (Cristina) Tilman Strauß (Jean) Luise Wolfram (Julia) Cathlen Gawlich (dublê de Cristina) Luise Wolfram (mãos de Cristina) Câmera:

Andreas Hartmann, Krzysztof Honowski Sons:

Lisa Guth e Laura Sundermann Gravações adicionais em vídeo e voz:

o grupo Violoncelo:

Chloe Miller

A encenadora britânica Katie Mitchell, nascida em 1964, conquistou reconhecimento pela combinação entre teatro e tecnologia multimídia. Foi diretora residente na Royal Shakespeare Company (1996–1998) e no Royal Court Theatre London (2000– 2004) e, desde 1994, é associada ao Royal National Theatre, também em Londres, onde esteve à frente de produções como “As Ondas” (2006), de Virginia Woolf; “Woman of Troy”, de Eurípedes (2007); e “Some Traces of Her” (versão para “O Idiota”, de Dostoievski, em 2008). Dirigiu também diversas produções de ópera e teatro na Irlanda, Dinamarca, Itália, Estados Unidos e Alemanha e trabalhou na Royal Opera House, em Copenhagen; e no Salzburg Festival, na Áustria. Com o teatro Schaubühne, em Berlim, fez “Senhorita Julia”, “The Yellow Wallpaper”, “Lungs” e “The Forbidden Zone”. A apropriação de textos clássicos revela uma marca autoral na direção, que se distingue pela intensidade de emoções e pelo realismo das atuações, enquanto os atores registram imagens em tempo real no palco. O teatro Schaubühne am Lehniner Platz foi construído em Berlim, em 1928. A companhia de mesmo nome foi fundada em 1962 e comandada por Peter Stein a partir de 1970. Em 1999, o encenador Thomas Ostermeier assumiu a direção artística ao lado dos codiretores Jens Hillje e Sasha Waltz, que saiu em 2005. www.schaubuehne.de

fotos das páginas anteriores: thomas aurin

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sinopse


olhares críticos

alemanha inglaterra

com legenda

1h15 13.03 sex 21h

para maiores de 14 anos

14.03 sab 21h

15.03 dom 18h

DIÁLOGOS TRANSVERSAIS DATA: 13/3, após o espetáculo. DURAÇÃO: 30 a 40 minutos LOCAL: Sesc Pinheiros PALESTRANTE: Maria Rita Kehl

Sesc Pinheiros

MEDIAÇÃO: Valmir Santos INGRESSOS: aberto ao público em geral de acordo com a disponibilidade de lugares no teatro.

fortuna crítica

“O enfoque intimista no qual se aposta se vê totalmente apoiado pelo formato cinematográfico, o que o converte realmente em algo excepcional, já que o espectador pode ver ao mesmo tempo os pequenos detalhes captados pela câmera e as ações teatrais que ocorrem em cena”. Marion Naudin, “La Ratonera”, 2011 *** “Uma das novidades mais relevantes era a mudança de perspectiva na dramaturgia ao contar-nos a história da ‘Senhorita Julia’ pela vivência de Cristina, a cozinheira. Evidentemente, essa mudança de perspectiva introduz uma leitura humana, feminista e de classe, muito mais transgressora neste momento do que a obra original”. Afonso Becerra, “Artezblai”, 2013 *** “O tempo é manipulado diretamente na nossa frente, às vezes fluindo naturalmente, em sincronia, em outras acelerando ou desacelerando. A percepção é o aspecto mais intrigante de ‘Senhorita Julia’, à medida que nós habitamos espaços reais e psicológicos e observarmos através da lente de um personagem. O que existe, o que é natural, o que é verdade?” Diana Damian, “Exeunt Magazine”, 2013 *** “Uma equipe de filmagem – pessoas de preto – está em todo o palco e contribui para uma sensação pós-moderna. O ritmo é lento, o diálogo mínimo, a filmagem – dirigida por Leo Warner –, ao vivo. A atuação parece propositalmente moderada, como se para evitar distração da bela, ambiciosa e abrangente estrutura da produção”. Kate Kellaway, “The Guardian”, 2013 *** “Por esses meios estudadamente não naturalistas e pela mudança de perspectiva, os diretores são bem-sucedidos em prover novamente um equivalente ao choque naturalista que o original infligiu nas plateias em 1888”. Paul Taylor, “The Independent”, 2013

PENSAMENTO-EM-PROCESSO DATA: 15/3, domingo, às 14h DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Elenco de “Senhorita Julia” INGRESSOS: retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

PERCURSOS EM PERSPECTIVA DATA: 15/3, domingo, às 16h30 DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Maria Beatriz Medeiros (UnB) INGRESSOS: Retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

Maria Rita Kehl é psicanalista e escritora. Doutora em psicanálise pela PUC-SP. Atende adultos em clínica particular desde 1981. Foi jornalista entre 1974 e 1981.Em 2010, recebeu o Prêmio Jabuti. Foi membro da Comissão Nacional da Verdade. É autora dos livros “18 Crônicas e Mais Algumas”, “O Tempo e o Cão” e “Deslocamentos do Feminino”, entre outros. Maria Beatriz de Medeiros é graduada em Educação Artística pela PUC-RJ, mestre em Estética e doutora em Arte e Ciências da Arte pela Universidade Paris I Sorbonne, com pós-doutorado em Filosofia no Collège International de Philosophie, Paris. É professora associada na Universidade de Brasília. Coordena o Grupo de Pesquisa Corpos Informáticos desde 1992.

