Mil petalas mag 06

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#06’jun/jul/2016

oNLINE

SINTRA, SERRA SAGRADA

Entrevista a Vítor Adrião

EXPRESSÃO DRAMÁTICA Aulas para crianças no Tiroliro

RUNAS

Os símbolos que falam

CRENÇAS LIMITADORAS

Métodos de libertação

CONSERVAR OS PRIMATAS

Conversa com a antropóloga Catarina Casanova

ESCRITA BIOGRÁFICA Ao alcance de todos

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https://issuu.com/milpetalas.magazine 2


EDITORIAL Caminhos essenciais! FICHA TÉCNICA Directora: Ana Fonseca Editora: Isabel Carvalho Redacção: Ana Fonseca (jornalista e terapeuta), Isabel Carvalho (jornalista) Paula Cristina Ferreira (terapeuta), Paulo Caetano (jornalista) Director de Arte: João Mello Design: THE BOX // STUDIO,17 Fotografia: Art4uimage Shutterstock (Image Bank) Miguel Boieiro (fitoterapeuta e professor de Esperanto) Ana Isabel Neves Dinora Xavier (Veterinária holística) Ana Bensabat ( Astróloga) DanielSantos (Coach) João Lima (Economista) Isabel Costa (Naturopata e Hipnoterapeuta) Gisela Oliveira (Terapeuta) Saadia Ribeiro (Terapeuta) Rui Vasco (Fotógrafo) Rui Pereira (Fotógrafo) https://issuu.com/milpetalas.magazine

A magia da Serra de Sintra, que pontifica em pleno e reconhecido Património da Humanidade, dá início à viagem proposta neste número. Encontro com lugares sagrados e cosmotelúricos que o “guia” desta viagem – Vítor Manuel Adrião, presidente da Comunidade Teúrgica Portuguesa – tão bem conhece. Na constante e ancestral procura da perfeição e do eterno, o ser humano debruça-se sobre técnicas e conhecimentos de raízes longínquas. Falamos de algumas: Alquimia, Runas, Astrologia, I Ching…… Nesta busca de si próprio, o Homem pacifica-se e harmoniza-se com todos os seres que com ele partilham esta experiência terrena e simultaneamente tão cósmica. Amassa o barro e com ele constrói abrigos, entrega-se a causas de defesa ambiental e animal. Cada vez mais. Sejamos optimistas! O mais simples e quotidiano gesto de quem protege um animal de rua entrelaça-se com projectos mais abrangentes, como aquele que levou a antropóloga Catarina Casanova à Guiné Bissau: a luta pela conservação dos primatas. E é também libertando o que lhe vai na alma que o Ser Humano encontra a sua essência. A Expressão Dramática no processo de desenvolvimento dos mais jovens é garantidamente uma ferramenta de altíssima importância. São caminhos que muitos simplesmente percorrem mas que outros decidem registar. O que motiva alguém a escrever a história da sua vida? Christelle Rodrigues fala-nos sobre a “moda” das Biografias. Ana Fonseca

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Editorial SINTRA,SERRA SAGRADA Entrevista a Vítor Adrião

COMO OS NOSSOS FILHOS NOS VÊEM Mapa astrológico

Expressão Dramática Conhecimento e desinibição

CCoaching

Uma viagem segura

Crenças Limitadoras Técnicas de libertação

Funho Marítino

Atributos e utilizações

VARINHAS DE CONDÃO Runas

Os símbolos que falam

Pontes de Vista Fotografo Rui Pereira I Ching

O Livro das Mutações

Alquimia

A Ciência das Ciências

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flashes Construir em Terra Reportagem

A Malva

Na Saúde do Cão

Quotidiano de uma Defensora dos Animais Entrevista a Catarina Casanova

Conservar os primatas para ajudar as pessoas

ENTRE LINHAS Escrita biográfica Ao alcance de todos AGENDA

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SUMÁRIO 5


Entrevista a Vítor Adrião

SINTRA, SERRA SAGRADA

Texto: Gisela Oliveira

Muito se fala da Magia da Serra de Sintra, da sua relação com a Lua, com o Feminino, com a Noite. Pelos caminhos que nos levam a cada um dos monumentos, murmuram-se mistérios, segredam-se confissões… mas, o que guarda Sintra no seu lado mais oculto? Vítor Manuel Adrião, presidente-fundador da Comunidade Teúrgica Portuguesa e conceituado escritor esotérico fala connosco e entra pelos segredos de Sintra. Licenciado em História e Filosofia pela Faculdade de Letras de Lisboa, com especialização na área medieval pela Universidade de Coimbra, Vítor Adrião é um profundo conhecedor da História Medieval do Sagrado, sendo conferencista de diversos temas relacionados ao esoterismo, às religiões oficiais, aos mitos e tradições portuguesas, às Ordens de Kurat (em Sintra) e do Santo Graal, das quais também faz parte. 6


chegou até hoje um vasto legado patrimonial cujo simbolismo reverte à representação e desígnio da oculta e iniciática Missão Universal desta bela e barda Serra Sagrada de Sintra, para não dizer de todo o Portugal. E “sagrada” porque sacralizada pela Tradição Iniciática das Idades incarnada nos Homens Representativos da mesma que sulcaram os milénios feitos de séculos. Tradição iniciática essa que já dispunha, desde tempos imemoriais, a Serra de Sintra como um dos Qtubs árabes ou Chakras védicos do Planeta, este entendido como corpo físico da Divindade que o anima, ou Logos Planetário, em termos teosóficos.. É assim entendida como Áxis-Mundi no Ocidente da Europa, Paradhesa, Paridaîza ou Paraíso original, verdadeira “Arcádia de Deuses” onde o Céu, a Terra e o Inferno ou Inferior Lugar fazem-se presentes nas alturas serranas, nas florestas da serra e nas suas cavidades, mais ou menos profundas, mas afins à tradição críptica do Reino de Agharta cuja presença se pressente e sente aqui com maior intensidade. Esses três níveis interligados são a premissa indispensável a considerar-se Sintra, Serra Sagrada. Pode considerar-se Sintra como um dos lugares sagrados e cosmo-telúricos do país?

Desde tempos primordiais, Sintra é considerada como serra mágica. O que faz com que Sintra tenha este atributo? Sintra, hoje património universal da Humanidade, realmente é muito mais que vila romântica e retiro burguês da elite social do século XIX. A sua história é longuíssima, perde-se nas funduras dos tempos. Do mes-

mo modo os seus segredos e mistérios levam a utopia de uma espiritualidade superior a confundir-se harmoniosamente com o factual histórico, antropológico, etnológico e mesmo filológico. Através da História e das Confraternidades Iniciáticas abertas ou fechadas que a fizeram, na sua marcha civilizacional do Oriente ao Ocidente,

Sem dúvida. Nesta Serra Sagrada o Céu une-se à Terra, isto é, a Energia Celeste, chamada Fohat pelos Iniciados orientais, funde-se harmoniosamente com a Força Terrestre, a que os mesmos Iniciados chamam Kundalini. Por sua feição serpentária notadamente ctónica, cedo a Serra de Sintra foi associada a portal para os Infernos ou Inferiores Lugares, tanto por místicos como por materialistas, onde apenas diferem as leituras e conclusões. No caso desses últimos, abundam as citações à ocacidade da serra desde o século XVII até aos 7


anos 60 do século XX, aquando o Serviço Geológico Nacional elaborou um mapa geomagnético da Península Ibérica. Nele são encontradas três zonas como locais de maior magnetismo – as chamadas anomalias no campo magnético – tendo por base a natureza dos minérios aí existentes. Além do Promontório de Sagres e do périplo alentejano do megalitismo, é identificada Sintra e toda a zona arredor. Já Helena Abreu, especialista em magnetismo do Instituto de Meteorologia, não deixou de afirmar: “Sintra é um antigo vulcão e por isso é natural que seja um grande maciço magnético”. Com efeito, a serra de Sintra deve a sua origem ao fenómeno geológico denominado intrusão magmática, consistindo esta no aprisionamento de uma bolha de magma no interior da Terra, que se encontra a grandes temperaturas e, consequentemente, fundido. Por ser menos denso, esse material tende a subir em direcção à crosta e até mesmo a atra8

vessá-la, dando origem aos vulcões. Por vezes o magma fica retido e não alcança a superfície. Quando a profundidade onde está retido é de cerca de 3 a 15 km, o magma acaba por arrefecer dando origem a rochas plutónicas, as chamadas “pedras velhas” por alguns desavisados, confundidas e misturadas com significados lapidares místicos tomados de avulso. No caso de Sintra, a solidificação do magma permitiu a formação dos cristais que constituem o granito. É pelo facto dessa massa de rochas plutónicas ter-se “encaixado” noutros tipos de rocha que se utiliza a designação intrusão. As movimentações tectónicas empurraram, muito lentamente (alguns milímetros por século), essa massa de granito em direcção à superfície e, ao mesmo tempo, as camadas de crosta que se encontravam por cima foram sendo erodidas. Finalmente, alguns milhões de anos depois, o granito começou a surgir à superfície dando origem à serra. Foi assim

que a Serra de Sintra (ou Maciço Eruptivo de Sintra) se formou há cerca de 80 milhões de anos, aparecendo à superfície há cerca de 30 milhões de anos. A formação deste maciço está associada ao processo de abertura do Oceano Atlântico. Esse vulcão deveria ser gigantesco em largura e comprimento e se distenderia até à região de Lisboa colando-se à Serra de Monsanto onde ainda existe uma chaminé vulcânica, junto à antena de televisão. Por outro lado, os lapiás de Negrais prolongando-se à diaclase de Salemas seriam originados dele. Esta é a origem geológica da Serra de Sintra, e já o seu clima único, verdadeiro microclima, deve-se à sua orientação EW, ou seja, Oriente-Ocidente (por isto é o Grande Ocidente da Europa direcionado ao Grande Ocidente do Mundo cujo centro geodésico está no Planalto Central do Brasil), e à destacada altitude da serra na plataforma litoral dando-lhe condições


climáticas muito peculiares que, conjugadas com as características edáficas (características do solo), facultam à vegetação um ambiente muito próprio, contrastando com o da área, bem mais seca, que rodeia a serra a norte e a sul.

Este topónimo actual Sintra, divide-se em Sin e Tar, termos aglutinantes turânicos significando, respectivamente, “Lua” e “Monte”. O turânico Sin foi adoptado pelos caldeus e hebreus para designar a Lua, e Tar o lugar elevado do seu culto, como sucede com o onomástico Sinai, Terá sido nesta lomba serrana, na re- igualmente presente na Quinta da alidade uma montanha «lombada» Penha Verde, na capela de Santa Case recorrer à ancestralidade da sua tarina do Monte Sinai. origem primitiva, que se originou a mais famosa tradição iniciática Todos esses lugares são afins aos onde diversas correntes espirituais pontos de maior intensidade bioese encontram: a Demanda do San- nergética na Serra Sagrada, como to Graal (la Quête du Saint Graal), sub-aspectos ou “subcapas” do originalmente celta, depois judaico- Chakra único animador do Sistema -arábica e finalmente cristã, enten- Geográfico Sintriano assinalando dendo-o como Cálice de Vida. Nisto o itinerário da iniciação hermética Sintra, na fisionomia geográfica de que aqui a Mónada ou Essência huPortugal, está no lugar do nariz que mana recebe ao longo do seu peré o canal respiratório da nação, cen- curso evolucional na transformação tro fundamental do quinto elemen- da vida-energia em vida-consciênto ou alento vital (o Akasha ou Éter) cia. Nisto consiste a verdadeira Inicuja dinâmica activa a biorítmica do ciação. Falarei um pouco do Sistepaís vivificando-o e, por anexo, à Eu- ma Geográfico no que o Professor ropa inteira. Henrique José de Souza revelou na

antiga Sociedade Teosófica Brasileira, cujos ensinamentos são hoje prosseguidos em solo português e sintrense pela Comunidade Teúrgica Portuguesa, que encabeço desde há vários decénios. Foi pela mesma que iniciei o Ciclo Espiritual de Sintra para a Nova Era de Promissão, a partir de 1978. Um Sistema Geográfico é como se fosse o Sol e os seus sete primeiros planetas transportados para a Terra, daí o nome “geográfico”; no centro, como se fosse o Sol, fica a cidade principal, como síntese das outras sete que lhe ficam ao redor, à semelhança dos planetas e obedecendo, mais ou menos, às distâncias, embora que relativas, da cidade central. A escolha dos locais onde deveriam sediar os sistemas geográficos teriam que obedecer a normas rígidas da evolução, bem como à determinação dos países e sítios especiais para tal intento. Este processo muito antigo já era conhecido na Índia

Sintra foi conhecida como Promontório Magno e Monte da Lua. Que relação existe entre Sintra, os seus monumentos e os sete planetas alquímicos? Nos tempos da invasão romana da Península Ibérica, Sintra estava compreendida no chamado Promontório Ulissiponense, também conhecido por Magno, Sacro e Artabro. A raiz toponímica desta idílica estância estremenha é várias vezes milenar. O célebre geógrafo Edrisi, que viveu no século XII, chama-lhe Xentra e Sentra ou Al-Shantara, termos arábico e moçarábico. Chamava-se antes, em celta, Cynthia ou Cyntia, vulgarizando-se no século XVII a grafia Cintra. E ainda hoje ela se impõe ao presente modo de a escrever, como se quis a partir dos anos 30/40 do século XX: Sintra. 9


antiga, como comprova a gravura encontrada no centro de um Zodíaco hindu, onde se vêem sete cidades em torno de uma oitava, como síntese de todas.

