Cartilha Natal e o Meio Ambiente

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NATAL E O MEIO AMBIENTE Natal é uma cidade extremamente vulnerável às agressões ao meio ambiente. Nossas belezas naturais escondem sérios problemas ambientais, que ainda não mereceram a devida atenção do conjunto da sociedade. Na verdade, vivemos sob uma verdadeira bomba de efeito retardado. Estas condições de risco afetam não apenas a capital, mas todo o seu entorno e mais diretamente a Região Metropolitana. Aí residem mais de 1 milhão de pessoas, distribuídas por cerca de 313 mil domicílios A despeito do trabalho de diversas entidades e indivíduos na exigência de medidas concretas que ponham fim às constantes agressões ambientais que a cada dia se repetem na cidade, o poder público local se mantém indiferente. A ausência de um planejamento de caráter global, que direcione o desenvolvimento de nossa cidade à luz dos preceitos do DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, tem como decorrência direta e imediata um profundo e crescente processo de degradação ambiental, que coloca em risco a qualidade de vida das gerações presentes e futuras. A contaminação das águas subterrâneas e superficiais, a destruição de dunas e manguezais, a poluição das praias, o lixão, as já insuportáveis poluições visual e sonora, os desmatamentos e outras tantas formas de crimes ambientais que vão se “naturalizando” com o passar do tempo, são tão somente traduções de um outro crime mais perverso: a omissão e a cumplicidade do poder público com a destruição de nosso futuro. A seguir, passaremos a detalhar os principais problemas ambientais em Natal. Água – Por Natal ter sido construída sobre um manancial subterrâneo, sempre dispusemos de água de boa qualidade e em grande quantidade, abastecendo cerca de 98% da área da cidade. A maior parte dessa água (70%) é proveniente de fontes subterrâneas. Os 30% restantes advém das lagoas do Jiqui e Extremoz. A despeito de toda essa abundância, a água de Natal pode estar escassa nas próximas duas décadas, conseqüência da falta de preservação ambiental, do desenvolvimento urbano descontrolado e, principalmente, da inexistência de uma política de abastecimento e esgotamento sanitário e da utilização, sem critérios, de sistemas de disposição local de efluentes, como fossas e sumidouros. O processo de contaminação do lençol subterrâneo é agravado ainda mais pela existência de inúmeras cacimbas antigas que, ao longo dos anos, foram se transformando em fossas negras ou simplesmente abandonadas. Além disso, a contaminação por nitrato é potencializada pela existência de inúmeros poços tubulares, de caráter particular, construídos sem critérios técnicos adequados. Rio Pitimbu – É o principal manancial superficial de abastecimento das zonas Sul, Leste e Oeste de Natal, contribuindo para a manutenção do reservatório natural da lagoa do Jiqui, de onde é retirada cerca de 25% da água utilizada pela população. As agressões ao Pitimbu vêm aumentando nos últimos anos, com o despejo indiscriminado de esgotos e dejetos, assim como de lixo, e com o desmatamento e retirada de materiais de suas margens. Outra potencial ameaça são as obras de construção civil nas proximidades, responsáveis pelo assoreamento do Pitimbu. Rio Potengi – A extensão total do Potengi é de aproximadamente 176 km, perfazendo uma bacia hidrográfica com superfície de 3.180 quilômetros quadrados. É o rio que mais contribui com a


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