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Stifters Dinge Heiner Goebbels

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encenação

Heiner Goebbels companhia

Theatre Vidy-Lausanne

sinopse O espetáculo é uma instalação sonora e imagética que experimenta o cruzamento das artes visuais com a música erudita contemporânea. Uma composição para cinco pianos sem pianista, uma peça sem atores, uma performance sem performers. Inspirado na obra do artista austríaco Adalbert Stifter (1805–1868).

ficha técnica

Heiner Goebbels Cenografia, iluminação e vídeo: Klaus Grünberg Colaboração musical e programação: Hubert Machnik Espaço sonoro: Willi Bopp Assistente: Matthias Mohr Concepção, música e direção:

Em turnê:

Nicolas Bridel Robótica: Thierry Kaltenrieder, Roger Monnard Direção de luz: Roby Carruba, Mattias Bovard Vídeo: Jérôme Vernez, Stéphane Janvier, René Liebert Técnicos: Jean-Daniel Buri, Fabio Gaggetta, Nicolas Pilet Desenho de som: Willi Bopp Som: Ludovic Guglielmazzi, Holger Stenschke Supervisão musical: Matthias Mohr Direção da turnê: Elizabeth Gay Direção de palco:

histórico Heiner Goebbels é um diretor e compositor alemão nascido em 1952, na cidade de Neustadt, e radicado em Frankfurt. Seu trabalho desconstrói convenções do teatro, da música e da ópera. Estudou filosofia e música em Frankfurt e iniciou como compositor incidental na Linksradikales Blasorchester, banda politicamente engajada nos anos 1970. No fim daquela década, formou um duo com Alfred Harth (1976–1988), depois integrou o trio de rock Cassiber (1982–1992), enquanto, em paralelo, trabalhava com músicas para cinema, teatro e balé. Já no início da carreira tratou de integrar a experiência teatral e a musical, unindo textos de Søren Kierkegaard, T. S. Eliot, Samuel Beckett e Heiner Müller a músicas clássicas e de artistas como Prince e Beach Boys. Em meados dos anos 1980, começou a criar e dirigir audiopeças e concertos cênicos – parte deles em colaboração com o dramaturgo Heiner Müller –, como “Die Befreiung des Prometheus” (1991) e “Wolokolamsker Chaussee” (1989). Em 2008, estreou sua primeira ópera, “Landschaft mit entfernten Verwandten”. Participou da Documenta X em Kassel (1997), criou instalações sonoras para o Centro Pompidou (2000), de Paris, e a instalação performática “Stifters Dinge” (2007). Foi indicado ao Grammy Awards em 2001 e 2004. www.heinergoebbels.com

fotos das páginas anteriores: mario del curto

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olhares críticos

suíça alemanha 10.03 ter 21h

1h20 11.03 qua 17h e 21h

para maiores de 14 anos

DIÁLOGOS TRANSVERSAIS 12.03 qui 17h e 21h

DATA: 10/3, após o espetáculo. DURAÇÃO: 30 a 40 minutos LOCAL: Sesc Ipiranga PALESTRANTE: Luiz Camillo Osorio

Sesc Ipiranga

MEDIAÇÃO: Valmir Santos INGRESSOS: aberto ao público em geral de acordo com a disponibilidade de lugares no teatro.

fortuna crítica

“A conquista de ‘Stifters Dinge’ é nos ensinar a ver novamente. Sua inspiração, Adalbert Stifter, foi um novelista do século XVIII cuja prosa era tão distraída por detalhes do mundo exterior (...) que as pessoas e os temas perdiam-se nas alternâncias. Goebbels está interessado em encenar não tanto o mundo de Stifters quanto as recompensas de sua distração”. Jason Fitzgerald, “Backstage”, 2009 *** “Uma peça de teatro pós-industrial/ instalação/performance executada inteiramente por máquinas. Não há narrativa da qual falar, mas o mundo criado é cativante, uma viagem coerentemente desarticulada pela imaginação maravilhosa e estranha de Goebbels. Pensamentos sobre natureza, história, exploração e eurocentrismo desenrolam-se em meio a fumaça, luzes, chuva e neblina (...) Esse é o teatro do futuro”. Joshua Meggitt, “Cyclic Defrost”, 2010 *** “Ler a lista de vozes gravadas que Goebbels incorpora à obra, incluindo William S. Burroughs e Malcom X, pode fazer ‘Stifters Dinge’ soar como um discurso pesado. Mas os textos são usados tanto pelos elementos expressivos e musicais quanto por seu conteúdo. E Goebbels tem uma intuição afiada de como estruturar e organizar uma peça musical dramática de 80 minutos”. Anthony Tommasini, “The Ney York Times”, 2009 *** Em ‘Stifter’s Dinge’, a luz e a música assumem o papel do performer ou ator, e o espaço é tão forte quanto qualquer roteiro”. Chloe Wilson, “Beat Magazine”, 2010

PENSAMENTO-EM-PROCESSO DATA: 11/3, quarta, às 16h30 DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Heiner Goebbels entrevistado por Luiz Felipe Reis *O objetivo é realizar um exercício de jornalismo investigativo estético, buscando revelar as origens da relação de Goebbels com a música, as artes visuais e cênicas, assim como o desenvolvimento de sua carreira prática e teórica como encenador e compositor e, também, como professor e pensador. Conceitos como “estética da ausência”, “polifonia cênica”, entre outros serão elucidados pelo encenador. INGRESSOS: retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

PERCURSOS EM PERSPECTIVA DATA: 11/3, quarta, às 14h DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Flora Süssekind INGRESSOS: Retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

Luiz Camillo Osorio é graduado em Economia pela PUC-RJ, com diploma em História da Arte Moderna no Modern Art Studies de Londres, mestrado e doutorado em Filosofia pela PUC-RJ, onde atualmente é professor do Departamento de Filosofia. Desde setembro de 2009 é curador do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Flora Süssekind é professora do curso de Estética e Teoria do Teatro da Unirio e pesquisadora da Fundação Casa de Rui Barbosa.