Homem é a laringe onde o Verbo soa e a Revelação toma corpo. A Fraternidade Jina de Sintra tem origem na Atlântida (Kusha, nas escrituras védica) que nesta parte do Globo levava o nome Kurat. O seu ciclo terPois bem, no tocante a Sintra – a minou definitivamente. Nada tem “serpente de sete substâncias” (Ta- em comum com a Face da Terra e tvas), no dizer do professor Hen- o que há em comum com esta é a rique José de Souza, o Mestre JHS Ordem Iniciática Secreta de Mariz para Teúrgicos e Teósofos – praticamente desde o século XII existem sete mais um lugares de maior intensidade bioenergética por onde escoam as energias do seio da Terra e que hoje identificam-se nos seguintes pontos perfazendo um sistema geográfico na própria Serra Sagrada: Castelo dos Mouros – Sol; Santa Eufémia – Lua; São Martinho – Marte; Seteais – Mercúrio; Pena – Júpiter; Lagoa Azul – Vénus; São Saturnino – Saturno; Trindade – Sol Central. A Coroa da Rainha dos Céus e da Terra com as cinco estrelas de sete pontas onde se inscrevem as letras do nome Maria, no frontal do altar-mor de ermida da Senhora da Peninha, remetem prontamente para o sentido encoberto de Sistema Geográfico. De maneira que o Sistema Geográfico Sintriano apre- por ser constituída de adeptos husenta-se disposto sob a égide da manos cujo trabalho em segredo Mãe Divina (Maria, Maris, Mariz…) relacionou-se com a recepção, enna sua função de Rainha do Mundo caminhamento e remissão dos me(Chakravartini, em sânscrito), em lhores da raça humana entretanto conformidade à Força Criadora do incarnados em terra lusa, ao mesmo Espírito Santo (Terceiro Logos) que tempo que preparava o terreno faescoa pelo vau ou garganta que no vorável ao aparecimento do Grande 10

Ocidente no futuro Ciclo de Aquário, nisto tendo sido o processo ecuménico das Descobertas Marítimas o seu eco máximo. Que relação existe entre a serra de Sintra e a serra da Arrábida em termos energéticos? No século VI a. C., segundo Schülten, o promontório do Cabo da Roca, ponto mais ocidental da Europa e terminação da aresta montanhosa de Sintra, chamava-se, no périplo marselhês utilizado por Rufo Festo Avieno, em sua Ora Marítima, no século IV da era cristã, Promontório de Ofiússa. Esta palavra significando “serpente”, portanto, “Promontório da Serpente”. Ptolomeu denomina-a “Serra da Lua” e ao seu extremo cabo-mar “Promontório da Lua”, “Cabo da Lua” ou Capum Lunarum. Isso é muito interessante porque o mesmo Festo Avieno informa que Ofiússa era o nome de um povo que habitava no périplo ulissiponense descendente de um outro chamado Oestrymnia, ambos adoradores da Serpente e antediluvianos. Ora Ofiússa significa Serpens ou Serpente e, neste contexto antediluviano ou atlante, Manuel Joaquim Gandra (in O Eterno Feminino no Aro de Mafra, edição da Câmara Municipal de Mafra, Setembro de 1994) fornece a justificativa geológica para a origem atlante do


Capum Lunarum de Sintra, informando que esta avançava muitas centenas de quilómetros para Sudoeste e que depois sofreu grande afundamento originando-se dele o actual estuário do Tejo, que antes (Mioceno) desembocava com o Sado num extenso delta comum, o qual abrangeria a região desde Ferreira do Alentejo a Alenquer. Conclui-se que Sintra e a Arrábida faziam parte de um corpo comum durante o Mioceno, e hoje entendem-se em termos geosóficos ou de geografia sagrada como elevações sinaléticas da Lua e do Sol. A Lua para Vénus e o Sol para Saturno, o que está assinalado na capela de S. Julião da Carvoeira, no aro de Mafra, na enigmática “pedra de roseta” onde a Stella Maris (Vénus)

é o centro do tema, enquanto o oposto Cabo Espichel era chamado pelos antigos gregos e romanos de Capum Capresicum, do Capricórnio como signo de Saturno, nisto relacionando-se ao culto ctónico proto-histórico do povo Sárrio que daria o seu nome ao rio Sado, conforme está descrito nas Antiguidades da Lusitânia de André de Resende (século XVI). Seja como for, conclua-se sempre que em todos os lugares sagrados onde haja um culto solar há igualmente um culto lunar, e vice-versa, para que assim Sol e Lua, Espírito e Alma, Masculino e Feminino completem-se entre si na mais perfeita das realizações lunissolares, a caminho do futuro estado andrógino ou de Homem Perfeito.

Numa perspectiva alquímica, pode considerar-se Sintra contendo o princípio feminino, a energia do Mercúrio Filosófico, e Arrábida o princípio masculino e a energia do Enxofre Filosófico? Se assim é, qual será o Sal Filosófico que une os outros dois elementos? Ou seja, o que une Sintra a Arrábida? Disponha-se os três “Espíritos da Alquimia” em relação com os três Princípios de Vida e Consciência do Homem: a essência do Enxofre ou Sulfur para o Espírito e a Vontade de Deus, o Pai; a essência do Mercúrio ou “Água dos Filósofos” para a Alma e o Amor-Sabedoria de Deus, a Mãe; a essência do Sal ou Nitro para o Corpo e a Actividade Inteligente de Deus, o Filho como Espírito Santo.

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Pois bem, se os antigos grafavam o nome de Xentra, Cynthia ou Sintra com a inicial S, é porque esta letra designa a Sabedoria, a Serpente, o serpentear selenita em torno do Sol. Fernando Pessoa, em seu tratado O Caminho da Serpente, atribui a esta o Ouroboros – a Realização da Grande Obra Alquímica. E se grafada com C representa a Casa, o crescente elevado ou sal lunar sublimado (o nitro alquímico… representado em Haiah ou Caijah). E se com X é a condensação, o aprisionamento ou fixação do Verbo na sua própria Carne ou Matéria. Daí a origem do termo greco-latino Mater-Rhea, Mãe-Terra ou Matéria, iconograficamente sempre representada pela Virgem Anima-Mundi, vulgarmente da Concepção ou Conceição, primitivamente a Senhora do Ó, a qual se via em imagem de tamanho natural na Quinta da Trindade e ainda se vê num altar lateral da capela de St.ª Eufémia da Serra. Sintra, como Alma da Europa de quem é capital espiritual, resume em si a potência da Arrábida para o Espírito em formação, e a potencialidade de Lisboa para o Corpo formado, de onde ser capital temporal do País e ponto intermédio entre as duas serras, tal qual na Alquimia ou Química Divina (Allah-Chêmia) o Mercúrio não age sem o Nitro e sem Mercúrio o Sulfur permanece abscôndito, oculto, imanifestado. Sintra é um ponto de partida de um caminho iniciático? Pelas respostas dadas anteriormente, só poderei reiterar afirmativamente. É o caminho do Ecce Occidens Lux que na Rota Sudoeste (SW) une a restante Europa a Portugal e este ao Novo Mundo, a América do Sul, mais propriamente ao Planalto Central do Brasil, já de si destinado às maiores realizações futuras do Género Humano. Até filo12

logicamente Sintra está presente na cultura brasílica: segundo Teodoro Sampaio (em O Tupi na Geografia Nacional. Companhia Editora Nacional, São Paulo, 1987), de acordo com a língua Tupi, a maior nação indígena do Brasil, a palavra Sintra insere-se nela como Sy-nh-atyara. Decompõe-se e traduz-se da seguinte maneira: Sy igual a “Lua”, mais nh,

igual à partícula de ligação, mais atyara igual a “monte, elevação”. Portanto, Sy-nh-atyara é igual a Sintra por ter o mesmo significado de Monte da Lua, correspondendo ao Selene Oros de Ptolomeu e ao Mons Lunae dos latinos. Pormenor curioso este da existência de uma palavra tão semelhante e com o mesmo sentido entre culturas tão distintas e tão distantes. Um dado novo, susceptível de interesse no destrinçar de uma outra meada que dá pelo nome de Atlântida. E mesmo certas tradições afirmam que em tempos hoje cobertos pela poeira dos milénios Portugal e Brasil integravam-se num mesmo continente, em pleno Período Terciário, durante o Mioceno e boa parte do Plioceno. Que caminhos nos podem levar a um despertar interior? Se nos cingirmos ao Sistema Geográfico de Sintra e aos seus pontos bioenergéticos em conformidade com a Ordem e Regra da Teurgia Portuguesa nos seus ensinamentos e ritualística, teremos os mesmos afins ao despertar dos sete estados de consciência do Homem, como sejam: Parque da Pena – Júpiter


para o Espírito; Seteais – Mercúrio para a Intuição; Lagoa Azul – Vénus para o Mental Superior; São Saturnino – Saturno para o Mental Inferior; São Martinho – Marte para o Emocional; Santa Eufémia – Lua para o Vital; Castelo dos Mouros – Sol para o Físico. A Trindade – Sol Oculto expressará em termos simbólicos a Mónada Divina em seu Tríplice Aspecto de Poder – Sabedoria – Actividade. Se nos abrirmos a um leque mais amplo, todos os caminhos espiritualmente reconhecidos por serem de Ordem e Regra, protegendo de resvalar-se na confusão do onírico com o espiritual, poderão ser de realização verdadeira, seja pela via cristã, islâmica, judaica, védica, bu-

dista, etc., e até mesmo pelas vias maçónica, teosófica ou teúrgica. Esses são caminhos consignados e reconhecidos válidos pela Tradição Iniciática das Idades, mas por certo haverá outros também de reconhecida validade.

to correcto, justo e perfeito, dessa Energia que anima os Chakras ou “Centros de Vida” do Homem, é indispensável a integração num Colégio de Iniciação credenciado capaz de guiar o discípulo com segurança e fortaleza no caminho da sua evolução, sem correr riscos psicofísicos Qual é a força oculta da Vida que desnecessários que, para todo o nos faz ser mediadores entre o efeito, são sempre nocivos em terCéu e a Terra? mos de saúde mental, emocional e física. Assim, realmente poderá Essa “força oculta” da Vida chama- tornar-se um mediador entre o Céu -se Prana, o Alento Vital que parti- e a Terra, um representante de Deus cipa da natureza celeste de Fohat junto da Humanidade. e da natureza terrestre de Kundalini, respectivamente a Electricidade Cósmica e o Electromagnetismo Planetário. Para o desenvolvimen13


astrologia

A forma como os nossos filhos nos vêem texto // Ana Bensabat

Num Mapa Astrológico está indicada a forma como o Individuo vê a sua Mãe e o seu Pai. Os atributos que lhe confere, o que espera deles, o que aprende com eles e o tipo de relação que tem com um e com outro. Esta nova geração é bem diferente da dos seus pais. O aspecto lúdico ocupa uma grande fatia da sua atenção. Todos os gadgets, computadores, telemóveis redes sociais à disposição dos jovens, faz com que a escola pareça um castigo, no seu modelo monocórdico. Os jovens hoje já não aceitam um “não porque não”. A aventura de ser Pai/Mãe nos dias que correm pode ser um verdadeiro inferno se estes pais não fize14

rem um “aproach” adequado. Cada Ser Humano tem um gatilho que, se apropriadamente premido, o conduzirá ao melhor de si. Todos nós reagimos bem quando somos “bem levados”.

ajudar o seu filho nesta conquista, nesta grande experiência que é a sua vida.

Imagina que o seu filho hoje com 16 anos, desarrumado no seu quarto e desorganizado com os estudos terá Por vezes, certas preocupações dos a mesma postura aos 40 anos? Acha pais são infundadas quando imagi- que o facto de ele se deitar tarde nam que determinadas caracterís- todas as noites o acompanhará até ticas do filho o podem conduzir ao à vida adulta? Pode ser que sim ou fracasso. Quando analiso um mapa, pode ser que não. Depende do que não vejo apenas o jovem de quem a estiver no mapa dele. mãe/pai se queixa, vejo o adulto nos seus 40 anos com todos os talentos, Vou explicar-lhe o que são os trânsivocações, projectos e sonhos. Vejo o tos astrológicos. São oportunidades seu potencial e os desafios que terá de crescimento, muitas vezes levanque vencer, as quedas e as vitorias, do um individuo ao limite para que os sucessos e insucessos e, sobretu- ele saiba dizer- Basta! Por vezes predo, vejo como VOCÊ, MÃE/PAI, pode cisamos de alguns apertos, outras


vezes estas coisas vêm naturalmente, sem esforço. Depende do mapa do seu filho. A entrada no mercado de trabalho, por exemplo, costuma ser muito benéfica para incutir disciplina e rigor quando tudo o resto falhou. Não foram os pais que falharam foi apenas a mudança de sistema que encaminhou o individuo para uma vida mais regrada e rotinada. Ainda de volta aos trânsitos, estes servem para irem polindo o individuo no sentido em que o mapa aponta, ou seja, eles criam situações que obrigam o individuo a maturar-se com a finalidade de trazer à tona atributos e talentos escondidos. Aquilo que hoje observa no seu jovem filho é uma personalidade fragmentada. Ele ainda não se tornou senhor do seu Ascendente. Isso vem mais tarde, com a idade. Cabe-me agora explicar o que é o Ascendente num Mapa Astrológico. Quando vê um carro bonito passando a toda a velocidade por si o que é que guarda na sua memória? O carro ou o motorista? O signo do seu filho é o motorista mas o carro que ele conduz é o Ascendente. A própria palavra Ascendente indica aquilo em que somos fortes. Quando temos ascendente sobre algo somos senhores da situação. O Signo Ascendente que trazemos para esta vida garante-nos sucesso naquilo que representa a sua temática. Um jovem ainda está muito dentro do seu signo solar com todos os atributos mais amenos ou mais impetuosos que esse signo indica. A sua parte emocional ainda é muito imatura e porosa, atreita a experiências instáveis. Quando observar o seu filho, saiba que observa um ser em mutação interior e aquilo que hoje a/o apoquenta poderá não ter fundamento no futuro.

Acredite se quiser mas vou dizer-lhe que o seu filho A/O ESCOLHEU. Escolheu o Pai e a Mãe porque apenas eles estão em condições de ensinar aquilo que o filho precisa de aprender. O que o seu filho quer que lhe ensine está bem marcado no Mapa Astrológico. O que ele pensa de si (por experiência sei que nós vemos o melhor dos nossos pais porque este PACTO não é feito em sangue e sim no amor) está no mapa bem como as particularidades que têm que ser respeitadas. Quanto mais um núcleo familiar se conhecer, mais fácil poderá ser a convivência entre todos e o Astrólogo tem um papel fundamental nessa aproximação. O interessante é que os pais também esperam coisas dos filhos e no

seu Mapa Astrológico, mais precisamente na Casa dos filhos também está indicado que tipo de desafio irá ser vivido. As coisas não estão escritas nas estrelas no sentido determinista da frase mas há indicações a seguir, tal como numa viagem de carro, onde há sinais para a esquerda e para a direita. A escolha é nossa, sendo certo que ambas as direcções vão dar à mesma meta e a meta é o Ser Integrado com múltiplas experiências e trocas energéticas e, sobretudo, uma consciência alargada de que afinal os nossos filhos poderão ser os nossos principais professores.

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Cresço com eles, todos os dias texto // Paula Cristina Ferreira

«Se te concentrares na criança e naquilo que ela sente como importante, tu própria vais aprendendo a relativizar o que te acontece. A partir do momento em que a criança está bem com ela e com o outro, está pronta para o Mundo». É assim que Aurora Martins, responsável pelas aulas de Expressão Dramática no Tiroliro, aposta no ‘drama’ como ferramenta de conhecimento e desinibição. Quando era pequenina queria ser palhaço… Talvez seja por isso que Aurora sorri, sorri muito, parecendo que é aquela a sua verdadeira e mais natural ‘careta’. Não foi palhaço, mas começou aos 19 anos a lidar com crianças, uma paixão que exis16

tia sem planos rígidos e foi ficando sedimentada em processos de crescimento gradual, sempre aberto a novas formas de explorar a essência dos pequeninos e de si própria. A Expressão Dramática assumiu contornos de grande importância para Aurora. «Sempre usei as técnicas nas aulas. Percebi que os garotos têm o seu próprio tempo e esse tempo tem de ser respeitado, ao contrário do que se faz hoje em dia na esmagadora maioria das escolas. O nosso trabalho consiste em promover a desinibição porque todos somos diferentes e quando entramos no jogo dramático, há crianças mais tímidas que conseguem muito mais que as extrovertidas».

