Sintese_Resultados_PISA2009

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SÍNTESE DE RESULTADOS

FICHA TÉCNICA TÍTULO PISA 2009 COMPETÊNCIAS DOS ALUNOS PORTUGUESES Síntese de resultados AUTORES Anabela Serrão Carlos Pinto Ferreira Helder Diniz de Sousa EDIÇÃO GAVE – Gabinete de Avaliação Educacional Ministério da Educação Travessa Terras de Sant’Ana, 15 1250-269 Lisboa Director: Helder Diniz de Sousa EDIÇÃO GRÁFICA PRUDE – Interface Design Gráfico, Lda

Dezembro de 2010

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PISA 2009 COMPETÊNCIAS DOS ALUNOS PORTUGUESES


SÍNTESE DE RESULTADOS

ÍNDICE

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Apresentação

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O que é o PISA?

05

PISA 2009 – Nota técnica do estudo

05

Países participantes

06

Literacia de Leitura

06

Literacia Matemática

06

Literacia Científica

07

Resultados dos alunos portugueses

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Referências bibliográficas

PISA 2009 COMPETÊNCIAS DOS ALUNOS PORTUGUESES


SÍNTESE DE RESULTADOS

Apresentação Com a presente síntese pretende-se proporcionar, ao leitor interessado em avaliação educacional, uma descrição sinóptica dos resultados dos alunos portugueses no estudo PISA 2009, nos três domínios de avaliação, a saber, a literacia de leitura, a literacia matemática e a literacia científica, com especial enfoque na primeira, que corresponde ao domínio principal do ciclo em análise. Para além de uma descrição necessariamente sucinta do que é o Programme for International Student Assessment (PISA), incluindo os objectivos que visa alcançar, é apresentado um resumo da ficha técnica do estudo no que diz respeito ao nosso país.

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PISA 2009 O que é o PISA? O PISA é um esforço conjunto empreendido pelos seus participantes – os países membros da OCDE, assim como mais de 30 países parceiros1 – para avaliar em que medida os alunos aos 15 anos de idade estão preparados para enfrentar os desafios que se lhes deparam na vida futura. A avaliação do PISA tem como principal objectivo medir o conhecimento, as competências e as atitudes que reflectem mudanças em curso nos currículos dos vários países, indo além da abordagem escolar para a utilização dos conhecimentos em tarefas quotidianas. É uma avaliação baseada num modelo dinâmico de aprendizagem ao longo da vida em que novos conhecimentos e capacidades são necessários para uma adaptação bem sucedida num mundo em constante mudança. Organizado em ciclos de análise trienais, o PISA recolhe informação sobre conhecimentos específicos e competências dos alunos em três domínios fundamentais: leitura, matemática e ciências. Em cada um dos ciclos de avaliação é eleito um domínio principal – em 2000, literacia de leitura; em 2003, literacia matemática; em 2006, literacia científica e em 2009, literacia de leitura novamente. A par desta informação, o PISA recolhe ainda dados sobre a escola e o contexto dos alunos em casa, as suas estratégias de aprendizagem, ambientes de aprendizagem e sua familiaridade com computadores. O aspecto essencial do PISA é o de assentar numa avaliação incidindo nas competências que evidenciem o que os jovens de 15 anos sabem, valorizam e são capazes de fazer em contextos pessoais, sociais e globais. Esta perspectiva difere das que se baseiam exclusiva e exaustivamente nos curricula oficiais; no entanto, inclui problemas situados em contextos educativos e profissionais e reconhece o papel essencial do conhecimento, dos métodos, atitudes e valores que definem as disciplinas científicas. A expressão que melhor descreve o objecto de avaliação nas diferentes áreas no PISA é a de literacia (GAVE, 2007).

1. No ciclo de 2009 participaram 65 países.

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SÍNTESE DE RESULTADOS

Nota técnica do estudo Total de alunos: 6.298 alunos com 15 anos de idade Anos de escolaridade frequentados: 7.º ao 11.º ano de escolaridade Total de escolas participantes: 212 • Escolas públicas: 184 • Escolas privadas: 28 Amostra aleatória de escolas com base nas seguintes variáveis: • Explícitas: Região: NUT III • Implícitas: Tipologia da Escola: Escola Básica do 2.º e do 3.º Ciclo / Escola Básica do 3º Ciclo e do Ensino Secundário / Escola Secundária Natureza Institucional da Escola: Público/Privada Tipologia das Áreas Urbanas: AMU – área medianamente urbana; APR – Área Predominantemente Rural; APU – Área Predominantemente Urbana Amostra aleatória dos alunos: 40 alunos em cada escola

Países participantes

Países pertencentes à OCDE Alemanha Austrália Áustria Bélgica Canadá Chile Coreia do Sul Dinamarca Eslováquia Eslovénia Espanha

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EUA Finlândia França Grécia Holanda Hungria Irlanda Islândia Itália Japão Luxemburgo

Países não pertencentes à OCDE México Nova Zelândia Noruega Polónia Portugal Reino Unido República Checa Suécia Suiça Turquia