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woyzeck Andriy Zholdak

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Andriy Zholdak companhia

Svoboda Zholdak Theatre e Cherkasy Academic Musical and Drama Theatre named after T. Shevchenko ficha técnica Autor: 66

Georg Büchner

Direção, roteiro dramático e coreografia: Andriy

Zholdak

Dramaturgista:

Calr Hegemann Direção e concepção de luz:

Andriy Zholdak Cenografia: Andriy Zholdak, Tita Dimova Figurinos: Tita Dimova Música: Vladimir Klykov Produção: Kathya Zholdak Woyzeck: Sergiy Bobrov Maria: Vira Klimkovetska Elenco: Yuriy Berlinskiy, Olexandr Kuzhmenko, Mykola Zaynchkivskiy, Oleg Telyatnik, Olexandr Pavljutin, Irina Chvarkova, Yulia Donska-Gumenna, Maria Maruschak, Krzhanivska Tetyana,

Kondratskiy Mykhailo, Zhyla Andriy, Honcharov Pavlo, Olena Brekharya, Natalia Vigran, Illiy Skrypnichenko Equipe técnica: Kovalenko Mykola, Pischukov Oleksandr, Romenskyi Bohdan, Koval Hryhoriy, Omelchenko Igor, Gumennyi Oleksandr, Osypova Raisa, Shpak Leonid, Koval Viktoriya, Avdeiev Oleksandr, Selin Oleksandr, Mysnyk Ruslan, Skrypnichenko Ievgen, Shuvaieva Lidiia, Zholdak Daniel Diretor administrativo: Volodymyr Osypov Coprodutores: Deutsche Kulturwochen (Semanas Culturais Alemãs) na Ucrânia, em setembro e outubro de 2008, Embaixada da Alemanha em Kiev, Goethe-Institut na Ucrânia, Agência “Culture-Europe” em cooperação com Svoboda Zholdak Theatre e Cherkasy State Academic Music and Drama Theatre named after T. Shevchenko

sinopse Woyzeck e Maria em um aquário ou escapando para o espaço sideral? De qualquer forma, isso requer consideravelmente capacetes de proteção. Quem pode nos livrar desse corredor de espelhos narcisista? Quem pode cortar os tubos aos quais estamos presos? “Woyzeck”, de Zholdak, expõe a humanidade como se fosse uma exibição em uma caixa de vidro cinematoscópica e então lança um olhar totalmente teatral e onírico à condição do ser, apanhado entre homem e mulher, pobres e ricos, servo e senhor, conduta e moral, animais e deuses: uma enciclopédia surreal, anarquista e perversamente divertida da vida e da arte, da qual ninguém pode escapar. Naturalmente, há um coiote também.

histórico Andriy Zholdak é diretor teatral nascido em 1962, na Ucrânia. Estudou na escola de Anatoli Vassiliev, em Moscou. Seu interesse por pintura e cinema (especialmente pela obra de cineastas como Fellini, Bergman, Paradzhanov e Tarkovskyi) teve um impacto significativo sobre seu estilo como diretor. Por alguns anos, presidiu a Academia de Teatro Dramático Taras Shevchenko, na Cracóvia, onde produziu cinco espetáculos apresentados em festivais prestigiosos da Europa. Em 2005, após sua montagem de “Romeu e Julieta” ser proibida na Cracóvia, foi forçado a deixar aquele teatro. Desde então, reside em Berlim e trabalha nos principais teatros da Alemanha, Rússia, Romênia, Finlândia, Suíça e Suécia. Frequentemente ministra aulas máster em diversos países europeus. Seu trabalho artístico foi reconhecido por premiações como o Uniter Gala Prize de Melhor Performance por “Othello?!”, na Romênia, em 2002; Prêmio da Crítica do MOT Festival, na Macedônia, por “Hamlet.Dream”, no mesmo ano; e o Prêmio 2004 Unesco para Artes Performativas. www. svobodazholdaktheatre.com

fotos das páginas anteriores: vladimir lupovskoy

encenação


olhares críticos

Ucrânia

com legenda

2h 07.03 sab 21h

para maiores de 16 anos

08.03 dom 18h

09.03 seg 21h

DIÁLOGOS TRANSVERSAIS DATA: 08/3, após o espetáculo. DURAÇÃO: 30 a 40 minutos LOCAL: Sesc Consolação (Ginásio) PALESTRANTE: Eder Santos

Sesc Consolação (Ginásio)

MEDIAÇÃO: Valmir Santos INGRESSOS: aberto ao público em geral de acordo com a disponibilidade de lugares no teatro.

fortuna crítica

“Zholdak é um criador de imagens, de quadros vivos que unem beleza, surpresa, fisicalidade e humor”. Santiago Fondevila, “A Vanguarda”, 2004 *** “Nas obras de Zholdak, é preciso estar muito atento ao trabalho dos intérpretes; o diretor desenvolveu um sistema de treinamento rigorosíssimo pelo qual exige dos atores que sejam capazes de criar seus quadros pictóricos perfeitos; é um sistema que mescla as teorias de Gordon Craig (o ator-marionete), de seu seguidor Kantor, mas também de Grotowski (para quem o ator deveria interpretar “como se fosse o último momento de sua vida”) e de Meyerhold. Mas Zholdak é também herdeiro do teatro russo pós-stalinista.” “El Cultural”, Liz Perales, 2005 *** “Em geral, todas as performances de Zholdak estão apresentando um mundo feroz que questiona a resistência humana (seu corpo, cérebro, cernes e tendões, os recheios e a alma). Alguém pode permanecer humano em condições desumanas – esse é o tema de interesse principal desse diretor talentoso, mas altamente desequilibrado”. Marina Davydova, “Izvestia”