É como sair lá de dentro? - perguntamos… «Sim, é isso. E é tão bom quando elas saem delas próprias e se mostram. E o mais engraçado é que esse movimento é transposto para a rua, para a vivência do dia-a-dia, escola e família. Se por acaso se encontram fora do espaço do Tiroliro, há um reconhecimento de autenticidade e aceitação tremendos». A TROCA INEVITÁVEL DOS SENTIDOS As aulas no Tiroliro recebem crianças a partir dos três ou quatro anos, embora a grande maioria actual seja um bocadinho mais velha. Aurora assiste ao seu crescimento e testemunha «o prazer enorme de os ver


pares específicos. Muitas vezes, esses pares e a complementaridade que se cria nas brincadeiras, acabam por despertar o que ainda não tinha sido revelado!» Aurora esteve 6 anos na casa Verdes Anos, reconhecida como um estabelecimento alternativo à educação da infância, baseando-se num trabalho holístico onde o Ambiente e a Arte têm um papel central. «Fui convidada a integrar o projecto, que ‘tinha a minha cara’. Cresci imenso como pessoa e profissional, mas os fundamentalismos não me servem. O alternativo não pode deixar de respeitar o outro».

chegar de uma forma e irem embora de uma maneira totalmente diferente… «Tal como eu também fico diferente na interacção». À pergunta sobre o que fará falta às nossas crianças, Aurora responde prontamente. «Os miúdos estão estereotipados. Apesar de existir muita informação, acaba por não haver muitas opções que vão ao encontro das suas necessidades, porque é tudo muito imediato. Eles precisam da construção, pedra sobre pedra. Aqui eu não dou uma imagem; são elas que a constroem. Não é como premir o botão da televisão e a imagem aparece. A partir de uma palavra, eles têm de construir o cenário». Também o facto de terem deixado

Nesta altura, Aurora tinha já feito diversas formações em Expressão Dramática, mas percebeu a importância de aprender mais e obter o ‘canudo’ como Educadora, complementando o de Auxiliar. Fê-lo na escola Superior de Educação e, a partir daí já passou por inúmeras organizações. «Adoro pessoas e não perco nada por andar de um lado para o outro. Nunca perco nada. Estive a trabalhar na Misericórdia de Almada, sítio que adorei e com o qual de brincar na rua, uns com os ou- ainda mantenho ligações. Sei que tros, faz toda a diferença. «Embora há-de sempre surgir alguma coisa e haja muitos amigos no facebook, não me preocupo com o que vem a não é a mesma coisa... Os sentidos seguir…» têm de estar lá, o toque, a voz, o cheiro». Quaisquer áreas que «incre- QUANTO MELHOR CRIANÇA, mentem a sensibilidade e o equilí- MELHOR ADULTO brio» são benéficas e beneficiam o As aulas de Expressão Dramática crescimento saudável, especifica acontecem no Tiroliro desde há 6 Aurora. anos, quer para crianças quer para adultos, que também beneficiam A par da Matemática e do Portu- deste tipo de trabalho. Segundo guês, disciplinas fundamentais, há Aurora, «as capacidades das pessempre tempo para introduzir a soas estão muitas vezes contidas e expressão a outros níveis. E Aurora este trabalho ajuda a que cresçam exemplifica: «se num grupo de 20 sem medo de serem apontados e crianças, há algumas que ainda não conseguem mais tarde, em sociedase relacionam muito bem ou ainda de, fazer a selecção natural do que é não tiveram oportunidade de se li- que está certo e do que é que está garem, eu proponho a formação de errado». 17


Aqui aprende-se a explorar, sobretudo, as emoções e o contacto com o outro. «As pessoas têm medo do toque porque muitas vezes foram ensinadas a sentir pudor nisto ou naquilo. Aqui aprendem que podem ser elas próprias e genuínas», testemunha Aurora.

Os adultos aprendem a respeitar mais as suas emoções. No início até demonstram alguma vergonha de ver o dedo apontado, mas como isso não acontece, acabam por sentir uma grande libertação. E, como as crianças, os adultos também adaptam estas ferramentas no seu dia-a-dia. Aurora exemplifica essa As ferramentas adquiridas pelos aplicação: «Mesmo quando o chefe adultos são já conhecidas: «Tenho está a falar, lembram-se de um exeralunos que são professores e que cício e gargalham interiormente». me dizem que o trabalho aqui as tem ajudado mesmo nas reuniões TIROLIRO NÃO É SÓ BRINCADEIRA com os pais. Porque não estão con- A associação de Cultura e Desporto tinuamente a avaliarem-se e a acha- ‘O Tiroliro’ nasceu em Novembro de rem que podem ser consideradas ri- 1967 e o seu nome foi escolhido pedículos. Ficam com outro prazer na las crianças e jovens que a frequensua própria expressão». tavam. 18

A sua sede fica nos Olivais e, actualmente, além das aulas de Expressão Dramática, decorre ainda formação musical e instrumental, ballet, karaté, yoga, entre muitas outras actividades. O Tiroliro também possui um espaço exterior com árvores e ‘sítios secretos’, apetecíveis para os alunos e professores, mas também disponíveis a quem quiser alugar o recinto para festas de aniversário, por exemplo. O Tiroliro é uma associação sem fins lucrativos.


CURSO DE MESA RADIÓNICA DIAS 18 E 19 DE JUNHO

Tomar decisões coerentes, em segurança e total sintonia com a Fonte! A Mesa Radiónica e o pêndulo são instrumentos quânticos poderosos de investigação, através de análises quantitativas em percentagens e medidas específicas referentes a tudo o que nos cerca. O seu funcionamento tem como base estrutural princípios de radiestesia, radiónica e geometria sagrada, que são antigas ciências para medir e alterar frequências energéticas de pessoas, lugares, objectos…. A Mesa Radiónica apoia todos os tipos de actividades, trazendo clareza, facilitando soluções rápidas, simples e quânticas! Benefícios: ajustes coerentes ascendidos colocando tudo no seu eixo perfeito; Pesquisas que geram eficácia nas decisões, negócios, actividades profissionais e financeiras;

Equilíbrio nas relações interpessoais (familiares, profissionais, afectivas, amizades…); Harmonia na saúde física, mental e espiritual; Sucesso em todas as áreas da vida; Prosperidade, paz, alegria e muita clareza! Todos estes benefícios se reflectem em empresas, habitações, ambientes, plantas, animais, situações, viagens, projectos. Em tudo o que nos rodeia. A Mesa Radiónica proporciona excelência na qualidade de vida! O workshop é teórico-prático, com dossier, certificado e pêndulo. Integra a mesa mais recentemente criada por Manoel Matos

INÊS RODRIGUES O SOUZA Terapeuta holística, sensitiva, facilitadora de técnicas terapêuticas. Actua no Brasil, Portugal e em Espanha. É consultora há cerca de 20 anos em Radiestesia/Mesa Radiónica e equilíbrio ambiental em empresas e residências, através da Geobiologia (medição de interferências eléctricas, electromagnéticas e subsolo, entre outras) e Feng Shui. Realiza atendimentos com diversas terapias quânticas como Reconexão, Seichim, All Love, Theta Healing, Activação do Merkaba, Magnified Healing, Toque Quântico, Reiki, Karuna, Jin Shin Jyutsu, Florais, Regeneração Celular, Descodificação Biológica, entre outras técnicas. www.inesrodriguesosouza.com.br

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Coaching

O “cocheiro” garante uma viagem segura O mundo está mais plano. A facilidade dos transportes e das comunicações permite hoje trabalhar e viajar para qualquer parte do globo. Actualmente existem condições para chegarmos, através de um click, a qualquer zona do planeta. Esta evolução daquilo a que se convencionou chamar de globalização, tem proporcionado um grande desenvolvimento da atividade económica, social e cultural. Por outro lado, gerou novos problemas e desequilíbrios, sendo que em termos humanos veio acelerar ainda mais a vida. Parece que há cada vez menos tempo para nos reconstruirmos diariamente. 20

Há alguns anos a vida profissional e familiar passava-se num raio de poucos quilómetros da nossa residência. Isso permitia-nos dispor de tempo para as funções familiares e de convívio social e preenchia-nos do ponto de vista humano. Com a globalização passamos a estar mais distantes de casa, da família e dos amigos. Quantos de nós utilizam, por exemplo, o skype, para manter contacto com familiares e amigos? É neste contexto que somos levados a encontrar novas soluções para ajudar a ultrapassar as dificuldades impostas por esta nova vivência. A internet tornou-se um meio excecional de comunicação e partilha, assim

Texto // Daniel Santos (Coach) e João Lima (Economista e Formador)

como de procura de informação e conhecimentos sobre diversas matérias. Contudo, as soluções que nos são propostas são imensas, sendo impossível em tempo útil encontrar aquelas que melhor respondem às nossas necessidades. Por outro lado, a internet é impessoal. O ser humano é um animal social que tem de viver em comunidade e não isoladamente. É importante identificar novas soluções e caminhos que nos ajudem a percorrer pela positiva e em respeito pelos valores humanos, esta vida terrena.


ATINGIR OBJECTIVOS

Neste contexto o coaching é um processo que se tem afirmado como técnica de desenvolvimento humano. Há muitas abordagens sobre o que é o coaching. Falaremos de duas. Coach nasceu da palavra francesa cocher que significa cocheiro. O cocheiro cuida do transporte dos seus passageiros, transmitindo-lhes confiança de que a viagem decorrerá sem percalços e que chegarão ao seu destino em segurança. Temos depois como exemplo, os treinadores, sejam eles de futebol, ténis, atletismo. Enfim, de todos os desportos. Aqui o papel do treinador incide os seus esforços no encorajamento e no convencimento do seu atleta, de que está dentro dele a capacidade de superar e de cumprir o objectivo da competição em que está envolvido. Um atleta pode estar muito bem fisicamente e dominar

a técnica, mas se não está bem psicologicamente, não conseguirá atingir o seu objetivo essencial. O de ganhar. Para se entender o que é um coach, é importante fazer uma analogia com duas atividades que são diferentes, a de um consultor e a de um psicólogo. O consultor é alguém que é especialista em determinada matéria e que presta conselhos ao seu cliente, sobre algo que o preocupa, procurando nele o apoio especializado. O psicólogo é consultado por pessoas que têm problemas diversos, do foro mental. É uma atividade complexa em que o psicólogo ouve e identifica as causas dos problemas, desenvolvendo as terapias psicológicas com vista a tratar o seu doente. Estas duas breves descrições são provavelmente insuficientes para caraterizar a riqueza das mesmas. Contudo, apontam aquilo que é nuclear das suas atividades para que possamos abordar o tema em debate.

NOVAS CAPACIDADES

Um ser humano é movido por duas pressões, a pressão interna e a externa. A pressão interna é tudo aquilo que se move a partir do indivíduo. A pressão externa é tudo aquilo que os outros fazem mover. Se olharmos para o ser humano de forma cronológica, observamos que em criança sofremos toda a pressão externa. Ao longo do tempo, com a relação com os outros, isto vai-se perdendo progressivamente. Portanto, tanto o consultor como o psicólogo, a partir da pressão externa, ajudam o individuo naquilo que ele pretende. O profissional de coaching é o coach, alguém que desenvolve um processo profundo no sentido de acordar a pressão interna que foi adormecendo ao longo da vida. Existe a convicção profunda de que todo o ser humano tem internamente todos os recursos para a sua busca. O primeiro passo no processo do coaching, é o coach ajudar o cliente a focar-se internamente naquilo que quer. A pessoa vai muito para além dos papéis que representa e dos resultados que pretende. Vai descobrindo novos comportamentos e com eles adquire capacidades para eliminar crenças latentes, ao ponto de sentir já não uma necessidade desse objetivo mas o de incorporar na sua própria missão de vida. A partir de um mergulho tão profundo em si mesmo, o cliente sente-se apto para a nova missão de reconhecimento de todos os recursos que apontam para o objectivo com que iniciou a sessão de coaching.

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Libertar-se

de crenças limitadoras! texto // Isabel Costa

TODAS AS PESSOAS DESEJAM UMA VIDA FELIZ, PACIFICA, RECHEADA DE ABUNDÂNCIA A TODOS OS NÍVEIS. INFELIZMENTE, POUCAS VEZES ASSIM ACONTECE. FAZEM AFIRMAÇÕES POSITIVAS SOBRE O QUE SENTEM QUE LHES PERTENCE OU DEVE VIR TER COM ELAS, LÊEM LIVROS DE AUTO-AJUDA MAS CONTINUA TUDO IGUAL: NOS RELACIONAMENTOS, NA ESCASSEZ… CHEGANDO AO PONTO DE AFIRMAREM QUE TUDO ISSO SÃO FARSAS! 22

O grande problema é que todos temos programas armazenados no disco do nosso subconsciente e, quando não fazemos limpeza desses programas, eles vão minando e prejudicando todo o funcionamento do sistema até sermos contaminados por vários tipos de vírus: tristeza, raiva, ciúme, falta de autoestima, desmotivação, inveja, medo. Como nos podemos libertar destas crenças? Desintoxicar das emoções que nos envenenam o corpo e o espirito? Em primeiro lugar precisamos de reconhecer que algo precisa de mudar em

nós e depois começar o trabalho. A isto chama-se crescer, evoluir espiritualmente. Começamos a tomar consciência de nós mesmos a um nível mais profundo, a perceber as nossas escolhas perante os eventos da vida e a assumir responsabilidade pela nossa mudança, sabendo que todas as escolhas têm uma consequência. Por vezes algumas pessoas dizem que não querem escolher, mas isso também é escolher e da forma que traz mais dor, pois estão a abrir mão da sua vontade, do seu poder interior e deixam-se ir ao sabor do vento tornando-se vítimas das situações.


As crenças e memórias mais profundas são as da infância e são as que alojam bem escondidas. Sim, porque os adultos têm um determinado comportamento exigido pela sociedade, politicamente correto, e tudo o que ficou por resolver da infância leva uma grande pedra em cima. “Compreende-se” os pais, os avós, e todos os que magoaram a criança!

tar, procurando os aspectos positivos de todas as situações. Mesmo a noite mais negra tem estrelas a brilhar, é só observar com muita atenção. A aceitação retira dor e prepara o nosso coração para o perdão, tranquilizando todo o nosso ser num nível de paz muito superior ao estado anterior. Quando vemos a parte positiva da situação podemos estar gratos pela aprendizagem que, se calhar, não seria viável de outra forma.

Todos ficam justificados na mente do adulto.

TÉCNICAS PARA LIMPEZA DE MEMÓRIAS

Mas a criança continua, no armazém do subconsciente, triste, a chorar, a sentir-se abandonada, rejeitada e com medo. E, enquanto adulta vai manifestar tudo isso com outras facetas: agressividade, raiva, refúgio na comida, droga, álcool, tabaco, abuso de poder, corrupção, abusos de menores e muito mais, demonstrando toda a dor escondida. A realidade é que todos temos alguma situação por resolver, ninguém está imune. Alguns já começaram o trabalho sobre si mesmos e outros ainda não sabem qual a ponta por onde pegar.

