Revista Aliança de Misericórdia Dez/Jan18

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Dezembro e Janeiro/2017 - nยบ 180- ano XVI


Deus Conosco Filhos, Emanuel é um lindo nome para um Deus que está junto e misturado com a humanidade, um Deus que nunca se afasta de nós, porque é presença viva. O Evangelho de São Mateus cita logo no início do seu primeiro capítulo que Ele terá o nome de Emanuel, o que significa Deus conosco (cf. Mt 1,23). Depois nos lembra que “onde dois ou três estão reunidos em meu nome Eu estou no meio deles” (Mt 18,20). E ainda, na última expressão do Evangelho escreve a conclusão de amor e de carinho “eis que estarei convosco até o fim do mundo” (Mt 28,20). Essa Boa Nova de Cristo significa contar a história de um Deus que Se fez carne e habitou no meio de nós, Emanuel, Deus conosco. Por isso, todo o nosso caminho na terra consiste neste ir ao encontro Daquele que era, que É e que vem. Daquele que nunca cansa de nos perdoar e nunca desiste de nós, que sempre vem ao nosso encontro. Toda a nossa vida espiritual se resume a este belíssimo encontro com Cristo e isso determinará a nossa salvação eterna como nos ensina São Mateus: “estava com fome e me destes de comer, estava com sede e me destes de beber e assim por diante” (cf. Mt 25,35).

“Todas as vezes que fizeres estas coisas a um destes pequeninos é a Mim que o fizestes” (Mt 25,40).

É maravilhoso entender que o natal é reconhecer, acolher, amar essa presença viva do Senhor. É poder viver a festa do encontro com um Deus vivo, presente no meio de nós. Nunca esqueço uma experiência que vivemos no primeiro natal da Comunidade, quando estávamos juntos preparando uma pobre ceia. Nossa mesa era uma caixa de papelão e as cadeiras eram caixas de frutas que encontramos nas ruas do centro da cidade. Morávamos em uma quitinete e pedimos a Deus a graça de receber um pobre naquela noite, pois tínhamos em nossa família de origem a tradição de acolher Jesus através de um pobre no natal. Mal tínhamos acabado de pedir, o porteiro bateu na porta dizendo que tinha um pobre nos procurando. Sentimos que era Jesus que nos visitava e pedimos para que ele subisse. O pobre entrou, demos pra ele uma troca de

roupa e o acompanhamos até o banheiro para tomar banho. A nossa casa era pequeníssima, a porta de entrada era na sala onde nós também estávamos nos preparando para o jantar. Depois de um tempo percebemos que o pobre, que estava tomando banho, demorava para voltar. Mas quando fomos procurá-lo não tinha mais ninguém. Era impossível que tivesse saído sem percebermos, pois nós estávamos na frente da porta. Entendemos que aquele pobre era Jesus que tinha nos visitado, pois sabemos que todas as vezes que fizermos isso a um pequenino é a Ele que fizemos, ao Emanuel, Deus conosco. Nosso coração se comoveu de alegria e exultou nessa certeza: Jesus aquela noite esteve conosco. Ele, que está conosco todos os dias, até o fim dos tempos. Feliz natal para todos vocês! Os abençoamos com muita alegria!

Pe. Antonello Cadeddu e Pe. João Henrique Fundadores da Aliança de Misericórdia


O Movimento Eclesial Aliança de Misericórdia é uma Associação Privada de Fiéis, com sede na Arquidiocese de São Paulo, cuja identidade se encontra em sua Palavra de Vida “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu, enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres...” (Is 61, 1-2 e Lc 4, 18-19). O Movimento está presente em mais de 40 cidades do Brasil e outros 6 países (Bélgica, Itália, Polônia, Venezuela, Portugal e República Dominicana), através da adesão dos membros a um dos Elos de pertença.

Oceano de Misericórdia

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Ano Mariano

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Toque de Misericórdia

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Revolução da Ternura

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No âmbito religioso a Aliança de Misericórdia acolhe e une as forças de homens e mulheres, celibatários e casados, leigos e clérigos, que, de várias formas e níveis, chamados por Deus, tornam-se “filhos da misericórdia” para evangelizar as ovelhas perdidas (cf. Lc 15, 4-7), confiantes na potência do Espírito Santo, realizando todas as obras de Misericórdia que as próprias forças permitirem. Unido aos trabalhos de evangelização, o Movimento realiza diversas obras sociais junto à população carente das periferias e  r u a s ,  c onju ga ndo  h a r mon io s a ment e evangelização e caridade como faces de uma só moeda, e sendo reconhecida juridicamente como entidade de utilidade pública em âmbito municipal, estadual e federal.

Aliança no Mundo

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Palavra do Mês

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Caná - Famílas para Deus

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Comunidade de Aliança

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Espaço Jovem - Geração Acordi

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Mensagem

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Saiba mais em nosso site: www.misericordia.com.br

ASSOCIAÇÃO ALIANÇA DE MISERICÓRDIA CONTRIBUA AJUDANDO-NOS A RESGATAR VIDAS!

Associação Aliança de Misericórdia CNPJ: 04.186.468/0001-73 AG. 0036 | C/C 64921-8 AG. 3137-2 | C/C 40596-5 AG. 3372 | C/C 130007013 AG. 2815-0 | C/C 16013-X

Fundadores: Pe. Antonello Cadeddu e Pe. João Henrique Presidência: Pe. Custódio, Mary de Calcutá e Pe. Evandro Coordenação de Comunicação: Guilherme Augusto e Bruno Martins Editora: Jaqueline Sampaio Diagramação: Bianca Sousa e Fabiana Mendes Fotos: William de Oliveira Fotolito e Impressão: Lumengraf Tiragem: 7.000 exemplares - Periodicidade Bimestral Endereço: Rua Avanhandava, 616, Bela Vista-01306-000 São Paulo/ SP Tel./fax: (11) 3120-9191 E-mail: revista@misericordia.com.br