PENSAMENTO-EM-PROCESSO DATA: 09/3, segunda, às 16h30 DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Andriy Zholdak INGRESSOS: Retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

PERCURSOS EM PERSPECTIVA DATA: 09/3, segunda, às 14h DURAÇÃO: 2 horas LOCAL: Itaú Cultural PALESTRANTE: Cláudio Cajaiba (UFBA) INGRESSOS: retirar 01 ingresso por pessoa 01 hora antes.

Eder Santos é graduado em Belas Artes e Comunicação Visual pela UFMG. Criou a produtora Emvídeo. Seus vídeos integram hoje os acervos permanentes do MoMA (Nova York) e do Centre Georges Pompidou (Paris). Realizou videoinstalações para eventos como Videobrasil e ForumBHZVideo. Lançou os longas “Enredando as Pessoas” (1995) e “Deserto Azul” (2014). Cláudio Cajaiba é doutor em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia e Universidade Livre de Berlim. É autor do livro “Teorias da Recepção”. Organizou os livros “Teatro na Escola Reflexões sobre as Práticas Atuais: Brasil-Quebec” e “Le Théâtre à l’École Réflexions sur les Pratiques Actuelles: Brésil-Québec”.

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Estágio com a companhia Toneelgroep Amsterdam o espetáculo canção de muito longe, do diretor holandês ivo van hove e sua companhia toneelgroep amsterdam, produzido em conjunto com a fará sua estreia mundial no dia

mitsp, 10 de março de

2015, em são paulo. a parceria inédita permitirá

que profissionais das artes cênicas acompanhem

o processo de finalização da montagem, ao lado

do encenador ivo van hove, e participem de aulasconferência com outras figuras fundamentais para a realização do espetáculo: o jovem e premiado

dramaturgo britânico simon stephens; o músico e

compositor norte-americano mark eitzel; e o diretor de produção holandês wouter van ransbeek. as quatro atividades serão independentes.

Coordenação: Maria Fernanda Vomero

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encontros formativos

Acompanhamento dos ensaios finais com Ivo van Hove Os participantes terão a oportunidade de conhecer, durante dois dias, as etapas de criação artística e técnica do espetáculo ao lado do diretor holandês. A atividade destina-se a encenadores, iluminadores, diretores musicais e sonoplastas. 8 e 9 de março, das 10h30 às 14h. Sesc Consolação. 10 vagas. Workshop com Simon Stephens: aspectos do drama contemporâneo Autor de textos incensados como Pornography (2007) e Punk Rock (2009), Stephens falará exclusivamente a dramaturgos e conduzirá uma série de exercícios voltados à escrita teatral. 6 de março, das 14h às 17h. Sesc Consolação. 12 vagas. Workshop com Mark Eitzel: Criação musical no diálogo com a cena O compositor norte-americano trabalhará o processo de elaboração de uma canção com base na composição de um personagem. O grupo partirá de um texto clássico e para criar – e cantar – uma música em conjunto. O workshop destina-se a músicos e atores. 6 de março, das 14 às 17h. Sesc Consolação. 12 vagas. conferência com Wouter van Ransbeek: Processos de gestão no teatro europeu – o caso da Toneelgroep Amsterdam No formato de uma entrevista aberta, realizada pelo produtor e curador Ricardo Muniz Fernandes, o experiente diretor de produção holandês conversará com gestores culturais, produtores e programadores de teatro e com o público em geral. 13 de março, das 11h às 13h. Centro de Pesquisa e Formação – Sesc SP. 60 vagas.


O Teatro da Ausência: workshop com Heiner Goebbels diretor de stifters dinge, o compositor e encenador alemão falará sobre a concepção de um espetáculo

sem atores, construído com base em atmosferas sonoras e imagéticas, e partilhará suas escolhas estéticas.

a atividade, dividida em dois dias, abordará os temas: “teatro da ausência” e “rumo a um drama da percepção”. a conferência é voltada a artistas de teatro, música e artes visuais, e também ao público em geral.

8 e 9 de março, das 11h às 14h. Instituto Goethe. Até 160 participantes.

A Relação Ator-Diretor no Processo de Criação: masterclass com Yuri Butusov o prestigioso artista russo, diretor de a gaivota, falará sobre como atores e encenadores contribuem de modo mútuo para o aprofundamento do processo criativo durante a montagem de um espetáculo. a atividade se destina prioritariamente a atores e diretores.

6 de março, das 11h às 14h. Sesc Consolação. Até 60 participantes.

O Método Emma Dante: workshop prático com a Cia. Sud Costa Occidentale ator e dançarino da compagnia sud costa occidentale, sandro maria campagna

– com apoio de atrizes – conduzirá um workshop sobre os métodos e procedimentos aplicados pela diretora emma dante durante a criação de seus espetáculos: improvisação, voz, corpo e composição de personagens. a atividade se destina a atores e dançarinos. do grupo

7 de março, das 11h às 14h. Sesc Consolação. 25 vagas.