Entre as várias ferramentas para limpar memórias do subconsciente, sugiro as três que pratico e ensino, embora possam encontrar outras de que possam gostar mais:

Bem, depois de decidir mudar, o primeiro passo é olhar para trás para a dor e acei-

Utilizar a Luz Violeta em meditação, vendo essa Luz entrar pelo chacra coronário em forma de espiral e passar por cada chacra limpando todas as memórias e equilibrando cada chacra manifestando essa intenção. Praticar Ho’oponopono diariamente. Esta técnica está ao alcance de todos e ajuda-nos a limpar memórias não nos preocupando com a causa (pois na ver-

dade ninguém sabe verdadeiramente as causas dos problemas, apenas temos opiniões!) pedindo à Divindade para limpar as memórias que nos fazem vivenciar os problemas existentes. Esta técnica implica três aspetos: assumir 100 por cento da responsabilidade pela situação; relação mãe-criança ou seja a relação entre a mente consciente e a mente subconsciente na qual a primeira reconhece que quem tem estado a sofrer é a criança e vai agora cuidar dela; e libertar-se das expetativas. Poderão fazer download de dois livros gratuitos sobre este tema no meu site (www.alquimiaalimentar.com). Através da hipnoterapia podemos chegar às memórias que estão subjacentes à repetição de padrões na nossa vida. É um processo no qual o paciente está num estado de relaxamento, mas consciente e acordado. Podendo, contudo, aceder às suas memórias profundas da infância e retirar a dor das mesmas. Deste modo estas memórias deixam de repetir-se e de causar dor. Nenhuma destas terapias substitui a outra, mas todas se completam. As duas primeiras qualquer pessoa pode fazer sozinha. A hipnoterapia requer um terapeuta, pois não conseguimos entrar nesse estado de relaxamento e resolver a situação sozinhos. Nesse caso seria a mente consciente e dessa forma o problema iria manter-se. Olhem a vida com filtros que lhes permitam ver o arco-íris de experiencias boas e maravilhosas que a vida reserva a todos. Basta dar uma oportunidade, acreditar, aceitar e preparar-se para uma viagem única de autoconhecimento e descoberta do vosso ser divino. Namasté Isabel Costa www.alquimiaalimentar.com petalascosmicas.associacao@gmail.com

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CURSO DE ALIMENTAÇÃO HOLÍSTICA / INTENSIVO

(teórico e prático)

ASSOCIAÇÃO PÉTALAS CÓSMICAS // LISBOA TRÊS FINS-DE-SEMANA DAS 10H00 ÀS 18H00 O Curso de Alimentação Holística é um curso inovador, pois não aborda apenas alimentação em termos de comida e água, mas tudo o que nos nutre. Somos seres multidimensionais e como tal a nutrição não é apenas aquilo que comemos, mas também o que pensamos, sentimos e o nosso propósito de vida. Por isso este curso aborda todos estes aspectos: físico, mental, emocional e espiritual.

É dirigido para o público em geral que pretenda aprender mais sobre alimentação, fazer mudanças interiores e exteriores na sua vida e também a profissionais na área da saúde que queiram complementar a sua prática com outras perspectivas nestes níveis. Cada fim-de-semana é composto por um dia de aula teórica e um dia de aula prática.

É uma jornada de autoconhecimento e desenvolvimento interior. Um desafio a olhar a vida de outro ponto de vista.

EM BAIXO SEGUEM APENAS ALGUNS DOS TEMAS ABORDADOS.

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28 E 29 DE MAIO

25 E 26 DE JUNHO

Alimentação como caminho de auto conhecimento Análise das várias filosofias alimentares actuais Fundamentos do vegetarianismo O mito das proteínas Ferro, vitamina B12, cálcio Combinações alimentares Prático: sumos, batidos, patês, germinados, leites vegetais

O paradigma dos relacionamentos no século XXI Amor versus medo: os impulsionadores da mudança de vida Técnicas de limpeza de memórias do subconsciente: Ho’oponopono e Hipnoterapia Saúde feminina: os vários ciclos da mulher e a sabedoria em cada um Menopausa: a libertação Equilíbrio hormonal natural Prático: sopas, saladas, molhos, queijos


9 E 10 DE JULHO Obesidade: a epidemia do século XXI Cancro: prevenção alimentar, estilo de vida e emoções Desintoxicação física, mental e emocional Os benefícios do crudivorismo Alimentação e espiritualidade Terapia alimentar Prática: fermentados, pratos principais, sobremesas

LOCAL: ASSOCIAÇÃO PÉTALAS CÓSMICAS

Rua Teixeira Pascoais, 21 A/B Lisboa (perto do Teatro Maria Matos) Contacto para inscrição: yogamilpetalas.wordpress.com ouisacosta@netcabo.pt Contacto para informações do curso: isacosta@netcabo.pt ou 915 244 747 Valor por mês: 90 euros Oferta a cada aluno: 1 consulta de aconselhamento alimentar holístico ou uma sessão de hipnoterapia

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Funcho marĂ­timo texto / Miguel Boieiro

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Numa excelente acção de biologia organizada pelo projeto “Ciência Viva - no Verão”, integrei um pequeno grupo que deambulou um dia inteiro pelas margens da Lagoa de Óbidos, observando a fauna, a flora e as particularidades geológicas e históricas da atrativa região. Ao chegarmos à Foz do Arelho, colhi uma folha de uma planta pendurada na falésia e desafiei os participantes a detetar o seu sabor. Alguns fizeram-no timidamente, com receio de se tratar de planta

tude. As suas raízes penetram nas mais pequenas fendas dos rochedos logrando atingir metros de comprimento e resistindo, assim, à secura. As folhas são verdes, um tudo-nada glaucas, desprovidas de pêlos, carnudas, pontiagudas, compostas por dois folíolos lineares de contorno triangular. Como noutras umbelíferas, as folhas superiores são geralmente mais curtas do que as inferiores. Os caules, lenhosos na base, estriados e maciços, apresentam-se muito ramifica-

Nas propriedades medicinais regista-se o seguinte: obesidade, apatia, digestões difíceis, males do fígado e do baço, gota, etc. O seu óleo essencial é eficaz para as inflamações dos brônquicos e entra em numerosos cremes de beleza e outros preparados cosméticos. A infusão ou cozimento das folhas deve efectuar-se com a planta fresca (30 g para 1 litro de água). As sementes e as sumidades floridas, maceradas em vinho, proporcionam um bom tónico. Antigamente, esta planta, espontânea em toda a costa portuguesa, era frequentemente utilizada na gastronomia. As folhas podem ser consumidas cruas, cozidas ou conservadas em salmoura, conferindo um toque requintado às saladas.

tóxica, mas quase todos descobriram que, a citada, possuía acentuado gosto a cenoura. Eis então que se travou conhecimento específico com a Crithmum maritimum, vulgarmente conhecida como funcho-marítimo ou perrexil-do-mar. Trata-se de uma agradável apiácea, hoje um pouco esquecida, face ao consumismo desenfreado que rege o nosso dia-a-dia. Contudo, esta planta, comum em toda a costa atlântica europeia, e nas regiões do Mediterrâneo e do Mar Negro, foi outrora fortemente apreciada, quer pelos seus atributos culinários, quer como eficaz espécie medicinal. O funcho-marítimo é uma planta nitrófila perene que pode atingir até 60 cm, vivendo nas zonas costeiras, preferencialmente em zonas rochosas e lugares escarpados, até aos 200 metros de alti-

dos. As pequenas flores encontram-se dispostas em robustas umbelas verde-amareladas, enroladas nos extremos, com 3 a 6cm de diâmetro, possuindo de 8 a 36 raios. Os frutos formam aquénios oblongos, amarelados e lisos de 5 a 6mm de comprido. Julga-se que o termo “crithmum” provém do grego “krithe” que significa “cevada”, aludindo, obviamente, à semelhança das respectivas sementes.

No livro “Plantes Sauvages Comestibles” de René Auburn e Didier Magnan é dado grande destaque ao funcho-marítimo, especialmente na confecção de “pickles” com as folhas conservadas em vinagre a que se juntam outros ingredientes, como acontece com a salicórnia. Aliás, a título de curiosidade, refira-se que os anglófonos utilizam o mesmo termo – “samphire” para estas duas plantas halófitas que, de resto, têm algumas aplicações culinárias semelhantes.

O funcho-marítimo contém vitamina C, betacaroteno, iodo, potássio, sais minerais, flavonóides e oligoelementos. Pelo seu grande conteúdo em vitamina C foi utilizado outrora pelos marinheiros para combater o terrível escorbuto. É, para além disso, diurética, carminativa¸ vermífuga, tónica, aperitiva e depurativa. 27


central e com os meridianos chineses. Eis as propostas, que deverá executar sem força e sem demasiada rapidez:

Mãos livres e flexíveis As nossas mãos são usadas para uma imensidão de tarefas e, muitas vezes, em esforço e tensão. Quer seja no computador ou no telemóvel, a verdade é que as patologias que afectam os membros superiores têm vindo a aumentar: tendinites, artroses, ombros ‘congelados… Uma das soluções é trabalhar com os dedos e mãos de uma forma consciente, até porque são reconhecidas as ligações dos dedos com o sistema nervoso

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1 – Recorda-se de contar pelos dedos? Feche as suas mãos e vá desdobrando um dedo de cada vez de ambas as mãos: polegares, indicadores, médios, anelares e mindinhos. Dois ou três minutos são suficientes. 2 – Volte a fechar as mãos, desta vez com os polegares sobre os restantes dedos. Agora vá soltando cada par, exercendo apenas uma ligeira pressão sobre o polegar. Repita durante dois ou três minutos. 3 – Vire as suas mãos com as palmas para cima, encaracolando a articulação mais próxima das unhas. Agora toque com o polegar, alternadamente, em cada um dos dedos, começando pelos mindinhos. No final, passe com o polegar por cima das unhas, num movimento de varredura. Repita mais uma dúzia de vezes toda a sequência. 4 – Um dos pontos mais eficazes para tratamento ou prevenção de patologias dos membros superiores (cabeça, pescoço e braços) é o ponto localizado entre o polegar e o indicador, nas costas das mãos. Encontre a polpa superior da articulação e massaje-a com o polegar e indicador da mão contrária. Infalível para dores de cabeça!

Cristais da nova Era: a fluorita As primeiras descrições desta pedra datam de 1797, sendo hoje considerada uma das mais importantes na activação e desenvolvimento da intuição e potente na capacidade de organização mental, privilegiando a separação entre a ilusão e a realidade, bem como a comunicação interdimensional. Como todos os cristais vivos, a fluorita deve usar-se com respeito pelas suas qualidades. A Fluorita existe em várias cores, como amarela, violeta, verde, azul. A amarela activa criatividade e liberta toxinas; a violeta auxilia os processos de meditação; a azul coordena pensamentos e evita caos mental e a verde traz compreensão às questões emocionais e promove desintoxicação.


Próstata aumentada pode ser tratada naturalmente O aumento benigno da próstata é usual em homens maduros e deve ser vigiada com atenção, nomeadamente quando é chegada a altura da reforma e de um maior sedentarismo. Os sintomas que devem ser tidos em conta são a dificuldade em urinar, pouco caudal e frequência aumentada, sobretudo à noite; dor na zona lombo sagrada, pernas e joelhos; dor na ejaculação, especialmente na zona do escroto. No entanto, quer em termos de prevenção e de tratamento é possível adicionar alguns alimentos úteis. São eles o tomate, o abacate (pela presença da substância beta-sitosterol), o gengibre, as sementes de abóbora (naturais ou em suplemento), espinafres e cenouras. Ao tencionar introduzir estes alimentos em maior quantidade na sua dieta alimentar, não se esqueça que deverá pedir a opinião de um especialista na área, para que as especificidades do seu estado geral de saúde sejam tidas em conta.

Silva na fitoterapia Grão de bico : Alimento e medicamento

Bem, vamos ao que interessa! O grão-de-bico é muito nutritivo. Em cada 100 g há quase 25% de proteína, mais de 50% de glúcidos e 15% de fibra. Possui também fósforo, magnésio, potássio, cálcio, zinco, ferro e vitaminas do complexo B, C, E e K. Concomitantemente, não admira que seja tão dilatada a lista de doenças amenizadas pelo consumo de grão. Os entendidos apontam as seguintes: colesterol, infeções urinárias, astenia, ácido úrico, impotência sexual, litíase, parasitose intestinal, diarreia, blenorragia, menstruação dolorosa, faringite, rinite, dores de garganta, anemia. Temos pois que o grão para além de ser um excelente alimento é também um bom medicamento.

As suas folhas e flores são utilizadas em tratamentos fitoterapêuticos, mediante infusões, pois são diuréticas, adstringentes, anti-inflamatórias e hemostáticas e portanto, adequadas para dispepsias, expectorações sanguíneas, cálculos da bexiga, diarreias e diabetes. Convém coar as infusões por causa dos espinhos que se soltam das folhas. De grande utilidade são também os gargarejos, usados para anginas, estomatites, aftas, rouquidão, faringites e gengivites. A análise química da planta detectou a existência de ácido salicílico, ácido málico, ácido cítrico, taninos, pectinas, vitamina C e provitamina A

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Ambiente

As runas

são um mundo porque falam! texto / Ana Fonseca AS RUNAS SÃO SÍMBOLOS MUITO ANTIGOS QUE TERÃO NASCIDO NA ISLÂNDIA. MAS UM POUCO POR TODA A EUROPA DO NORTE TÊM SIDO ENCONTRADOS VESTÍGIOS COM MAIS DE SETE MIL ANOS. TODO O MUNDO CELTA E VIKING TRABALHAVA COM AS RUNAS, EMBORA NA ALTURA CONSTITUÍSSEM UM ALFABETO, UMA FORMA DE EXPRESSÃO E DE COMUNICAÇÃO, NOMEADAMENTE NAS TROCAS COMERCIAIS. DEPOIS PASSARAM A SER UTILIZADAS COMO ORÁCULO. “AS RUNAS SÃO UM MUNDO PORQUE FALAM”, DIZ À MIL PÉTALAS MAGAZINE, MARIA DE FÁTIMA MARTINS, QUE HÁ CERCA DE DUAS DÉCADAS CEDEU AO FASCÍNIO DAS RUNAS.

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Reza a lenda que Odin – o deus principal do clã dos deuses Asses da mitologia nórdica – terá ficado pendurado na Árvore da Vida (Yggdrasil) durante nove dias e nove noites, sem água e comida. Foi ferido pela própria lança que o levou, numa viagem xamânica, ao mundo dos mortos. Regressou vitorioso trazendo consigo a sabedoria das runas. Lançadas inicialmente pelos xamãs, as runas foram integradas no quotidiano desses povos. Em todos os berços eram gravados de entre esses símbolos aqueles que correspondem ao nascimento e à protecção. E nas crianças era, e ainda é, colocado um colar de âmbar tradicionalmente usado por Freia, mulher de Odin, deusa protectora das crianças.

As runas continuam a estar presentes no quotidiano de muitas famílias do Norte da Europa. “Na Noruega toda a gente tem runas e as casas ostentam sempre algo rúnico à entrada. É uma tradição”, conta Fátima Martins que tem mantido, desde que se cruzou pela primeira vez com esses ancestrais símbolos, uma incessante procura sobre esta prática. Com os 24 símbolos, “é possível fazer o oráculo e magia branca no seu aspecto de protecção”. Por exemplo, explica “se vou fazer uma entrevista de trabalho ou um exame posso projectar símbolos para essas situações. Claro que tenho de acreditar no poder das runas”.


rados para baixo nas 12 casas da roda astrológica. No final, a terapeuta vira-as e começa a interpretação. Uma sessão com runas é de orientação e esta virá de uma forma mais ou menos intensa de acordo com o que é permitido pelo consultante. Podem ser feitas, inclusive, previsões sobre diversos assuntos. Há, contudo, outros que “por questões de ética não costumo abordar” assegura.