Oceano de Misericórdia

Eu vi jesus no pobre

Patrícia Elias Viola

Missionária da Comunidade de Vida

No livro da espiritualidade, “Oceano da Misericórdia Infinita”, o Padre João Henrique ensina na Escola do Pobre que, “O pobre, sacramento vivo do Cristo presente na história do homem, nos converte e nos obriga à escolhas sempre mais corajosas e radicais na construção do Reino de justiça, paz e fraternidade”. E o próprio Jesus ensina no Evangelho de São Mateus, que Ele se faz presente nos pequeninos e nos pobres: “Em verdade vos digo: cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizeste” (Mt 25, 40). Todo ato de amor aos menores nessa terra é ao próprio Jesus que fazemos. Uma realidade que a Igreja Católica vê, conserva, valoriza e ensina é a pobreza evangélica, que contém duas faces. A primeira consiste no exercício da virtude cristã da prática da caridade para com os pobres. Por outro lado, existe também a escolha pela pobreza por parte daquele que se dedica a Cristo, por amor a pobreza de Cristo e, por isso, também se faz pobre. Uma das maiores riquezas que Cristo nos ensinou foi o amor aos pobres e se fazer pobre, por isso a Igreja guarda

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esse grande tesouro, e dela aprendemos a enxergar Jesus no pobre. São Vicente de Paulo dizia: “os pobres, nossos senhores”. No segundo ano na Aliança, em 2004, vivi uma bela experiência em que vi Jesus no irmão de rua, junto com outro missionário conduzíamos um momento de lava pés para um grupo de jovens. Na Aliança sempre buscamos lavar os pés uns dos outros, como sinal de acolhida e reconciliação. Logo no início da dinâmica, esse missionário me disse que tinha o desejo de lavar os pés de um morador de rua. Mas ali naquele bairro seria difícil encontrar alguém naquele momento. A minha surpresa foi quando alguns minutos depois entrou no salão da igreja, um senhor maltrapilho e ficou junto à porta! Imediatamente nos aproximamos e pedimos se poderíamos lavar os seus pés e ele aceitou. O sentamos numa cadeira e começamos a lavar seus pés. Ele nos dizia: “por que fazem isso. Sou morador de rua, faz uma semana que não lavo os pés...” e depois começava a nos abençoar, dizendo: “Deus os abençoe, eu vos amo”.

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Entendemos que era o próprio Jesus na pessoa do pobre que estava ali. Comecei a chorar e me senti como aquela mulher que com suas lágrimas lavava os pés de Jesus e secava com os seus cabelos, enquanto minhas lágrimas eram derramadas, sentia sua mão em minha cabeça e o escutava dizer. “Eu vos amo muito...”. Quando terminamos, ele nos deu um forte abraço e aquele local ficou invadido com uma presença maravilhosa. Todos os jovens que estavam presentes começaram a lavar os pés uns dos outros, a se perdoarem e dizerem que se amavam. E antes de ir embora, esse homem (Jesus), nos disse, “É preciso que voem alto, mais alto que um foguete”. O seu cheiro ficou horas nas minhas roupas, em minhas mãos e nas minhas narinas, para que eu não esquecesse o cheiro de Jesus naquele dia. Então posso afirmar: Eu vi Jesus no pobre! É preciso que abramos nossos olhos para ver Jesus que todos os dias se faz presente em nossa vida, seja nos membros da sua família, no irmão que está na rua, no seu companheiro de trabalho que está em depressão.


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Ano Mariano

“Maria,

Sacrário Vivo de Deus Pai” Neste mês tão especial, desejamos entrar no ventre de Maria, um ventre vivo, onde pulsa um coração, onde o seu sangue, que também é de Jesus, corre levando os nutrientes àqueles que aí estão. Nada falta!

Santa Teresinha do Menino Jesus nos ensina que estar no ventre de Maria é caminho seguro para alcançarmos a vida e a paz: “Neste triste exílio, ó minha Mãe querida, eu quero viver contigo e te seguir cada dia”.

Vivemos num tempo onde ainda precisamos conviver com uma estrutura oca de sociedade que desvaloriza a vida ao ponto de ceifá-la justificando “benefícios e verdades”, que de fato são sustentados por “males e mentiras”. Assim buscam avançar as estratégias abortistas, que ainda nos dias de hoje buscam aliciar simpatizantes e apoiadores. Mas não. Não no Brasil!

Que possamos fazer diariamente a experiência de estar neste nesse Sacrário de Amor. O ventre de Maria é esconderijo celeste, refúgio dos fracos e sofridos, ventre santo capaz de gerar e regenerar toda a pessoa que aí se abriga. Entremos, pois aí nada falta! Ali temos o consolo, o carinho, a quietude, a serenidade, a fidelidade que sempre nos é doada por Ela, nossa Mãe.

Este é o mês de celebrar a vida de Jesus, que sendo muito esperada, vai até o ventre de Maria sendo tecida, nutrida e amadurecida. Por isso que junto com a mensagem de nossa irmã de comunidade Maria Paola, queremos dizer sim à vida de dentro do ventre de Maria.

Entremos neste Sacrário Vivo, onde a Palavra se fez carne e habitou entre nós! Entremos pois, nesse Ventre Santo, que é Sacrário Vivo, para ganharmos forças e vivermos nossa vida missionária nos pequenos detalhes do dia a dia, desdobrando-nos em levar a Palavra Viva, o amor e a alegria aos mais necessitados.

Que assim como os bebês, que nos ventres de suas mães são capazes de já ouvir em sua voz, nós possamos fazer a experiência de no ventre de Maria ouvir os seus conselhos e sentir o seu coração a pulsar. Dentro deste Sacrário somos curados. Tudo o que em nós foi estragado e machucado pelo pecado de escolhas erradas, de dentro deste abrigo sentimos a regeneração e a paz de quem segue a caminho da vida nova. Somente dentro de um ventre vivo podemos ser guardados de todo mau.

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Que Maria nos ensine a sairmos de nós mesmos e partir ao encontro de Cristo nos irmãos. Helaine de Camargo Carneiro Missionária da Comunidade de Aliança

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Toque de Misericórdia

Herick Silva da Conceição Amigo da Aliança de Misericórdia

No ano de 2013 tive a oportunidade de participar todos os dias da Missão Thalita Kum, tocando meu saxofone pelas principais ruas e praças de São Paulo, evangelizando através da música.