O Teatro do Risco: como matar o mau ator. Workshop prático com Andriy Zholdak provocativo e controverso, o encenador ucraniano

– diretor de woyzeck – partilhará as técnicas que usa

em seu trabalho com os intérpretes durante a criação de seus espetáculos. destinada exclusivamente a atores.

4 e 5 de março, das 11h às 15h. Sesc Consolação. 20 vagas.

A Criação da Cena e o Ator: workshop prático com a companhia La Maldita Vanidad o diretor jorge hugo marín e os atores ella becerra e fernando de la pava conduzirão

a atividade, utilizando cenas de um espetáculo da companhia como ponto de partida para as criações e improvisações. o workshop destina-se a atores e a jovens diretores.

10, 11 e 12 de março, das 10h às 13h. Centro Cultural São Paulo. 15 vagas.

Laboratório DocumentaCena de crítica de teatro coordenados pelo coletivo de profissionais de quatro espaços digitais de recife, belo horizonte, rio de janeiro e são paulo, os encontros pretendem debater questões inerentes à crítica teatral na atualidade, sugerindo

conceitos norteadores para um pensamento sobre a crítica, mais do que ferramentas técnicas para a prática da mesma. nessas breves jornadas, o grupo vai conversar sobre a crítica jornalística e a crítica acadêmica, sobre dificuldades e caminhos possíveis para a formação do crítico e a importância do diálogo com outras artes e

outras áreas de conhecimento na lida com as poéticas contemporâneas. além disso, será oferecido um conjunto de sugestões de leitura para que os participantes da oficina possam estudar posteriormente.

O coletivo DocumentaCena é articulado desde março de 2014 pelos blogs Horizonte da Cena (Belo Horizonte) e Satisfeita, Yolanda? (Recife), revista eletrônica Questão de Crítica (Rio de Janeiro) e site Teatrojornal – Leituras de Cena (São Paulo). Esses espaços digitais singulares estão dedicados à informação e reflexão em artes cênicas e têm em vista a criação de uma plataforma comum.

11 e 12 de março, das 10h às 14h. Centro de Pesquisa e Formação – Sesc SP. 15 vagas.

Inscrições abertas de 9 a 27 de fevereiro pelo e-mail inscricoes@mitsp.org.

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mini biografias

entrevistadores convidados

PRÁTICA DA CRÍTICA críticos convidados

Ana Carolina Marinho é atriz formada pela SP Escola de Teatro. Integra o Coletivo Estopô Balaio e escreve na revista Antro Positivo. Estreou em 2014 no cinema com o longa-metragem “Hamlet” de Cristiano Burlan.

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Beth Néspoli é jornalista e doutoranda em Artes Cênicas na Universidade de São Paulo (ECA-USP). Durante 15 anos, entre 1995 e 2010, escreveu no Caderno 2, o suplemento cultural do jornal O Estado de S. Paulo, como repórter e crítica teatral. Daniel Schenker é doutor em Artes Cênicas (PPGAC) pela Unirio e professor de Teoria do Teatro da Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) e da Faculdade Candido Mendes. Colabora com jornais e revistas e escreve para o blog danielschenker.wordpress. com. Integra as comissões dos prêmios da APTR (RJ), Cesgranrio e Questão de Crítica. Michel Fernandes é graduado em Jornalismo e pós-graduado em Direção Teatral. Escreveu de 2000 a 2012 críticas de teatro e reportagens para o iG. Em 2002, criou o Aplauso Brasil, site voltado a notícias, resenhas e críticas teatrais. Integrante da APCA desde 2004. Em 2012 criou o Prêmio Aplauso Brasil de Teatro. Ruy Filho é editor da revista Antro Positivo, bacharel em Artes Visuais e foi ouvinte em Semiótica e Ciências Cognitivas na PUCSP e Direção Teatral na ECA-USP. Atua como pesquisador sobre política pública na área da cultura. Diretor e dramaturgo, fundou em 2008 a Cia. de Teatro Antro Exposto e em 2010 o coletivo de crítica Diálogos. Welington Andrade é bacharel em Artes Cênicas pela Unirio e em Letras pela Universidade de São Paulo, onde também desenvolveu suas pesquisas de mestrado e de doutorado na área da dramaturgia brasileira. É professor da Faculdade Cásper Líbero, crítico de teatro da revista Cult e ensaísta. DOCUMENTACENA Daniel Toledo é mestre em Sociologia da Cultura pela UFMG. Colaborador do jornal O Tempo e do site Horizonte da Cena. Dramaturgo, diretor e ator, fundou o coletivo TAZ, integrante do

