Porssogente

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— Entendi o que você quis dizer. — Desculpa. — Não, acho que você está certo. — Eu te amo. — Também te amo. — E, sabe, você pode, não tem problema você mudar de ideia. Eu me encostei em você, forte, como se tivesse esquecido por um instante como é ficar de pé. — Não vou mudar — falei, e era verdade. Mas era verdade ali. — Nunca vou mudar de ideia. Ficamos daquele jeito ouvindo a Joan fechar um armário e descer. Ed, é ridículo, mas eu também amava a Joan. E podia matar a maldita por não ter falado nada. Mesmo que, seja lá o que ela dissesse e eu ouvisse, eu não teria mesmo como imaginar. — Vou usar o Insta-Deluxe — ela falou para o Ed. — Lembra? A gente tem caixas de sapato cheias da gente nelas. Eu sei que é antiquado, nem devem fazer mais. Mas digital não parece bom o bastante para uma coisa dessas. — Eles ainda fazem — falei. — Voltou à moda uma época depois daquela cena no Revelação sinistra. Ela tirou a foto com o zumbido e as engrenagens daquela velharia. A foto saiu pela fenda, e ela começou a sacudir para aparecer mais rápido. — Então, quais são os seus grandes planos para a noite de sexta-feira? — ela nos perguntou, sacudindo, sacudindo, sacudindo. — Ah, já sei. Comer um grande iglu. Fiz que não. — Não posso. Tenho um negócio de família. — Ah — a Joan disse, com um olhar de canto para você. Você tinha me dito que era bom ficar em casa, Ed, se você


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