Todas as vezes que assistia a um concerto na Sala eu me imaginava tocando lá um dia. Com o passar dos anos, a orquestra foi ficando de lado na minha vida, fui para a faculdade estudar engenharia e com isso ia para aquele lugar apenas para Com a Missão acontecendo em vários assistir a alguns concertos. lugares ao mesmo tempo, tive que escolher quais atividades eu gostaria Durante a Missão Thalita Kum de de participar, mesmo com o desejo 2013 chegou o dia para tocar na de estar em todas, decidi então pelas Cracolândia, ao sair do carro, estava evangelizações nas praças. em frente à Sala São Paulo com meu saxofone nas costas, então pensei: Os chamados “Arrastões” pelo centro “hoje eu não vou tocar aí dentro”, da cidade, onde participei de dois me virei, e então olhei para a Rua musicais no Metrô arranjados de Helvétia, e disse: última hora, onde com dois ensaios de 3 minutos já era o suficiente “Hoje o meu chamado é para tocar para ouvir o que o Espírito Santo aqui e para todos aqueles que suscitava. Também escolhi por tocar ainda não encontraram o amor na Missa da Cracolândia, região a misericordioso de Deus”. qual eu somente frequentava por conta da Sala São Paulo, a maior e mais importante sala de concertos do Ao tocar na Missa e depois durante o Brasil e considerada uma das 10 mais passeio eucarístico nas ruas ao redor importantes do mundo. da Cracolândia, diversas vezes a minha frente estava o prédio da Sala São Paulo, Alguns anos antes do Thalita Kum mas a experiência que eu estava tendo, eu era membro de uma orquestra seguindo o Senhor e tocando para sinfônica em São Paulo como 1º aqueles irmãos era como se eu pudesse Clarinetista, meu maior sonho era sentir um amor inenarrável de Deus poder me apresentar na Sala São por mim e por todos aqueles que Paulo, pela sua importância mundial. estavam naquela rua.

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Revolução da Ternura

Fiat

O poder da fidelidade Rosana Ribeiro Menezes da Silva Psicóloga e Missionária da Comunidade de Vida

Muitos de nós conhecemos essa passagem do Evangelho que elucida o momento em que o Verbo se fez carne e habitou entre nós (cf. Jo 1,14). Maria disse o seu singelo e completo “sim”, permitindo que Deus fizesse nela tudo segundo a Sua vontade. E, por toda sua vida, permaneceu dizendo o seu fiat. Essa Mulher é para nós exemplo de entrega e de fidelidade a Deus. Ela compreendeu o verdadeiro significado e o poder que existe na fidelidade. Sempre teve em seu coração um incansável desejo de agradar o Senhor em tudo que fizesse e isso a impulsionou a mergulhar numa vivência plena de confiança em Deus. Mas, o que é ser fiel? Qual o poder que existe na fidelidade? Fidelidade tem sua origem no latim fidelis e significa “atitude de quem é fiel, de quem tem compromisso com aquilo que assume; uma expressão usada para nominar aquilo que tem constância (...) e uma

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observância rigorosa da verdade”¹. Fidelidade é uma característica de Deus e isso fica claro em muitas passagens bíblicas. Ele é fiel, leal, constante conosco independente da situação.

humanidade, sua pequenez e n’Ele encontrou sua plenitude, uma vez que o próprio Senhor teve liberdade para agir em seu viver.

Entretanto, Ele é perfeito. Como nós, seres limitados, podemos ser fiéis? Em Maria encontramos essa resposta. Ela se abandonou em Deus permitindo que Ele a conduzisse. A partir do momento em que damos abertura a Deus, Ele nos dá a graça de irmos além das nossas forças e capacidades. Maria depositou em Deus a sua

Sabemos que Deus tem um plano de amor e felicidade para nós e para ele se realizar completamente Deus precisa da nossa permissão. Neste ponto, notamos algo fundamental acerca da fidelidade: como posso acreditar que alguém é fiel se não o conheço? Com Deus também é assim. Eu preciso conhecê-Lo, permitir que Ele

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“Disse então, Maria: ‘Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a Tua palavra!” (Lc 1,38)

o amor, me torno fiel. É uma relação intrínseca do amor que envolve tudo isso.

se apresente a mim e, conhecendo-O, terei a plena convicção de que Ele é bom, de que Ele é Amor (cf. 1 Jo 4,8). Deus é uma pessoa e deseja se relacionar conosco. Eis a questão: como me relaciono com Deus? Como posso ser íntimo de Deus? Precisamos buscá-Lo, conversar com Ele, ouvíLo, estar com Ele. De qual maneira podemos fazer isso? Preciso chamar e permitir que Deus esteja comigo em todos os momentos, pois Ele cabe em todas as realidades. Ao rezar,

participar da Santa Missa, meditar a Palavra, enfim, as práticas de oração, nos aproximam de Deus. Talvez você esteja pensando: o que tudo isso tem a ver com a fidelidade? Só sou capaz de ser fiel com aquilo/ aquele(a) que amo. O amor nos leva além. A fidelidade vem da intimidade; a intimidade vem do conhecimento; o conhecimento vem do relacionarse. Quando eu já conheço, eu confio. Quando eu confio é porque já me tornei íntimo. Quando me torno íntimo é porque já me apaixonei, já estou vivendo o amor. Quando vivo

Dizer que existe um poder na fidelidade é dizer que a fidelidade é um fruto do amor, fruto de quem ama. A fidelidade permite que Deus realize em nós e através de nós o impossível. Tudo que parece impossível aos nossos olhos, a nossa inteligência se torna possível quando somos fiéis a Deus. Porque sendo fiéis, não somos mais nós que vivemos, mas é o próprio Deus que vive com liberdade em nós e conosco (cf. Gl 2,20). Ser fiel nos traz a graça de contemplar Deus sendo Deus em plenitude nas nossas vidas. Que Maria nos ajude a abrir o coração para que Deus entre e reine em nós. Desejo a você dias repletos da presença do Amor e que você sempre busque crescer em intimidade com esse Deus que te ama! Referência - 1. https://www.significados.com.br/fidelidade/