coletivo Piolho Nababo e membro associado do JA.CA - Jardim Canadá Centro de Arte e Tecnologia. Daniele Avila Small é tradutora, pesquisadora e crítica de teatro. Doutoranda em Artes Cênicas pela Unirio, é mestra em História Social da Cultura pela PUC-Rio e bacharel em Teoria do Teatro pela Unirio. Idealizadora e editora da revista Questão de Crítica e integrante do coletivo Complexo Duplo. Ivana Moura é jornalista, crítica de teatro, escritora e produtora cultural. Coidealizadora e blogueira do Satisfeita, Yolanda?. Possui mestrado em Teoria da Literatura (Letras -UFPE) e especialização em Jornalismo e Crítica Cultural (UFPE). Foi repórter e editora do caderno de cultura do Diário de Pernambuco (1989-2013). Maria Eugênia Menezes é editora do suplemento Divirta-se e crítica de teatro do Caderno 2, do jornal O Estado de S. Paulo. É coeditora do site Teatrojornal - Leituras de Cena. Formou-se em jornalismo pela USP, com especialização em Teoria Literária e Literatura Comparada. Foi jurada de prêmios como Bravo!, APCA e Governador do Estado de S. Paulo. Pollyana Diniz é jornalista, crítica de teatro e produtora cultural. É coidealizadora do blog Satisfeita, Yolanda?. Atuou como repórter setorista de teatro e artes visuais do Diário de Pernambuco, na Rede Globo Nordeste e TV Universitária. É colaboradora da revista Continente. Soraya Belusi é jornalista, crítica de teatro e mestre em Artes pela UFMG. Atriz formada pelo Teatro Universitário da UFMG, é cofundadora e crítica do blog Horizonte da Cena e coordena o Núcleo de Pesquisa em Jornalismo Cultural do Galpão Cine Horto. É editora adjunta no jornal O Tempo (BH), onde trabalhou no caderno de cultura por oito anos. Valmir Santos é jornalista, crítico e pesquisador de teatro. Idealizador e editor do site Teatrojornal – Leituras de Cena. Escreve desde 1992 em publicações como Valor Econômico, Bravo!, Folha de S. Paulo e O Diário de Mogi. Assinou curadorias ou consultorias para festivais em Recife, Belo Horizonte e São Paulo. Mestre em Artes Cênicas pela USP.

Leonardo Moreira é dramaturgo e diretor da Companhia Hiato, de São Paulo, e mestre em Dramaturgia pela USP. Estreou com a peça Cachorro Morto (2008) e recebeu o Prêmio Shell 2011 de Melhor Autor por Escuro. Com O Jardim, venceu o Prêmio Shell 2012 de Melhor Autor, além do Prêmio APCA de Melhor Direção, entre outros prêmios. Dirigiu também o Projeto Ficção e a 02 Ficções. Luiz Felipe Reis é jornalista especializado em artes cênicas — teatrais e musicais. Trabalhou como repórter e crítico no Jornal do Brasil entre 2008 e 2010 e, desde 2010, é repórter exclusivo do Segundo Caderno do jornal O Globo. Como dramaturgo, é autor das peças “A Inútil Biografia de um Homem Qualquer” e “Estamos Indo Embora...”. Ricardo Muniz Fernandes é sociólogo formado pela PUC-SP, curador e produtor cultural. Desde os anos 1990, com sua produtora, trouxe ao Brasil nomes importantes do teatro e da dança, como Mapa Teatro (Colômbia), Frank Castorf (Alemanha), Tadashi Suzuki (Japão) e Jan Fabre (Bélgica). Em 2005, foi curador do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto e responsável pela coordenação geral e cocuradoria da Bienal de Dança de Veneza. Organizou o livro “Tradição e Resistência: Encontro de Povos Indígenas” (SESC-SP).


REFLEXÕES ESTÉTICO-POLÍTICAS Arlene Clemesha é graduada em História, mestre em História Econômica e doutora em História Econômica pela USP. É professora do Departamento de Letras Orientais e diretora do Centro de Estudos Árabes da USP, além de membro do comitê de coordenação do United Nations International Coordinating Network on Palestine (ICNP-UN).

José A. Sánchez é professor na Faculdade de Belas Artes de Cuenca, na Espanha. Doutor em Filosofia pela Universidade de Murcia, é autor de livros como “Dramaturgias de la Imagen” (1994), La Escena Moderna. Antología de Manifiestos y Textos sobre Teatro de “La Época de Vanguardias” (1999) e “Prácticas de lo Real en la Escena Contemporánea” (2007).

Ricardo Nascimento Fabbrini é graduado em Filosofia e em Direito, mestre e doutor em Filosofia pela USP, onde atua como professor. É membro de corpo editorial das publicações Kínesis (Unesp), Filogenese (Unesp), Paralaxe (PUC-SP), XIX: Artes e Técnicas em Transformação (UNB), Negativo: Filosofia, ciência e arte (UNB), e Ipseitas (UFSCar).

Arlete Cavaliere é professora da FFLCH-USP com pesquisas em teatro, literatura e cultura russa, mestre e doutora em Teoria Literária e Literatura Comparada na FFLCH-USP, com pós-doutorado na Universidade Nova de Lisboa, em Portugal. É autora do livro “Teatro Russo ­­­‑ Literatura e Espetáculo”.

Josette Féral é professora da Sorbonne-Nouvelle (Paris 3). Anteriormente, lecionou na Universidade do Québec, em Montreal. Publicou diversos livros, incluindo “Théorie et Pratique du Théâtre, au-delà des Limites” (2011) e “Encontros com Ariane Mnouchkine” (1995). Foi presidente da International Federation of Theatre Research (1999-2003).

Roman Dolzhansky é crítico de teatro, diretor de arte do festival New European Theatre (NET) e diretor artístico adjunto do Theatre of Nations, na Rússia. Formou-se em teatro no GITIS. Trabalhou como editor da revista Moscow Observer e, desde 1995, atua como repórter. A partir de 1998, tornou-se crítico de teatro no “Kommersant”. Foi presidente do conselho consultivo do prêmio russo de teatro Golden Mask em 2003, 2004 e 2008.

Eduardo Jorge é médico sanitarista, com especialização em Medicina Preventiva e Saúde Pública na USP. Em 1980, ajudou a fundar o PT, e em 2003 ingressou no PV. Foi secretário Municipal de Saúde de São Paulo e, entre 2005 e 2012, assumiu a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Foi candidato à Presidência da República em 2014. Elena Vássina é pesquisadora e professora russa. Possui mestrado em Literatura Comparada pela Universidade Estatal de Moscou, doutorado em História e Teoria de Arte e pós-doutorado em Teoria e Semiótica de Cultura e Literatura pelo Instituto Estatal de Pesquisa da Arte (Rússia). É professora da Literatura e Cultura Russas na USP. Fabiano Mielniczuk é doutor e mestre em Relações Internacionais pelo IRI/PUC-Rio e graduado em Ciências Sociais pela UFRGS. Atualmente é diretor da Audiplo – Educação e Relações Internacionais e professor da ESPM-Sul.