CURSO DE RUNAS

que costumava escrever nos cadernos, para desespero da minha mãe que me ranhava”. A partir dessa altura, Fátima Martins passou a comprar tudo o que havia para ler sobre runas. “Virou uma obsessão, um estudo muito grande e, quanto mais estudava, mais percebia de que era muita coisa. Há muitas teorias, é algo muito antigo” adianta.

A verdade é que em criança tinha o hábito de escrevinhar todos os cadernos com símbolos que, anos mais tarde, veio de certa forma a reconhecer num livro que adquiriu numa feirinha de rua, no Príncipe Real. “Passei pelo local e, como gosto muito de livros parei junto a uma banca. Reparei num pequeno livro com uns símbolos que imediatamente me chamaram a atenção. Percebi que eram runas, nunca tinha ouvido falar nisso. Ali, ao pé do senhor da banca percorri o livro todo e claro que depois acabei por o comprar”. Durante a viagem de metropolitano até casa leu o livro todo. Depois mais uma vez em casa percorreu curiosa aqueles símbolos. “Aquilo entrou dentro de mim, reconheci os símbolos

No fundo, confessa “sentia-me muito pequenina perante o conhecimento que as runas contêm. Até que um xamã com quem trabalho me desafiou a começar a trabalhar com elas. E foi assim que comecei, completamente autodidacta, nunca fiz nenhum curso”. Os símbolos rúnicos podem dizer muita coisa mas a intuição pode levar a outros caminhos: “Não consigo exprimir isto, as runas falam comigo. Às vezes tento ir pela lógica do símbolo, outras vezes, de acordo com diferentes conjunturas, o significado diz algo completamente diferente”.

No nível Básico do curso a proposta é o conhecimento de todas as runas, o que significam, como interagem umas com as outras, a roda astrológica e como fazer-se lançamentos simples. Serão dois fins-de-semana. Durante a formação Fátima Martins ensina os participantes a fazerem as suas próprias runas, independentemente de já terem um jogo ou não. “As pessoas escolhem o material e depois de feitas são mantradas e consagradas num ritual que pode ser feito, por exemplo, perto de um rio. As runas são oferecidas às três Nornes (tecedeiras do destino) e invocadas Odin e Freia”. No nível Avançado ensina-se a meditar com as runas e o denominado Yoga Rúnico, em que o corpo assume a forma da runa com um mantra específico. “É fabuloso!”, garante a terapeuta. “Quando começamos a fazer isso, meditação e o yoga, entramos na dimensão das runas. Sente-se não se verbaliza”. Neste nível entra-se mesmo na energia das runas, na parte interdimensional, na frequência.

Numa consulta, as runas são dispostas numa roda astrológica, explica Fátima Martins, enquanto coloca sobre a mesa um pano com 12 casas, cada uma ligada a uma questão. Claro que depois tudo se desenrola de acordo com a forma como as 24 runas interagem entre si. Os símbolos inscritos em pedra, sementes ou noutro material são retirados de um saquinho e colocados vi31


#iseefacesinnatura

rui

pereira Filmmaker, editor e fotógrafo

Entre produções profissionais ou em lazer o fotógrafo observa de um modo muito particular a natureza, imagina uma linha vertical numa paisagem e espelha no cérebro uma das imagens sobre a outra! As árvores, rochas e nuvens são o tema normalmente usado neste exercício mental, aparecendo muitas vezes figuras estranhas, outras até familiares. A sensação é a de que já as vimos antes. #iseefacesinnatura

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ESTAS FOTOGRAFIAS ESTÃO PROTEGIDAS PELOS DIREITOS DE AUTOR SÓ PODEM SER PUBLICADAS NESTA REVISTA EM CONJUNTO E SOB O TEMA DE PORTEFÓLIO


https://www.facebook.com/TheBOX.Studio17

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#iseefacesinnatura


https://www.facebook.com/TheBOX.Studio17

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OUTONO | MATA DE BENFICA A procura da fotografia num espaço pequeno, como este oásis urbano, obriga a uma atenção redobrada. O detalhe pode estar em baixo ou no alto, na contraluz ou na sombra. Nos contrastes provocados pela luz viva e rasante do sol de Outono. A Natureza surpreende quem anda à procura, faz-se sentir e ouvir. A acuidade do olhar penetra até à sua própria respiração, transportando o observador para uma outra dimensão. Para o espaço do deslumbramento! A.F

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IO LIVRO CHING DAS MUTAÇÕES Texto / Saadia Ribeiro

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O homem, através da sua história, serve-se de sinais e símbolos na busca da sua essência e na pesquisa do sentido mais profundo da sua existência. Faz uso de objectos diversos como corpos celestiais, folhas de chá, tarot, pêndulos ou bolas de cristal. O Livro das Mutações, I Ching, um dos mais antigos desses recursos, é usado até hoje apesar da complexidade na sua interpretação.


Na sua versão original, o I Ching é um livro sem palavras, com uma sequência de códigos ou signos tão abstratos que permitem um infinito leque de interpretações. A origem desse livro recua à China pré-histórica (cerca de 3.000 anos). Os princípios do YIN e YANG , bases do pensamento chinês são utilizados na composição dos 64 hexagramas, símbolos que oferecem respostas para cerca de 4.096 situações diferentes. Chama-se O Livro das Mutações porque, para a cultura oriental estamos em constante mutação, as situações nunca são estáticas. Na dinâmica da vida existem a mutação cíclica e a mutação em série. Na mutação cíclica existe a mudança periódica que pode ser observada no mundo natural – orgânica. A mutação em série é aquela que, em termos ocidentais seria traduzida como a lei de causa e efeito.

A ideia de que todas as formas de vida, humanas ou não, são governadas pelas mesmas leis é básica na filosofia chinesa. Os ocidentais estão convencidos da imobilidade das coisas. É difícil para nós, por exemplo, nas nossas relações pessoais, entender a falta de permanência nos sentimentos do outro, na continuidade das suas atitudes e quando isso acontece perdemos todos os nossos referenciais. Relutamos em aceitar a mudança. Os orientais não se inquietam com mudanças sejam elas bruscas ou lentas. Para eles o homem não pode permanecer idêntico a si mesmo através dos tempos. Para eles existe um núcleo de estados passageiros, intelectuais, emocionais, sociais, que permanecem fixos no meio de todas as mudanças. O I Ching trata do caminho que leva a esse núcleo, interligando todas as partes mutáveis do ser.

Enquanto para nós ocidentais existe ou o SIM ou o NÃO, os orientais convivem com a dualidade das coisas e situações. Existem muitas versões do I Ching – O Livro das Mutações. A de Richard Wilhelm é considerada a melhor em idioma ocidental. O I Ching – O Livro das Mutações, já foi em tempos utilizado para organizar estratégias militares, composições poéticas ou musicais e é também utilizado como oráculo. O I Ching – O Livro das Mutações, é um livro de consultas composto por 64 hexagramas. Estes hexagramas são desenhos formados por combinações de seis linhas, acompanhadas por seus textos explicativos. Cada texto está divido em: 1) SENTENÇA, 2) COMENTÁRIO, 3) IMAGEM, e 4)LINHAS.

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Esses hexagramas são formados de diversas maneiras. O mais antigo e complicado consiste em lançar 50 varetas de milefólio que depois de lançadas e misturadas formam os hexagramas.

com as leis de causa e consequência.

O método mais simples e mais usado é o das três moedas onde são atribuídos valores para as duas faces e onde a soma e combinações originam os hexagramas e as linhas que irão definir as respostas a serem dadas ao consulente.

“Quais serão as consequências para mim caso eu aceite este novo trabalho?” (correto)

As perguntas não devem ser feitas à espera de um SIM ou de um NÃO. Devem ser especificamente formuladas na tentativa de uma resposta que direcione o consulente ao seu caminho de acordo 40

Como exemplo, para uma dúvida sobre um novo emprego: “Esse novo trabalho vai ser bom para mim?” (errado)

O I Ching sempre responde às perguntas. A dificuldade está na interpretação. As respostas vêm através de metáforas, de textos líricos e às vezes, ambivalentes. O “leitor” tem de se valer da intuição para interpretá-las e o consulente de uma boa dose de discernimento para entendê-las. Como a linguagem do I Ching é muito

antiga, algumas frases são consideradas simples metáforas e o “leitor” tem que saber se foram cuidadosamente escolhidas para expressar verdades espirituais mais profundas. Os estudiosos do I Ching – O Livro das Mutações recomendam considerá-lo como se fosse um companheiro vivo, inteligente e muito dedicado. (fonte de pesquisa: Revista Planeta)


LANCAMENTO DO LIVRO

DIA 28 DE MAIO ÀS 17H30 NA ASSOCIAÇÃO PÉTALAS CÓSMICAS

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ALQUIMIA

A CIÊNCIA DAS CIÊNCIAS texto // Gisela Graça

HÁ MILHARES DE ANOS QUE A BUSCA PELA PERFEIÇÃO E PELO ETERNO FAZ MOVER O SER HUMANO. UMA VONTADE QUE LHE VEM DA ESSÊNCIA E ATRAVESSA A ALMA SEM QUE ESTE TENHA, NA MAIORIA DAS VEZES, A CONSCIÊNCIA DE QUE ELE PRÓPRIO, SER HUMANO, TEM EM SI A PERFEIÇÃO E O ETERNO. 42

Hermes Trismegisto, filho de Zeus e de Maia, nasceu num dia quatro, numa caverna do monte Cilene, ao sul da Arcádia (Grécia). Com uma divindade complexa, muitas foram as funções que lhe atribuíram. Hermes começou por ser um deus agrário, protetor dos pastores e dos rebanhos. Depois foi protetor dos viajantes e deus das estradas. Nas

encruzilhadas, servia de orientação aos transeuntes que amontoavam pedras e colocavam no topo do monte a imagem da cabeça do deus. Para os gregos, Hermes regia as estradas porque andava com incrível velocidade, por usar umas sandálias com asas. Deste modo, tornou-se o mensa-


geiro dos deuses, principalmente de seu pai, Zeus. Conhecia todos os caminhos, não se perdia nas trevas e circulava livremente nos três níveis (Hades ou infernos, Terra ou telúrico e Paraíso ou Olimpo). Entre os atributos que lhe eram dados estava o reconhecimento de Hermes enquanto patrono das ciências ocultas e esotéricas. É ele quem sabe e quem transmite toda a ciência secreta. Hermes corresponde, no Egipto, ao deus Thoth, considerado o inventor da escrita e de todas as ciências a ela ligadas, inclusive a medicina, a astronomia e a magia. Segundo o historiador Heródoto, já no século V a.C., Thoth era identificado e assimilado a Hermes Trismegisto, isto é, Três Vezes Poderoso Hermes. Os escritos atribuídos a Hermes Trismegisto são uma fonte primária da teoria alquímica. Ele é considerado o “funda-

dor da alquimia e o seu principal patrono, autoridade, inspiração e guia”. A Tábua de Esmeralda (ou Tábua Esmeraldina) é considerada o mais antigo testemunho alquímico escrito por Hermes Trismegisto. Nesta pedra – uma esmeralda – estão inscritos os ensinamentos que se relacionam com a alquimia e a pedra filosofal. Algumas inscrições foram feitas em alto-relevo milhares de anos antes da era cristã. O texto refere-se tanto à alquimia dos metais, como à alquimia divina ou regeneração interior da alma humana. Também diz respeito simultaneamente ao ser humano (ou microcosmo) e ao sistema solar (ou macrocosmo). A Tábua de Esmeralda diz o seguinte: «É verdadeiro, sem falsidade, certo e muito verdadeiro (a verdade nos três mundos) que aquilo que está em cima é igual àquilo que está em baixo (Lei da polaridade) e que aquilo que está em baixo é igual àquilo que está em cima, (Lei da analogia, lei dos sinais de apoio)

para realizar os milagres de uma única coisa. (Lei do Ternário e de série, lei das correspondências). E da mesma forma que todas as coisas foram e vieram do Um, (Lei da unidade e da criação divinas, lei do Número) assim todas as coisas nasceram desta coisa única por simples ato de adaptação (Lei da adaptação). O Sol é seu pai, a Lua sua mãe, o vento a carregou em seu útero, a terra é sua ama-de-leite. (Os quatro elementos: Fogo (Sol), Água (a Lua), Ar (o vento), Terra). O Telesma (perfeição) de todo o mundo está aí. Seu poder não tem limites sobre a Terra. Separarás os elementos da Terra daqueles do Fogo, o subtil do grosseiro, cuidadosamente com grande habilidade (separação do espírito (subtil) e da matéria (espesso). Sobe da Terra para o Céu e torna a descer para a Terra e une para si próprio a força das coisas superiores e inferiores (Leis da involução e da evolução). Desse modo, obterás a glória do mundo e as trevas se afastarão de ti. Esta coisa é 43


Embora as sementes deste declínio tivessem sido plantadas no século XVII, a alquimia ainda floresceu por mais 200 anos e, na verdade, pode ter atingido o seu apogeu no século XVIII, até ao dia em que James Price, em 1781, alegou ter produzido um pó que poderia transmutar o mercúrio em prata ou ouro.

a forte fortaleza de toda força, (Lei do amor e do sacrifício), pois vence toda coisa subtil e penetra em toda coisa sólida (é pela lei do Amor que o Espírito move o universo). Assim o mundo foi criado (Lei da realização, Amor e Sacrifício criam as obras duráveis). Consequentemente, esta é a fonte das inúmeras e admiradas adaptações cujo meio está aqui. Por esta razão sou chamado Hermes Trimegistos, pois possuo as três partes da filosofia universal (Conhecimento absoluto dos três planos do universo: divino, astral, físico). O que eu disse a respeito da operação do Sol está realizado e aperfeiçoado.»

O DECLÍNIO DA ALQUIMIA Foi em Hermes que se inspiraram todos os alquimistas que o sucederam ao longo dos séculos. Apesar das diversas interpretações que foram sendo feitas em torno desta ciência sagrada há um fio condutor que sempre guiou os mestres e os iniciáticos: a alquimia é a arte de trabalhar e aperfeiçoar os corpos com a ajuda da Natureza. 44

No ano 300 d.C., os alquimistas como Zósimo de Panopolis, realçavam a natureza espiritual da busca alquímica, símbolo de uma regeneração religiosa da alma humana. Mais do que uma transmutação do chumbo em ouro, a alquimia é uma transmutação pessoal, purificação e perfeição. Embora a abordagem da transmutação pessoal tivesse perdurado na Idade Média, não deixaram de ser utilizados processos materiais que serviram de metáforas para transmitir o conhecimento e transformá-lo em sabedoria. A transmutação dos metais comuns em ouro era equiparada à evolução de um estado imperfeito, doente, corruptível e efémero para um estado perfeito, saudável, incorruptível e eterno. Encontrar a Pedra Filosofal significava encontrar a chave mística que tornaria esta evolução possível. O declínio da alquimia na Europa foi provocado pelo surgimento da ciência moderna, com ênfase nas experiências quantitativas rigorosas e seu desdém pela “sabedoria antiga”.