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Aliança no Mundo

O país escolhido por Deus para gerar a nossa pequena família Aliança de Misericórdia

Pe. Antonello, Irmã Maria Paola e Pe. Joáo Henrique

Mariana da Luz

Início

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Missionária da Comunidade de Vida Hoje

1999

Pe. João Henrique, Pe. Antonello e os irmãos Maria Paola (in memorian) e Dílson começaram uma quarentena para discernimento, que terminou em 12 de dezembro, 3º Domingo do Advento do Natal do Ano Santo, Ano da Misericórdia: era a festa de N. Sra. de Guadalupe, Rainha e Padroeira das Américas, dos pequenos, sofridos e oprimidos. Compreenderam, então, que a Imaculada do Espírito Santo era a verdadeira Mãe Fundadora, e posteriormente receberam a inspiração da imagem de Maria Imaculada do Espírito Santo. 2000

Confirmados em seu chamado pelo então bispo auxiliar da Região Ipiranga da Arquidiocese de São Paulo, Dom Gil Antônio Moreira, os quatro, com outros irmãos, reuniram-se em retiro

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de 31 de dezembro a 9 de janeiro, em Atibaia - SP. Na madrugada de 1° de janeiro de 2000, início do terceiro milênio, apresentaram à Maria, Mãe da Igreja e da Misericórdia, o seu “SIM”. Foi o nascimento da Aliança de Misericórdia, desde logo, um Movimento Eclesial, pela presença de sacerdotes e leigos, homens e mulheres, solteiros e casados, cujos membros aderem ao mesmo carisma de formas diferentes e em vários níveis.“Vocês falam de sonho, mas eu vejo que já é realidade e que seus corações batem em uníssono com que Jesus está querendo de sua Igreja aqui em São Paulo e com o que o nosso Pastor, Dom Cláudio Hummes, nos pede: uma nova evangelização a partir dos mais pobres. O vosso lema será Evangelizar para Transformar, para transformar o evangelizado em evangelizador”, nos disse Dom Gil naquela ocasião.

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Hoje a Aliança está presente em outros 7 países. No Brasil são 58 cidades de 7 estados brasileiros que acolhem esse carisma da Misericórdia. Sem contar tantas outras cidades que foram alcançadas pelas evangelizações em retiros, rádio, televisão, internet e pelas missões itinerantes que realizamos. São 17 anos de missão na Terra de Santa Cruz! Atualmente existem 21 fraternidades compostaspor 188 missionários de vida e 67 missionários no mundo. Já a Comunidadede Aliança está presente em 39 cidades com 164 missionários. Os amigos vinculados são 230. Esses três elos, juntamente com todo aquele que se sente contagiado por esse carisma, formam o Movimento e são chamados a levar em frente a missão da Aliança de Misericórdia noBrasil.


Nosso país é conhecido mundialmente pela diversidade e pelo tamanho. Assim também é a missão da Aliança aqui. São muitas as atividades desenvolvidas. Dentre elas estão: as evangelizações com jovens, casais e crianças através de encontros querigmáticos, evangelização de rua (com os moradores de rua), Maria Madalena (evangelização com as garotas de programa), nas cadeias, a Cristoteca, hospitais.Em 2016 foram alcançadas 267.000 pessoas através das evangelizações!

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Casa De Reinserção Barbalha/

Casa Lar é Saica - acolhimento de crianças (São Paulo / SP) Em 2016, 34.836 PESSOAS FORAM ATENDIDAS, aproximadamente 18.700.905 refeições foram servidas.

Também temos um vasto trabalho no campo social. Os principais projetos são:

Na Palavra do Mês de outubro, Pe. Antonello nos relata essa belíssima experiência do começo que nos ajuda a compreender que a vontade de Deus se cumpriu ao longo desses 17 anos de obra: “No início da Aliança de Misericórdia, fomos visitar os mendigos na praça da Sé, em São Paulo. Estávamos um pouquinho angustiados porque não sabíamos se realmente era da vontade de Jesus começar esta Obra. Nos aproximamos de um senhor bêbado, falamos com ele e rezamos. Ele, a certo ponto, ia embora, mas logo parou, nos olhou, e, com ar seguro e decidido, nos disse: ‘Vocês estão se perguntando se devem começar uma comunidade para nos ajudar. Deus quer isso. Vão em paz’. E foi-se embora. Nós ficamos de boca aberta e choramos. Deus tinha nos falado através deste pequenino.”

Casa Restaura – Me – núcleo de convivência para pessoas em situação de rua (Belo Horizonte / MG, Manaus/ AM e São Paulo/SP) Morada Nova Luz – centro de acolhida para idosos (São Paulo/ SP) Cj, Cca, Sasf, Cenafam– projetos no Parque de Taipas (São Paulo/ SP) Nú cl e o E duc aciona l Inf anti l ( C re c he s) – 3 u n i d ades em São Pau l o / SP Casa de Triagem – primeira etapa do acolhimento das pessoas em situação de rua (Alfenas / MG, Sorocaba/SP, Rio das Pedras / SP e Manaus / AM) Casa de Acolhida (Barbalha/ CE,Barbacena/MG,Maringá/PR, Tremembé / SP, Piracicaba / SP, São José dos Campos/SP)

Agradecemos a Deus por tantas maravilhas que podemos contemplar em nosso país através do carisma da Aliança de Misericórdia, o Senhor escolheu-nos para irradiar a Sua misericórdia para todo o mundo.

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Notícias

Ordenação Sacerdotal No dia 07 de outubro foi realizada na Sé da cidade de Crato/CE a Ordenação de João Fernando. A Missa estava repleta de familiares e amigos que, emocionados, festejaram o nascimento de mais um sacerdote para a Igreja. O missionário de vida Fernando Gonçalves, 30 anos, ingressou na Aliança de Misericórdia no ano de 2005, fazendo o caminho para o celibato para o Reino adotando o nome João. Já realizou missão em Belo Horizonte, e coordenou por 5 anos a equipe formativa da Fraternidade Dom Bosco, para adolescentes. Em 2015 foi enviado para a Casa de Missão do Ceará onde exerceu o ministério diaconal até a presente data. “... uma vez ordenado, quero continuar consumindo minha vida por amor a Deus e ao Seu povo”. Assim falou o Padre João Fernando, no discurso de agradecimento, após a cerimônia onde recebeu o sacramento da Ordem pelas mãos do Bispo Dom Gilberto Pastana.