Kil Abreu é pós-graduado em Artes pela USP. Foi crítico do jornal Folha de São Paulo e da revista Bravo!. Dirigiu o Departamento de Teatros da Secretaria Municipal de Cultura/SP (2003-2004) e foi curador de alguns dos principais festivais de teatro do país (de Curitiba, Recife, Fortaleza e São José do Rio Preto). É curador de teatro do Centro Cultural São Paulo. Luiz Fernando Ramos é professor associado do Departamento de Artes Cênicas da ECA/USP. Pesquisador do CNPQ e coordenador do Gide - Grupo de Investigação do Desempenho Espetacular. Coeditor da revista Sala Preta do PPG-AC da USP. Luiz Rosemberg Filho é um cineasta carioca do chamado “cinema de invenção”. Já participou da Quinzena dos Realizadores em Cannes com o filme “Crônica de um Industrial” e, em Berlim, com o filme “Jardim das Espumas” nos anos 1970. Acabou de realizar seu novo longa-metragem, “Dois Casamentos”.

Sílvio Tendler é um documentarista brasileiro. Conhecido como “o cineasta dos vencidos” ou “o cineasta dos sonhos interrompidos” por abordar em suas obras personalidades como Jango, JK, Carlos Marighella, entre outros. Já produziu cerca de 40 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens. Em 1981 fundou a Caliban Produções Cinematográficas. Tata Amaral é produtora e diretora conhecida pelos filmes “Hoje” (2011, premiado como melhor longa-metragem no 44° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro), “Antônia: O filme” (2006), “Através da Janela” (2000) e “Um Céu de Estrelas” (1997, premiado em festivais em Cuba, Estados Unidos e França), entre outros. Vitorio Sorotiuk é advogado e presidente da Representação Central Ucraniana no Brasil.

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1: Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer Av. Pedro Álvares Cabral, s/n Ibirapuera – Tel. 11 3629-1075 2: Centro Cultural São Paulo (CCSP) Rua Vergueiro, 1.000 Liberdade – Tel. 11 3397-4002

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endereços

3: Centro de Pesquisa e Formação – Sesc SP Rua Doutor Plínio Barreto, 285 / 4º andar, Prédio da Fecomércio SP Tel. 11 3254-5600 4: Itaú Cultural Av. Paulista, 149 Bela Vista – Tel. 11 2168-1777 5: Teatro Alfredo Mesquita Av. Santos Dumont, 1.770 Santana – Tel. 11 2221-3657 6: Teatro Flávio Império Rua Prof. Alves Pedroso, 600 Cangaíba – Tel. 11 2621-2719 7: Teatro João Caetano Rua Borges Lagoa, 650 Vila Clementino – Tel. 11 5549-1744 11 8: TEATRO SÉRGIO CARDOSO Rua Rui Barbosa, 153 - Bela Vista Tel. 11 3288-0136 9: Sesc Consolação Rua Doutor Vila Nova, 245 Vila Buarque – Tel. 11 3234-3000 10: Sesc Ipiranga Rua Bom Pastor, 822 Ipiranga – Tel. 11 3340-2000 11: Sesc Pinheiros Rua Paes Leme, 195 Pinheiros – Tel. 11 3095-9400


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3 8 2 4 10 1

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Idealização e direção geral de produção: Guilherme Marques Relações internacionais: Jenia Kolesnikova, Guilherme Marinheiro e Natália Machiaveli Relações institucionais: Rafael Steinhauser Coordenação executiva de produção: Gabi Gonçalves Curadoria dos Olhares Críticos: Silvia Fernandes e Fernando Mencarelli Coordenação pedagógica: Maria Fernanda Vomero Relações públicas: Carminha Gongora e Henrique Carsalade Produtores executivos: Beatriz Sayad, Carminha Gongora, Carol Bucek, Cássia Andrade, Cláudia Burbulhan, Guto Ruocco, Henrique Carsalade, Julio Cezarini, Leonardo Devitto, Ludmila Picosque, Maria Fernanda Coelho, Patricia Alves Braga, Paulo Aliende, Rachel Brumana e Rodrigo Fidelis Secretaria: Paulo Franco Coordenação técnica: André Boll Assistência de coordenação técnica: Fernanda Guedella Coordenação da assessoria de comunicação: Marcia Marques / Canal Aberto Assistentes de assessoria de comunicação: Aurea Karpor e Daniele Valério

agradecimentos

ficha técnica

Idealização e direção artística: Antonio Araujo

Coordenação financeira: Alba Roque Coordenação de logística: Jhaíra Assistente de logística: Carol Vidotti e Jessica Oliveira Costa