Nos finais do século XVII, Robert Boyle foi pioneiro no método científico nas investigações químicas. As suas experiências foram baseadas na natureza. Ele observava as características do vento, a posição do Sol e da Lua, a leitura do barómetro e apontava os dados que considerasse mais relevantes. Esta abordagem levou, eventualmente, à fundação da química moderna nos séculos XVIII e XIX, com base em descobertas revolucionárias de Lavoisier e John Dalton. Por volta de 1720 foi traçada, pela primeira vez, uma distinção rígida entre alquimia e química e, 20 mais tarde, a alquimia já era considerada como uma crença popular ou uma fraude e os alquimistas eram vistos como charlatães. Foi a forma encontrada para ‘proteger’ a química moderna da censura feita pelas escolas de mistérios das ciências sagradas. A química moderna venceu e as suas consequências perduram até aos dias de hoje. Atualmente ninguém pretende transformar os metais vis em ouro. Mas há quem pretenda encontrar a Pedra Filosofal, ou o Graal… percebendo que, para isso, há um trabalho alquímico interior a fazer. A verdadeira transmutação não é a dos metais que nos rodeiam, mas sim daqueles que nos integram, bem como de todos os elementos que nos elevam até ao cosmos e nos permitem realizar a Grande Obra, porque… «aquilo que está em cima é igual àquilo que está em baixo».


THE MONEY CLINIC Com Deborah Epelman*

11 / 12 DE JUNHO’2016 PROGRAMA:

* O CICLO UNIVERSAL DE MUDANÇAS = TEORIA E EXERCÍCIOS * AS 9 CHAVES PARA CONSCIENTEMENTE ATRAIR O QUE VOCÊ QUER * CONGRUÊNCIA E DINHEIRO * EXERCÍCIOS PARA AUTODESCOBERTA DE CRENÇAS * TÉCNICA ESPECIAL PARA TRANSFORMAÇÃO DE CRENÇAS * PROCESSO DE ALINHAMENTO SISTÉMICO Epelman é psicóloga formada pela OSEC (actual UNISA). Es* Deborah tuda e trabalha com comportamento e desenvolvimento humano há mais de 30 anos. É fundadora da PAHC – Sociedade Brasileira de Programação em Autoconhecimento e Comunicação.

O Treinamento “The Money Clinic”, criado por Tim Hallbom, foi projectado para ajudá-lo a aprender o que é necessário no seu pensamento e comportamento para atrair mais riqueza e sucesso na sua vida. Foi desenvolvido através de anos de pesquisa científica e pela lapidação de processos práticos e poderosos de Programação Neurolinguística (PNL). Este não é um seminário de construção de riqueza ou estratégias financeiras - nem é um programa do tipo motivacional. Esta é uma clínica para ajudar a construir as habilidades práticas para criar o futuro que deseja. Embora seja baseado no pensamento científico, ele é apresentado de uma maneira simples, fácil de entender.

Os nossos pensamentos e crenças impactam-nos de forma surpreendente. Vamos começar por explorar um poderoso paradigma científico que explica como a sua realidade exterior é um reflexo de sua realidade interior. Neste programa, serão ensinadas habilidades práticas que foram projectadas especificamente para ajudá-lo a conscientemente criar o que você quer na vida... Então pode atrair automaticamente mais sucesso em todas as áreas da sua vida. Finalmente, vai gastar um bom tempo cavando os bloqueios escondidos que o estão a impedir de conseguir o que quer na vida incluindo suas crenças limitantes

LOCAL // ASSOCIAÇÃO PÉTALAS CÓSMICAS informações e inscrições

interconexoesdeluz.pt@gmail.com TM. 912 65245385


FLASHES DIA 3 DE JUNHO

SINTONIZAÇÃO E ESCRITA DE LUZ Por Isa Rodrigues e Carlota Rente Uma Meditação guiada, através dos Guias Espirituais que orientam este trabalho, dará início à Sintonização. Esta Meditação tem como finalidade a Sintonização e Activação de Códigos de Luz para Expansão Consciencial, bem como a limpeza de energias do passado (medos, raiva, bloqueios emocionais, dor e doenças plasmadas no campo). Durante a Sintonização haverá uma mensagem em Linguagem de Luz para alinhamento vibracional e activação energética desses Códigos de Luz. Segue-se uma activação individual, com uma pequena mensagem dos Guias presentes nos trabalhos. No final do Trabalho será entregue a cada participante uma pequena mensagem em Escrita de Luz, canalizada durante o desenrolar de todo este processo.

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DIA 4 DE JUNHO

DIA 7 DE JUNHO

Por Carla Marcelo

Coaching e Training Por João Lima e Vanda Pereira

ATELIER DE MANDALAS Mandala é círculo mágico; Mandala não tem início e fim, é união; Mandala é ponte para dimensões superiores; Mandala é caminho a percorrer; Mandala revela o nosso Eu; Mandala leva ao nosso centro; Mandala leva à nossa Essência. Pintar mandalas é uma forma carinhosa de abrir o coração para a criatividade, a intuição e o amor… Traz o sentimento de união e integração. É um instrumento terapêutico de autoconhecimento.

APRESENTAÇÃO DO PROJECTO por DENTRO Temas abordam o desenvolvimento humano, o coaching e as suas vantagens como técnica para te fazer emergir como pessoa no sentido de atingires como pessoa no0 sentido de atingires os teus objectivos e a felicidade na vida. O coaching é hoje uma das técnicas com maior expansão e nível global que percorre de forma transversal os diversos sectores e actividades da vida humana.


DIAS 2 e 3 de JULHO

WORKSHOP: MERIDIANOS E ÓLEOS Por Sandra Saradesi

DIAS 9 E 10 DE JULHO

WORKSHOP: MAGNIFIED HEALING

pelos nossos centros de energia até ao diamante central do planeta com movimentos espiralados num processo de Ascensão. O Magnified Healing transmuta, durante a iniciação, carmas e proporciona o equilíPor Inês Rodrigues O Souza brio dos chacras e coluna vertebral, Esta técnica é um caminho fantásti- activação da chama trina do coraco de Ascensão, com elevadas vibra- ção, activação das 12 fitas do DNA e ções de puro Amor, Luz e Liberdade. dos 5 corpos superiores, equilíbrio do sistema nervoso, transplantes Restabelece um fluxo contínuo de energéticos de órgãos ou partes daenergia entre o coração e o Altísnificadas, cura geral e cura à Terra. simo Deus do Universo, passando

(CURA MAGNIFICADA)

VAI APRENDER: Ferramentas práticas e técnicas de acupressão para se curar e libertar o sue corpo de dores físicas, emocionais e mentais, enquanto entende a Linguagem das Emoções com as técnicas transmitidas durante o workshop. Está incluída uma avaliação com um óleo sagrado egípcio. Limpa o carma e as emoções obsoletas. Torne-se o seu próprio curador e aprenda uma nova e poderosa técnica de cura. Os óleos egípcios estarão disponíveis para venda aos participantes.

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DE INÍCIO É O BARRO. TERRA E ÁGUA. HÚMUS E PÓ QUE SE TRANSFORMAM EM LAMA. ARGAMASSA PRIMORDIAL MOLDADA POR MÃOS HUMANAS. PERCORRIDOS OS MILÉNIOS DA HISTÓRIA, ATRAVESSADAS VÁRIAS GEOGRAFIAS, NADA MUDA. ESTE É SEMPRE O PRINCÍPIO. 48

E é por aqui, trabalhando na preparação da terra, em Aljezur, que os operários começam a construir um conjunto de novas casas em taipa – sob a supervisão do arquitecto Henrique Schreck, o autor do projecto. O caminho que leva ao local da construção é um trilho poeirento, recentemente rasgado, um ermo perdido no Parque Natural do

Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. Com uma paisagem de mato a perder de vista e um carácter ainda selvagem. Apenas tocado ao longe por um conjunto de geradores eólicos. Naquele local retirado da estrada, bem no alto do planalto, sente-se a presença constante do vento, ondulando os


O trabalho mecânico prolonga-se por largos minutos. O operário avança e recua sob o monte de terra castanha. Molha-a um pouco mais. E volta à carga. Dando voltas, repassando uma e outra vez. Com as suas pás metálicas, a moto cultivadora executa, em pouco tempo, todo o trabalho que um homem fazia durante uma jorna inteira. E fica bem feito – palavra de quem constrói em terra há muito anos.

matos e as folhas das escassas árvores. Quando o operário liga o motor da motocultivadora, uma espécie de arado mecânico que usa para revolver a terra e misturar bem a água, a argila e as pedriscas, o seu ronco sobrepõe-se aos sons da Natureza. Abafa o chilrear das aves e o canto dos grilos e das cigarras.

Quando os companheiros necessitam da matéria-prima, usa-se o tradicional carrinho de mão para a transportar. No cimo dos taipais, outros dois operários aguardam a chegada da terra solta. Só então dão mostras da sua arte. Posicionam-se sobre as pranchas de madeira do taipal e começam a calcar a terra com o pilão – um instrumento de madeira que serve para comprimir a mistura que, depois de seca, origina a taipa.

O som das batidas regulares do pilão na terra ecoa por toda a obra. Dá ritmo ao trabalho. Inspira. E, ao fim de um certo tempo, dá indicações ao operário que a terra está no ponto certo de compressão e que pode receber uma nova camada. Quando o taipal fica pleno, os homens param de bater. Retiram as madeiras e voltam a colocá-las ao lado ou em cima de um bloco de taipa já concluído. A taipa vai avançando, desenhando a estrutura da casa, ao estilo de peças de lego que se entrecruzam – para dar mais solidez. E, então, inicia-se um novo ciclo. Os homens batem com vigor, por vezes insistindo com o pilão no mesmo ponto. Outras vezes avançam e recuam ao longo do taipal. Como se aquele saber estivesse entranhado nos seus músculos. Como se praticassem este antigo ofício desde tenra idade. O que, na verdade, não sucede: “Nenhum de nós tem formação em taipa. Tem sido com os an49


tigos, com quem falamos nas aldeias, que acabamos por aprender. Eles até nos mostram as ferramentas que utilizavam antigamente. E depois temos os arquitectos, claro, que vêm cá ver a obra e nos explicam como devemos proceder”, diz Mário Balbino, o encarregado da obra. À volta da obra, abundam as pedras de xisto. Muitas são retiradas para o lado, formando pequenos montículos que, mais tarde, podem ser usadas na construção de muros. Henrique Schreck pega numa dessas pedras, roda-a lentamente nas suas mãos. “Este xisto é o resultado da compressão da terra sobre a terra. Um trabalho que a Natureza demorou milhões de anos a fazer”, diz. Depois avança para a parede de taipa e conclui o seu pensamento: “Nós também estamos a fazer uma pedra. Enorme e com a forma que pretendemos, mas uma pedra ainda assim. Acelera-

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mos o trabalho da Natureza sem o desvirtuar. A Natureza é o grande mestre”.

sua discreta oficina, perto do centro de Évora, ocupa cerca de 600 metros quadrados.

OS ADOBES DO ALENTEJO

Com os adobes começa-se, tal como nos outros tijolos, pela massa, pela mistura da argila com as areias. E, se for caso disso, ainda se juntam pedaços de cortiça ou palhas. A consistência certa é obtida sentindo o barro com as mãos, valendo-se da experiência. Quando estão a ser feitos, o barro espalha-se por todo o lado. Penetra em todos os poros. Dissemina-se pela oficina. Salta das mãos para o corpo dos homens, aparece nos recantos da bancada de trabalho, nos pontos mais distantes do estrado. Até no pêlo do cão, que deambula por ali. Os dedos de António Paulo massajam o barro com gosto. Empurram-no para o interior da forma, para que ocupe todos os recantos do objecto metálico.

Arcaicos e toscos. Maciços. Raramente se encontram dois exactamente iguais. São assim os adobes - quando comparados com os modernos tijolos. Rectangulares, idênticos como gotas de água, cor de laranja, os tijolos que tão bem conhecemos são a evolução natural e industrializada dos antigos adobes. Hoje em dia, quase não se fazem. Já pouco se fabricam. Apenas num ou noutro local e só por encomenda. Os entendidos passam, de boca em boca, o nome e o contacto de quem ainda domina este saber – e aqueles que necessitam de adobes acabam por lá chegar. É assim que se ouve falar de António Paulo, dono do telheiro “O Gaio. A


O TABIQUE QUE RESISTE AOS SÉCULOS De um lado, a imponência do Mosteiro de Salzedas – onde as pedras guardam a história de vários séculos. Pedras de granito, duras e enegrecidas pela passagem inexorável do Tempo. Pedras que resistiram a guerras e escaramuças, que assistiram a fomes e a pestes. Do outro lado da estrada, separados por uma estreita faixa negra de alcatrão, uma curiosa e labiríntica teia de ruelas – um retrato fiel do que seria uma urbe medieval. Ao entrar aqui, neste pequeno povoado, parece que recuamos no tempo. As casas também são em granito, mas apenas no piso térreo ou até ao primeiro andar. A partir daí, entra-se no território do tabique. As paredes foram construídas com grelhas de madeira e o seu interior foi preenchido com terra e palhas. É um dos locais emblemáticos, no norte de Portugal, onde esta técnica de construção foi usada e ainda sobrevive.

Antigamente, os adobes eram colocados nas eiras a secar. Chegavam-se a fazer castelos com eles, empilhando-os uns sobre os outros, para ocuparem menos espaço e para permitir uma acção mais eficaz do calor e das brisas de Verão. Ao fim de quatro dias estavam secos e prontos a serem usados. No telheiro de António Paulo é um pouco diferente. Os adobes, desde que surjam encomendas, podem ser feitos em qualquer altura do ano. São colocados à sombra nos dias quentes e, quando a

humidade impera, usam-se umas ventoinhas de ar quente para acelerar a secagem. Depois de secos, os adobes têm de ser canteados. Ou seja, há que aparar os cantos e raspar as impurezas que se tenham colado à terra. Uma operação lenta, feita um a um, com uma faca comprida. António Paulo não esconde o seu prazer na realização de cada uma destas tarefas e o orgulho que sente ao calibrar um adobe na sua mão: “Está perfeito e pronto a usar”.

As madeiras das casas prolongam-se pelos balcões superiores, pelas varandas e por curiosos passadiços, que dão passagem de umas habitações para as outras. Mas estas não são as únicas características insólitas. As cerca de 40 casas estão também unidas por passagens interiores e vários postigos de vigia. E isso sucedia porque os ocupantes deste bairro seriam judeus e constituíam uma espécie de família alargada, unidas por cumplicidades várias, que buscavam refúgio e segurança à sombra do grande mosteiro. Hoje em dia, as ruínas invadiram o bairro. Como uma maleita contagiosa e sem cura. Onde o mau gosto e a corrupção aviltante dos materiais dominam. Em várias habitações, por exemplo, as paredes estão protegidas por umas folhas inestéticas e onduladas de

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ARQ. HENRIQUE SCHRECK

das paredes de tabique fica à vista de todos e muito vulnerável. Daí até ao aparecimento dos remendos, como as ardósias ou as chapas pintadas, foi um pequeno passo.

zinco. O sistema de esgotos seria do mais rudimentar que havia, com os canos a descerem dos segundos andares até umas valas abertas no chão. Aqui e ali, avistam-se os fios eléctricos que ainda ligam os escassos candeeiros de iluminação pública, dando testemunho recente da electrificação do povoado. Noutras casas ainda são visíveis os resquícios da cal branca que protegia as paredes, por vezes com as ombreiras marcadas a cor, como o azul, ou cober52

tas por lâminas negras de xisto. Muitas janelas eram em guilhotina, com os vidros ainda intactos. Mas essas seriam as mais recentes, pois as outras eram simples portadas de madeira. Infelizmente, todo este património cultural e arquitectónico está, irremediavelmente, a perder-se. Como deixaram de ser caiadas, o revestimento das paredes exteriores desapareceu. E sem essa camada protectora, o esqueleto

Este pequeno núcleo urbano, que se degrada quotidianamente, precisa de uma salvaguarda urgente. Para dar mais condições de vida às pessoas que ainda aqui habitam. Mas também porque é um património nacional único. Com um importante valor documental e histórico. A preservação, para memória futura desta antiga tecnologia construtiva, pode ainda revelar-se muito actual: os materiais usados são amigos do ambiente, valorizam os recursos locais e ajudam a preservar um saber útil e definidor da nossa identidade nacional.