Vínculos em Aparecida Aconteceu no dia 1º de outubro, a peregrinação do Movimento Aliança de Misericórdia ao Santuário Nacional de Aparecida para a celebração de profissão dos vínculos. As atividades foram realizadas no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho Almeida e reuniram aproximadamente 1500 pessoas de várias cidades da região sudeste do Brasil, dentre elas missionários da Comunidade de Vida, Comunidade de Aliança, Amigos e Vítimas da Misericórdia, além de amigos e familiares dos membros da Aliança. Na ocasião, os membros de todos os Elos renovaram ou fizeram pela primeira vez os vínculos de Holocausto, Oblação, Expiação, Comunhão ou Participação a Deus através do Carisma da Misericórdia, comprometendose a serem expressão viva do Amor misericordioso do Pai em cada lugar onde estiverem. Neste ano, pela segunda vez aconteceu o Compromisso de Adesão. São pessoas que sentem o carisma sem, contudo, assumir em dos vínculos específicos; comprometem-se em realizar alguma obra de misericórdia todos os dias. Aproximadamente 150 pessoas assumiram este compromisso.

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10 anos de Aliança no Rio de Janeiro “O Todo Poderoso fez em mim maravilhas”. Com este tema a Aliança de Misericórdia comemorou seus 10 anos da Missão Rio de Janeiro, no dia 12 de outubro, junto com os 300 anos de Aparecida, para juntos com Maria agradecer as maravilhas que o Senhor realizou nestes anos de missão. O evento foi realizado no centro São João Paulo II, com a presença do Pe. Antonello, Mary de Calcutá e Pe. Custódio, e reuniu aproximadamente 300 pessoas. O Carisma na cidade do Rio de Janeiro chegou em 2003 por meio da Comunidade de Aliança que desenvolvia evangelizações com moradores de Rua e Jovens. Hoje, a Missão se mantém em duas casas e desenvolve várias atividades de evangelização dentre elas, pastoral de rua, visita ao Degase (para menores infratores), visita aos hospitais, Estrelinhas da Paz, catequese infantil, evangelização no Morro da Providência, grupo Thalita Kum, Ruah, além do atendimento semanal à população de rua.

Sede da Aliança em BH No dia 14 de outubro inauguração da sede da Aliança de Misericórdia em Belo Horizonte/MG. Este é um grande presente dado por Deus, especialmente neste ano de 2017 onde completam-se 10 anos de Aliança de Misericórdia na capital mineira. Tivemos a presença dos fundadores Pe. João Henrique e Pe. Antonello e os membros da presidência Mary de Calcutá e Pe. Custódio, como sinais de unidade neste momento tão especial. Muitas pessoas ligadas ao Movimento prestigiaram esse momento e aproximadamente 400 pessoas estavam na Missa. A casa foi construída para acolher os jovens da Escola de Evangelização e também desenvolver atividades com as crianças e jovens do bairro. Essa é a primeira etapa da obra que foi concluída, o próximo passo é a construção da igreja com o galpão de eventos.

Aliança de Misericórdia na China A Aliança de Misericórdia realizou uma missão de evangelização entre os dias 23 de outubro e 3 de novembro na cidade de Taipei, em Taiwan na China, a convite de padres dominicanos de origem polonesa. Durante o período em que estiveram lá, os missionários realizaram diversas atividades como, visitas à pacientes do Hospital Católico de Taipei, participação no grupo de oração na Universidade Católica da mesma cidade, visitaram a Escola Católica de Kaohsiung, encontraram padres e líderes da Renovação Carismática Católica do país. Mas o ponto alto da Missão foi o Encontro Thalita Kum, realizado para 20 jovens em Taipei, e ministrado em língua inglesa e mandarim. Louvamos a Deus por esta porta que se abre naquele país e pedimos para que esta evangelização dê seus frutos no tempo certo.

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Palavra do Mês

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˜ “Nisto reconhecerao todos que sois meus disc‘ pulos, se tiverdes amor uns pelos outros”

C om este versíc ulo bíblico

chegamos à revelação da “plenitude do Amor”: a “reciprocidade”. Somos feitos pela comunhão, gerados à imagem e semelhança de um Deus uno e trino, “família de amor”. Fomos gerados como “transbordar” da vida de comunhão trinitária, criados para a comunhão com Deus, com os irmãos e com o cosmo inteiro. Temos um “DNA” Trinitário! Todo homem busca a reciprocidade do Amor como maior riqueza e realização da sua existência, e precisa desta comunhão mais do que o ar para viver, e viver plenamente. É verdade que a minha resposta ao amor de Cristo, que deu a vida por mim, é dar a vida pelos irmãos: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (cf. Jo 15,12-13). Acima de tudo, porém, o “cume” deste amor está naquele: “uns aos outros”. A mais forte aspiração de todo homem é experimentar no amor com os irmãos aquela reciprocidade que nos lança na unidade e fecundidade divina, trinitária.

