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UMA SESTA POR DIA… NÃO SABEM O BEM QUE NOS FAZIA!

É um costume tipicamente espanhol e italiano, mas muitas vezes - e fora dessas culturas - é visto como um hábito de pessoas mais preguiçosas, sem energia ou que simplesmente se tentam escapar a determinadas tarefas. Pois essa associação não podia estar mais erradabem, quanto à parte de ser uma maneira de se esquivarem de certos afazeres não podemos garantir…

Mas a verdade é que a sesta - ou um pequeno cochilo depois do almoço ou à tarde - pode mesmo não só ter benefícios para a nossa saúde como também melhorar o nosso rendimento no resto do dia.

Com o estilo de vida mais apressado que temos atualmente - em que 24 horas parecem ser cada vez mais insuficientes para realizarmos todas as tarefas que desejamos - percebemos que o hábito de tirar um tempinho para descansar após a refeição ou durante a tarde se tem vindo a perder - mas não devia, de todo! É claro que muitas pessoas não têm sequer hipótese de pensar em fazê-lo, mas nos casos em que tal é possível… é de aproveitar! Podem também fazê-lo durante o vosso tempo de lazer, no fim de semana ou férias: o importante é “recuperar o sono perdido”!

Diversos especialistas têm vindo a demonstrar os benefícios desta prática, que vão desde a melhoria da saúde cardiovascular e da memória de trabalho até uma melhor consciência de localização e fluência verbal. Por outro lado, está comprovado que a privação de sono pode estar na origem de diversos problemas, tais como diabetes, sonolência diurna, problemas de memória e até défice cognitivo.

Provas Dadas

Se precisam de mais “desculpas” para vos deixarem dormir a vossa sestinha em paz têm mesmo de continuar a ler este artigo. É que, na realidade, não faltam provas de que este é, realmente, um bom hábito. Podemos começar por referir que um grupo de investigadores da Escola Pública de Harvard (HSPH) e da Universidade de Atenas (UAMS), na Grécia, chegaram à conclusão que uma sesta de pelo menos 30 minutos, três vezes por semana, pode reduzir o risco de morte por doença coronária em 37% e atuar como um processo de libertação de stress. Além dissso, este período de descanso também promove o armazenamento de informações e prioriza a absorção de novos conhecimentos.

Pesquisadores do Hospital Universitário de Lausanne, na Suíça, também estudaram a sesta de mais de 3 mil pessoas durante cinco anos e concluíram que existe um risco significativamente menor de problemas cardíacos em pessoas que dormiam uma a duas setas por semana, em comparação com pessoas que não o faziam.

Já uma investigação da Universidade da Califórnia, que analisou a capacidade de aprendizagem de dois grupos distintos de jovens adultos - um que dormia a sesta e outro não -, concluiu que o sono bifásico faz com que não só consigamos recuperar do cansaço e refrescar a nossa mente, como também nos pode tornar numa pessoa mais inteligente!

Já o professor Richard Wisemen, da Universidade de Hertfordshire, coordenador de um outro estudo, estabeleceu relação entre sestas curtas e a autoperceção de felicidade - entre 1000 pessoas inquiridas, 66% relatram uma sensação de bem-estar e felicidade, depois de terem dormido até 30 minutos.

Um outro estudo, publicado na Science Direct concluiu que a sesta está associada a uma melhor consciência de localização, fluência verbal e memória de trabalho. Foram analisados mais de 2 mil chineses, que dormiram pelo menos cinco minutos durante o dia.

Finalmente, a European Society of Cardiology confirma os benefícios da sesta, reconhecendo a capacidade de reduzir a pressão arterial e a necessidade de medicamentos em adultos hipertensos.

DORMIR… MAS NÃO DEMAIS!

Apesar de todos os benefícios já enunciados, a sesta que devemos ou podemos fazer durante o dia deve durar entre 30 a 60 minutos - é que, segundo especialistas de Harvard, excedendo esse tempo podemos entrar em sono profundo, o que irá provocar confusão e indisposição ao acordar, e poderá também resultar em insónias à noite.

Para além disso, é importante ficar atento se as “sonecas” se tornam constantes no dia a dia e em vários períodos - tal pode ser sinal de que algo não está bem.

CADA CULTURA, SUA SENTENÇA

Se sobretudo na cultura europeia este hábito de dormir a sesta é, de certa forma, incentivado, tal não acontece - de todonoutros países, como é exemplo o Japão. Por lá, dormir em horário de trabalho é bastante mal visto.

Inês Barbosa

cultura | tradição | histórias | lugares

Aos S Bados 14h30

Adriana Marques

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