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Plantas medicinais

A malva

na saúde do cão texto // Dinora Xavier Veterinária Holística

A MALVA É UMA PLANTA ORIGINÁRIA DA EUROPA E DA ÁSIA COM VASTA UTILIZAÇÃO NA MEDICINA POPULAR E TRADICIONAL PORTUGUESA E EUROPEIA. VAMOS CONHECER OS FUNDAMENTOS DA SUA UTILIZAÇÃO NO CÃO. A FAMÍLIA MALVACEAE INCLUI 75 GÉNEROS E 1000 ESPÉCIES QUE INCLUEM ERVAS, ARBUSTOS E ÁR54

VORES CONHECIDAS, INCLUINDO DESDE A PLANTA DO ALGODÃO A OUTRAS ORNAMENTAIS COMO OS HIBISCOS. (FOREY, 1992). DESTES, O GÉNERO BOTÂNICO QUE NOS INTERESSA TERAPEUTICAMENTE É A MALVA, TAMBÉM USADO COMO NOME VULGAR DE DIVERSAS ESPÉCIES DE PLANTAS. AS SUAS FOLHAS SÃO ALTERNADAS, LOBA-

DAS E PALMADAS, COM PECÍOLOS COMPRIDOS E ARREDONDADAS. A PLANTA PODE MEDIR DE 10CM A 40CM DE ALTURA (HASELBACH, 2008). AS FLORES MEDEM DE MEIO A 5 CM, COM CINCO PÉTALAS CUJA COR VARIA ENTRE ROSA, LILÁS E BRANCO. ALGUMAS ESPÉCIES SÃO COMESTÍVEIS, INCLUINDO OS SEUS FRUTOS.


HABITAT E DISTRIBUIÇÃO A malva é uma planta bienal originária da Europa e da Ásia, mas também naturalizada na América e na Austrália. É fácil encontrá-la em campos silvestres e beirando caminhos e percursos pedestres (Cunha, 2011). A sua distribuição é tanto rural como urbana na ocorrência espontânea, sendo possível observá-las mesmo no centro de cidade como Lisboa e Porto.

PRINCIPAIS CONSTITUINTES DAS PARTES UTILIZADAS As principais partes da planta da malva utilizadas com fins terapêuticos são a flor e a folha, principalmente pela presença de mucilagens, em quantidades mais apreciáveis na flor do que na folha, de antocianósidos na flor e de bioflavonoides, taninos e sais minerais em particular na folha.

QUAIS AS FUNÇÕES TERAPÊUTICAS DOS SEUS CONSTITUINTES? As mucilagens são os principais constituintes activos da malva. Mucilagens são açúcares complexos que, por hidrólise (uma reacção química onde intervém a água) originam açúcares mais simples como a ramnose, glucose e a arabinose. Estas mucilagens apresentam como actividade farmacológica uma acção anti-inflamatória e protectora das mucosas (Cunha, 2011).

INDICAÇÕES E UTILIZAÇÕES TERAPÊUTICAS NO CÃO No cão a malva pode ser utilizada em uso interno como emoliente e anti-inflamatório em doenças do trato respiratório como laringite, bronquite e traqueobronquite, facilitador da expectoração e diminuidor do estado infeccioso. Também em afecções gastroin-

testinais como a gastrite pelas acções gastro-protectora e anti-inflamatória, em uso interno. As mucilagens apresentam também uma acção hipoglucemiante podendo ser usadas no controlo dos níveis de glicemia (açúcar) no sangue. Externamente pode ser utilizado nas inflamações da pele e das mucosas (Cunha, 2011).

FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO NO CÃO Em uso interno pode usar-se sob a forma de infusão colocando folhas ou flores em água quente ou em xarope a 5 por cento de extracto fluido. No uso externo pode usar-se por cozimento das partes da planta utilizadas em água, que depois se aplica localmente e para lavagens da pele e das mucosas.

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Um dia na Vida de uma Defensora dos Animais Texto // Ana Isabel Neves O dia começa cedo: a Regina apanhou dois gatinhos na rua, e já está outra em casa da Cristina, doente, que precisa de ser vista pelo veterinário. A hora marcada na Associação Zoófila para entregar estes três gatinhos é 9. Meia hora mais tarde chegam dois outros gatinhos que foram adoptados e que vão ser esterilizados. A Cristina faz questão de estar presente para os ver. Aliás, faz questão de conhecer todas as pessoas que adoptam gatinhos dela. Precisa de saber que vão ficar bem entregues e que vão ter mimos e boas condições de vida. Em casa dedicou uma divisão para os nove gatinhos que vivem com ela. Cada um tem a sua personalidade e preferência. Os gatinhos que estão de passagem, que são muitos, às vezes juntam-se a esta grande família. Outras vezes têm de ser separados, seja porque estão doentes seja porque vêm muito assustados para conseguir estar com os outros à vontade. Para isso a Cristina criou uma colónia. Mantém sozinha, com alguma ajuda de amigos, um espaço onde alberga 56

os animais que já não podem estar em sua casa. Os que estão em situação crítica, doentes ou em recuperação, mantém-nos com ela. Foi o caso da Mónica, a gata paraplégica. A Cristina organizou vários eventos de angariação de fundos e conseguiu juntar dinheiro suficiente para lhe comprar uma espécie de cadeira de rodas. Isso devolveu a alegria à Mónica que voltou a mexer-se e a brincar. Outro caso preocupante foi o do Joca que caiu de uma varanda e partiu as duas patinhas da frente em vários sítios. A radiografia mostrava uma recuperação difícil mas com a competência do veterinário e a paciência da Cristina, o Joca recupera em alguns meses. A Cristina explica, com detalhes clínicos, tudo o que se passou. Aliás, a Cristina sabe tanto da saúde de gatos como um veterinário. Conhece os medicamentos, para que servem e como se dão. Conhece tratamentos e doenças e sabe em que casos vale a pena insistir e em que casos só um golpe de sorte pode ajudar.

Às 8h45 a pessoa que adoptou os dois gatinhos que vão à esterilização liga. Foram apanhados na rua, não gostam da transportadora e a dona é inexperiente. Não os consegue apanhar. Para a Cristina isso não é problema. Oferece-se logo para ir lá a casa. A manhã estava mesmo dedicada a acompanhá-los. Em cinco minutos estão os dois na transportadora e apesar das duas horas de atraso, ainda dão entrada a tempo de fazer a esterilização no mesmo dia. A dona vem preocupada. Parece uma operação desnecessária e que pode ter riscos. A Cristina tranquiliza-a: há muitas vantagens em esterilizar os gatos, em especial as fêmeas. Evitam-se doenças e tumores que são muitas vezes causa de morte. Na Associação Zoófila toda a gente conhece a Cristina e trata-a com o carinho que ela merece. Uma vida dedicada a salvar animais tem destas coisas e, felizmente, para os animais existem pessoas como a Cristina.


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Entrevista à antropóloga Catarina Casanova

Conservar os primatas para ajudar as pessoas Texto // Paulo Caetano

UM GRUPO DE INVESTIGADORES PORTUGUESES, ONDE ESTÁ A ANTROPÓLOGA CATARINA CASANOVA, VIVE LONGAS TEMPORADAS NA GUINÉ-BISSAU. O SEU OBJECTIVO É CONCILIAR OS INTERESSES E NECESSIDADES DE TODOS OS QUE VIVEM NA FLORESTA, SEJAM HUMANOS OU ANIMAIS. 58

Quando viajou pela primeira vez para a Guiné-Bissau, no início deste século, Catarina Casanova não sonhava que aquelas florestas e mangais seriam uma espécie de segunda casa. Um lar ancestral que a acolhe sempre que a antropóloga portuguesa precisa de regressar às raízes. Não às suas raízes, mas às da Humanidade: “Apesar de toda a instabilidade do país, sinto-me bem aqui. No meio da floresta, com as pessoas e os outros animais, sem muitas das comodidades que nos acompanharam durante toda a vida…”. O seu primeiro objecto de estudo – e de preocupação – foram os chimpanzés que

ainda sobreviviam nas florestas equatoriais da Guiné-Bissau. Com o Projecto Dari, Catarina e os restantes companheiros de investigação queriam conhecer as populações de chimpanzés e estudar o seu comportamento. Saber que ameaças pairavam sobre esta espécie tão preciosa e próxima dos humanos. Mas rapidamente perceberam que isso seria apenas uma gota de água. Uma missão impossível, uma vez que os chimpanzés não viviam isolados numa “bolha” da floresta. Estes grandes símios partilhavam territórios com diversas comunidades humanas e com muitas outras espécies, entre os quais os babuínos e os cólobos.


existem investigadores a estudarem os diferentes grupos étnicos que vivem na floresta, a gestão que fazem dos recursos naturais e como percepcionam a fauna e a flora. Além disso, equipas especializadas em genética, etologia e ecologia dedicam-se ao estudo dos chimpanzés, dos cólobos e dos babuínos. “Temos trabalhos de campo contínuos em diferentes áreas científicas.

Com o passar dos meses e conforme as investigações avançavam no terreno, os cientistas portugueses perceberam que, para fazerem a diferença, tinham de alargar os seus objectos de estudo e aumentar as áreas disciplinares. “Começámos por estudar os chimpanzés e, em 2007, eu e a minha colega já falecida Cláudia Sousa fizemos um levantamen-

to exaustivo pelo país”, recorda Catarina Casanova, que logo adianta: “Acabou por se tornar evidente que, para ser eficaz, o Projecto Dari tinha de estudar também outras espécies, entre os quais os seres humanos”. Em resultado dessa evolução natural, hoje em dia, no âmbito deste projecto,

Sabemos o que existe na Guiné-Bissau, onde existe e que ameaças pairam sobre o património natural. E todo este trabalho só foi possível graças ao financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), à colaboração com o nosso parceiro local, o Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas e Comunidades Locais da Guiné e ao contributo de várias empresas e outros parceiros”. O manancial de resultados é considerável. E o conhecimento torna-se, para Catarina Casanova e restantes investigadores, uma responsabilidade. Como diria um filósofo que a antropóloga 59


portuguesa muito preza, já não chega interpretar a realidade, há que agir sobre ela. “O desafio que está perante nós é imenso. Como podemos salvar as diferentes espécies e, simultaneamente, responder às necessidades das populações locais?...”, questiona-se. A resposta não é fácil, nem imediata. O mais urgente é, para Catarina Casanova, combater o discurso dominante sobre a mercantilização da Natureza. Até à década de 80 ainda existia, neste locais mais recônditos, troca directa de produtos, sem recurso às moedas. Mas, com a entrada em força da globalização nas vidas das comunidades locais, tudo isso mudou. Tudo passou a ser convertível em dinheiro e, ainda pior, as prioridades começaram a ser distorcidas, criando-se necessidades artificiais. E a antropóloga dá um exemplo: “Antigamente, os agricultores que tinham pomares na floresta sabiam que perdiam um terço da sua produção para os animais que viviam nessa mesma floresta. Afinal de contas, o pomar estava no meio do terri60

tório de várias espécies que necessitam de frutos para sobreviverem. Hoje em dia, pelo contrário, olham para laranjas e vêem dinheiro. Porque os ensinaram a olhar para a natureza e ver exactamente isso: dinheiro”.

Ou seja, a realidade que os investigadores portugueses encontram, actualmente, é muito dura. Existe um conflito agudo entre os humanos e os animais selvagens, uma competição férrea por recursos naturais que são limitados – e


distribuição dos chimpanzés já foi mais vasta, incluindo o norte do país”, explica. Os investigadores portugueses estimam que, em todo o território, podem existir cerca de 600 indivíduos (uma estimativa bastante generosa) – mas a tendência é de descida. E esse não é único problema: “Existe um desequilíbrio grande no rácio dos sexos, com comunidades a apresentaram mais machos do que fêmeas. Isto acontece por causa da caça selectiva. As fêmeas são muito abatidas, para se roubarem as crias, que depois são vendidas como animais de companhia. Uma prática ilegal, mas ainda muito comum”. Um outro problema, grave e premente, é o dos babuínos. Do ponto de vista da preservação da espécie, a situação é já quase insustentável. O que muito preocupa Catarina: “Estão a comer babuíno até à extinção. Em Bissau a carne deste primata é mais cara do que a carne de porco ou de vaca e, mesmo assim, a sua procura aumenta”, denuncia.

que sempre foram partilhados, de forma pacífica e sustentável, ao longo de séculos. E os resultados estão à vista: a floresta é destruída para se aumentarem as monoculturas do caju, as árvores são derrubadas e queimadas para se plantar arroz de sequeiro. Em consequência destas acções, os ecossistemas são ameaçados, a biodiversidade desaparece e as populações rurais perdem as fontes locais de alimentação, tornando-se dependentes do dinheiro e das cidades. “Para travarmos, ou mesmo invertermos, esta situação é necessário voltar a apostar nas práticas e culturas tradicionais. Que, ainda por cima, estão melhor adaptadas ao ecossistema e são bem mais produtivas – como é o caso

das bolanhas, as plantações de arroz no tarrafe”, defende Catarina Casanova, que acrescenta: “A Guiné-Bissau está entre os maiores produtores mundiais de caju, mas limita-se a exportar a castanha sem processamento e sem mais-valias. Este tipo de monocultura é muito dependente das variações do mercado e não traz nenhum benefício directo às populações rurais do ponto de vista alimentar”. Neste momento, uma das principais preocupações da investigadora portuguesa é a conservação de diversos núcleos de chimpanzés. “Actualmente, as comunidades de chimpanzés estão localizadas a sul do Rio Corubal, mas a

Catarina ainda se lembra quando, há poucos anos, se embrenhava na floresta e logo se avistavam babuínos. Ou se ouviam claramente as suas vocalizações. Nada disso acontece agora: “Podemos andar dias no mato e nem os vemos. Só ouvimos os estampidos dos tiros, de manhã à noite”. Se nada se fizer, entre o consumo local e o tráfico de carne para as cidades e países vizinhos, os babuínos estão condenados. Mas nem tudo é sombrio nas matas da Guiné-Bissau. Catarina Casanova e os outros investigadores do Projecto Dari estão entusiasmados com as descobertas – que vão ser relevadas, em breve, em revistas científicas. A investigadora apenas garante que se registaram comportamentos muito interessantes e acredita que, para os próximos anos, o Projecto Dari irá continuar a marcar a antropologia e a ciência portuguesa.