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Albânia Argentina Azerbeijão Brasil Bulgária Cazaquistão Colômbia Croácia Dubai (EAU) Estónia Hong Kong

Indonésia Israel Jordânia Liechtenstein Lituânia Letónia Macau Montenegro Panamá Perú Qatar

Quirguízia Roménia Rússia Sérvia Shanghai Singapura Taipé Tailândia Trinidad e Tobago Tunísia Uruguai


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Literacia de Leitura O PISA define literacia de leitura como a capacidade do indivíduo para compreender, usar, reflectir sobre e apropriar-se de textos escritos, de forma a alcançar os seus objectivos, desenvolver o próprio conhecimento e potencial e participar na sociedade (OCDE, 2010). Através desta definição é possível perceber que o enfoque da avaliação PISA está muito mais no uso de textos escritos no dia-a-dia dos alunos, do que no conhecimento explícito da língua, das suas características gramaticais, figuras de estilo, vocabulário, ou no domínio das referências culturais incorporadas nos textos. Neste sentido, o principal objectivo do PISA é mostrar em que medida os alunos, no final da escolaridade obrigatória, estarão preparados para fazer face às novas exigências da sociedade.

Literacia Matemática O PISA define literacia matemática como a capacidade de um indivíduo identificar e compreender o papel que a matemática desempenha no mundo real, de fazer julgamentos bem fundamentados e de usar e se envolver na resolução matemática de problemas da sua vida, enquanto cidadão construtivo, preocupado e reflexivo (OCDE, 2003). A avaliação da literacia matemática prende-se principalmente com o uso abrangente e funcional da matemática, com a capacidade de reconhecer e de formular problemas matemáticos em várias situações.

Literacia Científica A literacia científica refere-se: • ao conhecimento científico e à utilização desse conhecimento para identificar questões, adquirir novos conhecimentos, explicar fenómenos científicos e elaborar conclusões fundamentadas sobre questões relacionadas com ciência; • à compreensão das características próprias da ciência enquanto forma de conhecimento e de investigação; • à consciência do modo como ciência e tecnologia influenciam os ambientes material, intelectual e cultural das sociedades; • à vontade de envolvimento em questões relacionadas com ciência e com o conhecimento científico, enquanto cidadão consciente (OCDE, 2006). Trata-se assim de uma avaliação de competências, de conhecimentos, e de atitudes, tal como se apresentam ou como estão relacionados com os contextos. Ao seleccionar contextos, é importante recordar que o objectivo da avaliação consiste em avaliar competências científicas, compreensão e atitudes que os alunos terão adquirido terminada a escolaridade obrigatória.

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Resultados dos alunos portugueses Pela primeira vez desde o início do programa, em 2000, os alunos portugueses atingem pontuações que se situam na média dos desempenhos da OCDE, no domínio da literacia de leitura. Leitura Matemática Ciências

2006 472 466 474

2009 489 487 493

Dif. 17 21 19

A OCDE define três grandes grupos de países: países com desempenhos acima da média, na média e abaixo da média. Os países que em 2009 se encontram na média, juntamente com Portugal, são: Reino Unido, Alemanha, França, Dinamarca, Suécia, Irlanda e Hungria.

Coreia Finlândia Canadá Nova Zelândia Japão Austrália Holanda Bélgica Noruega Suíça Polónia Islândia Estados Unidos Suécia Alemanha Irlanda França Dinamarca Reino Unido Hungria Portugal Itália Eslovénia Grécia Espanha Rep. Checa Eslováquia Israel Luxemburgo Áustria Turquia Chile México

Média 539 536 524 521 520 515 508 506 503 501 500 500 500 497 497 496 496 495 494 494 489 486 483 483 481 478 477 474 472 470 464 449 425

S.E. (3,5) (2,3) (1,5) (2,4) (3,5) (2,3) (5,1) (2,3) (2,6) (2,4) (2,6) (1,4) (3,7) (2,9) (2,7) (3,0) (3,4) (2,1) (2,3) (3,2) (3,1) (1,6) (1,0) (4,3) (2,0) (2,9) (2,5) (3,6) (1,3) (2,9) (3,5) (3,1) (2,0)

Ordenação Países da OCDE Todos os países Superior Inferior Superior Inferior 1 2 2 4 1 2 2 4 3 4 5 7 3 5 6 9 3 6 5 9 5 7 8 10 5 13 8 16 7 10 10 14 7 14 10 18 8 17 11 21 8 17 11 22 9 16 12 19 8 20 11 25 10 21 13 26 11 21 14 26 12 22 15 27 11 22 14 27 15 22 18 26 15 22 19 27 13 22 16 27 18 24 23 31 22 24 27 31 23 26 30 33 22 29 27 37 24 28 30 35 24 29 31 37 25 29 32 37 26 31 33 40 29 31 36 39 29 32 36 41 31 32 39 43 33 33 44 44 34 34 46 49

Resultado acima da média da OCDE (estatisticamente significativo) Resultado na média da OCDE Resultado abaixo da média da OCDE (estatisticamente significativo)

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Entre 2000 e 2009, no ranking de países da OCDE, o nosso país passou do lugar 25 (entre 27 países) para o lugar 21 (entre 33 países), em literacia de leitura. Nos três ciclos anteriores, 2000, 2003 e 2006, os alunos portugueses tiveram desempenhos significativamente inferiores à média. Portugal é um dos países que mais progride nos três domínios: em leitura é o quarto país que mais progride (entre os ciclos de 2000 e 2009 – passa de 470 para 489); em matemática é o quarto que mais progride (entre os ciclos de 2003 e 2009 – passa de 466 para 487); em ciências é o segundo país que mais progride (entre os ciclos de 2006 e 2009 – passa de 474 para 493).