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André Cortez, André Sturm, Andrea Caruso Saturnino, Andreia Duarte, Alexander Nunes, Arone Pianos, Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, Camila Magalhães, Celso Curi, Cléria Oliveira Moura, Cooperativa Paulista de Teatro, Cristina Tolentino, Cristina Veloso, Cristina Vilaça, Daisaku Ikeda, Dagoberto Feliz, Danilo Santos de Miranda, deputado Vicente Cândido, Eduardo Fragoaz, Efrém Colombani, Elena Vássina, Eliana Monteiro, Emerson Pirola, Erica Teodoro, Escritório Central de Arrecadação e Distribuição – ECAD, Eustáquio Gugliemelli, Everaldo Ramos, Everson Romito, Fernanda Machiaveli, funcionários do Instituto Italiano, funcionários da Oficina Cultural Oswald de Andrade, funcionários das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura, funcionários do Auditório Ibirapuera, funcionários do Centro Internacional de Teatro Ecum – CIT Ecum, funcionários do Itaú Cultural, funcionários do Ministério da Cultura, funcionários do Sesc Consolação, Sesc Pinheiros e Sesc

Redação e supervisão de conteúdo editorial: Luciana Romagnolli

Ipiranga, funcionários do Teatro João

Revisão de textos do catálogo: Elvira Santos

Caetano, funcionários do Teatro Flávio

Registro fotográfico: Lígia Jardim e João Valério

Império, funcionários do Teatro Sérgio

Registo videográfico: ERA Empório de Relacionamentos Artísticos Projeto gráfico: Patrícia Cividanes

Cardoso, funcionários e professores da SP Escola de Teatro, Gabriel Portela, Guilherme Varella, Ieda Varejão, Inês da

Produtora gráfica: beth iliescu

Silva, Isabel Hölzl, Izilda Maria Bernardes,

Assessoria jurídica: José Augusto Vieira de Aquino

Jeane Júlia, João Carlos Couto (Janjão),

Receptivos: Aline Belfort, Andréia Motta, Carol Vidotti, Erika Tambke, Evgenya Kovalenko, Isadora Greiner, John Andrews, Julia Anna Ritter, Pedro Augusto Pinto, Priscilla Carbone Recepcionistas: Thalia Mexicana, Flávia Carvalhaes, Bianca Mahafe e Kimberly Luciana Dias Serviços gerais: Diro Faria

José Roberto Sadek, Julia Gomes, Julia Guimarães, Katharina Von RuckteschellKate, Liana Musy, Lola, Marcelo Araújo, Márcia Medeiros, Marcos Loureiro, Marcos Pedroso, Maria Thais, Michel Huck, Mario Gongora, Michele Gonçalves, ministra Ana Paula Simões, ministro Bernardo Velloso,

Auxiliar de serviços gerais: Jair Nascimento

ministro Juca Ferreira, Mônica Fernandes,

Serviços de limpeza e manutenção do escritório: Cássia Nunes

Murilo Bussab, Osvaldo Piva, Otávio Frias

Assessoria contábil: MCosta Contabilidade (BH) e Affinity Consultoria Contábil (SP)

Filho, professores da Escola Livre de Santo

Assessoria em informática: Rodrigo Yamatsuk Autores do logotipo da MITsp: André Cortez e Regina Cassimiro

André, professores do Departamento de Artes Cênicas da ECA-USP, Rafael Ferro, Roberta Val, Rodrigo Maia de Lorena

Foto da calçada de São Paulo: Villy ribeiro

Pires, Rodrigo Mathias, Ronaldo Robles,

Tradutora-intérprete: Aline Belfort e Paula Lopez

Rosana Cunha, Rudifram Pompeu, Ruy

Tradução e legendagem: Hugo Casarini e Célio Faria / Casarini Produções Mestre de Cerimônia: Luis Miranda

Cortez, Sated/SP – Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões no Estado de São Paulo, Sidnei Carvalho

Roteiro da cerimônia de abertura: Aimar Labaki

Martins, Sociedade Brasileira de Autores –

Locução do aúdio para o espetáculo Stifters Dinge: Celso Frateschi

Sbat, Telma Baliello e Tião Soares.

Criação e edição do VT: Natália Machiaveli e Bruno Carneiro

e Vicente Freitas.


patrocínio

correalização

proponentes

Aplicação fundo claro Aplicação corcor emem fundo claro Apoio Institucional Apoio Institucional

parceria institucional

apoio cultural

apoio

Aplicação fundo escuro Aplicação corcor emem fundo escuro Apoio Institucional Apoio Institucional

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apoio

Aplicação positiva Aplicação positiva Apoio Institucional Apoio Institucional

Aplicação negativa Aplicação negativa

RESTAURANTE VEGETARIANO

Apoio Institucional Apoio Institucional

ASBUENO I M P O R T A D O R A

canais oficiais de venda

realização


informe ao público

1 - Confira atentamente as informações no ingresso, especialmente dia e horário.

3 - Os ingressos serão impressos em papel de segurança com itens para verificação de autenticidade. Não nos responsabilizamos por ingressos adquiridos fora dos sites autorizados ou dos espaços onde os espetáculos serão apresentados. 4 - Os ingressos serão vendidos antecipadamente pela Ingresso Rápido e nas unidades do Sesc. 5 - Cada pessoa, identificada pelo número de CPF, terá direito a comprar 04 ingressos por espetáculo. 6 - Os ingressos para sessões gratuitas serão disponibilizados 60 minutos antes de cada apresentação, no limite de 01 por pessoa. 7 - Portadores de necessidades especiais e idosos terão atendimento prioritário. 8 – Em caso de dúvidas, escreva para: info@mitsp.org

NÃO JOGUE ESTE IMPRESSO NA VIA PÚBLICA. PRESERVE O MEIO AMBIENTE.

2 - Não será permitida a entrada após o início do espetáculo.

Rua Pedro Taques, 110 Consolação CEP 01415-010, São Paulo / SP Telefone: (11) 2640-5444 E-mail: info@mitsp.org Site: www.mitsp.org


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