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O Velho do Café POR ANA ISABEL NEVES

Sempre gostei de coçar a barba. Quer dizer, com a minha idade, é claro que a sensação não é a mesma de aqui há alguns anos atrás. Mas sabe-me bem. Fecho os olhos e é como se alguém me afagasse a cara. Aqui, na minha mesa do café, junto à janela que dá para a rua, se fechar os olhos nos dias de sol e afagar a cara, é como se voltasse a sentir alguma coisa. Alguma coisa boa. Como se voltasse a ser querido por alguém. Alguém a querer-me. Fecho os olhos e faço como os gatos a sorrir ao ar pelo calor trazido pela brisa. E que bem que me sabe ser coçado no pescoço… Não sei bem dizer quando é que a minha barba negra, farta e farfalhuda foi substituída por estes pelos cinzentos, tortos e espalhados na cara como pontas de arame cortado, por aqui e por ali. Mas acho graça que tenham evoluído em direcção inversa a mim: mais anos, menos barba. E sabe-me bem que assim seja. Contam como medida da minha vida, que já vai longa e se aproxima do fim. Em breve terei a cara lisa, sem pelos… quem sabe se voltarei a ser um bebé…

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No tempo em que estes pelos eram sinal de viço e vida, não havia mulher que não lhes quisesse pôr a mão. Serviam de almofada fofa depois do amor. As mulheres repousavam a cara na minha barba e o corpo nu na minha grande barriga redonda, e dormiam. Com o passar do tempo, só a minha Teresa continuou a querer afagar-me a barba. Duvido que com o estado em que estão hoje, a Teresa ainda se impressionasse com ela. Felizmente que já não está viva para ver este triste espectáculo ou mandar-me-ia cortá-los. Sempre foi pela tábua rasa a minha Teresa. Nunca gostou de pontas soltas nem de coisas fora do sítio. Também não gostaria de me ver assim, a passar os dias à janela do café, a bebericar aguardente como os velhos do nosso tempo. Agora sou eu um desses velhos. E percebo de que sorriam os velhos quando eu era novo. Não há nada que provar. Nada que fazer. Provavelmente também eles esperavam alguma coisa. Como eu espero. Espero ir ter com a Teresa. E quanto menos barba tiver, mais próximo dela estarei.


Coelho Branco Temos de recuar a 1967 para encontrar a origem desta “good and oldie”, o maravilhoso White Rabbit dos Jefferson Airplane, que ainda hoje soa a mistério surrealista. Em que pedra tropecei para ressuscitar esta memória de um tempo em que eu ainda nem existia? Bom, as oportunidades surgem quando menos esperamos e recentemente, a pedido de uma amiga, dei por mim a escrever uma adaptação do conto “Alice no país das maravilhas” do Lewis Carroll. Mais interessante ainda, o desafio foi escrever um monólogo sob o ponto de vista da Rainha de Copas. O que será que ela sente? Como é que as peripécias da Alice são percepcionadas por ela? A minha dificuldade foi a de ouvir a voz de alguém com quem, naturalmente não simpatizo. (Como podemos gostar da irritante e temperamental Rainha de Copas que manda cortar a cabeça a todos?) Fez-me reflectir no meu dia-a-dia e em todas as pessoas que me “irritam” ou que são “parvas”. Qual será o ponto de vista delas? À medida que ia escrevendo, não podia deixar de me lembrar desta música. Quanto mais clara a minha Rainha de Copas se

ia tornando, mais o mundo de fantasia estranha mas infantil e segura da Alice se ia esbatendo, dando lugar a um novo espaço cheio de conflitos interiores e coisas por resolver. Porque ninguém nasce mau ou a saber mandar cortar cabeças. Dei por mim num mundo irracional e perigoso (todos os mundos comandados por personalidades egóicas e descontroladas são perigosos). Esta perspectiva enegrecida do mundo da Alice, mais vertiginosa e volátil, é acompanhada na perfeição pela música dos Jefferson Airplane. Mais curioso ainda é que, embora invoque o mundo da Alice, com o seu coelho a correr e a lagarta fumadora, o tema da música é na realidade um protesto contra a guerra no Vietnam (os homens no tabuleiro de xadrez a darem ordens, e tu alheado da realidade). Um protesto contra os poderosos egóicos e descontrolados que mataram a lógica e a proporção. E de repente, ocorre-me que talvez a Rainha de Copas que eu “vi” na minha adaptação, não tenha saído do mundo do Lewis Carroll, mas do mundo (sur)real em que todos vivemos…

“WHITE RABBIT”

BY JEFFERSON AIRPLANE

One pill makes you larger And one pill makes you small And the ones that mother gives you Don’t do anything at all Go ask Alice When she’s ten feet tall And if you go chasing rabbits And you know you’re going to fall Tell ‘em a hookah-smoking caterpillar Has given you the call Call Alice When she was just small When the men on the chessboard Get up and tell you where to go And you’ve just had some kind of mushroom And your mind is moving low Go ask Alice I think she’ll know When logic and proportion Have fallen sloppy dead And the White Knight is talking backwards And the Red Queen’s off with her head Remember what the dormouse said Feed your head Feed your head

Texto: Ana Isabel Neves 63


Escrita biográfica

Um projecto real ao alcance de todos texto // Christtele Rodrigues

As obras biográficas representam hoje em dia um género literário dominante. Se consultarmos os catálogos dos editores ou percorrermos as estantes das livrarias, apercebemo-nos que este tipo de escrita mais intima (biografias, autobiografias, livros de memórias, testemunhos, diários, fotobiografias, livros de viagem, etc.) tem vindo a assumir um lugar de destaque. Independentemente das autobiografias literárias produzidas por escritores aclamados, vemos crescer o surgimento de (auto)biografias de personalidades mediaticamente conhecidas que partilham com o público a sua infância, assim como os acontecimentos 64

marcantes das suas carreiras. A edição livre e independente tem impulsionado também os anónimos a realizarem os seus próprios projectos editoriais, sendo hoje possível partilhar os seus escritos biográficos fora da indústria livreira. Para além da sua importância crescente, a escrita biográfica tem “contaminado” cada vez mais os outros géneros literários. Frequentemente avalia-se um romance, por exemplo, à luz da sua relação com a vida do autor, como se a ficção adquirisse maior interesse se encarada como uma autobiografia disfarçada, garante aparente de um crédito de verdade, ou seja, de valor.

Mas, o que é que motiva alguém a escrever a(s) história(s) da sua vida? São muitas as razões para a passagem ao acto: exercício de análise, desejo de partilha, necessidade de justificação, vontade de ressuscitar momentos do passado, etc. Tudo se resume ou está intimamente ligado aos destinatários da obra, ou seja para quem estamos a escrever. Encarada numa lógica de testemunho, a escrita biográfica dirige-se a um público, conhecido ou anónimo. Numa perspectiva contemplativa na qual a escrita assume uma função de espelho, a narrativa deixa de se destinar a


um público exterior, aproximando-se de uma escrita mais introspectiva (revisitar o passado) ou até terapêutica (libertar-se do passado). Uma coisa é certa, escrever sobre si mesmo constitui um desafio e tanto, mas a recompensa vale bem a pena, não só em termos do resultado final, mas também porque remete para um processo enriquecedor em que vestimos a pele de historiadores e arqueólogos das nossas próprias existências. A escrita biográfica tem poder porque nos transforma, ajudando-nos a tomarmos consciência do quanto somos autores das nossas vidas. Mas por onde começar? Que caminho trilhar? Como e em que moldes produzir este tipo de narrativa? No nosso dia-a-dia, na Monóculo, ajudamos as pessoas a escreverem sobre as suas vidas. Ao longo de mais de cinco anos ajudámos a realizar dezenas de obras (auto)biográficas. Apercebemo-nos que a síndroma da página branca não é ficção e que tal se prende, vezes sem conta, ao desconhecimento das regras basilares deste género literário. Ora, a nossa missão consiste precisamente em trazer essa luz, esse conhecimento e competência

aos que desejam embarcar na viagem única mas transmissível que é a escrita biográfica. Fazemo-lo através do acompanhamento personalizado de cada um, mas também pela via de oficinas de escrita e encontros em todos os cantos do país. Os motes para uma escrita biográfica, iniciados há poucos dias em Lisboa, com uma periodicidade mensal são um exemplo disso. Neles, exploramos e pomos em prática estratégias e

técnicas que permitem adquirir saber e saber-fazer, tomar maior consciência sobre o acto da escrita e o que ela nos traz, de forma despretensiosa e sobretudo divertida, ultrapassando receios e medos que não são mais do que construções mentais sobre este acto que é escrever sobre nós próprios. Contactos: www.monoculo.pt 65


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AULAS E TERAPIAS NA ASSOCIAÇÃO

PÉTALAS CÓSMICAS KIRYU: A ARTE DA HARMONIA E DA AUTO-CURA

Kiryu (Chi Kung) é uma arte externa e interna focada no fluir do sopro vital, do KI. É uma prática de movimentos não rectilíneos, executados em plena e profunda harmonia com a Natureza. É um encontro do praticante com a sua energia e com a energia de tudo o que o circunda.

PILATES

Este método de alongamento e exercício físico, que utiliza o peso do próprio corpo, baseia-se na anatomia humana e o seu objectivo é fortalecer os músculos que rodeiam e suportam o tronco. Melhora a postura, reduz o perímetro abdominal e promove uma maior consciência corporal.

YOGONG

Alia duas técnicas ancestrais: o Yoga e o Chi Kung que significa arte de manipular com êxito a energia. A técnica assenta as suas bases essenciais na prática de exercícios de recuperação de energia e da postura, contribuindo para a acalmia do ritmo cardio-respiratório do

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praticante, correcção de posturas, melhoria da concentração geral, aumento da auto-estima e gestão do stresse.

DANÇA ORIENTAL CLÁSSICA

Muito mais que o estereótipo da bailarina despida que faz tremer a barriga para seduzir os homens, a dança oriental é uma celebração do divino feminino que permite às mulheres tomarem consciência do corpo e exprimirem naturalmente a sua graça, com alegria e um toque de provocação. A dançar aprendese técnica, sentido do ritmo, um pouco da cultura árabe.

KUNDALINI YOGA

Trata-se de uma prática extremamente completa que concilia as componentes físicas e espirituais que nos constituem.Numa prática de Kundalini Yoga teremos, sempre, um ou mais pranayamas (exercícios respiratórios), um ou mais focos específicos de olhar, ásanas (posturas físicas, dinâmicas ou estáticas), mantras (sons específicos cujas vibrações harmonizam o nosso Ser) e Meditação.

YOGA INTEGRAL

A prática do yoga actua a todos os níveis do ser humano: físico, mental e emocional e pode ser praticado por pessoas de todas as faixas etárias. O yoga percorre todo um conjunto de técnicas que alongam o corpo, massajam os órgãos internos e as glândulas do sistema endócrino, coordenam o sistema respiratório com o corpo físico, relaxam a mente e os músculos, estimulam a circulação, aumentam a provisão de oxigénio em todos os tecidos, a vitalidade e promovem a purificação do organismo.


RUA TEIXEIRA DE PASCOAIS, 21A/B // 1700-364 LISBOA // TEL: 211 561 754 // 929 084 049 // yogamilpetalas@gmail.com

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FOTOGRAFIA: JOSÉ AFONSO

Medicina Tradicional Massagem Numerologia de Relaxamento Chinesa Mapa Angélico Kiatsu Osteopatia Mesa Radiónica Massagem Terapêutica Terapia dos Pares BioA espiritualidade Dien Chan magnéticos dos animais Multireflexologia Reiki EMF / Harmonização Lifting Facial do Campo ElectromagReiki com Cristais Auriculoterapia nético Humano Massagem Ayurvédica Aconselhamento Operação / Iniciação Massagem Tui Na Alimentar do Timo (terapia pleiadiana) Shiatsu Método Chan’beauté Rosa do Coração (terapia pleiadiana) Drenagem Linfática Hidrolinfa Magnified Healing Massagem de Som com Astrologia Regressão com Reiki Taças Tibetanas Leitura da Aura


AGENDA | PÉTALAS CÓSMICAS JUNHO QUINTAS-FEIRAS | das 19 às 22 Curso de Leitura da Aura (módulo IV) DIA 3 | das 19.30 às 21.30 Conexão Cósmica em Linguagem de Luz Com Isa Rodrigues e Carlota Rente DIA 4 | das 15.30 às 18.30 Atelier de Mandalas Com Carla Marcelo DIA 4 | das 15. 30 às 18 Abençoar a Casa Com Sandra Saradesi DIA 7 | das 19.30 às 22 Palestra Coaching Com João Lima e Vanda DIA 7 | das 19.30 às 22.30 Espiritualidade para Principiantes (I módulo) Com Sandra Saradesi DIA 8 | das 19.30 às 22.30 Círculo de Cura A Magia dos Anjos Belvaspata Com Sandra Saradesi DIA 10 | das 9 às 13 Curso Vibratório de Psicologia Quântica (VI módulo) Com Gisela Graça

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DIAS 11 e 12 | das 10 às 18 Curso: The Money Clinic Com Deborah Epelman DIA 13 | das 19.30 às 22.30 Espiritualidade para Principiantes (II módulo) Com Sandra Saradesi DIA 14 | às 19.30 Palestra com Inês Rodrigues O Souza DIA 17 | às 19.30 Cerimónia de Cura | Magnified Healing Com Inês Rodrigues O Souza DIAS 18 e 19 | das 9.30 às 18.30 Curso de Mesa Radiónica Com Inês Rodrigues O Souza DIA 20 | das 19.30 às 22.30 Espiritualidade para Principiantes (III módulo) Com Sandra Saradesi DIA 21 | das 14.30 às 18.30 Curso de Cristaloterapia (módulo VI) Com Marcos Cunha DIA 22 | das 19.30 às 22. Workshop Emoções Puras Com Sandra Saradesi DIA 25 | das 10 às 18 Curso de Jin Shin Jyutsu Com Artur Araújo

DIA 27 | das 19.30 às 22.30 Espiritualidade para Principiantes (III módulo) Com Sandra Saradesi DIAS 27 E 28 | das 10 às 18.30 Workshop de Alimentação Saudável Com Isabel Costa DIA 29 | das 19.30 às 21.30 Círculo de Cura com Anjos-Deuses Com Sandra Saradesi


JULHO QUINTAS-FEIRAS | das 19 às 22 Curso de Leitura da Aura (módulo IV) DIAS 2 e 3 | das 10 às 18 Workshop Meridianos e Óleos Com Sandra Saradesi DIA 4 | às 19.30 Yoga da Iluminação Com Sandra Saradesi DIA 9 | das 14.30 às 18.30 Curso Vibratório de Psicologia Quântica (VII módulo) Com Gisela Graça DIAS 9 e 10| das 9.30 às 18.30 Curso de Magnified Healing – I Nível Com Inês Rodrigues O Souza DIA 11 | às 19.30 Yoga da Iluminação Com Sandra Saradesi DIA 18 | às 19.30 Yoga da Iluminação Com Sandra Saradesi DIA 19 | das 14.30 às 18.30 Curso de Cristaloterapia (módulo VII) Com Marcos Cunha DIA 25 | às 19.30 Yoga da Iluminação Com Sandra Saradesi

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