Jesus veio na terra para revelar-nos o mistério da vida do céu e convidarnos a participar deste movimento do amor recíproco que é o próprio paraíso. Assim como o Pai se doa totalmente, gratuitamente ao Filho, “se perde” no Filho e o Filho, nesta acolhida de infinita gratidão, “se perde” no Pai, gerando o Espírito Santo como Graça e eterna fecundidade, todo homem é chamado a encontrar no amor a plena realização da sua natureza. Ainda mais, toda a criação é movida e sustentada pela força do amor trinitário, pela lei da relação e reciprocidade fecunda, que une e distingue toda criatura como única e irrepetível. Concretamente, eu me realizo de verdade somente no amor recíproco. A maior aspiração do ser humano é amar e ser amado, é sentir-se uma só coisa com o outro e mesmo assim, único, distinto e irrepetível, fecundo e capaz de gerar, no amor, nova vida. Eu me realizo saindo fora de mim para ir ao encontro do outro e me torno “pessoa”

“Deus disse: façamos o homem à nossa imagem e semelhança, homem e mulher os criou” (cf. Gn 1,26-27). Como consequência para entender o mistério do homem, do seu coração, preciso então contemplar o mistério do eterno e recíproco doar-se do Pai e do Filho, no Espírito Santo, Senhor que dá vida. No seio da Trindade Santíssima entramos na eterna dança do amor que “unifica” e “gera”. “O Pai se doa com generosidade gozosa, o Filho responde com gratidão gozosa, o Espírito Santo é o Amor, o gozo incessante, pleno” (Papa Paulo VI - na Carta sobre a alegria).

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de verdade enquanto entro em relação com o outro, trazendo-o dentro de mim e “habitando” dentro dele, à imagem da Santíssima Trindade. Esta era a característica dos primeiros cristãos, onde tudo entre eles era em comum e o amor que os unia era tão forte que os pagãos se convertiam e diziam surpreendidos: “olha como se amam”!

“Nisto reconhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros.” (Jo 13,35) O pecado original desfigurou essa “imagem” de Deus que é o homem. Toda a história da salvação consiste em “restaurar” na criatura aquela imagem originária que o Senhor criou em nós: a capacidade de amar e sermos amados. Jesus, revelando-nos o Pai, derramando nos nossos corações o seu Amor, o Espírito Santo, veio para levar-nos do isolamento do egoísmo que nos mata. Pela sua cruz somos arrancados do inferno do individualismo e orgulho


satânicos para o paraíso da relação e comunhão trinitária. Ser “imagem e semelhança” de Deus é expresso no grego com o termo “ícone”. O ícone é uma imagem que me “transfigura” como uma “palavra de Deus” traduzida em pintura e, como toda Palavra é eficaz, realiza aquilo que expressa. Em outras palavras, contemplando e meditando este ícone do mistério trinitário eu me transfiguro de grau em grau no mistério que contemplo: entro em comunhão divina. Existe, porém, um outro termo grego que expressa a palavra imagem. É o “ídolo”: esta é uma imagem distorcida da verdade. O ídolo me desfigura, destrói a minha natureza, me mata. Sabemos que satanás é o “macaco de Deus”, O imita distorcendo a verdade, pois ele é “mentiroso e pai da mentira”. Ele nos leva a buscar a vida procurando salvá-la na defesa dos próprios interesses egoístas. Jesus nos ensina que a salvação está na alegria de dar a vida para os outros, pois só o amor realiza a nossa natureza divina. Na comunhão está a nossa realização e salvação. No individualismo egoísta está a destruição nossa, de toda criação

e a nossa eterna condenação. Uma antiga parábola budista explica bem esta verdade. Conta-se que um homem foi levado para conhecer o inferno e o paraíso. O inferno era uma sala maravilhosa com uma grande mesa cheia de todo bem de Deus. Os talheres, porém, eram maiores do que os braços das pessoas de forma que ninguém conseguia trazer a comida na boca. As pessoas agonizavam e morriam de fome, desesperadas, sem poder-se alimentar apesar de tanta abundância de deliciosos alimentos. A surpresa foi quando, levado ao paraíso, descobriu que as coisas estavam exatamente como no inferno: tudo era igual. Os bem-aventurados, porém, podiam alimentar-se na maior alegria e satisfação, pois cada um alimentava com aqueles talheres tão compridos os irmãos que estavam na própria frente. Alimentado, eram alimentados e, acima de tudo, amando, eram amados! Só depende de nós “ fazer o paraíso” acontecer no nosso meio, buscando no amor recíproco o pleno gozo do amor divino já aqui na terra.

“Nisto reconhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros.” (Jo 13,35) Como viver, então, esta Palavra? Amando o outro! Simplesmente amando o outro, pois o amor gera amor e amando serei amado. Sonho o dia em que na terra os governos do mundo estabelecerão o “dia da Misericórdia”. Um dia em que cada um escolhe fazer feliz apenas uma pessoa! Sempre penso: naquele dia todos serão felizes, e seria tão simples. Se cada um fizer um outro feliz, todos amarão e serão amados. Seria um dia de paraíso no mundo. Não tenho dúvida de que a alegria seria tão grande que todos desejariam amar também no outro dia e no dia depois e no outro ainda... Desta forma, não será mais apenas o “Dia da Misericórdia” mas, o “Tempo da Misericórdia”. Trará ao mundo uma nova civilização do Amor e o paraíso perdido voltará a estar presente no meio de nós. Vivamos então com entusiasmo o “novo mandamento” que Jesus veio trazer na terra para sermos homens novos, antecipando em nossa vida a nova terra e os novos céus que aguardamos na esperança.

Pe. João Henrique Fundador da Aliança de Misericórdia

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Caná - Famílias para Deus

Roberto Mariano Missionário da Comunidade de Vida

É motivo de grande contentamento da Igreja a alegria do amor vivido na realidade da família. Infelizmente, essa alegria nem sempre é reconhecida em consequência do próprio pecado original, que enfraquece nossa vontade de realizar aquelas obras de amor descritas nos Evangelhos, inspiradas pelo Espírito de Deus. No lar onde o rancor e as intrigas reinam não pode haver união e muitos conflitos poderiam ser resolvidos de forma simples, através do diálogo e do perdão. O perdão é dom de Deus. É agregador, gerado na capacidade de consideração do outro como um ser valioso. Por ele, a família pode viver fielmente a realidade da comunhão. O exercício do perdão entre os esposos e filhos é um grande desafio diante de tantas investidas do mal, de falsos argumentos de felicidade, sucesso rápido e “status” para desorientar e gerar enfraquecimento da fé e da prática religiosa, causando desunião e fragmentação da família, levando a sociedade a sofrer as consequências. “Mas, ao mesmo tempo, cada família é sempre chamada pelo Deus da paz a fazer a experiência alegre e renovadora da “reconciliação”, ou seja, da comunhão restabelecida, da unidade reencontrada. Em particular, a participação no sacramento da reconciliação e no banquete do único