Leitura

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Matemática

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Ciências

A progressão observada resulta da redução da percentagem de alunos com desempenhos negativos (níveis 1 e abaixo de 1) e aumento das percentagens de alunos com desempenho médio a excelente (níveis 3, 4, 5 e 6). Em leitura, entre 2000 e 2009, diminui 8,7 pontos a percentagem de alunos com desempenhos de nível 1 e inferior a 1 e aumenta 7,5 pontos a percentagem de alunos com desempenhos de nível 3, 4, 5 e 6.

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Leitura – PISA 2000-2009

Na comparação dos resultados por níveis de desempenho dos países da OCDE, verifica-se que, entre 2000 e 2009, Portugal tem maior percentagem de alunos com desempenhos positivos e menor percentagem de alunos com desempenhos negativos. Portugal aproxima-se dos países com maiores percentagens de alunos com níveis de desempenho acima do nível 3.

Leitura – PISA 2000

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Leitura – PISA 2009

Em matemática, entre 2003 e 2009, diminui 7,5 pontos a percentagem de alunos com desempenhos de nível 1 e inferior a 1 e aumenta 8,4 pontos a percentagem de alunos com desempenhos de nível 3, 4, 5 e 6.

Matemática – PISA 2003-2009

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Em ciências, entre 2006 e 2009, diminui 7,8 pontos a percentagem de alunos com desempenhos de nível 1 e inferior a 1 e aumenta 7,8 pontos a percentagem de alunos com desempenhos de nível 3, 4, 5 e 6.

Ciências – PISA 2006-2009

Em literacia de leitura, por ano de escolaridade frequentado, as pontuações dos alunos portugueses são as seguintes: 7.º ano - 367 pontos (332, em 2000); 8.º ano - 408 pontos (375, em 2000); 9.º ano - 463 pontos (438, em 2000); 10.º ano - 533 pontos (532, em 2000); 11.º ano - 595 pontos (603, em 2000). Entre 2000 e 2009, assistiu-se a uma redução da percentagem de alunos de 15 anos a frequentar os 7.º, 8.º e 9.º anos de escolaridade: menos 3,6 pontos percentuais, no 7.º ano; menos 3,5 pontos percentuais no 8.º ano; menos 0,8 pontos percentuais no 9.º ano. No sentido oposto, registou-se, no mesmo intervalo de tempo, um aumento da percentagem de alunos com 15 anos no 10.º ano, que passa de 52,6% para 60,4%.

7º ano 8º ano 9º ano 10º ano 11º ano Total

Média 332 375 438 532 603 470

2000 % de alunos 5,9 12,5 28,7 52,6 0,2 100,0

Média 367 408 463 533 595 489

2009 % de alunos 2,3 9,0 27,9 60,4 0,4 100,0

Em literacia de leitura, as alunas portuguesas obtêm uma pontuação superior à dos alunos em 38 pontos (508 e 470 pontos, respectivamente). Em literacia matemática, verifica-se o oposto, obtendo os alunos melhores resultados (493 e 481, respectivamente). Em literacia científica, as alunas apresentam um resultado ligeiramente superior ao dos alunos (495 e 491, respectivamente). Em literacia de leitura e em termos geográficos, as diferenças regionais dos resultados não são acentuadas. Os resultados por NUT II são os seguintes: Norte – 488; Centro

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– 487; Lisboa e Vale do Tejo – 491; Alentejo – 471; Algarve – 474. Por NUT III, os resultados de Grande Lisboa e Grande Porto são, respectivamente, 506 e 501.

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Referências bibliográficas FERREIRA, Carlos Pinto (coord.) (2007), PISA 2006 – Competências Científicas dos Alunos Portugueses, Lisboa: GAVE OCDE (2003), Literacy Skills for the World of Tomorrow – Further Results from PISA 2000, Paris: OCDE Publishing OCDE (2010), Pisa 2009, Assessment Framework – Key Competencies in Reading, Mathematics and Science, Paris: OCDE Publishing OCDE (2006), Assessing Scientific, Reading and Mathematical Literacy – A Framework for PISA 2006, Paris: OCDE Publishing OCDE (2010), PISA 2009, Results: Executive Summary, Paris: OCDE Publishing OCDE (2010), PISA 2009, Results: What Students Know and Can Do – Student Performance in Reading, Mathematics and Science (Volume I), Paris: OCDE Publishing SERRÃO, Anabela (coord.) (2010), Para uma avaliação na Língua Portuguesa, Lisboa: GAVE

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