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Corpo de Cristo, oferece à família cristã a graça e a responsabilidade de superar todas as divisões e de caminhar para a plena verdade querida por Deus, respondendo assim ao vivíssimo desejo do Senhor: que “todos sejam um”. (J oã o Pa ul o I I , Fa m i l i a ri s Con sor ti o) O Papa Francisco, em suas homilias, vem pregando com insistência a necessidade da prática do perdão no território familiar, para fortalecer a intimidade e valorizar o relacionamento, lembrando que Deus conhece as ansiedades, as tensões e os sofrimentos das famílias, preocupa-se com a sua estabilidade e fecundidade e deseja participar de seu desenvolvimento. “No próprio momento em que procura dar o passo do perdão, cada um deve questionar-se, com serena humildade, se não criou as condições para expor o outro a cometer certos erros. Algumas famílias sucumbem, quando os cônjuges se culpam mutuamente, mas “a experiência mostra que, com uma ajuda adequada e com a ação de reconciliação da graça, uma grande percentagem de crises matrimoniais é superada de forma satisfatória. Saber perdoar e sentir-se perdoado é uma experiência fundamental na vida familiar”. (Pa p a Fra n ci sco, Am ori s La eti ti a )


Comunidade de Aliança

Alberto Carneiro Missionário da Comunidade de Aliança

A primeira missão TK que foi feita no natal possuía uma estrutura que não fazia frente ao grande desafio de evangelizar o Centro de SP. A cidade, grande no tamanho, era também grande em sua sede de esperança. Crianças pobres nas calçadas, que em meio às sacolas que passeavam cheias de presentes e vazias de Deus, buscavam um olhar de manjedoura para deitar seus corações cansados. Tudo era muito novo para os pequenos missionários, que como Davi encaravam o grande gigante de concreto. A formação preparatória dada por Maria Paola dava o tom daquilo que seria vivido: A missão de buscar Jesus em todas as coisas, lugares e pessoas. “Eis que vos anuncio uma grande alegria, nasceu para vós um Salvador”, dizia ela cheia de simplicidade e luminosidade no olhar. Lembrar das origens nos ajuda a reavivar o fogo do primeiro amor, pois um dos maiores perigos, não é deixar de buscar Jesus em todas as coisas, mas sim se

acostumar com isso, permitindo com que nosso olhar se acomode e se conforme. Viver em comunidade é um dom dado por Deus que nos permite estar sempre em movimento de missão. Não é nosso trabalho que salva nossa missão, mas sim, viver continuamente em estado e atitude de missão que salva qualquer trabalho que façamos. Afinal Jesus, ,em João 15, 15, já deixou clara a mensagem de que não busca apenas a competência de nosso trabalho como servos, mas a intimidade e a força de nossa amizade. Ser Comunidade de Aliança é viver essa amizade que não se economiza para estar com Deus e com os irmãos. Retomar a memória do início, é fazer hoje que a força criadora do Espírito que renova todas as coisas, renove em nós o ânimo e a generosidade para evangelizar com entusiasmo através da amizade que vivemos em nossas famílias, grupos e fraternidades.

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Grupo de aliança que não vive em si uma bonita e profunda amizade de presença e partilha, pode alcançar apenas a dimensão da formação, mas nunca da transformação que gera vida. Fazer parte da Comunidade de Aliança da Aliança de Misericórdia, é um grande privilégio que nos provoca constantemente a viver com sabedoria a missão de evangelizar para transformar. Retomar a força do começo nos ajuda perceber o quanto o comodismo pode atrapalhar nos distraindo pelo caminho. Pessoas distraídas não vivem amizade, apenas servidão. O trabalho sem amizade fadiga, e a amizade vivida no trabalho é remédio de vida e imortalidade, pois quem encontra um amigo descobre um grande tesouro. Que neste tempo onde vivemos uma profunda desidratação espiritual, possamos irrigar nossas cidades com um olhar de amizade que diz: “eis que vos anuncio uma grande alegria”.

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Espaço Jovem - Geração Acordi

UM NOVO IDEAL DE

VIDA!

A Geração Acordi é a “expressão de um novo modo de ser e de viver à luz da experiência do amor do Pai”. Toda geração nasce para viver um novo ideal! O ideal da Geração Acordi é o mesmo que impulsionou Jesus nesta terra: anunciar o “Reino de Deus”, o reino de amor do seu Pai. Esse era o fogo que abrasava o coração de Jesus, a paixão pela qual Ele Se consumiu até o fim de Sua vida: “Eu vim trazer fogo a terra” (Lc 12,49). Ao sermos contagiados pelo fogo de amor do Reino de Deus, nossa vida se revoluciona em todos os sentidos. Esse “acordar” para o Reino acontece em três dimensões:

Pe. Leandro Rasera Padre da Aliança de Misericórdia

2. Ser familia 1. Ser filho O Reino de Deus é um dom: “Foi do agrado do Pai vos dar o Reino” (Lc 12,32). O Pai quis nos revelar o quanto somos amados por Ele. Acolher o Reino é reconhecer acima de tudo o amor do Pai por nós. Somos Seus filhos! Essa é a nossa identidade mais profunda, a verdade que nos enche de alegria. Isso é revolucionário! Cada pessoa se descobre um “acorde”, uma nota musical preciosa, única, insubstituível, da canção de amor composta pelo Pai ao criar este mundo.

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O sonho de Jesus era o Reino de Deus, isto é, o desejo que toda a humanidade se tornasse uma única família no amor. Por isso, a descoberta da filiação revela a beleza da fraternidade; somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai, formamos uma nova família que vai além dos laços sanguíneos, chamados a viver “acordes num mesmo sentimento” (cf. Fl 2,2). As diferenças, discriminações, discórdias são superadas e o Reino de Deus vai acontecendo nas relações fraternas, prevalecendo o respeito, compreensão, diálogo e justiça.

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3. Ser profeta É o que dá autenticidade à verdadeira experiência da Geração Acordi. Quem é tocado pelo ideal se sentirá insatisfeito diante de uma sociedade que vive tão distante daquilo que Deus deseja. Por isso, acolhemos o Reino de Deus como uma proposta de vida alternativa, que anda na contramão de muitos valores mundanos, e se torna uma verdadeira profecia nos dias atuais. A Geração Acordi quer gritar com a vida: “Já é hora de acordar” (Rm 13,11) há tantos que ainda não descobriram um sentido maior de viver, e profetizar com ousadia que é possível construirmos juntos a civilização do amor, o Reino de Deus!


O ideal do Reino de Deus é reflexo do carisma da Aliança de Misericórdia: ser expressão do amor misericordioso de Deus. Ao anunciar a chegada do Reino, Jesus declara que a misericórdia do Pai está irrompendo de forma definitiva no mundo. A misericórdia é a essência do Reino! Por isso, Geração Acordi é como uma “roupagem jovem” do carisma da Aliança de Misericórdia. Na medida em que se “acorda” para a realidade de ser amado pelo Pai de forma incondicional (não um saber racional, mas existencial), o coração é abrasado pelo desejo de expressar esse “amor misericordioso” para tantos que ainda não O conhecem. O Papa Francisco tem recordado sempre a necessidade de que os cristãos sejam sinais vivos do amor do Pai (MV 4) e se comprometam com o seu projeto de “instaurar o Reino de seu Pai” (EG 180). Por isso, não apenas os jovens da Aliança de Misericórdia, mas todos são chamados a fazer parte desta Geração Acordi. Não tem como experimentar o amor de Deus e continuar dormindo!

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Natal COM NIVALDINHO

Olá, crianças! Este é um tempo muito importante para nós e para a nossa Igreja! É um tempo que estamos esperando uma pessoa muitooooo especial! E você sabe quem é esta pessoa? Não? Esta pessoa é o Menino Jesus! Ele vai nascer! Ele vai estar em nosso meio, Ele vai vir, nascer de uma jovem que se chama Maria, para permanecer em nosso meio, nos amar, cuidar de nós, brincar conosco!


O Menino Jesus é uma criança que gosta muito de brincar, de nos levar até Deus de uma forma tranquila, que nos faz sentir livres, e buscá-Lo com alegria e com amor, pois o Menino Jesus amava muito o Papai do Céu e quer nos ensinar a amá-Lo também, da mesma forma! Ele vai nascer no dia do Natal, e então vai vir aqui na terra, para ficar pertinho de nós! O Natal é uma data muito especial, pois comemoramos a sua vinda na terra para permanecer em nosso meio!

É um dia que os anjos e os pastores estiveram em festa e nós também devemos festejar, pois nascerá para nós o Cristo, o Senhor. No dia do nosso nascimento, recebemos visitas e presentes, certo? Então, da mesma forma, quando Jesus nasce Ele quer nos presentear. E o que Ele quer nos dar são presentes espirituais, tão importantes quanto os materiais, ou, muitas vezes, são mais importantes ainda... Estes

presentes são: Paz, alegria, amor, bondade, esperança, compaixão, simplicidade...E tantos outros presentes que nos enchem de uma capacidade enorme de amar e fazer o bem! Por isso amiguinhos, vamos viver a alegria do nascimento do Menino Deus que quer nos presentear com a Sua presença em nosso meio, e aproveitar desta presença pequenina do Menino Jesus para pedir a Ele uma graça de sermos pequenos e simples como Ele.


"Um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; e lhe foi dado este nome: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da Paz" (cf. Is 9,5).

D

eus quis revelar a ternura de Seu amor ao Se manifestar à humanidade por meio de Seu Filho feito criança: Jesus é o amor e a misericórdia de Deus feito carne. Celebrar o Natal é muito mais do que participar de uma solene celebração ou preparar um banquete especial

com familiares e amigos, mas sim penetrar no mistério de Deus, que nos amou de tal maneira que Se fez pequenino e indefeso como um bebê. Por isso, o Natal nos convida a tornar concreto o amor através da reconciliação, do amor fraterno e da solidariedade aos pobres.

Desejo que neste Natal você possa encontrar o Deus Menino que espera ser amado por você. E que, a exemplo dos pastores que o encontraram em Belém, você também possa anunciar a todos esta Boa Nova: “Hoje, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,10). Pe. Evandro Torlai Padre da Aliança de Misercódia


AGENDA

INFORMAÇÕES Vigília MMAE Primeira Sexta-feita do mês | 22H-05H Em todas as cidades onde a Aliança está presente JAM Primeiro Domingo do mês | 09H Em todas as cidades onde a Aliança está presente Missa da Misericórdia - Sé Toda Quinta-feira | 19H30 Catedral da Sé, Centro - São Paulo / SP Mais informações: (11) 3120.9191 Missa da Misericórdia - Botuquara Toda Terça-Feira | 20H Casa IES - Botuquara - São Paulo / SP Mais informações: (11) 3943.3725 Igreja Nsa. Sra. da Boa Morte Missa: Segunda a Sexta às 18h | 6ª às 12h | Sáb. às 15h Dom. às 10h e 18h Sexta: Atendimento de Oração das 14h30 às 17h30 Segunda: Grupo Pe. Pio às 19h30

Venha participar da Missa da Virada e celebrar junto conosco o aniversário de 18 anos da Aliança de Misericórdia.

20h - Missa 22h - Confraternização 23h - Adoração Eucarística

Rua Nilo Bruzzi, 31 - Jd. Botuquara - São Pauo/SP

Fraternidade Pe. Cícero Quarta às 19h Sítio Venha Ver, 420 - Bulandeira, Barbalha - CE Casa São João Batista Dom. às 10h Sítio Riacho do Meio S/N, Dist.Caldas Barbalha - CE Grupo de Oração com missionários da Aliança de Misericórdia Toda Quarta-feira às 19h30. Paróquia Assunção de Nossa Senhora Al. Lorena, 665 - Jd. Paulista - São Paulo - SP Saiba mais: /iesmisericordia @iesmisericordia @aliancademisericordia /aliancamisericordia www.misericordia.com.br



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